UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA - Vol. 1, 2022

Page 1

Josevandro Barros Nascimento Gerivaldo Bezerra Da Silva Joseilme Fernandes Gouveia Sérgio de Carvalho Bezerra Daniel Teixeira Nipo Wellison Gomes Casado Glageane da Silva Souza (Org.)

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Josevandro Barros Nascimento Joseilme Fernandes Gouveia Daniel Teixeira Nipo Glageane da Silva Souza Gerivaldo Bezerra Da Silva Sérgio de Carvalho Bezerra Wellison Gomes Casado Organizadores ISTC Assessoria & Consultoria São Agosto/Paulo/SP2022

ISTC Assessoria & Consultoria CNPJ: 45.022.318/0001 01 Prefixo Editorial CBL: istc.consultoria@gmail.com997921 Copyright © ISTC Assessoria & Consultoria Esta obra está licenciada sob CC BY 4.0 Esta licença exige que as reutilizações deem crédito ao criador. O conteúdo da obra e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, não representando a posição oficial da ISTC. É permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores. Editor chefe Isaac Araújo Gomes Conselho editorial Bruno Emanuel Souza Coelho Érik Serafim da Silva Isaac Araújo Gomes João Vitor Inácio dos Santos José Eduardo Adelino Josevandro Barros Nascimento Mateus Gonçalves Silva Marcos Barros de Nascimento Weverton Pereira de Medeiros Editoração eletrônica/ diagramação: Isaac Araújo Gomes Projeto de capa: Daniel Teixeira Nipo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Miguel Amorim CRB 7/6283 Índice para catálogo sistemático: 1. 510. Matemática 2. 510.07 Matemática Estudo e ensino E book publicado no formato PDF (Portable Document Format). Utilize o software Adobe Reader para uma melhor experiência de navegabilidade nessa obra. Esta obra foi publicada pela ISTC Assessoria e Consultoria em agosto de 2022. N244 Um olhar sobre as pesquisas no ensino das ciências e matemática[recurso eletrônico]/ organizado por Josevandro Barros Nascimento et al. São Paulo/SP: ISTC Assessoria e Consultoria, 2022. 103p.: PDF Inclui bibliografia e índice. ISBN: 978 65 997921 1 3 (e book) DOI: 1. Ciências. 2. Educação. 3. Matemática I. Título.CDD510CDU510.07

Gerivaldo Bezerra Da Silva Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Campina Grande (2014), atualmente é Professor de Matemática no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, lotado no Campus Floresta PE e aluno do Mestrado Profissional em Matemática, PROFMAT

Josevandro Barros Nascimento Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática UFRPE/PPGEC, Mestre em Ciências, Modelagem Matemática e Computacional UFPB/PPGMMC e Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal De Campina Grande UFCG

Daniel Teixeira Nipo Graduado em Design de Jogos Digitais pela Universidade Católica de Pernambuco UNICAP, especialista em Docência no Ensino Superior pela Universidade Maurício de Nassau UNINASSAU, graduando em Lic. em Expressão Gráfica pela Universidade Federal de Pernambuco UFPE, e mestrando no Programa de Pós Graduação em Ensino das Ciências PPGEC pela Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE. Sérgio de Carvalho Bezerra Professor do Centro de Informática da UFPB lotado no Departamento de Computação Científica. Trabalho em duas frentes: modelos estocásticos para problemas físicos e Computação Gráfica.

Glageane da Silva Souza Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (2002), mestrado em Matemática Pura pela Universidade Federal da Paraíba (2005), doutora em Ciências e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal da Paraíba (2018). Atualmente é professora Adjunta Nível III da Universidade Federal de Campina Grande (2007). Wellison Gomes Casado Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Campina Grande (2013), atualmente é mestrando do programa de pós graduação em Ensino de Ciências e Matemática UFRPE/PPGEC.

Joseilme Fernandes Gouveia Professor Associado I do Departamento de Ciências Exatas do CCAE/UFPB. Formado em Estatística pela UFPB, com mestrado e doutorado em Biometria e Estatística Aplicada pela UFRPE

Organizadores

Apresentação Saudações caro (a) leitor

Os organizadores

Boa Leitura!

Este e book nasceu por meio da iniciativa de discentes e docentes vinculados ao Programa de Pós graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE/PPGEC. A obra reúne 10 (dez) artigos científicos com os resultados de pesquisas que abordam a temática do ensino de ciências e educação matemática em todos os níveis de ensino (básico ao superior). É notório que a matemática é uma das bases mais importantes para o desenvolvimento intelectual das pessoas, preparando as no que se refere ao pensamento, a crítica e a abstração Esse é um dos motivos que justificam a necessidade da realização de estudos e pesquisas constantes a respeito desta área do conhecimento. Trazemos nesta obra, estudos atuais, discutidos e contextualizados para que proporcionem a vocês leitores, o máximo de entendimento possível sobre os temas abordados.

SUMÁRIO Cap. 01 EDUCAÇÃO FINANCEIRA DA TRANSFORMAÇÃO AO RESULTADO: A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR A EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM SALA DE AULA..................... 06 Cap. 02 – DIAGNÓSTICO SOBRE A EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DO ENSINO SUPERIOR........................................................................................................................................................................17 Cap. 03 – OS SOFTWARES MATEMÁTICOS COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÕES MATEMÁTICAS............................................................................................................................................29 Cap. 04 UM ESTUDO SOBRE O USO DOS LIVROS PARADIDÁTICOS DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 39 Cap. 05 O AGIR COMUNICATIVO DE HABERMAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA 48 Cap. 06 – A IMPORTÂNCIA DO USO DOS PARADIDÁTICOS DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL...............................................................................................................................................................55 Cap. 07 UMA EXPERIÊNCIA SOBRE O ENSINO E APREDIZAGEM DE GEOMETRIA COM O GEOGEBRA NA E.E.E.F. ANDRÉ VIDAL DE NEGREIRO CUITÉ/PB 61 Cap. 08 AS MOTIVAÇÕES REFERENTES À ESCOLHA DOS ALUNOS PELO CURSO DE QUÍMICA LICENCIATURA DA UFPE CAA 69 Cap. 09 – PERCEPÇÃO E USO DAS TICs POR PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PICUÍ (PB) DURANTE A PANDEMIA COVID 19...................................................................................................................................79 Cap. 10 – ETNOMATEMÁTICA: UMA ANÁLISE DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NOS LIVROS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL..................................................................................................................................................90

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 6 CAPÍTULOEDUCAÇÃO01 FINANCEIRA DA TRANSFORMAÇÃO AO RESULTADO: A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR A EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM SALA DE AULA Laís Leopoldina Vieria de Oliveira José Mathias Araujo Silvino Isleny Lisboa do Nascimento Joseilme Fernandes Gouveia

PALAVRAS-CHAVE: Educação Financeira, Consumo Consciente, Ensino Médio.

O presente teve como objetivo apresentar uma ação realizada em três turmas da 2ª série do Ensino Médio, de uma escola estadual, localizada no município de Mamanguape PB. Essa ação é parte integrante do projeto “Educação Financeira da transformação ao resultado: o uso da Estatística e Matemática Financeira para a mudança de comportamento” que tem por objetivo utilizar os conceitos apresentados pela Matemática Financeira e pela Estatística como ferramentas para promover uma educação financeira capaz de auxiliar os alunos de uma escola pública do município de Mamanguape PB a tornarem se consumidores conscientes. O diagnóstico inicial teve o intuito de conhecer o perfil e os aspectos socioeconômicos que caracterizam os alunos das turmas, a fim de planejarmos e realizarmos a oficina desenvolvida no projeto. Que teve por finalidade apresentar a Educação Financeira, através de atividades pedagógicas, proporcionando aos nossos jovens uma grande vantagem ao conhecer a Educação Financeira, que é lidar com o dinheiro sem ser controlado por ele. Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa é caracterizada como exploratória e quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa será tanto bibliográfica como um estudo de caso. E assim, esperamos contribuir para a melhoria na aprendizagem da Matemática dos alunos do Ensino Médio da escola parceira do projeto, ao apresentar a Educação Financeira por meio de metodologia diferenciada, proporcionando a eles absorver o conhecimento de forma mais prazerosa, aumentando o interesse pela Matemática e a formação de um consumidor consciente.

RESUMO

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 7 INTRODUÇÃO

Apresente pesquisaé resultadodeumaoficina realizadanas três turmas da 2ª sériedoEnsino Médio da Eci Senador Ruy Carneiro localizada no município de Mamanguape PB. Essa ação é parte integrante do projeto “Educação Financeira da transformação ao resultado: o uso da Estatística e Matemática Financeira para a mudança de comportamento” que tem por objetivo utilizar os conceitos apresentados pela Matemática Financeira e pela Estatística como ferramentas para promover uma Educação Financeira capaz de auxiliar os alunos de uma escola pública do município de Mamanguape PB a tornarem se consumidores conscientes.Atualmente

Este trabalho configura se quanto aos seus objetivos como uma pesquisa exploratória, pois de acordo com Gil (2002, p. 41) as pesquisas exploratórias “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná lo mais explícito ou a construir hipóteses”. Pois neste

em nossa sociedade, o consumo é uma atividade pertencente a vida humana. Ao longo dos anos, com a evolução e o estabelecimento da economia capitalista, essa prática tem sido largamente facilitada por uma variedade de fatores. A ampliação do consumo em meio a nossa sociedade, está gerando oestabelecimentodehábitosdesenfreadosdecompras.Aessetipodeatitudedá seonomedeConsumismo. Para termos uma sociedade formada por consumidores conscientes, é preciso trabalhar a Educação Financeira nas salas de aula. De acordo com Cardoso e Paulo (2013, p. 241), ao mencionar os benefícios do consumo consciente, compartilham com esse ponto de vista ao afirmar que “[...] a educação para o consumo torna se um tema fundamental na organização curricular escolar.”.

O diagnóstico inicial teve o intuito de conhecer o perfil e os aspectos socioeconômicos que caracterizam os alunos das turmas, a fim de planejarmos e realizarmos a oficina desenvolvida no projeto, por meio de atividades estruturadas. Após a análise do diagnóstico inicial, conhecemos o perfil dos alunos e o grau de conhecimento sobre a Educação Financeira. Diante disso, planejamos e realizamos uma oficina que teve por finalidade apresentar a Educação Financeira, através de atividades pedagógicas, proporcionando aos nossos jovens uma grande vantagem ao conhecer a Educação Financeira, que é lidar com o dinheiro sem ser controlado por ele.

METODOLOGIA

Para alcançar nossos objetivos, inicialmente, participamos do curso online Educação Financeira para Jovens ofertado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Educacional; estudamos sobre a Educação Financeira e fizemos as seguintes atividades de leitura e fichamento do livro do Mil ao Milhão: sem cortar o cafezinho e do livro Pai Rico Pai Pobre: o que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro; planejamos e produzimos roteiro para vídeos. A importância das atividades se dá pela necessidade de utilizar Educação Financeira como ferramenta informativa para o estimulo ao consumo consciente.

Utilizamos o questionário como instrumento de coleta de dados da pesquisa que, conforme Gil (2002, p. 114), o questionário é “[...] um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado”. Deste modo, ao utilizarmos esse instrumento conseguimos ter o contato inicial com os alunos das turmas, conhecê los e compreender as dificuldades existentes e o grau de conhecimento sobre a EducaçãoQuantoFinanceira.aosprocedimentos

Para o planejamento da oficina com o tema “O que é a Educação Financeira?”, nos reunimos e elaboramos um programa estratégico com todos os objetivos almejados8 e todas as etapas que foram seguidas, dois vídeos sobre a importância da Educação Financeira e duas atividades, são elas: Conhecendo a Educação Financeira, nesta atividade o aluno conseguiu identificar o que são “necessidades” e “desejos” de acordo com suas prioridades e seu entendimento sobre Educação Financeira em relação ao bom uso do dinheiro e Nuvem de palavras, nesta atividade foi trabalhado um texto retirado do livro Do Mil ao Milhão: sem cortar o cafezinho do autor Thiago Nigro, criador do canal sobre finanças "O Primo Rico". No qual os alunos identificaram as palavras mais importantes para estudar a Educação Financeira, fizeram uma pesquisa sobre elas, registrando, por escrito, na nuvem cada uma dessas palavras.

Diferente dos meios de comunicação social tradicionais, as Mídias Sociais fazem parte dos canais de relacionamento na internet nos quais existem diferentes possibilidades de interação entre os usuários. Estamos fazendo o uso das redes sociais na Educação, para nos comunicarmos com os alunos das turmas, por meio do aplicativo de mensagens e encontro síncrono no Google Meet para a realização da oficina.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 8 trabalho buscaremos nos familiarizarcom ofenômenoaserinvestigado,buscandocompreendê lo com uma maiorprecisão,umavez queseráintroduzidaousodemetodologiasdiferenciadasnoensinodamatemática.

Esta pesquisa também se configura como um estudo de caso pelo fato de ter como principal objeto deestudo um grupode alunos composto portrês turmas da2ª sériedo Ensino Médio eapartirdas atividades desenvolvidas com esse grupo foi feito um estudo detalhado acerca dos resultados observados. Gil (2008, p. 57) expõe que o estudo de caso “[...] é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado [...]”. Entramos em contato com o professor colaborador, com o objetivo de apresentar o projeto e conhecer os alunos do Ensino Médio para um diálogo a respeito das turmas, onde questionamos o número de alunos, o nível das turmas entre outras questões que nos auxiliaram na elaboração das atividades.

técnicos a pesquisa será tanto bibliográfica como um estudo de caso. Bibliográfica porque será feita uma discussão na literatura acerca da temática estudada, tendo como meios de consultas livros, artigos, ou seja, tudo o que já foi publicado anteriormente em relação à temática. Para Silva (2006, p.54) a pesquisa bibliográfica “[...] explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos e etc.”

E assim, agradecemos a participação de todos e nos despedimos da turma com a sensação de dever cumprido por saber que contribuímos para o aprendizado dos alunos. A pesquisa foi desenvolvida no período de 02 de Maio à 08 de Setembro de 2020.

No terceiro momento os alunos foram convidados a assistirem dois vídeos planejados e produzidos pelos extensionistas do nosso projeto de extensão, os vídeos apontam a importância da Educação Financeira, seus objetivos, e os perigos de uma atitude consumista em nossa sociedade. Sua importância se dá pela necessidade de utilizar a Matemática Financeira e a Estatística como ferramentas informativas para o estimulo ao consumo consciente, pois as atividades norteadas pelos conceitos apresentados por essas duas áreas são capazes de promover a formação de cidadãos aptos para analisar de forma correta as situações financeiras que lhes serão apresentadas ao longo da vida.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 9 Nesta ação teve a participação do coordenador do nosso projeto de extensão o Prof. Drº. Joseilme Fernandes Gouveia e os extensionistas Laís Leopoldina Vieira de Oliveira, José Mathias Araujo Silvino e Isleny Lisboa do Nascimento. A oficina foi ministrada para os alunos de três turmas da 2ª série do Ensino Médio, do turno da manhã. Tivemos a participação de 25 alunos, 16 do sexo feminino e 9 do sexo masculino. A aplicação da metodologia foi composta por duas aulas de 60 minutos cada, na primeira aula foi aplicado o primeiro e segundo momento, e na segunda aula foi aplicado o terceiro momento. No primeiro momento iniciamos a aula apresentando o nosso projeto de extensão “Educação Financeira da Transformação ao Resultado: o uso da Estatística e Matemática Financeira para Mudança de Comportamento”, o nosso coordenador e os extensionistas. Destacamos os objetivos propostos para a aula e posteriormente, os alunos das turmas foram convidados a se apresentarem, falarem o que eles esperam da aula e qual a sua visão em relação a Educação Financeira. No segundo momento os alunos foram convidados a pegarem papel, caneta e lápis grafite, para responderem a atividade “Planejamento Financeiro”, que tem como objetivo apresentar aos alunos o planejamento financeiro, retirada do curso on line Educação Financeira para Jovens ofertado pela CVM Educacional. Desta forma, os alunos conseguiram definir claramente seus objetivos, e essa é a primeira condição para um planejamento bem sucedido tendo em vista uma necessidade futura. Para começar, os alunos precisaram definir os quatro passos do planejamento: o quê, quando, quanto e como?.

Posteriormente promovemos um diálogo com os alunos sobre a temática apresentada nos vídeos e naatividade “Planejamento Financeiro”, destacandoos principais questionamentos dos alunos sobre o tema abordado na oficina, tendo em vista motivar os alunos a participarem de maneira efetiva do projeto que lhes foi apresentado.Aofinal da oficina, explicamos aos alunos as atividades: Conhecendo a Educação Financeira e Nuvem de Palavras que seriam respondidas por eles durante a semana, para na semana seguinte iniciarmos aaulacom ainterpretaçãoecorreçãodasquestões,fazendoumabreveexplicaçãodecadaumadassituações problemas.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 10 REFERENCIAL TEÓRICO

Vivemos em uma sociedade onde a informação exerce um papel fundamental na vida humana. Não comum, hoje em dia, encontrar uma pessoa que não tenha ou nunca teve acesso à recursos tecnológicos como a internet. E, por meio desse recurso, é cada vez mais fácil e prático ter acesso à informações sobre vários assuntos bem como realizar atividades econômicas como as compras. Nesse ponto a publicidade tem tido um papel muito forte na tomada de decisão das pessoas, que muitas vezes esquecem do que realmente necessitam e priorizam aquilo que a propaganda aponta com necessidade.

A Matemática Financeira e a Estatística surgem como ferramentas fundamentais para a formação de cidadãos críticos e ágeis que prezem por uma vida financeira equilibrada. Ambas, por sua ampla aplicabilidade, constituem se como dois ramos importantes da Matemática e por isso seus conceitos devem ser estudados durante toda a Educação Básica, desde as séries iniciais.

Contudo é no Ensino Médio que esse estudo deve ser aprofundando tendo em vista características como a faixa etária dos alunos e o fato de estarem sendo preparados para o mercado de trabalho o que pode acontecer durante a fase de estudos ou depois. No que se refere ao ensino da Matemática Financeira, Almeida afirma que [...] a abordagem de conteúdos de Matemática Financeira no Ensino Médio pode contribuir com a formação matemática deste nível de aluno, bem como capacitá lo para entender o mundo em que vive, tornando o mais crítico ao assistir a um noticiário, ao ingressar no mundo do trabalho, ao consumir, ao cobrar seus direitos e analisar seus deveres. (ALMEIDA, 2004, p. 5).

Diante desses fatos, sobreviver na sociedade de hoje requer manejar corretamente conceitos e conhecimentos atualizados. E, é nesse ponto, que a escola entra com o forte papel de protagonizar a construção desse conhecimento. Para Strieder (2005, p. 16) “[...] a matemática, neste contexto, tem um papel muito importante, pois ela contribui significativamente para a inserção do aluno na sociedade da informação.” No entanto, para que a matemática possa contribuir, de fato, para a vida daqueles que a estudam, é preciso fazer uso de metodologias capazes de facilitar o seu processo de ensino aprendizagem.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) o consumo tem sido apresentado como “forma e objetivo de vida” e por isso destaca que “É fundamental que nossos alunos aprendam a se posicionar criticamente diante dessas questões e compreendam que grande parte do que se consome é produto do trabalho [...].” (BRASIL, 1998, p. 35). O consumo consciente é uma tarefa que deve ser exercitada constantemente pelas pessoas. Sendo assim, abordar o ensino de matemática atrelado à temas transversais como o Consumo, pode trazer grandes contribuições à formação cidadã dos alunos, que precisam sair da escola preparados para um mundo competitivo e cada vez mais exigente.

Estamos constantemente lidando com os conceitos estudados pela Matemática Financeira. Segundo Souza (2010), quando realizamos operações como compra e venda de produtos e serviços, aplicações e empréstimos em bancos, pagamentos de impostos, cálculo de prestações, por exemplo, estamos manipulando elementos da Matemática Financeira. Apesar de tal aplicabilidade muitas pessoas ainda não conseguem compreender a importância dos conceitos por traz de uma Educação Financeira. Tal fato relaciona se com o pensamento de Theodoro (2011) ao dizer que [...] a Educação Financeira é o processo pelo qual os indivíduos e a sociedade melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos sobre os produtos financeiros de maneira que com informação, formação e orientação clara possam desenvolver os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos, e então poderem fazer escolhas bem informadas. (THEODORO, 2011, p. 26).

Em face dessas considerações acreditamos que o estudo adequado dos conteúdos apresentados pela Matemática Financeira e pela Estatística podem trazer contribuições relevantes para o estabelecimento de uma educação de qualidade para alunos e alunas do Ensino Médio. Para aprimorar de forma eficaz esse

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 11 Batanero justifica a presença dos conteúdos da Estatística nos currículos de Matemática na Educação Básica pela “utilidade na vida diária, seu papel instrumental em outras disciplinas, a necessidade de um conhecimento estocástico básico em muitas profissões e o importante papel da Estatística no desenvolvimento de um pensamento crítico.” (BATANERO, 2006, p. 63). Tais pensamentos reforçam que é essencial o estudo eficaz desses conteúdos no Ensino Médio. Assim sendo, nessa fase do ensino básico a matemática precisa ser apresentada não apenas como uma disciplina obrigatória por estar presente no currículo escolar, mas como um disciplina que possui aplicações na vida dos alunos. Nessa direção, aliar os estudos de matemática à realidade dos alunos é uma forma bem sucedida de fomentar um aprendizado significativo. As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) corroboram com esse fato ao salientar que “Ao final do ensino médio, esperase que os alunos saibam usar a Matemática para resolver problemas práticos do quotidiano.” (BRASIL, 2006, p. 69)

Assim, acreditamos que essa compreensão deva acontecer a partir das aulas de matemática e ir para além delas por meio dos estudantes.

Atualmente ter acesso às informações é uma tarefa muito simples por conta dos avanços tecnológicos que aprimoraram a sua divulgação. Nessas informações são encontrados dados importantes de caráter social, econômico, político, e compreender o que está sendo informado requer, quase sempre, o uso apropriado de terminologia estatística e probabilística. Entretanto, apesar de tamanha praticidade, é preciso superar o fato de sermos meros leitores e passarmos a refletir criticamente diante dos fatos.

Diante dos resultados, conhecemos o perfil dos alunos e o grau de conhecimento sobre a Educação Financeira. Planejamos e realizamos a oficina com tema “O que é a Educação Financeira?”, objetivando apresentar a Educação Financeira, através de atividades pedagógicas, proporcionando aos alunos uma grande vantagem ao conhecer a Educação Financeira, que é lidar com o dinheiro sem ser controlado por ele. Desta forma, eles podem ter mais controle sobre as finanças e, consequentemente, uma melhor administração do seu dinheiro. Assim, conhecer a Educação Financeira não consiste somente em aprender a economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. É muito mais que isso. É buscar uma melhor qualidade de vida hoje quanto no futuro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO No diagnóstico inicial utilizamos o questionário como instrumento de coleta de dados, contendo 16 (dezesseis) perguntas, com o intuito de conhecer o perfil e os aspectos socioeconomicos que caracterizam os alunos das turmas, a fim de planejarmos e realizarmos a oficina. Deste modo, uma das questões do questionário perguntava aos alunos se eles sabem o que é a Educação Financeira, após a análise do questionário observamos que cerca de 86,4% dos alunos sabem o que é a Educação Financeira.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 12 ensino recorrer a temáticas como o Consumo pode trazer resultados satisfatórios e estimular tanto o aprendizado de matemática quanto o Consumo Consciente que beneficia não só os indivíduos como também o meio ambiente que os cerca.

É muito importante aprender a controlar suas finanças pessoais e familiares, muitas famílias enfrentam diversas dificuldades, em relação aos problemas relacionados à falta de planejamento. No segundo momento da oficina os alunos foram convidados a responderem uma atividade, que tem como objetivo apresentar aos alunos o planejamento financeiro, retirada do curso on line Educação Financeira para Jovens ofertado pela CVM Educacional.

Ao final, explicamos aos alunos as atividades: Conhecendo a Educação Financeira e Nuvem de Palavras que foram respondidas por eles durante a semana. A atividade “Conhecendo a Educação

Consequentemente nesta atividade, os alunos conseguiram definir claramente seus objetivos, e essa é a primeira condição para um planejamento bem sucedido tendo em vista uma necessidade futura. Para começar, os alunos precisaram definir os quatro passos do planejamento: o quê, quando, quanto e como?.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 13 Iniciamos a oficina apresentando o nosso projeto de extensão, o coordenador e os extensionistas.

Destacamos os objetivos propostos para a aula e posteriormente, os alunos foram convidados a se apresentarem, falarem o que eles esperam da aula e qual a sua visão em relação a Educação Financeira.

A importância dessa atividade se da pela necessidade dos alunos serem multiplicadores das informações adquiridas e aprendidas na escola, para seus pais e familiares. À vista disso, os alunos auxiliam positivamente nas despesas da família e no cuidado com o orçamento familiar Destacamos durante a oficina a importância da Educação Financeira, seus objetivos, e os perigos de uma atitude consumista em nossa sociedade. Tendo em vista que a utilização das ferramentas informativas para o estimulo ao consumo consciente, promove a formação do cidadão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os objetivos alcançados na oficina, as atividades realizadas no projeto de extensão são bastante positivas em relação aos resultados obtidos, pois foi possível compreender de maneira mais aprofundada a Educação Financeira e o quanto ela é importante para os nossos jovens. A sua importância se da pela necessidade de utilizar a Matemática Financeira e a Estatística como ferramentas informativas para o estimulo ao consumo consciente, promovendo a formação de cidadãos aptos para analisar de forma correta as situações financeiras que lhes serão apresentadas ao longo da vida. “Todos somos educadores e educandos, ao mesmo tempo. Ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas.” (CANDAU, 1983, p.24).

