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Bamin consolida projeto depois de ganhar concessão da Fiol

O que faltava à Bamin para seguir com seus planos de tornar a Bahia o terceiro maior estado produtor de minérios, atrás apenas de Minas Gerais e Pará, foi consolidado. A Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), entre o porto de Ilhéus e Caetité, na Bahia, em um trecho de 537 km de extensão, teve sua concessão arrematada pela mineradora.

Foi a única empresa que apresentou proposta ao ramal. A outorga ficou em R$ 32,730 milhões (preço mínimo). A concessão materializa seu plano de em cinco anos escoar 18 milhões de toneladas de minério de ferro/ano pela ferrovia. Faz tempo que a Bamin tenta viabilizar seu projeto, que agora deve ser finalmente concluído.

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Antes, no entanto, tem muito trabalho a ser feito. Há necessidade de finalização do trecho da Fiol, numa concessão por 35 anos, além da compra de material rodante. A previsão de investimento para o período é de R$ 3,3 bilhões. Desse total, R$ 1,6 bilhão serão usados para a conclusão da ferrovia, que tem 80% de obras concluídas.

A Bamin, que pertence ao Eurasian Resources Group, um dos maiores players globais de exploração de recursos naturais, diz que estes investimentos serão bancados com recursos próprios.

O trecho da Fiol concedido à Bamin não deve só transportar minério de ferro, mas também produtos do agronegócio baiano, estado considerado a nova fronteira agrícola do país. Pelo ramal ferroviário deve circular 30% de minério de ferro, ficando, portanto, 70% para outras cargas.

Por esse aspecto é que há enorme interesse na conclusão dos outros dois trechos da Fiol, a serem ainda construidos a longo prazo, conectando-a à Ferrovia Norte-Sul, em Tocantins. A operação do trecho concedido à Bamin está previsto para 2025.

Projeto Pedra de Ferro em Caetitê (BA)

Mapa da Fiol, conectando a planta ao Porto Sul

O porto

No outro extremo do trecho da Fiol, em Ilhéus, no litoral baiano, a Bamin ergue terminal portuário privado, o Porto Sul, completando a logística de escoamento de produção. O porto não se destinará apenas a movimentar minérios de ferro, mas também outros produtos, e sua capacidade será de 40 milhões de toneladas por ano.

A mina e o porto da Bamin deverão gerar 10 mil empregos diretos e 60 mil indiretos na implantação, e 1.500 empregos diretos e 9 mil indiretos na operação.

A planta

A Bamin prevê investir na planta R$ 4 bilhões para chegar à capacidade de produção de 18 milhões de toneladas por ano. O projeto que tem o nome da mina de Pedra de Ferro, em Caetité, justamente no extremo do trecho da Fiol licitado como concessão.

Hoje, o empreendimento tem capacidade de produção de 1 milhão de toneladas por ano, mas deve dobrar em 2022.

A empresa já havia feito no ano passado o primeiro embarque de minério processado na planta. Foi uma venda para o mercado interno, numa logística que envolveu modal rodoviário da mina até o terminal próprio da Bamin em Licínio de Almeida.

Nesse município baiano, a concessionária de ferrovia VLI reativou a operação de escoamento de minério de ferro a partir do terminal da Bamin. O trem segue até se conectar à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), também da VLI. Há cinco anos que não se realizava essa operação logística.

A Bamin chegou na região em 2005 e fazia essa operação de embarque com minério de ferro, pela mesma rota.

A mina Pedra de Ferro possui reservas de 550 milhões de toneladas, sendo um terço de hematita e o restante de itabirito. A hematita é que tem sido comercializada inicialmente. Para a produção do itabirito, a companhia ainda precisará montar a planta de beneficiamento.

Ressalta-se que o potencial de produção de minério de ferro na Bahia é bem maior do que o existente nos depósitos da Bamin, de acordo com dados do setor de mineração da Bahia.

Obras do terminal portuário em Ilhéus (BA)