Terça-feira, 4 de outubro de 2016
1525
Mostra de Bonsai evidencia cultura oriental Akirs promoveu evento inédito na cidade. Organização planeja oficina de origami MACIEL DELFINO
tentes, a cultivar uma fícollis benjaminas. A primeira árvore não sobreviveu. Hoje, com a experiência adquirida em pesquisas na internet, mantém coleção de 300 unidades. “É uma forma de se aproximar da natureza. Aprendemos muito com o bonsai. A noção de tempo muda totalmente. Não tem como iniciar um bonsai hoje e querer que amanhã ele esteja bonito. Dependendo da planta, pode levar dez anos até que tenha um resultado”. Holz representa o Bonsai Tchê faz 16 anos. O grupo se reúne
uma vez por mês para trocar informações, preparar eventos e confraternizar. Hoje conta com nove integrantes que trabalham em paralelo para divulgar a arte. Clóvis Aldair Ulrich, 51, de Teutônia, é bonsaísta faz 15 anos e iniciou na prática incentivado por uma revista. O contato com a técnica foi providencial para garantir controle emocional. “Exige paciência, mas é uma terapia que temos.” O plantel de Ulrich é composto de 20 unidades. Entre as espécies de destaque, estão a cambuí e guajuviras.
Sede oriental na cidade germânica
Técnica oriental de cultivar árvores em pequenos espaços teve a primeira mostra realizada em Teutônia
Teutônia
A
arte milenar de cultivar árvores em bandejas destaca a importância do tempo na construção social. A 1ª Mostra de Bonsai, organizada pela Associação de Karate-Do Ippon – RS (Akirs) em parceria com a confraria Bonsai Tchê, trouxe amostras de plantas e técnicas orientais. O evento realizado no sábado, no Dojô, no bairro Teutônia, reuniu expositores e interessados na diversidade cultural.
Exige paciência, mas é uma terapia que temos
Clóvis Ulrich Morador de Teutônia
Bonsai em japonês significa cultivar em bandeja e esse é o desafio dos apreciadores da arte. Em geral, são utilizadas plantas com caule lenhoso, para que se assemelhe a uma árvore em tamanho real. Para manter em “miniatura”, é necessário aplicar técnicas de poda e aramação para moldar o tronco e galhos. O programador Sidnei Holz, 46, ingressou na prática do bonsai em Colinas no ano 2000. Na época, ele ganhou uma planta de presente e se arriscou, mesmo sem informações consis-
O faixa-preta de karatê-do e administrador da Akirs, André Traichel, idealizou o evento com objetivo de atrair mais elementos da cultural oriental. Para ele, a essência da arte marcial vai além do que a prática de exercícios físicos. Técnicas paralela eram utilizadas nos feudos japoneses para a formação de personalidade social. Além do cultivo de árvores em bandejas, Traichel planeja uma mostra de origami – a arte da dobradura de papel, organização de arranjos florais e caligrafia. “Desde que decidimos abrir o Dojô, visamos a construção de uma es-
cola de arte marcial. Todas as artes marciais no Japão estavam juntas com outras artes. Aqueles que aprendiam a arte da espada samurai também aprendiam bonsai, caligrafia.” Embasado no tradicionalismo oriental, Traichel acredita que a cultura japonesa pode modificar a forma de pensar dos ocidentais. Costumes como não entrar em casa com os calçados para evitar a contaminação do lar com impurezas são exemplos trazidos que chamam atenção. Nas olimpíadas, após os jogos, os turistas recolheram o lixo e isso é uma atitude plausível, diz.