A Educação Financeira deve proporcionar aos nossos jovens diferenciar as “necessidades” e os “desejos” e identificar as possibilidades que o dinheiro pode atender. Deste modo, eles devem criar hábitos saudáveis que afastem o consumismo, mas também estimular a desfrutar dos prazeres que o dinheiro pode nos proporcionar. (MODERNELL, 2011).

O projeto de extensão “Educação Financeira da Transformação ao Resultado: o uso da Estatística e MatemáticaFinanceiraparaMudançadeComportamento”,éimportantetanto paraanossaformaçãoinicial (futuros professores) quanto para a aprendizagem dos alunos das turmas, pois os conhecimentos adquiridos despertam e reforçam a vocação de ser professor, além de incentivar à criação, recriação de novas metodologias e práticas pedagógicas. Pois, abordar o ensino de matemática atrelado à temas transversais

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 14 Financeira”, contém 3 (três) questões, uma dessas possibilitou aos alunos identificar o que são “necessidades” e “desejos” de acordo com suas prioridades e seu entendimento sobre Educação Financeira em relação ao bom uso do dinheiro.

_________________.

SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da. Elaborando projeto de pesquisa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006.cap. 3, p. 41 73.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: anos finais do Ensino Fundamental (3° e 4° série Matemática). Brasília: MEC/ SEF,1998. ________. Ministério da Educação e Cultura. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006, 135p, volume 2. CANDAU, Vera Maria. A didática em Questão. 8ªed. São Paulo: Vozes, 1983. CARDOSO, Virgínia Cardia; PAULO, Rosa Monteiro. Educação Matemática para um Consumo consciente. In: Congresso Iberoamericano de Educación Matemática, 7., 2013, Montevideo. Anais... Montevideo: Sociedad de Educación Matemática Uruguaya, 2013, p. 240 249.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 15 como o Consumo, traz grandes contribuições à formação cidadã dos alunos, que precisam sair da escola preparados para o mundo. Portanto, ao conhecer a Educação Financeira, podemos ter mais controle sobre as finanças e, consequentemente, uma melhor administração do dinheiro. Assim, não consiste somente em aprender a economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. É muito mais que isso. É buscar uma melhor qualidade de vida hoje quanto no futuro.

BATANERO, C. Educación Estadística en la matemática escolar: retos para la enseñanza y la formación del profesor (documento de discusión). Revista Iberoamericana de Educación Matemática, Santa Cruz de Tenerife, n. 8, p. 63 75, dic., 2006.

REFERÊNCIAS ALMEIDA,AdrianaCorrea.Trabalhandomatemáticafinanceiraemumasaladeauladoensinomédio da escola pública. 2004. 112f. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas 2002. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. MODERNELL, Álvaro. Por que educação financeira para crianças? 2011. Disponível em: < http://www.maisaticos.com.br/index.php?ac=leiamais&ar=50>. Acesso em: 30 ago. 2020.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 16 STRIEDER, Carine Maria. Modelagem e temas transversais: alternativas para o ensino de matemática financeira e estatística. 2005. 54f. Monografia (Pós graduação em Educação Matemática: especialização em Educação Matemática). Instituto Varzeagrandense de Educação, Sorriso, MT. SOUZA, Joamir. Matemática. São Paulo: FTD, 2010. (Coleção Novo Olhar).

THEODORO, F. R. F.. A educação econômico financeira na formação profissional: uma análise diagnostico: produtiva. Dissertação (Mestrado em Tecnologia), São Paulo, 2011.

RESUMO

A presente pesquisa apresenta aspectos sobre a presença da educação financeira no dia a dia das pessoas.

PALAVRAS CHAVE: Educação Financeira, Tecnologia, Educação.

Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a presença da educação financeira no dia a dia das pessoas, desse modo, foi feito um questionário de como a tecnologia e aplicativos são usados para controle de suas finanças. Toda a amostra de perguntas foi dada pelo uso da estatística descritiva utilizando de tabelas e gráficos.

Com uma abordagem quantitativa de cunho informativo, este estudo integra o projeto de pesquisa e extensão: Educação Financeira da Transformação ao Resultado que é desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), campus IV de Rio Tinto PB. Nesse sentido, considera se que a pesquisa tem como público alvo estudantes da educação básica e do ensino superior. Além disso, a pesquisa faz considerações sobre as temáticas da Educação financeira e o seu uso por meio das tecnologias.

A Educação Financeira (EF) é fundamental, para todas as pessoas, entender sobre finanças pessoais é essencial para proporcionar melhor qualidade de vida tanto no presente como no futuro. A EF não corresponde apenas em economizar, cortar gastos, investir no mercado financeiros entre outros, a educação financeira busca trazer segurança para aproveitar a vida, bem como estar preparado para eventuais imprevistos que possam surgir.

Neste sentido, aprofundar o conhecimento sobre Educação Financeira é necessário nos dias atuais, buscando sempre compreender o público, suas dificuldades enfrentadas e principalmente, suas opiniões sobre finanças, apresentando caminhos para a prosperidade financeira.

INTRODUÇÃO

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 17 CAPÍTULODIAGNÓSTICO02 SOBRE A EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DO ENSINO SUPERIOR Stefany do Santos Ferreira Hugo Silva Martins Emanuel Everton Trajano Araújo Joseilme Fernandes Gouveia Josevandro Barros Nascimento

METODOLOGIA

A nossa pesquisa está associada dentro das pesquisas qualitativas. A expressão “Pesquisa Qualitativa” faz referência a uma ampla gama de perspectivas, modalidades, abordagens, metodologias, desenhos e técnicas. Coleta dados numéricos a fim de entender um grupo e seus determinados indivíduos dentro da pesquisa (GONCALEZ,2020). Desse modo, foi realizado uma pesquisa quantitativa por meio de formulário no google formulário, entre os dias 01 de junho a 22 de junho de 2020, nos estados da Paraíba ePernambuco,apesquisafoidisponibilizadoolinkdoformulário,pormeio dasredessociaiscomo apágina do projeto no Instagram (@inteligencia_financeira_ccae) e aplicativos de mídias sociais para promover a coleta dos dados com o maior quantitativo de público. O público alvo da pesquisa foram estudantes da educação básica e estudantes do ensino superior, trazendo perspectivas e realidades diferentes entre essa faixa de idade. Assim, guiada pelas bases do estudo quantitativo de cunho informativo.

A tecnologia e as mídias sociais, foram os principais instrumentos para a realização da pesquisa, de modo que se tornou possível fazer um levantamento de dados, por meio de gráficos, sobre os principais aplicativos financeiros que o público utilizava e seus hábitos financeiros. Sendo assim, foi possível demonstrar como a educação financeira proporciona um impacto direto na vida de cada pessoa e como essa organização influencia positivamente no crescimento pessoal. Na sequência, apresentamos o referencial teórico que nos pautamos.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 18 Neste contexto, as mídias sociais como Instagram e WhatsApp são ferramentas que potencializam a comunicação e permitem levar conhecimentos ao maior número de pessoas. Buscou também, junto com as mídias sociais (Instagram e WhatsApp), levar um conhecimento e trazer respostas para que entendêssemos melhor a respeito de como as pessoas estão usando a tecnologia e aplicativos, como “Guia de Bolso”, “Organizze”, “Minhas Finanças”, entre outros, para controle de suas finanças. Segundo aConfederaçãoNacionaldoComérciodeBens,ServiçoseTurismo(CNC)cercade66,5% das famílias brasileiras, em julho de 2020 estavam endividadas. Desse modo, a presente pesquisa busca a partir de um estudo quantitativo conhecer o comportamento financeiro de estudantes da educação básica e do ensino superior nos estados da Paraíba, e Pernambuco. Para isso, foi realizada a coleta dos dados por meio do Google Formulário com um questionário com 16 perguntas sobre o tema EF, trazendo indagações, de modo a entender em profundidade as atitudes e hábitos financeiros dos participantes.

REFERENCIAL TEÓRICO EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Na definição, defendida por Luci et al.; (2006), a educação financeira seria o conhecimento e a habilidade do indivíduo com relação ao uso do dinheiro, por isso, existe uma grande importância da

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 19 educação financeira por se tratar do manuseio diário do dinheiro, onde aplicá lo e principalmente como gastá lo (MARCIANO, 2018). Devido às transformações ocorridas no cenário econômico global no século XXI (BAUMANN; 2010), incluindo fortes crises econômicas nas quais a população precisou enfrentar questões como renda, financiamentos e consumo. De acordo com Saito (2008) a matemática financeira tornou se necessária para o desenvolvimento e o entendimento dos cálculos financeiros. Matta e Amaral (2013), reafirma essa questão ao ressaltar que a importância da educação financeira é crescente e, ela se apresenta como uma possibilidade de o indivíduo vencer suas relutâncias e inabilidades na área financeira aumentando suas oportunidades econômicas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vem contribuindo com diversospaísesparadisseminaraculturadaeducaçãofinanceiranaeducaçãobásica.AMatemática,durante todo o seu processo educacional, sempre foi muito temida e um enorme tabu no processo de aprendizagem daspessoas.Porém,elasefazpresenteemtodoomeiosocialmesmodeformaimperceptível.Naconjuntura atual, uma das ramificações da matemática que mais exerce domínio na sociedade e no campo financeiro (SOMAVILLA, 2018).

Em contrapartida, segundo Borges (2017), a maioria dos países desenvolvidos inclui a disciplina de Educação Financeira nos currículos escolares. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), recomenda que o tema seja inserido no ciclo básico escolar, sendo assim, visto que a Educação Financeira tem um papel importante no indivíduo e no seu desenvolvimento.

A Matemática está presente em todo momento no cotidiano das pessoas. Por exemplo, no momento em que alguém pergunta, que dia é hoje, quando consultam um calendário, ao irem à padaria e conferir o troco ou até mesmo quando utilizam o celular para inserir um novo contato. Quando pensam que estão distantes da Matemática, estão mais próximos do que imaginam, ou seja, todas as pessoas, já estão inseridas em um contextonumérico,mesmo as quenãosaibam ler,nem escreverpodem conhecerosistemanumérico e monetário para estabelecer as trocas de informações e relações comerciais nas quais estão inseridos no meio socialPartindo(BORGES,2017).dessaperspectiva, a população, pelo seu conhecimento empírico, possui um conhecimento prévio a respeito de matemática financeira. No entanto, esse conhecimento não é suficiente para poder afirmar que parte da população no Brasil, possui realmente conhecimento sobre o assunto.

Dito isso, as tecnologias atuais são potencializadoras de uma mudança social na qual impactam diretamente na forma de aprender e mudar a forma de pensar, assim como relata Damásio (2007), atualmente a tecnologia está em alta na educação para o melhoramento do ensino e aprendizagem. Hoje em

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 20 dia, nós dependemos cada vez mais da tecnologia, para podermos realizar as tarefas que garantem a nossa sobrevivência.Diantedisso, investir em tecnologia para promover a educação financeira é uma contribuição para ampliar a oportunidade de aquisição e compreensão de um tema relevante para a sociedade moderna constituindo um novo olhar e alcançando outras áreas nas quais com a ausência da tecnologia não seria FINANÇASpossível.

Um bom planejamento financeiro é realizado levando em consideração os três pilares de segurança financeira:

1. Garantir o pagamento das despesas básicas: mínimo de qualidade de vida como: alimentação, moradia, educação, saúde e lazer; 2. Proteção contra imprevistos: estar protegido na ocorrência de alguma emergência (reservas ou seguros); 3. Estabilidade: que tem a ver com conseguir poupar dinheiro, para que consigam manter o padrão de vida. (KRUGER,2020). Nessa perspectiva, organização é fundamental para alcançar solidez na vida financeira e assim conseguir fugir dos futuros endividamentos.

PESSOAIS De acordo com Pires (2006), os objetivos das finanças pessoais é assegurar que as despesas do indivíduo (ou família) sejam sustentadas por recursos obtidos de fontes sobre as quais tenha controle, de modo a garantir a independência de recursos de terceiros, que têm custo e às vezes estão indisponíveis quando mais se precisa deles, torna se necessário que todos os membros da família tenha um planejamento financeiro e um controle de gastos para que se tenham uma renda fixa sem precisar depender de outros valores que não estão dentro do orçamento, nos quais muitas vezes chegam a ter juros fazendo com que se pague um valor maior do que o inicial.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo VETTORELLO (2020) as famílias, de modo geral, não se utilizam de planejamento financeiro, efetuando apenas ajustes rápidos no orçamento. Grande parte das pessoas culpa os gastos com a alta inflação, juros e governo, porém o estágio financeiro em que se encontram está mais associado a forma de gestar o próprio dinheiro (CERBASI, 2014). É na fase da juventude que deve começar a preocupação com seu futuro financeiro, aliás é nesse momento que se tem a responsabilidade de começar sua vida financeira, com acúmulo de reservas e controles de gastos. Portanto, tendo noção do valor do dinheiro e garantindo um futuro promissor.

Conhecer o público no qual o questionário atinge é de suma importância, para poder entender diversos aspectos e padrões a respeito da educação financeira das pessoas. Desse modo, é possível observar nas análises dos dados que cerca de 37,3% das pessoas que responderam tinha menos de 20 anos e outra parte de 33,3% tinha de 20 a 24 anos, cerca de 17,5% tinham idade entre 25 e 34 anos, 7,1% tinham entre

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 21 35 e 44 anos e 4,8% tinham entre 45 e 59 anos. Dessa forma, é possível observar que a maior parte dos acessos foram por jovens com idade de até 20 anos. Na sequência, foi questionado a respeito dos gêneros de cada participante. Observou se que 54,8%, cerca de 69 pessoas eram do gênero feminino e 45,2% do gênero masculino, correspondente a 57 pessoas.

Em seguida, os participantes foram indagados se exercem atividade remunerada, como é possível observar no gráfico

1, observou se que cerca de 61,1%, ou seja, 77 pessoas não exercem atividade remunerada, característica predominante dos estudantes do ensino básico e do ensino superior. Percebe se que a maioria das pessoas alcançadas não exercem atividade remunerada. Deste modo, Kruger 2020 relata que “O ideal é ter cuidado para, ao menos, não cair nas armadilhas do consumo e ter um planejamento razoável, o que ajuda a manter suas finanças em ordem”. Diante da pergunta feita no gráfico 1, as pessoas que responderam SIM foram direcionadas a responder “Qual atividade remunerada exerce?”, a qual está apresentada na tabela abaixo, abaixo:

No1.gráfico

Dada a pesquisa no questionário, foi possível observar que 74,6% das pessoas não utilizam aplicativos ou ferramentas de finanças pessoais. Ou seja, é possível concluir que elas fazem o uso manual do controle de suas finanças ou não realizam qualquer controle financeiro. Em relação à educação não poderia ser diferente, o uso de tecnologia proporciona grandes benefícios para o processo de ensino aprendizagem, moldando novas formas como ensinamos e aprendemos. (VICTOR, 2020). Já os entrevistados da pesquisa que responderam que utilizam aplicativos ou ferramentas, foram em seguidas questionados sobre qual aplicativos que estavam utilizando:

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 22 Segundo Diogo (2007), “A remuneração que o trabalhador recebe é fruto das relações sociais” (Marx, 1867/1998). Com base na tabela 1, conclui se que o maior alcance em relação à atividade remunerada foi de 6 professores, correspondendo a 26,92%, sendo 3 do gênero masculino e 3 do gênero feminino. Em seguida, foram os profissionais que exercem atividades de comércio com porcentagem de 6,1%, e as demais atividades remuneradas foram variadas. Após a análise a respeito dos trabalhos e suas localidades, o questionário prosseguiu com perguntas a respeito de Educação Financeira, como pode ser visto no gráfico 3: No gráfico 3 foi constatado que cerca de 83,3% das pessoas não receberam capacitação/formação sobreEducação Financeira.Demonstrandodeficiênciadatemáticanaeducaçãosuperioreno ensino básico, e, portanto, a necessidade de formação sobre EF. necessárias para este público em especial. Para Muniz (2010), os conceitos de Matemática Financeira são importantes para a formação de cidadão educado financeiramente (SOMAVILLA, 2018).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 23

A partir do gráfico 4, foi possível concluir que o aplicativo mais utilizado para controle de finanças pessoas foi o Guia Bolso, com 40,5% do total de participantes usuários de aplicativos, cerca de 14 pessoas, utiliza o para ter controle das suas despesas e principalmente do seu dinheiro, assim como o aplicativo “Minhas Despesas”. Dentre os mais usados, seguiu o aplicativo, “Minhas Finanças'', "Gastos diários” e “Organizze”. O próximo questionamento foi em relação ao conhecimento do aplicativo para o controle financeiroNopessoal.gráfico5, é possível observar sobre os apps de finanças mais conhecidos pelos participantes, de modo 51,3% conhecem o aplicativo Guia do Bolso, sendo ele o mais conhecido. Em segundo lugar, vem o Organizze, com cerca de 30,8% e outro destaque dos resultados foi que 26 (25,5%) pessoas não conhecem nenhuma app sobre finanças pessoais. Desta forma, é possível inferir que a necessidade de nos mantermos

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 24 informados, sobre as novas mudanças tecnológicas, que vieram para ampliar o conhecimento, que além disso, exigem comprometimento e dedicação (Damásio,2007) Quando questionando sobre o uso das tecnologias na Educação os resultados são mostrados no gráfico 6 a seguir: No gráfico 6, é possível observar que 92,9% das pessoas acreditam que os recursos tecnológicos podem ajudar a superar as dificuldades encontradas no processo educacional. Para Victor (2020), vivemos em um tempo em que estamos imersos em tecnologia e que ela proporciona diversos benefícios para a educação e para o processo de ensinar e aprender, fazendo com que a escola forme cidadãos que sejam críticos, criativos, competentes e atualizados. Assim, é possível afirmar que essa porcentagem corresponde a um número significativo que acreditam que a tecnologia pode colaborar positivamente no enfrentamento dos desafios na Educação. Victor (2020) afirma que podemos identificar a presença da tecnologia em quase todas as áreas de atividade humana, sua presença parece irreversível. Deste modo, no gráfico 9, é possível verificar se os participantes sentem dificuldades em usar as ferramentas tecnológicas que auxiliam a Educação Financeira.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 25 Cerca de 58,7% dos participantes acreditam que as ferramentas tecnológicas podem auxiliar a área da Educação Financeira não possui dificuldades. Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE (2017) “A educação financeira é um processo que proporciona aos consumidores uma maior compreensão dos produtos financeiros e a adoção de comportamentos financeiros adequados” (KRUGER,2020). Em relação ao comportamento financeiro dos respondentes foi realizado o seguinte questionamento referente ao hábito de anotar gastos diariamente, como pode se ver no gráfico 8:

Com base no gráfico 8, observa se que 57,9% dos participantes não anotam seus gastos diariamente. Esse comportamento pode proporcionar sérios problemas na vida das pessoas, o gerenciamento e controle financeiro é importantíssimo para gestão do orçamento familiar. Desta forma, a educação financeira é

Assim, auxiliando no processo de poupar, os apps são um grande aliado no processo de poupança e educação financeira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa foi apresentada uma análise sobre o comportamento financeiro, uso de aplicativos de finanças e como eles influenciam na educação financeira dos participantes a partir de uma pesquisa de campo.

O gráfico a seguir faz referência sobre o hábito de poupar.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 26 necessária para todos os cidadãos, o controle dos gastos e planejamento financeiro é essencial para a vida de todos (KRUGER,2020).

PIRES, (2006) relembra que: “O objetivo é manter o dinheiro sob controle para que proporcione satisfação ao indivíduo no presente, sem comprometer ou, se possível, melhorando, o bem estar futuro”

No gráfico 9, nota se que 65,9% dos respondentes afirmam que conseguem poupar dinheiro no decorrer do mês enquanto 34,1% não conseguem. “O dinheiro é assim: sovina e severo. É preciso muita cautela para lidar com ele. E não adianta querer bancar o esperto.” (PIRES, 2006). Aprofundando o assunto o próximo gráfico trata se da porcentagem do orçamento que os participantes conseguem poupar?

VETTORELLO, Gabriela Lippert; SEIBERT, Rosane Maria. Práticas e controles de finanças pessoais: comportamento dos agentes econômicos. Brazilian Journal of Business, v. 2, n. 3, p. 2716 2735, 2020.

VICTOR, Larissa Silveira. TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO: O EDUCAR NA ERA DIGITAL. Revista Praxis Pedagógica, v. 3, n. 4, p. 78 90, 2020. LEKA, Aline Regis; GRINKRAUT, Melanie Lerner. A utilização das redes sociais na educação superior. Revista Primus Vitam, v. 7, n. 2º, 2014.

KRUGER, Juliano Milton; MATOS, Nyalle Barboza; OLIVEIRA, Elisângela Leitão. Finanças pessoais no contexto de pandemia: repensando nossos hábitos. 2020.

MARCIANO, Vinícius Gomes. Educação financeira. 2019. SOMAVILLA, Adriana Stefanello; ANDRETTI, Evandro Carlos; BASSOI, Tania Stella. A Matemática Financeira e Educação Financeira: impactos na formação inicial do professor. TANGRAM-Revista de Educação Matemática, v. 2, n. 1, p. 102 121, 2019. PIRES, Valdemir. Finanças pessoais fundamentos e dicas. Piracicaba: Editora Equilíbrio, 2006.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 27 A partir da aplicação do questionário, foi possível observar que mesmo com uma ausência de conhecimento específico sobre Educação Financeira as pessoas buscam meios para organizar suas vidas financeiras por meio de aplicativos que auxiliam sua organização financeira particular, mesmo com dificuldades relacionadas ao manuseio das tecnologias.

REFERÊNCIAS BORGES, L. M. O uso de tecnologia com educação financeira contribui para o aprendizado da matemática. 2017.

DAMÁSIO, Manuel José. Tecnologia e educação. As Tecnologias da Informação e da, 2007. JUNIOR, Ivail Muniz. Educação Financeira e a sala de aula de Matemática: conexões entre a pesquisa acadêmica e a prática docente. 2016.

Os resultados da pesquisa demonstraram que a tecnologia influencia diretamente as pessoas no controle de suas finanças, além de estar presente no cotidiano de cada participante, e pode ser um divisor de águas na mudança de vida se somada a educação financeira direcionada ao uso desses aplicativos. Uma vez que o público que respondeu a pesquisa apresenta, em sua maioria, pouco conhecimento específico empírico a respeito de organização financeira e aplicativos.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 28 DIOGO, Maria Fernanda; MAHEIRIE, Kátia. De balde e vassoura na mão: os sentidos que mulheres serventes de limpeza atribuem aos seus trabalhos. Revista Subjetividades, v. 7, n. 2, p. 557 579, 2007. GONZÁLEZ, Fredy Enrique. Reflexões sobre alguns conceitos da pesquisa qualitativa. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 8, n. 17, p. 155 183, 2020. Média de 2020 de brasileiros endividados atinge maior nível da série, diz CNC. ISTOÉ, 2020. Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.br/media de 2020 de brasileiros>. Acesso em: 29, de setembro de 2020.

PALAVRAS CHAVE: Ensino e aprendizagem; Funções Matemáticas; Softwares Matemáticos; GeoGebra.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 29 CAPÍTULO 03 OS SOFTWARES MATEMÁTICOS COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÕES MATEMÁTICAS Carlos Alex Alves Claudilene Gomes da Costa Agnes Liliane Lima Soares de Santana Laís Cândido dos Santos Marilene Silva de Almeida RESUMO

Estetrabalho discuteresultados de umapesquisadesenvolvidano eixotemático Tecnologiasda Informação e Comunicação (TIC) no âmbito da Educação Matemática e apresenta como objetivo principal identificar a aplicabilidade do software matemático aplicado em uma oficina pedagógica com o estudo de funções matemáticas. Para além disso, ainda almeja se compreender como esse software podem auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem da referida disciplina. No âmbito investigativo, ela foi norteada pela seguinte problemática de pesquisa: em que medida o uso do software matemático em uma oficina pedagógica envolvendo o estudo de funções matemáticas podem se configurar em recursos potencializadores para um ensino e aprendizagem dinâmico, lúdico e também significativo? A metodologia empregada para a análise dos dados foi do tipo qualitativa e seu deu mediante a realização de uma oficina pedagógica, aplicada remotamente, para quatro turmas da 1ª série do Ensino Médio desenvolvida no âmbito do projeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID UFPB CAMPUS IV na Escola Estadual Cidadã Integral Senador Rui Carneiro localizada no município de Mamanguape/PB. Os conteúdos abordados na oficina envolveram o ensino de conceitos de funções matemáticas, usando como ferramenta auxiliadora nesse processo o GeoGebra. Os instrumentos de coleta de dados utilizados na investigação foram questionários e um Quizziz. Os resultados revelaram que os discentes se sentiram mais estimulados a aprender o assunto pela forma dinâmica em que foram apresentados os conteúdos de funções. Por fim, evidencia se que o software usado para o ensino e aprendizagem de conceitos matemáticos, a exemplo de funções, podem auxiliar no processo de compreensão dos conteúdos e participação ativa dos estudantes, contribuindo assim para um conhecimento matemático e tecnológico mais abrangente e uma aprendizagem significativa.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 30 INTRODUÇÃO

A matemática, ainda é, atualmente uma disciplina vista como o “terror” dos alunos no processo de aprendizagem isso também se dá pela falta de compreensão e motivação deles em relação aos conteúdos matemáticos ensinados ainda em sala de aula na sua forma tradicional. Muitas discussões em relação a dinamização e rendimento, levam os educadores a refletir acerca de múltiplas metodologias de ensino para que o professor consiga alcançar resultados satisfatórios no ensino de sua disciplina e contribua para a aprendizagem matemática discente se efetivar de modo significativo.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são um conjunto de tecnologias que facilitam a comunicação, incluindo hardwares como smartphones e microcomputadores, softwares com aplicativos de mensagens ou teleconferência e todos os demais conteúdos que podem ser acessados por meio de redes de acesso a dados (como a Internet).

