No domingo de carnaval de 1981, nascia Adriana Gomes da Silva. A graciosa e simpática porta-bandeira pode ser considerada descendente da linhagem real do samba paulistano. Filha de Maria Gilsa Gomes dos Santos e Raimundo Pereira da Silva, o Mercadoria, Adriana desempenha com amor, dedicação e maestria a arte de bailar e portar um pavilhão...... Ela se define como uma pessoa muito feliz, parceira e apaixonada pelo mundo do samba ao qual dedica todo seu tempo e energia. Apesar de ter boa parte da vida dedicada aos giros na passarela do samba, fora dos portões do Anhembi, gosta de programas simples para se divertir. Rodeada de amigos, ela aproveita o tempo livre para ir nos aniversários, casamentos e fazer seus cachecóis de tricô. Para organizar seus pensamentos, seu hobby favorito é andar pela Avenida Paulista.................... A origem de uma apaixonada pelo carnaval Com mãe porta-bandeira e pai diretor de harmonia era quase impossível Adriana seguir outro caminho. Sempre cercada de grandes sambistas, ela cresceu dentro das quadras de escolas de samba. “O clima em casa era sempre carnaval! Com o samba enredo como trilha sonora a gente sempre conversou e discutiu sobre carnaval aqui em casa. Desde dar pitaco um na escola do outro, já houve um tempo que todos nós estávamos em escolas diferentes, até sobre a construção do Anhembi e fundação da LIGA, no qual meu pai fez parte da fundação. Era um clima muito bom”, relembra. Nordestinos, Maria Gilsa e Mercadoria vieram para São Paulo construir suas histórias. Na terra da garoa, se envolveram e se apaixonaram pelo carnaval, cada um na sua função foram pioneiros e criaram parâmetros que são utilizados até hoje. Maria Gilsa defendeu os pavilhões de escolas como Acadêmicos do Tucuruvi, X-9 e Rosas de Ouro. Além de brilhar nos desfiles, ela foi linha de frente na criação da AMESPBEESP. Já Raimundo Mercadoria, passou pelas harmonias da Unidos da Vila Maria, X-9 e Rosas de Ouro. Também foi um grande articulador na organização e valorização do carnaval paulistano
“Meu pai sempre trabalhou em prol da cultura preta e do carnaval. A construção do carnaval que a gente tem hoje, meu pai teve muita mão ali. Já a minha mãe era uma guerreira em todos os sentidos. Trabalhou 43 anos em casa de família, sempre com muita luta para nos criar. E fora do trabalho se tornava gigante em posse do pavilhão”. Para Adriana, seus pais são suas referências de vida e com certeza de sambistas também. Ela tem muito orgulho do que eles representam para o carnaval de São Paulo e carrega todos os ensinamentos aprendidos em casa e na quadra, dos quais o respeito é principal deles.. Memórias inesquecíveis Ainda muito pequena, começou a desfilar na ala das crianças e posteriormente como passista mirim. Sobre os carnavais da infância ela recorda com carinho de assistir e desfilar na Avenida Tiradentes. Outra lembrança que não sai de sua memória é assistir o desfile da Mangueira na Sapucaí em 1985 pela televisão, enquanto sua mãe, porta-bandeira da Acadêmicos do Tucuruvi na época, terminava a sua fantasia. Para ela o samba daquele ano foi inesquecível e o motivo que a fez torcer para a escola verde e rosa carioca. Assumindo de o posto de porta-bandeira Acostumada a sair como destaque de ala e alegoria da escola Rosas de Ouro, Adriana nunca almejou carregar o pavilhão de uma escola. Seu sonho era ser rainha de bateria. Em 1999, a escola de samba “Só vou se Você for” precisava de mais um casal de porta-bandeira e mestre-sala para completar o seu quadro de componentes para o desfile naquele ano. Por intermédio da Tia Bene, apresentadora de casais da Rosas de Ouro, Adriana foi “convocada” para assumir o cargo. E mesmo achando que não saberia desempenhar a função, ela aceitou. Aos 17 anos, iniciou sua carreira como porta-bandeira. Sua estreia foi no tradicionalíssimo carnaval da Vila Esperança e mesmo sem nenhuma experiência Adriana e seu Mestre-sala Vagner garantiram uma nota 10.
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