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SETEMBRO 2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt

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jornal abrantes

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Foto de arquivo | Paulo Sousa

Diretora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5499 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Vila Jardim vai estar em Festa! Entre os dias 21 a 23 de setembro Sardoal não vai parar. São muitos os motivos que tem para visitar mais uma edição página 11 das festividades do município. São 26 anos de festas dedicados aos sardoalenses e à região. EDUCAÇÃO

ENTREVISTA

MÚSICA

Reordenamento escolar quase concluído

Helena Bandos diz que tudo lhe fascina no teatro

“Planeta Vaca” uma banda nova do Penhascoso

O ano letivo arranca com novidades no reordenamento da rede escolar, acompanhadas por alguma contestação, nomeadamente em São Facundo. O desemprego acentuado dos professores é a outra realidade marcante.

A encenadora conta como tem corrido o percurso do Grupo de Teatro Palha de Abrantes ao longo de 14 anos. Os desafios para o futuro passam pelas novas instalações e pela introdução do teatro nas escolas.

São apenas dois elementos, mas andam à procura de mais alguém para fazer parte da banda. Chamaram-lhe “Planeta Vaca” e já dão cartas a nível nacional. Fazem um rock, pode-se dizer, possante, mas ao mesmo tempo melódico.

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2 ABERTURA FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

jornal abrantes

SETEMBRO2012

FICHA TÉCNICA Diretora Hália Costa Santos (TE-865) halia.santos@lenacomunicacao.pt

Editora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Preocupações naturais

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 E-mail: info@lenacomunicacao.pt

Redação Ricardo Alves (TP.1499) ricardo.alves@antenalivre.pt

Mafalda Vitória Alves Jana André Lopes Paulo Delgado

Abrantes-cidade. Uma vergonha! Para quem habita, para quem suja, para quem (não) limpa. R. Maria de Lourdes Pintasilgo.

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Ramiro Farrolas tel: 962 108 766 ramiro.farrolas@antenalivre.pt

INQUÉRITO

Concorda com a concessão da RTP a privados, continuando nós a pagar a taxa do audiovisual ao Estado?

Secretariado Isabel Colaço

Design gráfico António Vieira

Produção gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA

Impressão Imprejornal, S.A. Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietária Media On Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

GERÊNCIA Francisco Santos, Ângela Gil

Pedro Marques

Brigite Lopes

José Colaço

Abrantes

Queixoperra

Abrantes

Em tese direi que não tenho nenhuma garantia de que nas mãos do Estado seja melhor gerida nem market-oriented, nem dirigida a públicos-alvo específicos, pelo que aceito essa concessão. Nem me parece que uma estação de televisão seja uma “empresa de bandeira”. Nesta perspetiva, deixa de fazer sentido qualquer tipo de prestação financeira.

Não concordo nem faz qualquer sentido e provavelmente será mesmo inconstitucional entregar a concessão da RTP a privados e continuar a exigir a taxa audiovisual aos contribuintes para algo que não será serviço público.

Pagamos atualmente uma taxa audiovisual pelo serviço público, o que para mim já não faz sentido nenhum. A estação pública devia ser paga pelo Estado. Portanto, menos sentido faz se a RTP vai passar para privados.

Com esta edição começa mais um ano letivo especialmente marcado, a nível nacional e, também, regional. Os efeitos dos concursos nacionais de colocação de docentes naturalmente que tiveram na região os mesmos efeitos que tiveram no país: aumento de desemprego. O ‘flagelo social’ de que falam os sindicatos atinge a região, não só no que diz respeito aos contratados, mas também envolvendo professores do quadro. E esta é uma realidade que só pode preocupar a comunidade. A angústia dos professores que não sabem o que vai acontecer no próximo mês, nem no seguinte nem sequer como estarão no fim do ano, certamente que afeta o trabalho desenvolvido nas escolas. Como diz um diretor de Agrupamento, a motivação dos professores pode estar em causa. E com o afastamento dos professores mais novos, as escolas e os alunos correm o risco de perder projetos inovadores. E isto também deve preocupar a comunidade. De resto, o ano letivo é ainda marcado, em Abrantes, por uma reorganização escolar, que está praticamente concluída. Novos centros escolares estão a acolher alunos que se agrupam, deixando, em alguns casos, as suas aldeias. Em contrapartida, a verdade é que passam a ter acesso a instalações que reúnem um conjunto de mais-valias e equipamentos que antes não tinham. Mesmo assim, o fecho de algumas escolas naturalmente preocupa a comunidade… HÁLIA COSTA SANTOS

SUGESTÕES Teresa Aparício Departamento Financeiro Ângela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia

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UMA POVOAÇÃO O Sítio da Nazaré UM CAFÉ O Chave d’ Ouro em Abrantes PRATO PREFERIDO Uma caldeirada bem feita e com bom peixe fresco UM RECANTO PARA DESCOBRIR O Penedo Furado UM DISCO Amália ou José Afonso RESIDÊNCIA Abrantes UM FILME O Leopardo de Visconti PROFISSÃO Professora aposentada UMA VIAGEM Síria UMA FIGURA DA HISTÓRIA (E PORQUÊ) Aristides de Sousa Mendes, porque durante a Segunda Grande Guerra arriscou a sua vida e

estabilidade pessoal para salvar muitas vidas humanas. Salazar não lhe perdoou e acabou por morrer na miséria, mas os judeus ficaram-lhe eternamente gratos. UM MOMENTO MARCANTE O meu primeiro dia de aulas como professora do ensino primário. Tinha então 19 anos e fui colocada numa das aldeias mais afastadas do concelho de Abrantes. Entrei na sala onde já estavam 42 crianças, distribuídas por três classes, à minha espera. Elas olhavam para mim com curiosidade e eu olhei para elas um pouco assustada. Íamos

conviver durante todo aquele ano letivo e pensei que se eu lhes ia ensinar alguma coisa, elas também iam ser muito importantes na minha vida. E foram. UMA CITAÇÃO Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti. UM SONHO Faço meu o sonho de António Gedeão : ”Que o mundo pule e avance, como bola colorida entre as mãos de uma criança.” Infelizmente, acho que desde que o poeta expressou este seu sonho, o mundo está a avançar muito lentamente ou até, em certos aspectos, a regredir.


ENTREVISTA 3

SETEMBRO2012

HELENA BANDOS, ENCENADORA DO GRUPO DE TEATRO PALHA DE ABRANTES

“Um ator deve ser humilde e responsável” também tem muito peso. O facto de nos darmos todos muito bem e de nos conhecermos já há muitos anos também tem a sua importância neste processo. Assim, as coisas têm resultado.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Helena Bandos é a encenadora do Grupo de teatro Palha de Abrantes há cerca de 14 anos. Olhando para o que já foi feito, o balanço do trabalho realizado pelo grupo não podia ser o mais positivo. Quanto ao futuro, os desafios passam sobretudo pelas novas instalações e pela introdução do teatro nas escolas, através das atividades extracurriculares.

Isso significa que o nome Palha de Abrantes não nasceu ligado à Associação? Sim, o nome nasceu porque queríamos associar o grupo a algo bem tradicional da nossa região. Ainda pensámos em chamar-lhe Grupo de Teatro Tigelada (risos) mas depressa percebemos que Palha de Abrantes ficaria melhor porque é o nosso doce mais emblemático. Qual foi o vosso primeiro espetáculo e como foi recebido pela comunidade? O Grupo de Teatro iniciou-se com 15 elementos, hoje somos cerca de 40. Foi com a comédia o “Velho Ciumento” que avançámos para

Joana Margarida Carvalho

Como é que nasceu o Grupo de Teatro em Abrantes? Durante muitos anos fui docente na Escola Dr. Solano de Abreu e lá tinha um grupo de teatro com os alunos. Foi na escola que comecei apostar na vertente teatral, sempre com a pretensão que quando me reformasse teria um projeto meu, um grupo de teatro que envolvesse a comunidade. Foi mesmo antes de me aposentar, e por desafio do professor Alves Jana, na altura da Associação Palha de Abrantes, que arranquei para a criação do grupo de teatro. Este grupo tornou-se uma valência da Palha até ao ano de 2005. Depois entendemos que já estavam reunidas as condições para sermos autónomos e com uma associação própria. Assim o fizemos até aos dias de hoje.

O que é que um ator deve ter para ser um bom ator? Um ator deve ser humilde e responsável. Um ator não pode ser individualista, pois se o é, mais vale empenhar-se a fazer monólogos (risos). Deverá ter um grande espírito de colaboração e não deve tentar superiorizar-se em relação aos outros participantes em cena. Para mim estas duas qualidades são essenciais.

• Helena Bandos: “Quando penso num espetáculo e o faço, é algo que me dá prazer” palco. O espetáculo foi apresentado no auditório da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, que depressa ficou completamente cheio. A comunidade abrantina recebeu tão bem o nosso trabalho que no outro dia tivemos de repetir a peça. Em 2007 realizaram a primeira Mostra de Teatro. Como foi seguir para esta aventura que ainda hoje persiste? Foi da minha experiência na escola que retirei a ideia. Na altura, existiam encontros de grupos de teatro a nível académico e pensei: porque não transportar a ideia para a nossa cidade e trazer para cá grupos de teatro? A mostra arrancou no primeiro ano com poucos grupos, éramos apenas três e fizemos as apresentações na cidade. No final da primeira mostra, quando reunimos, percebemos que alguns espetáculos tinham enchido na primeira apresentação, mas depois a adesão foi reduzindo. Foi aí que lancei para cima da mesa a ideia de levar o tea-

tro às freguesias do concelho de Abrantes. A iniciativa resultou tão bem no segundo ano que nunca mais parámos. Hoje posso dizer que há determinados grupos de teatro que fazem questão de ir a certas aldeias, pois são sempre muito bem recebidos. Tem sido uma experiência bastante enriquecedora e já conseguimos colocar cerca de mil pessoas a ver teatro no concelho. Durante estes 14 anos qual foi a peça de teatro que mais gozo lhe deu encenar? Quando penso num espetáculo e o faço, é algo que me dá prazer, se não me der gozo, não o faço (risos). De facto, houve um espetáculo que me prendeu muito, foi a peça “Restos”. Naquele ano falava-se muito na toxicodependência e, assim, o grupo de teatro decidiu abordar a problemática num espetáculo. Demorámos cerca de um ano em pura investigação, lemos muito, visualizámos filmes, documentários, falámos com pessoas ligadas ao problema. Enfim,

foram algumas tarefas que resultaram numa peça de teatro magnífica. Outra peça que também me deu especial gozo foi o espetáculo “Chamo-me José Alberto Marques”, uma peça teatral dos 40 anos do poeta, onde o trabalho também foi uma constante. Fizemos-lhe uma homenagem que resultou num teatro com várias linguagens: a música, a dança, a poesia, etc. A responsabilidade de fazer algo tão pessoal foi enorme, mas o que é certo é que José Alberto Marques gostou muito do trabalho final. Quando está encenar, o que lhe dá prazer? Tudo um pouco, tudo no teatro me fascina e o que gosto realmente de fazer é encenar, montar as peças e posso dizer que sou outra pessoa (risos). Posso dizer que tento manter uma separação entre mim e os atores, algo saudável mas que é necessário para que o trabalho resulte. Dou liberdade ao ator para exprimir o que sente e pensa mas aquilo que idealizo

Fazer teatro como atriz é uma ambição? Não, de modo algum. Dizem que tenho jeito e que até o faço bem. O palco é algo que me mete medo, muito medo. É necessário um grande sentido de responsabilidade quando se está para entrar num palco. Uma vez tive uma experiência péssima, quando estava para entrar em cena aquele nervosismo inicial surgiu, mas até tive febre. Foi horrível. Para sofrer desta maneira não vale a pena. Gosto de estar na preparação do momento, isso satisfaz-me muito! Quais são os desafios futuros do Grupo de Teatro? Neste momento estamos empenhados na mudança de instalações. A atual sede está bastante envelhecida e necessitamos de mais espaço. Vamos passar para o edifício Carneiro, onde estava a Cruz Vermelha. Um espaço que vai ser recuperado para a instalação do grupo. O início das obras está previsto para outubro. Respondendo a um desafio da Câmara Municipal, vamos ingressar num novo projeto. A ideia é levar o teatro para a escola através das Atividades Extra-Curriculares (AEC’s), contudo é algo que ainda estamos a preparar.

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4 DESTAQUE

SETEMBRO2012

VEREADORA DA EDUCAÇÃO DE ABRANTES ESTÁ OTIMISTA NO INÍCIO DE MAIS UM ANO LETIVO

“Queremos criar sempre as melhores condições” sores a aposentarem-se nas nossas escolas e penso que não há riscos de haver um início de ano conturbado ao nível do 1º ciclo.

