Problemas Sociais Complexos e Governação Integrada

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Problemas sociais complexos e governação integrada

Desta forma, procurou-se sublinhar neste subcapítulo, a relevância das redes e das relações interorganizacionais, em particular, da colaboração enquanto resposta a diferentes desafios. Importa agora aplicar este enquadramento das relações colaborativas às questões da governação.

3.5. Da governação em rede à governação integrada 3.5.1. Conceito Num contexto de transformação global, o conceito de “governação em rede” assumiu uma relevância muito significativa. Inicialmente em linha com as teses da NGP, a relevância das redes por contraposição à hierarquia burocrática reforçava a busca de eficiência e de alternativas. Goldsmith e Eggers (2004) destacam quatro tendências que estariam a condicionar a governação em todo o mundo: 1. O envolvimento de terceiros, que não o Estado, na prestação de serviços públicos. 2. A ação conjugada entre departamentos do Estado. 3. A revolução digital, que permite colaboração em tempo real entre organizações conectadas. 4. A exigência dos consumidores por mais escolhas, maior personalização e maior controle pessoal sobre as suas próprias vidas. Ling (2002) sinaliza que estas novas tendências nos levam a “uma mudança metafórica da “máquina” capaz de ser conduzida para o ecossistema, ou para o sistema complexo mutuamente adaptativo. Os novos modelos de serviço envolvem parcerias, redes, relações “achatadas” e confiança”217. As redes, em sentido estrito, tornaram-se possíveis pela tecnologia e evidenciam um enorme potencial para a resolução de problemas sociais. Oferecem possibilidades de inovação, flexibilidade, rapidez, descentralização e a oportunidade aos governos de se focarem na sua missão central, delegando o que não é essen107


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