O cenário atual possibilita uma grande gama tecnológica e com ela vem a necessidade da utilização de tais recursos como uma maneira de facilitar o processo de ensino e de aprendizagem. A tecnologia pode vir a servir como suporte para os professores dinamizarem e facilitarem os conteúdos abordados em sala de aula. Nesse sentido, o presente artigo tem por justificativa a forma de como o crescente avanço tecnológico pode vir a contribuir em sala de aula na sua dimensão pedagógica. Para Gladcheff, Zuffi e Silva (2001), por exemplo, o uso dos softwares pode ser um importante aliado no desenvolvimento cognitivo dos alunos, facilitando um trabalho que se adapta a distintos ritmos e estilos de aprendizagens.

Assim, o principal objetivo desta pesquisa é identificar como a aplicabilidade do software matemático em uma oficina pedagógica envolvendo o estudo de funções matemáticas podem se configurar em ferramentas que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem.

Percebe se, que a literatura específica tem discutido distintas potencialidades dos softwares matemáticos no processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Matemática, o que nos levou à seguinte questão de pesquisa: Em que medida o uso de software matemáticos em uma oficina pedagógica envolvendo o estudo de funções matemáticas podem se configurar em recursos potencializadores para um ensino e aprendizagem dinâmico, lúdico e também significativo?

O ensino e aprendizagem da matemática dispõe várias formas de adaptação das aulas com as TIC, essas que são recursos indispensáveis e que precisam ser introduzidas no cotidiano escolar. Tendo em vista que são inúmeras as possibilidades de aplicativos que podem auxiliar nesse processo de desenvolvimento do conteúdo, a utilização desses recursos pode promover mudanças na dinâmica da sala de aula.

O professor que quer reinventar a escola e fazer parte da revolução educacional precisa ficar atento a sua própria formação, analisando as TIC como ferramenta pedagógica que contribui para o processo de construção do conhecimento do aluno buscando o conhecimento simultâneo das habilidades de cada educando, destacando sempre a participação ativa favorecendo, dessa forma, aprendizagem significativa e colaborativa.

Com o crescente avanço tecnológico, os softwares começaram a ser vistos como ferramenta pedagógica no ensino da Matemática. A abordagem dessas ferramentas em sala de aula se torna um importante aliado no desenvolvimento cognitivo de cada aluno, porém é necessário que se haja a mediação indispensável do professor, pois é preciso estudar e analisar a sua utilização como meio educacional, para que assim seja explorado de forma didática. No quadro 1, apresenta se alguns softwares usados como ferramentas pedagógicas para o ensino da Matemática.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 31 Um dos principais pilares para que isso ocorra é que o professor possa estudar e aprender sobre esses recursos e adaptá los cada vez mais ao seu cotidiano escolar, possibilitando a todos esses benefícios para um melhor desenvolvimento nas aulas. Nesse sentido, Couto (2014, p. 12) diz que:

De início é importante a visualização gráfica do software. Na figura 1 é possível identificar a parte Gráfica, Algébrica ou Numérica. No GeoGebra é possível montar os gráficos e analisar os coeficientes de uma função do primeiro grau. Na função de segundo grau é possível entender a relação entre os coeficientes da função e a concavidade da parábola, além de compreender o comportamento geométrico demarcado pelo ponto de vértice de uma função quadrática quando se faz variar seus coeficientes, um de cada vez. Mas, também é

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 32 Neste sentido observamos que o GeoGebra, Modellus, Scratch, Surfer e Cinderella são softwares interativos de matemática. Essas ferramentas se tornaram um enriquecimento no processo de ensino e de aprendizagem da Matemática, isso porque as plataformas contêm conteúdo onipresentes vinculados à realidade em tempo real. Essas ferramentas ganharam um grande espaço para serem utilizadas para fins pedagógicos, isso devido a sua potencialidade que fez com que abrissem caminhos para novas maneiras de ensinar e aprender em sala de aula. No ensino das funções o GeoGebra vem a ser um grande “aliado”, pois possui características dinâmicas em representações gráficas, geométricas e algébricas. Nesse sentido, Soares (2012, p. 6) relata que: O GeoGebra é um software para o estudo da Matemática que tem como diferencial a possibilidade de representação de objetos, como por exemplo, pontos, retas, segmentos de retas, planos, polígonos e gráficos de funções, possibilitando a fluência entre as representações tanto algébricas quanto geométricas.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 33 possível estudar e analisar as propriedades de outros tipos de funções, tais como: exponencial, logarítmica e trigonométrica. Tem se que: [...] Pode se dizer que o GeoGebra carrega características importantes que poderão contribuir beneficamente para a aprendizagem dos estudantes. Porém, para que isso ocorra deve haver primeiramente uma conscientização por parte docente da importância destes recursos ligados à tecnologia e assim um planejamento sistemático das ações com objetivos predefinidos. Caso contrário, os recursos tecnológicos na escola servirão apenas para o uso em atividades burocráticas e sem qualquer significação para a aprendizagem. (SOARES, 2012, p. 13).

O GeoGebra leva o aluno a construir um determinado conhecimento referente a um conteúdo didático, esse software favorece os processos de ensino e aprendizagem e sua característica principal é seu caráter dinâmico e didático.

Nesse sentido, o trabalho investigativo explana uma abordagem do tipo qualitativa envolvendo a análise dos dadosComcoletados.relação aos objetivos da pesquisa, cabe salientar que ela é do tipo descritiva. Buscou se identificar e descrever como a aplicabilidade de software matemático GeoGebra na oficina pedagógica, envolvendo o estudo de funções matemáticas que se configuraram em ferramentas auxiliadoras no processo de ensino e de aprendizagem. No que diz respeito à coleta de dados, utilizamos um questionário. Ele foi utilizado como instrumento de produção e coleta dados para auxiliar tanto no esclarecimento do nosso problema investigativo, quanto no cunho didático avaliativo da oficina.

O Projeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) vem atuando na Eci Senador Rui Carneiro desde dezembro de 2020, com as turmas de ensino médio, desenvolvendo ações pedagógicas em torno da matemática. Com o intuito de identificar novas formas de explorar e dinamizar as aulas de matemática, pautamos aqui as facilidades e dificuldades dos alunos com o uso dessas ferramentas.

METODOLOGIA

Na oficina pedagógica, planejamos revisar inicialmente o assunto de funções matemáticas, sendo elas: afim, quadrática, exponencial, logarítmica, composta e trigonométrica. Abordamos os conceitos básicos e como se dá sua lei de formação e em seguida discutimos na sala de aula virtual como elas se comportam graficamente no GeoGebra. Também produzimos e aplicamos um QUIZIZZ com 17 questões acerca do assunto como forma de consolidação da aprendizagem. Sua apresentação pode ser observada na figura 2.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 34

No final, foi solicitado aos alunos que respondessem a um questionário online com intuito de identificar o que eles achavam da explanação de um assunto matemático, com o auxílio do GeoGebra, e se eles julgavam importante a aplicabilidade desse recurso nas aulas de matemática, conforme observa se na Figura 3.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 35 O questionário foi respondido por 58 estudantes das quatro turmas da 1ª série do Ensino Médio e serão apresentados/discutidos no tópico a seguir. RESULTADOS E DISCUSSÃO De início, queríamos investigar se os alunos já tinham tido alguma experiência com algum software em sala de aula. Dos 58 alunos, 32 já tinham tido experiência e os outros 26 não. Após isso visamos identificaroníveldesatisfaçãocomaexperiência,foifeitoumaescalade1a10,onde1erapoucasatisfação e 10 muita satisfação. Como podemos observar no gráfico 1. No gráfico anterior, notamos que a concentração maior é de alunos satisfeitos, com 19 avaliações máximasUma(10).das perguntas se direcionava em saber se os discentes já tinham ouvido falar do software GeoGebra (Gráfico 2).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 36 Com a visualização do gráfico é possível identificar que apenas sete dos alunos já tinham escutado sobre esse software, enquanto cinquenta e um alunos não. Outro quesito importante, foi: “Com o uso do GeoGebra, você conseguiu uma maior facilidade no estudo das funções?” Com isso, os resultados mostraram que trinta e oito alunos responderam que sim, tiveram uma maior facilidade no estudo das funções com o GeoGebra, e apenas vinte disseram que não. De acordo com Soares (2012) o software GeoGebra enquanto importante recurso didático, contribui beneficamente para uma aprendizagem mais efetiva, essas contribuições podem obter ainda mais êxito quando executadas de maneira planejada pelos docentes.

Observe que A1, A2 e A5 relatam em suas falas que o software facilitaria sim a aprendizagem, pois facilita, dinamiza e gera interesse nos alunos. Jesus (2019) nos assegura que os softwares se caracterizam como uma importante ferramenta de tecnologia para auxiliar o professor durante as aulas, permitindo que o aluno participe com mais efetividade da aula. Analisando o questionário sobre qual sua experiência com o uso do software para a aprendizagem de funções, foi feito uma escala de 1 a 10, em que 1 era regular para a experiência e 10 excelente, conforme o gráfico 3.

A.1: “Sim, por facilitar o aprendizado”. A.2: “Sim, acho que gera mais interesse ao aluno”. A.3: “Sim, porque as questões ficam mais didática”. A.4: “Sim pois é uma forma divertida de aprender o conteúdo”.

Ademais, sobre a pergunta: “Você acha que o GeoGebra seria um grande auxiliador na aprendizagem das funções? Por quê?”, observamos as seguintes respostas dos alunos:

Desse modo, a utilização do GeoGebra facilita a compreensão e visualização dos gráficos e conceitos abordados, despertando interesse e facilitando a compreensão do assunto de forma completa. Vale salientar que, nem sempre, a utilização desses recursos pode contribuir efetivamente de tais conceitos matemáticos, mas que trazem consigo uma gama de benefícios e variedade em formas de repassar o conteúdo na sala de aula, mas que para causar esses efeitos positivos é necessário que o professor estude bem tais formas e tenha um bom planejamento a ser proposto

Em geral, esta pesquisa traz consigo uma proposta que contribuí para um novo ponto de vista sobre a utilização das novas tecnologias na educação, possibilitando novas formas de contribuições pedagógicas e para futuros trabalhos, com o principal objetivo uma educação moderna e tecnológica.

A utilização desses recursos tecnológicos permite o discente questionar, interagir e aplicar os conceitos aprendidos nas aulas. Mercado (2002) ratifica que os alunos podem adquirir uma melhor maneira de refletir, manipular, questionar, construir, pesquisar, analisar, sintetizar, desenvolver atenção, raciocínio e criatividade nas atividades curriculares”. Por meio do questionário foi possível perceber o quanto os estudantes acharam os recursos importantes e dinâmicos para uma melhor aprendizagem.

Por fim, indagamos: “De maneira geral, você acha que os softwares ajudariam no seu desempenho e compreensão nos assuntos de matemática?” E vinte e nove alunos disseram que sim, eles ajudariam e só três disseram que não. Como reforça Vieira (1999), para que estas tecnologias promovam as mudanças esperadas no processo educativo, devem ser usadas não como máquinas para ensinar ou aprender, mas como ferramenta pedagógica para criar um ambiente interativo.

A atual pesquisa teve como objetivo principal analisar a utilização do software como ferramenta educativa no ensino de funções, de forma a trazer esse assunto de uma forma mais clara e objetiva. Os resultados obtidos após a finalização da oficina nos concedem assegurar que o uso do software educativonoestudodasfunçõesrepresentamserumgrandealiadonoprocessodeensinoedeaprendizagem de forma relevante em que os discentes conseguem sanar e identificar as dificuldades.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 37 É nítido que doze alunos deram nível 8 para a experiência, nove deram nível 9 e 10 e que quatro alunos disseram que a experiência foi regular. Além de ser questionado se eles achavam que os softwares deveriam ser mais usados nas aulas de matemática, trinta e dois disseram que sim e apenas três disseram que não.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 38 REFERÊNCIAS COUTO, Marta Silvania Carvalho Freitas. TIC: ferramenta facilitadora do processo de ensino aprendizagem na primeira fase do ensino fundamental? 2014. GLADCHEFF, Ana Paula.; ZUFFI, Edna Maura.; SILVA, Dilma Menezesda. Um Instrumento para Avaliação da Qualidade de Softwares Educacionais de Matemática para o Ensino Fundamental. Anais do XXI Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. Fortaleza, 2001. JESUS, Danilo do Nascimento de. O uso do software Geogebra para o ensino de função do 2º grau: o caso da 1ª série do ensino médio de uma escola federal. 2019. Dissertação de Mestrado. MERCADO, Luis Paulo Leopoldo (Org.). Novas tecnologias na educação: Reflexões sobre a prática. Maceió: EDUFAL, 2002. SOARES, Luis Havelange. Tecnologia computacional no ensino de matemática: o uso do Geogebra no estudo de funções. Revista do Instituto Geogebra Internacional de São Paulo. ISSN 2237 9657, v. 1, n. 1, VIEIRA,2012. Fábia Magali Santos. A Utilização das Novas Tecnologias na Educação numa Perspectiva Construtivista. Disponível em: <www.proinfo.gov.br/biblioteca/texto/txnovatec.pdf>. v. 13, 1999. Acesso em: 23 jul. 2021.

O presente artigo tem como objetivo investigar a importância do uso dos Livros Paradidáticos de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental. E como objetivos específicos: caracterizar o livro paradidático de Matemática; identificar os livros paradidáticos de Matemática que são propostos pela literatura infanto juvenil para serem trabalhados no Ensino Fundamental; verificar se os professores do ensino fundamental fazem uso de algum livro paradidático de Matemática durante as aulas; identificar possíveis dificuldades apontadas pelos professores com relação ao uso dos livros paradidáticos em sala de aula; analisar a relação entre texto escrito, símbolo matemático e imagens existentes nos livros paradidáticos citados pelos professores. Para atingir esses objetivos, partimos de uma abordagem qualitativa, no âmbito da pesquisa de campo. Utilizando como instrumento para coleta de dados, uma entrevista com cinco questões aplicadas a professores dos anos finais do Ensino Fundamental, os quais foram organizados, interpretados e analisados a partir da análise de conteúdo de Bardin (2005). A fundamentação teórica se baseia na perspectiva da Literatura Matemática, considerando as discussões de pesquisadores como Munakata (1997); Dalcin (2007); Machado (2013); Danyluk (2002); Toledo (2004); Smole (2004); Brasil (1998), dentre outros autores. A pesquisa mostrou que existem diversos tipos de publicações de livros paradidáticos de Matemática de diversas maneiras, dentre elas: livros com ilustrações infanto juvenis e que os docentes têm a compreensão de que os livros paradidáticos de Matemática são muito importantes no processo ensino aprendizagem de cada instituição de ensino e que às vezes se tornam menos importantes, por desmotivação no âmbito escolar. Ainda assim, os mesmos não são utilizados nem mesmo numa atividade diversificada ou como atividade extra, fazendo com que os livros paradidáticos se tornem menos conhecidos para o grande público que são os estudantes.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infanto juvenil, Livros Paradidáticos de Matemática, Ensino Fundamental.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 39 CAPÍTULO 04 UM ESTUDO SOBRE O USO DOS LIVROS PARADIDÁTICOS DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Anderson Silva Gusmão Marinalva Luiz de Oliveira RESUMO

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 40 INTRODUÇÃO

Ao longo da história da sociedade, a Matemática foi vista e ainda continua sendo, como a disciplina tradicionalista e calculista dentre todas as lecionadas. Com o passar do tempo foram criados métodos e didáticas de ensino para uma melhoria na aprendizagem do conhecimento, levando em consideração a realidade em que o estudante está inserido. Contudo, não foi suficiente para a quebra deste paradigma sobre a disciplina. Como sabemos, porém, novos tempos surgem. Com a era da tecnologia a Matemática ficou mais presente através dos seus códigos binários e programação de softwares, sendo assim, a Matemática não ficou reduzida aos seus métodos de aprendizagem da sala de aula. Novos paradigmas foram criados, investigados e, ainda continuam sendo publicados para diversos docentes e pesquisadores em Educação Matemática no Brasil e no mundo. Estes, pois, buscam de alguma maneira, através das diversas teorias abordadas, a importância da leitura e escrita no ensino aprendizagem de Matemática nas salas de aulas. Os professores que buscam de alguma maneira melhorias para compreender e resolver problemas do cotidiano dos estudantes está frente ao desafio de articular a leitura, em particular a infanto juvenil, com a Matemática, principalmente na interpretação de imagens, gráficos e tabelas.Diante

dos questionamentos por parte dos estudantes nas aulas de Práticas e Educação do IV e V períodos da graduação de Licenciatura em Matemática, da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte, o (a) professor (a) pediu para realizar uma pesquisa sobre os livros paradidáticos de Matemática, para fazermos uma síntese e mostrar o quanto de importância o mesmo tem para o ensino aprendizagem nas instituições de ensino; sendo assim, nos fez perceber que os mesmos são criados, publicados e arquivados nas diversas bibliotecas das instituições de ensino. Sendo assim, inspirou nos esse estudo em torno da seguinte questão: Qual o uso dos livros paradidáticos de Matemática nos anos finais do ensino fundamental?Tendo em vista a questão da pesquisa, elaboramos como objetivo geral: Investigar a importância do uso dos Livros Paradidáticos de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental. Com o propósito de alcançarmos este objetivo, elencamos os seguintes objetivos específicos: caracterizar o livro paradidático de Matemática; identificar os livros paradidáticos de Matemática que são propostos pela literatura infanto juvenil para serem trabalhados no Ensino Fundamental; verificar se os professores do ensino fundamental fazem uso de algum de livro paradidático de Matemática durante as aulas; identificar possíveis dificuldades apontadas pelos professores com relação ao uso dos livros paradidáticos em sala de aula; analisar a relação entre texto escrito, símbolo Matemático e imagens existentes nos livros paradidáticos citados pelos professores.

A linguagem Matemática é constituída da língua materna e da linguagem simbólica, que usa símbolos Matemáticos. Na linguagem Matemática, a língua materna e a linguagem simbólica interagem para comunicar as mensagens. Várias ciências usam símbolos, mas talvez, nenhuma a faça com tanta frequência quanto a Matemática. (MORAIS FILHO, 2010).

Ao longo dos séculos, foram desenvolvidas ferramentas “Matemáticas” que forneciam subsídios para melhor desenvolver as atividades relacionadas a ela. Essas ferramentas inventadas incluem aqueles materiais como a régua, o compasso, o ábaco, o material dourado, entre outros, e também os signos, como o sistema de coordenadas cartesianas, algoritmo para multiplicações etc. O estudo da história de uma determinada ferramenta vai mostrar o quão importante foi o seu surgimento num contexto cultural que havia a necessidade pragmática para um artefato desse tipo.

Dessa forma, a literatura infanto juvenil nas aulas de Matemática é uma das possibilidades para tornar essa disciplina mais interessante e motivadora, o que possibilita diminuir os elevados índices de insucesso Matemático dos estudantes. As atividades de leitura e escrita nas aulas como meio facilitador da formação de significados utilizando textos literários para o ensino desses conceitos, pode ser uma forma de contribuir para a formação de significados aos conteúdos que se pretende ensinar.

REFERENCIAL TEÓRICO

Daí a importância do numeramento para essa linguagem, e, portanto é visto como um domínio de habilidades que envolvem um subconjunto de habilidades essenciais tanto da Matemática como do letramento. Essa categoria aos poucos contribui para a quebra de tabus Matemáticos e Literários que ao longo dos tempos ficou infiltrado na raiz do conhecimento de cada docente que não quis e/ou não pôde adentrar nos novos e grandes horizontes da educação Matemática (TOLEDO, 2004).

Dessa forma Smole (et al 2004) nos fala quanto ao ensino de Matemática que a literatura poderia ser um modo desafiante e lúdico para os estudantes pensarem sobre algumas noções Matemáticas através do seu cotidiano. Sendo assim, poderia também integrar literatura infanto juvenil nas aulas de Matemática representando uma substancial mudança no ensino tradicional da Matemática, pois, em atividades desse tipo, os estudantes não aprendem primeiro a Matemática para depois aplicar na História, mas exploram a Matemática e a História ao mesmo tempo.

Os livros paradidáticos não apresentam as mesmas características dos didáticos como à seriação, conteúdo segundo um currículo oficial ou não. São adotados no processo de ensino e aprendizagem nas escolas como material de consulta do professor ou como material de pesquisa e de apoio às atividades do

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 41 No entanto, os professores não dão ênfase aos livros paradidáticos para os estudantes. Logo, não conhecem os livros paradidáticos o que se torna uma lenda na vida escolar dos estudantes, em especial das séries finais do ensino fundamental, que anseiam por leituras criativas e motivadoras.

E tal complemento ou substituição passa a ser considerada como desejável, na medida em que se imagina que os livros didáticos por si sejam insuficientes para uma abordagem mais ampla no conteúdo em questão. A denominação paradidática não serve apenas para livros, incluem também revistas, internet, álbuns, jogos, cuja matéria ou linguagem via de regra narrativa resulta da fusão de duas intenções básicas: ensinar e divertir. Dependendo da orientação do professor ou da escola, pode ser utilizado em atividades dentro ou fora do horário escolar (MUNAKATA, 1997).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 42 educando.

Nesse sentido, o critério para a seleção dos livros pode ficar por conta do professor que ao analisá lo(s) deve levar em conta os conteúdos oficiais para não transmitir informações equivocadas, que possam vir a comprometer o ensino. Mesmo não tendo um rigor como a crítica da noosfera, há certa responsabilidade em sua produção visto que são oferecidos para professores e estudantes do Sistema de EnsinoSegundoFormal.

os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), os livros paradidáticos têm exatamente a função de oportunizar aos professores o desenvolvimento de trabalhos voltados para valores como: bondade, amizade, respeito, honestidade, ecologia, meio ambiente, poluição, dentre outros. Por isso se faz necessário criar situações de aprendizagem problematizadas, que respeite o desenvolvimento das crianças e adolescentes, suas emoções, desejos, a fim de despertar sua curiosidade e sensibilidade ao tema a ser estudado.Aintenção

As primeiras coleções dos livros paradidáticos de Matemática começaram a surgir a partir de 1986, com as coleções Vivendo a Matemática, da editora Scipione, e A Descoberta da Matemática, da Ática. Surgia o início da quebra de tabus, que contribuiriam para uma melhor compreensão, leitura, visualização, divertimento e continuação ao modelo Matemático que havia nascido em poucos anos.

dos livros paradidáticos de literatura infanto juvenil como recurso metodológico para explorar situações que envolvam conhecimentos Matemáticos deve ser a de trabalhar o lúdico, sem deixar que as crianças e jovens percebam outro sentido nos mesmos. Se o professor der muita ênfase aos valores morais das histórias, elas poderão tornar se chatas para os alunos, criando uma aversão pelas mesmas e distanciando se dos livros literários. Segundo Dalcin (2007), é importante levar em consideração a proposta dos livros paradidáticos de Matemática porque são livros temáticos com bastante intenção de ensinar de forma lúdica e que podem ser utilizados paralelamente ao livro didático ou mesmo vir a substituí-lo em alguns momentos. Partindo dessa intenção de ensinar de forma lúdica, autores, ilustradores e diagramadores criam textos que tentam articular a simbologia Matemática com as imagens e palavras.

Para ele o que define os livros paradidáticos é o seu uso como material que complementa ou mesmo substitui os livros didáticos (MUNAKATA, 1997).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 43 Portanto, para essa mesma autora, os textos produzidos especificamente para o ensino da Matemática têm a intenção de ensinar conteúdos da Matemática escolar, com seus signos e significados particulares, a destinatários específicos, professores e estudantes do Ensino Fundamental (DALCIN, 2007).

Por outro lado, para Dalcin (2007), os livros da coleção “Vivendo a Matemática” apresentam uma grande articulação entre simbologia Matemática, imagens e textos escritos. São livros que se destacam por caracterizar se pela aproximação que fazem entre a Matemática e a narrativa literária de uma forma em que há uma preocupação muito maior em fazer essa articulação apontada por essa autora. Para essa mesma autora, o livro paradidático de Matemática ainda está em processo de maturação e somente, se concretizará de forma ampla quando os professores de fato começarem a se tornar autores e/ou co autores, partilhando suas experiências e "pesquisas" em sala de aula.

