São Gonçalo N.º3 - Boletim Informativo da Junta de Freguesia de São Gonçalo de Lagos

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Comunidades

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COMUNIDADE SUECA DE LAGOS NILS SAHLSTRÖM E SUSANNE LOTSTRÖM

«É responsabilidade da comunidade ajudar quem mais precisa» Nils Sahlström e Susanne Lotström são dois dos rostos da comunidade sueca de Lagos. Ambos fazem parte de um grupo que, partindo de uma mera página de facebook (Food & Supplies Lagos), apoia centenas de pessoas através de instituições particulares de solidariedade social do concelho, como são exemplo o Instituto Fonte da Vida, a Igreja de Santa Maria ou a Semente de Mostarda. Fomos conhecer melhor a vida dos nórdicos pelas terras do Infante…

A comunidade sueca em Lagos – tem vindo a aumentar de ano para ano. Quais os motivos dessa opção? Nils Sahlström (NS) – Falo por mim, mas penso que as minhas opções foram as mesmas de muitos dos meus compatriotas. Sempre desejei viver no sul da Europa, usufruir de um clima ameno e temperado, totalmente o inverso da Suécia onde temos metade do ano sem sol. Em 2015 visitei Lagos e decidi logo mudar. Foi amor à primeira vista. Susanne Lotström (SL) – Acho que

todos os suecos têm esse desejo de viver em climas como o do Algarve. A maior comunidade vive em Espanha, sobretudo em Maiorca, até porque os suecos têm a ideia que o Algarve é quase só para os ingleses. Para os que aqui chegam, a surpresa é grande, porque todos acham o povo português muito simpático. Talvez por isso a comunidade tenha vindo sempre a crescer. A língua é um problema? SL – Sim e não. Ao princípio não porque quase toda a gente fala inglês e há informação em inglês disponível, sendo que os suecos falam quase todos inglês. Porém, quando optamos por ficar de vez e procuramo-nos integrar na sociedade, chega o problema do português, que é uma língua muito difícil. Eu estudo todos os dias, mas confesso que não tem sido fácil.

Além do sol, a questão fiscal também é obviamente outro ponto de atração… NS – Sem dúvida. Beneficiamos de um regime atrativo, pois temos isenção fiscal para quem trabalha no sector privado. Nos últimos anos tem havido um problema entre o governo português e o sueco, mas isso irá mudar em breve, pois nem nós achamos correto o não pagamento de impostos em nenhum lado. Ainda assim, penso que a questão do clima e do povo tem mais responsabilidade no crescimento da emigração sueca do que os impostos. Como surgiu o vosso grupo de apoio à população mais carenciada? SL – Tudo começou em junho de 2020. Estava em casa e a Marie Brönnegård, uma das fundadores do grupo, ligou-me e disse tínhamos mesmo de fazer algu-


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