Branded Content nas Manhãs da Rádio Comercial: processo e estratégia Branded content: conceito e processo Entende-se por branded content toda e qualquer atividade com fins publicitários que incorpora o conteúdo da rádio. Para Park, esta definição justifica-se com o facto de existir necessidade de envolver o apresentador e integrar a marca no conteúdo editorial da rádio (Radio Centre, s.d., p.2). Embora se encontre um número considerável de autores que abordam este tema, a literatura raramente se refere a “branded content”, mas sim “branded entertainment”. Hudson e Hudson (2006) identificam branded entertainment como a convergência de publicidade com o entretenimento, de forma a que a linha que os separa se torne impercetível (p.489). De acordo com os autores, deve existir cocriação e colaboração entre entretenimento, media e marcas (p. 492). Horrigan (2009) procura distinguir branded entertainment de product placement, inferindo que, enquanto product placement consiste na colocação direta do produto (publicidade pura), branded entertainment envolve a incorporação do produto de forma natural na narrativa do emissor (p.54). Garvie (Radio Centre, 2015, s.p.) identifica várias formas de branded content: a) promoção de um produto através da leitura de um texto; b) intervenção de um portavoz da marca, promovendo a marca; c) patrocínio de um programa; d) patrocínio com uma revisão imparcial do produto/serviço do patrocinador; e) campanha de informação pública dentro da programação; f) patrocínio de transmissões externas; g) patrocínio de concurso ou competição. Hudson e Hudson (2006) destacam quatro variáveis que consideram cruciais na relação entre o nível de integração da mensagem no medium e o impacto no consumidor: a) nível de credibilidade da narrativa; b) relevância; c) qualidade de produção; d) timing da emissão. (p.58) Para ser eficaz, o branded content não deve integrar uma narrativa centrada na marca e o consumidor necessita de estar ciente de que o momento radiofónico em questão possui um patrocínio ou é alvo de publicidade, devendo isso ficar totalmente claro, infere Diezel. Caso não aconteça, o meio de comunicação perde a confiança do seu público e deixa de recorrer a branded content para se financiar, o que é também prejudicial para o publicitário (Nasalskaya, 2016, s.p.). Também Garvie (Radio Centre, 2015, s.p.) infere que, em tema de branded content, a rádio deve ser totalmente
Joana Venceslau de Sousa - 219816