HÁLIA COSTA SANTOS

A comunidade escolar pode estar tranquila quanto ao próximo ano letivo? Penso que sim, que a comunidade escolar pode estar tranquila, tanto ao nível de alunos, como de pais e de encarregados de educação. Temos vindo a desenvolver todos os procedimentos que são necessários para que o ano seja tranquilo. Temos o Plano de Transportes devidamente aprovado. As refeições escolares também vão ser asseguradas. Ao nível das Atividades ExtraCurricuçares (AEC’s) estamos a ultimar todos os preparativos. O modelo das AEC’s vai ser ligeiramente diferente dos anos anteriores em que era contratada uma empresa para desenvolver esse modelo. Este ano vamos experimentar um novo modelo, indo ao encontro às necessidades e aspirações dos encarregados de educação e dos professores. Os diretores e coordenadores de estabelecimentos foram todos ouvidos no sentido de se perceber o que seria mais interessante para os alunos e que poderia contribuir para um melhor projeto educativo. Optámos por um modelo em que vai ter continuidade o Inglês e a Atividade Físico-Motora. Em vez de lecionar Música vamos lecionar uma área que é das Atividades LúdicoExpressivas que vai ter a oportunidade de ter o Teatro, a Música, a Dança, a Educação para a Cidadania. Estabelecemos protocolos com entidades locais, também para lhes dar oportunidade para captarem jovens para o desenvolvimento dessas atividades nas suas associações e de poder haver uma maior ligação com a comunidade. Provavelmente terá que haver acertos no início do ano, porque é um modelo novo. Também temos a componente de apoio à família, tanto no pré-escolar como no 1º ciclo. Temos parcerias

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DR

Celeste Simão, vereadora da Câmara de Abrantes com o pelouro da Educação, garante que tudo está a ser feito para que o ano letivo que agora começa seja tranquilo. As Atividades Extra-Curriculares (AEC’s) vão funcionar de forma diferente e os alunos das escolas que fecham serão transportados para centros escolares. A autarca diz que está tudo aprovado e ultimado, embora admita que possa ser necessário fazer acertos no início das aulas.

• Celeste Simão: “A reorganização da rede escolar tem tido em conta o decréscimo de alunos” com as Associações de Pais e com os Agrupamentos para o prolongamento dos horários e para podermos proporcionar uma escola a tempo inteiro. É isso que se pretende: ajudar os pais que muitas vezes têm que entrar mais cedo ou sair mais tarde dos trabalhos e não têm onde deixar os filhos. Temos tudo preparado. Estamos a desenvolver os últimos procedimentos para não haver oscilações e para não haver problemas. Temos toda a gente a trabalhar nesse sentido e estamos convictos de que vai correr tudo pelo melhor. No modelo anterior havia escolas que fizeram escolhas diferentes da maioria e em função dos seus interesses. Vão continuar a poder fazê-lo ou agora é igual para todos? Quando tínhamos a empresa contratada, a oferta era o Inglês, a Atividade Física e a Música. Era igual para todos, à exceção de algumas escolas que já tinham autorização da (Direção Regional de Educação

de Lisboa (DREL) para desenvolver outras atividades porque tinham algumas nuances. Essas escolas também vão ficar com algumas atividades diferentes. Quais são as associações que estão envolvidas? Na Atividade Física e Desportiva será o Clube Náutico, nas Atividades Lúdico-Expressivas estamos a trabalhar com a Palha de Abrantes, com o Espaço IDança, com a Crescer e com outras associações. Como é que tem sido o envolvimento das Associações de Pais? Temos uma boa opinião em relação às Associações de Pais que estão a trabalhar connosco. É evidente que nem todas as escolas têm Associação de Pais mas, regra geral, no 1º ciclo fazem um bom trabalho e envolvem-se bastante. Noutros níveis de ensino também, os pais já se começam a dinamizar em volta de projetos sociais, talvez por causa do contexto em que estamos a viver. Ao nível do 1º ciclo não temos

aspetos negativos a apontar. Tem aumentado o número de crianças a necessitar dos auxílios económicos? Temos a perceção de que aumentou o número de pedidos. Enquanto representante do município nos Conselhos Gerais dos Agrupamentos também tenho essa perceção porque há agrupamentos que já têm uma verba destinada a esse tipo de carências. No pré-escolar e no 1º ciclo, havendo carências económicas, nenhuma criança ficará sem refeição. Embora não seja da responsabilidade da autarquia, como é que tem acompanhado a situação das colocações dos professores? Fui perguntando como estava a situação dos professores e o que os senhores diretores me transmitiram é que ao nível do 1º ciclo não haverá problemas de maior. Noutros níveis de ensino, sim, e que iriam colocar alguns professores a coadjuvar as aulas do 1º ciclo. Há alguns profes-

Como é que avalia tudo o que aconteceu ao longo dos últimos anos sobre a reorganização da rede escolar? Todos nós sabemos que temos uma Carta Educativa há já alguns anos e que neste momento a Câmara Municipal já aprovou o início da sua revisão. Temos feito algumas monotorizações desde que se começaram os processos de planeamento de construção dos centros escolares para os construir à medida das necessidades. O processo tem decorrido da melhor forma, na medida em que a nossa população escolar está a diminuir e que vai diminuir nos próximos anos. Quando nós apresentarmos o nosso Diagnóstico Social isso vai ser visível. Temos que ter isso muito em atenção. No nosso concelho a reorganização da rede escolar tem tido em conta esse decréscimo de alunos em idade escolar. Quanto aos encerramentos, que é a questão que mais preocupa as populações, o que nos falta para cumprir a Carta Educativa é o centro escolar da Encosta Sul e o centro escolar de Alvega e Concavada. Também estava prevista a reconstrução de S. Miguel de Rio Torto. Mas ainda não podemos adiantar nada quanto a este assunto. É sempre um drama quando se fala em encerrar escolas, mas nós não nos podemos alhear de que a sociedade vai evoluindo. E é este discurso que temos que fazer se estivermos atentos ao que nos rodeia. As crianças vão precisando de novas realidades dentro da escola onde estão. Não podemos fazer um discurso à semelhança daquilo que nos acontecia quando estávamos nas nossas escolas. Podemos aprender com o passado, mas temos que pensar em termos de futuro. Queremos criar sempre melhores condições. É isso que temos feito e é isso que queremos continuar a fazer, embora entendamos que, para as populações, é sempre o sentir de que estão a perder algo. Mas o que temos que pensar é que estamos a dar algo mais às nossas crianças. Apesar de irmos rever a Carta Educativa, não vamos sair muito daquilo que está projetado, tendo também em conta o decréscimo de alunos.


DESTAQUE 5

SETEMBRO2012

REORDENAMENTO DA REDE ESCOLAR EM ABRANTES

População de São Facundo revoltada com encerramento de escola O ano letivo 2012/2013 marca o arranque da atividade dos novos centros escolares. Em São Facundo luta-se pela manutenção da Escola Básica. A Câmara Municipal de Abrantes (CMA) concluiu o reordenamento da rede escolar no concelho dando cumprimento às orientações do Ministério da Educação acerca da concentração dos alunos nos novos centros escolares. Este reordenamento dita que o novo centro escolar Escola Básica (EB) Maria Lucília Moita (ex-EB1 Abrantes nº 3) vai receber as crianças da EB de Alferrarede Velha e dos jardins-de-infância de Alferrarede nº 1, Alferrarede nº 2 e de Casais de Revelhos, que serão extintos. Em comunicado, a CMA anunciou que também ficarão sem atividade letiva as EB’s de São Facundo, Brunheirinho e Vale das Mós, e os Jardins de Infância de Bemposta e Vale de Horta - Brunheirinho, que passam a integrar o centro escolar de Bemposta. A EB de Martinchel, e os jardins de infância (JI’s) de Rio de Moinhos e Martinchel integram o centro escolar de Rio de Moinhos, ao passo que as EB’s e JI´s do Tramagal e Crucifixo formam o centro escolar do Tramagal. A CMA anunciou também foram criadas condições para o regular fornecimento de refeições na Escola Básica de Abrantes n.º 1, levando à extinção da Escola Básica Raul Figueiredo. Devido ao facto de o centro escolar das freguesias de Alvega e Concavada ainda não estar construído, a CMA informou que foi concedida autorização excecional de funcionamento para a EB de Concavada. O reordenamento da rede escolar do 1º ciclo do ensino básico no concelho está previsto na Carta Educativa, homologada pelo Minis-

• EB Maria Lucília Moita acolhe alunos de três estabelecimentos de ensino tério da Educação em 29 de Maio de 2007 (ver entrevista na página 4). O comunicado refere ainda que “foram construídos oito centros escolares, dotados de refeitório, biblioteca, e espaços adequados para a prática desportiva, entre outros, infra-estruturas que as velhas escolas do Centenário já não oferecem”

Críticas ao encerramento da EB1 de São Facundo Com o reordenamento a ditar a extinção de várias escolas no concelho abrantino, previsto na carta educativa de maio de 2007, a população de São Facundo não aceita a decisão da Direção Regional de Edu-

cação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL). Em comunicado, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola de São Facundo (APEEE) acusa a CMA de ser “a principal responsável pelo encerramento da Escola de São Facundo. Na verdade, quem nos deveria defender traiu-nos. Traiu-nos pelo que fez às escondidas e pelo que não fez às claras”. Em entrevista à Antena Livre, João Marchante, presidente da APEEE de São Facundo, acusou a CMA de ter “deixado passar o tempo para que os pais não tivessem tempo para uma reação”, defendendo que “a escola tem atualmente o número mínimo de alunos para se manter em funcionamento”.

A decisão foi tomada oficialmente pela DREL em 17 de julho de 2012, mas várias vozes se levantaram em defesa da escola, questionando “quem está por detrás da decisão”, nomeadamente Carlos Arês, vereador eleito pelo ICA – Independentes pelo Concelho de Abrantes – que anunciou em primeira mão a intenção de requerer uma providência cautelar em tribunal para suspender a decisão de encerramento. A posição do vereador é no sentido de manter a escola de São Facundo “aberta durante mais alguns anos”, “não se justifica que seja encerrada agora, uma escola que até tem servido de referência para a CMA”. António Campos, presidente da

Junta de Freguesia de São Facundo teceu duras críticas ao executivo municipal, em especial a Celeste Simão, vereadora com o pelouro da educação, acusando-a de nunca ter dito que a escola iria fechar, contradizendo as palavras da vereadora que diz ter acompanhado de perto o caso com a população, inclusivamente através de reuniões. Celeste Simão realçou as novas condições dos centros escolares, nomeadamente o de Bemposta, que acolherá os alunos de São Facundo, e advertiu para o facto de o reordenamento estar previsto na carta educativa do concelho. Precisamente a carta educativa que Manuela Ruivo visou quando exigiu, em declarações à Antena Livre, que fosse revista por estar “desatualizada”. Apelou ao executivo, “nomeadamente à Sra. Presidente, que tenham sensibilidade para com a população de São Facundo”, exigindo uma tomada de posição, a favor ou contra, por parte do executivo e também por parte da concelhia socialista. Maria do Céu Albuquerque, presidente da CMA, disse que a escola do de São Facundo vai fechar “pela proximidade do Centro Escolar de Bemposta”, que dista cerca de 12 quilómetros, e devido ao que é «preconizado na Carta Educativa», documento governamental que prevê o seu encerramento. A reunião de Câmara de segundafeira, dia 10, foi apontada como a ocasião em que os intervenientes questionariam o executivo sobre este assunto. Por motivos relacionados com o fecho desta edição do Jornal de Abrantes, não nos será possível relatar os acontecimentos desta reunião neste número mas a Antena Livre continuará a acompanhar o dossiê na sua informação. RICARDO ALVES

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6 DESTAQUE

SETEMBRO2012

NOVOS DESAFIOS NO CENTRO ESCOLAR DE RIO DE MOINHOS

“Expetativas altas” no início do ano letivo O presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Estabelecimentos de Ensino do Oeste do Concelho de Abrantes (APEOCA), Rui André, está otimista quanto ao ano letivo que agora se inicia. As expetativas são altas não só porque este ano é o primeiro que se inicia nas novas instalações – o Centro Escolar de Rio de Moinhos –, mas também porque há um conjunto de novidades: vão ser acolhidos os alunos da Aldeia do Mato e de Martinchel e a própria Associação de Pais está a organizar as AEC’s e o complemento de apoio à família. O Centro Escolar de Rio de Moinhos vai ter três turmas do 1º ci-

