Feira do Livro de Estrela
MARCELO GOUVÊA
Caminho livre para a leitura Quinta-feira, 1º de setembro de 2016
1503
Página 4 FÁBIO KUHN
Centenas de pessoas acompanharam o velório de Valdir Frank na tarde de ontem
Município decreta luto oficial por 3 dias Valdir Frank celebrou cultos na cidade por quase dez anos. Sepultamento ocorreu ontem Marques de Souza
C
entenas de pessoas se despediram do pastor Valdir Frank, 62, na tarde de ontem. O velório ocorreu na Sociedade União Centenária e o sepultamento no cemitério evangélico. Frank morreu em acidente de trânsito na terça-feira. O fato abalou os mais de quatro mil habitantes da cidade. Ainda na terça-feira, o prefeito Ricardo Kich decretou luto oficial. O pastor atuava no município desde 2007 e já
havia renovado a permanência por mais quatro anos. Perante a população, Frank era visto como uma pessoa hospitaleira, popular e participativa. Vice-presidente da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana, Paulo Bernstein, 56, prevê dificuldades em encontrar um substituto para o religioso. “Era um líder entre nós. Com certeza vai fazer muita falta”. O vice-presidente se recorda da paixão de Frank pela música e auxílio aos corais da cidade. Embora não cantasse, o pastor costumava
acompanhar os grupos nos eventos. Frank também tinha programas matinais na Rádio Comunitária Integração, onde rodava músicas religiosas e mandava recado aos fiéis. Outra paixão de Frank era a política. “Quase todo o dia a gente se encontrava para conversar. Era uma boa companhia”, conta o taxista e presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública, Edvino Class, 84. Conforme ele, o pastor tinha empatia pelos ideais ligados aos partidos de esquerda. Além do trabalho em Marques de
Souza, Frank atuou como pastor em cidades de Rondônia e Espírito Santo. Ele deixou enlutada a mulher e pastora Marli Lutz e as filhas Ana e Ada Ester.
O acidente Ao meio-dia de terça-feira, Frank saiu de Marques de Souza para se deslocar até Getúlio Vargas, onde visitaria a mãe. No quilômetro 232 da BR-386, em Soledade, o Onix que conduzia colidiu frontalmente com a carroceria de uma carreta. Frank morreu no local.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a carreta teria invadido a pista depois de sofrer um solavanco ao passar pela ponte do Rio Espraiado. “Foi uma fatalidade. Ele teve o azar de estar passando por lá naquele momento”, lamenta o presidente da Sociedade União Centenária, Clédio Jommertz, 58. Ele relata que Frank planejava percorrer os 200 quilômetros até a casa da mãe na segunda-feira. Entretanto, teve de participar de um velório no mesmo dia, compromisso que adiou a viagem.