







A proposta desse projeto foi desenvolvida de maneira interdisciplinar para o curso de Comunicação Visual - Sétimo Semestre do IFSul Campus Pelotas. A gênese desse trabalho se deu pela invisibilização e apagamento das mulheres no Design, recorrente principalmente nos livros de história do Design Gráfico. Pretende-se ser um contraponto, produzindo conteúdos e materiais que promovam essas mulheres, suas produções e seus feitos ao longo dessas décadas de história. Nix, deusa da noite, é uma das divindades mais poderosas na mitologia grega, sendo reconhecida como a única deusa temida por Zeus, apesar de não aparecer muito nos mitos ou lendas. Do mesmo modo, as mulheres, em suma, ao longo de toda a história tiveram grandes feitos e importância inestimáveis, apesar do escasso reconhecimento - ambas, rompem padrões, trazem transformações e, disruptivamente, sintetizam mudanças.


DO CAOS SOMOS FEITAS

Nos Estados Unidos havia grande instabilidade, o pessimismo refletia um cenário de crises e uma perspectiva de mudanças políticas e econômicas delineadas a partir da polarização entre EUA e União Soviética gerada pela Guerra Fria. Tem-se que construir outro imaginário para promover a ascensão estadunidense (que culminou para uma consolidação do poder imperial global e bélico nacional) para apaziguar a imagem que gerava-se devido a grande presença do país em diversos conflitos militares. As mulheres começaram, em alguma medida, a ter participação na política, esses anos foram determinantes para a politização das necessidades da mulher, além de ocorrer uma uma maior análise em como se estabelecia as violências às mulheres. Relativo ao Design, as movimentações e construção de características de um Design pós-moderno começam a desenvolver-se, explorando efemeridade, diversidade, ambiguidade, multiplicidade de significados, elementos vistos como imperfeitos,

poluídos ou indeterminados, além de composições híbridas e digitais. Trazendo consigo, a valorização de produções que engajem-se em questões sociais. Destacam-se nessa zine o movimento Punk e o New Wave. O movimento Punk surgiu na década de setenta com a ascensão da música punk rock, permeado de niilismo e contestação, trazendo consigo a popularização do DIY e das Zines. A estética dessas produções gráficas traziam letras recortadas e escritas a mão, textos à máquina de escrever e imagens recortadas, para com isso explorar a improvisação, as texturas e o caos visual misturando política, arte e música.
Já o movimento New Wave caracterizou-se por experimentação tipográfica alinhada ao uso de muitas cores, texturas, explorando perspectivas, diagonais e ângulos na composição visual, além de usar letras sem serifa e utilizando efeitos visuais, sem priorizar legibilidade e clareza visual.

















Se autodenomina como artista, professora, pensadora e exploradora do deserto. Atua há mais de 40 anos como como designer, professora, artista, empresária e escritora, tendo produções variadas. Sua trajetória no Design é permeada por produções multimídia, desde pôsteres, cartazes, revistas, editoriais, design de interiores, pintura de murais e colagens. Considerada uma das primeiras designers a explorar os computadores como ferramentas para desenvolver Design. Expoente do movimento New Wave, também sendo relevante para o movimento punk. Nascida em 1948 na cidade de Nova Iorque, cursou Artes no Instituto de Kansas durante os anos de 1966 e 1970; nesse período de formação foi em que teve os primeiros contatos com o Design Gráfico. Na Escola de Design de Basel entrou em contato com grandes nomes e com isso desenvolveu grande interesse no New Wave. Ela mudou-se para Los Angeles em 1976 fundando o Made in Space, projeto e espaço ainda em funcionamento que explora multidisciplinaridade de suas produções, juntamente com Deborah Sussman.





Seu estilo é marcado por grande interdisciplinariedade e um desconstrutivismo tipográfico, sendo considerada fundadora do New Wave e pioneira na utilização do computador como ferramenta para desenvolvimento de Design, produzindo obras em Design Gráfico, além de explorar campos da interatividade, aplicando a criação da ideia de movimento e também Design de Ambiente. Seu estilo é muito influenciado pelo punk e pelo pós-modernismo, indo na contramão do Swiss Design e trazendo grande liberdade de organizar os elemen-