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clo, com 18 alunos cada. Ao nível do pré-escolar ainda só está garantida uma turma, mas a Associação de Pais já fez o pedido para que mais uma seja aberta, até porque existe lista de espera no Agrupamento Dr. Manuel Fernandes, a que pertence. “Nós temos condições físicas para abrir mais uma sala. Estamos a pressionar para tentar satisfazer os pais, incluindo pais de Abrantes, que têm filhos com três anos e que não têm onde os deixar.” - explica Rui André. Quanto ao complemento de apoio à família, a APEOCA está em conversações com a Câmara Municipal para poder prestar este serviço à comunidade. Ou seja,

Representante dos pais defende mais uma turma de préescolar

abrir às portas da escola das 8h00 às 9h00 e permitir que as crianças fiquem entre as 17h30 e as 19h30. Mas “só para quem apresentar comprovativo da entidade patronal.” Rio de Moinhos é uma das exceções no que diz respeito às AEC’s (ver entrevista da pág. 4). Neste caso, a Associação de Pais decidiu contratar diretamente os docentes de Inglês e de Educação Física. Quanto às Atividades Lúdico-Expressivas, foi dada prioridade a aspetos próprios da terra e a uma disciplina para dominar emoções a ações. Assim, o ano vai ser dividido em três partes: Educação Musical, Danças Populares e Ioga

ou Ninjuntsu. O objetivo é que as crianças tenham experiências variadas, para que depois possam fazer as suas opções e, eventualmente, ingressar na Filarmónica Riomoinhense ou no Rancho da Casa do Povo. Apesar de ter uma “expetativa alta” em relação ao novo ano letivo, o representante da APEOCA tem algumas preocupações: o acesso à escola ainda não está concluído, o parque infantil para o recreio ainda não chegou e a não há forma de tapar as janelas para projetar fotos ou vídeos em condições. HCS


DESTAQUE 7

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SPGL ALERTA PARA UMA SITUAÇÃO DE “FLAGELO SOCIAL”

Redução significativa no número de professores A região de Abrantes não tem aspetos que a distingam das características do concurso de professores a nível nacional. João Vítor Pedro, da delegação de Abrantes do Sindicato de Professores da Grande Lisboa (SPGL), refere que, tal como aconteceu um pouco por todo o país, “houve um grande número de professores que estavam há vários anos nas escolas da cidade que não ficaram colocados”. Num momento em que ainda não era possível quantificar o número de professores que não viram os contratos renovados ou que ficaram sem serviço letivo atribuído (os chamados ‘horários zero’), apenas era óbvio que o número de docentes “que as escolas colocaram este ano é bastante menor do que o número de professores que as es-

colas colocaram em anos anteriores”. A título de exemplo, João Vítor Pedro refere a Escola Dr. Solano de Abreu. No ano passado tinha 106 docentes e no ano que agora começa são apenas 90. Passou-se de 20 contratados a quatro e três professores do quadro ficaram sem componente letiva. E tudo indica que em outras escolas o panorama, em termos de percentagens, é pior. As não renovações atingem todas as áreas de lecionação: História, Filosofia, Geografia, Inglês, Educação Visual e Tecnológica e outras. Para além dos não contratados, a situação também se complicou para os professores do quadro que “tendo tido horário no ano passado este ano ainda não têm colocação”. São professores efetivos

com vínculo ao Ministério da Educação mas que estão ainda por colocar. Também estes “são mais do que nos anos anteriores”. Normalmente “esta situação acontecia sobretudo na Educação Tecnológica, mas este ano acontece também noutros grupos”, como o de Inglês. São professores do quadro que não têm horas letivas atribuídas que estão a aguardar uma colocação noutra escola, se ela vier a ocorrer. Se assim for terão que se deslocar, “o que se traduz numa situação de grande instabilidade, porque podem ter que se deslocar ao longo do ano para pontos longínquos do distrito”. Enquanto não têm colocação a escola onde estão terá que lhes atribuir funções. “É uma situação precária porque ficam na escola até terem colocação, mas a

escola não pode contar com eles de forma definitiva. Terão que ficar adstritos a funções pontuais que as escolas possam atribuir-lhes, o que não traz vantagens para ninguém, nem para a escola, nem para os professores, nem para os alunos.” conclui João Vítor Pedro. Nos casos dos professores sem serviço letivo atribuído há profissionais com 10, 15 ou mesmo 20 anos de serviço. Não tendo turmas, e dependendo do vínculo que têm, o ano letivo que se aproxima é uma incógnita. Se fizerem parte do quadro distrital, podem ter que se deslocar “entre Ourém e Benavente, até Samora Correia, o que introduz uma instabilidade muito grande”. João Vítor Pedro garante que “o panorama é muito mau” e lembra que a Fenprof (Federação

de Professores a que pertence o SPGL) denunciou a situação atempadamente, alertando para um cenário de acentuado desemprego. “A situação teria sido pior se não fosse a ação muito forte dos sindicatos e a pressão das escolas e dos professores.” Trata-se, na sua opinião, de um “flagelo social” que para além de causar instabilidade na vida dos professores cria “graves prejuízos para os alunos”. Por isso, alerta: “As coisas estão a começar. Penso que neste início de ano letivo se vai tornar óbvio que se as pessoas querem um bem que é essencial para o seu futuro vão ter que lutar por ele. Se não o fizerem o prejuízo vai ser enorme.” Hália Costa Santos

MENOS PROFESSORES NAS ESCOLAS E MAÇÃO NÃO FOGE À REGRA

“O corpo docente não se renova da forma que seria necessário” “O entusiasmo, a alegria, as experiências inovadoras que os professores mais novos transportam normalmente consigo são completamente desaproveitados porque não conseguem obter colocação em qualquer escola.” Este é o comentário de José António Almeida, diretor do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte, de Mação, perante os resultados das colocações do recente concurso de docentes. E acrescenta: “Temo ainda que o espírito missionário que tem envolvido os professores deste Agrupamento, em resultado de tantas injustiças por parte

da tutela, se comece a diluir.” Mação não foge à regra no que diz respeito à diminuição de docentes nas escolas públicas. No ano letivo passado trabalharam no Agrupamento de Escolas Verde Horizonte 105 docentes. Este ano, em resultado das novas regras definidas pelo Ministério da Educação (ver texto em cima), nove dos docentes contratados não voltaram à sua escola e seis docentes estão com horário zero, ou seja, sem turmas atribuídas. José António Almeida adianta que no caso do seu Agrupamento “o grupo mais afetado foi sem dúvida o da

Educação Visual e Tecnológica”. Quanto aos docentes que estão na carreira mas que ficaram sem horário, “vão acompanhar os alunos com mais dificuldades e desenvolver atividades com os alunos cujo professor esteja a faltar”. Outra forma de poderem ser úteis é colaborando em projetos desenvolvidos no Agrupamento. Embora admitindo que é um pouco prematuro confirmar se há projetos que possam ser colocados em causa em resultado das novas regras de contratações de docentes, José António Almeida garante que “os professores vão

ter uma enorme sobrecarga de trabalho”. Por tudo o que está a acontecer, afirma que “as escolas não vão (não podem) ficar melhores”. O diretor vê o futuro próximo “com grande preocupação”. Por um lado, “a quantidade de trabalho exigido aos professores vai desgastá-los de tal forma que terá consequências na qualidade de trabalho que desenvolvem com os seus alunos”. Por outro lado, este professor teme “um aumento da indisciplina dado que o corpo docente não se renova da forma que seria necessário”.

Dando continuidade à preocupação de ir renovando a oferta educativa sempre que termina um curso profissional ou um CEF, o Agrupamento de Escolas Verde Horizonte vai abrir duas novas formações: um CEF de Cozinha e um Profissional Técnico Auxiliar de Saúde. Tal como tem vindo a acontecer ao longo dos últimos tempos, os cursos que são oferecidos adequam-se ao meio, aos alunos e às famílias da região e, simultaneamente, pretende-se que garantam “alguma empregabilidade na nossa região”. HCS

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8 EDUCAÇÃO

SETEMBRO2012

Convidar autores que interessam à comunidade

Quem está minimamente atento, sabe que a Biblioteca António Botto tem vindo a apostar na organização de diversas atividades com o objetivo de promover hábitos de leitura. A título de exemplo, o diretor, Luís Santos, refere uma atividade mensal – “Entre nós e a palavra” – com autores de língua portuguesa, que “tem sido um sucesso”. Para além dos 12000 leitores ativos que tem, a dinâmica da Biblioteca abrantina é visível no site da rede pública de bibliotecas, uma vez que praticamente monopoliza a informação em termos da atividades nacionais. E isso, naturalmente, dá a Luís Santos um “particular gozo”. Esta forma de estar da Biblioteca

DR

Como são estudados, analisados e, também, acarinhados os autores de língua portuguesa? Procurámos respostas em palcos privilegiados de promoção da cultura literária: na Biblioteca Municipal António Botto e nas escolas. Podia ser em qualquer outra escola do concelho mas, neste caso, foi dada voz a professoras da Escola Dr. Manuel Fernandes e da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).

• Escritora Elsa Serra na Biblioteca António Botto António Botto resulta de uma visão muito própria sobre a participação das bibliotecas em torno da vida das comunidades. “Entendemos que a biblioteca tem um papel importante para a criação de opinião e de cultura dentro da comunidade e fa-

zemos isso para públicos desde os três até aos 80 anos. Criando públicos estamos a promover a inclusão social, a concretizar o conceito de democracia cultural como nós o entendemos.” – explica Luís Santos. O atual diretor da Biblioteca Antó-

nio Botto está em Abrantes há poucos meses, mas uma das coisas que mais lhe agrada é ver que “há um trabalho global feito no concelho, em colaboração com os professores bibliotecários”. Esta parceria contribui para o sucesso das atividades

da Biblioteca. Por exemplo, os escritores Elsa Serra e Pedro Soromenho foram convidados para conversar com crianças e jovens do concelho e o que fica da conversa é sobretudo “a alegria que os alunos tiveram, por falar com um autor e por ter um livro autografado”. Para Luís Santos, esta é a maior recompensa que se pode ter. “O nosso trabalho não é validado em contas, o que nós fazemos é a construção de uma comunidade.” Quanto aos autores convidados, sobretudo os que se dirigem mais a um público adulto, o diretor da Biblioteca António Botto explica que são escolhidos com base em critérios de atualidade. “Quando temos a sensação que um autor vai ter saída a nível editorial, temos tendência a convidar porque estamos que sentir o pulsar da comunidade.” Tratase, no fundo, de ir ao encontro dos gostos dos leitores, procurando reproduzir a oferta das livrarias, porque, se não o fizer, a Biblioteca corre o risco ficar desadequada em relação aos interesses dos leitores. Por exemplo, Luís Miguel Rocha, que é um autor que tem vendido muito, já garantiu presença na Biblioteca António Botto, em outubro.

“Se só os obrigamos a ler aquilo de que eles não gostam, podemos estragar leitores” As escolas são a outra face deste trabalho que está a ser desenvolvido em Abrantes no sentido de democratizar e promover hábitos de leitura. Ana Paula Fernandes é professora de Português na Escola Dr. Manuel Fernandes, instituição de ensino que no ano letivo passado convidou dois autores para falar diretamente com os seus alunos: Mafalda Moutinho e Artur Dagge. Pela experiência que tem, esta docente conta que “é muito motivador” para os alunos. O problema é a questão do dinheiro, porque “quando convidamos alguém sai do bolso de quem está a convidar, pelo menos trans-

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porte e alimentação”. Ana Paula Fernandes adianta que, para além disso, “agora já há autores que pedem dinheiro por sessão, o que começa a ser complicado”. A estratégia tem sido recorrer a quem está perto e tem qualidade. Por isso, recentemente convidaram o escritor Artur Dagge, que é professor da Escola D. Miguel de Almeida, e que pulicou um livro de contos “que estão muito bem escritos”. Para além do trabalho “enriquecedor” que a biblioteca escolar tem vindo a fazer (com diversas atividades para promoção da leitura), do estudo dos livros obrigatórios (como Sophia, Saramago, Camões,

Pessoa e Garret) e daqueles que os professores podem escolher, Ana Paula Fernandes conta que adotaram a estratégia de fazer contratos de leitura com os alunos. Eles escolhem os livros que querem ler e depois fazem uma apresentação oral, que conta para a avaliação. Às vezes aparece um livro proposto por alunos que não se adequa a critérios de qualidade pedagógica. Ana Paula Fernandes defende que a opção, sobretudo quando são alunos mais novos, é permitir que o façam. “Mais vale deixar ler qualquer livro porque pelo menos estão a ler. Mas a partir do 10º ano já não se justifica apresentarem determinados

autores, têm que começar a diversificar. Mas se só os obrigamos a ler aquilo de que eles não gostam, podemos estragar leitores. Tem que haver um equilíbrio.” Também na ESTA se faz um trabalho de análise da literatura portuguesa, nomeadamente a parte do estudo da língua. “A língua não é só um instrumento de comunicação, ela consubstancia uma herança cultural, uma estrutura de pensamento, uma forma particular de identidade”, frisa Maria Romana, docente de Língua e Literatura Portuguesas. Esta professora defende que as instituições de ensino superior “deveriam ser os espaços de aperfei-

çoamento” do domínio língua, uma vez que são locais de reflexão e criação, “que pressupõem hábitos de leitura”. Na sua opinião, ensino superior “necessita cativar os alunos para a leitura, como forma de aprofundar a competência na sua língua”. Esta é, na sua opinião, a condição necessária para a compreensão das matérias que, mais tarde, lhes irão dar a aptidão científica e profissional, como uma verdadeira forma de aprendizagem. “A leitura de autores portugueses permite uma maior competência da língua materna, um entendimento da cultura e, mais, um entendimento de nós próprios e dos outros”, conclui.


