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MUITO LIVREMENTE
CULTURA
MUITO LIVREMENTE
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O ‘Livremente’, encontro literário da Misericórdia, voltou ao convívio dos amantes da literatura, dos livros e de todas as histórias contadas. Foram quatro semanas preenchidas por eventos literários, onde se destacam feiras itinerantes, apresentação de obras, leituras encenadas, excertos de prosas, tertúlias e sessões de autógrafos. O festival literário organizado pela Junta de Freguesia da Misericórdia arrancou no dia 30 de abril, na Livraria Palavra do Viajante, com “A Escrita de Viagens”, uma conversa intimista marcada pelas experiências vividas e os desejos de Ana Rita Tereso e Maria Roque Martins. Nesta edição de ‘Livremente’, procurou-se descomplicar estilos e, no Restaurante Pão de Canela no dia 30 de abril, “Descomplicámos o YA”, esse recente género que se tem espalhado por entre a literatura e o cinema, com Leonor Ferrão, autora de “Amor à Primeira Assinatura”, um sucesso de vendas de YA (Yung Adult) em Portugal, tal como descomplicámos o Terror, com Mulheres no Terror português, com Sandra Henriques e as autoras Liliana Duarte Pereira, Maria Varanda e Patrícia Sá, que abordaram este género literário geralmente dominado pelo sexo masculino. Na recém-recuperada Biblioteca do Palácio Cabral, voltou-se a descomplicar, desta vez o terror infantojuvenil, onde Sandra Henriques, fundadora d’A Fábrica do Terror, mostrou quão rico é este género literário que afinal serve para todas as idades. No espaço Santa Catarina, foi abordado o ‘Manga’, o estilo que rompeu fronteiras e levou os quadrinhos japoneses pelo mundo, tomando de assalto a cultura ocidental, ganhando cada vez maior espaço por entre o interesse dos mais novos. A 13 de maio na Brotéria, Lauren Moya Ford e Luísa Jacinto, com textos de Luísa Especial, Marta Mestre e João Pinharanda, dissertaram sobre “No One Knows”, trabalho da artista plástica Luísa Jacinto, para, no dia seguinte e na Canelinha, conhecermos a história de um menino que não queria ser grande, que pretendia perpetuar o hábito e o gosto em saltar as poças, esfolar os joelhos em brincadeiras com os outros, relatada na obra “Quando for grande quero ser Criança”, da autoria de Adélia Carvalho, com ilustração de Sérgio Condeço. O colonialismo representou um relevante marco na história de Portugal e é frequentemente retratado na literatura, em filmes ou em séries televisivas. No Espaço Santa Catarina, Miguel Santos e Filipe Abranches falaram das expressões que o colonialismo tem na banda desenhada que produzimos e da experiência na abordagem deste tema em edições impressas.
CULTURA

RELEMBRAR JOSÉ SARAMAGO
Numa viagem à vida e obra do nobel da literatura, no dia 24 de maio, no Palácio Cabral, Sérgio Machado Letria, presidente da Fundação José Saramago, percorreu o espírito e construção literária do escritor, responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
TEMPO PARA A LEITURA ENCENADA
das obras “Ler Doce Ler”, de José Letria, “Chapeuzinho Amarelo”, de Chico Buarque, “O Livro sem Bonecos”, de BJ Novak, “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, entre outras obras. Nos Claustros da Academia de Ciências, a peça de teatro “Maria e Sofia”, com encenação de Cristina Cavalinhos e levada ao palco pelos alunos de teatro da Escola Profissional de Imagem, trouxe-nos à memória os tempos dolorosos do fascismo, que uns não conhecem e outros sofreram na pele e de forma intensa.
Neste festival, o espaço para a leitura encenada foi preenchido em três momentos. O primeiro, dedicado aos alunos com mais de 14 anos no Liceu Passos Manuel, com a obra “Mensagem” e outros textos de Fernando Pessoa, onde se procurou construir, através da poesia, uma ponte entre os tempos decadentes de Pessoa e os nossos dias. Esta iniciativa foi dirigida aos alunos a partir dos 14 anos. Para os mais novos, na Escola das Gaivotas, assistimos ao espetáculo “Plasticena – Ler e Ler Ólariolela”, criado a partir
LIVREMENTE FORA DE PORTAS
Nesta edição de “Livremente”, o festival literário voltou aos jardins e praças da Misericórdia, com a Feira dos Editores, que decorreu entre 30 de abril e 15 de maio, no jardim Roque Gameiro, o Mercado do Livro Usado, no Príncipe Real, e a instalação da livraria Mbooks, na Praça D. Luís I, entre os dias 3 e 31 de maio.