Information Week Brasil - Ed. 205

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GESTÃO

ENTREVISTA

WIRELESS DASHBOARD

ENTREVISTA

CIO INSIGHT

Gerenciar osCyrela contratos de TI50% trazem benefícios O enovo ciclo da SAPTrês na visão de Especificação 802.11n de sistemas cresce 2007 e investe Desempenho projetos executivos opinam para além do seu presidente, Alberto Ferreira impulsiona sem janela fio emdepartamento ferramentas para otimizar vendas emconexão uma única sobre o mercado de TI w w w . i nw fwo w rm . i an t f i oo rnmwaet ei ok .n cwoeme .kb. rc o m . b r

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VA L O ORVD AA L O TR I DE A T TE IL EEC O T EML E PCAOR MA POASR AN EOGS Ó N C EI O G SÓ C| I O2 S2 |d e1 1 j u ldh eo ad be r i 2l 0 d0 e8 2- 0 A 0 n8 o - 1A0n o-

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Um plano para a sua

CARREIRA ESPECIAL: DESCUBRA OS CAMINHOS PARA ALCANÇAR O SUCESSO

NO DISPUTADO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SEJA EMPREENDEDOR: DICAS PARA MONTAR UMA START-UP ATRAENTE PARA INVESTIDORES

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PESQUISA REVELA AS CARACTERÍSTICAS DO CIO DO FUTURO

AS PERSPECTIVAS PARA OS PROFISSIONAIS COM CINCO, DEZ, 15 E 20 OU MAIS ANOS DE MERCADO

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Índice

22 de Julho de 2008 - Número 205

Fixas

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www.informationweek.com.br

CIO INSIGHT

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Especial Carreira

6 Editorial 12 Estratégia 20 Telecom 50 Mercado 64 Governança 81 Estante 82 Inovação

Em três reportagens, entenda o que você precisa saber 14 I www.itweb.com.br para dar um salto em seu na CIO Telefônica deixa Estado de TRÊS TEMAS APARENTEMENTE BEM DIFERENTES MARCAMProblema A SEÇÃO INSIGHT desenvolvimento profissiona São DE Paulo sem internet. Entenda o que DESTA EDIÇÃO. NO ENTANTO, QUANDO SE ANALISA MAIS PERTO PODE-SE

aconteceu. A repercussão • Os passos para quem tem NOTAR CERTA SEMELHANÇA ENTRE ELES: OS TRÊS AUTORES TRATAM DE COMO deste e dos mais importantes do mês cinco, dez, 15 ou 20 anosDESENVOLVER HABILIDADES SOBRETUDO PESSOAIS PARAassuntos ACOMPANHAR A TRANSFORMAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE TI. IT Org DNA de mercado 60 I Na Prática • Como será o CIO Após falha no servidor do banco de do amanhã? dados, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios unifica plata• Seja empreendedor: forma de TIvencer o desafio Etienne Vreuls, gerenteComo A função do monte sua empresa

O DNA da TI no

INTERSECÇÃO autoconhecimento na melhora das relações e administração de conflitos é o tema abordado por Luciana Moniwa, gerente de TI da AES Tietê

Brasil

executivo de TI da União de Lojas Leader, trata do alinhamento da tecnologia da informação para a geração Y

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Foto: Ricardo Benichio

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Gustavo Brigatto

de desenvolver a 62 visão I Na Prática sistêmica nos profide ssionais de TI.nos laboratórios Adoção thin clients Miguel Marioni, CIOconfere da de informática da Kroton menos Netcom Serviços, escreve gastos energia e manutenção sobre isto. 66 I For IT by IT

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Gerentes da Cobra Tecnologia explicam como o equilíbrio na especificação de um projeto VoIP é fator decisório

68 I Gestão

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Estudo da Booz&co, divulgado com 08 | Entrevista ExclusividadE por informationWEEk Brasil, mostra as organizaçõEs dE À frente da SAP como Brasil, Alberto Ferreira reestrutura a vistas companhia, a começar pela mudança física do ti são pElos profissionais

Brasil nunca esteve como está. Você vê isto em diversos mercados, como o de minério, petróleo e construção. Comentei sobre isto com o pessoal da Tecnisa. Falamos que, se tudo der errado agora e todos os investimentos em construção pararem – o que não vai acontecer –, ainda haveria reflexos daqui um ano e meio ou dois, quando os apartamentos fossem entregues. O presidente Lula fala em dez anos sustentáveis. Eu acredito em cinco para atingirmos um patamar de país grande. O campo [de petróleo e gás] de Tupi, por exemplo, é um absurdo. A Petrobras pode ser quatro vezes maior do que ela é. São dimensões com as quais o brasileiro não estava acostumado.

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74 I Tech Review Foto: Roberto Jayme

Imagem:Ablestock

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Foto divulgação

Foto: Magdalena Gutierrez

Foto: André Conti

Gerenciar contratos também é função do CIO. Conheça os principais obstáculos e aprenda como proceder

A especificação 802.11n já está disponível. Prepare-se para ter uma companhia que não precisará mais de fios

Fulano Moniwa de tal ||Fulano de tal||Miguel Fulano de tal Etienne Vreuls Marioni 3 ARTIGOS ESPECIAIS Luciana

eu perguntei para o Julio [Carlos Julio, presidente da Tecnisa], o que pode inibir o crescimento da empresa, ele me respondeu que era mão-de-obra.

IWB – o novo escrItórIo aBsorveu o pessoal da BusIness oBjects. como está a Integração? FerreIra – Ainda tratamos as empresas como duas entidades independentes. Não queremos impor a nossa cultura e perder os valores da BO. No caso da SAP, estamos começando a trocar o BW pelos sistemas de inteligência da Business Objects.

escritório

InformationWeek Brasil

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IWB – vocês estão suBstItuIndo o BI Internamente? FerreIra – Estamos trocando umas ferramentas e adaptando outras.

Os resultados do estudo da Booz&Co com as empresas do Brasil sobre o DNA da TI, divulgados em primeira IWB – seus clIentes tamBém vão porInformationWeek esse camInho? mão por Brasil FerreIra – Acredito que sim. É natural, não

IWB – mas exIste o proBlema lay_gestao - ITOrgDNA 52 da mão-de-oBra. FerreIra – Pois é. Isso é um dos aspectos que mais preocupam. Estou rodando o Brasil e conversando com muitos clientes e prospects e vi que é um problema que assola não só a SAP e a indústria de TI, mas vários segmentos. Quando

adianta forçar algumas coisas. Por exemplo, alguns

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22 de Julho de 2008

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A visão de Luciana Moniwa (AES Tietê), Etienne Vreuls (União de Lojas Leader) e Miguel Marioni (Net Serviços) sobre os desafios da TI

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Editorial

ESCOLHAS

Ricardo Benichio

EU SEMPRE QUIS ESTUDAR VETERINÁRIA – PARTE POR INFLUÊNCIA DAS FÉRIAS NO SÍTIO E OUTRA PARTE DEVIDO À MINHA PAIXÃO PELOS CAVALOS. O caminho estava traçado (pelo menos na minha cabeça): depois de me formar, buscaria especialização em genética. Mas todos meus planos caíram por terra quando, aos 15 ou 16 anos, me aventurei no jornalismo, produzindo um jornal amador. O que quero dizer com isto? Às vezes, algo inesperado muda o nosso rumo – no meu caso, a profissão –, porém, o mais importante em situações como esta é olhar adiante em busca dos caminhos mais oportunos a seguir. Nada fácil, concordo. Ponto número um: ter uma definição clara de onde se quer chegar e, constantemente, revisar seus objetivos. No aquecido mercado de TI, os profissionais podem se perder em meio a tantas oportunidades – afinal, falta mão-de-obra boa. Apostar em uma carreira em empresas usuárias de TI para galgar posições até chegar a um cargo de direção ou partir para as fornecedoras de tecnologia ou serviços? Ponto número dois: entenda seu perfil, pois nem todos têm habilidades gerenciais. Compreendendo esses itens, você pode deparar-se com outra opção: deixar aflorar sua veia empreendedora e montar um negócio próprio. Para ajudar o profissional de TI diante de alternativas tão distintas, a InformationWeek Brasil de julho está especial: são 24 páginas editoriais sobre o tema carreira. Em três reportagens, mostramos possibilidades que vão desde como montar uma start-up de sucesso, cenários para quem está começando e como será o CIO do futuro.

PRESIDENTE-EXECUTIVO: Adelson de Sousa – adelson@itmidia.com.br VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO: Miguel Petrilli – mpetrilli@itmidia.com.br DIRETOR DE RECURSOS E FINANÇAS: João Paulo Colombo – jpaulo@itmidia.com.br PRESIDENTE DO CONSELHO EDITORIAL: Stela Lachtermacher – stela@itmidia.com.br DIRETOR-EXECUTIVO: Alberto Leite – aleite@itmidia.com.br

Unidade PROFISSIONAIS E NEGÓCIOS EDI TORIAL Editora: Roberta Prescott - rprescott@itmidia.com.br Editora-assistente: Jordana Viotto - jviotto@itmidia.com.br Repórteres:

Gustavo Brigatto - gbrigatto@itmidia.com.br Ligia Sanchez - lsanchez@itmidia.com.br

COMERCIAL Gerente-comercial: Karla Lemes - klemes@itmidia.com.br Gerentes de clientes: Patrícia Queiroz - pqueiroz@itmidia.com.br Executivos de contas: Leticia Suher - lsuher@itmidia.com.br Rodrigo Gonçalves - rgoncalves@itmidia.com.br Gerente de clientes corporativos: Regina Mota - rmota@itmidia.com.br Sandra Mletchol Ribeiro - sribeiro@itmidia.com.br

MARKETING Coordenador de Marketing Osmar Luis • osmar@itmidia.com.br Analistas de Marketing Gabriela Vicari • gvicari@itmidia.com.br Meyke Mench • mmench@itmidia.com.br

PRODUTOR DE ARTE: Rodrigo Martins - rmartins@itmidia.com.br

REPRESENTANTE COMERCIAL Rio de Janeiro: Lobato Propaganda & Marketing Ltda. sidney_lobato@terra.com.br Tel.: (21) 2565-6111 Cel.: (21) 9432-4490

USA: Huson International Media Tel.: (1-408) 879-6666 - West Coast Tel.: (1-212) 268-3344 - East Coast - ralph@husonusa.com Europe: Huson International Media Tel.: (44-1932) 56-4999 - t.holland@husonmedia.com assinaturas: www.informationweek.com.br/assinar atendimento ao leitor: atendimento@itmidia.com.br Impres são: Globo Coch ra ne

Boa lei t ur a! Rober ta Pr escott - Editora En v ie c o men t á r io s e s ug e s t õ e s p a r a: r p r e s c o t t@i t midia.c o m.b r INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

CONSELHO EDIT ORIAL Carlos Arruda – Fundação Dom Cabral German Quiroga – Cyrela Lisias Lauretti – Tecban Mauro Negrete – Vision Group Consultoria e IBTA Sérgio Lozinsky – Booz Allen Hamilton

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“As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação.” InformationWeek Brasil é uma publicação quinzenal da IT Mídia S.A. InformationWeek Brasil contém artigos sob a licença da CMP Media LLC. Os textos desta edição são traduzidos com a permissão da InformationWeek e Optimize © 2004 CMP Media Inc. Todos os direitos reservados. © 2005 CMP Media LLC.

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nova

Entrevista

De casa

Jordana Viotto

Para Alberto Ferreira, presidente da SAP, mudança física do escritório representa nova fase da companhia no Brasil No dia 16 de junho, a SAP iniciou um novo ciclo a partir da mudança de escritório. O endereço atual tem entre seus atributos a sustentabilidade. No edifício, a geração de energia é própria e existe reserva de água de irrigação. “Esta não foi a única questão que consideramos quando escolhemos o prédio, mas foi um quesito importante”, afirma Alberto Ferreira, presidente da subsidiária brasileira desde julho de 2007. Entusiasmado com a troca, pergunta a opinião de todos sobre quase tudo, das cores das poltronas na recepção aos painéis esportivos que ilustram os patrocínios da empresa no tênis (Andy Roddick) e na Fórmula 1 (Lewis Hamilton). “A mudança física é legal, porque motiva as pessoas”, diz. O novo ciclo inclui a integração da Business Objects – adquirida em outubro do ano passado por cerca de US$ 6,8 bilhões –, a busca por mercados, a boa fase da economia brasileira e a expectativa de crescimento dos negócios entre as pequenas e médias empresas. Foi sobre isso – e sobre sua experiência como fundador da cervejaria Baden Baden, traço de sua veia empreendedora – que Ferreira conversou com InformationWeek Brasil.

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InformationWeek Brasil – Qual é o tamanho do escritório atualmente? Alberto Ferreira – Três andares e meio. Somando tudo são 5,5 mil metros quadrados. No escritório anterior, eram 4,8 mil m². Estamos com um tamanho confortável para o estágio da empresa, mas, no ritmo que as coisas vão, teremos um bom problema de espaço em breve. Até o fim do ano, precisaremos de mais um andar e meio ou dois. IWB – Então, quer dizer que as coisas vão bem? Ferreira – Estamos colhendo rápido o que plantamos. Somos a quinta subsidiária da SAP no mundo, o que é um ponto positivo no sentido de recurso e um ponto de atenção porque temos mais exposição e somos obrigados a entregar os resultados. Além disto, o InformationWeek Brasil

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Foto: Ricardo Benichio

Brasil nunca esteve como está. Você vê isto em diversos mercados, como o de minério, petróleo e construção. Comentei sobre isto com o pessoal da Tecnisa. Falamos que, se tudo der errado agora e todos os investimentos em construção pararem – o que não vai acontecer –, ainda haveria reflexos daqui um ano e meio ou dois, quando os apartamentos fossem entregues. O presidente Lula fala em dez anos sustentáveis. Eu acredito em cinco para atingirmos um patamar de país grande. O campo [de petróleo e gás] de Tupi, por exemplo, é um absurdo. A Petrobras pode ser quatro vezes maior do que ela é. São dimensões com as quais o brasileiro não estava acostumado. IWB – mas existe o problema da mão-de-obra. Ferreira – Pois é. Isso é um dos aspectos que mais preocupam. Estou rodando o Brasil e conversando com muitos clientes e prospects e vi que é um problema que assola não só a SAP e a indústria de TI, mas vários segmentos. Quando 22 de Julho de 2008

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eu perguntei para o Julio [Carlos Julio, presidente da Tecnisa], o que pode inibir o crescimento da empresa, ele me respondeu que era mão-de-obra. IWB – o novo escritório absorveu o pessoal da Business Objects. Como está a integração? Ferreira – Ainda tratamos as empresas como duas entidades independentes. Não queremos impor a nossa cultura e perder os valores da BO. No caso da SAP, estamos começando a trocar o BW pelos sistemas de inteligência da Business Objects. IWB – Vocês estão substituindo o BI internamente? Ferreira – Estamos trocando umas ferramentas e adaptando outras. IWB – Seus clientes também vão por esse caminho? Ferreira – Acredito que sim. É natural, não adianta forçar algumas coisas. Por exemplo, alguns

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Entrevista

clientes não têm maturidade para adotar a ferramenta BO completa, pois ainda falta um passo anterior, que é ter os dados estruturados na mão. Em vários deles estamos trabalhando para que tenham um cockpit confiável e uma combinação ideal entre as ferramentas da BO e as da SAP. IWB – O que significa liderar a subsidiária de uma empresa global no Brasil hoje? Ferreira – O Brasil está se tornando um país de multinacionais. Até pouco tempo, tínhamos montadoras européias e norte-americanas que instalavam subsidiárias aqui e temos de aprender a lidar com o oposto disso. O grau de investimento veio num momento perfeito e, se você conversa com as construtoras, está vindo dinheiro de Dubai (Emirados Árabes). Quando você imaginaria isto? Quer dizer, recursos não faltam mais para o País. IWB – O que você acha que as empresas e os investidores lá fora precisam enxergar em relação ao Brasil? Ferreira – O brasileiro é muito criativo. Nós trouxemos aqui o Chakib [Bouhdary], chefe de value engineering da SAP, e o levamos à Cyrela, para falar com o Quiroga [Gérman Quiroga, CIO]. Queríamos que o Chakib entendesse um pouco do que é este brasileiro. Para você ter uma idéia, a Cyrela pegou uma solução que foi desenhada para gestão de projetos em petróleo e gás, outra para financiamento em bancos e uma terceira voltada ao varejo, integrou tudo e montou um sistema personalizado, como se fosse um Lego.

