Una casa portuguesa

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ANEXO ‘A manção do caos’

Istas são as imagens da manção do namorado de James, que fica no Largo de Santos. Podemos olhar que as imagens são muito boas, mas não gosto de imaginar o qué aconteceria naquela casa com dez pessoas ao mesmo tempo, especialmente na situação de abandono que viveram Tania, Alejandra e seus colegas erasmus.


ÍNDICE TÍTULO ................................................................................................................................................. PÁG. 1 TEMA .................................................................................................................................................... PÁG. 1 MEDIO .................................................................................................................................................. PÁG. 2 OBJETIVOS .......................................................................................................................................... PÁG. 2 PLANTEAMENTO ............................................................................................................................... PÁG. 2 CASOS .................................................................................................................................................. PÁG. 4 PRIMERO CASO ...................................................................................................................... PÁG. 5 SEGUNDO CASO ..................................................................................................................... PÁG. 9

TERCEIRO CASO .................................................................................................................. PÁG. 12

IMAGENS E MUSICA ....................................................................................................................... PÁG. 17 REFLEXIÕES FINAIS........................................................................................................................ PÁG. 19 ANEXOS


Uma casa portuguesa

Titulo O titulo da reportagem faz referência a um famoso fado de Amalia Rodrigues chamado ‘Uma casa portuguesa’, que fala sobre a alegria que invade as casas de Portugal só com amor, pão e vinho. Essa felicidade contrasta com a angústia que invade a muitos estudantes de outros países que vêm para Lisboa e têm muitas dificuldades para encontrar uma moradia para alugar durante o curso.

Tema Por diversas razões, como por exemplo o desconhecimento da lingua, a falta de informação por parte das universidades e a má fé de algumas pessoas que buscam arrendatários jovens, muitos estudantes ficam preocupados no começo do curso e gastam muito tempo e dinheiro para encontrar um quarto para alugar. O tema foi esclhido porque eu tive a possibilidade de conheçê-lo de primera mão quando cheguei a Lisboa, pois tive que mudar três vezes de casa em pouco tempo. Os anuncios que vemos nos jornais e na internet nem sempre estão certos, e não são muito claros para os estudantes, já que ás vezes, quando o estudante chega a Lisboa, encontra-se com um quarto que não era o mesmo que viu pela internet e que contratou no verão com prévio depósito de dinheiro.

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Uma casa portuguesa

Medio A reportagem esta pensada para uma readaptação ao formato televisivo. Para mim é mais complicado porque na minha universidade nunca fiz nada parecido, mas também supõe um reto, além da causa da língua – peço desculpas se não escrevi muito bem em português -. Desta forma posso abrir meus horizontes do conhecimento de investigação jornalistica, aprender coisas novas e experimentar novos formatos informativos e comunicacionais.

Objetivos da reportagem O objetivo da reportagem é principalmente mostrar o lado oculto das pessoas que se aproveitam do desconhecimento dos alunos extrangeiros sobre as leis portuguesas e dos costumes de vida para arrendar suas casas a um preço mais alto que aos portugueses e mostrar tudas as complicações que ponhem os arrendatarios para que os estudantes aproveitem ao maximo sua experiencia em Lisboa sem dores de cabeça de mais.

Planejamento ●

Pesquisa na Internet: O primeiro que fiz foi uma pesquisa na internet desde o ponto de vista do estudante Erasmus. Para isto a maioria dos estudantes que foram

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Uma casa portuguesa entrevistados pesquisaram em páginas de anuncios na web. Alguns exemplos são: - http://www.erasmuslisboa.com Uma pagina dedicada aos estudantes Erasmus que vão a ficar em Lisboa. Aqui, podes encontrar as informações e documentos mais importantes, um mapa da cidade, um cartão do telemóvel ou documentos para fazer o passe do transporte público. Além disso, têm informação sobre as “festas Erasmus” e sobre o alojamento – e é isto o que nos interessa mais -. Muitos jovens arrendatários buscam neste site alguém para arrendar seus quartos livres, mais a um preço que ronda os 100-150 euros do valor real. - http://www.esn-lisboa.org/ Erasmus Estudents Networks é uma associação de ajuda aos estudantes, muito similar ao erasmuslisboa.com.

