AH - Conexão| 06 de setembro de 2016

Page 1

Terça-feira, 6 de setembro de 2016

1506

FOTOS TAMMY MORAES

No encerramento da peça, Gabriela Munhoz agradeceu ao público e à direção do CTC

Mais de 280 pessoas acompanharam a peça, apresentada nessa sexta-feira à noite

A Outra Casa expõe a demência humana Atriz lajeadense Gabriela Munhoz se apresentou pela primeira vez na cidade natal Lajeado

T

erminado o protocolo de abertura, uma penumbra tomou conta do Salão Social do Clube Tiro e Caça (CTC) nessa sexta-feira. A escuridão foi quebrada por uma luz de pino. No palco, surgia Helena Varvaki, com toda expectativa que uma protagonista pode causar. O espetáculo A Outra Casa rendeu um salão cheio. Além da atriz principal, fazem parte do elenco a lajeadense Gabriela Munhoz e os atores Marcos França e Rick Yates. Gabriela se desdobrou em três personagens durante a apresentação. Ela definiu a noite em Lajeado como o momento mais feliz de sua vida. “Vou lembrar para sempre.” Antes do espetáculo começar, ela já sabia que a apresentação daria certo. Desde o entrosamento da equipe ao auxílio dado pelo CTC. Tudo estava alinhado para ser uma noite inesquecível. Segundo Gabriela, foi desafiador olhar para a plateia e ver rostos conhecidos de familiares, amigos e até professores e colegas que não via há 20 anos. “Esse foi o público mais instigante para mim.” Na primeira fileira, Laura Peixoto, uma das primeiras inspirações

de Gabriela, apreciava o trabalho da ex-aluna de teatro. “Me emociono muito de ver onde ela chegou.” Segundo ela, ainda na pré-adolescência, Gabriela sabia onde queria chegar. Sempre que pode, Laura vai ao Rio de Janeiro prestigiar o trabalho da lajeadense. “Ela tem uma veia cômica muito forte, e se sai bem tanto no drama quanto na comédia.” A peça conta a história da personagem Juliana, uma neurologista que se vê perdida em meio a lapsos de memória e à descoberta da demência. O roteiro não segue ordem cronológica. A intenção é fazer o espectador

experimentar “na pele” o que a personagem passa.

Construção

Foi o momento mais feliz da minha vida.”

Gabriela Munhoz atriz

O olhar atento de Manoel Prazeres, diretor da peça, acompanhava os passos dos atores no palco. Enquanto isso, ele comandava a iluminação e a exibição de vídeos e áudios, que compunham a apresentação. Segundo ele, a construção dramatúrgica foi feita para criar no espectador uma confusão mental. “A intenção é falar do ponto de vista do doente, e não diagnosticá-lo.” Ao receber o roteiro, a identificação de Helena foi imediata. “Minha

mãe havia acabado de ser diagnosticada com demência e uns dias antes de iniciarmos o ensaio ela morreu.” Helena conta que todo o processo de construção do espetáculo a ajudou a compreender o que a mãe passava e o que sua perda significava.

Para acompanhar Recentemente, estreou na capital o longa Vidas Partidas, primeiro filme estrelado por Gabriela. Em novembro, a Univates promove um debate com exibição do longa, que trata sobre violência doméstica. Gabriela estará presente, junto da protagonista, Naura Schneider.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.