EDUCAÇÃO 9

SETEMBRO2012

COLÉGIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Ao serviço de Abrantes para uma educação de excelência É um autêntico recanto da aprendizagem, comemora 73 anos de existência e tem garantido, sob o comando das irmãs Doroteias, uma educação de excelência. Foi pelas mãos do Cónego Silva Martins, que renuiu um conjunto significativo de abrantinos, que o colégio Nossa Senhora de Fátima foi construído. O objetivo na altura era ter na cidade um Colégio que tivesse secundário e que fosse apenas destinado a raparigas. Foi graças ao empenho de várias famílias com algum poder económico na cidade de Abrantes que o Colégio abriu portas no dia 13 de outubro de 1940. Quando iniciou atividade, o Colégio juntou logo um número muito elevado de raparigas, oriundas de várias zonas do país. “Chegámos a atingir 300 alunas. Vinham de todo o lado, Lisboa, Alentejo, Beiras, Colónias Portuguesas, enfim, locais que não tinham a escolaridade até ao 7º ano. Aqui as alunas faziam o seu percurso escolar e depois, caso tivessem essa possibilidade, ingressavam na univer-

• Irmã Santos Costa defende “uma educação baseada no amor” sidade. Quando abrimos, a adesão ao Colégio foi de tal forma que tivemos de aumentar as instalações.” - explica a irmã Santos Costa, diretora do espaço educativo. Atualmente, esta escola assume apenas o 1º ciclo e um Centro Social Juvenil de Nossa Senhora da Esperança, um ATL que reúne um vasto leque de atividades lúdicas e pedagógicas. No que diz respeito ao dia a dia escolar, a irmã contou ao JA que

há determinados valores humanos que são todos os dias passados aos alunos: uma educação baseada no amor, mas também desperta para as problemáticas de hoje em dia. “Todas as manhãs temos um momento de reflexão. Falo com os alunos e deixo-os pensar sobre tudo um pouco, efemérides, temas debatidos na comunicação social, problemas da sociedade, enfim… Aquela ideia que nós, irmãs, vivemos fechadas para o mundo e, logo, a nossa

educação também é condicionada, não é de todo verdade”. A diretora garantiu ao JA que as irmãs, nos dias de hoje, são mulheres viradas para o mundo, acompanham as inovações, leem bastante, utilizam a internet e gostam sobretudo de aplicar os conhecimentos numa boa educação. “Um dos objetivos do próximo ano letivo é, por exemplo, colocar as crianças a pensar sobre o que é o Banco Alimentar, a importância que tem hoje uma organização deste género”. São doze irmãs que estão integradas no Colégio Nossa Senhora de Fátima. Todas elas trabalham em regime de voluntariado. Em Abrantes são cerca de 45 alunos que beneficiam das aulas do 1º ciclo e 120 alunos estão integrados no ATL, onde há diversas atividades que vão desde a pintura, a música, a dança, o desporto, etc.

“Estamos no momento de discernimento” A irmã Santos Costa admitiu ao JA que este é um momento difícil para

todos e o Colégio não é exceção. “As mensalidades pagas aqui estão adequadas aos poucos recursos existentes nas famílias, mas não à totalidade das necessidades do Colégio. Nunca deixámos de receber uma criança por falta de recursos económicos, temos bolsas de estudo e fazemos de tudo para apoiar quem mais precisa. Agora, também considero que o sistema educativo em Portugal não é equitativo, deveria haver maior sensibilidade para este tipo de projeto que não é nenhum tipo de comércio, mas sim voluntariado puro.” Mas não é apenas a crise que preocupa a irmã Santos Costa: “O afastamento da formação cristã é um problema no seio familiar, há muito individualismo e o consumismo é constante, já há poucas pessoas a trabalhar como nós, no voluntariado de forma completamente gratuita e sem limitações. Estamos, por isso, numa fase de discernimento, vamos estar em processo de avaliação até 2016 continuando a fazer o melhor trabalho possível com as crianças.” Joana Margarida Carvalho

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10 ABRANTES

SETEMBRO2012

Alguns passos de Fernando Velez

FERNANDO VELEZ

Um homem-energia, de obra feita Nunca foi consensual, e ainda bem. A sua vida não foi só virtude, como a nossa não é (e nunca é só defeitos). A verdade, porém, é que Fernando Martins Velez (19252012) foi um homem importante nesta terra, a que dedicou a vida e em que deixa obra feita. Vejo-o sobretudo como energia, um poço de energia, vontade de fazer. Por isso, onde chegava dava uma volta às coisas. Não me lembro de muitas. Mas vi-o dar uma volta à Misericórdia de Abrantes, quando foi provedor (1979-1991). Voltei a vê-lo dar uma volta ao Jornal de Abrantes e tenho para mim que foi ele que o salvou da morte, pois lhe inverteu a perda de alma e corpo que só poderia terlhe sido fatal. Já não são do meu tempo os factos, mas é-o a memória replicada das récitas que terá abrilhantado, com a estrela que viria a ser sua esposa, Guilhermina Velez, no Orfeão de Abrantes, onde o teatro e o canto eram a sua especialidade.

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Daí lhes terão vindo, mais tarde, as responsabilidades no Coro da paróquia de S. João. No Grémio da Lavoura, em Abrantes, onde prestou serviço durante 46 anos, era um pilar sólido na gestão. Foi ainda sócio fundador de duas firmas comerciais em Abrantes, uma delas um pequeno “império” na distribuição de gás por toda a região. Ah, e escreveu e editou o livro das suas memórias, “Poeiras do Passado” (1997), um testemunho do século XX abrantino. Era assim. Comprometido, realizador, eficaz. Por isso perturbador. Autoritário também, dizem. Não deixava as pessoas indiferentes. Por isso mesmo fez alguns inimigos. Não admira que se lhe tenha colado a ideia de que era informador da PIDE. Negava com energia. Mas, se o tivesse sido, era ainda e sempre porque levava a sério aquilo que era para levar. Que culpa tinha ele de ter tido uma vida pobre e di-

fícil no início (“teve o primeiro par de sapatos aos oito anos” e, ainda assim, “graças à intervenção do senhor José Lobato, que tinha uma sapataria”) e de não ter tido as oportunidades de formação que outros tiveram? Não, nunca foi um homem consensual, ainda bem. Nem só

feito de virtudes. E quem o é? Mas teve a virtude de não passar em vão. Que não se esbata demasiado rápida a nossa memória dele. Mesmo que ele não tenha sido da nossa linha. Que o arco-íris é feito de muitas cores. Alves Jana

- Escuteiro do CNE - Membro da JOC - Cantor de variedades - Ator amador de teatro - Árbitro de futebol (tendo chegado à 1ª Divisão Nacional) - Membro da Comissão Organizadora das 1ª e 2ª FeiraExposição de Abrantes - Diretor do Sporting de Abrantes - Diretor do Hóquei Clube de Abrantes - Diretor do Orfeão Abrantino Pinto Ribeiro - Diretor do Patronato de Sta. Isabel - Reitor da Irmandade do Senhor do Passos - Membro da Conferência de S. Vicente de Paulo (S. João) - Membro da ARA – Associação para o Desenvolvimento de Abrantes - Presidente do Montepio Abrantino Soares Mendes - Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes - Membro do Conselho Geral do Hospital Distrital de Abrantes - Administrador do Jornal de Abrantes - Chefe de redação do Jornal de Abrantes


Festas de Sardoal. Espalhem a notícia!

Não se sabe se o arauto do Reino espalhou a boa nova pelos quatros cantos do Império. Tão pouco consta que El-Rei D. João III, o Piedoso, tivesse assessoria de imprensa para divulgar à nobreza, clero e povo os seus atos institucionais. Sim ou não, verdade verdadinha, é que em 22 de Setembro de 1531, estando o ilustre monarca com escritório em Évora, assinou a Carta de Mercê, elevando o mui próspero lugar de Sardoal, à categoria de Vila. Sabe-se lá porque obscuras razões andou tal efeméride perdida no Tempo e na espiral da História, sem que alguma vez, qualquer alma benfazeja a julgasse digna de especial comemoração. Passou a Idade Média, a Renascença, o Iluminismo, as pestes e as maleitas, as guerras e as revoluções, até se chegar ao vetusto Estado Novo, com os fieis seguidores do grande chefe Oliveira Salazar, a ig-

norarem, também eles, os mafarricos, a importância de tal data. Só a partir do ano da graça de 1977, por via das fragrâncias exaladas pelos Cravos da Liberdade, pôde o Município local consagrar esse dia, como Dia do Concelho, concedendo merecido feriado à insigne comunidade lagarta, a qual logo aproveitou para abrir os pipos do coração e verter os néctares da sã alegria. Em 1987, o GETAS, prestimosa associação de arte e cultura, promoveu na dita ocasião (22 de Setembro e dias vizinhos) um evento a que chamou Semana Cultural. No ano seguinte, Município e GETAS irmanaram-se e puseram de pé as Festas do Concelho como as conhecemos hoje. Com brilho, mística e qualidade. Festas do Sardoal. Estão aí. Espalhem a notícia! Mário Jorge Sousa


12 ESPECIAL SARDOAL

SETEMBRO 2012

MIGUEL BORGES, VICE-PRESIDENTE DO SARDOAL FALA SOBRE AS FESTAS E SOBRE O CONCELHO

“Não há um único bilhete cobrado” As questões sociais não podiam estar fora do centro da entrevista e ficou claro, à conversa com Miguel Borges, vice-presidente da autarquia, que é um ponto central nas políticas levadas a cabo. Este ano, de 21 a 23 de setembro, as festas são um conjunto de eventos. É a crise, mas também uma oportunidade

Como está o concelho ao nível do desemprego? Está como o país. O Sardoal não é exceção, tem muita gente desempregada. Todos os dias aparece gente a bater à porta da nossa ação social. O que conseguimos fazer, vamos fazendo, em articulação com outros parceiros. É verdade que não temos grandes entidades empregadoras, é a realidade do país e espero que rapidamente consigamos dar a volta. Temos o apoio social que é dado às pessoas através do gabinete de ação social e uma loja social que funcionam muito bem, e disponibilizamos vários bens essenciais às pessoas. Estamos a fornecer refeições a um número significativo de pessoas às quais achamos que é urgente dar resposta, pois achamos que o que precisam neste momento é de comer e não têm conseguido satisfazer essas necessidades básicas. Estamos atentos, a apoiar as pessoas, e vamos continuar a estar atentos sendo a ação social uma prioridade do nosso município. Há também um número social recentemente disponibilizado. No que consiste? Não pretende substituir os números de emergência que já existem. O que acontece é que diariamente as pessoas chegam até nós em busca de auxílio e muitas vezes denunciando, no bom sentido, o vizinho ou o amigo que não tem o à-vontade de chegar até nós e dizer que está necessitado. O que fizemos foi criar um correio eletrónico e um número de telefone (926513181/ e-mail emergencia. social@cm-sardoal.pt ), 24 horas por dia, para que as pessoas possam contar com discrição na apresentação dos seus problemas aos técnicos sociais. A equipa é qualificada para o trabalho social ou foi preciso contratar alguém?

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Ricardo Alves

RICARDO ALVES

Não foi preciso. O município temse sabido rodear, e ter nos seus quadros, técnicos desta área. Temos uma socióloga e uma assistente social, uma técnica que já trabalha nesta área há muitos anos, são pessoas que lidam diretamente com isto todos os dias e têm tido uma intervenção inquestionável nomeadamente no apoio a idosos carenciados, até abandonados. Mesmo no quadro legal da Comissão de Proteção a Crianças e Jovens temos feito o possível para resolver os problemas que surgem. Em tempos de crise certamente surgem novas situações de emergência social Têm chegado ultimamente o que nós chamamos casos de novos pobres, uma faixa da população que chega com maior dificuldade até nós. Pessoas que têm tido uma vida razoável, alguma classe média, e que de repente as coisas não correm bem porque um dos elementos do casal ficou desempregado ou porque houve cortes grandes e aumento dos preços. São esses que mais dificilmente chegam até nós.