- http://www.voyalisboa.com É um site dedicado mais ao turismo em Lisboa, mas também podes encontrar quartos para alugar por uma larga temporada. O perfil do arrendatario é de pessoas com maior idade e experiência nos negócio imobiliários. - http://portugal.gabinohome.com/pt - http://www.mundoanuncio.com/ - http://www.ocasiao.pt/ Estes três sites são muito similares. São paginas de anuncios classificados que oferecem muitos anúncios diferentes.

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Uma casa portuguesa

Casos (perfil, abordagem das fontes, proceso de convencimento, música e imagens)

Para fazer a reportagem de investigação contactei com algumos estudantes que vivem em Lisboa com ajuda de uma beca Erasmus. Tudos sabemos que nunca vamos encontrar a mesma comodidade que em nossa própia morada, mas tambén não imaginas que as imagens tão giras que viste nos diferentes site da internet serão mentira e, além disso, a grande causa das primeiras dores de cabeça no inicio dessa magnifica experiência que é um Erasmus numa cidade cheia de luz e alegria. A maioria dos estudantes já estão resignados, mas ainda convictos de que istos fraudes têm que ser feitos públicos nesses locais onde os proximos erasmus podam olhar-lho, para que não podam ser eles também enganhados. É por isso que não tiveron nenhuma dúvida em contar tuda sua historia para formar parte da reportagem. Depois tive que contactar com a outra parte dos personagens envolvidos: os arrendatarios. Os perfis dos arrendatarios entrevistados são muito diferentes, mas no fundo muito parecidos, porque, ao fim, todos tratam de conseguir a maior rentabilidade a custa dos estudantes. A maioria teve vergonha e não gostou de sair nesta reportagem. Foi muito complicado fazer a entrevista porque não queriam responder a todas as perguntas, e também não respondiam com claridade. Por ultimo, falei com um advogado para informar-me sobre as leis portuguesas em relaçao ao

arrendamento urbano. João Varela foi muito amável e não pôs

nenhuma trava para falar sobre os casos apresentados.

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Uma casa portuguesa PRIMERO CASO O primero caso tem como protagonista a Tania Nogueira, uma rapariga que procede de Pontevedra (Galizia). Tem 22 anos e estuda publicidade na Universidade Nova de Lisboa. Em Agosto vinha para arrendar uma casa junto com um grupo de estudantes galegos.

Tiveram muitos problemas porque a maioria Tania Nogueira, estudante de

das casas que eles olharam eram muito velhas Publicidade e Relações Públicas

e sujas, e não gostavan de arrendar quartos aos rapazes, só as raparigas. Então conheceran a James atravès do Facebook, o propretário de uma empresa chamada Ecentric Apartments que dedica-se a arrendar casas e depois alugà-las aos estudantes, sem dúvida, um négocio redondo. Só tinham tres dias para decidir por uma casa e a pressão fez com que arrendassem uma que ainda estava em obras de restructuração, mas James prometeu que estaria pronto em setembro. Eles acreditaram em tudo, mas não imaginavam o que aconteceria depois. Quando voltaram ao inicio do curso encontraram-se sem casa, ainda com os operarios a trabalhar na casa, que estava pior do que em agosto. Sua experiencia em Lisboa para buscar uma casa foi tão horrivel que não foi muito complicado convencer a Tania para que aceitásse contar-nos sua historia para esta reportagem.

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Uma casa portuguesa Depois de falar com Tania pelo telemovel combinamos para fazer a entrevista no campus da sua universidade, na Faculdade de Letras da Universidade Lusófona de Lisboa. “Estavamos tão estressados que aceitamos a casa em reformas porque James nos disse que fivaria muito lindo em setembro”, comenta Tania ao inicio da entrevista. “Quando minha amiga Marta chegou a Lisboa chamou a Ícaro, que é o ajudante de James, que faz funções de comercial da empresa Ecentric, e disse que não tinha a casa mas tinham uma casa de luxo que poderia ser alugada por alguns dias”. Nem Marta nem Tania foram informadas de nada, nem do estado da sua casa, nem do tempo que iria demorar. “Diziam-nos muitas datas, final de outubro, inicio de novembro... mas nunca chegava o dia de mudar-nos para nossa casa”. James, o proprietário da casa de luxo, nunca se preocupou com elas. Além disso, a partir do 20 de novembro desligou os telemoveis e também não atendeu as chamadas. “Perguntava-mos a Ícaro onde estava James, mas sempre dizia que qualquer problema tinha-mos que falar-lho com ele porque James estava muito ocupado”. “Nessa casa todas as pessoas faziam o que queriam. Não tivemos que pagar nada, mas chegamos a viver situações muito incomodas, porque eramos doze pessoas vivendo lá, duas nos sofás, e a situação de falta de privacidade e os problemas de convivência eram já insustentáveis”. A mansão do caos era com uma via de escape para James, que tinha problemas com outras casas, como veremos a continuação, e mandava para esta casa qualquer pessoa. “Quando encontrou uma casa para seis, ficamos eu e meus colegas de casa