tos, explorando em um mesmo trabalho complexas composições misturando tipografia em geral sem serifa, fotografia e uma multiplicidade de conteúdos e elementos gráficos. Nesse processo de explorar as ferramentas digitais, acolheu muitos efeitos até então considerados erros, como a pixelização e o glitch. Nos anos seguintes, na década de 1980, tornou-se chefe do departamento de Design do Instituto de Artes da Califórnia, ambiente em que quando adentrou e sugeriu a mudança do nome, sendo a pessoa cunhando o nome do departamento do Instituto de Comunicações Visuais da Califórnia por considerar o termo Design Gráfico limitante da interdisciplinaridade das produções emergentes dos avanços tecnológicos. Nesse período desenvolveu o marcante cartaz dos Jogos Olímpicos de Verão de 1984, além de ter sido premiada pela AIGA por uma de suas produções holográficascujos anos seguintes também renderia outros três prêmios na American Institute of Graphic Arts. Na década seguinte escreveu seu primeiro livro, Hybrid Imagery. Em 2007, conseguiu finalizar uma de suas obras mais impactantes, o mural Hand Holding a Bowl of Rice pintado em prédios na Koreatown em Los Angeles. Atualmente, tem seus trabalhos expostos no MoMa, no Cooper Hewitt, dentre diversos outros museus nacionais estadunidenses. Nos dias atuais leciona na Universidade de Woodbury University, Escola de Arquitetura e no Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia. Também recebeu quatro doutorados honorários dados por: Kansas City Art Institute, Art Center College of Design, The Art Institute of Boston and Academy of Art University.






faz sentido se você der sentido. eu amo esta noção, que também existe na física, a de que o observador é o observado, e o que está sendo observado é o observador. as ferramentas e tecnologias começam a determinar o que e como você vê as coisas.

CalArts Poster, 1977. [April Greiman e Jayme Odgers]



















Atuou ao longo de sua carreira como designer gráfica e professora, sendo reconhecida por revolucionar o ensino de Design, proporcionando um ensino permeado por experimentações. Nasceu em 1945 na cidade de Decatur em Illinois. Teve o seu primeiro contato com a área do Design por meio de uma viagem com sua família em que passaram por uma exposição do Museu de Arte Moderna de New York. O fascínio a conduziu para que nos próximos anos ela ingressasse na faculdade de Desenho Industrial de Michigan. Na década de 60 e 70, trabalhou em empresas e corporações, como a Unimark International, renomada por seus designers modernistas. Nesse período suas produções refletiam uso funcional de tipografias e uma abordagem técnica que se encaixasse e transparecesse os ambientes os quais já havia trabalhado. Nos anos seguintes, atuou em diversas agências de publicidade e fez parcerias com designers e ilustradores; com essas experiências profissionais passou a acreditar que os ideais éticos da publicidade eram incompatíveis com o design. Começou sua carreira como professora em um programa de pós-graduação na Cranbrook Academy of Art, focando sua docência nas disciplinas de Design Gráfico. Sua abordagem trazia sua experiência profissional, tornando as aulas e conteúdos permeados de questões sociais e culturais que entrelaçaram-se a sua vivência; esses anos lecionando foram determinantes para apurar o interesse da designer pelo Design Social. Ela desenvolveu inúmeros projetos para as instituições onde exerceu sua docência que abrangem cartazes, catá-

logos de arte, exposições de museus e revistas. As suas produções desse período utilizam um contraste de ideias, além de criar uma hierarquia e integração entre a visualização, leitura, texto e imagens únicas de suas produções. A forma como dava aulas proporcionou uma mudança da perspectiva de aprendizado no Design, tornando o processo de aprendizado que incentivava um profundo conhecimento da história e da teoria do Design permeando por experimentação, autoavaliação e análises semanais possibilitando que seus alunos tivessem sua própria identidade, perspectiva e estilo fazendo com que fosse possível desenvolverem projetos pessoais e consolidar em sua autonomia durante a aprendizagem, inclusive financiando projetos de seus alunos se fosse necessário. Essa valorização da teoria do Design Gráfico, foi fundamental para o desenvolvimento da área. No final da década de 1970, publicou sua revista de Design, a Projects and Processes.
Sua carreira na Cranbrook Academy of Art a rendeu a publicação de um livro na década de 90, obra que documentou as produções gráficas feitas na instituição durante a década de 80. Já trabalhou em outras instituições de Arte e Design Gráfico, inclusive tendo lecionado na Royal College of Art, em Londres. Nos dias atuais, é consultora de Design e ministra diversos workshops por meio de seu estúdio High Ground desenvolvida por sua empresa McCoy & McCoy Inc. sobre Estratégias de Design, Design da Comunicação e comunicação interativa. Reuniu ao longo de sua carreira premiações e honrarias que abrangiam seus trabalhos tipográficos, educacionais e inclusive institucionais.

Capa, início de 1990. [Katherine McCoy] Arquitetura da Cranbrook, 1980. [Katherine McCoy]


Design, diagramação e escrita de artigo, 1988.


[Katherine McCoy]
eu estou convencida que as formas abstratas, imagens, cores, texturas, e materiais transmitem um significado equivalente ou melhor que palavras. “