“Não temos tido nada de relevante em termos de incêndios. Fazemos muita prevenção” Como tem sido a época de in-

cêndios no concelho? É uma grande preocupação nossa, tendo o nosso concelho uma grande mancha florestal. Daí termos um gabinete florestal que funciona muito bem. Também temos uma equipa de sapadores florestais e os bombeiros municipais, que fazem prevenção durante todo o ano. O grande sucesso advém da prevenção. Recordo que fizemos uma candidatura no âmbito do PRODER, de cerca de 250 mil euros, precisamente para intervenção no terreno no âmbito da proteção e combate a incêndios. Esse trabalho tem sido feito pelos sapadores florestais, pelo gabinete florestal, em colaboração e estreita articulação com os produtores florestais. Felizmente, desde há uns anos para cá tem resultado. Pelo menos em termos de prevenção achamos que fazemos o que devíamos fazer. Mas há coisas que não conseguimos controlar. Há a negligência e outros fatores a ter em conta… Se as pessoas verificarem, uma boa parte das nossas matas estão limpas, limpas com regras. As faixas de proteção das redes primárias e secundárias estão ser feita, uma margem que pode ir até 60 metros junto das redes viárias. Há também a prevenção feita em volta das po-

pulações e outras em volta das zonas industriais existentes. Ao nível das ocorrências, como tem sido a época de incêndios? Não temos tido nada de relevante, nada que não tivesse sido imediatamente atacado e ficado por aí. Também é preciso dizer que os nossos bombeiros não estão no quartel à espera de serem chamados. Eles estão espalhados pelo território, através de brigadas, para uma primeira intervenção rápida, e não nos podemos esquecer que o peso do Sardoal na proteção civil é de tal forma reconhecido que temos uma base dos Canarinhos, algo que muito nos orgulha, juntamente com os meios aéreos que estão aqui localizados.

“Vamos fazer uma grande festa” Há uma alteração no figurino das festas, uma concentração de eventos. Qual é a poupança que conseguem? Poupamos mais de 50 mil euros. A ideia até surgiu, não só por causa da crise, mas porque eu estava a visitar uma feira de uma festa de um concelho vizinho e uns munícipes do Sardoal que estavam perto comentavam que aquela festa era muito grande e a nossa era muito pequena. A nossa é pequena por-

que são duas, em alturas diferentes. Nós vamos fazer uma grande festa e procuramos trazer os interessados na Feira do Fumeiro, mas que ficam para a outra parte da festa. Assim como aqueles que vêm assistir aos concertos visitarão certamente a Feira do Fumeiro e levarão para casa algumas coisas de que gostarão. As celebrações do concelho conseguem então trazer visitantes para outros eventos que eventualmente não teriam a mesma afluência? Contamos que os visitantes dos diferentes eventos venham e que visitem os outros eventos. Quem vem assistir a umas jornadas ou a um festival hípico terá a oportunidade de visitar a Feira do Fumeiro. E quem vem visitar a Feira do Fumeiro poderá visitar os outros eventos que teremos por aqui. A festa vai ter preços sociais? A festa tem preços sociais! Não há um único bilhete cobrado. Aquilo que o visitante terá de pagar são os consumíveis, o que comer e beber, as compras que fizer na Feira do Fumeiro, mas terá a oportunidade de aí encontrar produtos que não estão sempre disponíveis. Até o cinema aqui é de entrada livre!


ESPECIAL SARDOAL 13

SETEMBRO 2012

VI FEIRA NACIONAL DO FUMEIRO, QUEIJO E PÃO

Os bons sabores vão estar em mostra A Feira do Fumeiro está de volta ao Sardoal, desta vez integrada nas festas do concelho. É uma mostra nacional de fumeiro, queijo, pão e vinho que vai estar na Praça Nova entre os dias 21 a 23 de setembro. Os bons sabores que vão estar em mostra representam cerca de 25 expositores oriundos de vários pontos do país: Mação, Serra da Estrela, Mirandela, Azeitão, Seia, Abrantes e Sardoal, com os presuntos, salpicões, morcelas, maranhos ou bucho recheado. Os vinhos terão presença forte garantida, mas o pão, o queijo e os doces também vão ter lugar de destaque. Para além do consolo gastronómico, a Feira vai contar com animação, cultura e música e ainda com o envolvimento do artesanato feito no Sardoal. Pedro Saraiva, técnico coordenador da TAGUS, Associação de Desenvolvimento Rural do Ribatejo Interior, uma das entidades promotoras do evento, disse ao JA que a Feira foi integrada nas festividades do Sardoal por dois

Conhecer o melhor do Sardoal No próximo dia 22 de setembro, a TAGUS e a autarquia do Sardoal vão levar a cabo um passeio pedestre. O objetivo é passar por vários lugares do Sardoal onde é feito o pão e o vinho e onde se pode passar bons momentos de lazer. Locais turísticos com atracões ambientais e culturais que podem ser conhecidos numa manhã dedicada ao desporto. O percurso tem 8 km e pode inscrever-se através do site da TAGUS. O limite máximo são 40 participantes.

motivos: “Devido aos condicionamentos financeiros entendemos, juntamente com a autarquia, que devíamos concentrar esforços, diminuir recursos financeiros, concentrando num único evento as despesas. Por outro lado, ao juntarmos os certames va-

mos potenciar as duas iniciativas. Ao atrair visitantes para a Feira estamos a divulgar o concelho e as festas. As pessoas já têm um motivo bem atrativo para se deslocarem nestes dias ao Sardoal.” A Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão tem por

objetivo promover os produtos característicos de cada zona do país e valorizar os fatores regionais de comercialização. Pedro Saraiva referiu ainda que a crise é algo que pode influenciar pela negativa o certame, mas as avaliações só

se fazem no final. “É um facto que capacidade de compra dos portugueses reduziu muito e ainda mais com este tipo de iguarias que podem ser prescindíveis, contudo, como estamos a falar de produtos tão deliciosos, a organização espera que as

tentações acabem por vencer e que seja mais uma Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão de sucesso. É um momento gratificante para a TAGUS, mas também para os produtores que se deslocam ao Sardoal nestes dias.” Joana Margarida Carvalho

Festival Hípico já é uma marca de referência As provas equestres estão de volta ao X Festival Hípico do Sardoal. Este ano, a Associação Recreativa da Presa, a promotora do evento, vai apostar em algumas novidades que contam com a colaboração da autarquia sardoalense, da TAGUS, da Escola Prática de Cavalaria de Abrantes e de alguns patrocinadores. Entre as muitas provas que vão decorrer no dia do festival, 23 de setembro, esperase a realização de um jogo que é um autêntico espetáculo, o Horseball. Jorge Gaspar, presidente da Associação Recreativa da Presa, referiu ao JA que “o objetivo é atrair os muitos amantes desta cultura do cavalo”, explicando que este ano de festival há um conjunto de vertentes: “O

contacto das camadas mais jovens com o cavalo é uma preocupação que temos. Assim, voltamos a ter um ou dois cavalos para que os mais pequenos possam montar. Logo de seguida decorre uma prova também destinada aos mais novos em competição. Seguemse as provas de competição que vão ser três e, por último, o grande espetáculo de encerramento.” O Horseball vai ser o espetáculo final a realizar. Jorge Gaspar explica que esta grande novidade e atração, que é uma modalidade muito importante no que diz respeito ao desporto equestre, se baseia num misto entre o andebol e o basquetebol a cavalo. As equipas presentes são da zona de Sintra, da Quinta da Figueira, equi-

pas já renome associadas a esta prática. São muitos os cavaleiros de Coimbra, Castelo Branco, Ponte de Sor, Mafra, entre

outras zonas do país que se deslocam ao Sardoal para participar nesta festividade. No final destes dez anos, Jorge Gaspar faz um balanço

muito positivo da realização dos festivais hípicos. “É um facto que é uma atividade com um orçamento brutal para uma organização como

a nossa, mas também é um facto que, com os muitos apoios que temos recebido e com muita vontade e determinação, é possível realizar-se um espetáculo de excelência para as comunidades. Temos consciência que este festival já é uma marca de referência no país”. Para além das provas e da mostra de cavalos, vai estar montada uma torre de atividades radicais para os que quiseram testar as suas capacidades. Quem gosta de adrenalina pode praticar gratuitamente a escalada, o slide e o rappel. O Festival vai ser levado a cabo junto à Escola Secundária do Sardoal e tem um orçamento que ronda os 4.500 euros. Joana Margarida Carvalho

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14 ESPECIAL SARDOAL

SETEMBRO 2012

Vários especialistas nas Jornadas sobre o Mestre do Sardoal “Numa das primeiras entrevistas, senão a primeira que dei para o Jornal de Abrantes, fizeram-me uma pergunta: Abrantes vai ter o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, Mação tem o Museu de Arte Rupestre. E o Sardoal? O que tem?” Serve esta declaração de Miguel Borges para fazer a introdução às Jornadas do Mestre do Sardoal. “Temos muita coisa. Para além de termos toda uma cultura ligada à Igreja e religiosidade temos os quadros do Mestre do Sardoal que é um património va-

liosíssimo do nosso concelho.” São, assim, muitos os grandes nomes que ao longo dos últimos anos têm vindo a estudar este artista e a sua obra e que acompanharam o processo de recuperação dos retábulos existentes no Sardoal. As Jornadas Mestre do Sardoal contarão com a presença do Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, e realizam-se no Centro Cultural Gil Vicente no dia 21 de setembro, primeiro dia das festividades. Os quadros do Mestre do Sardoal, um retábulo com sete pintu-

ras em madeiras de carvalho, expostas na Igreja Matriz, representam o “sinal mais importante a nível nacional, da transição estética da pintura portuguesa do Séc. XV para o Séc. XVI”, explicou ainda Miguel Borges. Precisamente, Miguel Borges será um dos intervenientes no painel da manhã. Este contará também com a professora Dalila Rodrigues, que abordará o tema “Os processos da pintura portuguesa no período manuelino: a série do Sardoal” e do mestre conservador/restaurador, Carlos No-

dal Monar, que falará sobre “Estudo da técnica pictórica, conservação e restauro”. À tarde, será a vez de Joaquim de Oliveira Caetano intervir sobre “O desenho subjacente na oficina “dita” do Mestre de Sardoal” e o Padre Francisco Valente desenvolverá “Uma nova leitura iconográfica sobre a sétima tábua do políptico”. A entrada é livre e as inscrições são gratuitas. Informações em 241 851 498 ou 967 331 111, ou na secção de Cultura do Município. R.A.

GETAS promove espetáculo musical

a rádio como você gosta

São cerca de trinta pessoas, um autêntico coro misto que vai abrilhantar o último dia de festas no concelho do Sardoal, pelas dez da noite. Os participantes são da Associação GETAS - Centro Cultural e vão cantar diversas músicas escritas por Mário Jorge, elemento do grupo, que foram trabalhadas musicalmente pelo maestro Miguel Borges, atual vice-presidente na autarquia.

Este espetáculo musical está associado aos trinta anos dos GETAS e diz respeito a vários lugares e místicas do Sardoal. Cristina Curado, vicepresidente da Associação, explica que “as músicas falam do concelho, do que é mais emblemático, por exemplo, o Pelourinho, o Chafariz das Três Bicas, Alcaravela, recantos da vila, etc. São músicas essencialmente de cariz popular que vão envolver a par-

ticipação de outras associações do concelho, como o rancho os Resineiros, a Filarmónica e outras coletividades. Um momento de bailado também é algo que vamos fazer, é uma das grandes surpresas”. O GETAS é presença ativa nas festas do Sardoal e tem exaltado a cultura nas suas mais variadas vertentes no concelho e na região, tal como refere Cristina Curado:

“Temos mantido uma atividade bem viva, vamos para a vigésima segunda peça teatral. Neste momento, já estamos a ensaiar uma nova peça para o nosso aniversário que se assinala em novembro. A vertente musical tem sido uma das nossas apostas e esperamos que este espetáculo de encerramento seja um sucesso.”

Júlio Nunes Grácio

Maria Augusta Lopes, Sardoal

Vasco Navalho

JMC

Como vive as festas do concelho do Sardoal, nomeadamente este ano? Sardoal Reformado 77 Anos

- Como nos outros anos, são festas que as pessoas aguardam todos os anos. Têm a tradição dos tempos em que eram organizadas pela Santa Casa, são dignas de serem vistas pois trazem ao Sardoal imensa gente.