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Uma casa portuguesa inicialmente sozinhos, mas de logo chegou a mãe do seu namorado, uma pessoa de idade, com Alzheimer, dois enfermeiros e um cachorro”. Ninguem entendia nada do que acontecia nessa casa, e James não atendia a seus clientes. Não tentaram procurar uma nova casa, que não fosse de James? “Sim, procuramos mais casas, mas em octubro já era muito dificil porque tudos os arrendatarios aos que chamavamos já tinham tudas as casas arrendadas, não sobravam quartos disponiveis para alugar”. “Além, encontramos uma casa, perto do Bairro Alto, muito boa mas era outro fraude”. Encontrar uma casa numa area turistica de Lisboa, por um bom preço, em octubre, não cheira muito bem. “Gostamos muito, mas a propetaria disse-nos que tinha que ir para Londres e tinhamos que dar-lhe o dinhero do primero mes - 200 euros por cabeça - para que ela nos deixasse a chave”. Obvio, era demasiado bom para estar certo. Não era mais que outra estafa para ganhar dinhero as custas dos estudantes Erasmus, que, diga-se de passagem, não recebem muita ajuda econômica da União Europeia, e nem dos seus paìses e de suas universidades, já que estarão fora durante um ano inteiro. No dia 20 de janeiro Ícaro os chama a porta da mansão e diz que Tania e seus colegas têm que fazer as malas e ir para sua casa, já totalmente restaurada. “Não nos avisaram de nada, só veio Ícaro, pagou dois taxis e fomos todos a nossa casa”. Parece um final feliz... depois de quatro meses. “Ficavamos contentes porque, embora não haja microondas ou frigorífico, já podemos viver em nossa casa”. “Já terminaram os dias de agonia e incerteza. Eu posso ficar tranquila, mas tenho pena por meu colega Alberto, porque ele tem que ir embora a seu pais. Só tem contrato por um semestre

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Uma casa portuguesa e ele não aproveitou ao maximo sua experiencia erasmus por culpa destes problemas com James”. A picaretice existe há muito tempo, mas para isso também existe o direito e as leis. Segundo informa João Varela, advogado, um contrato é “um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido pela vontade, da responsabilidade do acto firmado, resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral”. O problema aqui é o desconhecemento por parte dos estudantes das leis portuguesas –neste caso, tive que ler a NRAU, que entrou em vigor em 2006 e trata sobre o arrendamento urbano- e também a demora do processo judicial, que começaria quando os estudantes já têm que voltar a seus paises. “Acho que neste caso não vale a pena porque o dano já esta feito e em alguns meses nos voltamos para nossos paises”, assegura Tania, com voz resignada. Depois de quatro meses de incerteza e incomodidade parece que o fim tornase mais normal e feliz, como deveria ser desde o inicio. Mas isto não pode-ser ficar assim. “Resolvi publicar minha historia nos foros de internet para que todo mundo mundo pudesse ver, e avisar que não confiem em ninguem e se assegurar de tudo antes de vir a Lisboa a assinar um contrato”. Esperemos que isto seja útil para os proximos estudantes que venham para a cidade da luz.