Ele não foi atrás do módulo para a construção. Faz todo o sentido, porque cada prédio é como se fosse uma plataforma de petróleo. O módulo financeiro justamente por causa dos financiamentos que eles têm de oferecer aos clientes. E varejo para atender aos vendedores na ponta. O Brasil está começando não só a mostrar números, mas também criatividade nas maneiras de pensar. IWB – Como você classifica seu modelo de gestão na SAP? Ferreira – Demos uma renovada, tivemos de substituir algumas posições, mas acredito que chegamos num ponto bem próximo do ideal. A idéia é expandir a atuação com parceiros, para que possamos “co-inovar” e ganhar dinheiro juntos. Não podemos mais ser a antiga SAP, senão não vou precisar dos novos andares. Estamos querendo ampliar o ecossistema de parceiros, que era uma questão quase mitológica e se fechava em grandes parceiros e grandes clientes. IWB – Esses parceiros são a entrada para vocês brigarem com os players que atuam com as PMEs? Ferreira – Eu não diria nem brigar. Digo desde que entrei na SAP – e nada me convenceu do contrário ainda – que o mercado de PME é “x” e vamos pegar uma fração disto. Vou batalhar por aqueles que preferem comprar uma solução de um fornecedor multinacional, porque têm necessidade de conformidade, gerenciamento de risco e governança ou que vão abrir capital. Praticamente,

Mercado De acordo com a 19ª pesquisa Administração de Recursos de Informática da Fundação Getúlio Vargas, a Totvs lidera o mercado nacional de pacotes ERP. A empresa nacional responde por 24% do mercado. Em segundo lugar, está a SAP, com 23%; em terceiro, a Oracle, com 17%, e a Datasul tem 16%.

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InformationWeek Brasil

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“A falta de mão-de-obra é um dos aspectos que mais preocupam no Brasil hoje. O problema assola não só a SAP e a indústria de TI, mas vários segmentos” 25% das empresas que fizeram IPO no Brasil, em 2007, usaram SAP. Se eu for numa empresa de autopeça, eventualmente, vou brigar com Totvs ou Datasul. A minha solução não é a mais barata e, se eu for brigar por preço, vou perder sempre. IWB – Quanto vocês pretendem crescer neste mercado? Ferreira – Queremos dobrar a base de pequenas e médias trimestre sobre trimestre. IWB – Você ainda dá aulas? (Ferreira deu aulas de planejamento estratégico e posicionamento corporativo na Escola Superior de Propaganda e Marketing) Ferreira –Com dor no coração, eu te respondo que parei há cinco anos. Não tenho tempo agora, mas é um dos projetos de vida. IWB – Da sua experiência em sala de aula, o que aproveita no ambiente corporativo? Ferreira – Muita coisa, principalmente técnica de apresentação e de retenção do interesse das pessoas. E raciocínio rápido, porque os alunos perguntam muito e o professor tem de responder de maneira satisfatória. IWB – Você foi um dos fundadores da cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão (SP), considerada uma fábricamodelo. conte um pouco desta história. Ferreira – Em 1997, eu dava aula de planejamento 22 de Julho de 2008

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estratégico na ESPM e encontrei no corredor o Alessandro Saade, um professor que também dava aula lá. Ele estava chateado, porque tinha recebido a incumbência de trazer ao Brasil uma cerveja gourmet britânica, a Spitfire. Mas não tinha conseguido nenhum interessado e daria a resposta ao pessoal da fabricante naquele dia. Era uma sexta-feira e pedi que ele esperasse até a quarta seguinte, porque eu conhecia pessoas que talvez se interessariam. Na quarta-feira, falei pra ele: “Encontrei os nossos investidores. Eu e você!”. Então, começamos a experimentar o mercado, mandamos um volume relativamente grande ao Pão de Açúcar e vendemos tudo. Foi um sucesso. Aé que, em 1999, com a supervalorização do dólar, ficou difícil manter o negócio. Decidimos que fabricaríamos uma cerveja parecida aqui. Assim, nasceu a Baden Baden, que, em 2007, foi comprada pela Schincariol. IWB – Quanto você investiu na Baden? Ferreira – Durante os sete anos, coloquei cerca de US$ 500 mil. IWB – Tem-se falado no conceito do “intra-empreendedorismo”, você acha que é possível aprender a ser empreendedor? Ferreira – Acho que ser empreendedor é igual a ser líder. Tem gente que nasce com aquele dom e tem gente que precisa aprender as técnicas e se imbuir daquele espírito. Mas acho que não dá pra trabalhar com muitos empreendedores na mesma empresa. Caso contrário, fica todo mundo tendo idéias e não iwb tem ninguém pra executar.

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Estratégia

O mercado de software se consolida: pior para “TODA VEZ QUE VOCÊ DESCOBRIR QUE ESTÁ DO LADO DA MAIORIA, É HORA DE MUDAR” (MARK TWAIN) nos últimos dois anos assistimos a uma impressionante seqüência de aquisições de empresas de software por parte dos líderes de mercado na área de tecnologia. Muitas vezes descobrimos a existência de algumas dessas empresas apenas quando seu nome era mencionado na matéria que relatava a aquisição. Mas nos surpreendíamos pelas características funcionais dos produtos – geralmente componentes de software que agregam sofisticação aos sistemas de informação das empresas. Para as companhias que protagonizaram essa seqüência de compras, esse movimento estratégico visava a atingir uma ou mais das seguintes metas: aumentar a receita e a participação de mercado; evitar que um produto inovador especialista viesse a ganhar importância e eventualmente tornar-se o novo “centro” de interesse dos clientes; ou inibir a possibilidade de um bom produto especialista continuar a integrar-se com as soluções da concorrência. Soluções de integração, ferramentas de SOA, e aplicativos para gestão da performance e gestão de logística foram impiedosamente absorvidos um depois do outro. Há pouco tempo discutíamos o que seria melhor para as empresas: a solução única e abrangente (representada principalmente pelo ERP), ou o chamado best of breed (sistemas especialistas com funcionalidade superior às soluções únicas). Ficava claro que o best of breed era sempre a melhor solução para as questões mais sofisticadas do negócio, convivendo

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Foto: Magdalena Gutierrez

a liberdade de escolha Sergio Lozinsky é consultor de tecnologia e gestão empresarial. E-mail: sergio. lozinsky@gmail.com

com o sistema central. A configuração atual de mercado requer uma revisão dessa questão: as grandes empresas do mercado de tecnologia viraram (ou pretendem virar) uma espécie de “one stop shop” – “tudo o que você precisar encontrará aqui”. Esses produtos – antes de serem adquiridos – beneficiavam-se do foco e da visão de seus idealizadores. Será que os novos donos conseguirão seguir essa linha? Que produtos receberão maior atenção entre as centenas que são oferecidos por cada uma dessas empresas? O que será mais importante – continuar a desenvolver esses produtos ou integrá-los na “solução única e abrangente”? Quem irá oferecê-lo – um especialista no assunto ou alguém que tem sob sua responsabilidade vários produtos? Acredito que, para que clientes e fornecedores obtenham o melhor resultado desses softwares especialistas, é preciso que o papel desses produtos na arquitetura de sistemas das organizações seja bem entendida tanto por quem vende quanto por quem compra. Somente assim esses softwares poderão cumprir seu destino de best of breed e fazer diferença na gestão das empresas.

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O mega data center da Microsoft

Firefox 3

A fundação Mozilla lançou, em meados de junho, o Firefox 3, a versão mais recente de seu navegador de internet que concorre com o Internet Explorer, da Microsoft. A entidade fez barulho ao lançar o desafio de ultrapassar a marca de sete milhões de downloads do

nada. “Os portões serão capazes de parar um caminhão em velocidade?”, perguntou o editor da InformationWeek EUA. “Ou mais”, respondeu Manos. “Vocês terão biometria?”. “Teremos de tudo”, completou Foto: Divulgação

A MICROSOFT ESTÁ CONSTRUINDO UM GIGANTESCO DATA CENTER EM SAN ANTONIO, NOS ESTADOS UNIDOS, COM INVESTIMENTO DE US$ 550 MILHÕES. Mas, em meio às colinas, a obra mal pode ser vista. Embora o prédio cubra inimagináveis onze acres, você não consegue vê-lo, a não ser que esteja praticamente em cima deles. O edifício tem cerca de 145 mil metros quadrados e precisa-se de uma caminhada de dois quilômetros para dar a volta inteira: o tamanho de quase dez campos de futebol, coberto com servidores e equipamentos elétricos. Em setembro deste ano, ele será a mais nova estrela da coleção de data centers da Microsoft, que está em plena expansão – fortalecendo o ataque da empresa em serviços como Live Mesh e Exchange Online, e uma série de outras ofertas ainda não anunciadas. Um portão em construção marca o meio do caminho. O gerente-geral de serviços de data center, Mike Manos, não revela exatamente as medidas de segurança, mas não descarta

Investimento de US$ 550 milhões: medidas de segurança mantidas em segredo Leia em: Conheça t odos os det alhes e os números do projet o em w w w.i t web.com.br/iwb/ microsof t dat acent er

programa, em 24 horas. Ela alega que conseguiu mais de oito milhões, e que vai entrar para o livro dos recordes. Em termos de produto, o Firefox 3 agradou ao público com recursos amigáveis; mas o projeto parece não se encaixar no universo corporativo.

Fotos: divulgação

US$ 4,5 bilhões é o faturamento que a indústria mundial de games em celulares deve atingir neste ano, segundo o Gartner 14

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Sinal analógico A Anatel prolongou por tempo ainda indeterminado a transmissão analógica do sinal de celular. Uma nova data está em consulta pública. Existem mais de 11 mil linhas do tipo em operação no País. InformationWeek Brasil

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Novas do iPhone -> A Apple deve montar mais de 15 milhões de iPhones 3G, além de dois milhões do modelo antigo em 2008, segundo relatório do banco FBR Capital Markets. -> A Apple vendeu 1 milhão de iPhones 3G em três dias após o lançamento em 14/07 e computou mais de 10 milhões de downloads de aplicativos no período. -> No Brasil, que recebe oficialmente o aparelho em setembro, a TIM soma-se ao time de operadoras que já anunciam sua venda, ao lado da Claro e da Vivo.

História sem fim Não se passa uma semana sem que Microsoft e Yahoo soltem comunicados sobre a proposta de compra feita pela gigante de software à pontocom. No capítulo mais recente, a Microsoft uniu-se ao acionista do Yahoo Carl Icahn, para comprar apenas o negócio de buscas. Levou outro não.

A inteligência do celular A Nokia, maior fabricante de celulares do mundo, não pára de investir em conteúdo, relacionamento e tecnologia. A empresa comprou uma operação especializada em redes sociais móveis, a Plazes, e investiu US$ 410 milhões para adquirir o total da Symbian, responsável pelo sistema operacional que já utilizava em seus aparelhos.

Cooperação

O Google Brasil anunciou um pacote de segurança e novas ferramentas de cooperação legal e tecnológica com as autoridades brasileiras na investigação das denúncias de pedofilia no Orkut. Entre as medidas estão manter logs de acessos e de números IPs dos usuários da rede de relacionamento por 180 dias.

Virtual e livre

Adeus, XP

A Red Hat divulgou um projeto para desenvolver um sistema de gerenciamento de máquinas virtuais em suas ofertas de Linux. Já a Novell adicionou suporte à Virtual Machine Interface, da VMware, ao kernel SUSE Linux.

A Microsoft manteve a data de encerramento das vendas do Windows XP em 30 de junho. Mas, para os fãs do sistema operacional, não há porque se desesperar, pois o suporte fica disponível até 2014 e existem programas de downgrading de licença para quem comprar o Vista. Portanto, será possível migrar do XP para o Windows 7, que substituirá o Vista em 2010.

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de Um dia sem internet Vaivém executivos

Na quinta-feira (03/07), uma pane na rede IP/MPLS da Telefônica parou a internet no Estado de São Paulo. O episódio gerou frustração e prejuízo para os clientes da telco espanhola e também para os clientes dos clientes dela. Além de diversos órgãos públicos que tiveram de suspender seu atendimento por terem links – e mesmo redundância – com a operadora. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) calculou que entre 5% e 10% das transações online deixaram de ser feitas. O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, afirmou que o problema foi causado por uma falha em um roteador localizado na cidade de Sorocaba (SP). “Desde o meio-dia da quarta-feira (02/07) já havíamos percebido uma instabilidade na rede”, disse em coletiva de imprensa convocada de última hora para dar mais detalhes sobre o acontecimento que, segundo ele, afetou metade dos 75 mil circuitos da rede de dados da Telefônica ou 3,5 mil de seus clientes corporativos. Dos usuários do Speedy, a internet caiu nos casos em que a conexão do provedor junto à rede de transmissão de dados foi afetada pelos problemas técnicos. O “problema” no roteador, no entanto, não foi revelado. Dos fornecedores da operadora, o único que se pronunciou oficialmente foi a Cisco. Em nota, a empresa afirmou que “a interrupção da prestação de serviços na internet não teve nenhuma relação com equipamentos Cisco em operação na rede da Telefônica”. No entanto, fontes próximas à InformationWeek Brasil revelaram que a rede MPLS da Telefônica é composta em sua maioria (75%) por equipamentos Cisco. O restante teria como fornecedores principais Huawei e Juniper. “Ninguém sabe o que houve”, afirmou João Pedro Flecha de Lima, vice-presidente da Huawei quando questionado sobre a possibilidade de ter havido falha em um equipamento da empresa. “Isto é um assunto da Telefônica e eles têm se pronunciado a respeito. O nosso posicionamento, que não podia ser diferente, é de simplesmente estar à disposição para o que for solicitado de nossa parte”, disse. Até o fechamento desta edição, a Telefônica não tinha revelado o resultado do laudo encomendado ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) que mostrará a causa do incidente que deixou São Paulo sem internet por um dia. Leia mais: Acompanhe o caso em w w w.i t web.com.br/i w b/pane

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> Marco Leone Fernandes, que ficou à frente da CA por cinco anos, foi contratado para liderar o planejamento estratégico e comercial da SaleSolution, especializada no desenvolvimento de vendas. > Álvaro Luiz Massad Martins deixou a Mandriva Conectiva, distribuidora Linux, em que atuava como country manager. > A SAP passou a diretoria comercial da Business Objects no País para Andre Petroucic, ex-SAS. Fernando Corbi, que liderou a BO por três anos, torna-se diretor de alianças da SAP no Brasil. > Rodolpho Cardenuto torna-se presidente e CEO da SAP América Latina. José Duarte volta ao comando da região EMEA. > O SAS nomeou Márcio M. Dobal como presidente para a região Cone Sul. > Reestruturação na Sonda Procwork: José Ruy Antunes, ex-presidente da SAP, assume como vice-presidente de vendas; Ricardo Barone deixa a IT Mídia para liderar a área de soluções de negócios de TI; e Eduardo Borba comandará a área de pesquisa & desenvolvimento. > Darcius Danilevicz passa a responder pela diretoria de TI da Universidade Anhembi Morumbi. Ele estava havia um ano e meio na Dedalus Prime como diretor de operações. www.itweb.com.br/iwb/vaivem InformationWeek Brasil

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www.itweb.com.br

Foto: Divulgação

Bill Gates se despede Gates, da Microsoft: aposentadoria após 30 anos à frente da companhia Na sexta-feira, 27 de junho, Bill Gates chorou ao se despedir do dia-a-dia da Microsoft, depois de mais de 30 anos à frente do negócio que fundou junto a Paul Allen. Gates permanece como presidente do conselho da companhia e participará de grandes projetos. Como o afastamento foi anunciado há dois anos, a organização teve tempo para fazer uma transição tranqüila, na qual Steve Ballmer assumiu a liderança como CEO, Craig Mundie como Chief Research e Strategy Officer e Ray Ozzie no posto de Chief Software Architect. Bill Gates marca o mercado de TI como uma das

personalidades mais importantes da história recente. Foi eleito o homem mais rico do mundo por 13 anos, até 2007, de acordo com o ranking da revista Forbes. Uma fortuna avaliada em US$ 58 bilhões. Atualmente, o posto é ocupado por Warren Buffett e Gates está em terceiro, atrás de Carlos Slim. Seu reconhecimento ultrapassou as fronteiras da indústria de TI, sendo apontado como um dos responsáveis pela popularização do PC e da informática. Polêmica, sua figura é marcada por críticas que passam por condenações por violação de leis antitruste, acusações de concorrência desleal, abuso de poder econômico, imposição de padrões técnicos falhos e questionamentos sobre a qualidade de seus produtos. Por outro lado, sua capacidade de inovação e habilidade mercadológica é reconhecida como uma perfeita combinação de visão de negócio. Leia mais: C onf ir a a sér ie comple t a de r epor t agens sobr e a aposen t ador ia de Bill Ga t es em w w w.i t web.com.br/i w b/ billga t es.

