Já fui morena, agora sou negra! Por: Jéssica Souza
-Negra ??? Não! Aline, você não é no máximo morena,mas negra, não! - era o que ouvia de alguns parentes. Aos 27 anos, a jovem paulistana tem muito orgulho ser reconhecida como negra. A primeira impressão que se tem da moça é a simpatia e a felicidade de uma pessoa que não tem vergonha de ser quem é. Empoderada, sempre exibe o seu black de pontas loiras com autoconfiança e no modo de ser é possível ver que há um sangue africano correndo forte em suas veias. A analista de comunicação divide o seu tempo entre os as afazes de dona de casa, seu trabalho e o seu canal no Youtube que é seu espaço de dialogar e demostra sua negritude para o mundo. Filha de mãe branca e pai negro, Aline nasceu singular. Resultado de uma mistura, típica de família brasileira onde a miscigenação está presente.É parecida com o pai, mas diferente do restante da parte da família com quem convive no dia a dia. Uma identidade sem definições era o que ela era. Aline Costa França era uma pessoa que os outros tentavam encaixar em rótulos, procurando a colocar em lugar aceitável para a maioria, mas haviam diferenças entre ela e os outros. Aquilo que a fazia diferente era perceptível aos olhos alheios. Já nos seus primeios anos escolares, as suas características fisícas já causava um certo incomodo em algumas pessoas . O seu primeiro dia de aula na escola de educação infantil Trenzinho Mágico foi traumatizante. Assim que entrou na sala percebeu cochichos, risadas e deboches enderaçados a ela. Aline não compreendia a razão de tanta hostilidade, afinal de contas ela era uma crianças igual as outras, porém não era aceita. Mesmo assim a partir daquele momento ela preferiu se fechar, não ter contato com ninguém,para ninguém notasse a minha existência porque eu pensava que se alguém me notasse seria de uma forma negativa. O jardim de infância foi um espaço desconfortável, um lugar onde o seu nariz mais largo, lábios grossos, cabelo enrolado e armado e a pele de cor mais 107