Escolhemos paraa amostra05 (cinco)professores dematemáticaque atuamnoEnsino Fundamental de escolas da rede estadual pública de ensino da região metropolitana do estado de Pernambuco, sendo 04 (quatro) professores do município de Camaragibe e apenas 01 (uma) professora do município de São Lourenço da Mata, pela disponibilidade e acesso. Usamos o método de análise de conteúdo (BARDIN, 2005) para analisar os dados. A análise de conteúdo é entendida como procedimento de pesquisa que se situa em um delineamento mais amplo da teoria da comunicação e tem como ponto de partida a mensagem. Bardin (2005, p. 38) define a análise de conteúdo como: Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

METODOLOGIA

Mas, o que observamos é que, nem todos os livros paradidáticos da Matemática mostram que houve essa preocupação, principalmente os livros da coleção “A descoberta da Matemática”. Para Dalcin (2007), os autores dessa obra se preocuparam muito mais em privilegiar o conteúdo Matemático na sua linearidade tradicionalemvezdedarênfase àcriaçãodehistórias,umcontextonarrativo,portantoocentroéoconteúdo Matemático. Diante dessa prerrogativa a oscilação entre o que é da história e o que é da Matemática, dificulta a articulação entre esses elementos símbolo Matemática, imagens e texto escrito.

Priorizamos a pesquisa de campo, pois trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade numa abordagem qualitativa para melhor interpretação dos dados coletados. Para Oliveira (2005, p. 68) a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se explicar em profundidade o significado e as características do resultado das informações obtidas através de entrevistas, ou questões abertas e/ou fechadas, portanto a define: “um estudo detalhado de um determinado fato, objeto, grupos de pessoas ou ator social e fenômenos da realidade”.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 44 mensagens, indicadores (quantitativos e qualitativos) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

O nosso instrumento de coleta de dados se estrutura numa entrevista com uma lista de perguntas abertas e fechadas, que foi seguida à risca pelos entrevistados, que segundo Oliveira (2005, p. 89) pode ser definido como “uma técnica para a obtenção de informações sobre sentimentos, crenças, expectativas, situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o entrevistador deseja registrar para atender os objetivos deseu estudo”. Aentrevista foirealizada através dequestões de autopreenchimento, queé quando o próprio entrevistado escreve suas respostas sem intermediação do entrevistador.

perceber, portanto, quanto ao conhecimento quanto ao tipo de livros paradidáticos de Matemática que as respostas dos professores “A”, “C” e “E” mostram o quanto o livro paradidático: “O Homem que Calculava Malba Tahan” é citado, provavelmente o único que marca a caminhada acadêmica desses professores.Osdemais

RESULTADOS

Os resultados obtidos com a aplicação da entrevista são apresentados levando em consideração cinco categorias de análise: conhecimento quanto ao tipo de livros paradidáticos de Matemática; a importância de trabalhar livros paradidáticos nas aulas de Matemática; utilização de algum livro paradidático de Matemática na sala de aula; dificuldades para utilização dos livros paradidáticos de Matemática na sala de aula e a relação texto escrito, símbolo Matemático e imagens nos livros paradidáticosPodemos.

professores “B” e “D” citam outros autores de livros paradidáticos, revelando, assim, uma diversidade da existência dos livros paradidáticos de Matemática Porém, todos os professores conseguem responder nossa pergunta em relação à quantidade de livros paradidáticos de Matemática que conhecem. Pelo que ouvimos, no momento da pesquisa, os mesmos informaram que conhecem mais livros, contudo, citaram apenas um As respostas dos professores quanto à importância de trabalhar livros paradidáticos nas aulas de Matemática, mostraqueo professor“A”apresenta umaposiçãobastanteimportantequeéoenriquecimento

Os professores participantes estão simbolizados em ordem alfabética pelas letras de “A” a “E” e as escolas estão simbolizadas em ordem numérica pelos algarismos de “01” a “05” segundo a ordem cronológica das atividades, através de quadros com o intuito de proporcionar uma melhor clareza na apresentação dos dados coletados e consequentemente na análise dos mesmos. É importante ressaltar que as nossas análises são qualitativas.

Percebemos nas falas dos professores que a interação entre imagem, texto escrito e simbologia matemática, contribui para o aprendizado dos conteúdos matemáticos e, portanto reconhecem o potencial

Todavia os professores “A” e “D” mostram que há uma exigência de tempo para aplicação dos conteúdos da matriz curricular, bem como, a falta de interesse dos professores e ausência dos livros paradidáticos na escola faz com que a utilização não seja aplicada de maneira intensificada nas salas.

à utilização de algum livro paradidático de Matemática na sala de aula; os professores “B” e “E” percebem que a utilização dos paradidáticos em sala de aula, faz com que os alunos melhorem na sua percepção de raciocinar e conhecer a Matemática de forma simples e diversificada. Já o professor “C” faz questão do ensino sistematizado, na qual a valorização da história se torna importante.

Os professores consideram importante à relação entre texto escrito, símbolo Matemático e imagens nos livros paradidáticos, pois ajudam na interpretação das imagens, gráficos e tabelas fazendo com que os estudantes construam o conhecimento no decorrer da aprendizagem.

Segundo Dalcin (2007), os livros paradidáticos da Matemática devem sempre apresentar uma relação entre simbologia matemática, imagens e textos, seja articulando os elementos envolvidos em pares como imagens e texto escrito, ou texto escrito e símbolo Matemático, ou símbolo Matemático e imagens.

O professor “D” mostra que não há dificuldade, o que há é uma cobrança excessiva de conteúdos e isso faz com que o tempo de aula seja menor ainda. Um bom planejamento para incluir os livros paradidáticos na programação do currículo escolar ou atividades da Unidade de Ensino contribuirá na melhoria do trabalho em sala. Outro fator apresentado é o desinteresse tanto dos docentes para motivar os discentes e dos estudantes para a leitura e pesquisa; faz nos compreender as dificuldades dos professores “C” e “E”. Mesmo percebendo que se trata de escolas diferentes e realidades diferentes.

Os demais professores “C”, “D” e “E”, expõem o interesse em trabalhar a história da Matemática através dos livros paradidáticos, perfazendo um resgate do inicio da compreensão de alguns assuntos que surgem bem no começo da Matemática. E ainda, o diferencial do professor “D” que defende um trabalho pedagógico com aprofundamento maior com a contextualização dos conteúdos Matemáticos. Sendo assim, motivará os estudantes a valorizar o conteúdo Matemático através das atividades propostas nos seus acontecimentos.Emrelação

Os professores apresentam as dificuldades para utilização dos livros paradidáticos de Matemática na sala de aula. Sendo assim, o professor “A” apresenta uma dificuldade para não utilização dos livros paradidáticos em relação à ausência ou a pouca quantidade dos livros paradidáticos nas bibliotecas das escolas; portanto aponta um problema de gestão administrativa. Já o professor “B” reconhece que a dificuldade pode esta atrelada ao planejamento, quando este diz que através de um bom planejamento pode se chegar ao aproveitamento dos livros paradidáticos de Matemática.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 45 cultural. Já o professor “B” apresenta uma Matemática: recreativa, lúdica, atrativa. Porém, todos voltados para o processo educacional que os livros paradidáticos atingem na vida de cada estudante.

A importância dos livros paradidáticos no decorrer dos anos, fez com que o sistema educacional brasileiro, no que diz respeito à Educação Matemática obtivesse um grande desenvolvimento em relação ao método de ensino e práticas pedagógicas para os estudantes e professores. O crescimento gradativo das literaturas Matemáticas infanto juvenil despertou o interesse pela disciplina de maneira atrativa e criativa no contexto literário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998.

Portanto, a utilização dos paradidáticos de Matemática em grande escala acontecerá aos poucos, tendo em vista a quantidade de relatórios e atividades que são exigidas no ensino aprendizagem nas Unidades de Ensino. Para tanto, faz se necessário discutir com os docentes, durante a sua formação, a importância dos paradidáticos para que, assim, esta utilização se torne uma realidade na prática pedagógica.

A caracterização dos livros paradidáticos em nossa pesquisa proporcionou entender que existem diversostiposdepublicaçõesdelivrosparadidáticosdeMatemáticadediversasmaneiras,dentreelas:livros com ilustrações infanto juvenis, onde contribui com a motivação de vários leitores, e que, a falta de esclarecimento sobre os mesmos para os docentes é crescente.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2005.

Para os educadores, é de fundamental importância a busca de melhorias no processo ensino aprendizagem para a construção do conhecimento que é exposto em sala para os estudantes através do docente e devem proporcionar aos mesmos as condições necessárias para que venham a se tornar protagonistas de seu aprendizado. Isto pode ser facilitado quando selecionamos um bom livro paradidático, que desperte o imaginário do estudante, levando os a refletirem sobre leituras ao ponto de significar, inclusive, o aprofundamento e o entendimento da Matemática escolar em seu cotidiano.

REFERÊNCIAS

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 46 que o livro paradidático de Matemática possui, se confirmando com o pensamento de Dalcin (2007), o de ser um recurso que propicia uma aproximação entre a Matemática, outras áreas do conhecimento e as práticas de leitura, fazendo com que os estudantes utilizem em suas vidas cotidianas, para assim, compreender e fortalecer o conhecimento adquirido nas escolas.

MUNAKATA, Kazumi. Produzindo livros didáticos e paradidáticos. São Paulo: PUC, 1997. (Tese de OLIVEIRA,doutorado).

TOLEDO, Maria E. R. O. Numeramento e escolarização: o papel da escola no enfrentamento das demandas matemáticas cotidianas. In: FONSECA, Maria. C. F. R (Org.). Letramento no Brasil: habilidades matemáticas: reflexões a partir do INAF 2002/ São Paulo: 2004, Global: Ação educativa assessoria, pesquisa e informação: instituto Paulo Montenegro. WIELEWSKI, Gladys Denise. O Movimento da Matemática Moderna e a Formação de Grupos de Professores de Matemática no Brasil. Disponível em: http://www.apm.pt/files/_Co_Wielewski_4867d3f1d955d.pdf. Acessado em 08 de abri 2014.

SMOLE, Kátia C.S., et al. Era uma vez na Matemática: uma conexão com a literatura infantil. 5 ed. São Paulo: CAEM/IMEUSP, 2004. PAEZ, G. R; SOUSA, M. C. Uso de Paradidáticos em Aulas de Matemática: uma experiência com “O Homem que Calculava”. Disponível em: http://www.enrede.ufscar.br/participantes_arquivos/E4_PAEZ_TA.pdf. Acessado em 03 de abri 2013.

M. L. O trabalho pedagógico dos professores do ensino fundamental no ciclo II sobre educação ambiental Recife PE. 2005. f. 134. Dissertação (Mestrado em Ensino das Ciências) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2005.

A. Um Olhar sobre o Paradidático de Matemática. (Dissertação de mestrado) ZETETIKÉ Cempem FE Unicamp v. 15, n. 27 jan./jun. 2007. DANYLUK, Ocsana. Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita infantil/ Ocsana Danyluk. Porto Alegre : Sulina, Passo Fundo : Ediupf, 2002. 2ª ed. FRANCO,MariaLauraPublisiBarbosa. Análisedeconteúdo Série Pesquisa v. 6 Brasília DF,2ªedição: Liber Livro Editora, 2007. MORAIS FILHO, Daniel Cordeiro de Um convite à Matemática: fundamentos lógicos, com técnicas de demonstração, notas históricas e curiosidades/ Daniel Cordeiro de Morais Filho; 3ª edição, totalmente voltada às técnicas de demonstração; Campina Grande, Edição do autor, Fábrica de Ensino, 2010.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 47 CARNEIRO, R. F.; PASSOS, C. L. Matemática e Literatura Infantil: uma possibilidade para quebrar a armadilha do desconhecimento matemático. Disponível em: http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss06_04.pdf. Acessado em 08 abri DALCIN,2013.

em que muitos docentes, em especial os licenciados em matemática, estão guiando e/ou sendo guiados como método de ensino, não está sendo bem explorado nem construído pelos alunos. Daí nosso interesse de discutir o agir comunicativo de Habermas enquanto possibilidade para emancipação dos sujeitos envolvidos no processo pedagógico matemático.

PALAVRAS CHAVE: Comunicação, Matemática, Habermas.

REFERÊNCIAL TEÓRICO Habermas (1987) na busca de uma teoria crítica para a sociedade, critica teorias que não levam em consideração o uso da linguagem na relação que estabelece entre ouvintes quando se refere ao mundo. A originalidade da linguagem, para ele é o seu uso comunicativo: O entendimento parece ser imanente como telos à linguagem humana. Se esta suspeita se confirma, teremos que postular para a ação comunicativa uma conexão estreita entre fala e ação e, então, pelo menos como fins heurísticos, as

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 48 CAPÍTULO 05 O AGIR COMUNICATIVO DE HABERMAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Anderson Silva Gusmão Marinalva Luiz de Oliveira

RESUMO O objetivo deste artigo é apresentar e discutir condições teórico práticas no âmbito educacional e suas relações existentes para execução de um projeto no contexto do ensino matemático, tendo como base o agir comunicativo de Jürgen Habermas. Os professores e alunos são os personagens principais e, ainda, refletindo esse agir como possibilidade para emancipação dos sujeitos envolvidos no processo pedagógico matemático.

INTRODUÇÃO

No processo ensino aprendizagem que vivenciamos nas diversas instituições de ensino, percebemos que a comunicação é ainda escassa por quem faz a educação, em especial os professores, pois são eles que mais a utilizam, porém, muitos restringem os alunos no momento da fala em diversas situações. E, portanto entendemos o agir comunicativo como possibilidade para emancipação dos sujeitos envolvidos noprocesso pedagógico.Ocaminho

paradigma é lançado todos os dias para diversos docentes no Brasil e no mundo. Eles tentam buscar de alguma forma, através das diversas teorias abordadas, o uso constante da fala nas aulas de Matemática. Até mesmo porque ao longo dos anos a Matemática tem sido configurada como a disciplina mais temida pelos alunos e o professor aproveitara para ser o senhor de tudo e os alunos subalternos a diversas formas traumatizantes de apropriação do conhecimento matemático. A linguagem permite ao falante não apenas emitir sentenças assertóricas, que são pretensões de verdades sobre um estado de coisas. Mas, fazer com que os docentes aceitem e comecem a compreender que o erro faz parte do cotidiano dos discentes. Pois, muitos professores querem que os alunos vão ao ambiente escolar sabendo do conteúdo que será transmitido e, não construído em conjunto. Principalmente quando se trata de matemática, pois é comum na sala de aula.

Os participantes se envolvem em igualdade de condições para expressar ou para produzir opiniões pessoais, sem qualquer coerção, e decidir, pelo princípio do melhor argumento, ações que visam determinar a sua vida social.

A IMPORTÂNCIA DOS MOMENTOS DE FALA E MOMENTOS DE ESCUTA NA AULA DE MATEMÁTICAUmnovo

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 49 manifestações explicitamente linguísticas haverão de primar sobre as não linguísticas (Habermas, 1987, p. 454).

A ação comunicativa se distingue das interações de tipo estratégico porque todos os participantes perseguem sem reservas fins ilocucionários com o propósito de chegar a um acordo que sirva de base a uma coordenação concentrada nos planos de ação individuais (HABERMAS, 1987a, p. 379).

Habermas argumenta que qualquer um que usa a linguagem, presume que ela pode ser justificada em quatro níveis de validade: Que é dito é inteligível, ou seja, a utilização de regras semânticas inteligíveis pelos outros; Que o conteúdo do que é dito é verdadeiro; Que o emissor se justifica por certos direitos sociais ou normas que são invocados no uso de idioma; Que o emissor é sincero no que diz, não tentando enganar o receptor. Isto é o que Habermas classifica de comunicação não distorcida. Quando uma das regras é violada, ou seja, o locutor está mentindo, então a comunicação está distorcida.

Muitas são as dúvidas que circundam os discentes e muitas são as vozes que envolvem o professor, para esclarecimento e conversas sobre diversos assuntos que está no convívio de cada aluno. Porém, se o docente estabelece critérios através do diálogo, consegue atender a todos sem problemas. Em muitas situações, diversos docentes tentam falar, tentam explicar, mas não conseguem por não tentar buscar este diálogo com os estudantes, pois, muitos destes alunos vão à escola para bagunçar, estudar... O diálogo é

mesmo autor (1987), o conceito de entendimento remete a um acordo racionalmente motivado, alcançado entre os participantes que se mede por pretensões de validez suscetíveis de critica.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 50 Contudo, o agir comunicativo faz diferença na vida de vários alunos que tentam de alguma forma compreender e entender a Matemática em seu dia a dia. Nos tempos de hoje a comunicação é essencial para a vida no mundo, pois, tudo gira em torno dela. Mas a comunicação em sala de aula é mais do que importante, porque através dela os discentes terão acesso ao conhecimento e, se esta comunicação for transmitida de maneira errônea, a construção do conhecimento na vida do aluno torna se um desastre, assim partindo da ideia acadêmica de que "o conhecimento é um ato linguístico" (INGRAM, 1993, p. 247).

O processo de comunicação na sala de aula fica a critério de quem leciona. Muitos utilizam o processo do grito, outros o processo da dinâmica para tentar conter os alunos, outros não utilizam nada, pois estão na educação por falta de opção. Os que utilizam o critério do grito cria uma personalidade de ditador e carrasco com os alunos, onde dependendo da sua situação familiar é traumatizante para sua vida, nisso impende profundamente o desenvolvimento do conhecimento matemático do aluno.

São utilizados vários recursos para agilidade e facilidade da compreensão na exposição do conteúdo matemático que o docente apresenta. Nessas exposições tem que ser levado em consideração o uso da inclusão social dos deficientes em suas variadas necessidades, pois, a partir daí fará com que o professor se sinta preparado para lecionar, pesquisar diversas metodologias para o uso adequado do entendimento e de secomunicardamelhorformapossível comestepúblicotãoimportantenomeiodaeducação/comunicação.

Os que dão a importância ao processo dinâmico na sala de aula para melhor compreensão e entendimento dos alunos no ensino matemático, faz com que o ele pense e veja a importância que a disciplina tem em sua vida. O docente deve estimular seus alunos a compreender que alguém fala alguém escuta; desenvolve um trabalho em que os alunos falem e sejam ouvidos pelo professor.

Nisso fica difícil o entendimento do assunto quando há diversas falas paralelas no âmbito da sala de aula, em especial de matemática, pois, requer uma atenção especial e um tempo maior para assimilação do conhecimento. E que segundo Habermas (1987), através das ações de fala são levantadas pretensões de validez criticáveis, aos quais apontam para um reconhecimento intersubjetivo.

Por parte dos alunos o entendimento deve ser constante e crescente, para a evolução do conhecimento matemático que se forma passo a passo. E que, muitas vezes esse entendimento é mútuo por meio de argumentações destinadas a outras pessoas, em ações voltadas para alcança lo... (HABERMAS, 1987, p.Para65).esse

Para Habermas (2002), com a ação comunicativa podemos identificar como cada docente pode executar seu trabalho de forma sucinta através da emancipação para autonomia do sujeito durante suas aulas. Fundamentando a teoria do agir comunicativo se propõe a demais como tarefa investigar a "razão inscrita na própria prática comunicativa e cotidiana" e reconstruir a partir da base de validez da fala em conceito não reduzido de razão Habermasdizqueomundovemaseratotalidadedeentidadessobreasquaisafirmaçõesverdadeiras são possíveis, junto com o mundo social com suas normas e mundo subjetivo com seus afetos. Portanto a ação comunicativa baseia se em um processamento cooperativo de interpretação em que os participantes se referem a algo no mundo objetivo mesmo quando em sua manifestação só sublinhem tematicamente um destes três componentes (HABERMAS, 1987, p. 171).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 51 essencial em sala de aula para poder existir através do momento de fala e escuta uma ação comunicativa na exposição do conteúdo matemático. No espaço da sala de aula, muitos alunos conversam paralelamente com os assuntos do seu dia a dia que não são problemáticos e de alguma forma são entendidos como verdadeiros. Isso também acontece com os docentes nos intervalos das aulas, nos quais se o assunto do cotidiano não for sobre as famílias de cada um, serão os problemas que os alunos apresentam em sala e que não há solução; neste espaço cada membro tem a chance de falar, de ouvir e de contestar, livres de qualquer influência ou repressão quer externa e/ou quer interna; contudo, com o dialogo em conjunto com os demais docentes da instituição, faz com que o professor tenha vários argumentos quando remete a falta de compreensão imediata do aluno..., onde consiga encontrar um que seja convincente. Habermas (1987) diz que os atos de fala têm a intenção de argumentar sobre o sentido do que é dito, com propósitos comunicativos e as ações comunicativas tem suas raízes nos atos de falas. O ato da fala é o momento em que a pessoa exprime suas intenções. Qualquer ato de fala, através do qual um falante se entende com um outro sobre algo, localiza a expressão linguística em três referências com o mundo: em referências com o falante, com o ouvinte e com o mundo (HABERMAS,2002,p.95).Estefatoseconcretiza muito na sala dos professores, secretárias e adjacentes. Os atos de fala que se manifestam na comunicação ordinária passam a constituir uma teoria que está imersa e se funde com a própria teoria da ação comunicativa de Habermas.

Em diversas situações, a fala é mal compreendida e às vezes muito mal interpretada. Por parte do ouvinte, mas não devemos esquecer que as dificuldades podem estar no locutor. No momento da comunicação, e sempre em ênfase da sala de aula. Em muitas ocasiões, a fala é contestada e rebatida pelos personagens da sala de aula: professor e aluno, pois, simplesmente, por conta do conteúdo matemático e/ou porcontadaindisciplina dos discentesquevem crescendonas unidades de ensino.Contudo estaindiferença não só ocorre em salas, mas durante o horário escolar, nos corredores e espaços distintos da instituição.

Para Oliveira (2005), planejar, projetar e executar ou agir constituem momentos específicos no plano da reflexão, da racionalidade. Envolve pelo menos a racionalidade teleológica, aquela que adéqua os meios aos fins, a estratégia e a finalidade dos seres humanos, e a racionalidade comunicativa, a que orienta para o entendimento.Oagircomunicativo

METODOLOGIA Trata se de uma pesquisa de campo, abordagem qualitativa, mas que está em andamento. As aulas de Matemática serão lócus de observação. Iremos investigar junto com os professores e alunos, as diversas linguagens que são utilizadas no contexto matemático; se a compreensão por parte dos discentes está sendo bem aceita e se o próprio docente está tendo bastante clareza quanto aos argumentos usados para a construção do Atravésconhecimento.deumquestionário e observações estruturadas, poderemos observar como são as atitudes e trabalhos didáticos de cada docente na pesquisa. Escolhemos para analisar os resultados a análise de

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 52 Vale salientar que o ser humano planeja a sua práxis, e antes de agir reflete e dialoga com o conhecimento historicamente existente e com aquele que se faz no presente: ele tem interlocutores e, portanto, com eles abre uma franca e aberta comunicação. O ser humano age comunicativamente, intersubjetivamente (OLIVEIRA, apud HABERMAS, 2002).

processo ensino aprendizagem durante as aulas de matemática, a comunicação abrange diversos recursosatravésdodocentequeéointermediadoreorientadornaconstrução deconhecimento,em especial: matemático, com os variados estudantes que o professor leciona.

A exposição do conteúdo pode surgir a partir da: Audição, Línguas Brasileiras de Sinas LIBRAS, Braille, Códigos e demais métodos que a educação oferece para a comunicação. Consiste então que o discente tente aproveitar e adquirir maneiras de comunicação que são utilizadas em sala de aula. Contanto, o agir de cada elemento que influencia na formação, em especial dos alunos. Há necessidade de que os alunos interajam na comunicação e nos seus agir, para que a aula não se torne um monólogo exaustivo e, sim, um diálogo enriquecedor de ideias.

consiste na orientação dos atores sociais por pretensões de validez para todos os envolvidos, onde abrange conceitos elementares para a base de validade universal da fala. A escola deve ser um espaço em que prevaleçam ações estabelecidas comunicativamente; a legitimidade do agir pedagógico sedimenta se no agir comunicativo a ação pedagógica deve ser desburocratizada, os currículos devem ser minimamente regulamentados; a interferência sistêmica deve ser reduzida. A escola deve primar pela preocupação com a democratização de suas estruturas de decisão e evitar que as interferências sistêmicas neutralizem o papel dos cidadãos de decidirem, com autonomia, a condução do seu processo de formação.No

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho tenta mostrar o grau de dificuldades que diversos docentes, em especial os de matemática, encontram paralecionar suas aulas no âmbito escolar. Ouso da comunicaçãodeveser exercido de forma simples e constante sem afetar negativamente os profissionais. Também faz necessário acompanhar a argumentação desenvolvida pelo autor. Para Habermas, a nossa vida cotidiana contempla espaços nos quais deve prevalecer o agir comunicativo orientado pelo entendimento Nessa abordagem, a educação atual poderá redirecionar o seu caminho de busca do sentido emancipatório das ações humanas. A teoria da ação comunicativa abre caminhos na busca de soluções para o nosso mundo, desde questões teóricas até técnicas e sociais. O desafio lançado por Habermas (1993) aos educadores é de que se tornem críticos permanentes desse processo conflituoso, que é a educação que necessita de revalidação. O autor considera que a humanidade pode retomar o projeto da modernidade e fazer da educação um processo de conscientização social que, independente da circunstância, essa possibilidade emancipatória se encontra na esfera do mundo da vidaHabermas (1993) desafia educadores e educandos a repensarem e mudarem sua visão sobre o poder e o papel da educação e do próprio conhecimento. O autor acredita que todo o produto de uma produção deve ser concebido como um saber que lhe dá sustentação. A legitimidade deve provir da aprovação pública, pela participação livre e indiscriminada de todos os concernidos. Contudo, o agir comunicativo é de fundamental importância na busca de melhorias no processo ensino aprendizagem para a construção do conhecimento que é exposto em sala para os discentes através do docente, que é o principal mediador/orientador.