IT Web TV | www.itweb.com.br/webcasts Confira o que disseram executivos de TI e telecom em entrevistas para o webcast do IT Web

Walter Sabini Junior e Ricardo Ramos, CEO e CIO da Virid, respectivamente, debatem os impactos para os negócios online e os aspectos tecnológicos da proposta de lei anti-spam.

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Dwayne Spradlin, presidente e CEO da Innocentive, explica como a colaboração em pesquisa e desenvolvimento está mudando a forma de crescimento dos negócios.

Operadoras deverão investir em uma operação personalizada para reter os clientes quando a portabilidade numérica entrar em vigor. A opinião é do CEO da Objective.

Villares Metals adota sistema de gestão da SAP. O CIO da companhia, José Antonio Furtado, descreve os desafios da implementação do ERP.

InformationWeek Brasil

7/15/08 3:01:24 PM



Telecom

O impacto do telefone Numa recente pesquisa realizada pela Ipsos Public Affairs com mil pessoas no Brasil em maio de 2008, três informações chamam atenção: • Uso de mais de uma linha: 17% dos respondentes da classe AB e 5% da classe C disseram utilizar mais de um telefone móvel regularmente (celular ou Nextel). Esses números são importantes para entendermos melhor a real penetração dos serviços. No geral, podemos entender que aproximadamente 10% do total de linhas no país estão nas mãos de pessoas que utilizam mais de uma linha regularmente. • Mensagens de texto (SMS): Fora fazer chamadas de voz, 78% dos respondentes entre 16 a 24 anos disseram ter enviado/recebido mensagens nos 30 dias precedentes a entrevista. Além disso, nas demais faixas etárias o percentual também é alto: 70% nos respondentes de 25 a 34 anos e 59% na faixa dos 35 a 44 anos. A pesquisa não discriminou o teor das mensagens, ou seja, se era troca de mensagens com outras pessoas ou mensagens enviadas para responder uma promoção por exemplo. • Comportamento: 18% dos respondentes afirmaram estar viciadas no celular/Nextel, sendo os percentuais mais altos entre os mais jovens e as pessoas que moram nas capitais. Ainda no tema comportamento de uso, 23% dos respondentes afirmaram ter fingido ou ter começado a usar celular para evitar a aproximação de alguém – os maiores percentuais analisados por segmento encontram-se nas mulheres, nos mais jovens e nas pessoas com grau de instrução mais alto. O impacto da telefonia móvel no comportamento das pessoas já tem sido grande e deve aumentar mais ainda. Abre-se um leque gigantesco de novas oportu-

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móvel no Brasil

Luís Minoru Shibata é diretor-executivo da Ipsos Public Affairs e blogueiro do IT Web

nidades de negócios, e de olho em tudo isso o mercado anda muito agitado com todos os setores de mercado aumentando a utilização do celular/Nextel como viabilizador de negócios. Recentemente, também vimos o anúncio do iPhone 3G pela Apple e logo em seguida as operadoras no Brasil correndo para ver quem lança primeiro (e como). Acabou ficando bom para todos, até para os outros fabricantes de aparelhos, pois o iPhone mais disponível significa menos diferenciação. Na mesma linha, olhando para as oportunidades de mercado, começam a aparecer os primeiros movimentos e anúncios da plataforma Android, que ainda é uma promessa e com desafio ainda maior com o anúncio da Nokia em abrir a plataforma Symbian. Começa a tomar força um componente da cadeia de valores, o de desenvolvedores de aplicações. Mas com a utilização cada vez maior do telefone móvel, começam a surgir preocupações quanto a um possível impacto negativo. Para isso, é importante que a sociedade também dê importância para discussões relacionadas a ética e limites no uso. Só para refletir, deixo um último número: 6% dos usuários de celular/ Nextel afirmaram ter recebido uma mensagem com conteúdo sexual explícito, sendo proporcionalmente maior entre os mais jovens. InformationWeek Brasil

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A Fundação Dom Cabral é a 16ª no ranking de escolas de negócios do mundo. Palavras do Financial Times.

Financial Times - 13/5/08

O Financial Times classificou a Fundação Dom Cabral como a 16ª melhor escola de negócios do mundo, subindo 4 posições em relação ao ranking de educação executiva 2007. Isso, além de seu campus Aloysio Faria ter sido considerado um dos melhores. Essa posição a coloca ainda mais próxima de escolas como Harvard, Insead e Stanford. E também a destaca como a 1ª da América Latina e a única do Brasil. FDC: uma honra para os professores, uma alegria para os executivos e um orgulho para o país. www.fdc.org.br

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Especial

Reportagem de capa

Trace o seu Gilberto Pavoni Junior, especial para InformationWeek Brasil

O PROFISSIONAL DE TECNOLOGIA PRECISA MOSTRAR HABILIDADES DE NEGÓCIO. QUEM CONSEGUIR LIDAR COM OS DOIS LADOS DA ATIVIDADE ESTARÁ PRONTO PARA GALGAR POSIÇÕES EXECUTIVAS. INFORMATIONWEEK BRASIL PREPAROU UM ESPECIAL PARA AJUDAR DESDE OS INICIANTES ATÉ OS MAIS MADUROS NO PLANEJAMENTO DA CARREIRA A carreira em tecnologia não é mais a mesma. Já vai longe a época dos profissionais trancafiados nos centros de processamento de dados (CPDs) e cercados de máquinas herméticas e pesadas. O mercado exigiu uma atualização deste departamento e seus profissionais corresponderam dando um reboot nas suas carreiras e no seu conhecimento. Se, antes, o sucesso pertencia àquele que conseguia falar a linguagem truncada dos computadores, atualmente, merecem os louros quem sabe lidar com as pessoas, os orçamentos, os clientes e os fornecedores. A transformação está evidente no modo como profissionais com a mais variada experiência lidam com a carreira. Quem ainda não abraçou de vez o lado gerencial prepara-se para o futuro com pós-graduação, MBAs ou cursos focados em contabilidade e liderança. “A tecnologia de hoje é muito mais próxima aos objetivos de negócio e isto alterou a formação e as escolhas dos profissionais”, ressalta Mauro Negrete, coordenador do curso de gestão de tecnologia da informação do IBTA. “Escovadores de bits” têm e sempre terão seu lugar, mas o profissional da vez é o gestor de TI. E nunca o significado desta função ficou tão claro. Este executivo continua cuidando de toda a infraestrutura técnica. No entanto, neste caso, é mais dando ordens do que colocando a mão na massa. Ele continua a aconselhar sobre o uso da TI e telecom, contudo, seu objetivo é mais abrangente, cuidando para que a companhia tenha um futuro promissor. Ele deve ser um facilitador, alguém que saiba tirar desempenho e lucro do uso da tecnologia. Tudo devidamente planejado, mensurado e divulgado – claro, porque não basta fazer, é preciso mostrar o que foi feito.

Imagem: IWB USA

Roberta Prescott

InformationWeek Brasil

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caminho “A formação técnica passou a ser pré-requisito, exigese agora o conhecimento aplicado, o lado humano e a capacidade de lidar com a internacionalização dos negócios”, diz Fatima Zorzzato, especialista em recrutamento executivo e headhunter da Russel Reynolds. Para ela, a mais importante característica que alguém de formação técnica e que deseja chegar ao nível de diretoria pode apresentar é entregar algo de valor para a empresa e seus pares. Ou seja, muito diferente de escrever programas ou fazer implementação de sistemas. E, para complicar ainda mais o cenário, o aprimoramento técnico não pode ser descartado completamente sob risco de se deixar a formação incompleta. Para ajudar no direcionamento da carreira de quem começou a vida como “escovador de bits” e almeja galgar degraus na hierarquia das empresas, InformationWeek Brasil reúne neste especial a opinião de profissionais que estão no início desta jornada e outros com até mais de 20 anos de profissão e atuantes na cúpula das corporações globalizadas. Eles dão dicas de como se portar e aproveitar as oportunidades que surgem. Ainda no especial, saiba como aflorar sua veia empreendedora na reportagem sobre os caminhos para montar uma empresa atrativa a investidores. E também: pesquisa revela como será o CIO do futuro. Mas antes de continuar a ler o especial guarde um bom conselho: desde que o mercado exigiu um upgrade nos departamentos de TI, muitos profissionais se apaixonaram pela mistura da tecnologia com negócios. Uma união que parece destinada a durar uma eternidade.

Dicas de sucesso Seja qual for seu nível de experiência, há algumas unanimidades no aconselhamento da carreira nesse ambiente de mistura entre habilidades técnicas e de negócio. • Sempre cuidar do bom relacionamento na empresa e no mercados • Ser transparente nas decisões e propostas • Construir uma boa rede de contatos profissionais • Fazer cursos de administração e contabilidade • Ter domínio de pelo menos um idioma a mais • Dar feedback para as áreas envolvidas em projetos mesmo que elas não peçam • Atualização constante sobre movimentos e tendências de mercado • Ser um líder para a sua área e para o tema tecnologia aplicada aos negócios Fonte: especialistas consultados

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5 Especial

Reportagem de capa

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A geração conectada

e competitiva

Fotos: Ricardo Benichio

Roberta Prescott

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InformationWeek Brasil

7/15/08 6:12:26 PM


Há algo que os iniciantes na carreira podem ter certeza: o futuro será ainda mais dinâmico do que foi com seus antecessores. Tudo que as gerações mais velhas construíram será cada vez mais usado por mais pessoas. Estes apontamentos sinalizam a rotina dos próximos anos. As empresas devem ganhar o mundo virtual, com as operações além de uma base física ficando evidentes. Mesmo um profissional mais técnico já sabe isso de cor. O desenvolvedor de qualificação da HP, Juliano Vacaro, cinco anos de carreira, tem um projeto no currículo que mostra esta tendência. Ele ajudou a criar um sistema de diagnóstico remoto para concessionárias da Fiat e fala com entusiasmo da iniciativa. “Foi uma forma de ligar o conhecimento dos técnicos da fábrica com as oficinas”, explica. Na PUC do Rio Grande do Sul, onde se formou em Ciências da Computação, foi bolsista de projetos de iniciação científica na área de interface de redes. Depois, passou pelo Banrisul. Logo após, cursou mestrado. Na HP, Vacaro cuida da qualidade dos produtos. Para se ter uma idéia de como o novo mundo está impregnado neste profissional iniciante, basta perguntar a ele sobre as tecnologias que gosta e pretende se especializar. Vacaro não cita qualquer jargão técnico: é mobilidade e segurança. São conceitos mais digeríveis às áreas de negócio e que, no fundo, traduzem as estratégias de muitas empresas. “Conheço tecnologia, mas sei que ela precisa ter uma função”, comenta. A geração mais nova trará impactos significantes no mercado como um todo, apontam especialistas. Enquanto os mais velhos tinham grandes projetos de sites na web, os jovens fazem isso por brincadeira. “Quando estava no colégio criei um site de notícias e outro sobre doenças

Lima, da Cotia Trading: site pessoal o ajudou a criar portal para agências de viagem quando trabalhava na TAM

22 de Junho 27 Julho de de2008 2008

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Metas de curto prazo: com o dinamismo do mercado, qualquer plano de carreira pode mudar 25

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Especial

Reportagem de capa sexualmente transmissíveis”, lembra o analista de sistemas da Cotia Trading, Henrique de Lima Coelho, seis anos de carreira. A atividade serviu para que ele tivesse muita facilidade em sua vida dentro de empresas como a TAM, na qual ajudou a criar o portal para agências de viagem. Além disto, Coelho não descuida dos estudos. Seu aprimoramento sobre Oracle, Delphi e programação web é tão rigoroso quanto o de administração e finanças. “Pretendo fazer um MBA no ano que vem e fazer intercâmbio para aprender inglês”, planeja.

Naturalmente A nova geração não se preocupa com a mistura entre tecnologia e negócios. É um processo natural na formação. Eles sabem do dinamismo do mercado de trabalho e que qualquer plano de carreira pode ser mudado de uma hora pra outra. Por isso, preferem metas de curto prazo. “Hoje, um adolescente de 15 anos tem muita informação técnica por meio de publicações e sites. A profissão mudou muito”, comenta Lima. Seu próximo passo será se tornar analista de negócios e planejar o que os técnicos terão de seguir. A preparação de Lima é ainda maior: lê ao menos um jornal por dia e acompanha o noticiário online sobre praticamente todos os assuntos. “É importante ter o conhecimento geral, a gente nunca sabe de que empresa ou área pode vir a próxima oportunidade”, enfatiza. A visão de Lima é algo novo. Mais do que chamálos de a geração da web, dos smartphones e das redes sociais, há de entender que eles são os filhos da competitividade. Estão prontos pra tudo. Justamente por esta razão não é surpresa ouvir da coordenadora de

Roberta Prescott Carreira em Y tem feito sucesso para adequar o talento de cada profissional 26

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entrega de serviços da Atos Origin, Raquel Bastos, até onde ela pretende chegar em seus planos profissionais. “Quero ser presidente da empresa”, enfatiza. Mesmo sendo técnica de formação, Raquel sempre teve convicção de que seria convidada para uma área de gerência. Hoje, ela coordena 20 técnicos e cuida para que os acordos de entrega de serviço (SLAs, na sigla em inglês) sejam cumpridos. Seus conhecimentos técnicos são ainda muito necessários nesta rotina, mas a carreira dela segue rumo diferente da de seus subordinados. “Quero conquistar outras gerências que venham a surgir da mistura entre TI e negócios”, considera. “Entrando por este caminho, a presidência de uma empresa é o maior objetivo que se pode ter”, declara. Sua visão de futuro é aquilo que muitas empresas colocam como planejamento e cultura organizacional. Longe de ser pretensiosa, a postura da Raquel reflete uma opinião comum entre os profissionais mais jovens. Eles querem ganhar o mundo.

Além do analista sênior

Quem não vê vantagem em optar por desafios gerenciais pode escolher uma carreira técnica tradicional. Em empresas usuárias, o mercado de trabalho não é tão grande quanto já foi, mas nas prestadoras de serviço ou nos fabricantes de tecnologia o campo é amplo. Companhias como IBM, HP e EDS têm planos de carreira transparente sobre isto e, quando uma pessoa decide seguir o caminho dos bits e bytes, recebe todo o apoio do RH. As empresas costumam chamar isso de carreira em Y. Funciona como uma forma de promoção horizontal e há algumas vantagens. Ao adotar este esquema, as companhias evitam desgastes dos profissionais e valorizam o capital humano que possuem, mesmo porque nem sempre um ótimo técnico terá uma boa atuação como gestor. “O profissional deve ter liberdade para escolher de acordo com seu talento e seu plano de vida”, diz o diretor de recursos humanos da HP, Jair Pianucci. Na HP, a carreira técnica tem cinco níveis e quem é mestre ou especialista é tão respeitado quanto um gerente ou diretor. Financeiramente, as escolhas se equivalem em empresas fornecedoras de TI. Com isso, não deixa de ser uma boa opção se tornar um exímio especialista em tecnologia e ficar afastado da rotina diária dos negócios. “Ainda existe muito o mito de que ascensão profissional se dá apenas ao se tornar gestor de pessoas”, aponta a diretora de RH da EDS para a América Latina, Patrícia Franzini. Para ela, esta visão se modificou e o conceito de carreira em Y tem feito sucesso para adequar o talento de cada profissional onde ele será melhor usado.

InformationWeek Brasil

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Reportagem de capa

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Fotos: Ricardo Benichio

TI e negócios cada vez mais misturados

Paoli, da DHL: “Seja flexível: o mercado e a tecnologia mudam rápido demais para se ter objetivos fixos”

QUEM TEM DEZ ANOS DE CARREIRA NÃO PEGOU MUITAS DAS ONDAS PELAS QUAIS OS MAIS VETERANOS PASSARAM. Não chegaram a trabalhar em um CPD frio nem iniciaram rotinas que demoravam Roberta Prescott dias para serem completadas ou precisavam ser realizadas na madrugada. Em compensação, eles começaram sabendo que não existe outro tipo de negócio hoje em dia que não seja e-business. E também conhecendo a intimidade entre TI com negócios.