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Uma casa portuguesa SEGUNDO CASO Agora temos como protagonista a Alejandra

Sánchez,

outra

rapariga

espanhola, mas da capital Madrid. Ela arrendou um quarto partilhado com uma amiga perto de Marquês de Pombal por internet,

através

www.erasmuslisboa.com,

de mas

quando

chegou lá encontrou-se com outro que

Alejandra Sánchez, estudante de Jornalismo na Universidade Católica de

não era o seu, além de ser mais pequeno e

Lisboa.

menos luminoso. “Cheguei a Lisboa no dia 13 de setembro e liguei para o proprietário, Ricardo Bolas, para que me desse as chaves de nosso quarto, mas ele no disse que já estava ocupado por outra menina que pagou mais dinhero e nos deu outro quarto mais pequeno”. As imagens que ela olhou pela internet não tinham nada que ver com o quarto no qual tinham que viver agora. Enquanto demos um passeio por Restauradores e Baixa, me descreveu o estado em que estava a casa. “A casa era muito velha e suja. As vezes ia cozinhar alguma coisa e encontrava baratas na panela!”. Quanto ao seu quarto “não tinha luz, só uma pequena janela, e as camas eram antigas e também ficavam sujas”. “Foi horrivel, porque também tive que conviver com alguns estudantes que eram muito porquinhos (risas)”. Ninguém gosta de viver num chiqueiro, por isso Alejandra tomou a decisão de mudar de quarto, e também de caseiro. Falou com mais colegas erasmus que já

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Uma casa portuguesa tinham casa, e muitos recomendaram-lhe o famoso James. “No final de setembro conhecemos a um rapaz que também estava a procurar um quarto e fomos a falar com James no seu escritório”. Como já disse, a procura de um quarto no final de septembro no inicio de outubro torna-se mais complicada, especialmente se não se conhece a cidade. Mas James se responsabilizou por encontrar um apartamento novo para os tres e para outros dois rapazes italianos e duas raparigas austriacas. E o encontrou, na rua Bernardim Ribeiro, também perto de Marquês de Pombal. “Iamos a mudar-nos em primeiro de outubro, mas quando liguei a James, disse-me que o novo apartamento foi vendido”. A sensação de ficar em um país estrangeiro derrepente desabrigados é desesperante e incomprensível. Como seguir sem ajuda de ninguem? Uma casa em reformas, outra vendida, muitas pessoas sem atender. “Eu disse que ele tem que procurar um quarto para nos porque deixamos o outro e ficavamos na rua, sem casa e quase sem dinheiro porque já pagamos dois meses”. Na mansião do caos já viviam oito pessoas “e James não queria que fosse-mos para lá porque seu namorado iria ficar bravo com tantos estudantes jovens vivendo numa casa de luxo”. Então, como iam a ficar na rua com um contrato assinado e um deposito pago? “O rapaz que conhecemos em setembro nos ajudou e nos convidou para a mansão. James não podia dizer não porque ele estava em dívida conosco”. Dez pessoas na mesma casa, mas outras espalhadas por outros apartamentos. Os problemas se multiplicam para James, mas parece que não importa. “Nunca se preocupou conosco, que dormíamos na mesma cama, e também não pelo rapaz que dormia no sofá”.

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Uma casa portuguesa “Eu já ficava ansiosa. Queria sair e ir a meu apartamento prometido”. Mes e meio depois, James encontrou para elas, junto com as raparigas austriacas, e os rapazes italianos, um apartamento em Saldanha. Uma boa area, mas uma casa com muitas deficiências: o aquecedor de água não funciona, o frigorífico não fecha corretamente, a janela da cozinha está quebrada e as camas são muito velhas e incómodas. Parece que a espera não valeu a pena. “Nessa data, ninguem mais tinha contacto com James, todas as perguntas tinham que ser feitas a Ícaro”. Ninguem sabe onde está o famoso arrendatario, que agora tem duas casas para organizar, as de nossas duas protagonistas. Havia muitos rumores sobre onde poderia estar James, porque ele nunca atendía ao seu telemóvel, mas Ícaro sempre dizía que ele falava com James. Então, porque os estudantes não podían falar com James directamente? “Logo soubemos que o namorado de James foi preso e que ele decidiu ir de ferias para Australia para não ter nada que ver com o caso”. Inacreditável, o arrendatario tinha fugido, deixando as coisas pela metade. “Eu também queria fazer uma denuncia pública, como minha colega Tania, porque acho que a via legal é muito mais lenta e custosa, e eu já perdi muito dinheiro com eles”. Parece que os estudantes não confiam nos meios legais para tentar que os estafadores não enganem a mais ninguem, mas também não podem aproveitar-se das associações de ajuda aos estudantes Erasmus, porque essas se preocupam mais pela organização de festas que dos problemas reais como estes. Sem dúvida, se Alejandra voltasse para atrás no tempo, não voltaria a assinar um contrato com James. Mas pelo menos tem um contrato, e tinha um teto para

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Uma casa portuguesa morar alguns meses. E se ela continuara com Ricardo Bolas, o anterior propietario, que não fez nenhum contrato? Agnieszka Biecka, a terça protagonista, conta-nos sua experiencia com Ricardo Bolas.

