EDUARDO AMARAL
Lajeado
Jantar festeja tradição italiana Terça-feira, 30 de agosto de 2016
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Grupo celebra oito anos de apresentações Coral Vocalize comemora aniversário em show que priorizou a interação com o público EDUARDO AMARAL
Lajeado
A
comemoração de oitos anos do Coral Vocalize foi marcada por uma apresentação intimista com integração entre cantores e plateia. Durante o Café Concerto, realizado na sexta-feira passada, na Casa de Cultura de Lajeado, os músicos relembraram parte do repertório trabalhado desde a fundação do grupo e algumas canções recém-incorporadas. O repertório eclético, que transitava entre música popular brasileira, samba e canções internacionais, emocionou a plateia. Nos intervalos, os cantores interagiam com os espectadores. A retomada do show era marcada a partir de uma suave vocalização iniciada por um dos integrantes. Aos poucos, os outros juntavam-se e as conversas dispersas davam lugar à música. Segundo o presidente do coral, Heinz Schnack, o formato do evento permite maior envolvimento do público com arte. “Se tu pode estar entre as pessoas e elas verem a tua emoção quando canta, a música torna-se mais quente do que quando escutada no rádio.” Ao lembrar o tempo de vida do grupo, Schnack ressalta a disponibilidade dos músicos para apresentações. “Já cantamos em caçamba de caminhão e no teatro da UFRGS. A gente canta em qualquer evento.” Entre os projetos preferidos, o presidente do coral lembra as ações realizadas com crianças. “Cantamos em escolas para tirar a imagem de que canto coral não tem dinâmica. O canto coral pode ser muito dinâmico.” Para ele, a relação com arte é fundamental para a vida das pessoas. “A música ajuda a melhorar a autoestima de quem canta. Para mim sempre foi essencial.”
Com um repertório eclético, indo da MPB e passando por músicas internacionais e clássicos regionais, grupo emocionou o público na sexta-feira
“A gente vai onde queiram nos ouvir.” Regente do Coral Vocalize, Maria Fernanda Giacomet, destaca a dedicação e o gosto por desafios do grupo. A Hora – Qual a satisfação de reger um grupo tão variado em idade e experiências? Maria Fernanda Giacomet – Por ser um grupo pequeno, cada um tem mais responsabilidade. A variedade entre os cantores só acrescenta, quanto mais diferente forem os cantores mais rica fica a possibilidade de interpretação. É um grupo pequeno, mas do qual se pode extrair muito em termos de técnica vocal, e ele gosta muito de desafios, não é qualquer coral que canta as coisas que nos propomos a fazer. Gostamos de fazer coisas diferentes, como esse Café
Concerto, coisas que saiam do tradicional coral no palco e público na plateia. A gente vai onde queiram nos ouvir. O objetivo é quanto mais variado o público mais estaremos divulgando a arte do canto coral e mais nos realiza-
A música ajuda a melhorar a autoestima. Para mim, sempre foi essencial
Heinz Schnack Presidente do coral
mos. E é recompensador quando vemos as pessoas emocionadas com nossa música. O repertório de vocês é muito variado. Isso vem da referência que cada cantor traz? Fernanda – Tem a ver muito com nossa intenção de contemplar vários públicos. Temos preferência por MPB, mas não podemos deixar de cantar outras coisas como músicas internacionais, em inglês, muito interessantes. Mas temos de pensar em quem nos ouve, eu ficaria feliz em só cantar MPB, mas o público quer ouvir outros estilos. Acho que isso é mais divertido para quem assiste. Como trabalhar esses estilos musicais variados? Fernanda – Nós cuidamos muito a forma de cantar, uma
MPB, por exemplo, não pode ser cantada como uma ópera. Já tem outras canções que podem ser mais líricas. Isso tem muito a ver com a intenção da música. Tem de ter nexo, não é possível cantar uma música alegre com cara triste. Inclusive para as internacionais, entender o que ela pede.