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O gerente de tecnologia da informação da DHL Express Brasil, Fábio de Paoli, tem uma década de carreira em TI e é um exemplo desta mistura. Hoje, cuida ainda da área de atendimento da empresa e lida com infra-estruturas, orçamentos e equipes diferentes. Para ele, que começou como engenheiro de qualidade na fábrica de motores Cummins e depois foi fazer a interface entre a TI e as áreas de negócio na DHL, isto soa normal. “A TI era um hobby para mim naquela época, mas as coisas começaram a se misturar de uma forma interessante”, relata. Sua habilidade em controlar processos, fruto da formação em engenharia, e em trabalhar em um InformationWeek Brasil

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Fotos: Ricardo Benichio

Para a turma que tem cerca de dez anos de experiência, a TI é negócio e todo negócio tem tecnologia da informação esquema que poderia parecer confuso para muita gente acabou rendendo um convite para cuidar da área de TI da DHL. Como gestor do departamento, continuou a ter foco nos negócios e a tecnologia virou uma ferramenta para isto, tendo sempre como preocupação principal que a TI serviria à estratégia de mercado da companhia. “Hoje, tecnologia viabiliza os projetos; e é assim que temos de lidar com ela no dia-a-dia”, destaca. Ele, que começou numa área de negócios e depois foi para a técnica, aconselha quem quer ter sucesso: “seja flexível: o mercado e a tecnologia mudam rápido demais para se ter objetivos fixos”. Flexibilidade parece ser a palavra de ordem nessa turma habituada com a internet comercial e a globalização. Eles iniciaram a carreira já lidando com um mercado lotado de consumidores íntimos de computadores e softwares. Clientes que sabiam que a tecnologia poderia facilitar suas rotinas diárias de compras e ter serviços a qualquer hora e em qualquer lugar. E mais: desejavam que as empresas fornecessem isto. Eles se desenvolveram neste cenário. Quando o diretor de TI da CVC Turismo, Marcos Faria, 11 anos em TI, começou na empresa, há sete anos, teve de encarar esse desafio. A companhia queria aproveitar o bom momento da economia brasileira e ganhar mercado em cima das classes sociais que ainda não estavam acostumadas a comprar pacotes de viagem. Era preciso criar um sistema de e-business para dentro e para fora da empresa. “Além de cuidar da construção da infra-estrutura, tive de contratar a equipe e fazer planejamento junto das áreas de negócio”, lembra. Atualmente, a rede de agentes de viagem ligados no sistema de e-commerce passou de 30 para quase 250 lojas, o site interno é amplamente usado e a empresa se tornou um modelo de e-business no setor. Para a turma que tem cerca de dez anos de experiência, a TI é negócio e todo negócio tem TI. Estes 22 de Julho de 2008

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profissionais são fruto da economia atual, moldada nos softwares e nas máquinas que podem fazer tudo. Não é difícil encontrá-los preocupados com processos e relacionamentos em vez de códigos de programação. Isto porque já começaram em um ambiente mais parecido com o de hoje. “Antigamente, a TI vendia um projeto que ela mesma fazia. Atualmente, o cliente pede pra desenvolver”, enfatiza o supervisor de projetos de TI da Ceva Logística, Anderson Oliveira, 11 anos de carreira. Oliveira começou como analista de suporte e o fato de ter contato diário com clientes, o ajudou a construir esta visão. Era tanta a certeza que o supervisor tinha sobre o futuro da profissão que chegou a recusar, certa época, um convite para cuidar do CPD de uma companhia. “Eu já sentia que ninguém exige uma linguagem de desenvolvimento ou um aplicativo sem ter um projeto de agregação de valor ao negócio em mãos”, declara. O dia-a-dia das empresas está cercado de tecnologia que já foi implantada há muitos anos. A dificuldade principal tem sido como tirar proveito disto e não aumentar de forma precipitada esta infra-estrutura. “A informática é uma ferramenta para melhorar a produtividade das pessoas”, opina o gestor de OEM da Totvs, Fábio Santini, nove anos em TI. Santini se especializou em criar aplicativos por onde passou. Desde o tempo em que era atendente em uma central de clientes do Sebrae, usou o que tinha em mãos para facilitar a vida dos departamentos. Tudo com softwares comuns a qualquer escritório. E, mesmo sem ter uma formação técnica específica, suas habilidades foram reconhecidas por uma das maiores empresa brasileira de tecnologia, a Totvs. Nessa companhia, ele cuida para que toda a tecnologia produzida se encaixe em algum modelo de gestão. “Não dá pra separar isso hoje em dia, se você tem facilidade de lidar com os dois lados, a tecnologia e o negócio, tem um futuro brilhante pela frente”, destaca.

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Especial

Reportagem de capa

SOMENTE O COMEÇO DA CARREIRA DOS PROFISSIONAIS QUE TÊM POR VOLTA DE 15 ANOS DE EXPERIÊNCIA PODE SER CONSIDERADO ABSOLUTAMENTE TÉCNICO. Pouco a pouco eles foram galgando a hierarquia que leva até técnico sênior ou equivalente. Naquela altura, foram confrontados Roberta Prescott com a opção de seguirem como gerentes, e aceitaram. Nenhum parece se arrepender da decisão, embora isto os tenha afastado do dia-a-dia que escolheram quando iniciaram.

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anos

Campo aberto InformationWeek Brasil

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“É uma opção que sempre aparecerá na vida de quem está sendo reconhecido pelo seu trabalho”, afirma o gerente de projetos e arquitetura da Comgás, Luiz Paulo de Aquino Ribeiro. “Se isso não era tão comum no passado, hoje, faz parte da vida do profissional em tecnologia”, diz. Ribeiro começou como estagiário na área de tecnologia. Mas foi durante a onda dos ERPs que ele fez a transição para a posição de gerente de projetos, uma mudança não planejada no início. A oportunidade surgiu devido a seu bom desempenho nas funções técnicas. Em sua opinião, quem começa na carreira não deve se assustar com o novo mundo, como a proximidade de TI com o negócio, um campo cheio de oportunidades que se abriu para quem tem formação técnica. “No futuro, talvez haja mais lugar para este tipo de profissional nas empresas usuárias de tecnologia; já os técnicos devem ter um campo maior nas companhias prestadoras de serviço”, prevê. Por isso, Ribeiro aconselha aos profissionais para que escolham suas carreiras de acordo com o que gostam de fazer. “Se alguém prefere participar de decisões estratégicas da empresa, pode começar a se preparar para uma função gerencial em TI”, diz. “Se não gosta, prepare-se no mínimo para ser analista sênior”. Esse é o quadro que muitos especialistas apontam. “O mercado de outsourcing tem crescido e deve continuar assim, o que abre o campo para quem deseja seguir a carreira técnica”, relata o coordenador do curso de especialização em gestão da tecnologia da informação, da Fundação Vanzolini, Marcelo Schneck. “Cada vez mais, escolher a profissão de técnico é trabalhar em um fornecedor”, diz.

Arantes, da Promon Logicalis: exemplo de que gerentes são necessários mesmo em empresas que vendem tecnologia

Foco técnico

Fotos: Ricardo Benichio

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Empresas desse tipo têm um bom plano de cargos para especialistas técnicos (confira quadro na página 32). O conhecimento acumulado na função é muito bem valorizado numa fornecedora de tecnologia. “Isso ajuda a traduzir o desejo do cliente em algo que trará uma boa relação custo-benefícico”, argumenta o gerente de negócio da Promon Logicalis, André Arantes, 14 anos

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Especial

Reportagem de capa de experiência em TI. Ele lembra que muitas empresas se deslumbram com qualquer novidade ou têm somente um plano, sem conhecimentos suficientes para realizá-lo. Nestas horas, o profissional que sabe tecnologia ajuda. Arantes iniciou a carreira como técnico de telefonia, cuidando só de redes e centrais telefônicas. Sua vida começou a mudar quando foi para a área de vendas. Ao mesmo tempo em que precisava ajudar no lucro da empresa, tinha de entender o desejo dos clientes. Um desafio na época, mas que se mostrou de grande valor para seu crescimento profissional, ainda que fosse em uma empresa fornecedora de TI e serviços. “Foi um grande aprendizado que mudou minha visão da profissão”, declara. Ele é um exemplo de que gerentes são necessários mesmo em empresas que vendem tecnologia. Afinal, alguém precisa coordenar a equipe e os orçamentos. Contudo, seu aprimoramento sobre novas tecnologias continuou sendo constante e exigido. Seu aprimoramento tem sido metade relacionado à TI e a outra parte a técnicas de administração. “Estou satisfeito com a mistura. A responsabilidade é diferente, mas seduz do mesmo jeito”, destaca. O mesmo ocorre com o gerente de suporte da IBM Brasil, Fabio Santos, 15 anos de carreira em TI. Hoje, ele gerencia 45 pessoas, todos técnicos, que trabalham com Unix e Linux para 70 clientes comerciais; sete são contas internacionais. É tecnologia, sem dúvida. Mas os 3 mil chamados por mês têm um espectro mais amplo e acabam gerando decisões sobre o negócio da própria empresa ou de seus usuários. As soluções que os clientes e a IBM precisam mesclam TI e negócios em várias proporções e nunca é possível saber quando uma vai ser mais exigida do que a outra. Por isso, gasta seu tempo com a rotina normal de qualquer gerente e mais uma busca por conhecimento sobre as novidades do setor. “Essa percepção sobre as novas tecnologias é necessária em uma empresa assim”, diz. Para ele, esse perfil, que não era comum há alguns anos quando aceitou enveredar pelo lado mais gerencial, está se tornando comum. “O técnico que não gostava de se relacionar com pessoas e nem conhecia o mercado está sumindo”, comenta. E a equipe dele prova isto. “O gerente sempre acaba passando a importância que é conhecer tecnologia e negócios, ele serve de modelo de postura”, resume.

Roberta Prescott

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Proximidade da TI com o negócio representa

oportunidades para quem tem formação técnica Superação Há algumas dificuldades corriqueiras quando um técnico começa a lidar com o lado gerencial de sua carreira. Confira as dicas do coordenador do curso de especialização em gestão da tecnologia da informação da Fundação Vanzolini, Marcelo Schneck.

• Delegar funções: mesmo que você saiba resolver um problema tecnológico, delegue e mantenha o foco nas suas funções primordiais. • Relacionamento pessoal: usuários de tecnologia enxergam problemas de uma forma diferente e estão sempre com pouca paciência para detalhes técnicos. • Globalização: é preciso estar preparado para a concorrência estrangeira e os planos de expansão em outros países. • Mercado: tudo gira hoje na base do “agregar valor ao acionista”. Se a tecnologia não fizer isto, estará fora dos planos. • Postura: mostre seu valor para outros gerentes e diretores, assim o valor da tecnologia também será mostrado. • Informação: quem está atento ao noticiário nunca está despreparado para lidar com mudanças bruscas, como foram as ondas do ERP e do outsourcing. • Deslumbramento: antigamente, havia sentido em se entusiasmar com toda novidade tecnológica. Hoje, os hypes precisam ser analisados com cautela.

InformationWeek Brasil

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A experiência de ontem e hoje QUEM TEM MAIS DE 20 ANOS DE CARREIRA CONHECE A TI DE COR. ESTE GRUPO DE PROFISSIONAIS EXPERIENTES JÁ PASSOU POR TODAS AS ONDAS DE TECNOLOGIA E MERCADO. Só para citar as mais evidentes, sobreviveram à chegada da arquitetura cliente-servidor e o conseqüente downsizing nas empresas, passaram Roberta Prescott pela abertura de mercado, o bug do ano 2000, a chegada dos ERPs e viram desde o começo o alvorecer da internet comercial. Não é pouco. Cada um desta geração tem histórias de como direcionar a carreira em um setor tão movimentado.

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Quando o CIO da CSN, Marcos Pelaez, 32 anos de carreira, começou, em uma empresa de engenharia na área de construção pesada, a TI era na base do mainframe e do cartão perfurado. Parece coisa de filme antigo, mas era assim que funcionava boa parte das companhias que viam nos computadores gigantes uma forma de ganhar competitividade. Era uma outra época: bastava ter uma máquina destas funcionando para liderar o mercado. Hoje, o quadro mudou. Não basta ter, é preciso saber tirar proveito. Antes, o conhecimento técnico imperava, quem sabia linhas de código tinha valor de diferencial de mercado para a companhia. Atualmente, o técnico tem seu lugar, mas criou-se uma demanda muito grande por quem sabe lidar com as destemperanças do relacionamento pessoal e do mercado. “O que chamamos de TI hoje era apenas uma mecanização de processos braçais e burocráticos”, lembra Pelaez. InformationWeek Brasil

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Corsini, da Orizon:

de técnico de TI a presidente

Atualmente, a tecnologia é um mundo de opções e sua influência vai muito além da própria empresa, alcançando clientes e parceiros. O técnico virou facilitador. O executivo resume essa transformação na forma como seu nome é dito nas salas de reunião da CSN. Do “pede pro Pelaez consertar” passou para “chama o Pelaez pra ajudar a fazer”. Quem foi criado nos ambientes fechados dos CPDs enxerga perfeitamente a diferença. “Antes, a TI era suporte, agora precisa estar alinhada às metas de negócio das empresas”, comenta o diretor-corporativo de TI da Votorantim, Fabio Faria, 30 anos de carreira. Isso faz o profissional adaptar-se de forma diferente. Mesmo quem está na equipe técnica desses executivos precisa ter algum conhecimento de negócio. Torna-se impossível não ser afetado por ondas econômicas ou administrativas. Também é improvável que a pessoa passe a vida fechada numa sala sem se relacionar com outros departamentos, parceiros ou clientes. “O técnico precisa dar feedback mesmo que não peçam”, ensina Faria. Esse comportamento é diferente do que existia no aquário dos CPDs onde nem se sonhava em ser proativo ou flexível.

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Fotos: Ricardo Benichio

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Transformações O mundo mudou e a carreira também. “Uma empresa que tem planos de internacionalização exige outros conhecimentos”, explica Faria. Não é por acaso que jargões como foco no cliente, gerar valor ao acionista e Ebitda (sigla em inglês para lucro da empresa descontado os juros, impostos, depreciação e amortização) têm tanto destaque quanto a última atualização da Microsoft, Oracle ou da SAP. “A régua está cada vez mais alta para o profissional de TI”, diz o diretor-corporativo de TI da Votorantim Industrial. Para o coordenador do curso de gestão de tecnologia da informação do IBTA, Mauro Negrete, empresas com o perfil citado, players internacionais e que usam a tecnologia como meio de sua estratégia dependerão cada vez mais de gente como o Fabio Faria ou o Marcos Pelaez. “Quem for capaz de modelar um processo com a tecnologia, terá mais espaço no futuro.” Mas, para isso, alerta o professor, será preciso entender muito do negócio da empresa, do cliente e do mercado. Exemplo dessa transformação que se avizinha é o CEO da Orizon, Luciano Corsini, 27 anos de experiência em TI. Ele começou na Embratel, antes da privatização, como técnico. Seu sucesso profissional como “escovador de bits” foi o que se pode esperar de um perfil assim, com constantes promoções. Mas, depois que ficou fixo dentro de um cliente, a Shell, começou a se interessar pelo outro lado. Neste contato direto, se apaixonou pela rotina de um gestor, principalmente pelo desafio de cuidar de projetos. “Aprendi a ter a visão do cliente sobre tecnologia, que é diferente do fornecedor”, explica. O conhecimento adquirido foi posto em prática quando foi trabalhar na EDS. Logo, o convidaram a entrar na área de negócios para gerenciar a conta de grandes clientes. Depois de ser CIO da Visanet, ele foi convidado a ser o principal executivo da Orizon, empresa que nasceu da processadora de cartões para replicar esse modelo no setor de saúde. “Antigamente eu só tinha poder ao assinar os cartões de ponto”, brinca. Hoje, cuida de uma empresa que usa a TI como estratégia de negócio. Algo que ele, se não tinha um plano de carreira definido, já almejava. Na sua primeira entrevista de emprego, a analista de recursos humanos perguntou até onde ele queria chegar iwb na empresa. Ele disse: “quero ser presidente”.