TERCEIRO CASO Agnieszka Biecka

é uma rapariga

natural de Varsovia (Polonha). Com 25 anos, e depois de viajar por meio mundo, decidiu vir para Lisboa a estudar a cultura de Portugal e todo o que implica. Ela não tem muito dinheiro, e por isso procurou um quarto pequeno mediante www.erasmuslisboa.com. Agnieszka Biecka, tem 25 anos e estuda cultura portuguesa.

Como

fez

Alejandra e sua amiga, contratou um quarto com Ricardo Bolas na Rua Santa Marta, mas era um contrato não assinado. “Eu achei que

era bom porque ele parecia de confiança e o quarto para mim sozinha era muito bom”. Mas os problemas surgiram quando chegou o inverno e as chuvas. “No inverno eu pasei muito frio porque não tinha calefactor no quarto. Comprei um próprio e quando ligava-o caía a luz da casa”. A maioria das casas em Lisboa tem contadores de luz com uma potencia muito fraca, pelo menos para aguentar todos os watts consumidos por cinco pessoas ou mais. Mas esse não era o pior problema. “Quando començaram as chuvas se formou um vazamento no meu telhado”. O mais normal é que o propretario repare os danos, mas o senhor Bolas não fez nenhum caso, e

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Uma casa portuguesa Agnieska teve que conviver com a umedade do inverno lisboeta. “Fiquei doente tres vezes em pouco tempo, e não podia reivindicar nada, porque segundo a lei eu não tenho contrato e é ilegal para mim estar ali vivendo”. Mas para quem é mais ilegal, para a estudante extrangeira o para o propretario? Perguntei outra vez ao advogado. “Sem um contrato, o senhorio não declara sua renda, ou parte dele. Assim está violando as leis fiscais, por não pagar impostos sobre a habitação de renda”. Mas onde tem que ser feitas as reclamações? Onde é que o estudante pode ser informado? “Deve ser comunicado aos Impostos Direcção-Geral de Finanças, mas tem que ser por sua propria iniciativa”. No entanto, o propietario também corre algumos riscos se não sela um contrato assinado. “Umo dos riscos e que o senhorio não tem amparo legal ao relatar ao inquilino, antes mesmo da eventual retirada da casa. Teria de gastar um longo processo de ter de provar que a casa é sua e que o inquilino esta a viver ali”.

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Uma casa portuguesa Já ouvimos a voz das jovens estudantes Erasmus. Agora vamos ouvir o que acham os dois proprietários envolvidos no caso: Ricardo Bolas, e, neste caso, Ícaro Pelegrini, ante a imposibilidade de falar com James, propietario da empresa Ecentric, que ainda ninguem sabe com certeza onde está. Ricardo Bolas, é um propietario jovem, mas ele não se dedica ao negocio do arrendamento, é um garçom em uma marisqueria perto do edificio onde aluga a dez estudantes erasmus sem contrato. “Esta não é minha profissão, só é para aproveitar uma casa que tinha vazia, para sacar um rendimento”. Isso soa bem, mas é ilegal não declarar o arrendamento do um imóvel? “Sim, é ilegal não fazer contrato, mas eu nunca tive nenhum problema com os inquilinos porque eles são estudantes que moram aqui só por um semestre ou dois e depois vão embora”. E não tem medo de que algum estudante não cumpra com o contrato verbal e decida não pagar o alguma coisa parecida? “Pode ser que ocorra, mas ainda não tive nenhum problema com isso porque não deixo entrar na minha casa qualquer pessoa”. “Uma vez invadiram um dos apartamentos, mas descubri que foi um mendigo que era amigo de um inquilino”. Mas o que robou? “Um ordenador e mais coisas de seu propio amigo, eu não posso me responsabiliza por isso”.Fora esse incidente não ocorreu nada mais. Mas alguns inquilinos queixam-se das falhas da casa. “Sim, estão certos, mas as reformas podem demorar meses. É por isso que eu prefiro fazer-lhas durante o verão, quando ninguém está em casa”. Ainda seja assim, os estudantes podem denunciar onde? “Acho que não é preciso. Eu trato de ajudar-lhes sempre que o precisam e até o momento não tive problema”.