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Funcionária dos Correios do Sardoal 55 Anos

Da melhor maneira que posso, é aproveitar! São festas bonitas mas antigamente era mais bonito. São menos dias. Dantes eram 15 dias, era no convento, era no centro da vila, na praça nova, mas é sempre uma oportunidade para ver pessoas que já não vejo há muito tempo.

Sardoal Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho 23 Anos

O concelho do Sardoal faz sempre grandes festas, este ano são menos dias. Ao longo dos anos tem sido menos dias mas é sempre positivo!


REGIONAL 15

SETEMBRO2012

PROJETO RPP SOLAR

Data limite para paciência abrantina O projeto da RPP Solar já passou por muito. Muita datas, muitas promessas, muitas propalações, muitas desilusões. Três anos depois, a autarquia deu um murro na mesa e exige garantias bancárias no valor dos terrenos vendidos ao empresário Alexandre Alves. Tudo se precipitou com o anúncio do Governo, no início de agosto, de que rescindirá o contrato de investimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a RPP Solar, no valor de 1.052 milhões de euros. Alexandre Alves, administrador da empresa que prometia 1900 postos de trabalho para a região, disse à rádio Antena Livre, nesse mesmo dia, que não desistia. O empresário, na mesma conversa, assegurou que independentemente desta decisão, o projeto vai avançar. “Para o Governo eu sou um mau exemplo, porque quero levar isto para a frente, mas estão enganados comigo. Nós começámos este mês (agosto) nas limpezas, no mês de setembro as empresas de construção vão acabar o que têm para acabar, em outubro vêm máquinas e em janeiro começamos a produção”. E continuou: “Calculo que são 389 pessoas – trabalhadores – e no final do próximo ano estaremos nas 800, portanto em três anos vamos pôr as seis fábricas a funcionar”. Aquando da visita às obras no terreno em Casal Curtido, Concavada, Alexandre Alves tinha muitas certezas: “Nós vamos admitir muitos jovens desempregados, os de Abrantes não chegam, será também aquela gente que esteja disponível de todas as zonas ribeirinhas. Nós não vamos fazer grandes exigências. E também não vamos pagar o salário mínimo, vamos ter salários com os prémios todos, de assiduidade, de produtivi-

Alexandre Alves (ao centro) tem que apresentar uma garantia bancária até 17 de •setembro, por exigência da autarquia liderada por Maria do Céu Albuquerque

dade, com os prémios todos são 1230 euros por mês. Portanto, são pessoas que vão para ali de alma e coração!” O empresário deixou uma outra previsão: “No dia da inauguração lá estaremos com os membros do Governo, e eles terão de se retratar.” O executivo camarário abrantino aprovou, por maioria, na reunião de 20 de agosto, uma proposta onde se exige à RPP Solar a apresentação, até 17 de setembro, de uma garantia bancária com prazo de execução, ou garantia pessoal com idêntico valor ao do excesso do valor do prédio, considerando o preço da aquisição e da venda. Esta decisão surge no seguimento do incumprimento das várias datas avançadas pela empresa para o início da produção. Este tema é, de resto, um dos mais discutidos no processo. No dia 17 de julho de 2009 foi votada, favoravelmente e por unanimidade, a proposta que visava oferecer condições especiais à empresa para levar a cabo o projeto, o qual previa criar 1900 postos de trabalho. Os terrenos - 82 875 hectares - visados nesta proposta de 20 de agosto, foram comprados e vendidos no mesmo dia. A autarquia investiu 1 milhão de euros na compra e vendeu os terrenos à RPP Solar, no mesmo dia por 103 586 euros. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, em reação à decisão da AICEP, afirmou que “apesar de tudo, e olhando para os factos, está concluída a construção da primeira fase da fábrica”. Para a autarca abrantina, a ser concluído o projeto, este seria “muito importante para a região”. No dia 17 de setembro vai saberse se a RPP Solar conseguirá cumprir com as exigências da autarquia. Ricardo Alves

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Filosofar em Abrantes Começou por ser uma rubrica, depois uma revista, hoje já é um clube. Chamase Filosofalando e é o novo projeto de Alves Jana, doutorado em filosofia. O Filosofalando representa dois meios de comunicar com o público é uma rubrica que é emitida todas as semanas na Rádio Antena Livre. Fala sobre aspetos da vida, do quotidiano, como também é uma revista trimestral que pode encontrar facilmente na Internet, pois assume apenas um caráter digital. Trata-se de uma revista portuguesa de filosofia aplicada que já tem duas edições: uma sobre a Filosofia na Cidade e a segunda sobre o Trabalho. Nesta terceira edição o tema abordado vai ser o Poder Autárquico, segundo Alves Jana. Para além da rubrica e da revista, Alves Jana convidou mais três elementos a juntarem-se ao projeto: Luís Barbosa, Mário Pissarra e Nelson Carvalho. São três filósofos que tinham a pretensão de se juntarem ao projeto da

Sardoal em festa dá Rua a Álvaro Andrade Passarinho

• Alves Jana diz “trazer a Filosofia à cidade é o objetivo” revista, mas depressa perceberam que podiam fazer algo mais. Assim, construíram o pioneiro Clube de Filosofia de Abrantes. Na sessão de apresentação deste novo Clube, que decorreu no passado dia 3 de setembro, na Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes, Alves Jana explicou ao JA que o clube tem como objetivo central “trazer a Filosofia à cidade”. Para

que este objetivo seja concretizado o filósofo explicou ainda que o Clube vai trabalhar em várias vertentes: “Vamos apostar novamente na componente Rádio e levar à Antena Livre todos os meses um livro, que será o livro do mês. A partir deste livro temos a pretensão de construir uma conversa no programa Disto e Daquilo que Antena Livre emite todas as terças e sextas feiras,

como também vamos promover sessões de encontro. Nas primeiras temos o objetivo de levar os partidos políticos com representação na Assembleia da República, que sejam agentes ativos na região, a falarem sobre vários assuntos de interesse público. São sessões abertas ao público que vão começar para meados de outubro”. JMC

Descobrir a geologia de Santa Margarida No âmbito do Programa Ciência Viva e através do Parque Ambiental de Santa Margarida, vai realizar-se uma atividade que consiste na exploração do parque atra-

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vés do sistema de posicionamento global (GPS). Através de coordenadas pré-definidas e com a ajuda do GPS, o desafio consiste em seguir um trajeto, respondendo a

questões sobre a geologia que se encontra no Parque Ambiental. As próximas edições desta atividade estão agendadas para os dias 12 e 14 de setembro. A iniciativa

dirige-se ao público em geral, sendo oito anos a idade mínima para participação. As crianças devem ser acompanhadas por um adulto.

A atual Rua F, em Sardoal (transversal que liga a Rua 5 de Outubro à Rua Lúcio Serras Pereira) vai passar a designarse Rua Álvaro Andrade e Silva Passarinho. As respetivas placas toponímicas vão ser descerradas no Dia do Concelho, 22 de setembro, às 11h15, logo a seguir à cerimónia do Hastear das Bandeiras, celebrando os 481 anos da elevação do Sardoal à categoria de Vila. A atribuição do nome Álvaro Passarinho a uma rua da vila foi o resultado de uma proposta de homenagem a título póstumo, apresentada pelo Presidente da Câmara, Fernando Moleirinho, e aprovada por unanimidade, em sessão do Executivo Municipal de 3 de novembro de 2011. Álvaro Passarinho nasceu em Sardoal, em 9 de feve-

reiro de 1920 e faleceu em 24 de outubro de 2011. Foi Presidente da Câmara, membro da Assembleia Municipal, primeiro Adjunto de Comando dos Bombeiros, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Presidente do Grupo Desportivo “Os Lagartos”, dirigente da Associação Nacional de Farmácias e jornalista/correspondente da imprensa nacional e regional. Licenciado em Farmácia, assegurou a direção técnica da “Farmácia Passarinho” durante 70 anos. Era conhecida a sua integridade de caráter e o seu apego aos ideais republicanos, tendo sido membro do MUD (Movimento de Unidade Democrática) que se opunha à ditadura salazarista. Em setembro de 2002 foi agraciado com a Medalha do Concelho de Sardoal.


REGIONAL 17

SETEMBRO2012 PUBLIREPORTAGEM

Discutir inovações em setores especializados As novas tendências no âmbito do setor olivícola, cárnico e hortofrutícolas vão ser analisadas no próximo dia 20 de setembro, no edifício INOV. POINT, no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede, em Abrantes. Trata-se de um seminário intitulado “Inovação aberta como ferramenta de competitividade para pequenas e médias empresas” e o objetivo é “sensibilizar empresas agro-alimentares para se tornarem mais competitivas” A planificação desta ação conjunta da TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e do Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar INOV.LINEA, do TAGUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo, é composta pela apre-

sentação de diferentes visões sobre as novas tendências de consumo e inovação no sector agro-alimentar, que inclui na discussão a importância da identidade do produto, exemplos de oportunidade e ferramentas de apoio à inovação. Na parte da tarde serão formados grupos para desenvolverem workshops temáticos que terão por finalidade o fomento de novas ideias e por consequência a criação de novos produtos. Este seminário pretende atrair produtores locais, pequenas e médias empresas, técnicos de Associações de Desenvolvimento Local, professores e estudantes. As inscrições incluem almoço e estão disponíveis no sítio da Internet da TAGUS (www.tagus-ri.pt).

Desporto em Abrantes para todos os gostos Em Abrantes, o mês de setembro é marcado por um conjunto de iniciativas ao nível do desporto. Entre os dias 22 e 30 decorre um torneio de futebol que envolve os clubes do concelho participantes no Campeonato de Futebol do INATEL. As finais do InCup Taça Concelhia Pré Época INATEL serão no dia 6 de outubro. A 23 de setembro, no Parque Urbano São Lourenço, terá lugar o II Duatlo de Abrantes “João Campos” – Taça de

Portugal por Terra, uma iniciativa da Federação de Triatlo de Portugal. Já em Rossio ao Sul do Tejo, mais especificamente no Fôjo, o dia 16 de setembros será marcado pela 3ª Maratona “No Trilho do Lobo”, organizada pela Associação de Cicloturismo e BTT do Fôjo. Para os amantes do BTT, a oportunidade surge no dia 9 de setembro. Trata-se do Passeio “Cabeços de São Miguel”, uma iniciativa da Casa do Povo de São Miguel do Rio Torto.

Inscrições para Futebol na Barquinha A Escola Municipal de Futebol da Barquinha tem inscrições abertas. As aulas começam no próximo dia 15 de setembro, no Parque Desportivo da Atalaia, às quartas depois das 18h00 e aos sábados de manhã. Os interessados podem inscrever-se no Centro Cultural da Barquinha ou através do número de telefone 249720358.

Passeio pedestre noturno A Câmara da Barquinha faz uma proposta de fim de verão, para quem gosta de passear. No dia 15 de setembro, partindo do Centro Cultural pelas oito da noite, a proposta de percurso pedestre passa por Tancos, Almourol e Moinho de Vento. O passeio é gratuito, mas a participação implica uma inscrição no Turismo local.

Solicitadoria: faça um Simplex à sua vida Na empresa de Carolina Frade, solicitadora, pode encontrar um balcão único que em muito pode simplificar as questões burocráticas que tantas vezes teimam em travar a sua vida. Licenciada em solicitadoria e licenciada em Direito, Carolina Frade, de 30 anos, foi Oficial das Forças Armadas (Força Aérea) durante 10 anos e é solicitadora desde 2010. Pode ainda não ser uma profissão muito conhecida para a sociedade, mas está “entre as 50 melhores profissões do mundo, segundo o jornal americano “The Wall Street”, afirmou a solicitadora que tem a empresa sediada no centro histórico de Abrantes. O que é afinal o balcão único? “É um balcão onde se prestam os serviços necessários, num só balcão, para determinados negócios jurídicos, nomeadamente os relacionados com bens imóveis e outros sujeitos a registo”. Ou seja,

uma simplificação que é resultado de vários serviços agora prestados por apenas um(a) profissional, ao invés da burocratização reinante nos últimos longos tempos. Em 2008, o programa “SIMPLEX” veio alargar o âmbito de atuação dos solicitadores, no entanto ainda há atos que continuam a ser próprios da profissão de notários. Este programa veio

ainda criar balcões de atendimento único. Nesse seguimento, a Câmara de Solicitadores decidiu certificar os serviços dos profissionais aderentes criando uma marca, “o Balcão Único do Solicitador”. E é exatamente isso que poderá encontrar, nomeadamente na empresa de Carolina Frade, na Rua José Estêvão, nº7, junto aos serviços camarários.