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Especial Especial

Reportagem Reportagemde decapa capa

Os CIOs do

amanhã John Soat, da InformationWeek EUA

Imagem: IWB USA

PESQUISA DA INFORMATIONWEEK EUA SINALIZA UMA QUEDA NA INFLUÊNCIA DO CIO DENTRO DAS CORPORAÇÕES. SAIBA COMO PASSAR POR ESSA CORTINA DE FUMAÇA 36

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Information Week Brasil

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KEN LAWONN PÁRA NO MEIO DA FRASE, HESITA EM UMA CERTA PALAVRA E TOMA UM GOLE DE ÁGUA DO COPO NA FRENTE DELE. LAWONN ESTÁ SENTADO À MESA NO GRAND BALLROOM DO OMAHA MARRIOT, ESPERANDO SUBIR AO PALCO NO NEBRASKA IT SYMPOSIUM COMO UM DOS CINCO CIOS AGENDADOS PARA UM PAINEL DE DISCUSSÃO. A palavra que Lawonn titubeia em pronunciar é “relegados” na frase “como os CIOs serão relegados ao papel de gerentes de infra-estrutura”. Lawonn é o diretor de TI da Alegent Health, sistema de saúde com nove hospitais e nove mil empregados. Ele diz que os líderes de TI não estão cumprindo suas promessas como executivos de negócios de alto nível. Junto com TI, Lawonn responde também pelo negócio de varejo e dos projetos de construção do grupo do hospital. Lawonn está preocupado com a posição do CIO em geral, que, depois de tantos anos em uma trajetória de escalada, agora está descendo para um papel de menos importância. Más notícias: muitos executivos não vêem os diretores de TI neste alto padrão. Os resultados de uma pesquisa da InformationWeek EUA com mais de 700 gerentes corporativos, CIOs e vice-presidentes de TI indicam que o papel do CIO recuou alguns passos no último ano em termos de influência e força política. Somente 39% dos gerentes fora de TI dizem que a influência do CIO está aumentando, contra 43% um ano atrás. No entanto, os CIOs estão um pouco mais otimistas sobre eles mesmos, mas não muito: 55% dizem que a estatura do cargo está em crescimento, porém, este número era de 66% no ano passado. Quer eles saibam disso ou não – e a maioria parece saber – as empresas necessitam de um líder executivo bem relacionado tanto com a tecnologia quanto com os processos de negócios. A posição do CIO é feita sob medida para este papel. A pergunta é quais deles chegarão a este patamar?

DIFERENTES MANEIRAS DE LIDERAR Liderança está no topo da lista dos atributos e habilidades críticas para o CIO do futuro; foi citada como importante por nove em cada dez participantes. Primeiro, existe a 22 de Julho de 2008

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liderança tecnológica. “Os CIOs do amanhã deveriam ser capazes de olhar adiante pelo menos três a quatro anos para identificar as tendências que vão impactar suas indústrias”, diz Dan Drawbaugh, CIO do centro médico da Universidade de Pittsburgh (EUA). Drawbaugh tenta se antecipar em oito anos, por exemplo, ao utilizar redes convergentes. “Observamos a convergência três ou quatro anos antes de ela se tornar realidade, mas muitos CIOs não viram isto e não fizeram upgrade em suas redes”, afirma. Então, existe liderança. “Os CIOs que falam a ‘língua dos diretores’ e prezam o relacionamentos um a um ficam na dianteira”, diz Harvey Koeppel ex-CIO do Citibank e atual diretor-executivo do Centro para Liderança do CIO, uma organização sem fins lucrativos fundada há um ano. Os CIOs estão no centro das tendências mais importantes nos negócios hoje: digitalização e globalização. “Muitas empresas têm silos organizacionais com pouca integração horizontal e que não vão funcionar em um negócio futuro dirigido pela conectividade e acesso aos recursos globais onipresentes”, diz Koeppel. É o CIO, com expertise técnico e conhecimento de negócios, que precisa ser responsável por entender, por exemplo, a Web 2.0 e, então, ajudar o diretor de marketing a traçar como estas novas tecnologias podem direcionar a agenda de marketing de forma efetiva. Um segundo lugar apertado na lista de importantes atributos é a habilidade de execução e de cumprimento de prazos. Muito provavelmente, quase a cada novo projeto de vendas ou mudança de processo de corte de custos tem a ver com TI. Há cinco anos, o CIO do Progressive Medical, Angelo Mazzocco, não se envolveria nas primeiras discussões sobre uma nova proposta de negócios. Agora, porém, tudo tem a tecnologia como parte. O Progressive Medical oferece equipamentos e serviços médicos para seguradoras de saúde e empregados assegurados.Mazzoccoestátestandoumsistemadesuporte de um novo modelo de negócios – vender equipamento e serviços para empregados em clínicas diretamente pelo site. Ele estava envolvido desde as discussões iniciais com diretores de sua empresa, incluindo sua habilidade de uma perspectiva de TI. Como a Progressive Medical tem mostrado, um teste da efetividade da organização de

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Especial

Reportagem de capa

Onde estão as chances Quais são as principais oportunidades para os atuais diretores de tecnologia da informação 60% 41% Aprimorar e/ou inovar novos processos de negócios 28% 28% Aumentar a produtividades dos empregados por meio das novas ferramentas de colaboração 27% 16% Facilitar a capacidade de inovação da empresa 26% 24%

“Existe um abismo entre a organização de TI e seus colegas corporativos”, Carter, CIO da Fedex Ainda mais agressivo é Randy Mott, CIO da HP, que está procurando cortar a média de tempo gasto com manutenção para novos desenvolvimentos em 20/80. A revisão de TI de Mott, que também envolve consolidação e reconciliação de aplicação de banco de dados de larga escala, faz parte de uma estratégia de marketing da HP. Isto só destaca características que os CIOs deveriam exibir: ser ousado, correr riscos – e então executar.

Cortar custos de TI e de negócios

PONTOS CEGOS DO CIO

24% 38% Usar as informações dos clientes e do negócio para direcionar o aumento nas vendas 19%

30%

Usar as informações dos clientes e do negócio para influenciar o desenvolvimento de novos produtos 10% 11% Liderar as vendas online e o crescimento na web CIOs e VPs de TI

Gerentes corporativos

Nota: Duas opções de respostas foram aceitas. Fonte: Pesquisa da InformationWeek com 720 executivos de tecnologia de alto escalão, 537 CIOs e VPs de TI e 182 gerentes corporativos.

TI é a sua habilidade de responder a novas iniciativas, usando como medida a quantidade de dinheiro investido em novos projetos comparados à manutenção dos atuais sistemas e aplicações. Muitos CIOs não estão fazendo isso intensamente. De acordo com a pesquisa, 70% dos orçamentos de TI destina-se a manter as operações atuais e 30% para novas iniciativas, contra 64% de manutenção e 36% de novos desenvolvimentos registrados anteriormente. O departamento de TI de Mazzocco atingiu recentemente a marca de 60/40.

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O terceiro atributo mais importante para o CIO do futuro está em sua habilidade de colaborar e se comunicar. “Existe um abismo entre a TI e seus colegas corporativos”, avisa Rob Carter, CIO da Fedex. Por exemplo, uma nova solução da FedEx, chamada QuickShip, permite aos clientes rastrear pacotes por meio do Microsoft Outlook. A aplicação faz parte da iniciativa de integração com o cliente da Fedex, e Carter usa este exemplo para explicar aos colegas um compromisso de web services de longo prazo. “Dá muito trabalho criar uma arquitetura deste tipo, por isso, precisa ser comunicada, mas em termos de valores por parte do negócio”, ensina. Os CIOs e seus colegas fora de TI concordam que as duas maneiras mais importantes da área contribuir para o sucesso da empresa são “operar e manter os sistemas existentes” e “supervisionar e assegurar funções e disponibilidade”. Para os CIOs, a terceira maneira envolve a utilização de tecnologias e sistemas de larga escala. Para o gerenciamento corporativo fora da área de TI, a resposta número três é “contribui para a inovação e o crescimento da empresa”. Mas os diretores de TI a colocam em sexto na lista deles, depois de minimizar custos e consolidar plataformas. Information Week Brasil

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Mais CIOs deveriam pensar como Richard Entrup, diretor de TI do Museu de Arte Moderna de Nova York, cuja equipe recentemente trabalhou com o grupo de mídia digital para implantar uma aplicação para permitir que o iPhone aja como um guia de áudio para o museu. “Não é uma grande aplicação, mas um indicativo da maneira que TI pode oferecer suporte às necessidades do negócio.” A evolução de um gerente de tecnologia ao executivo orientado por negócios já foi mostrada há um bom tempo, justamente por este motivo é uma surpresa observar na pesquisa que os participantes estão dando um passo atrás na sabedoria convencional. E não é por falta de modelos de papéis. Filipo Passerini, CIO da Procter & Gamble, cuida de uma organização de serviços que, junto a TI, inclui recursos humanos, payroll e outros serviços corporativos. O HSBC dos Estados Unidos promoveu seu CIO, Andrew Armishaw, a chief technology e services officer, aumentando a responsabilidade por operações de fraudes e segurança, imóveis corporativos e outras áreas de negócios para suas funções de TI. Tim Stanley, CIO da Harrah’s Entertainment, é também cabeça das operações de jogos e inovação da empresa de cassino. E, claro, tem o Lawonn, da Alegente Health, colocando seu gerenciamento de projeto e conhecimento de processo para trabalhar na liderança de projetos de construção e processos de budget. Então, onde os CIOs, muitos dos quais sobem nos rankings de TI, adquirem o know-how requisitado? Sempre há um MBA. “Vá para uma cadeia de fornecimento por um momento e aprenda como ela funciona”, diz Ralph Sgyzenda, CIO da General Motors. “Vá trabalhar com negócios”, salienta Szygenda, contando que a experiência como vendedor de computadores, no começo de sua carreira, o ensinou muito sobre a indústria e os negócios.

Quando falamos dos fatores que fazem o CIO se tornar mais um líder de negócios, tanto os gerentes corporativos quanto os CIOs colocam no topo de suas listas que os chefes de tecnologia precisam gerenciar e otimizar os processos. Para a pergunta “O que você vê como as principais oportunidades para os CIOs hoje?”, a resposta número um tanto dos CIOs quanto dos gerentes corporativos é “melhorar e /ou inovar novos processos de negócios”. A orientação de processo faz sentido, e chamar o chefe de TI para melhora-lo também. A visão geral do CIO de todos os sistemas e aplicativos da corporação o dá uma profunda compreensão da organização, como a de qualquer CEO ou CFO. A carreira de Ed Kamins reflete isto: de CIO da Avnet, distribuidora de tecnologia, passou a chief operational excellence officer. “Eu sou realmente o diretor de processos”, diz. Seu cargo resultou de algumas duras lições sobre os impactos da automatização de um processo ruim. Sobre o que empurra um CIO em direção a um papel maior, mais da metade diz depender da própria visão e ambição do diretor de TI. O engraçado é que os colegas corporativos não vêem isso da mesma maneira. A escolha deles é “pressão do CEO, CFO ou outros executivos da diretoria”. “Os CIOs têm de tomar a iniciativa de encontrar os problemas de processos por eles mesmos e resolvê-los”, diz Stephen Pickett, ex-presidente da Society for Information Management e atual presidente da SIM Foundation, que lida com gerenciamento de tecnologia. Picket é também vice-presidente e CIO da Penske.

TECNOLOGIA É QUEM VOCÊ É Inovação aparece em quinto na lista de importantes atributos para futuros CIOs. Está no topo da lista de Marta Foster. Como a VP de TI da Procter & Gamble,

“Os CIOs do amanhã deveriam ser capazes de olhar adiante pelo menos três a quatro anos para identificar as tendências que vão impactar suas indústrias”, Drawbaugh, CIO do centro médico da Universidade de Pittsburgh 22 de Julho de 2008

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Especial

Reportagem de capa

Maiores obstáculos O que poderia impedir os diretores de TI de galgarem posições executivas? 70% 66% O fato de o departamento de TI ainda ser visto como um centro de custo 50%

57%

O alto custo da manutenção de tecnologia da informação

30%

41%

O fato de que falta visão tecnológica aos líderes de negócios

31% 29% Falta de habilidade para atrair e reter os maiores talentos de tecnologia 29% 25% Cultura organizacional avessa a riscos 22% 24% O fato de mais executivos de negócios estarem envolvidos na estratégia de tecnologia

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20%

A diminuição da influência do CIO perante o alto escalão da empresa CIOs e VPs de TI

Gerentes corporativos

Nota: Duas opções de respostas foram aceitas. Fonte: Pesquisa da InformationWeek com 720 executivos de tecnologia de alto escalão, 537 CIOs e VPs de TI e 182 gerentes corporativos.

responsável por desenvolvimento de aplicação, ela e o CIO, Passerini, determinaram três áreas que TI poderia ajudar com inovação de negócios: comunicação efetiva e mais personalizada e colaboração entre os empregados, análises de negócios em tempo real e mais previsíveis e redução de tempo de produto para o mercado. As equipes de Marta estão em estágios diferentes nestas frontes. Em colaboração, a P&G é um dos maiores usuários de videoconferência da Cisco. O que leva mais tempo para um novo produto é o vaivém dos designers de embalagens da P&G e empresas externas.

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A equipe de TI utiliza ferramentas de workflow para gerenciar as trocas necessárias e possibilitar a provação das variadas operações. Na lista de oportunidades futuras para os CIOs, existe um outro insight do que os gerentes corporativos querem dos líderes de tecnologia – e que talvez os CIOs estejam perdendo. O segundo item da lista dos gerentes corporativos é “utilizar dados de negócios/clientes para impulsionar o crescimento de vendas”; e o terceiro é “utilizar dados de negócios/clientes para influenciar novos desenvolvimentos de produtos”. “Integração de dados, interoperabilidade e acesso em tempo real a arquivos de dados está direcionando novos negócios e novas práticas da indústria”, diz Drawbaugh, da UPMC, que está trabalhando na interoperabilidade entre 12 e 15 aplicações eletrônicas de histórico de saúde que utiliza. “Se você tem a inteligência de agir nestes dados, você diferencia seus produtos e serviços dos seus concorrentes,” diz Drawbaugh. No entanto, as discussões sobre inovação, processos de negócios e operações oferece um risco: os CIOs não dão tanta importância para o expertise de tecnologia. Surpreendentemente, somente metade dos líderes de TI escutados para a pesquisa identificou “conhecimento técnico” como fator-chave do CIO, enquanto dois terços dos gerentes corporativos pensam ser importante. Carter, da FedEx, considera a investigação de novas tecnologias como parte integrante de seu trabalho. Ele pesquisa ciências e biotecnologia, porque a indústria, provavelmente, precisará de logísticas monitoradas e muito confiáveis, e também para saber como a tecnologia pode ser aplicada ao negócio. A FedEx está trabalhando no projeto, de codinome Smart Package, que envolve os uso de um sensor de tecnologia junto com GPS, medição de temperatura, vibração e luz. Os CIOs devem ir por essa linha, ou seja, precisam ser a principal autoridade de tecnologia e ainda traduzir isto à relevância da empresa. Os executivos fora de TI querem acreditar que o CIO pode mesclar dados, conhecimento de processo e visão de futuro, levando as empresas a maiores lucros. Muitos duvidam. A oportunidade está CMP ai para que o recorde seja estabelecido. Information Week Brasil

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NOVAS OPORTUNIDADES NO MERCADO DE TECNOLOGIA E MELHORIA NA CONJUNTURA ECONÔMICA DO PAÍS ABREM CAMINHO PARA SE INVESTIR EM NEGÓCIO PRÓPRIO. SER EMPREENDEDOR, NO ENTANTO, DEMANDA CONHECIMENTOS FORA DA ÁREA TÉCNICA E MUITO PLANEJAMENTO O AMBIENTE PARA O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÃO É NEM DE LONGE O MAIS AMIGÁVEL OU FAVORÁVEL DO MUNDO. A PESQUISA DOING BUSINESS, DO BANCO MUNDIAL, APONTA QUE A ABERTURA DE UMA EMPRESA NO PAÍS DEMORA CERCA DE 122 DIAS E O FECHAMENTO OUTROS 131. A mortalidade das empresas é outro fator que assusta: de acordo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) duas em cada dez organizações deste tamanho fecham as portas até o segundo ano de vida. Apesar de serem 98% dos negócios no País, as micro e pequenas empresas representam apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e 2,3% do volume das exportações. Somadas a perspectiva da Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex) de que até 2012 devam existir um total de 230 mil vagas de trabalho

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Gustavo Br igatto

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ernativa reended 22 de Julho 2008

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no segmento de tecnologia com as estatísticas do Ministério da Ciência e Tecnologia, de crescimento do déficit de mão-de-obra na ordem de 11% até 2009, estes fatores poderiam colocar a idéia de se ter um negócio próprio como segunda ou terceira opção para um profissional da área ou fazer com que um empreendedor desista de seu negócio. No entanto, o cenário é positivo. A economia brasileira cresce abaixo da de outros países emergentes, mas a um ritmo estável – 5,4% em 2007 e previsão de 4,8% em 2008. E ainda: o Brasil atingiu o grau de investimento em duas agências de classificação de risco; o dólar barato estimula e facilita a aquisição de equipamentos de tecnologia. Além disto, a sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e outras iniciativas do governo para facilitar o acesso ao crédito e a atividades de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, têm contribuído para melhorar a posição do Brasil no ranking de países empreendedores do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (hoje ocupamos a 9ª colocação) e para a queda na mortalidade das empresas – eram seis a cada dez em 2000, de acordo com o Sebrae. Abrir uma empresa na área de TI, então, torna-se uma oportunidade bastante viável. Mas surfar a onda do negócio próprio demanda muito cuidado e dedicação.