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Uma casa portuguesa Ricardo parece não mudar de opinião em quanto ao tema de fazer contratos porque ele acha que não é necessario, apesar de ser ilegal. Além, se não há denuncias, não há problema para ele, ou seja, não há solução para os próximos estudantes, já que ele sempre poderá aproveitar-se dos jovens que precisam de um lugar para viver, seja com contrato ou não. Ícaro Pelegrini é o manager de Ecentric Apartments, empresa dirigida por James Muscat. Esta empresa dedica-se a comprar e arrendar as melhores casas da cidade para voltar a arrendar-lhas aos estudantes ou a jovens trabalhadores por um preço muito maior do normal. Podes encontrar informaçao deles na rede social Facebook, além na net, em sites como erasmuslisboa.com ou similares. Todas as imagens que podes ver são muito giras, casas muito bem equipadas, com moveis modernos de Ikea, quartos muito luminosos... mas como já ouvimos, nem tudo é de cor-de-rosa. “Neste curso temos quinze casas arrendadas, ou seja, temos quase cem pessoas alugadas”. Acho que nem todas essas pessoas têm a mesma sorte que Tania, Alejandra e seus colegas de apartamento, mas quando pergunto a Ícaro ele da respostas confusas. “Sim, tivemos alguns pequenos problemas porque os proprietários de dois apartamentos não quiseram renovar o contrato”. Então toda a gente que ficava nesses apartamentos? “Eles foram transferidos para o novos”. Embora a procura de novas casas, onde as pessoas viviam? “Em outras casas temporais”. Na mansão, como eles dizem? “Algumos sim, outros em Saldanha, outros em Arroios. Só era algo temporal”.

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Uma casa portuguesa Que acha sobre a falta de preocupação para muitos inquilinos que se queixam? “Eu acho que não é certo. Nos preocupamos para que tudo fique bem, que fique em ordem”. “Têm luz, têm agua, têm tudo quase novo. De que se queixam?” Eles se queixam de que não podem falar com James, especialmente nos momentos de tensao e incerteza que alguns viveram na mansão do caos. “Pode ser, mas era impossivel, porque James tem outros problemas e eu sou seu ajudante. Eles podem falar comigo”. Vocês vão a pedir o dinheiro por os meses na mansão? “Acho que não, porque não foi culpa deles, foi uma situação extraordinaria que não se repetirá mais” . Tem medo de que os estudantes afectados possam denunciar? “Não, não quebramos o contrato”. Mas algumos dizem que as condições não eram as mesmas que assinaram no contrato. “Não eram as mesmas, mas sim parecidas. Tinham uma casa para viver”.

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Uma casa portuguesa IMAGENS E MUSICA A reportagem começa com um resumo dos depoimentos e as imagens mais marcantes. A imagem do fundo começaria com um plano geral da cidade de Lisboa para situar as historias no mapa e depois, na introdução, dariamos um passeio com a camera por Lisboa mostrando carteis de “arrenda-se” nas varandas das casas. Outra imagem pode ser um quiosque com os jornais mais usados para pesquisar casas, como pode ser o jornal Ocasião. Para apresentar o primero caso, iria a primeira casa. Tania Nogueira nos mostra sua casa nova, ainda quase sem móveis e a acompanhamos até a universidade, onde a entrevista acontece. No resumo, intercalariamos suas respostas mais destacáveis com as respostas de Ícaro. No corpo da reportagem, já ilustrariamos suas declaraciões com imagens relacionadas com o que está a contar, por exemplo, quando esta a contar a historia do apartamento em reformas, mostramos as imagens que ela tirou numa das visitas a casa, com tudo destruìdo e inclusive com os operarios trabalhando. Também aparece a fachada da mansão do caos, que fica no Largo de Santos. Com as imagens dessa casa comença a falar também Alejandra, que conviveu com Tania por mes e meio alí. Com ela combinei em Restauradones, assim que a paisagem na sua entrevista é a propria raiz da cidade. Conta primeiro sua historia com James, e o que aconteceu quando chamou e ele responde que vendeu sua casa. As imagens gerais que podem servir-nos de ajuda podem ser mesmo na rua, onde fica muita gente passeando, e tambén pessoas desabrigadas. Quase ao final das entrevista de Tania y Alejandra, -que se intercala m- fala o advogado pela primeira vez. Nos explica o que é um contrato, e também a lei NRAU,

