AMAZÔNIA CATÁLOGO DE ARTE - DIEGO MORAES

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O Amazônia Catálogo de Arte é um projeto da Canoa Multimídia Espaço de Cultura Digital. Serão criados catálogos que tem a pretensão de expandir a visibilidade das artes plásticas, da fotografia, artesanato e culinária praticada por pessoas que moram na Amazônia. Os catálogos serão construidos na linguagem tradicional dos livros e depois transformados em e-books para serem veiculados dentro da grande rede. Posteriormente esses projetos gráficos também podem ser impressos como livros tradicionais. A idéia é que as grandes galerias e o publico em geral tenham acesso ao trabalho dos artistas que produzem cotidianamente no região amazônica.

PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO

Contatos: (92) 3236-9798 / 9346-3998 E-mail: jorgelaborda@gmail.com Site: www.canoamultimidia.net



Diego Moraes Diego Moraes nasceu em Manaus, Amazonas no dia 23 de agosto de 1982. É contista, Poeta e Roteirista. Autor de “Saltos Ornamentais no Escuro” (2008) e “A fotografia do meu antigo amor dançando tango” a ser publicado pela editora Bartlebee.

“A poesia do Diego Moraes é da verve da verdadeira poesia. A que se expõe, a que se coloca no meio da rua, nos becos e bares. Ela se humaniza enquanto faz isso. É o ultimo suspiro dos verdadeiros ultimos românticos. Do editor



Cavalo no chafariz Equitação para o sentimento Nuvens em movimento Ela deitada no meu peito lendo meus poemas prediletos



Cracolândia Meu coração de quem senta na sarjeta sem ter pra onde ir Minha loucura de escrever continhos pra depois sorrir A solidão do drogado debandando pássaros na praça sé.



Templo de Salom찾o A pir창mide erguida nos meus poemas mais lindos Profecia de 99 sorrisos transformando pedras em ouro Agora sou gr찾o-mestre da loja de passarinhos.



Poema número cinco A princesa drogada do bar castelo esperando um Mário que lhe banque pó e uísque. Hipopótamos e violoncelo Antigo provérbio chinês que mostra a saída do seriado Lost numa esquina do Amazonas.



Sábado Ligo o ventilador As folhas viram garças desembestadas Correm pelo chão gélido Transam com as paredes e não dão poesias



Chá de papoula A respiração do palhaço num teatro em chamas Passat pregado na encruzilhada da tarde de sábado O sorriso do garotinho refletindo no espelho do fliperama



Amanhecendo na estrada Tipo de cara que escora o fuzil no peito e fecha os olhos A mina que ri de coisas desconexas em รกguas de Lindoia O caminhoneiro que toma rebite e morre de overdose ouvindo Fernando Mendes.



Melancolia de urso Às vezes fico só fragmentação cinza Bêbado querendo me jogar do viaduto A noite é um cadáver respirando ouro.



Fragmento número setenta e cinco Se você amanhecer tomando Red Label e mergulhar bem fundo no Rio Amazonas, é possível ver a Marilyn Monroe só de calcinha.



Nevada Tenho medo dos pĂĄssaros que abocanham a minha solidĂŁo e depois caem mortos.



Dar milho aos pombos mesmo que a praça seja imaginária Filmar o ensaio sobre as sombras Reconciliar os flocos da fruteira Bafo quente Céu da boca porque amanhecemos Dar milho aos pombos mesmo que a praça seja imaginária Catar as pedras do feijão pensando nela



Minas Gerais SilĂŞncio dos figos embaixo da chuva Pensamento verde dentro do poema A rua como deserto contando estrelas Sorriso preso no hospĂ­cio da criancinha sem botas



Amor somaliano Nossa fortaleza é a dor? Estamos num leito de papelões e lençóis sujos. Já cagamos de portas abertas e nus amamos. Frio calafrio de nossos poros Pinga pinga pingante da torneira pinga pingos. Fogão duas bocas. Nossos pés descalços num quarto-estância As frutas em decomposição na única prateleira do cubículo alugado Falecem mofos juntos de nós. Nus reviramos em decúbitos, as roupas estiradas e mortas. O que seria estendido no varal é pregado Adentro Juntos como dois animais lacônicos a espera da morte. Ela linda de olhos azuis parecendo um leque souvenir Morre à frente da pomba carmesin e da luz branca Tornando um anjo-andrógino. Eu morro negro e magricelo. Mero cartaz da campanha contra a fome. Torno-me contrapeso nordestino. Somos o zero cosmológico.



Sou tão cretino que dedico poemas a ex-namoradas Para Maira Quando você não está perto, esqueço-me de olhar os trens e apertar o botãozinho da saída de emergência. Suas pernas naquele vestido azul do bar da avenida sete de setembro A gente falava de coisas que iríamos escrever juntos e apartamentos para alugar em São Paulo.



Não existe amor em Manaquiri Você fica vulnerável sem amor Capivaras nadando entre jacarés no Pantanal Do outro lado do cais tem um cara chamado Rimbaud e vai morrer amanhã com 17 tiros de carabina.




O Amazônia Catálogo de Arte é um projeto da Canoa Multimídia Espaço de Cultura Digital. Serão criados catálogos que tem a pretensão de expandir a visibilidade das artes plásticas, da fotografia, artesanato e culinária praticada por pessoas que moram na Amazônia. Os catálogos serão construidos na linguagem tradicional dos livros e depois transformados em e-books para serem veiculados dentro da grande rede. Posteriormente esses projetos gráficos também podem ser impressos como livros tradicionais. A idéia é que as grandes galerias e o publico em geral tenham acesso ao trabalho dos artistas que produzem cotidianamente no região amazônica.

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