PRIMEIROS PASSOS Empreender por oportunidade significa enxergar uma brecha no mercado e correr para atendê-la antes dos concorrentes. Entretanto, uma boa idéia é diferente de um projeto estruturado, com avaliação consistente do mercado, de como o produto irá se enquadrar nas necessidades atuais e futuras dos clientes. “Hoje, sobram iniciativas, mas falta qualidade nos projetos”, comenta Sidney Chameh, vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).

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Especial

Reportagem de capa

A carreira que André Fonseca (foto) tinha pela frente na IBM, em 1994 e aos 24 anos, não seria capaz de abarcar seus sonhos. “Sempre me incomodei muito em olhar uma oportunidade e não preencher aquele espaço.” Foi daí que surgiu a idéia de montar seu próprio negócio. Com mil reais, ele e outros dois sócios fundaram a Interaction, uma empresa de serviços em treinamento e suporte técnico. Percebendo que o mercado de serviços não era muito escalável, Fonseca decidiu se dedicar ao desenvolvimento de um software que automatizasse parte do que ele fazia. No início de 2000, obteve um aporte de US$ 4 milhões da GP Investimentos em conjunto com a Latintec para criar a Autômatos. “O projeto foi dividido em várias fases, bem como o dinheiro. Começamos com uma parte deste montante e, para obter o restante, precisávamos atingir os resultados”, afirma. O software foi escrito ao longo de 2001. Fonseca mudou-se para o Vale do Silício (Califórnia/EUA): achava que tinha de estar lá. “Foi legal, porque freqüentava as reuniões dos empreendedores, mas cometi alguns erros, como o de gastar com marketing sem produto”, admite. Retornou ao Brasil depois do 11 de setembro, sem muito dinheiro. Saiu, então, para uma segunda rodada de captação de investimento. “Estava morrendo de medo, porque achava que não ia conseguir, já que o primeiro não tinha dado retorno”, conta. A seu favor, o empreendedor contava com alguns clientes, seu entusiasmo e a GP Investimentos, que colocou novamente dinheiro.

Por ter uma formação técnica, os empreendedores na área de TI acabam se focando apenas no road map do produto, sem prestar atenção no desenvolvimento de um plano de negócio, comenta Daniel Mello, diretorcomercial da GoMarket, empresa criada há um ano em Porto Alegre (RS) com o objetivo de prestar consultoria nas áreas de vendas e marketing para empreendimentos hospedados em incubadoras. De acordo com ele, o

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Foto: Ricardo Benichio

Começar de novo

“Sem eles, os demais investidores, que eram o Banco Pactual e a Intel Capital, não teriam apostado”, considera. Desta vez, Fonseca sabia que não ia gastar com marketing antes de ter certeza do processo de vendas e que calibraria as despesas de acordo com o crescimento da receita. O segundo aporte, feito em 2002, teve o break even alcançado em 2003 e, no ano seguinte, a companhia lucrou. Este ano, a Autômatos se fundiu com outras seis empresas de TI, dando origem à Virtus, presidida por André Fonseca. Ele considera que, para iniciar uma empresa, é preciso garantir a escalabilidade das ofertas, custos variáveis baixos e um mercado potencial alto. Para ele, os últimos oito anos foram de aprendizado sobre governança e relacionamento com fundos. “Existe uma crença de que os fundos, às vezes, agem com má fé, mas o que acontece é que eles entendem muito de gestão e pouco das especificidades dos produtos. É preciso que o mercado seja didático e mantenha as promessas.” (Jordana Viotto)

horizonte de um planejamento deve variar de um período de três a cinco anos. “Falta conhecimento prático de ações de mercado, como transformar o produto em algo a ser vendido”, comenta. Algumas disciplinas de gestão e de incentivo ao empreendedorismo começam a surgir nas grades das universidades. “As instituições públicas trabalham com o orçamento federal, não pensam em laboratórios Information Week Brasil

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Especial

Reportagem de capa auto-sustentáveis com transferência de tecnologia”, avalia o professor Luís Coelho, superintendente da área de inovação para a competitividade empresarial da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Elas captam muito na Finep para infra-estrutura laboratorial, de bolsas de pesquisa, mas desconhecem o lado de fomento a empresas e negócios”, completa. Esta cultura, avalia o pesquisador, cria uma desconfiança na hora de entrar de vez no mercado. Camilo Telles, sócio da start-up MTM Tecnologia e líder de um grupo de angels investors na Bahia, acrescenta ainda que existe no Brasil a cultura de que quem gerencia um negócio é o administrador de empresas. Creditar a falta de qualidades administrativas dos profissionais a “falhas” no sistema de ensino ou na cultura do País, no entanto, não reflete mais a realidade do cenário brasileiro. Organizações, fóruns e até competições (como o Desafio GV-Intel de Venture Capital e Empreendedorismo) têm sido criados para apoiar quem pretende iniciar seu próprio negócio ou se capacitar em gestão, muitas vezes, de forma gratuita. A possibilidade de ingressar em incubadoras de

empresas também tem se consolidado como alternativa para conseguir as qualificações necessárias nas áreas financeiras, legal e de gestão de pessoas para que um negócio possa ter sucesso desde os primeiros momentos de vida. Segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançada (Anprotec), as cerca de 150 incubadoras instaladas em todo o Brasil hospedam 1,1 mil empresas que geram mais de seis mil empregos. Marcelo Dini Oliveira, gerente da unidade de inovação e acesso à tecnologia do Sebrae-SP, destaca que as incubadoras também têm procurado profissionalizar cada vez mais a sua gestão para garantir o sucesso das empresas. “O ciclo para que um projeto se torne viável no futuro está sendo olhado com mais critério”, explica. O Sebrae-SP aposta também no processo de pré-incubação, período no qual o empreendedor é estimulado a desenvolver o potencial de seu negócio. Ter uma gestão profissional é a palavra de ordem. “Falta organização nas pequenas empresas de tecnologia”, pontua Severino Benner, diretor-presidente da Benner Sistemas. Em 2008, a empresa investirá R$ 18

De olho no amadurecimento da web, Roberto Dariva investiu parte de suas economias na fundação da Navita, empresa que, hoje, é especializada no desenvolvimento de produtos e soluções para portais corporativos e sistemas para mobilidade. Aplicou um montante de cerca de R$ 300 mil, para o qual Dariva não foi atrás de investidores. “A expectativa, geralmente, é de resultados a curto prazo”, justifica. Além disso, ele queria ter o controle de tudo. Agora, com a empresa faturando cerca de R$ 3 milhões anualmente, uma carteira de clientes que inclui gigantes como a Companhia Vale do Rio Doce, Gerdau e Abril e parcerias para o fornecimento de sistemas voltados a dispositivos móveis, a Navita tem sido assediada por investidores. “Estamos estudando as propostas e, se houver uma muito boa, podemos aceitar, mas não é a prioridade”, afirma. Para chegar a este ponto, no entanto, a

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Foto: divulgação

FOCO É ESSENCIAL

Navita enfrentou momentos conturbados. O principal equívoco, na visão de seu fundador, foi tentar ampliar o escopo. Ele conta que recebia propostas para fazer sistemas que não eram sua especialidade e acabava aceitando porque precisava faturar. “O projeto fica aquém das expectativas e você se queima”, ensina Dariva. (JV)

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LIÇÃO DE PERSISTÊNCIA A paixão pela engenharia levou Dickson Costa a fundar, em 1987, a IDM, empresa do Recife dedicada à manufatura de hardware. Os produtos são desenhados na IDM, onde também são feitas as simulações. Depois, gera-se um protótipo e os componentes necessários são comprados para, então, a companhia fazer a transferência para fabricantes e fornecedores no Sul e Sudeste. Costa critica alguns programas governamentais de incentivo à indústria de tecnologia, que privilegia o software. “Dependemos totalmente da China em termos de hardware. Se houver uma dificuldade qualquer, não teremos mais acesso a estas máquinas”, defende. No início da IDM, Costa desconhecia a parte fiscal, administrativa e legal. Por isso, graduou-se em administração e direito. Ele menciona ainda que as exigências para pequenas são as mesmas do que para as grandes, mas os recursos são menores e existe a dificuldade de acessar possíveis clientes. Além disso, os custos de manutenção são elevados por causa da carga tributária. “Mas a vontade é tanta que superamos todas essas dificuldades”, entusiasma-se. (JV)

milhões em aquisições – parte com recursos próprios, parte com financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A primeira compra, da catarinense DSS, especializada em BI, foi anunciada em maio. Mais duas ainda virão. Benner destaca, no entanto, que o processo é demorado por conta de questões legais e tributárias que não recebem a atenção necessária por parte dos fundadores das empresas. Para estruturar o negócio da melhor forma, Chameh, da ABVCAP, acredita que procurar um sócio com visão complementar é fundamental. “É um erro se sentir auto-suficiente só com o técnico”, condena. As empresas que têm conseguido se organizar e mostrar bom potencial de crescimento vem sendo bem-recompensadas pelo mercado. Nos últimos dois anos, segundo a KPMG, foram 102 operações de fusão e aquisição no mercado brasileiro de TI, sendo 46 em 2006 e 56 em 2007. Na hora de aportar dinheiro em uma companhia os 22 de Julho 2008

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investidores observam quem está por trás da empresa, suas capacidades, qualificações e experiências. As pessoas são confiáveis? Qual o comprometimento do time, seu conhecimento do negócio? Estas são algumas questões que Fábio de Paula, gerente-sênior de investimentos da Intel Capital faz ao avaliar a possibilidade de um novo investimento. No portfólio do braço de investimentos da fabricante estão hoje nove companhias, todas com perfil de atuação mais consolidado no mercado. Por se tratar de uma indústria jovem, próxima de 15 anos, seus componentes ainda são pouco compreendidos pelo mercado. Órgãos de fomento, angels, fundos de capital semente, fundos de venture capital e de private equity: é nesta ordem que se apresentam as opções de capitalização dos empreendedores. E são as melhores opções para quem está começando, pois têm menos regras e oferecem recursos não-reembolsáveis (ou a

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Especial

Reportagem de capa

Quando era funcionário da IBM, Benjamin Quadros conheceu o pessoal de TI do Unibanco, que solicitou a ele a prestação de serviços na área de mainframes. Foi assim que nasceu a BRQ, especializada em serviços de TI, outsourcing de aplicação e desenvolvimento de softwares customizados. “Como iniciamos em um mercado que, há quinze anos não era tão maduro e não contava com muitos players, ganhamos corpo”, relata o fundador da companhia, que hoje fatura R$ 200 milhões. Quadros confessa que, no começo, toda a parte administrativa e de gestão de pessoas era muito complexa para alguém graduado em informática, como ele. “É fundamental se inteirar sobre os demais aspectos do negócio”, recomenda ele, que acaba de voltar de um curso de administração na Universidade de Harvard.

fundo perdido, como são mais conhecidos). Só é preciso estar atento às áreas atendidas por cada linha. Coelho, da Finep, cita como exemplo o desempenho do programa Subvenção em 2007. Foram 4,5 mil projetos apresentados, com uma demanda de R$ 4 bilhões em recursos. No fim, R$ 300 milhões foram aplicados, R$ 150 milhões a menos do que a verba destinada para a linha. “Tivemos projetos na área de conteúdo, que não é atendida pelas regras do governo

Foto: João Valério

ABERTURA PARA MUDANÇAS

Para quem está começando, Benjamin Quadros aconselha que se faça um plano de negócios detalhado, valide isso com o máximo de pessoas que tenham experiência e que se esteja disposto a mudanças. (JV)

federal”, comenta. Marcelo Dini, do Sebrae-SP, defende que os fundos governamentais são elitistas e que um patamar mais baixo de empresas precisa ainda ser atendido para estimular a inovação incremental nos processos internos. “O foco hoje está em editais que privilegiam a inovação elaborada, feita por empresas já consolidadas”, avalia. Uma das iniciativas para atender esta demanda foi o lançamento do Prime, que prevê investimentos a partir de R$ 240 mil.

PLANEJAMENTO E PACIÊNCIA O argentino Daniel Eduardo Edelmuth saiu de seu país em 1974 por motivos políticos e veio com a família para o Brasil. Formou-se em economia e chegou à diretoria de empresas como a Basf e a Nossa Caixa, banco do governo de São Paulo. No ano passado, buscando uma atividade diferenciada, soube que um grupo na Universidade de Campinas (SP) queria transformar uma solução de inteligência artificial em um produto voltado à área financeira. Em fevereiro deste ano, assinou um acordo de cooperação com a Unicamp, dando origem à

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Trinanda, especializada em análise de crédito, detecção de fraudes na área de seguros e outras atividades de inteligência artificial para bancos e seguradoras. Para ele, a diferença entre a vida executiva e de empreendedor é enorme, pois “o risco é 100% seu”. Para ele, o mais importante é planejar bastante no começo, pois não adianta se desesperar e buscar resultado em 90 dias, tem de trabalhar com planejamento e paciência; e ter capacidade de tomar decisão. “Há momentos em que você tem de ter clareza de poder decidir de uma forma ou de outra”, avalia. (JV) Information Week Brasil

7/15/08 6:00:23 PM


APRENDER COM OS ERROS Quando trabalhou na área de garantia de qualidade da Itautec, nos anos 1980, Marco César Bassi recebia de outras empresas a solicitação para a prestação de serviços em desenvolvimento e verificação de sistemas. Depois de alguns trabalhos como free-lancer, ele decidiu deixar a fabricante para abrir uma empresa que aproveitasse estas oportunidades. Em1990, nasceu a HDI, especializada em certificação de sistemas de terceiros. O empreendedor utilizou todo o dinheiro recebido na saída da Itautec para estruturar a companhia, pois na época o movimento de capital de risco ainda era muito lento. No início, ele conta que houve equívocos

operacionais e estratégicos, como a manutenção de equipe técnica maior do que a capacidade de pagamento e a abertura de mercados numa velocidade maior do que seria possível atender. Depois de acertado o passo, a companhia cresceu e hoje conta com 80 funcionários diretos. Em 2006, aconteceu a oportunidade de um projeto no grupo chileno Fallabella. O sucesso abriu as portas da internacionalização para a companhia, que hoje está presente em oito países. Mas teve de vencer alguns percalços com parceiros. Deu alguns passos para trás, entrou em contato com a Softex e recomeçou o processo, agora com parceiros referendados pela instituição. (JV)

Há ainda, na visão de Chameh, uma terceira onda no mercado brasileiro: a de pessoas que ganharam dinheiro em outros áreas e que querem diversificar seus investimentos. De acordo com a Capgemini e o Merril Lynch, surgiram no Brasil 23 mil novos milionários em 2007, o terceiro maior crescimento em todo o mundo – 19,1%. Fazem parte do “clube” de pessoas com grandes fortunas 143 mil brasileiros. “Hoje o ciclo de disponibilidade de investidores já está razoavelmente

completo no Brasil”, avalia De Paula. Segundo ele, além da disponibilidade de recursos, um outro fator que auxilia os aportes de capital em empresas no Brasil é o aumento das opções de saída dos investidores, como a possibilidade de venda para outros grupos ou a abertura de capital. Marcus Andrade, da área de serviços a empreendedores do Instituto Endeavor, no entanto, faz um alerta final: o dinheiro é um meio, quem IWB faz a empresa crescer é quem a gerencia.