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Uma casa portuguesa sentado em frente ao seu escritorio da rua Duque de Loulé. Tania contesta que não vale a pena quando já ficamos em sua nova casa e nos despedimos. Alejandra diz, sentada na escadaria do Teatro Nacional, que quer fazer publica sua historia para que os proximos estudantes não confiem dos anuncios na internet. Depois de aparecer na tela de um computador a pagina de anuncios de erasmuslisboa.com, onde encontramos os dados de Ricardo Bolas. É Agnieska, quem nos mostra como encontrou o seu anuncio, da mesma maneira que Alejandra (que faze de fio condutor entre as historias). Agnieska começa a relatar sua historia na cozinha da casa, onde há uma grande sacada de onde podemos ver a marisqueria de Ricardo Bolas. As entrevistas de Agnieska e a primera parte de Alejandra são ilustradas também com planos detallhe da casa que fica na rua Santa Marta. Podemos ver os pratos e panelas sem esfregar, e uma barata morta ao lado do lixo. Agnieska conta e nos mostra os problemas de seu quarto com os vazamento e em seguida entra a imagem de Ricardo Bolas, quem nos atende em seu trabalho e responde friamente as perguntas. Voltamos de novo para perguntar ao advogado, a rua Duque de Loulé. Despedimos a Agnieska e Alejandra em suas casas. A primeira com cara de resignação e desespero, com a esperança de que o verão seja melhor. A segunda com cara alegre porque já fica em uma casa boa e com a sensação de que o sofrimento valeu a pena. A reportagem termina com mais imagens da cidade, que é uma mostra da variedade de casas e de cores, mas uma mesma ideia, a ideia de uma casa portuguesa. Sobre as musicas, a reportagem começa e termina com o fado de Amália Rodrigues que tem o mesmo título, Uma casa portuguesa. Também pode tocar em

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Uma casa portuguesa algumos tempos de transição entre entrevistas ou durante planos de imagens gerais. Além, as vezes podem tocar musicas instrumentais para acompanhar as imagens, mas só quando for preciso, ou seja, quando ninguem está a falar.

REFLEXIONES FINAIS A reportagem me ajudou a aprender muitas coisas. A primeira coisa, que muitas pessoas não estão indo tão bem no que deveria ser "uma grande experiência", e isso não é o que vendem em uma Universidade sobre o Erasmus. O segundo, aprendi a pensar sempre em termos de imagem, já que não é o mesmo fazer entrevistas para radio, para imprensa e para televisão. E também aprendi a pensar nas outras pessoas e colocar-me no lugar dos outros, mas sempre mantendo uma distância como jornalista. Também percebi algumas dificultades que surgem no terreno, quando estas a fazer a investigação e as entrevistas, porque há muita gente que não gosta de sair na televição e não quer intervir, então tens que procurar mais fontes e mudar todo o planejamento do inicio. Tive dificultade em falar com os dois arrendatarios porque eles não respondiam as minhas perguntas de maneira clara, mas tambén valeu a pena aprender a fazer um melhor planejamento das perguntas para obter mais proveito das informações. Uma casa portuguesa conseguiu que eu acreditasse de uma vez por todas que sou jornalista profissional.

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ANEXO Quarto de Alejandra na Rua Santa Marta. Istas são as imagens que Ricardo Bolas envieu por internet a Alejandra. Na primeira imagem podemos ver o quarto onde se alugou, mas o quarto que ela arrendou no inicio é a imagem número tres, muito mais luminoso.


ANEXO ‘A manção do caos’

Istas são as imagens da manção do namorado de James, que fica no Largo de Santos. Podemos olhar que as imagens são muito boas, mas não gosto de imaginar o qué aconteceria naquela casa com dez pessoas ao mesmo tempo, especialmente na situação de abandono que viveram Tania, Alejandra e seus colegas erasmus.


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