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CONSTÂNCIA 19

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“Uma vida dedicada à causa camoniana” Azevedo para gargalhada de quem a ouvia. De mão dada com o diretor do Museu Nacional da Imprensa, Luís Humberto Marcos, subiu a escadaria íngreme até à entrada da casa e pelo caminho ainda foi contando histórias e curiosidades, embevecida pelo regressar a um local que faz parte de si. Já dentro da Casa Memória, onde a esperava um bolo de aniversário, foi tempo para os discursos no auditório. A vereadora da CMC, em representação da Assembleia Geral da Casa Memória de Camões, agradeceu “a anuência da senhora Manuela Azevedo em vir à sua casa, num dia tão especial em que comemora o seu décimo primeiro aniversário “ A correção surgiu imediatamente, pela voz dos presentes: “Centésimo primeiro!” Um lapso compreensível para quem assistiu à energia e desenvoltura com que a jornalista e escritora subiu as escadas ex-

fíceis como hoje o são”, aludindo à escassez de verbas para o efeito. O autarca recordou o trajeto da Casa de Camões, “andou sempre muito aos tropeções, nunca se desenvolveu como era seu sonho e desejo mas a semente está cá, a obra está cá, e nós havemos de partir e a obra ficará e o nome de Manuela Azevedo ficará para sempre ligado a Constância”.

Câmara Municipal de Constância

A Câmara Municipal de Constância (CMC) e a Associação Casa Memória de Camões homenagearam, no dia 31 de agosto, uma mulher que dedicou grande parte da sua vida aos estudos camonianos. Numa tarde de calor sufocante junto ao rio Tejo, a homenagem a Manuela Azevedo, jornalista e escritora, começou com o descerrar de uma placa na parede exterior da Casa Memória de Camões. Entre cerca de três dezenas de amigos, familiares, autarcas e populares, Manuela Azevedo logo se emocionou e agradeceu a “lembrança”. “Espero que continuem o grande sonho da minha vida e que me vai acompanhar para o outro mundo.” À sua espera estava um carro da autarquia que a levaria à rua acima, tornando o trajeto para a Casa Museu descendente e mais facilitado. “Eu vou a pé”, disparou uma destemida Manuela

Manuela Azevedo soprou 101 velas em casa do poeta da sua vida

teriores e interiores. “Não está acabada mas as sementes estão lançadas” O presidente da CMC, Máximo Ferreira, falou sobre o projeto Casa memória Camões, como “um projeto da senhora Manuela”, “ambicioso como todos os seus projectos”. “Sempre que estamos nesta casa é uma honra, mas hoje temos aqui quem a concebeu e praticamente a concluiu”. Máximo Ferreira garantiu que “quer os associa-

dos quer o executivo camarário tudo farão para continuar esta obra e o seu sonho. As sementes estão lançadas”. António Mendes, ex-presidente da autarquia, atualmente presidente da Assembleia Municipal, conheceu Manuela Azevedo na década de oitenta. “É uma mulher que se dedicou a Constância, uma vida dedicada à causa camoniana”. E “se mais não fez foi porque não pôde, os tempos foram sempre di-

Trocou Camilo Castelo Branco por Luís de Camões Manuela Azevedo, por seu lado, afirmou que o seu “objetivo não era fazer da casa uma casa de turismo para turistas de garrafão (risos), mas sim um centro de estudos camonianos, um centro de irradiação camoniana”. E foi nesse sentido que trabalhou, nacional e internacionalmente. Se para muitos a presença de Camões em Constância permanece uma hipótese ne-

bulosa, para a jornalista essa questão nem se põe: “Viveu sim, há documentação que o prova”. Para uma explicação detalhada o melhor é visitar a Casa Memória de Camões. Foi com a leitura do jornal «O Século», do qual o seu pai era correspondente em Mangualde, que surgiu o interesse de Manuela de Azevedo pelo jornalismo. Em 1935 publica o livro de poemas, intitulado «Claridade», com prefácio de Aquilino Ribeiro. Pouco depois inicia a sua carreira no jornalismo. República, Diário de Lisboa, Diário de Notícias ou O Dia, que fundou, são os jornais nos quais trabalhou. Também escreveu e publicou dezenas de livros de poesia, contos, novelas, romance, crónicas, ensaios, biografias e peças de teatro. São 101 anos dedicados à cultura, de uma mulher que trocou Camilo Castelo Branco por Luís de Camões. Constância agradece. Ricardo Alves

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20 CULTURA

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“PLANETA VACA”, UMA BANDA DE OUTRA DIMENSÃO

“Apenas dizemos aquilo que pensamos com algumas metáforas” ANA CLÁUDIA DAMAS*

Zorba (guitarrista e vocalista) e Tuniko (baterista) são os únicos elementos do grupo “Planeta Vaca”. Da região de Penhascoso, mas com poucos meses de existência, os dois músicos dão a conhecer o que se passa neste planeta com um nome tão singular.

Como surgiu o projeto “Planeta Vaca”? ZORBA – Isto surgiu quando vim viver para o interior, por vicissitudes da vida. Tinha casa no Penhascoso, vim para aqui viver, e pensei em fazer uma banda de originais, porque tinha disponibilidade. Pensei em arrancar com o projeto, e lembrei-me de tentar arranjar músicos. Pus o anúncio numa loja, e encontrei o Tuniko, como baterista. Nunca apareceram muito mais músicos… ainda hoje estamos à espera de encontrar um baixista ou outro músico para tocar connosco. Fomos começando a trabalhar assim e desenvolvendo uma estética ligada ao que temos: uma bateria – que é uma composição de vários instrumentos – e uma guitarra com voz. Como é que caracterizam a música que fazem? TUNIKO – Nós fazemos um rock, pode-se dizer, possante, mas ao mesmo tempo melódico. Consegue-se perceber perfeitamente cada passo da música, e o facto de sermos dois também ajuda. Não há aquele bolo de 50 instrumentos, é muito mais fácil. ZORBA – Muito mais direto, também. É um rock direto,

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uma coisa mais alternativa. É o chamado rock alternativo, uma tentativa de ser direto na mensagem, no objetivo da música, sem muitos subterfúgios. Não consigo caracterizar de outra maneira: é um rock alternativo direto (ri). Que reações é que têm obtido às vossas atuações, ou através da vossa página no Facebook? ZORBA - Nós começámos a tocar há cinco ou seis meses… Se me tivessem perguntado no ano passado se eu achava que isto iria correr assim, eu diria que não. No primeiro festival a que concorremos, como forma de ver o que é que o pessoal estava a achar – porque não estávamos ainda a mostrar nada a ninguém -, ganhámos logo a eliminatória (ri). Foi uma coisa surpreendente. Nós acreditamos que estamos sempre a fazer a melhor coisa do mundo, se não, não a fazemos. Mas no fundo temos sempre aquele pé atrás, não sabemos o que é que os outros vão achar, e foi muito interessante e motivante para nós ganhar logo a primeira eliminatória. TUNIKO – E depois, na final, ficámos em 3º lugar entre 120 bandas. ZORBA – Sim. Como é óbvio, no início, as coisas não correm sempre bem, ainda há rodagens que não estão a 100%, mas conseguimos superar as coisas, e claro que já estamos diferentes daquilo que éramos no início, por isso confio mais no que vamos fazer no futuro. Foi bom o que aconteceu, agora já estamos a pensar no amanhã. Esta-

vemos num planeta que não é muito normal, passa-se muita coisa estranha, e infelizmente, as vacas somos nós, os pequeninos. Embora nós não façamos só músicas de crítica social. ZORBA – Tem sempre o lado bom do seu “cunhozinho” de intervenção, mas nem sempre política. TUNIKO – Nós não ofendemos ninguém, nós apenas dizemos aquilo que pensamos com algumas metáforas. ZORBA – Por exemplo, na música “Porcos na engorda” não estou a chamar porco a ninguém, que fique aqui claro.

• Zorba e Tuniko procuram mais um elemento para juntar ao grupo mos a tentar construir novas coisas, dentro do facto de já termos uma noção mais concreta de para o que é que as pessoas estão preparadas, e para o que não estão. Na altura em que construímos o repertório que temos, não tínhamos feedback. Nas próximas músicas que fizermos, provavelmente, o objetivo já será mais claro. Nós temos o objetivo de tornar as coisas um pouco pop, não é só rock de rutura completa. Estou a acreditar muito no que vamos fazer daqui para a frente, por isso é que era engraçado encontrarmos outro músico para tocar connosco. O que é que vocês pretendem alcançar com este novo elemento no vosso grupo? TUNIKO – Mais liberdade em palco, porque nós os dois estamos muito concentrados um no outro. Se um falha, nota-se logo. Com um

terceiro elemento podemos ter mais liberdade, mais confiança, para além de nos trazer vantagens em termos de som. ZORBA – E mais visibilidade. Nós também não queremos ir muito mais além, não queremos aumentar a banda. O terceiro elemento talvez faça falta, mas não vamos forçar. Nós acreditamos no que estamos a fazer. A mensagem também nos é muito importante, e se calhar o terceiro elemento pode criar aqui algum desequilíbrio. Pode e não pode, por isso é que terá que ser bem pensado, porque a fórmula que nós temos já está mais ou menos definida, apesar de ter o seu espaço de evolução.

ou para a página pessoal de cada um de nós, e assim que pudermos, respondemos.

E quem quiser juntar-se a vocês, como poderá prestar provas? ZORBA – Poderá mandar uma mensagem através da nossa página do Facebook,

De onde surgiu o nome do vosso grupo? ZORBA – Planeta Vaca, no fundo, tem a ver com o contexto social. É uma metáfora. TUNIKO – Infelizmente, vi-

Têm preferência por uma rapariga, certo? ZORBA - (sorri ) Sexo feminino, sim. Porquê? ZORBA – Por uma questão de imagem. Para amenizar? ZORBA – Também, um pouco. TUNIKO – Dá um equilíbrio. ZORBA – Sim, acho que é o equilíbrio, porque o lado da imagem é muito importante, e se as coisas não são apelativas… E para malta feia já cá estamos nós (ri).

Vocês não têm receio de serem comparados a outros músicos de intervenção? TUNIKO – Isso vai acontecer sempre. ZORBA – Eu não me consigo conformar com certas coisas, e tenho que as meter cá fora. É uma imposição pessoal. Se vou ser comparado ou não, não sei. Eu estou a sentir aquilo. Quando comecei a fazer isto, não estava a tentar copiar ninguém. Até onde é que querem chegar no futuro? TUNIKO – Ao máximo. ZORBA – Isto é como a história dos concursos: se as pessoas gostarem e nos quiserem ouvir, podemos ir até onde elas quiserem, mas se não conseguirmos cativar… Nós queremos sempre o máximo. Eu quero tocar, fazer disto a minha vida. Não quero ser famoso, não quero ser estrela. * aluna de Comunicação Social da ESTA


CULTURA 21

SETEMBRO2012 Coordenação de ANDRÉ LOPES

Herman revisita 30 anos de carreira em Abrantes Música, stand up comedy e improviso são três ingredientes que vão fazer parte do espetáculo de Herman José em Abrantes. O Cine-Teatro S. Pedro recebe uma grande referência do humor em Portugal no dia 28 de setembro, às 21h30, onde em cena vão estar representados mais de 30 anos de carreira. A acompanhá-lo estarão algumas das personagens que criou para programas de televisão. José Esteves, Maximiana, Nelo e Dália, Serafim Saudade, Tony

agenda do Mês

Abrantes

Silva, entre tantos outros vão contracenar num ambiente musical onde não faltarão as conhecidas músicas “Saca o saca rolhas”, “Canção do Beijinho”, “És tão boa” ou “Vamos lá Cambada”, também da autoria de Herman José. Em palco o artista vai fazer uma “radiografia” do país num espetáculo de quase duas horas, onde Herman José se fará acompanhar de uma viola baixo, uma viola acústica, um piano elétrico e vários adereços.

Uma exposição sobre Património O Instituto Terra e Memória acolhe até ao dia 14 de setembro a exposição “Um olhar sobre o nosso Património – História das nossas memórias”. A mostra resulta de um projeto desenvolvido pelo Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, Biblioteca de Mação de Agrupamento de Escolas. A partir de outubro de 2011 os alunos

Artesanato em exposição no Posto de Turismo de Constância

das escolas de Mação começaram a ter atividades nas salas de aula para que adquirissem conhecimentos e valorizassem a identidade de Mação. Foi proposto aos alunos que levassem objetos antigos e criassem um trabalho em torno de cada peça. A exposição revela estes objetos antigos como forma de olhar e preservar o património cultural.

Almourol integra Festival de Estátuas Vivas No fim-de-semana de 14, 15 e 16 de setembro, Almourol, Tomar e Dornes acolhem mais uma edição do Festival de Estátuas Vivas de Tomar. Pela primeira vez, o evento vai estender-se até ao Castelo de Almourol, Vila Nova da Barquinha, e à vila de Dornes, Ferreira do Zêzere, dois ícones dos Templários em Portugal.