APROVEITAR OPORTUNIDADES Em 1995, César Gon concluiu que havia uma disparidade no mercado de TI no Brasil, com escolas e bons profissionais, mas sem uma empresa brasileira admirada em serviços de TI. “No auge da nossa ‘arrogância intelectual’, decidimos que faríamos esta empresa”, conta ele, que há treze anos fundou a Ci&T, junto com dois colegas do curso de engenharia da computação. A oportunidade foi por acaso. Seu projeto de vida era tornar-se um pesquisador. “Comecei a prestar consultoria para ganhar dinheiro e conseguir pagar uma estadia para um doutorado 22 de Julho 2008

lay_especial_CIO - 42 - 49 49

nos EUA. Nesse processo, surgiu oportunidade para prestar serviço para laboratórios de pesquisa e desenvolvimento nos EUA e na França”, lembra ele. O que era um pedido de consultoria virou uma empresa. Para Gon, uma das principais dificuldades é dizer não aos clientes. “Até aprender isso, diversificamos o negócio muito cedo, abrindo frentes demais. É doloroso concentrar os escassos recursos em um conjunto pequeno de coisas, mas aprendemos que não tínhamos obrigação de perseguir todas as oportunidades.” (JV)

49

7/15/08 6:00:35 PM


Mercado

DEMONSTRAR O VALOR DE TI PARA O NEGÓCIO (CONHECIDO PELA SIGLA BVIT) É UMA DAS PRIORIDADES ESTRATÉGICAS NA AGENDA DOS CIOS POR MUITOS ANOS. POR QUE PARECE TÃO DIFÍCIL? Nenhuma empresa no século XXI dura muito sem TI. Seja porque TI viabiliza operações ou porque contribui para a competitividade da empresa. Mas o negócio é que produz retorno sobre investimentos, e não TI, e esta é a razão pela qual CIOs lutam para comunicar o valor que a TI traz para o negócio. Todos os retornos sobre investimentos para a empresa precisam ser comunicados em termos de desempenho do negócio. O valor de TI pode ser conceitualmente expresso como: BV(IT) = desempenho de negócio/investimento em TI. O desempenho do negócio é a capacidade da empresa de atingir ou exceder seus objetivos. Esta definição de valor de TI é simples, mas as implicações são profundas. O custo sempre importa para TI assim como para qualquer outro setor, mas custo não é valor. O sucesso do negócio depende de aumentar o numerador na equação de valor e não reduzir o denominador. A TI pode melhorar o desempenho do negócio e aumentar o diferencial da empresa de três formas: • taticamente, removendo obstáculos técnicos e operacionais; • estrategicamente, incorporando informações a produtos, serviços e operações; • usando informação ou tecnologia da informação para transformar as operações da empresa. Algumas armadilhas impedem o negócio de entender de que maneira o investimento em TI melhora o negócio – é o caso das armadilhas relacionadas à incapacidade de prestar serviços confiáveis e economicamente eficientes ou das que resultam da incapacidade de vincular tecnologia ao desempenho de negócio. Pode levar seis meses para a maioria das organiza-

50

lay_mercado 50

Fotos: divulgação

Desempenho do negócio é o valor de TI Ione de Almeida Coco é VP e gerenteregional do Gartner EXP América Latina. O artigo é baseado na pesquisa EXP Business Performance Is the Value of IT

ções de TI conseguirem relatar regularmente o desempenho da TI em termos significativos para o negócio. Não se trata apenas de semântica. Exige tempo e esforço para se entender quais métricas de desempenho de negócio importam, e que métricas de TI correspondem àquelas métricas de negócio. Sugerimos que, para melhorar a percepção sobre o Valor de TI, durante a reunião mensal com os executivos das unidades de negócios, sejam discutidos: • oportunidades e desafios enfrentados pelo negócio; • como a tecnologia da informação pode ser usada para ajudar a atingir seus objetivos; • status dos projetos em curso. É importante também mudar seu discurso de ERP para mudanças de processos de negócio; de ciclo de vida de aplicação para ciclo de vida de desenvolvimento de produto; de infra-estrutura de TI para suporte ao crescimento do negócio; e de CRM para obtenção e manutenção de clientes. O valor de TI pode nunca ser atingido sem uma abordagem sistemática para avaliar seus benefícios. Cerca de 59% das empresas relatam que não têm este processo formal. Para capturar o impacto real de uma grande iniciativa no desempenho do negócio, os CIOs devem começar a medir benefícios, um ano após a implementação e continuar a medir pelo tempo necessário para demonstrar o valor. InformationWeek Brasil

7/16/08 5:45:50 PM



IT Org DNA

O DNA da TI no Brasil Imagem:Ablestock

Foto: André Conti

Gustavo Brigatto

Estudo da Booz&co, divulgado com exclusividade por InformationWeek Brasil, mostra como as organizações de ti são vistas pelos profissionais 52

lay_gestao - ITOrgDNA 52

InformationWeek Brasil

7/15/08 6:36:02 PM


A Apesar de ainda considerados nãosaudáveis pela maioria dos profissionais, os departamentos de TI das empresas brasileiras são vistos como bastante maduros na comparação com outros países, ficando atrás apenas da itália e da suíça. Esta é uma das conclusões da primeira leitura dos dados locais da pesquisa IT Org DNA, realizada pela Booz&co (antiga Booz Allen Hamilton), à qual a InformationWeek Brasil teve acesso com exclusividade – a pesquisa mundial também foi revelada no País em primeira mão pela IWB na edição 197. De acordo com a metodologia da Booz&co, empresas não-saudáveis são aquelas que apresentam em suas características básicas defeitos ou fraquezas significativos o suficiente para comprometer as aspirações e possibilidades do negócio. Nas empresas saudáveis, as decisões são transformadas em ação, todos entendem seu papel e têm informações suficientes para a execução de suas atividades. 22 de Julho de 2008

lay_gestao - ITOrgDNA 53

Mesmo sendo considerados não-saudáveis para 43% dos profissionais que participaram da pesquisa, entretanto, os departamentos de TI das organizações brasileiras são avaliados como mais eficientes do que as próprias empresas em geral. Na compilação dos dados do Brasil, foi considerada a opinião de 53 profissionais, a maior parte com atuação em companhias dos setores de varejo (19%), software e serviços (11%) e bancos (9%), com receitas entre zero e 500 milhões de euros (40%) e 1 bilhão e 10 bilhões de euros (34%). A divisão de participantes foi semelhante à da pesquisa mundial, com 87% pertencentes aos departamentos de TI e 13% de outras áreas. Enquanto na amostra mundial a participação de colaboradores ficou proporcionalmente distribuída entre pessoas com cargos seniores (C-level), gerentes médios e profissionais de linha, no Brasil, houve uma concentração neste último segmento (49% dos participantes), com os gerentes seniores na seqüência (26%). Apesar de uma primeira parcela dos resultados ter sido divulgada em junho, a pesquisa IT Org DNA fica constantemente disponível para preenchimento no site www.informationweek. com.br/itorgdna.

Peculiaridades verde-amarelas Um dos destaques dos números brasileiros é a diferença na percepção de que as empresas que têm um perfil saudável são mais rentáveis que a média com relação à pesquisa mundial: enquanto no mundo o porcentual é de 42%, no Brasil ele chega a 65%. Chama a atenção também o fato de os profissionais de nível sênior acreditarem mais na saúde das organizações. Na opinião de Renata Serra, diretora responsável pela área de TI da América do Sul da Booz&co, isto acontece porque eles estão mais alinhados com a estratégia do negócio e têm bom conhecimento de suas atribuições, o que não acontece nos níveis mais baixos, indicando a existência de falhas no fluxo de informações dentro das empresas. De modo geral, todos os profissionais acreditam que a área de TI está bem alinhada à estratégia de negócios da companhia. A média brasileira ficou cinco pontos porcentuais acima da mundial – 70% contra 65%,

53

7/15/08 6:36:24 PM


IT Org DNA Saúde da Organização de TI por Geografia(1)

Saúde da Organização por Geografia(2)

IT Org DNA

Benchmark Global 42%

46%

Suíça

12%

China Itália

48%

40%

12%

109

Alemanha

36%

43%

51%

35%

EUA

34%

Polônia

33%

49%

21%

14%

17%

53

Canadá

28%

Áustria

28%

Reino Unido

58%

56%

60%

25%

19%

14%

16%

15%

34%

50%

16%

Saudável

Não-Saudável

Inconclusivo

36%

15%

1.772

16%

1.392

15%

598

+5 p.p.

157

36

25

129

1.939

39%

39%

Suécia

38%

48%

14%

1.345

Finlândia

38%

48%

14%

1.301

Índia

38%

44% 50%

17%

596

13%

1.677

Reino Unido

32%

54%

14%

1.698

Brasil

31%

55%

14%

694

13%

11.221

37%

EUA

29%

Canada

29%

Austrália

28%

Japão

Total

575

49%

França

Alemanha

48%

15%

47%

493

621

34%

46%

Itália Brasil

51%

Suíça

26

59% 67%

16%

Total

58% 56%

15% 13%

693 866

16%

3.008 50.000

31%

54%

15%

Saudável

Não-Saudável

Inconclusivo

(1) Exclui geografias com menos de 20 respostas; Baseado em 1.939 respostas coletadas de 29/10/2007 a 30/05/2008 (2) Exclui geografias com menos de 500 respostas; Baseado em Benchmark com 50.000 respostas coletadas de 12/2003 a 3/2006 Fonte: Booz & Company

respectivamente. Mais uma vez, com os profissionais de nível sênior tendo uma visão bastante positiva – 93% de concordância no Brasil contra 77% no mundo. Nas empresas nas quais o departamento de TI é centralizado, os profissionais acreditam que a área está em conformidade com a estratégia da empresa (78% das respostas). Já, quando a gestão de demanda é separada por unidades de negócio e serviços compartilhados de TI, há uma divisão de opiniões – metade concorda e a outra metade não. “Neste tipo de estrutura, a TI tem um conflito entre o que a unidade quer e a estratégia da empresa, por isso, não se sente muito saudável”, pontua Renata. Assim como na pesquisa mundial, as empresas cujos CIOs têm um perfil empreendedor ou inovador são tidas como mais saudáveis. Isto porque este tipo de profissional tende a compartilhar mais informações e decisões com a equipe, favorecendo um ambiente mais meritocrático, com mais motivação e favorável ao crescimento dos profissionais. Por agir mais, no entanto, o CIO com perfil empreendedor tem suas ações mais questionadas pela organização. No Brasil, a área de TI mostra-se alinhada com a estratégia de negócios quando o CIO responde ao CEO,

54

lay_gestao - ITOrgDNA 54

na opinião dos participantes da pesquisa. Quando a subordinação é para o CFO, houve um empate entre os profissionais que concordam que existe o alinhamento e aqueles que discordam. Na pesquisa global, a proporção foi de 62% que concordam para 38% que discordam, o que mostra uma diferença no perfil do CFO no Brasil e no resto do mundo. “Nas economias maduras, as regras são mais claras com relação ao que a TI é e faz, evitando que projetos sejam cortados pela simples economia”, explica Renata. A pesquisa IT Org DNA é composta por 24 questões que avaliam a estrutura, o processo decisório, a disponibilidade de informações e os incentivos oferecidos aos profissionais. Não há necessidade de identificação para o preenchimento da pesquisa. Ao final, o respondente recebe o diagnóstico do DNA da área de TI de sua empresa. O questionário também pode ser respondido por profissionais que atuam iwb fora da área de TI das empresas. Leia mais Informações complementares sobre resultados do IT Org DNA no Brasil e no mundo no IT Web estão em www.itweb.com.br/itorgdna.

InformationWeek Brasil

7/15/08 6:37:05 PM


www.informationweek.com.br

CIO INSIGHT

>

TRÊS TEMAS APARENTEMENTE BEM DIFERENTES MARCAM A SEÇÃO CIO INSIGHT DESTA EDIÇÃO. NO ENTANTO, QUANDO SE ANALISA MAIS DE PERTO PODE-SE NOTAR CERTA SEMELHANÇA ENTRE ELES: OS TRÊS AUTORES TRATAM DE COMO DESENVOLVER HABILIDADES SOBRETUDO PESSOAIS PARA ACOMPANHAR A TRANSFORMAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE TI.

INTERSECÇÃO

Foto divulgação

Foto: Magdalena Gutierrez

Página 56

Etienne Vreuls, gerenteexecutivo de TI da União de Lojas Leader, trata do alinhamento da tecnologia da informação para a geração Y

Como vencer o desafio de desenvolver a visão sistêmica nos profissionais de TI. Miguel Marioni, CIO da Net Serviços, escreve sobre isto.

Página 57

Página 58

Foto: Roberto Jayme

A função do autoconhecimento na melhora das relações e administração de conflitos é o tema abordado por Luciana Moniwa, gerente de TI da AES Tietê

Fulano Moniwa de tal ||Fulano de tal||Miguel Fulano de tal Etienne Vreuls Marioni 3 ARTIGOS ESPECIAIS Luciana

lay_CIO Insight 55

7/15/08 6:43:26 PM


CIO Insight desenvolvimento de liderança “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo e nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...” Sun Tsu controlador. Estes conceitos indicam

constante, mas posso dizer que

um tema que em TI ainda é pano

o estilo de processo mental na resolu-

tudo é de grande valia. Vejam:

de fundo para a formação do

ção de problemas, na aprendizagem

esta é mais uma habilidade a ser

profissional: quem é você? Este é um

e na comunicação.

incorporada no seu rol de compe-

Com base nesses dizeres, abordo

paradigma em processo de mudan-

Quanto ao perfil psicológico, cito

tências técnicas, de gerenciamento de pessoas e de experiência de

ça, principalmente se existe o desejo

o teste de MBTI (“myers-briggs type

de ascender nas organizações, e um

tndicator”), desenvolvido por Katha-

vida. Com certeza, ao estender

dos itens discutidos em laboratórios

rine Cook Briggs e sua filha Isabel

estas análises para o âmbito de

e treinamentos de desenvolvimento

Briggs Myers. Ele está embasado

liderança e trabalho em equipe,

de competências de liderança. Mais

nas teorias de Jung e possibilita a

será possível compreender as di-

que uma pergunta “shakesperiana”

classificação em um dos 16 tipos

ferenças e respectivas motivações

de “ser ou não ser”, é um processo

psicológicos que resultam da combi-

individuais transformando-as em

que todo profissional deveria se per-

nação das “escalas de preferências”

vantagem competitiva.

mitir vivenciar. O autoconhecimento

(motivação, observação, tomada de

funciona como uma habilidade

decisão e modo de vida). Este teste

poderosa para o desenvolvimento

indicará características pessoais, a

da liderança.

imagem que você transmite, o seu

este descobrimento. Vou apenas

estilo de liderança e sugestões para desenvolver o seu potencial. Essas duas ferramentas, quando

comentar dois processos pelos quais

combinadas, fornecem informa-

passei e que acredito possam ser

ções valiosas sobre o seu perfil

uma direção para quem se interes-

psicológico e seu processo mental.

sar. Ambos identificam, por meio de

Entre os principais benefícios que

questionários, tanto o seu perfil de

pude observar estão a melhora

dominância cerebral quanto o seu

na comunicação, nas relações e

perfil psicológico.

na administração de conflitos e o

O conceito de perfil de dominância cerebral está embasado na teoria elaborada por Ned Herrmann por

Foto: Ricardo Benichio

As organizações podem utilizar diversas técnicas para auxiliar

aumento na eficiência em projetos. Ainda estou em processo de aprendizado e auto-análise

Luciana Th. Moniwa é gerente de TI da AES Tietê

meio da observação de estímulos no cérebro. Não me alongarei a respeito da teoria, mas o resultado final é que você poderá ser classificado como analítico, experimental, relacional e

56

lay_CIO Insight 56

Ao se autoconhecer, há melhora na comunicação, nas relações e na administração de conflitos e o aumento na eficiência em projetos Information Week Brasil

7/15/08 10:10:35 AM


Etienne Hubert Vreuls é gerente-executivo de TI e processos da União de Lojas Leader

Foto: Léo Pinheiro

Alinhamento da TI para a geração Y Nós de TI trabalhamos com transformações. Mudamos de plataforma, de processos, de metodologias, de linguagem e, às vezes, até de área. Gostamos disto. Pelo menos, quando a mudança é provocada por nós. A época atual, entretanto, talvez venha provocado mais transformações do que estamos acostumados. Não deixa de ser curioso: a área de TI, que sempre reivindicou ser protagonista das transformações, agora observa as novas gerações com um olhar um tanto perplexo. uma ferramenta na mão das empresas e

plo. Na verdade, suas características

problema. Eu, de qualquer forma, tenho

que a forma tradicional de se conceber

documentam as transformações sociais

uma visão otimista disso tudo. Vejo meus

a estratégia precisava ser resgatada,

que vivemos, confirmando o que previra

filhos e observo uma capacidade de

uma vez que a então proclamada “nova

Tapscott. Acredito que isto nos remeta a

interação e uma facilidade de absorver

economia” de fato não existiria – na

uma nova abordagem quanto à essência

as “novidades” como características

ocasião discutia-se o estouro da bolha

da nossa atividade, suscitando, por exem-

positivas. Acredito ser este um momento

das empresas pontocom.

plo, um aprofundamento da visão sobre o

Não acho que isso seja exatamente um

rico para aprofundarmos uma reflexão que envolve mais do que uma “queda de braço” entre segurança e inovação. Afinal, a social computing não afeta somente a TI e seus profissionais. Ela é um fenômeno sociológico e, neste sentido, uma grande oportunidade para vivermos

Tapscott, por sua vez, argumentava que a forte integração entre empresas

alinhamento entre TI e negócio. A social computing aponta para novas

Mercado em transformação obriga organizações a adaptarem suas estratégias

este momento e nos questionarmos sobre

e pessoas seria a característica de uma

formas de estruturas organizacionais.

os reais impactos dela nas nossas vidas e

nova forma de economia, cuja expressão

Este mercado em transformação acaba

nas organizações.

máxima era a internet. Por isso mesmo,

obrigando as organizações a adaptarem

ele propunha que as empresas revissem

as próprias estratégias, refletindo assim

artigo Rethinking Strategy in a Networked

seus modelos de negócio a partir desta

nos seus modelos de negócio. Com esta

World (or Why Michael Porter is Wrong

nova perspectiva.

interdependência total entre estratégia

Em 2001, Don Tapscott, escreveu o

about the Internet). Nele, como o título

Quis resgatar este episódio porque ele

sugere, o autor criticava a posição do

nos ajuda a refletir sobre o momento que

com o negócio será coisa do passado...

guru de estratégia Michael Porter, que

atravessamos. A geração Y – dos nasci-

da mesma forma que todos nós, seremos

defendia que a internet seria apenas mais

dos entre 1977 e 1997 – é um bom exem-

também, ilustres integrantes da geração Y!