GOMES, L. R. Educação, Consenso e Emancipação na Teoria da Ação Comunicativa de Habermas. Pul. UEPG, v. 15, n. 2, p.53 63, 2007.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 53 conteúdo de Bardin (2005). Onde assim, poderemos chegar a uma investigação concretizada, contudo, a ajuda dos alunos é primordial para a construção deste trabalho importantíssimo no meio acadêmico.

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987. Racionalidade e comunicação. Lisboa: Edições 70, 2002. INGRAM, D. Habermas e a dialética da razão. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1993.

REFERÊNCIAS

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 54 OLIVEIRA, M. L. O trabalho pedagógico dos professores do ensino fundamental no ciclo II sobre educação ambiental Recife-PE. 2005. f. 134. Dissertação (Mestrado em Ensino das Ciências) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2005. PIMENT, C. E. C. Sobre os mundos de Habermas e sua ação comunicativa. [Editorial]. Educação. Revista da ADPPUCRS, nº. 5. p. 49 56, dez. 2004.

PALAVRAS CHAVE: Literatura Infanto juvenil, Paradidáticos de Matemática, Ensino Fundamental. INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir a importância e uso dos paradidáticos no âmbito educacional, nas suas relações existentes para execução de métodos e didáticas de ensino para a melhoria da aprendizagem do conhecimento matemático em paralelo ao cotidiano, tendo como base os Paradidáticos de Matemática: os Poliedros de Platão e os Dedos da Mão. Os professores e os alunos são os personagens nesta busca de análise, assimilação e mediação do conteúdo estudado.

Muito tem se investigado sobre a importância de novos paradigmas e continuam sendo lançados todos os dias para diversos docentes e pesquisadores em Educação Matemática no Brasil e no mundo. Tentam buscar de alguma maneira através das diversas teorias abordadas à importância da leitura e escrita no ensino aprendizagem de Matemática nas salas de aulas. A prática dessa leitura e escrita para o desenvolvimento dos discentes que buscam de alguma maneira compreender e resolver problemas esta frente ao desafio de articular a literatura infanto juvenil com a Matemática em seu dia a dia. Faz do pensamento crítico reflexivo, da confiança e da motivação dos estudantes em aprender matemática. A reflexão sobre a Matemática que estão aprendendo leva os estudantes a importantes avanços em termos dos fatores cognitivos e afetivos. (POWELL, 2006).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 55 CAPÍTULO 06 A IMPORTÂNCIA DO USO DOS PARADIDÁTICOS DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Anderson Silva Gusmão Marinalva Luiz De Oliveira

Segundo Silva (2013), foi a partir dessa preocupação com a educação que diversos autores escreveram várias séries de títulos que podem ser considerados o ponto de partida de um percurso histórico, por alguns títulos pioneiros do gênero paradidático nas mais diversas áreas. Tal engajamento na educação e seu apelo à imaginação da criança tornam se refletidos em suas linhas, sendo fruto de experiências pessoais e/ou comunitárias

RESUMO

Para Paez e Sousa (2013) é pela vivência que a prática da leitura e escrita na maioria das vezes se restringe aos enunciados de problemas ou textos complementares, presentes nos livros didáticos, que ilustram um determinado tema. Raramente leva se um artigo de jornal ou revista para os estudantes analisarem. Segundo Fonseca e Cardoso nas aulas de Matemática, as oportunidades de leitura não são tão frequentes quando poderiam, pois, os professores tendem a promover muito mais as atividades de produção Matemática, entendida como resolução de exercícios (2009, p. 66).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 56 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o decorrer do tempo a Matemática foi vista e ainda continua sendo a disciplina tradicionalista e calculista de todas lecionadas. No passar do tempo, foram criados métodos e didáticas de ensino para uma melhoria na aprendizagem do conhecimento em paralelo ao cotidiano. Contudo, não foi suficiente para a quebra deste paradigma sobre a disciplina.

Para Silva (2013) Seguindo o percurso histórico, podemos identificar a produção nacional dos paradidáticos que passou por um ‘aparente hiato’ de Matemática em particular. Esses, só voltariam a se configurar com força novamente nos anos 80, mas devem ter como foco por hora a década de 60 e as políticas educacionais do Regime Militar, que preparariam o terreno para o surgimento dos livros paradidáticos da publicação das primeiras coleções de paradidáticos de Matemática. Assim, as primeiras coleções dos paradidáticos de Matemática começaram a surgir a partir de 1986, com as coleções Vivendo a Matemática, da editora Scipione, e A Descoberta da Matemática, da Ática. Surgia o início da quebra de tabus, e assim o de fácil compreensão, leitura e visualização do novo modelo Matemático que nascia. Como a novidade foi o nascimento do termo paradidático. Diz a lenda segundo Munakata (1997) que o termo paradidático foi criado pelo professor Anderson Fernandes Dias, diretor presidente da Editora Ática, no inicio da década de 70. Para tanto, foi a Ática que criou a primeira coleção de alcance nacional destinada a apoiar, aprofundar, fazer digerir a Matemática. Segundo o mesmo autor o livro paradidático não apresenta características próprias dos didáticos como a seriação, conteúdo segundo um currículo oficial ou não. São adotados no processo de ensino e aprendizagem nas escolas como material de consulta do professor ou como material de pesquisa e de apoio às atividades do educando. Para ele o que define os livros paradidáticos é o seu uso como material que complementa ou mesmo substitui os livros didáticos (1997).

Com a popularização de literatura Infanto juvenil no Brasil nos anos de 1930, houve um investimento em suas criações e desejo pela leitura dos mesmos através do público destinado. Vários autores,dentreeles:MalbaTahaneMonteiroLobatoescreveramsobrediversostemas,aprincípio,os livros não conseguiam atender a todas as áreas e disciplinas escolares, ficando restritos a conteúdos de Português e História. Sendo assim, as obras: Aritmética da Emília e O Homem que Calculava, se enquadraram nesse panorama histórico e educacional, vindo a se tornar os paradidáticos pioneiros (SILVA, 2013).

A intenção dos livros de literatura infanto juvenil como recurso metodológico para explorar situações que envolvam conhecimentos matemáticos deve ser a de trabalhar o lúdico, sem deixar que as crianças percebam outro sentido nos mesmos. Se o professor der muita ênfase aos valores morais das histórias, elas poderão tornar se chatas para os alunos, criando uma aversão pelas mesmas e distanciando se dos livros

Dessaliterários.forma,aliteratura

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 57 E tal complemento ou substituição passa a ser considerada como desejável, na medida em que se imagina que os livros didáticos por si sejam insuficientes para uma abordagem mais ampla no conteúdo em questão. A denominação paradidática não serve apenas para livros, incluem também para revistas, internet, álbuns, jogos, cuja matéria ou linguagem via de regra narrativa resulta da fusão de duas intenções básicas: ensinar e divertir. Dependendo da orientação do professor ou da escola, pode ser utilizado em atividades dentro ou fora do horário escolar (MUNAKATA, 1997). Porém, do ponto de vista das editoras, paradidáticos é uma concepção comercial e não intelectual. Então, não interessa se é Machado de Assis, se é o dicionário, se é não sei o quê, o que interessa é o sistema de circulação. Pois, há temas que o livro didático não dá conta e você precisa, às vezes, verticalizar alguns temas. Por isso, foi para este objetivo. (MUNAKATA, 1997).

Nesse sentido o critério para a seleção dos livros pode ficar por conta do professor que ao analisá los deve levar em conta os conteúdos oficiais para não transmitir informações equivocadas, que possam vir a comprometer o ensino. Mesmo não tendo um rigor como a crítica da noosfera, há certa responsabilidade em sua produção visto que são oferecidos para professores e alunos do Sistema de Ensino Formal.

infantil nas aulas de Matemática é uma das possibilidades para tornar essa disciplina mais interessante e motivadora, o que possibilita diminuir os elevados índices de insucesso Matemático dos alunos. As atividades de leitura e escrita nas aulas como meio facilitador da formação de significados utilizando textos literários para o ensino desses conceitos, pode ser uma forma de contribuir para a formação de significados aos conteúdos que se pretende ensinar.

Para Carneiro (PPGE/UFSCar.) e Passos (DME/UFSCar). A matemática é, muitas vezes, ensinada de forma desarticulada da realidade, utilizando uma linguagem com a qual os alunos não estão habituados, diferente da língua materna, que estão em contato desde pequenos, além de ser muito formal e abstrata, dificultandoaindamaiso seuaprendizado.Porém,aliteraturapodemodificaressecenário,pois,paraYunes ePonde (apud SILVA, 2003,p.94), “enquanto o ensino sealimenta de uma propostadistante,desarticulada da realidade do aluno, a literatura pode oferecer elementos dessa mesma realidade como auxílio para que o educando possa compreendê-la”. Por parte dos alunos o entendimento deve ser constante e crescente, para a evolução do conhecimento Matemático que se forma passo a passo. E que, muitas vezes esse entendimento é mútuo por meio de argumentações destinadas a outras pessoas, em ações voltadas para alcança las... (HABERMAS, 1987).

Inicialmente, tivemos a preocupação em escolher um texto literário que poderia ser utilizado como meio de despertar a curiosidade e que contribuísse para a formação de conceitos matemáticos. Nos livros de literatura infanto juvenil encontramos a possibilidade de exploração de conceitos matemáticos e de outros componentes curriculares de forma direta, ou de forma indireta, ou ainda sobre um enfoque histórico cuja importância é ressaltada principalmente para que não tenhamos aquela velha impressão que a Matemática é “um todo acabado” que não sofre influência do meio.

Os que dão importância ao processo dinâmico na sala de aula para melhor compreensão e entendimento dos alunos no ensino Matemático, faz com que eles pensem e vejam a importância que a disciplina tem em sua vida.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 58 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, os livros paradidáticos têm exatamente a função de oportunizaraos professores odesenvolvimentodetrabalhos voltados paravalores como: bondade,amizade, respeito, honestidade, ecologia, meio ambiente, poluição, dentre outros. Por isso se faz necessário criar situações de aprendizagem problematizadora, que respeite o desenvolvimento da criança, suas emoções, desejos, a fim de despertar sua curiosidade e sensibilidade ao tema a ser estudado. Partindo disso, Bishop e Clarkson (1999) afirmam que os valores são incorporados por meio da natureza da Matemática e pelas experiências de cada um com a Matemática escolar. Valores esses que equipam indivíduos com lentes cognitivas e afetivas que formam e modificam o caminho de sua percepção einterpretaçãodomundo e,portanto, guiaasescolhasdoseucursoedasuaação(BISHOP&CLARKSON, 1999).

METODOLOGIA

Onde finalizaremos com o mesmo teste de sondagem para comparação do conhecimento dos alunos que foi desenvolvido através de todas as atividades propostas pelas aulas ministradas.

Através dos objetivos propostos abordaremos o conteúdo Matemático com o Paradidático: Os Poliedros de Platão e os Dedos da Mão (MACHADO, 1996). Com o intuito de obter uma melhor aprendizagem e Pensamosconhecimento.emdespertaro interesse dos alunos e de mobilizar os saberes deles para a aprendizagem, oquepotencializaumapossíveltransformaçãona açãodocenteedesenvolvimentoprofissional.Discutimos sobre a importância do conteúdo: Poliedros de Platão, onde realizamos um teste sondagem com três perguntas sobre o tema. Expomos o paradidático: “Os Poliedros de Platão e dos dedos da mão” (Machado, 1996) nas redes sociais melhorando a facilidade dos alunos e estudarem para a avaliação. Mostramos o conteúdo em lousa para explicação do mesmo com duas questões para resolução em sala de aula e em casa.

Apresentamos o vídeo: “Poliedros de Platão” (MÃO NA FORMA). Explicamos todas as situações de construção dos Sólidos paralelas ao cotidiano, fazendo assim, para realizarmos uma boa construção dos sólidos com: palitos de churrasco, massinha de modelar, bolinha de isopor e demais materiais didáticos.

REFERÊNCIAS BISHOP, A; CLARKSON, P. Values in mathematics education: marking values teaching explicit in the mathematics classroom. In: Annual Meeting of the Australian Association for Research in Education and the New Zealand Association for Research in Education, 1999, Melbourne, Australia p. 1 13. Disponível em: http://eric.ed.gov/PDFS/ED453075.pdf. Acesso em: 01/05/2013.

CARNEIRO, R. F.; PASSOS, C. L. Matemática e Literatura Infantil: uma possibilidade para quebrar a armadilha do desconhecimento matemático. Diposnivel em:

É de fundamental importância na busca de melhorias do processo ensino aprendizagem na construção do conhecimento, que é exposto em sala para os estudantes através do professor, principal mediador/orientador cabendo a ele selecionar um bom paradidático despertando os imaginários dos estudantes, levando os a refletir sobre leituras ao ponto de levar sentido a Matemática escolar em seu cotidiano.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 59 A importância de obter as atividades propostas antes de serem aplicadas em sala de aula, colaborou para que sentíssemos mais seguros quanto à metodologia adotada, ou seja, integração a literatura infanto juvenil com a Matemática, e isto trouxe uma experiência que foi bastante na hora das intervenções necessárias.Todavia,

expor o conteúdo em sala, fará com que o aluno não perca o foco do ensino na escola que o mesmo estuda; e sim, um dos motivos para o mesmo conhecer e entender de várias maneiras o assunto da disciplina de Matemática. Em coerência, o professor trabalhará com paradidáticos referentes aos conteúdos ministrados, onde todos os alunos receberão, para assim melhorarem no ensino aprendizagem.

Tentamos mostrar o grau de dificuldades que diversos docentes de Matemática encontram para lecionar suas aulas no âmbito escolar. A importância do uso deve ser exercida de forma simples e constante sem afetar negativamente os profissionais. Também faz necessário acompanhar a argumentação desenvolvida pelos autores.

A análise realizada neste estudo revela que os paradidáticos de Matemática, embora façam parte de um mesmo gênero de livro, diferenciam se em função do tipo de abordagem do conteúdo e do modo como são articulados a simbologia Matemática.

O caminho da utilização de textos paradidáticos na contribuição da formação de significados Matemáticos e da Matemática nas relações sociais é revelador. As relações de valores sociais atribuídos à disciplina, tanto pelos professores quanto pelos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

FONSECA, M da C. F. R; CARDOSO, C. de A. A Educação Matemática e letramento: textos para ensinar Matemática, Matemática para ler texto. In: LOPES, C. E; NACARATO, A. M. Escritas e leituras na educação matemática. Belo Horizonte: Autentica p. 63 76, 2009.

T. O homem que calculava. Rio de Janeiro: Record, 2008. MONTEZUMA, L. F. FORMAÇÃO CONTINUADA DE UM GRUPO DE PROFESSORESDOS ANOS INICIAIS A PARTIR DA ARTICULAÇÃO DA LITERATURA INFANTOJUVENIL COM A MATEMÁTICA. XVI ENDIPE, v. 3, p. 005903, UNICAMP Campinas, 2012. MUNAKATA, Kazumi. Produzindo livros didáticos e paradidáticos. São Paulo: PUC, 1997. (Tese de PAEZ,doutorado).G.R; Sousa, M. C. Uso de Paradidáticos em Aulas de Matemática: uma experiência com “O Homem que Calculava”. Disponível em: http://www.enrede.ufscar.br/participantes_arquivos/E4_PAEZ_TA.pdf. Acessado em 03 de abri 2013. POWELL, A., BAIRRAL, M. A escrita e o pensamento matemático: interações e potencialidades Campinas: Papirus, 2006. (Coleção perspectivas em educação Matemática). SILVA, A. C. Matemática e literatura infantil: um estudo sobre a formação do conceito de multiplicação. Dissertação (Mestrado em Educação) CCHLA, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, p. 189, 2003. SILVA, D. R. Um Olhar Histórico sobre o Livro Paradidático de Matemática no Brasil. Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/ix_ enem/Poster/Trabalhos.doc. Acesso em: 03 de abril 2013.

A. Um Olhar sobre o Paradidático de Matemática. (Dissertação de mestrado) ZETETIKÉ Cempem FE Unicamp v. 15, n. 27 jan./jun. 2007.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 60 http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss06_04.pdf. Acesso em: 08 abri DALCIN,2013.

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987. LOBATO, Monteiro. Aritmética da Emília. 29. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. MACHADO, N. J. Os Poliedros de Platão e os dedos da mão. Editora Scipione LTDA, São Paulo SP, MALBA,1996.

RESUMO O ensino e aprendizagem dos conceitos geométricos como, por exemplo, ângulo, polígonos, paralelismo, simetrias, congruências e certas propriedades são de fundamental importância em todas as séries da educação básica, tendo em vista que a percepção da geometria que nos rodeia permite nos tomar certas decisões perante situações do dia a dia que envolve medidas de comprimento, área e volume. Neste trabalho, apresentaremos ideias que podem servir como ponto de partida para um plano de ensino desses conceitos geométricos, baseadas na experiência de utilizar o software livre GeoGebra nas aulas de matemática da E. E. E. F. André Vidal de Negreiros. Por ser um ambiente dinâmico, o GeoGebra se mostra bastante eficaz no ensino e aprendizagem de conceitos geométricos uma vez que o aluno ao construir os entes geométricos pode manipulá los e modificá los posteriormente, algo que não pode ser feito com aulas expositivas tradicionais. Desta forma, possibilitando aluno tirar conclusões e levantar hipóteses que relacionem ângulos, medidas de segmentos, perímetros e áreas. Com estes princípios e metodologias descritos propomos aos alunos da E. E. E. F. André Vidal de Negreiros atividades que provocaram, de forma muito natural, momentos de intenso raciocínio matemático, com grande aceitação e consequente aprendizado dos conteúdos.

INTRODUÇÃO

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 61 CAPÍTULO 07 UMA EXPERIÊNCIA SOBRE O ENSINO E APREDIZAGEM DE GEOMETRIA COM O GEOGEBRA NA E.E.E.F. ANDRÉ VIDAL DE NEGREIRO CUITÉ/PB Gerivaldo Bezerra Da Silva Josevandro Barros Nascimento Célia Maria Rufino Franco Adriana Maria de Oliveira Silva Alecxandro Alves Vieira

PALAVRAS-CHAVE: Conceitos Geométricos, GeoGebra, Ensino Fundamental II, Educação Matemática.

O processo de ensinar/aprender matemática pode ser facilitado quando o professor, em suas aulas, faz uso de novas tendências de ensino, tais como etnomatemática, história da matemática, materiais concretos, modelagem matemática e/ou tecnologias da informação e comunicação (TIC’s). É crescente a

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 62 pesquisa e produção de material didático com o objetivo de potencializar o processo de aprendizagem dos conceitos

O uso do software GeoGebra para o ensino de matemática permite mudanças na rotina de sala de aula, pois é uma ferramenta inovadora e possibilita aulas construtivas e não meramente expositivas como no método tradicional. Por meio das construções de conceitos da geometria buscamos facilitar a percepção do aluno durante a execução de cada atividade posposta pelo professor. Com essa nova forma de abordagem, além do uso do laboratório de informática da escola, é possível tratar de conceitos que usualmente não são abordados no currículo tradicional.

oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs e PCNEM) afirmam que “as tecnologias da comunicação e da informação e seu estudo devem permear o currículo e suas disciplinas." (BRASIL, 1999, p. 134).

O ensino de geometria usando apenas lousa se torna cansativo e não atraente para os alunos. Além da atividade de construção de figuras ser longa e cansativa, não é possível mover os objetos após serem criados. Fazendo o uso de materiais concretos o aluno participa de atividades que estimulam sua visão e tato e provoca, de forma muito natural, momentos de intenso raciocínio matemático.

enfatizamos o uso das TIC’s e abordamos o ensino e aprendizagem de conceitos geométricos utilizando o software livre Geogebra como estratégia de ensino nas séries do ensino fundamental II, mais especificamente, 8º e 9º ano da Escola Estadual De Ensino Fundamental André Vidal de Negreiro, localizada no município de Cuité no Curimataú paraibano no endereço: Rua Caitano Dantas nº 222, bairro centro.

Assim como os materiais concretos, os softwares de matemática possibilitam que o aluno visualize variações nas figuras geométricas. Decidimos por utilizar o GeoGebra por ser um software dinâmico que possibilita mover todos os objetos da área de geometria e relacionar objetos por meio de interseções e seletores.Documentos

JUSTIFICATIVA

Nestematemáticos.trabalhoacadêmico,

O GeoGebra tem mostrado uma boa aceitação na área de Matemática, desde seu uso da educação básica até a educação superior, para visualização e manipulação de conceitos. Contudo, alguns professores mais tradicionais preferem não fazer uso dessa ferramenta tão valiosa para ensino.

É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras. (BRASIL, 1998, p. 96).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 63 Este software, que integra Álgebra, Geometria, Cálculo e Probabilidade, mostra se útil com bastantes atividades já divulgadas na internet e alguns livros publicados. Como todo software, é necessário umpoucodeestudopara poderusá lodemaneiracorreta; algoquenãoédifíciljáqueamaioriadainteração é por meio de click de ícones com o mouse.

Neste contexto, em algumas aulas, fizemos uso do GeoGebra com o auxílio do data show para construir diante de cada turma trabalhada sequências de passo a passo de modo que os alunos visualizassem e fossem questionados após cada etapa o que ocorria, por exemplo, a cada movimento de um ponto, reta, segmento, ângulo. Nofinal de cadaatividadetrabalhadabuscava seformalizaralgum conceitomatemático, como vemos nos exemplos de algumas atividades executadas abaixo:

A implementação do uso do GeoGebra nas aulas de matemática da E. E. E. F. André Vidal de Negreiros como ferramenta de ensino e aprendizagem de conceitos da geometria ocorreu em duas etapas: explanação de construções no GeoGebra em horários da aula de Matemática e construção e atividades em grupo por meio de tutorias fora da sala de aula.

OBJETIVOS

Em plena era da tecnologia e informatização é indispensável o uso do computador e a rede de internet, algo que os alunos desde cedo dominam bem. O uso do GeoGebra surge ligando o útil ao agradável: útil porque é uma das qualidades que o software apresenta para ensinar e agradável porque os alunos gostam de manusear o computador e as demais tecnologias.

CONSTRUÇÕES NO GEOGEBRA EM HORÁRIOS DA AULA DE MATEMÁTICA:

Este trabalho tem como objetivo apresentar ideias, a partir de experiências em sala de aula, de como usar o software GeoGebra como estratégia de ensino e aprendizagem de conceitos geométricos de modo a: Tornar as aulas mais lúdicas e atrativas; Facilitar a visualização e compreensão dos alunos por meio da dinâmica do software; Despertar a curiosidade e o pensamento geométrico dos alunos; Potencializar o ensino de Matemática promovendo o uso das TICs como demanda os PCN; Permitir aos alunos a aprendizagem das tecnologias como ferramenta de ensino e seu uso também fora da sala de aula.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A atividade foi executada no 8º ano C e D da escola. Consiste em construir a figura 1 e convidar alguns alunos para tentarem unir os dois pontos extremos de modo a formarem um triângulo com os três segmentos. Após cada tentativa os alunos eram questionados sobre o que acontecia quando movemos o seletor, os pontos, etc. Com isso os alunos deveriam concluir que nem sempre é possível formar um triângulo. O objetivo maior era conceituar que “três segmentos só formam um triângulo quando a soma de cada dois é maior que o terceiro”.

A atividade foi executada no 9º ano C e D da escola. Foi solicitado aos alunos que fizessem a construção daatividaderepresentadanafigura2.Duranteaconstruçãoos alunos observaram erelembraram os conceitos de retas paralelas, perpendiculares, transversais, razão, proporção, trabalhados em aulas anteriores. Foi mostrado aos alunos as razões entre os segmentos das retas transversais e feito comparações entre eles de modo a verificar o que afirma o Teorema de Tales.