“Viagem à idade média, na rota dos templários” é o tema que dá mote para a terceira edição do evento, que conta com total de 25 quadros, com acesso gratuito. Junto ao Castelo de Almourol irão permanecer quatro estátuas desempenhadas por três artistas portugueses e por um grupo espanhol: D. Afonso Henriques (Carlos Fer-

reira), Barqueiro medieval (Pedro Pereira), D. Gualdim Pais (Rui Lopes) e Moura (Grupo Alucinarte - Barcelona). No sábado as estátuas podem ser vistas em dois períodos: entre as 16h30 e as 19h15. No domingo há um único período: entre as 16h30 e as 19h15. Toda a programação do evento está disponível em www.estatuasvivas.com.

Galeria de Arte de Abrantes com trabalhos de Raquel Melgue O “Atelier da Horta” vai transformar o Posto de Turismo numa exposição de artes decorativas, de 8 de setembro a 7 de outubro. Madalena Graça Vieira, residente em Montalvo, é a autora deste ateliê que apresenta peças de artesanato feitas com pastas e componentes cerâmicos e outros materiais vindos da natureza. A mostra vai estar disponível durante a semana das 9h às 18h e ao fim de semana das 11h às 13 e das 14h às 19h.

A Galeria Municipal de Abrantes tem em exposição trabalhos de Raquel Melgue até 5 de outubro. “A Hiperteca Akaísta” combina fotografia, objetos e vídeo desta artista contemporânea que pretende, neste trabalho, construir diversos métodos, motivos e enredos teóricos que consolidem a prática artística. A imagem substitui a palavra. Raquel Melgue nasceu em Vila Nova de Gaia, no ano de 1985 e é Mestre em Artes Visuais – Intermédia Digital, pela Universidade de Évora. Atualmente, trabalha como assistente do artista plástico Rodrigo Oliveira em Lisboa. Em 2011, a artista participou no Festival dos Oceanos com o trabalho “Experiência ao vivo de Imersão Iconofonográfica”. Em 2009 expôs na coletiva “Museu do

Até outubro – Exposição da IV Antevisão do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo Até 5 de outubro – Exposição “A Hiperteca Akaísta”, fotografia, objetos e vídeo de Raquel Melgue – Galeria Municipal de Arte Até 26 de setembro – Exposição “Felizmente há Luar”, de Rita Saraiva – Biblioteca António Botto 13 de setembro – Visita guiada à IV Antevisão do MIAA – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo, 21h30 21 de setembro – Teatro “Revelação”, pela Companhia Mala Voadora – Cine-Teatro S. Pedro, 21h30 28 de setembro – Teatro e Música “One (Her)man Show”, com Herman José – Cine-Teatro S. Pedro, 21h30

Barquinha Até ao final do ano – Filmes de Abílio Leitão – “Obras e Artistas – Dois Filmes de Abílio Leitão” – Galeria do Parque, Edifício dos Paços do Concelho 14, 15 e 16 de setembro – Teatro “Salvo Conduto”, pela Companhia de Teatro PoucaTerra - Clube União de Recreios, Moita do Norte, 21h30

Constância Até 28 de setembro – Mostra Biobibliográfica da escritora Maria Alberta Menéres - Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h 8 de setembro a 7 de outubro – Exposição “Atelier de Horta”, artes decorativas de Madalena Graça Vieira – Posto de Turismo 21 de setembro – “Café ao Luar” – Noite dos Investigadores, debate sobre a importância da Astronomia – Esplanada “Pezinho no Rio”, 21h 29 de setembro – Jornadas Europeias do Património – Percurso Pedestre (9h) e apresentação do livro “índia”, de Amanda de Sousa 7 de outubro – Concerto de Trompa – Igreja Paroquial de Montalvo, 15h30 DVDteca à sexta – Biblioteca Alexandre O´Neill, 15h: 14 de setembro – “Virgem aos 40” 21 de setembro – “Gerónimo Stilton – A Caminho da Vila Chinesa” 28 de setembro – “Passageiros”

Mação Até 14 de setembro – Exposição “Um olhar sobre o nosso Património – Histórias das nossas memórias” – Instituto Terra e Memória, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30 29 de setembro – Feira de Artesanato – Largo dos Bombeiros, das 10h às 19h

Sardoal

esquecimento”, na Galeria de Arte do Palácio das Galveias (Lisboa). Foi selecionada, em 2007, para o prémio AIAS - Prize of Honour, em Zu-

rique, Suíça. A Galeria está aberta de terça-feira a sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h30.

20 de setembro – Cinema: “Cisne” – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 21, 22 e 23 de setembro – Festas do Concelho de Sardoal – Jornadas “Mestre do Sardoal”, 6ª Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão, Encontro de Motards, colóquios, exposições, concertos 21 de setembro a 17 de novembro – Exposição “Era uma Vez”, fotografia de Paulo Sousa – Centro Cultural Gil Vicente

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22 DIVULGAÇÃO

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De pequenino se lava o dentinho!”

SIMÃO DE ALMEIDA

Um artesão que dá vida a materiais pobres

• Simão de Almeida aproveita o que lhe chega às mãos Foi apenas no Festival de Doçaria e Artesanato, no Souto, em julho passado, que se deu a conhecer. Até então, “só a amigos” é que tinha mostrado o que faz. “Eles vieram aí pedir-me para eu emprestar algumas coisas e eu fiquei muito contente por ver que eles ficaram satisfeitos.”Nunca vendeu nada. “Só dei algumas coisas a amigos. Vender, nunca.” Das suas mãos saem sobretudo escultura popular em madeira, em especial animais

e rostos humanos. Mas também casas em miniatura, que cria e executa com minúcia. Há alguns meses, poucos, começou a dedicar-se também à pintura. Mas é na escultura e nas pequenas casas que a sua criatividade tem mais força, num imaginário de clara inspiração rural. Começou porque sim. Reformado cedo, por razões de saúde, ficou com muito tempo livre. Que aproveita, entre outras atividades, para

as suas criações. Com os materiais que lhe chegam à mão. Por vezes pedaços de madeira destinados ao lume. Nasceu no Crucifixo, Tramagal, mas casou para o Carvalhal em 1979, onde vive. Tem a casa recheada com as suas criações. Como não vende… “Nunca pensei nisso. Mesmo quando dou, gosto de dar, mas custa-me separar-me das coisas.” Mas não descarta a ideia. Alves Jana

O início dos cuidados de higiene oral do bebé deve acontecer antes da erupção dos primeiros dentes. Com um gesto muito simples (é suficiente uma gaze húmida em água ou soro fisiológico), limpe as gengivas e mucosa interna das bochechas, evitando desta forma que a criança adormeça com depósitos de leite. Assim se previne o aparecimento dos “sapinhos”, doença designada por monolíase oral, provocada por um fungo, a candida albicans, que facilmente evolui em ambientes húmidos e com açúcares, provocando dor. O seu tratamento baseia-se na administração de um antifúngico. A limpeza das mucosas da boca previne, também, o desenvolvimento de bactérias responsáveis por outras doenças orais, nomeadamente a cárie dentária, que poderá ocorrer após a erupção dos dentes de leite (ou dentes decíduos). Antes dos seis meses surgem os sinais e sintomas que indicam a erupção dos primeiros dentes (aumento de saliva, prurido, edema e uma coloração “esbranquiçada” da gengiva, irritabilidade, recusa de alimentos).

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira REUMATOLOGIA Dr. Jorge Garcia NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

jornaldeabrantes

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

A par desta fase, deve iniciarse o uso da dedeira e/ou da primeira escova (específica dos 0-1/2anos, consoante a marca). Para além da sua função crucial relacionada com a higiene oral, ambas vão estimular a irrigação das gengivas, diminuindo o desconforto e proporcionando grande alívio ao bebé. A cárie dentária surge pela ação das bactérias sobre os restos alimentares depositados na placa bacteriana que, uma vez acumulada sobre o esmalte (camada visível do dente), facilita a sua destruição por ação dos ácidos bacterianos. “As cáries de biberão” caracterizam-se pela destruição abrupta e

dolorosa dos primeiros dentes de leite. Sempre que não possa fazer a higiene oral, dê um pouco de água no biberão ao seu bebé, antes de o adormecer. Os dentes de leite são tão importantes como os dentes definitivos! A cárie dói e muito! Por isso, não espere pela dor. Evite-a com estes gestos preventivos muito simples, mas comprovadamente eficazes. Heloísa Oliveira Coordenadora do Projeto de Promoção da Saúde Oral e Prevenção Primária das Doenças Orais USP do Zêzere


PUBLICIDADE 23

SETEMBRO2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE TOMAR A CARGO DO NOTÁRIO LICENCIADO JOSÉ ALBERTO SÁ MARQUES DE CARVALHO

EXTRACTO CARLOS ALBERTO SIMÕES DE CARVALHO RODRIGUES, Colaborador do Notário do referido Cartório, por competência delegada CERTIFICO, que, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje lavrada a folhas 19 e seguintes, do livro de notas número 274L deste, Cartório. BASILIO DE JESUS ALVES e mulher MARIA MANUEL DE JESUS LOPES, naturais de freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Urbanização José Manuel das Neves, lote 23, Marinhais, contribuintes fiscais nºs 115341684 e 115341676.

Eurico Heitor Consciência

ADVOGADOS

Santa Casa Da Misericórdia De Abrantes

João Roboredo Consciência Teresa Roboredo Consciência Rui Roboredo Consciência

ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37 Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º Esqº Tel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA E.Mail: consciencia-839c@adv.oa.pt

DECLARARAM

FESTA DA IRMANDADE 23 DE SETEMBRO DE 2012 PROGRAMA 11H00 - Assinatura do Compromisso da Irmandade de novos Irmãos, na sala do Definitório

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos prédios seguintes:

11H30 - Descerramento de fotografias de Irmãos Benfeitores na Galeria

UM – URBANO, composto de Casa térrea de habitação, com a superfície coberta de trinta e cinco metros quadrados, e logradouro com cem metros quadrados, sito em “Ferrarias”, freguesia de MOURISCAS, concelho de ABRANTES, a confrontar do norte com servidão, sul e nascente com António Marques, poente com José Lopes, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 1.380 urbano, com o valor patrimonial e atribuído de 410,07 euros.

12H00 - Celebração da Santa Missa na Igreja da Misericórdia 13H00 - Almoço de confraternização com animação – Na QUINTA DO LAGO – Alferrarede 16H30 - ANIMAÇÃO

Auditório da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes

DOIS – RÚSTICO, composto de terra de cultura arvense com oliveiras, com a área de mil e oitenta metros quadrados, sito em “Fonte Velha”, freguesia de MOURISCAS, concelho de ABRANTES, a confrontar do norte com José Lopes, sul com Adérito Marques Fernandes, nascente com Maria do Céu Matos Mendes, poente com Basílio de Jesus Alves e serventia, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 126, Secção U, com o valor patrimonial e atribuído de 5,32 euros. Que os referidos prédios vieram à sua posse, já no estado de casados, no ano de mil novecentos e oitenta, por doação verbal de seus sogros e pais, Francisco Lopes e mulher Deolinda de Jesus, casados na comunhão geral e residentes que foram no referido lugar de Fonte Velha, Mouriscas, Abrantes, sem que dela ficassem a dispor de título suficiente e formal que lhes permita o respectivo registo. Que possuem os referidos prédios em nome próprio, há mais de VINTE ANOS, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seus início, posse que sempre exerceram, sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente, da freguesia de MOURISCAS, lugares e freguesias vizinhas, traduzido em actos materiais de fruição, conservação e defesa, nomeadamente, usufruindo dos seus rendimentos, cultivando e recolhendo os respectivos frutos, pagando os respectivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé pelo que adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO. Tomar, 16/08/2012 Autorizado à prática deste acto por delegação do respectivo Notário, conforme autorização nº 175/1, registada em 01/02/2011 no site da Ordem dos Notários. O COLABORADOR DO NOTÁRIO Carlos Alberto Simões de Carvalho Rodrigues (em Jornal de Abrantes edição 5499 - Setembro de 2012)

Paulina Pereira N: 14/01/1966 | F: 21/07/2012

AGRADECIMENTO Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, pais, irmãs e sobrinho, vêm por este meio agradecer a todos quantos, individualmente ou institucionalmente, demonstraram o seu pesar e acompanharam a bombeira e amiga Paulina até à sua última morada no passado dia 24 de Julho de 2012. Bem hajam! Que a sua alma descanse em paz!

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Contacto: 966 107 077

Informa: Tel: 969 816 963 jornaldeabrantes



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