Jornal do Centro - Ed433

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Jornal do Centro

10 REGIÃO

02 | Julho | 2010

Esgotos correm directos para a Barragem de Fagilde Penalva∑ ETAR de Gôje pode estar avariada há meses, mas Câmara diz que foi trovoada A Barragem de Fagilde, onde os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo vão buscar água para abastecimento público, pode estar a receber esgotos sem tratamento do concelho de Penalva do Castelo. A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Gôje, Freguesia de Ínsua, que deveria fazer o tratamento dos esgotos, está avariada há já algum tempo, fazendo com que os efluentes corram directamente para o rio. A Câmara Municipal de Penalva do Castelo, explicou em comunicado, na quarta-feira, que se tratou de uma “avaria geral nos Publicidade

sistemas electromecânicos” provocada pelas “trovoadas” dos últimos dias. Mas a justificação da autarquia, avançada em comunicado já depois do caso ter sido denunciado na comunicação social, contraria a tese da Comissão de Defesa da Água Publica (CDAP). O porta-voz da CDAP, António Vilarigues afirmou que tem testemunhos de moradores a confirmarem que a situação “já não é recente, tem pelo menos três meses”. Vilarigues adiantou que no local é possível verificar que a ETAR “está seca”, sem que ninguem desse pelo problema “nem o presidente da Junta” de Ínsua. “Se fos-

sem bloqueados os acessos ao rio, os esgotos enchiam e a verdade é que ninguém se está a queixar”, reforçou admitindo que está tudo a correr directamente para o Dão. “Os serviços do município encontram-se já a proceder à instalação do novo equipamento electromecânico, estando a ser desenvolvidos todos os esforços para o adequado funcionamento da ETAR, acrescenta o comunicado da autarquia. António Vilarigues não acredita que o problema seja resolvido nos próximos dias, baseando-se na tese de alguns técnicos que consultou: “Não sei como põem os motores a funcio-

A Carro artístico vencedor da edição das Cavalhadas nar”. Para o representante da CDAP, a avaria da ETAR de Gôje não é um caso isolado, “há outras situações no concelho que vêm Publicidade

do Rio Gôje” e prendemse com a “falta de fiscalização” e a “falta de investimento das autarquias”. Vilarigues lembra que a ETAR de Gôje é do século

XIX, havendo “casos mais graves de fossas a que chamam ETAR’s”. Emília Amaral emilia.amaral@jornaldocentro.pt


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