ATIVIDADE 2: VERIFICAÇÃO DO TEOREMA DE TALES:

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 64

ATIVIDADE 1: CONDIÇÃO DE TRIANGULARIDADE DE TRÊS SEGMENTOS:

ATIVIDADE: VERIFICAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS A atividade foi executada no 9º ano C e D da escola.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 65

Para execução de atividades fora da sala de aula, esquematizamos os grupos de modo que em cada equipe um componente tivesse computador em casa ou que todos pudessem acessar o laboratório de informática da escola em mesmo horário. Formadas as equipes em cada sala, foi explicado como instalar o software GeoGebra e receber e enviar as atividades por e mail. As atividades deixadas para casa seguiam de um tutorial detalhado de forma que os alunos fossem construindo o passo a passo e observando o que mudava na área de trabalho (área de geometria) e ao movimentar cada objeto. Um exemplo de atividade com tutorial e produto final a ser alcançado pelos discentes segue abaixo:

CONSTRUÇÕES NO GEOGEBRA EM GRUPO FORA DA SALA DE AULA:

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 66

O uso do GeoGebra também ocorreu no Laboratório de Informática da escola em horários opostos das aulas em atividades realizadas no Clube de Matemática Incógnita (CMI). Grupo voltado ao estudo de matemática por participação voluntária dos alunos. Destacamos que os alunos participam por motivação própria uma vez que o CMI não está ligado a avaliação da disciplina de Matemática.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 67

Alguns tiravam dúvidas durante as aulas ou até mesmo por meio das redes sociais Facebook e/ou e mail. Em nenhum momento foi exigido deles nenhum tipo de memorização e mecanização sem prévia compreensão e portanto nos permitiu avaliar cada aluno, não só em relação a seu saber matemático, mas também em relação as suas atitudes frente a ação de aprender, como mostrar interesse no intercâmbio de ideias, argumentar em favorde suas ideias, enfrentarcom confiança situações novas, ter curiosidade e gosto em aprender, ter iniciativa na busca de informações e trabalhar em grupo partilhando saberes e responsabilidades.

O uso do GeoGebra no ensino e aprendizagem de conceitos da geometria se mostrou bastante eficaz uma vez que cumpriu com os objetivos propostos inicialmente. Foi notável uma grande motivação intrínsecados alunos em aprenderamanusearosoftware.Asatividades deixadas paracasaforam realizadas completamente e comprovou que os alunos conseguiam usar o software sozinhos seguindo o tutorial.

RESULTADOS

As atividades ainda estão sendo executadas até o final do ano letivo de 2013 e os alunos estãoadquirindo mais experiência com o GeoGebra.Pretendemos incentivaraindamais ouso do GeoGebra promovendo um campeonato de animações no GeoGebra entre os alunos. Acreditamos ter dado os primeiros passos paraa construçãode um planode ensino inovadornaE.E. E.F.AndréVidal deNegreiros.

As atividades quando deixadas para fazer em casa devem sempre ser bem claras e objetivas uma vez que os alunos não terão a quem consultar se surgir alguma dúvida. Além de que devem ser elaboradas de modo que leve o aluno a chegar a uma conclusão sobre o que está sendo criado no software. Para isso podemos fazer uso de perguntas a cada passo da atividade, perguntas simples como “o que ocorre quando movimentamos tal objeto? ”.

Perante o uso do GeoGebra em sala de aula algumas considerações podem ser feitas sobre a elaboração e desenvolvimento das atividades. Assim como também sobre a avaliação dos alunos.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

DANTE, Luiz Roberto. Projeto Teláris: Matemática: Ensino Fundamental II Livros do 8º e 9º ano. São Paulo: Editora Ática, 2012.

A avaliação de atividades como esta devem visar não o erro do aluno, mas sim sua efetiva participação. O erro aqui não deve ser visto como penalização de notas mas sim para “visualizar o que o aluno produz após ler cada passo a passo” e explicar porque este não é o caminho certo. Desta forma, a avaliação é feita de forma contínua.

É importante que nós professores busquemos sempre interagir o que ensinamos no GeoGebra com conceitos matemáticos bem formulados: partindo do GeoGebra para formulação dos conceitos ou vice versa (da formulação de conceitos para verificação no GeoGebra).

Pretendemos expandir o uso do GeoGebra na E. E. E. F. André Vidal de Negreiros de maneira a inserir seu uso em outras turmas a serem lecionadas e a divulgação de material por meio do site da escola http://www.vidaldenegreiros.wix.com/novidal que ainda está em construção.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 68 CONSIDERAÇÕES FINAIS

GIOVANNIJunior,JoséRuy; CATRUCCI, Benedicto. A Conquista da Matemática: Coleção do Ensino Fundamental II Livros do 8º e 9º ano Ed. Renovada. São Paulo: FTD, 2009. (Coleção a conquista da ______.matemática).Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

REFERÊNCIAS ARAUJO, Luís Cláudio Lopes de; Nóbriga, Jorge Cássio Costa. Aprendendo Matemática com o GeoGebra. São Paulo: Editora Exato, 2010.

INTRODUÇÃO

Segundo Sá e Santos (2011), a carência de professores de química é um resultado da conjunção de vários fatores: poucos cursos no país, baixo interesse pela licenciatura, alta evasão e baixo número de licenciados que realmente irão atuar na Educação Básica. No Agreste Pernambucano, é notório o problema da falta de professores formados em Licenciatura em Química, este agravante pode ser visto em boa parte

PALAVRAS CHAVE: Interesse pela docência, Motivos pela escolha do curso, Química Licenciatura.

Diante de um cenário onde as relações sociais e de trabalho encontram se numa conjuntura complexaecontraditória, tendomaiorvalorização dostatus epoder,a carreiradocentenãotemsido escolha frequente no ingresso às universidades (NASCIMENTO, 2015, p. 2). O desestímulo dos jovens à escolha do magistério como profissão futura é uma consequência das más condições de trabalho, dos salários e jornada de trabalho (PEREIRA, 1999).

O presente trabalho teve por objetivo identificar o desejo pela docência e analisar os motivos que levaram os licenciandos a optarem pelo curso de Química Licenciatura. Trata se de uma abordagem qualitativa, do tipo descritiva e interpretativa, e foi realizada com trinta e cinco (35) discentes do 3° ao 10° período do curso de Química Licenciatura da UFPE do Centro Acadêmico do Agreste. Dentro da amostra pesquisada foi identificado que quarenta e nove por cento (49%) dos alunos ingressaram no curso sem o desejo prévio pela docência e com relação aos motivos apresentados para escolha do curso observamos que os fatores intrínsecos representaram maior expressividade, como por exemplo, gostar da disciplina de química. Porém, os fatores extrínsecos também justificaram a escolha pela docência, como a oportunidade ao ensino superior e a falta do curso desejado no CAA. Este estudo contribuiu para a construção do perfil dos alunos que ingressam no curso, e para reconhecer as especificidades e influências de suas escolhas profissionais diantedo contextosocial queestãoinseridos,pois estessãoosfuturosprofissionaisqueatuarãonaeducação básica.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 69 CAPÍTULO 08 AS MOTIVAÇÕES REFERENTES À ESCOLHA DOS ALUNOS PELO CURSO DE QUÍMICA LICENCIATURA DA UFPE CAA Eduarda Florencio Santos Ana Paula Souza RESUMO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A escolha profissional é uma etapa importante e decisiva na vida de um estudante, várias são as opções de cursos, porém, alguns fatores interferem diretamente na hora de optar por qual carreira seguir. As intenções e desejos de cada profissional vão sendo construídas muito antes de iniciar sua formação, elas vão sendo nutridas pelas vivências que cada um passará, moldando sua personalidade profissional (NASCIMENTO, 2015). Entende se que fatores motivacionais podem influenciar nas decisões e ações que o indivíduo executa. A motivação na concepção de Huertas (2001, apud Sampaio e Baez, 2014) é entendida como um processo que antecede a ação humana, podendo englobar motivos intrínsecos e extrínsecos. No primeiro ocorre quando o objetivo é o resultado, ou seja, o valor da ação está condicionado a este resultado, no último o objetivo é a própria ação e o resultado é visto como uma consequência natural secundária. O processo de escolha da profissão envolve angústias, indefinições e projeções e é algo indispensável na vida das pessoas. Pois o cotidiano de todos é permeado por escolhas, fáceis ou difíceis, planejadas ou impulsivas, que satisfaz ou que decepciona no futuro (NASCIMENTO, 2015).

Segundo o relatório da PROPLAN/UFPE (2014), o número de ingressantes a partir do ano de 2010 até 2013 no curso de Química Licenciatura do CAA, foi caindo gradativamente, tendo 81 ingressantes em 2010 e apenas 51 em 2013. Esse fato é significativamente preocupante, pois com a diminuição do número de alunos que ingressam no curso existe um fator a mais para a redução do número de professores formados em Química. Uma hipótese para esse agravante deve se a falta de interesse dos jovens em optar por cursos de licenciatura.

Apesar do Centro Acadêmico do Agreste oferecer vagas para o curso de Química Licenciatura desde o ano de 2010, o número de ingressantes não vem sendo significativo para ocupar todas as vagas ofertadas.

O desafio da realidade não consiste apenas na escassez de professores e em atrair estudantes para a Educação Superior com alto interesse pela licenciatura, mas, também, a questão da permanência até o término de seus respectivos cursos (GUERRA JUNIOR, AZEVÊDO e BARBOSA, 2015, p.2).

Neste trabalho são apresentados e discutidos os resultados de uma pesquisa realizada com licenciandos em Química da UFPE do Centro Acadêmico do Agreste, que teve como objetivo identificar o desejo pela docência ao iniciar o curso e analisar os motivos que levaram os licenciandos a optarem pelo curso de Química Licenciatura.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 70 das Escolas Públicas, onde a maioria dos profissionais que atuam no ensino de química são formados em outras áreas do conhecimento. A criação do curso de Química Licenciatura no Centro Acadêmico do Agreste está apoiada na política governamental de interiorização das universidades e visa a descentralização do conhecimento produzido nas metrópoles e a democratização e ampliação da oferta de ensino superior público viabilizando o acesso e a permanência dos estudantes da região na universidade. Além disso, objetiva atender a demanda daregiãoagrestecom relaçãoaodéficitdeprofessoresformadosnestaáreadoconhecimento(UFPE,2013).

METODOLOGIA

Na coleta de dados utilizou se um questionário, o qual teve como propósito obter informações sobre o interesse prévio pela carreira docente e os motivos pela escolha de cursar Química Licenciatura.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 71 Existem vários fatores que influenciam na escolha profissional, atualmente, de acordo com Gatti (2009), estas escolhas estão atreladas a status e salário. Nessa perspectiva, Cabral et al (2013) analisaram os motivos pelos quais os graduandos da Licenciatura em Química optaram pelo curso, dentre os motivos destacam se a facilidade de acesso devido à baixa concorrência que o curso apresenta e a falta de opção dentre os cursos oferecidos pela Universidade, uma vez que levaram em consideração o fácil acesso a localização.Para Huertas (2001 apud Sampaio e Baez, 2014) os motivos sociais são, no indivíduo, grandes disposições de ação, guias motivacionais profundos que se referem a maneiras de comportamentos e de desejos, ativados em contextos sociais determinados, como os relacionados com a eficiência pessoal, o efeito interpessoal e a influência social. Apesar de nas últimas décadas haver um aumento na demanda de professores, devido à expansão das escolas, o que impulsionou o aumento da quantidade de cursos de licenciaturas oferecidos no país por instituições públicas ou privadas (BITTAR, et al. 2012, p.2), observou se que o número de inscritos para cursos de licenciaturas não acompanhou esse processo de crescimento. Este fato pode ser confirmado de acordo com os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INEP (2012), o número de vagas oferecidas para os cursos de licenciaturas, nas Instituições de Ensino Superior, foi de 953.804 e dessas 491.087 foram preenchidas, apresentando um déficit de quase 50% de vagas (NASCIMENTO, 2015). Sendo assim, faz se necessário que existam pesquisas mais aprofundadas sobre a escolha dos alunos emingressarem emcursosdelicenciaturas,paraquesejapossíveltraçarum perfildessesestudantesediante disto, procurar estimulá los a permanecer no curso contribuindo dessa forma para que tenhamos mais professores atuando dentro da sua área de formação na educação básica.

A presente pesquisa trata se de uma abordagem qualitativa, do tipo descritiva e interpretativa. A pesquisa qualitativa compreende se como sendo um processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou sua estruturação (OLIVEIRA, 2007). Essa pesquisa foi realizada na Universidade Federal de Pernambuco UFPE/Centro Acadêmico do Agreste (CAA). Participaram trinta e cinco (35) alunos do curso de Química Licenciatura, sendo estes alunos de períodos variados, a partir do 3° período até o 10°. A escolha deste público foi de forma aleatória, para que pudesse ser obtida uma amostra mais heterogênea possível, sem se limitar a um quantitativo específico de alunos por período.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Utilizou se como instrumento de coleta o questionário, com o qual pretendeu se verificar o desejo prévio pela docência por parte dos 35 alunos, também buscou se identificar qual a motivação que levou o aluno a escolha do curso de Química Licenciatura. A Tabela 1 apresenta esses dados, onde o percentual de alunos que já desejavam ser professor antes de ingressar no curso foi de 51%, valor muito próximo aos dos alunos que não apresentaram esse interesse pela docência 49%. Os dados da Tabela 1 relatam que um pouco mais da metade (51%) dos alunos participantes desta pesquisa ingressaram no curso de Química Licenciatura com o interesse prévio em ser professor, observamos que esse fato pode estar associado com relações positivas, no que se refere à área da docência, durante o ensino básico. Em relação aos demais alunos (49%) que não tinham interesse pela docência, compreendemos que esse fato se apresenta como um reflexo de muitos alunos que chegam ao ensino superior em dúvida quanto ao curso e as possíveis áreas de atuação profissional.

As respostas dos alunos foram analisadas a partir do método de análise de conteúdo. Sobre esse tipo de análise, Bardin (1977) define como um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdos das mensagens (indicadores quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (BARDIN, 1977, p. 42).

Aorganização da análise também tevecomo referênciaBardin(1977)em queseseguiram as etapas: a pré análise, a exploração do material (codificação), o tratamento dos resultados obtidos e a interpretação. Para isto, foram criadas categorias de análise e interpretação das respostas coletadas.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 72

A partir dos resultados da Tabela 2, observou se que fatores relacionados ao gosto, afinidade e amor pela química apresentaram o maior valor percentual (48,6%). Nesse caso, identifica se que os fatores intrínsecos contribuíram significativamente para a escolha. Esses dados apontam para o fato de que a escolha do curso pode não está ligada exclusivamente ao interesse em ser professor de Química, mas também ao gosto pela área do conhecimento. Resultados semelhantes foram observados na pesquisa realizada por Sá e Santos (2011) em que a razão primordial para a tentativa de ingresso no curso de Licenciatura em Química não foi o interesse em ser professor de Química e, sim, a afinidade/gosto pela área de conhecimento químico. Estas observações podem ser constadas nas respostas dos seguintes alunos, os quais foram identificados pela letra A seguida de um número algébrico “x” (1 a 35).

A24: “Afinidade pela disciplina Química. Falta de profissionais na área.”

Dentre as respostas que foram aliadas a outros motivos pela escolha do curso, além do gosto pela química, podemos destacar a resposta de 3 alunos, onde o motivo da escolha deveu se pela falta de professores de química. Pode se inferir que esta escolha está ligada a uma maior oportunidade no campo de trabalho, pois a carência de professores de química é bastante acentuada.

A35: “Gostar de química. ”

A2: “Afinidade pela disciplina. ”

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 73

A5: “A carência na área e a habilidade com a disciplina.”

A9: “O amor pela Química e o desejo de querer mudar a escassez de professores, principalmente de Química.”

A28: “Sempre quis ser professor e a distância por ser perto da minha cidade ajudou também.”

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 74 Algumas das categorias apresentadas na Tabela 2 apresentaram características de fatores extrínsecos. Como segue: oportunidade ao ensino superior e a falta do curso desejado no CAA. Sobre isto, Nascimento et al., (2014) esclarece que quando se refere aos fatores extrínsecos, são evocados aqueles critérios relativos ao contexto da atividade, como falta de opção, a melhor escolha possível, pela facilidade de inserção profissional, entre outros. A partir das respostas dadas pelos 8,6% dos alunos que ressaltaram como motivo o incentivo dado pelos professores de química no ensino médio, reflete um papel fundamental do docente durante o processo de escolha profissional do estudante. Entende se que a adolescência é o período da vida em que o estudante se depara com a necessidade de escolher qual profissão deve seguir. Esta escolha é influenciada por diferentes motivos, entre eles os voltados ao mercado de trabalho, à profissão, aos familiares e outras pessoas, ao curso, ao processo educacional e ao próprio estudante (BIASE, 2008, apud MARTINS; MERCURIS, 2008). Desse modo, o professor como mediador entre o sujeito e o conhecimento, pode ter um papel importante nesta decisão, ao potencializar os aspectos cognitivos e emocionais do aluno (MARTINS; MERCURIS, 2008). Na pesquisa de Zonta e Ferreira (2006) verifica se que a postura do professor como dado marcante e significativo no desenvolvimento da aprendizagem, juntamente com a preferência pela disciplina. Tal evidência pode ser constatada na resposta do aluno a seguir: A2: “O incentivo e a inspiração do meu professor de química do ensino médio.” Aescolhadocursoexclusivamenterelacionadaaodesejoemserprofessorapresentouumpercentual de 8,6%. Considera se esse resultado relativamente baixo, visto que o curso tem como objetivo formar futuros professores, e a grande maioria dos alunos respondentes desta pesquisa não apresentaram esse fator como motivo da escolha. Notou se outro fator determinante para escolha do curso, como a questão da universidade ser próxima a residência do estudante. A partir disto, inferese que o fato da universidade ser mais próxima a localidade onde mora vai garantir menor gasto de tempo com a locomoção, sendo assim, um fator importante para estes alunos. Tal evidência também foi observada na pesquisa de Jesus (2001) onde o fato da universidade ser próxima a residência sugere a agilidade em chegar a instituição ou mesmo em casa no percurso de volta, fato que é bastante relevante para os alunos. As respostas transcritas abaixo abordam estas categorias discutidas:

A oportunidade ao ensino superior foi referenciada por 8,6% dos estudantes, podendo a razão da escolha do curso estar associada a outros fatores, como o fato da instituição ser pública e também ser próxima a residência dos alunos. Nesse aspecto, também se enquadraria questões socioeconômicas, visto

A3: “Primeiramente o sonho de ser professor, segundo gostar de química por ser muito interessante, estando presente em nosso cotidiano e também pela ausência de profissionais.”

A14: “A falta do curso que eu realmente queria no CAA.”

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 75 que, o aluno por não apresentar condições financeiras para estar em uma faculdade privada, vê na universidade pública a única oportunidade em cursar o ensino superior. Essas evidências foram levantadas a partir das respostas dos seguintes alunos: A21: “[...]a oportunidade de fazer um curso superior,[...]” A34: “Era a única oportunidade que eu tive.”

A22: “Afinidade pela área de exatas.”

Acategoriade“outrasrespostas”(14,2%)apresentaalgunsfatoresnãomuito próximosàscategorias descritas anteriormente. A questão da dificuldade na aprendizagem na área de química, por exemplo, apresentou secomomotivodeescolhadocursoporumdosalunos.Observa senessecasoumarazãooposta

Sobre os 5,7% dos alunos que escolheram cursar Química Licenciatura devido a falta do curso desejado no CAA, observa se neste caso, que a escolha por um curso de licenciatura é vista como uma segunda opção do estudante. O estudante que faz a opção do curso mediante esse fator pode se sentir desmotivado em continuar o curso, isso ocorre frequentemente em instituições que permitem que o candidato façao vestibularpara mais deum curso. Muitos sematriculam apenas para cursaronívelsuperior ou como meio para alcançar o curso efetivamente desejado, seja através de transferência interna, seja por transferência externa (MEC/ SESU, 1997, apud DIAS, et al., 2010). Os dados presentes nesta categoria foram identificados também no trabalho de Cabral et al., (2013) onde foi feito um estudo de caso no curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Centro de Educação e Saúde (CES). Este apresentou em sua conclusão que a maioria dos graduandos escolheu o curso tanto pela facilidade de acesso devido a baixa concorrência que o curso apresenta, quanto pela falta de opção do curso desejado não ser oferecido pela Universidade, uma vez que levaram em consideração o fácil acesso a localização. As falas transcritas a seguir mostram as respostas dos estudantes:

A13: “Era o curso mais próximo da minha área de interesse (a princípio quis cursar engenharia química) e também por ser mais próximo da cidade que moro.”

A12: “Sempre gostei da área de exatas. Dos cursos oferecidos pela UFPE CAA que na época que prestei vestibular foi o que mais me identifiquei.”

A afinidade pela área de exatas como razão pela escolha do curso apresentou 5,7% das respostas entre os estudantes pesquisados. Esse dado aponta para a questão de que possivelmente durante o ensino médio estes alunos já apresentavam maior interesse/afinidade com as disciplinas nas áreas de ciências exatas,tendoassim, um reflexomedianteaescolha docurso.Asrespostas destesalunos exemplificam essas observações, como mostrado a seguir:

A partir dos objetivos que foram propostos nesta pesquisa e os resultados obtidos, verificamos que dentre os alunos pesquisados, 49% ingressaram no curso sem apresentar o desejo pela docência. Esse dado pode ser considerado alarmante, pois isso reflete que a escolha do curso possa ter sido como uma segunda opção do aluno. Além disso, é um fator que pode contribuir para evasão do curso, visto que, se o estudante ao ingressar não apresentar interesse pela profissão escolhida, possivelmente ele não se sentirá estimulado a continuar até a conclusão. Podemos também inferir, que existe a possibilidade desses alunos no decorrer da graduação terem uma mudança de visão e possa então identificar se com a docência, isto a partir do contato maior com as atividades desenvolvidas durante a graduação. Constatamos também, que os fatores intrínsecos representaram maior expressividade no que se refere ao fato da escolha do curso, como por exemplo, gostar da disciplina de química. Porém, os fatores extrínsecos também justificaram a escolha pela docência, como a oportunidade ao ensino superior e a falta do curso desejado no CAA. É importante que a escolha pela docência seja estimulada nas escolas, pois existe um déficit grande na área de formação de professores, principalmente nas áreas das ciências exatas, uma vez que, fatores como a baixa procura e os desafios da área docente contribuem para escassez de docentes na educação básica. É de fundamental importância ter conhecimento e refletir diante dos motivos que os levaram a optarem por Química Licenciatura, pois são esses licenciandos que serão os futuros profissionais da educação básica.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002. BITTAR, M.; OLIVEIRA, A. B.; SANTOS, R. M.; BURIGATO, S. M. M. S. A evasão em um curso de matemática em 30 anos. EM TEIA Revista de Educação Matemática e Tecnológica Iberoamericana vol. 3 número 1 2012.

REFERÊNCIAS

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 76 a discutida na primeira categoria (gosto/afinidade pela química). O aluno apresenta esse tipo de motivo como um reflexo do seu ensino médio na disciplina de química. Nota se que a escolha partindo deste pressuposto, tenha certo interesse por parte do aluno em suprir a deficiência do ensino médio cursando Química Licenciatura, outra pressuposição seria na tentativa em querer mudar o quadro do ensino de química, de forma a contribuir para aqueles alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem na disciplina. O aluno apresentou o seu motivo pela escolha do curso a partir da seguinte resposta: A19: “Dificuldades na Aprendizagem dessa disciplina, no meu ensino médio.”

CONCLUSÕES

NASCIMENTO,J. F. do; NASCIMENTO, D.M. do; SILVA,M. E. B.R.Escolhaprofissional eidentidade docente: como se tornar aquilo que não se quer ser? Anais SETEPE , 2014, Volume 1 , Número 1 , ISSN 2359 NASCIMENTO,2044. L. M. do. A motivação na escolha da carreira de professor. In: IV Colóquio Internacional Educação, Cidadania e Exclusão, Rio de Janeiro RJ, 2015. OLIVEIRA, M. M. de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petropólis, Rj: Vozes, 2007. PEREIRA, J.E.D. As licenciaturas e as novas políticas educacionais para a formação docente. Educação e sociedade v.20 n.68, 1999. SÁ,C. S. S.; SANTOS,W. L.P. LicenciaturaemQuímica: carênciade professores, condições de trabalho e motivação pela carreira docente. 2011.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 77 CABRAL,P.M.P.; BARBOSA,M. V.deS.;ARRUDA,A.S.;SILVA,E.S.;COSTA,E.deO.;SANTOS, A. D.; FREITA, L. P. da Silva R. de. Motivos de Escolha de Curso e Expectativas Profissionais: Um Estudo de Caso no Curso de Licenciatura em Química da UFCG CES. In: Congresso Norte Nordeste de Química, 5., Encontro Norte Nordeste de Ensino de Química, Natal/RN Campus da UFRN, 08 a 12 de Abril de 2013. DIAS, E. C. M.; THEÓPHILO, C. R.; LOPES, M. A. S. Evasão no Ensino Superior: Estudo dos Fatores Causadores Da Evasão No Curso De Ciências Contábeis Da Universidade Estadual De Montes Claros Unimontes MG. Anais do 7° Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, 26 e 27 de Jul. de FRASSON,2010. M. V.; CAMPOS, L. M. L. A opção pela licenciatura e pela profissão de professor: razões reveladas pelas vozes de licenciandos em Ciências Biológicas. In.: VIII do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 2011, Campinas, SP. Atas do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 2011. GATTI, B. A. Atratividade da Carreira Docente. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 2009. (Relatório de GUERRAPesquisa).JUNIOR, A. A.; AZEVÊDO, M. S. M de. BARBOSA, A. G. A licenciatura em Geografia no IFPE campus Recife (Brasil) e de Professorado na UNLP (Argentina), frente à questão do desinteresse pela carreira docente. In: II Congresso Internacional das Licenciaturas COINTER PDVL, Recife PE, 2015. Anais do Congresso Internacional das Licenciaturas, 2015. JESUS, T. K. de. Redução da demanda do curso de licenciatura em matemática. 2006. 13 f. Monografia (Graduação) Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2006. MARTINS, Adriana Martini; MERCURI , Elizabeth. A Influência do Professor de Química na Escolha pela Química comoÁrea deAtuaçãoProfissional. In: EncontroNacional deEnsino deQuímica(ENEQ), 14., UFPR 21 a 24 de julho de 2008.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 78 SAMPAIO, A. A.; BAEZ, M. A. C. Motivação inicial na formação docente. In: ANPED SUL, 10., Florianópolis, outubro de 2014. UFPE; PROPLAN; CIG. Evasão na UFPE. Análise por coorte 2000 2013. Recife/PE, 2014. _______. CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE (2013). Projeto Político Pedagógico do Curso de Química Licenciatura. Disponível em: <https://www.ufpe.br/quimicaa/images/pdf/ppc.pdf> Acesso em: 20 Setembro de 2016. ZONTA, M. A.; FERREIRA, J. P. Afetividade e educação: a relação professor/aluno interfere na preferência da disciplina? In: Congresso Nacional de Educação da PUCPR, 6., Curitiba, 2006.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 79 CAPÍTULO 09 PERCEPÇÃO E USO DAS TICs POR PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PICUÍ (PB) DURANTE A PANDEMIA COVID 19 Francisco Luzivânio dos Santos Fabiana Flayse da Silva Santos Kiara Tatianny Santos da Costa Glageane da Silva Souza Marisa de Oliveira Apolinário

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologias na educação, Ensino remoto, Formação de professores INTRODUÇÃO

Noano de2020 devido àpandemiaCOVID 19,observou seumaabrangêncianouso das tecnologias digitais em diversos segmentos da sociedade, com destaque na área de educação. Tendo em vista a suspensão das aulas presenciais, tanto os professores como os gestores educacionais e alunos tiveram que utilizar novas metodologias no processo ensino aprendizagem. Foi necessário por parte das instituições de

RESUMO A pandemia COVID 19 causou uma situação desafiadora nunca vivenciada para os profissionais da educação,os quais tiveram quese reinventartendo queadotarnovas práticas pedagógicas direcionadas para oensinoremoto.Essamodalidadedeensinoevidenciouanecessidadedeutilizaçãodeinstrumentos emeios que utilizam a tecnologia digital como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. Neste sentido, este trabalho objetivou analisar e discutir a percepção e uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) por professores da rede pública de ensino no município de Picuí PB,observando os fatores positivos e negativos do uso das mesmas durante a pandemia COVID 19. Como procedimento metodológico adotou se uma pesquisa exploratória baseada no embasamento teórico em livros e artigos científicos, além de aplicação de um questionário utilizando o formulário eletrônico Google Forms com perguntas abertas e fechadas. Ao concluir a análise dos questionários evidenciou se que o uso destas tecnologias têm sido um fator determinante no ensino diante dos desafios decorrentes da COVID 19, entretanto, foram detectados problemas como a falta de acessibilidade virtual e de formação específica na área pelos profissionais. Desta forma, foi possível observar que existem novas metodologias educacionais que diante do novo cenário, podem ser adotadas, contanto que sejam fornecidas condições funcionais adequadas aos professores e alunos da rede pública de ensino.

A pandemia COVID 19 trouxe mudanças para a educação, que não eram esperadas, o afastamento e o isolamento social, causaram uma supressão do sistema presencial de ensino. Esta situação causou uma

Portanto, as TICs podem funcionar como um instrumento favorável na resolução de questões socioeducativas, mas sem perder de vista que para seu uso em instituições públicas é necessário formação e planejamento (SILVA; ROSS, 2019).

Em relação ao ensino remoto, este foi mediado por meio de tecnologias e plataformas digitais, tendo em vista a suspensão das atividades presenciais nas instituições de ensino frente à este novo cenário da pandemia (COVID 19).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 80 ensino, criar novas estratégias de ensino que permitissem aos estudantes, assistirem as aulas de forma remota, onde os professores responsáveis pelas disciplinas produzissem e disponibilizassem os conteúdos para os alunos.Essamodalidade de ensino necessita de instrumentos e meios que utilizem da tecnologia como uma aliada neste processo. Diante da pandemia causada pelo novo coronavírus, o ensino remoto se tornou a opção para que os alunos não ficassem sem aulas. Para se adaptar à essa modalidade de ensino, foi necessário dar oportunidade para que o público escolar tivesse acesso ao conhecimento em um período de incertezas e de dificuldades de acesso à educação, sendo, portanto, esse método viável não apenas no sentido do aprender, mas também do ensinar, permitindo através da tecnologia a interação entre o professor e o aluno mesmo que a distância.

De acordo com Arruda (2020), a educação remota online se distingue da educação a distância pelo caráter emergencial e imediatista, onde propõe o uso das tecnologias em uma circunstância especifica e atípica onde existia a educação presencial.

Quando utilizada de forma responsável a tecnologia é uma ferramenta importante no que diz respeito ao dinamismo para o processo de ensino aprendizagem, pois mesmo o professor fazendo uso dessa ferramenta énecessárioa ele,oportunizar essemétodo,para tornaras aulas aindamais dinâmicas e criativas diante dos vários elementos que a tecnologia disponibiliza.

Diante desta readaptação do ensino, em decorrência da ausência do espaço físico da escola, um aspecto que gera muitas discussões e embates está relacionado à má usabilidade e/ou administração dos recursos tecnológicos e demais subsídios que propiciem uma utilização com qualidade (ALMEIDA; SOARES; OLIVEIRA, 2019).

Silva (2019) enfatiza que a tecnologia não substitui a função dos professores, sendo de grande importância que estes saibam lidar com estas novas ferramentas como as mídias e os softwares, as quais despertam o interesse dos alunos pelos conteúdos das aulas.

Nesta nova realidade, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) se mostraram como ferramentas relevantes para não deixar a educação parar. Diante desse cenário de ensino, desafios surgiram quanto à adaptação tanto dos professores quanto dos alunos com a nova modalidade de ensino adotada.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com professores da educação básica que lecionam em escolas da rede estadual e municipal de ensino da cidade de Picuí PB. Os questionários foram aplicados com 42 professores do município que lecionam tanto na zona rural como na zona urbana através do preenchimento do formulário eletrônico Google Forms, enviado via aplicativo de mensagem em março de 2021. Para a realização da pesquisa todos os professores que participaram assinaram eletronicamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Apartirdisso sefaz necessário compreendermelhorcomo estáacontecendoessatransiçãodeensino tradicional presencial para o ensino totalmente remoto, modalidade esta, que talvez continue sendo usada intensamente no pós pandemia. Sendo assim, objetivou se com esse estudo analisar os fatores positivos e negativos do uso das TICs por professores da rede pública, bem como a capacitação destes profissionais paralidarcomousodestastecnologias,possibilitando, portanto,conhecerdeformamaisaprofundadasobre essa ferramenta na educação em tempos de pandemia COVID 19.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 81 revolução pedagógica no modelo de ensino presencial, a mais substancial desde o surgimento das tecnologias de informação e de comunicação (PASINI, CARVALHO, ALMEIDA,2020).

No trabalho buscamos solicitar informações dos professores acerca do uso das TICs no contexto escolar com o objetivo de analisar a percepção dos mesmos acerca do uso das tecnologias e mídias digitais, através de relatos sobre suas experiências significativas em sala de aula durante o período da pandemia COVIDOs19.dados foram trabalhados qualitativamente através da análise descritiva, em forma textual (transcritos de falas, quadros de ideias). Já a abordagem quantitativa foi realizada determinando se valores percentuais exibidos nos resultados na forma de gráficos e tabelas.

O estudo buscou correlacionar as informações com as fontes bibliográficas e literaturas atuais existentes na internet sobre a temática com uma abordagem quali quantitativa dos dados obtidos. Segundo o senso escolar 2020, a cidade de Picuí (PB), conta com as escolas da rede municipal de ensino que oferecem o ensino fundamental II (E.M.E.F. Severino Ramos da Nóbrega, E.M.E.F. João Belo Alves, E.M.E.F. Macário Zulmiro da Silva, E.M.E.F. Ana Maria Gomes e E.M.E.F Tertuliano Pereira de Araújo) e com duas escolas sob a tutela do estado, sendo uma destinada ao ensino Fundamental II, ensino médio e técnico (ECIT Professor Lordão) e uma destinada apenas ao ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (E.E.E.M. Felipe Tiago Gomes).

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 82 RESULTADOS E DISCUSSÃO PERFILParaDOCENTEanalisarmos

Oitodelesencontram senafaixaetáriade20a29anos,comumaporcentagemde18%,32delesencontram se na faixa etária de 30 a 45 anos, com porcentagem de 77% e apenas dois estão acima dos 46 anos, apresentando uma porcentagem de 5%.

Em relação ao maior nível de formação dos professores, podemos analisar no que 23,81% deles possuem apenas graduação, 33,33% possuem especialização, 38,10% possuem mestrado e apenas 4,76% possuem doutorado. Sobre a grau de escolaridade o qual os mesmos lecionam, 37,2 % lecionam no ensino médio.Foi perguntado sobre o nível de ensino de atuação dos entrevistados, sendo que nesta questão o professor poderia assinalar mais de uma opção de resposta. Observou se que a maioria dos entrevistados lecionam apenas no Ensino Médio, bem como somente um professor leciona na Educação de Jovens e Adultos (EJA) (Figura 01).

o perfil docente, perguntamos sobre o gênero, faixa etária, formação, nível de ensino e disciplina ministrada. O gênero da maioria dos participantes é feminino (55%) e dos quarenta e dois professores que participaram da pesquisa, nenhum deles tem uma faixa etária de menos de 20 anos.

DaSilvaScorzafave (2011)considerade grande importância a construçãodo perfil do professor. Para o autor esse processo de construção é um passo inicial indispensável para uma melhor compreensão sobre o papel do professor sobre os resultados escolares.

Para André (2009), conhecer o perfil do professor não é só um aspecto importante e sim fundamental paraformarestratégias efetivas voltadas paraaformaçãodos mesmos. Observaras práticas dos professores, é indispensável para que se possa pensar e planejar as melhores formas de atuação em busca de uma educação efetiva de qualidade.

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

Entre as disciplinas ministradas foram citadas: Ciências, Biologia, Língua inglesa, Artes, Química, Matemática, História, Geografia, Sociologia e Filosofia. Alguns professores ministram mais de uma das disciplinas se identificando como polivalentes.

Quanto à forma de acesso à Internet que os docentes possuem, foi observado que a Banda larga fibra ótica apresentou maior percentual de utilização, com 67,4%, seguida pela Banda larga cabeado, 18,6%, Via rádio com 9,3% e Via 3G/4G com 4,7%.

Segundo BRASIL (2020), o censo escolar de 2020 realizado pelo MEC, no Brasil atuaram no ano de 2020 cerca de 748 mil docentes nos anos iniciais do ensino fundamental. Destes, 85,3% têm nível superior completo (81,8% em grau acadêmico de licenciatura e 3,5% em bacharelado) e 10% têm ensino médio normal/magistério. Foram identificados ainda 4,7% com nível médio ou inferior. Nos anos finais do ensino fundamental, 91,8% dos docentes possuem nível superior completo (87,9% em grau acadêmico de licenciatura e 3,9%, bacharelado).

2 7 16 10 1 7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 E. FUNDAMENTAL I E. FUNDAMENTAL II E. MÉDIO E. FUND E MÉDIOEJA TODAS AS MODALIDADES Número de docentes ensinodeNível

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 83 Figura 01. Nível de ensino de atuação dos participantes.

O percentual de docentes com formação superior em licenciatura aumentou 6,6 % no período entre 2016e2020. Nosanosfinais,opercentualdedisciplinasquesãoministradasporprofessorescom formação adequada reduz se consideravelmente quando comparado aos anos iniciais. As regiões Norte, Nordeste e parte do Centro Oeste são as que apresentam um menor percentual de disciplinas ministradas por professores com formação adequada.

Quando tratado do ensino médio, os totais de professores que atuaram no ensino médio em 2020 foi de 505.782, destes, 97,1% têm nível superior completo (89,6% em grau acadêmico de licenciatura e 7,4%, bacharelado) e 2,9% possuem formação de nível médio ou inferior.

PARTICIPAÇÃO DOS ENTREVISTADOS EM CURSOS DE FORMAÇÃO PARA O ENSINO REMOTO E UTILIZAÇÃO DE TICs

últimos anos os recursos digitais utilizados nas escolas proporcionaram novas formas de contemplar os conteúdos curriculares e proporcionar uma maior interação entre alunos e professores com diferentes abordagens. As propostas de inovação são inúmeras, porém o professor deve buscar adaptá las e praticá las no cotidiano escolar. Essa é uma tarefa difícil de ser concretizada na realidade escolar pública. Nas escolas, é cada vez mais necessária uma inserção das ferramentas tecnológicas, tanto na parte teórica quanto prática. Para Peixoto, Brandão e Santos (2007) ao utilizar as TICs como instrumentos pedagógicos, é importante absorvê las e torná las parte de seu cotidiano. Assim, para concretizar o uso das TICs, como ferramenta pedagógica, é necessário investimento na formação continuada para que a mesma seja utilizada de forma eficiente. Perguntamos aos professores entrevistados quais os recursos tecnológicos os mesmos estavam utilizando para ministrar suas aulas. Entre as utilizadas foram citadas: Meet, Google Classroom, Microsoft Teams, YouTube, Nerarpod, Whatsapp, SAE digital, Instagram, Hougst, Google Forms, Planilhas, Zoom, Google, Google Docs, ppt, Kahoot, Google for Education, Quizlet, Socrative, Genially, Web Paint, G suite, mapas mentais digitais, khan academy, Metimeter, Jamboard, canvae e wordwal

A fim de analisar se os docentes se prepararam em algum momento para utilização de tecnologias em sala de aula, questionamos se os mesmos receberam algum treinamento para aplicação e utilização de tecnologias digitais em sala de aula, observamos que 96% dos entrevistados responderam que tiveram formação.Nos

Quanto ao domínio em relação às funcionalidades das plataformas utilizadas nas aulas, 47% dos entrevistados respondeu ter um bom domínio das plataformas digitais, 37% regular e 16%excelente.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 84 O ensino à distância trouxe uma grande necessidade de avaliação da qualidade e utilização dos recursos tecnológicos disponíveis para os alunos e professores. Nessa avaliação precisa ser levado em conta as desigualdades sociais no Brasil, observadas entre as redes de ensino, como também presentes na sala de aula.

Nosdomicíliosqueatualmentenãopossuemacessoàinternet,ajustificativacolocadapelonãoacesso é o alto custo e a falta de habilidade para utilização da internet. Esses dados revelam a fragilidade da educação remota na rede pública, pois a falta de acesso às tecnologias digitais pelos alunos mais desfavorecidos faz com que não tenham condições de acompanhamento às aulas de maneira satisfatória (ALVES,Levando2020).em consideração a falta de acesso à Internet de qualidade por docentes e discentes, há a necessidade de se disponibilizar este recurso para as localidades mais carentes, na tentativa de minimizar os efeitos causados pela pandemia COVID 19 no processo ensino aprendizagem dos alunos.

Entretanto, houve a substituição da aula presencial pela remota, sendo considerada por muitos um modelo mais simples da educação a distância (EAD). Essa metodologia causou muita insegurança nos docentes, já que muitos não utilizavam as ferramentas tecnológicas na sala de aula (BORBA et al., 2020). Muitas dificuldades tornaram se detectáveis neste período, com destaque para a não participação de muitos estudantes nas aulas não presenciais por diferentes motivos e a dificuldade de alguns professores no uso das tecnologias digitais em suas aulas. Reses (2010), fala que as dificuldades se iniciam pelos professores, que em algumas situações não sabem manusear a tecnologia e parte disso se deve à falta de formação sobre o assunto.

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril de 2020, mostrou um levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) nos últimos meses de 2018, constatando que 45,9 milhões de brasileiros ainda não tinham acesso à internet, o que corresponde a 25,3% da população com 10 anos ou mais de idade.

Aadesão aoensino remoto,provocadapela COVID 19,abordatemas quepormuito tempoestiveram em discussão como a inclusão digital e a formação dos professores para o uso das tecnologias digitais, o letramento digital e a apropriação tecnológica.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 85 Os professores entrevistados acreditam que as TICs são fundamentais no processo de ensino aprendizagem da atualidade, mas esse processo apresenta algumas dificuldades como mostrado através de alguns depoimentos conforme o Quadro 01. Quadro 01. Depoimentos sobre as principais dificuldades do ensino remoto. Falas dos professores (P) P1 “[...]falta de recursos tanto para alunos quanto para os professores” P2 “[...]Dificuldade na interação entre professor aluno” P3 “[...] Baixa aceitação dos alunos” P4 “[...] feedback dos alunos” P5 “[...] Desinteresse dos alunos P6 “[...] Trabalho excessivo P7 “[...] Exaustão dos alunos frente às telas digitais” P8 “[...] Instabilidade da internet” P9 “[...]Dificuldade em aprender a manusear as ferramentas digitais” P10 “[...] Falta de acesso por muitos alunos” Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

Segundo Knuppe (2006) a realização por parte dos professores de atividades que não condizem com o ensino remoto, faz com que os alunos se sintam desmotivados à esta nova realidade de ensino, desta forma, a formação do professor, se reinventando e buscando formas criativas e lúdicas pode ser a melhor opção para vivenciar essa nova realidade no processo de ensino aprendizagem.

P6 “[...]Maior número de alunos, menos barulho.” P7 “[...]A aprendizagem superada diante de obstáculos” P8 “[...]A oportunidade de chegar até os alunos, mesmo diante de um cenário tão complexo, ocasionado pela pandemia. ”

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

As Tecnologias de Informação e Comunicação utilizadas no ensino à distância possuem pontos positivos que devem ser potencializados no ensino, com destaque no estímulo da inclusão tecnológica e adoçãodemetodologiasativasnoensino,oquefoiestimuladopelaCOVID 19,ondeosprofessorestiveram que se reinventar em uma maior perspectiva da manutenção do ensino aprendizagem de qualidade (PEREIRA, COUTINHO, 2020; SANTOS, 2020).

P1 “[...]Comodidade de estar em casa.” P2 “[...]A possibilidade de desvendar o novo em relação ao mundo digital, e com isso poder levar essa inovação para as aulas.”

Moran (2015), enfatiza que um dos grandes desafios para o educador é a escolha de ferramentas de ensino, diante da realidade das instituições de ensino, compreendendo dentre tantas possibilidades, a forma e o momento de utilizá las favorecendo o aprendizado.

Falas dos professores (P)

A modalidade de ensino remoto trouxe adaptações tanto para os professores quanto para os alunos. Como último questionamento do questionário aplicado, perguntamos aos mesmos quais pontos positivos os professores perceberam em relação as aulas remotas e obtivemos as seguintes principais respostas mostradas no Quadro 02. Quadro 02. Pontos positivos das aulas remotas

P9 “[...Facilidade para a apresentação de materiais extras: vídeos, imagens, jogos, mapas,]” P10 “[...]nos tirou da zona de conforto, nos obrigando a repensar todas as ações, principalmente aquelas que funcionavam no "piloto automático". Ampliou a alfabetização digital (porém apenas para um grupo mais privilegiado). Nos obrigou a pensar e trabalhar buscando a independência e autonomia dos estudantes.”

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 86 As respostas dos professores sobre as principais dificuldades reforçam a afirmação de que a formação inicial e continuada deve ser realizada para garantir que educadores utilizem estratégias didáticas com os recursos tecnológicos, a fim de aprimorar a qualidade do ensino. Para isso, também é importante a oferta de acesso tanto aos equipamentos tecnológicos, quanto à internet. De acordo com Guimarães e Dias (2014), é fundamental utilizar do potencial educativo que as tecnologias de informação e comunicação possuem, uma vez que a ausência desse suporte tecnológico faz com que as possibilidades de aumentar a variedade de atividades em sala de aula.

P3 “[...]Uma maior utilização das TIC's ” P4 “[...]Cursos interativos.” P5 “[...]uma maior participação da família nas aulas, maior solidariedade entre os alunos, empatia e desenvolvimento de protagonistas.”

A pesquisa realizada também demonstrou que as tecnologias inseridas no âmbito escolar podem proporcionar uma maior diversidade de uso de plataformas digitais, despertando um maior interesse pelos alunos nas aulasministradas. Porém, valeressaltarqueapenas o uso das tecnologias nãoconsegue substituir a atuação do professor em sala de aula, pois os alunos necessitam de um facilitador de ideias, na perspectiva de uma interação aluno educador no cotidiano escolar.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 87 Ao analisar as respostas dos docentes, pode se perceber que para grande maioria dos entrevistados as tecnologias educacionais facilitam o processo de ensino aprendizagem do aluno através da motivação, pois já estão inseridos na realidade da inclusão da tecnologia no seu cotidiano através das mídias digitais.

Mudanças nos processos educacionais vêm sendo discutidas há décadas, porém, o cenário pandêmico atual, demonstrou dificuldades, possibilidades, desigualdades e os principais problemas enfrentados pelo sistema educacional brasileiro e que precisam ser revistos.

Nesta perspectiva, podemos ressaltar que o desafio é capacitar o professor de modo que o mesmo possa utilizar as metodologias ativas em suas aulas, aprimorando dessa forma suas práticas pedagógicas em relação ao uso dos recursos tecnológicos. Para tanto há a necessidade de uma infraestrutura tecnológica adequada, para os docentes e alunos, tendo em vista a necessidade de superação de obstáculos de modo a proporcionar condições funcionais de ensino, bem como observa se a necessidade de fomento de políticas educacionais voltadas à formação e melhor remuneração docente.

Com relação aos docentes, o ensino remoto pode proporcionar uma ampliação do seu espaço educacional, com o surgimento de novas metodologias ativas e oportunidades e oportunidades de inserção na sala de Emaula.resumo, pode se identificar que as TICs podem auxiliar na sala de aula se os docentes estiverem familiarizados com as tecnologias e estiverem capacitados para utilizá las, fazendo com que seu alunado se torne cada vez mais argumentador, interativo e que tenha a vontade de aprender, assimilando os conteúdos de forma prazerosa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste novo cenário, é notório que o processo de ensino aprendizagem foi dificultado durante a pandemia causada pela COVID 19, principalmente no ensino básico. Coube aos docentes a necessidade de se readaptarem e fazerem o uso de ferramentas tecnológicas muitas vezes desconhecidas, sem a formação adequada por parte dos mesmos.

BRASIL. PNAD Contínua TIC 2018: Internet chega a 79,1% dos domicílios do país. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2020.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 88 REFERÊNCIAS ALMEIDA, E. de P.; SOARES, L. de V.; OLIVEIRA, L. A. A aplicação de Tecnologias de Informação e Comunicação na Gestão Educacional: estudo comparativo da rede pública de educação de São Luís MA e Óbidos PA. Monografia de Conclusão de Curso. Óbidos, PA: UFOPA, 2019, p. 1 106.

ANDRÉ, M. E. A produção acadêmica sobre formação de professores: um estudo comparativo das dissertações e teses defendidas nos anos 1990 e 2000. Revista Brasileira sobre Formação Docente, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41 56, ago./dez. 2009.

ALVES, L Educação remota: entre a ilusão e a realidade. Interfaces Científicas Educação, v. 8, n. 3, pág. 348 365, 2020.

ARRUDA, E. P. Educação Remota Emergencial: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid 19. EmRede, v. 7, n. 1, p. 257 275, 2020.

BORBA, R. C. D. N. et al. Percepções docentes e práticas de ensino de ciências e biologia na pandemia: uma investigação da Regional 2 da SBEnBio. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 153 171, junho 2020.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2020: resumo Técnico. Brasília, 2020. DA SILVA SCORZAFAVE, Luiz Guilherme Dácar. Características do professor brasileiro do ensino fundamental: diferenças entre o setor público e o privado. Revista Economia & Tecnologia, v. 7, n. 2, GUIMARÃES,2011. Â. de M.; DIAS, R. Ambientes de Aprendizagem: reengenharia da sala de aula. In: COSCARELLI, C. V. (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. p. 23 42. KNÜPPE, L. Motivação e desmotivação: desafio para as professoras do Ensino Fundamental. Educar em Revista, Curitiba, n. 27, p. 277 290, 2006. Editora UFPR. MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens: v. 2, p. 15 33, 2015. PASINI, C. G.; CARVALHO,E.; ALMEIDA, L. H.C.Educação híbrida em tempos depandemia: algumas considerações. Ministério da Educação: Observatório Socioeconômico da COVID 19. Universidade Federal de Santa Catarina, 2020.

RESES, G. de L. N.Didática eAvaliaçãono EnsinodeCiências Biológicas. Indaial: CentroUniversitário Leonardo da Vinci I, 2010. SANTOS, A. M. Educação à distância análise dos desafios futuros. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p.45341 45354, 2020 SILVA, P. V. T. da; ROSS, P. R. Dificuldades, dilemas e pontos de tensão no uso da tecnologia: pela formação docente e inclusão sócio digital permanente. Debates em Educação, v. 11, n. 23, jan./abr., 2019, p. 19 35.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 89 PEIXOTO,M. deA.P.; BRANDÃO,M. A.G.; SANTOS,G.dos.Metacognição eTecnologiaEducacional Simbólica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, 2007. PEREIRA, M. C.; COUTINHO, D. J. G. Tecnologia e sua significação na Educação à Distância. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 3, p. 13281 13293, 2020.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 90 CAPÍTULOETNOMATEMÁTICA:10 UMA ANÁLISE DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NOS LIVROS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Josenildo silva de Medeiros Sílvio César Lopes da Silva Glageane da Silva Souza RESUMO O papel social da escola não é transmitir apenas conhecimento para os alunos, mas formar cidadãos com capacidade critica dentro do ambiente cultural no qual estão inseridos. Além disso, no mundo moderno em que vivemos se faz necessário que o ensino seja efetuado de forma contextualizada, a fim de que facilite a aprendizagem dos alunos. O livro didático, apesar de representar um importante instrumento de ensino e material de apoio para professor e aluno, ainda deixa lacunas no processo de ensino e aprendizagem, pois apresenta, na maioria das vezes, apenas assuntos de interesse geral, não levando em consideração a conteúdo específico de cada população ou região do país. Assim, nossa pesquisa, a partir da análise de duas coleçõesdelivrodidáticopropostasaumaescolareferênciaem educaçãodocampolocalizadanomunicípio de Cuité, Paraíba, buscou entender como se dá o ensino da educação financeira nos anos finais do ensino fundamental considerando os conceitos do Programa Etnomatemática. Dessa forma sintetizamos as ideias dos principais autores que corroboraram para o desenvolvimento da educação matemática até aqui.

Ademais, procuramos catalogar a presença de textos e ou suportes informativos presente nos livros didáticos que levem os alunos a refletirem sobre o tema educação financeira.

Os livros didáticos podem ser descritos como sendo um instrumento auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de professores e alunos, assim, fazendo parte do cotidiano escolar. Nesse sentido podemos afirmar que este instrumento é um objeto indispensável e culturalmente utilizado ao longo dos anos no espaço escolar. Atualmente a produção desse instrumento didático tem sido objeto de inquietações, principalmente, dos professores, pois os livros que chegam nas escolares nem sempre são os que os professores escolhem por julgar mais adequados e por atender as necessidades básicas da escola e da

PALAVRAS CHAVE: Educação Matemática, Etnomatemática, Educação Financeira. INTRODUÇÃO

Em consonância a esta formação veio o interesse de analisar como o tema educação financeira está sendo abordado nas escolas a partir do livro didático, uma vez que, a BNCC incorporou este tema de forma transversal na grade curricular das escolas o qual é colocado a cargo da disciplina de matemática.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 91 comunidade escolar. Esse processo de escolha é pensado no sentido de que as vezes o livro didático é o único instrumento de pesquisa e consulta que o aluno tem disponível em sua casa. Desse modo, os livros didáticos, utilizados pelos professores em sala de aula, passam por problemas adversos, por exemplo, erros conceituais, incoerência dos assuntos tratados, superficialidades nas questões sem muito significado para o alunado, a ausência de uma contextualização e distante do cotidiano do aluno e entre outros. Os livros didáticos são sistematicamente alvo de muitas polêmicas, pois tem se reconhecido como um instrumento a serviço da ideologia e da desordem do ensino tradicional. Nessa perspectiva, procuramos entender algumas dessas peculiaridades. Nosso interesse sobre a temática escolhida, dar se a partir da nossa participação em um minicurso online sobre educação financeira direcionado aos jovens, oferecido pela Comissão de Valores Mobiliários.

Neste trabalho tentamos entender como se dar o ensino da educação financeira nos anos finais do ensino fundamental II, considerandoosconceitosdoprogramaetnomatemática.Nessesentidoprocuramosanalisar como o tema é apresentado nos livros didáticos, a forma como favorecem a aprendizagem de matemática nos anos finais do ensino fundamental e de que modo oportunizam a construção de uma visão crítico social desse aluno, tornando o um sujeito capaz de estabelecer inferências críticas, socioeconômicas e cultural em meio a sociedade.

METODOLOGIA

A metodologia empregada para a realização desta pesquisa consiste na revisão bibliográfica sobre o tema, estudos individuais e dirigidos com os orientadores. Os livros analisados são dos anos finais do ensino fundamental do 6o ao 9o ano, da coleção a conquista da matemática e a coleção matemática compreensão e prática, assim, analisamos um totalde 8 livros. Tais coleções foram propostas para a escolha do livro didático ocorrida no ano de 2019, onde compreenderia o triênio 2020 a 2022. Foram observados se os textos propostos estavam contextualizados de acordo a com a realidade dos alunos e faixa etária. Para o desenvolvimento da pesquisa, os conteúdos foram analisados a forma e a adaptação do título aos temas abordados, pensando que as coleções dos livros seriam utilizadas por alunos de uma escola de zona rural. Julgamos nossa pesquisa de natureza qualitativa, pois esse modelo de pesquisa foi escolhido por compreendermos que o mesmo atende aos nossos anseios e inquietações, como também a metodologia que desenvolvemos com a experiência pedagógica, a partir dos passos que a fundamentação teórica sobre a educação matemática e a etnomatemática propõe.

Segundo Freire (2018) a educação é uma obra inacabada e que passa por transformações, assim pode se dizer que que tanto o educador quanto o educando sempre terão algo novo a aprender. Nessa perspectiva, elaborar propostas que venham contribuir e somar com essa batalha de tornar o processo de ensino e aprendizagem leve, crítico, reflexivo e com significado para o cidadão que está sendo formado e isto é um grande desafio do professor. Muitos pesquisadores procuram uma definição mais especifica para explicar o que é educação matemática, porém ainda não se tem um conceito que agrade a todos. Em comum as discussões a educação matemática correspondem a um campo de estudos muito fértil para pesquisa de práticas pedagógicas no ensino de matemática. O matemático D'ambrósio (2009) defende que a educação matemática seja exercida de forma pacificadora. Há efetivamente uma moralidade ao conhecimento e em particular ao conhecimento matemático. Por que a educação e a educação matemática e o próprio fazer matemático se não percebemos como nossa prática poder ajudar a construir uma humanidade ancorada em respeito, solidariedade e cooperação? (D'AMBRÓSIO, 2009, p. 13) Assim podemos dizer que a educação matemática pode ser caracterizada como um eixo esférico da matemática que cada vez mais tem se destacado nas pesquisas realizadas por educadores, buscando melhorar cada vez mais o ensino e aprendizagem dos alunos na disciplina.

Segundo Bicudo (1993) a educação matemática é um campo inacabado como afirma a autora. A região de inquérito da Educação Matemática está sendo construída, o que significa que ela não conta, ainda, com uma rede já desenvolvida e bem tecida de estudos elaborados que a afirmem como realidade bem configurada. Porém, essa configuração já se encontra um tanto quanto delineada na

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 92 REFERENCIAL TEÓRICO

Osdesafiosnaeducação falaremeducação,significaretomarosdiversosproblemasquepermeiam o espaço educacional atualmente, isto nos leva a fazer uma reflexão sobre que cidadão queremos formar. Pois, em meio a múltiplos fatores de dificuldades da educação no Brasil, dar significado ao que o aluno "vê" na escola é o grande desafio que os docentes enfrentam em salas de aula. Nesse sentido, nosso intuito é formar cidadãos capazes de transpassar conceitos vistos em sala de aula e aplicar em seu cotidiano, ou vice versa, e não apenas uma educação limitada e isolada, ou seja, uma educação que ultrapassa as paredes da sala de aula onde o aluno possa a partir desses conhecimentos adquiridos desenvolver um pensamento crítico e reflexivo. Dessa forma podemos ver a educação como um ato libertador buscando preparar o aluno para ser um cidadão atuante em meio a sociedade, obviamente estamos falando de uma educação de conhecimentos científicos onde a criança vai à escola para aprender e compartilhar seus conhecimentos.

A autora fortalece a tese de que esse eixo esférico da matemática ainda há muito a se descobrir para fortalecer o ensino da matemática como um todo, reforça ainda que as pesquisas que já existe caracterizam ou dar embasamento para novas pesquisa nesta área do conhecimento. Assim, buscando caminhos para o compreender os significados socioculturais e históricos da matemática. Nossa prática de sala de aula tem nos revelado o quanto a matemática é importante no dia a dia das pessoas, porém, enquanto estudo, vem causando certo desconforto e distanciamento, principalmente nos alunos da educação básica. Para muitos alunos as aulas de matemática é uma das piores aulas do currículo escolar, tendo em vista os cálculos, as diversas regras e outros. Dessa forma podemos afirmar que os alunos que não se identificam com as aulas de matemática é porque sentem dificuldade de absorver alguns conteúdos da disciplina, ou seja, a dificuldade torna se a base necessária que ao longo do processo foi deixada de Pensarlado.noensino de matemática, atualmente, remete uma reflexão sobre que alunos queremos formar. Pois, mesmo diante das transformações que a educação vem passando em busca de novas alternativas didáticas metodológicas que sane ou minimize os déficits de aprendizagens em meio a múltiplos fatores de dificuldades na disciplina, dar significado ao que o aluno "vê" na escola é o grande desafio que docentes enfrentam em salas de aula.

O programa etnomatemática tem sua criação atribuída ao professor e pesquisador Ubiratan D'Ambrosio na década de 1970. Paulus Gerdes diz, "o nosso amigo brasileiro, Ubiratan D'Ambrosio, é considerado internacionalmente o "pai da etnomatemática", fundador de todo um programa profundo de reflexão sobre e de pesquisa do desenvolvimento de ideias matemáticas nos mais diversos contextos históricos, culturais e educacionais". (GERDES, p. 17).

O programa etnomatemática traz uma ferramenta importante para a desmistificação de tais conceitos, pois, a matemática pode ser ensinada de forma dinâmica e objetiva mostrando para o aluno a teoria e a prática correlacionando com suas necessidades no dia a dia. Para Valladares, (2003, p. 9) "as aulas ficam muito mais interessantes. O estudante passa a ver de maneira mais positiva a matéria que está estudando". Pensando desta forma a etnomatemática possibilita ao professor ensinar para o aluno uma matemática que faz parte do seu cotidiano.

Segundo Valladares (2003, p. 7) "o pensamento matemático implícito a essa formação básica ultrapassa os limites dos fatos mais simples e nos ajuda a compreender acontecimentos mais complexos". Desse modo é necessário que o professor busque atrelar a suas práticas pedagógicas novas metodologias de ensino, buscando situações problemas que façam parte da realidade dos alunos. Essa busca deve se iniciar na escolha do material didático que ele vai utilizar para desenvolver suas aulas.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 93 medida em que se enfoquem os núcleos de preocupação da Educação Matemática. (BICUDO, 1993, p. 19)

Para entendermos o que é a educação financeira nos baseamos no que diz a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico): a educação financeira pode ser conceituada como sendo um processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, a ser desenvolvido por meio de três aspectos a informação, formação e orientação.Aolongo de nossa vida acadêmica precisamos desenvolver habilidades e competências que nos possibilitem ter êxito em meio a uma sociedade tão competitiva, nessa perspectiva a escola desenvolver um papel importante na formação do indivíduo. Este cenário nos permite refletir sobre temas transversais que colaboram paraformação do sujeito, capacitando o paraavidapessoal,profissional comotambém questões socioeconômicas. Aqui discutiremos um pouco do assunto socioeconômicos que está entrelaçado a essa formação.Com isso a educação financeira é apresentada como tema transversal nos livros didáticos da disciplinadematemática,sabemosquetalinstrumentodeensino impacta diretamentenocontextodeensino e formação do indivíduo. Assim, ao longo deste trabalho buscaremos entender como se dar o ensino de educação financeira nas séries finais do ensino fundamental. A BNCC coloca tal assunto dentro da disciplina de matemática como uma ciência humana.

Para o pesquisador no sentido etimológico da palavra etnomatemática temos que: ETNO está relacionado à grupos identificáveis e inclui memoria, cultura, códigos, tradições, mitos, entre outros; MATEMA relaciona se a explicar, entender, lidar e conviver com a realidade, já TECHNÉ (TICA) relaciona se a arte ou técnica. Logo observamos que a etnomatemática vai além do saber/fazer matemática, ou seja, faz um elo entre a ciência estudada e a filosofia de vida do ser humano.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 94 Para D'Ambrosio o Programa Etnomatemática permite que um grupo culturalmente identificado possa observar, conjecturar, experimentar, inferir, classificar, ordenar, contar e medir. De fato, nesse multiculturalismo pode se observar uma matemática mais próxima de povos e nações. Assim, fazendo com que o ensino de matemática se aproxime da realidade do aluno.

A etnomatemática é a matemática praticada por grupos culturais, tais como comunidades urbanas e rurais, grupos de trabalhadores, classes profissionais, crianças de uma certa faixa etária, sociedades indígenas, e tantos outros grupos que se identificam por objetivos e tradições comuns aos grupos. (D'AMBROSIO, 2013).

A etnomatemática dar destaque a matemática dos distintos grupos socioculturais e sugere uma maior valorização dos conhecimentos prévios dos alunos sobre os conceitos matemáticos, "Naturalmente, em todas as culturas e em todos os tempos, o conhecimento, que é gerado pela necessidade de uma resposta a problemas e situações distintas, está subordinado a um contexto natural, social e cultural". (D'AMBROSIO, 2001, p. 10).

RESULTADOS E DISCUSSÃO O livro didático é um instrumento muito importante nas aulas de matemática, pois auxilia os professores a desenvolverem suas aulas como também auxilia os alunos no ensino aprendizagem durante as aulas de matemática. Considerando a importância desse instrumento na complementação da aprendizagem dos estudantes, buscou se analisar a forma como o tema Educação Financeira é abordado nos livros didáticos da coleção apresentada. Tendo em vista que o tema está diretamente entrelaçado com alguns conteúdos da disciplina de matemática. Antes de começar esta análise propriamente dito, vale destacar que estamos analisando apenas um recorte do livro, ou seja, a parte que trata do tema educação financeira e se os textos apresentados para abordar o assunto são suficientes para que os alunos entendam e dê a devida atenção ao que está sendo proposto no material didático que ele tem a sua disposição como ferramenta de aprendizagem. Entendemos que abordar a temática educação financeira é relevante porque traz para a sala de aula a oportunidade de ampliar o conhecimento e leitura de mundo dos nossos alunos, bem como levá los a entender que o desequilíbrio econômico vivido por um determinado país nos afeta diretamente. Esta análise tem como objetivo focar nos textos sobre o tema Educação Financeira como são apresentados nos livros didáticos da coleção "A conquista da Matemática" direcionado para os anos finais do ensino fundamental e de que forma podem auxiliar para a compreensão apropriada, dando significado para a relevância do tema e valorizando os conhecimentos preexistente, bem como as especificidades dos alunos que estão inseridos nessa modalidade de ensino.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 95 Outro aspecto a ser considerado nessa unidade temática é o estudo de conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos. Assim, podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais,sociais,políticasepsicológicas,alémdaeconômica,sobre asquestõesdoconsumo,trabalho e dinheiro. (BRASIL, 2019, p. 269).

No entanto é importante ressaltar que a educação financeira não é um assunto exclusivo da disciplina de matemática, ou seja, o mesmo pode e deve ser trabalhado de forma interdisciplinar uma vez que o tema se trata de uma questão social e econômica. Nesse contexto a matemática fornece instrumentos técnicos para a interpretação de dados.

Já o livro direcionado para o 8º ano do ensino fundamental também é organizado em 9 unidades que estão subdivididas em capítulos os quais abordam os conteúdos comuns a este nível de ensino referente a disciplina de Matemática. Além dos textos motivacionais sobre educação financeira o autor adiciona uma atividade complementar explorando o assunto. Nesta atividade o autor incorpora a resolução de problemas

O volume referente ao 6º ano do ensino fundamental foi observado que nas unidades II e VI apresentam de forma mais contextualizadas o tema Educação Financeira, contudo os textos sugeridos são insuficientes paraqueos alunos tenham um melhorentendimentosobreoqueéaeducação financeira,dessa forma é necessário que o professor busque outros textos relacionados a essa temática, assim deixando a problemática mais diversificada e atraente podendo incorporar a resolução de problema dentro da realidade do público alvo.

Os livros da coleção seguem um mesmo padrão em todos os volumes, ou seja, os livros são divididos em unidades temáticas. Cada unidade é dividida em capítulos, que abordam conteúdos mais específicos. A abertura de cada unidade se dá com umas imagens ilustrativas e textos introdutórios que relaciona a área abordada a conteúdos relacionados. Os conteúdos abordados nos capítulos seguem os parâmetros da BNCC como também dos PCNs, os capítulos são curtos ocupando o mínimo de duas páginas. Já os textos introdutórios são pequenos, porém explicativos e são escritos em uma linguagem clara e adequada ao nível de entendimento dos alunos.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 96 Figura 1: Capa dos livros "A conquista da Matemática" do 6º, 7º, 8º e 9º anos Fonte: MEDEIROS, J. S.

Olivro7º anodoensino fundamental éorganizadoem 9unidades queestão subdivididasem capítulos osquaisabordamosconteúdosusuais referenteao nívelde ensinodadisciplinadeMatemática.Asunidades IV, VII e VIII são as que apresentam de forma mais contextualizadas o tema Educação Financeira, assim observamos que no livro do 7o ano o tema ocupa um pouca mais de espaço, porém como observado no livro direcionado para o 6º ano os textos sugeridos ainda são insuficientes para que os alunos tenham um melhor entendimento sobre o que é a educação financeira, dessa forma é necessário que o professor busque outros textos relacionados a essa temática, assim deixando a problemática mais diversificada e atraente podendo incorporar a resolução de problema dentro da realidade do público alvo.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 97 com questões que estão diretamente relacionadas com o tema financeiro, são questões de fácil compreensão e que os alunos podem entender o comportamento dos juros em determinadas situações. Neste sentido concordamos com BANDEIRA (2016) no que diz respeito a influência cultural dos indivíduos.

O livro 9º ano do ensino fundamental assim como os volumes anteriores está organizado em 9 unidades as quais estão subdivididas em capítulos, e apresentam os conteúdos indicados pela BNCC referente ao nível de ensino da disciplina de matemática. Considerando a maturidade dos alunos por já possuírem o conhecimento prévio mais favorável para se explorar o tema o autor trata de maneira tímida, aqui seriaideal fazeraeexplanaçãocom gráficoetabelasumavez queéintroduzido oconteúdodefunções.

O que chama atenção neste volume é que o tema educação financeira é pouco explorado em relação aos volumes anteriores, refletir sobre o que é e a importância de educa se financeiramente caracteriza como mais uma oportunidade de aquisição de novos saberes e, a partir dessa introdução possibilitar a construção de relações entre esses vocábulos, situações cotidianas e a matemática. A tabela abaixo resume a análise da coleção a conquista da matemática.

Ano Unidades que apresentam textos sobre Educação Financeira 6º Observado as unidades II e VI As unidades IV, VII e VIII As unidades I, IV e V As unidades I e IX A segunda coleção que tomamos para esta analisa, é do autor Ênio Silveira intitulada como "Matemática Compreensão e Prática" o livro é a 5a edição divulgado pela editora moderna. Inicialmente destacamos que os livros desta coleção abrangem todos os conteúdos básicos de matemática proposto pelos PCNs como também os parâmetros da Base Nacional Comum Curricular.

Sobre a falta de recursos gráficos e ou tabelas que ilustrem o texto apresentado, o professor pode atrelar novos materiais trazendo para sala de aula um texto de outro contexto que contemple este gênero, propor que os alunos busquem por infográficos presentes em jornais, revistas ou até mesmo construí los é importante ressaltar que os infográficos estão muito presentes em diversas situações do nosso cotidiano, como noticiários sobre economia, política e campeonatos de futebol.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fonte: MEDEIROS, J. S.

O livro didático ainda é um instrumento pedagógico fundamental no processo de ensino e aprendizagem, na disciplina de matemática, utilizado pelo professor em sala de aula, que dependendo da região na qual a escola está localizada, este recurso acaba sendo o único material de estudo e pesquisa para os alunos, que, na maioria das vezes, acabam sendo suprimidos pelas formas generalistas quando se trata de conteúdo, com isso deixando lacunas na formação dos discentes. Todavia esse ambiente educacional tem como missão oferecer aos estudantes conhecimentos que os impulsione e os edifique diante de uma sociedade heterogênea e competitiva.

Nesse sentido os textos propostos no livro didático poder ser o diferencial para que o aluno desenvolva as habilidades necessárias. Cientes da importância a inserção o tema educação financeira na grade curricular das escolas do ensino básico e introduzido pela BNCC na disciplina de matemática, buscamos investigar se essa temática está presente nas novas propostas dos livros didático, uma vez estando, em que medida contribuem e favorecem o processo de ensino e aprendizagem dos discentes.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 98 Figura 2: Capa dos livros " Matemática compreensão e prática” do 6º, 7º, 8º e 9º anos

Mediante o nosso objetivo de pesquisa, entender como se dar o ensino da educação financeira nos anos finais do ensino fundamental, considerando os conceitos do programa etnomatemática e o que foi analisado ao longo deste estudo, apresentamos algumas discussões e reflexões.

Os livros estão estruturas em unidades que são formadas por dois ou mais capítulos. Já na segunda coleção analisada, percebemos que há uma intencionalidade, por parte do autor ao propor situações problemas que está relacionado com questões de punho financeiro. Todavia as atividades propostas são insuficientes para que o aluno estabeleça relações com a educação financeira, ou seja, não há a presença de textos para que o aluno tome como base para relacionar o conteúdo estudado com a educação financeira. De modo que, essa ausência dificulta para o discente desenvolva suas estratégias como o que ele aprende em matemática financeira.

SILVEIRA, Ênio. Matemática: compreensão e prática. Volume 6. 5 ed. São Paulo: moderna, 2018. SILVEIRA, Ênio. Matemática: compreensão e prática. Volume 7. 5 ed. São Paulo: moderna, 2018. SILVEIRA, Ênio. Matemática: compreensão e prática. Volume 8. 5 ed. São Paulo: moderna, 2018. SILVEIRA, Ênio. Matemática: compreensão e prática. Volume 9. 5 ed. São Paulo: moderna, 2018.

D'AMBROSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. Ano II. N2. Brasília. 1989. P. 15 D'AMBROSIO,19. Ubiratan, Teoria e Prática da Educação (Maringá,PR), vol. 4, nº 8, junho 2001; pp.15 33.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 99 A partir das análises apresentadas sobre a coleção A Conquistada da Matemática, percebemos que o autor apresenta alguns textos com o tema educação financeira. Entretanto, estes apresentam uma linguagem mais cientifica tornando a leitura cansativa e pouco atraente, em outros casos os textos se distanciam do nível de ensino no qual o aluno está inserido. Também, muitas vezes não há uma valorização dos conhecimentos prévios dos discentes. Dessa forma desperdiçando a oportunidade de ressignificar os conhecimentos adquiridos no âmbito escolar para tantos outros. Já na segunda coleção analisada, percebemos que há uma intencionalidade, por parte do autor ao propor situações problemas que está relacionado com questões de punho financeiro. Porém falta recursos textuais no decorrer dos livros. Dessa forma o professor deverá recorrer a outros recursos textuais. Diante do nosso objetivo, entender como se dar o ensino da educação financeira nos anos finais do ensino fundamental, considerando os conceitos do programa etnomatem ática, percebemos que, por mais que o livro didático seja um instrumento essencial para a formação dos alunos é preciso que o professor busque outros recursos para complementar suas aulas. E assim, contemplando o desenvolvimento de um pensamento crítico reflexivo dos seus alunos.

REFERÊNCIAS

BANDEIRA, Francisco de Assis. Pedagogia etnomatemática: reflexões e ações pedagógicas em matemática do ensino fundamental / Francisco de Assis Bandeira. Natal, RN: EDUFRN, 2016.8,6Mb; BRASIL.PDF. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2019.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa em Educação Matemática. Vol. 4. 1993

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 100 D'AMBROSIO, Ubiratan, 1932 Educação matemática: Da teoria à prática / Ubiratan D'Ambrosio. Campinas, SP: Papirus, 1996. (Coleção Perspectivas Em Educação Matemática). 17 ed. 2009.

FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessário a prática educativa. São Paulo. Paz e Terra, FREIRE,1996.Paulo.

GIOVANNI, CASTRUCCI, José Ruy Júnior, Benedicto. A conquista da matemática. Volume 6. 4 ed. São Paulo: FTD, 2018. GIOVANNI, CASTRUCCI, José Ruy Júnior, Benedicto. A conquista da matemática. Volume 7. 4 ed. São Paulo: FTD, 2018.

Educação e Mudança: prefácio Moacir Gadotti; tradução de Lilian Lopes Martins. 39a Ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: paz e terra 20018.

GIOVANNI, CASTRUCCI, José Ruy Júnior, Benedicto. A conquista da matemática. Volume 8. 4 ed. São Paulo: FTD, 2018. GIOVANNI, CASTRUCCI, José Ruy Júnior, Benedicto. A conquista da matemática. Volume 9. 4 ed. São Paulo: FTD, 2018.

GERDES, Paulus. Etnomatemática e Educação Matemática Uma Panorâmica Geral. Artigo 1996. VALLADARES, Renato J. Costa. O jeito matemático de pensar, Rio De Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2003.

UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Volume 1 ISBN 9786599792113 Nascimento, et al. ISTC Assessoria & Consultoria 2022 101

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.