22 de Julho de 2008

lay_CIO Insight 57

e TI, parece que discutir o alinhamento

57

7/16/08 5:13:25 PM


CIO Insight Não faz muito tempo, a família de cargos nas áreas de TI se resumia a alguns poucos. O cargo e a função basicamente eram os mesmos: cargo - programador, função - programar. As funções, por sua vez, eram estritamente técnicas. Não se falava em gestão, relacionamento e, muito menos, negócios. Com a presença da informática em todos os cantos da organização e a evolução tecnológica, o perfil do profissional de TI vem se modificando de forma acelerada e se tornando cada vez mais segmentado.

áreas de ti bemsucedidas são aquelas cujos funcionários a vêem como uma empresa

As instituições de ensino ainda

tro da companhia em que atuam.

pecam na formação de mão-de-

Muitos hoje já ocupam cargos de

obra, papel que acaba sendo ab-

gestão de negócios.

sorvido pelas organizações e seus líderes. São poucos os cursos de

a pensar no caminho inverso: trazer

formação que focam de igual para

profissionais das áreas de negócios

igual as características técnicas e de

para dentro da TI, com formação

negócios. As organizações, por sua

em outras disciplinas que não sejam

vez, falham ao insistir em carreiras

voltadas para a tecnologia da

verticais, procurando profissionais

informação.

de TI ainda com formação acadêmica e puramente técnica. Hoje, áreas bem-sucedidas de TI

CIO da Net Serviços

Foi-se o tempo em que o profissional de TI tinha que saber só programar ou analisar ou ser especialista

são aquelas que têm funcionários

em uma das áreas de suporte. Hoje,

bem-sucedidos, que conseguem vê-la

ele não só tem que dominar essas

como uma empresa, com clientes,

disciplinas, mas ainda conhecer as

contas a receber e a pagar, direitos e

novas tecnologias, saber como elas

obrigações, necessidade de vender

podem agregar valor para a em-

produtos e serviços, de ser competiti-

presa e quais impactos os negócios

va e de saber se comunicar.

podem provocar na tecnologia.

Nas áreas de TI onde já

miguel marioni

Entendo que deveríamos começar

O bom profissional de TI hoje

percebemos essas mudanças, há

precisa saber se relacionar com

um outro detalhe a ser observa-

as unidades de negócios, com os

do: os profissionais com melhor

fornecedores, com os parceiros, com

preparo são aqueles que atuam em

os círculos de relacionamento. Precisa

negócios. O pensamento sistêmico

saber se comunicar, precisa encantar

e de processos colaboram para

o cliente e conseguir agregar valor

que esses profissionais detenham

para os negócios. Precisa dizer não e

importante conhecimento de como

antecipar-se às demandas.

os departamentos e a empresa fun-

Nada fácil estas novas função e

cionam. Além disso, não precisam

postura do novo profissional de TI. A

se preocupar com o crescimento

questão é saber se vamos conseguir

profissional. Estão aptos a crescer

preencher todas essas lacunas na

dentro da própria área de TI, mas

mesma velocidade com que a tecno-

também têm inúmeras chances den-

logia vem evoluindo.

Foto: Magdalena Gutierrez

O desafio de desenvolver a visão sistêmica nos profissionais de TI 58

lay_CIO Insight 58

Information Week Brasil

7/15/08 6:52:30 PM


Posto de Trabalho Telefônica. Gestão Integrada de Telecom e TI para você ganhar mais espaço no mercado.

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Na Prática

Depois d Tatiana Vaz, especial para InformationWeek Brasil

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios unifica plataforma de TI com software aberto da Red Hat após falha no servidor de banco de dados No início de 2002, uma falha no servidor de banco de dados tirou do ar o fórum da cidade de Taguatinga, no Distrito Federal, deixando os usuários sem acesso às informações administrativas e jurídicas, como realizações de audiência e andamento de processos. Sem contrato de suporte, a área de TI do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), responsável por este e outros 13 fóruns no Estado, resolveu fazer uma experiência: pegou um dos micros comuns que estavam no local para instalar neles um HD SCSI, um pouco mais de memória e baixar o software open source Red Hat versão 6.0. Dentro dessa arquitetura, que também contava com o servidor de banco de dados Caché Intersystems, as informações passaram a ser processadas com 90% de disponibilidade, desempenho muito melhor que o sistema anterior, descentralizado e muito sobrecarregado com o tráfego de dados. Aliado ao bom resultado, a solução sem custo foi o ponta pé inicial para a melhoria da administração tecnológica dos fóruns e, em dois anos, estava totalmente instalada em todos os pontos.

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Até então, as bases de dados eram aplicadas em ambientes descentralizados que formavam uma plataforma bem heterogênea, com cerca de nove tipos de sistemas operacionais diferentes, entre eles Solaris e Windows. A falta de um padrão rendia custos altos com manutenção e licenças, além de treinamento dos técnicos que tinham de saber um pouco de cada um dos sistemas adotados e, ao mesmo tempo, não conseguiam se especializar em nenhuma. “Nosso intuito era unificar a plataforma com dois sistemas diferentes, sendo que um deles passou a ser o da Red Hat”, conta Bernardo Araújo, subsecretário de tecnologia do TJDFT. O sinal verde da administração do Tribunal foi dado logo depois que a equipe de TI apresentou a solução de melhoria da infra-estrutura sem a necessidade de compra de licenças ou de licitação, além da economia com renovação de contratos com suporte. “Economizamos 20% do orçamento que era destinado na época para manutenção. Precisamos apenas investir no treinamento da equipe para seguir com a migração”, comenta o subsecretário. Entre as vantagens também está a de deixar de adquirir máquinas Information Week Brasil

7/15/08 4:37:53 PM


do susto mais pesadas para adotar uma plataforma aberta, que tem menos requisitos de processamento. E o os equipamentos antigos ganharam mais velocidade no processamento de dados e memória.

Desafio final A ação de unificar a plataforma começou aos poucos nas cidades satélites, a maioria delas concluída em 2002, até chegar ao fórum principal, localizado em Brasília, no qual a carga de informações e necessidade de contingência era bem maior, com duas mil conexões simultâneas. Por isso, a migração começou a ser feita em 2004 com a montagem de um cluster, formado pela Red Hat Cluster Suíte com três máquinas arquitetura CISC e processador HP 64 bit. “As máquinas fazem o balanceamento de carga de informações, quando necessário, para que o sistema nunca fique inoperante por falha ou falta de contingência. Deu certo”, explica Araújo. Paralelo ao plano de melhoria do ambiente de TI foi aberto um processo de licitação para treinamento dos

Aprovação da administração ocorreu assim que a equipe de TI apresentou as melhorias da infra-estrutura sem a necessidade de compra de licenças ou de licitação 22 de Julho de 2008

lay_napratica 61

técnicos de informática do TJDFT, já que eles seriam especializados nos dois sistemas escolhidos para uso nos fóruns – Microsoft e Red Hat. A maior competência de gestão do software por parte da equipe também gerou melhor uso das soluções, o que antes não acontecia pela diversidade de softwares operando na mesma plataforma. Depois de conseguir unificar toda a estrutura de rede e tornar o ambiente totalmente homogêneo e mais seguro, a base de dados do Tribunal pôde ser centralizada em Brasília. Isto ocorreu em 2006 e facilitou muito a vida dos técnicos de TI que não precisariam mais se locomover até os fóruns das cidades satélites em casos de falhas, como era feito antes. Além disto, o site unificado é hoje mais consistente e, ao mesmo tempo, oferece mais disponibilidade. Para se ter idéia do volume de informações que trafegam pela rede, três mil conexões rodam simultaneamente no banco de dados e o acesso ao site de consulta pelos advogados suporta 300 hits por segundo. O Tribunal ainda tem subscrição da Red Hat para atualização de versões do sistema operacional e de suporte para o parque de 40 servidores. “Conseguimos fazer com que nosso sistema se tornasse melhor mesmo tendo poucos iwb recursos de investimentos”, conclui Araújo.

Em foco

Desafio: unificar a plataforma de TI, que continha nove tipos diferentes de sistemas operacionais, sem precisar de investimento Solução: adoção dos sistemas operacionais: Red Hat e Microsoft Resultado: redução de custos com suporte e licitações para investir apenas em treinamento da equipe de TI

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7/15/08 4:37:59 PM


Na Prática

De agora em diante Kroton Educacional investe R$ 2 milhões em adoção de thin client nos laboratórios de informática das unidades de ensino superior HÁ 36 ANOS, A KROTON EDUCACIONAL ERA UMA PEQUENA ESCOLA DE ENSINO BÁSICO. HOJE, POSSUI 25 UNIDADES DE ENSINO SUPERIOR EM SEIS ESTADOS DO BRASIL E MAIS 595 ESCOLAS de ensino fundamental, além de ter capital aberto desde julho do ano passado. Ao contrário da rede de educação infantil do passado, formada por escolas associadas, as faculdades são próprias – e, desde o fim de 2005, entre as adaptações que os locais recebem para começar a operar está a de equipar os laboratórios de informática com estações thin client de quatro fabricantes diferentes – a maioria da nacional Tecnoworld. A holding investiu até agora R$ 2 milhões em 1,5 mil terminais e a tendência é que este número aumente proporcionalmente para acompanhar a ampliação da companhia. “Começamos a oferecer ensino superior em 2001 e hoje atendemos 15 mil alunos. A meta é que este número suba para 50 mil até o fim do ano”, afirma Marcelo Serelle, CIO da companhia. Na área de ensino superior, a Kroton atua com a aquisição de faculdades já existentes ou que ainda precisem ser construídas, por isso, já passou por casos em que a instituição adquirida tinha um laboratório com computadores obsoletos ou ambientes que precisaram ganhar espaço para as aulas de informática, que, até então, não existiam. “Com exceção de cursos específicos de TI, como ciência da computação, todos os outros podem ter aulas com os thin clients”, explica Serelle, que optou pela solução devido ao baixo custo de propriedade dos equipamentos, além da manutenção mais fácil e rápida sem a necessidade da contínua intervenção técnica. Por não terem partes móveis e dispensarem a insta-

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lação de softwares nos desktops dos usuários, que passam a acessar remotamente as aplicações hospedadas em servidores, os thin clients emulam os softwares de um terminal com a mesma funcionalidade, como se estes estivessem instalados na máquina. No caso da Kroton, um servidor é instalado para atender um grupo de até 30 thin clients. “Poderia ser até um número maior, mas optamos por esta estrutura para prover melhor disponibilidade de rede em cada unidade de ensino”, comenta o CIO. Outra vantagem será observada no futuro, por ocasião da troca dos equipamentos obsoletos por outros com mais recursos. A idéia é usar os micros comuns em alguns laboratórios de faculdades da holding como servidor, quando eles se tornarem ultrapassados, para aos poucos deixar todo o parque tecnológico das unidades de ensino superior apenas com thin clients. “Ou seja, daqui para frente só adotaremos esta tecnologia, tanto em nossas unidades novas, quanto nas antigas que precisarem de novos laboratórios”, finaliza o empresário. (Tatiana Vaz, especial para IWB)

Baixo custo de propriedade dos equipamentos pesou na hora da escolha

Em foco

Desafio: personalizar a montagem dos laboratórios de informática das faculdades Solução: adoção de thin clients Resultado: menos gastos com energia e manutenção, com possibilidade de ganho ao longo tempo com atualizações mais econômicas de equipamentos

Information Week Brasil

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Governança

LEMBRO QUE EM MEADOS DOS ANOS 70, QUANDO COMECEI A TRABALHAR NA TI DE UMA GRANDE EMPRESA METALÚRGICA, eu e meus colegas mais experientes tínhamos certo orgulho do fato de que poucas pessoas na empresa tinham capacidade de entender o que fazíamos e muito menos como. Por isso, não nos esforçávamos para que entendessem. Quando insistiam para que explicássemos, despejávamos uma série de termos técnicos em inglês que só contribuam para alimentar a curiosidade. Formávamos uma espécie de confraria, vivendo inclusive num isolamento físico em relação aos simples mortais. Eles só conseguiam nos observar a longa distância, através de vidros, como se fossemos “avis rara”. O acesso deles à nossa área era proibido por questões de segurança. Nossos escritórios, contíguos à sala dos computadores, eram dotados de um bonito piso elevado de laminado plástico azul, enquanto o resto da empresa trabalhava sobre tacos encerados de madeira. Possuíamos também o conforto de um moderno sistema de ar-condicionado. No resto da empresa a ventilação ficava a cargo de poderosos ventiladores de pedestal que, vez por outra, provocavam tempestades de papéis nos escritórios, deixando as turbas em polvorosa. Para “piorar a situação”, ainda tínhamos salários acima da média deles. Bem, é claro que isso tudo provocava sentimentos diversos, que variavam da extrema admiração ao ódio mortal. Era até divertido. Porém, essa realidade vista com olhos de hoje é absolutamente ridícula. Julgávamo-nos imortais, mas morremos precocemente. Começamos a morrer no início dos anos 80,

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Foto: Magdalena Gutierrez

e-Fênix: o novo profissional de TI Carlos Airton Pestana Rodrigues é diretorpresidente da Governance Solutions carlos.airton@governancesolutions.com.br

quando nós mesmos (pasmem!) introduzimos microcomputadores na empresa, trazendo nossos usuários para mais próximo à tecnologia. Eles gostaram e não pararam mais. Hoje, como sabemos, a tecnologia permeia todos os extratos sociais. Morremos, é verdade. Mas isso foi no século 20. Porém, renascemos, assim como a Fênix, o pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em autocombustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. O profisional de TI do século 21 é muito diferente. Sua comunicação é excelente. Ele entende cada vez mais dos negócios da empresa e também se esforça para que a empresa entenda cada vez mais de TI. Esclarece oportunidades e riscos que a TI oferece e implementa processos de governança que permitam o máximo compartilhamento de decisões importantes, incluindo até temas como a determinação da direção tecnológica e definição de padrões técnicos. Como está perfeitamente interado da estratégia e da operação da empresa, chega até a receber convites para assumir responsabilidades importantes em áreas de negócio. Como? O profissional de TI que você conhece não é assim? Tenha paciência. Talvez ele ainda esteja em fase de autocombustão. Em algum momento ele renascerá. InformationWeek Brasil

7/15/08 10:55:32 AM


Inovar é mais do que ter uma boa idéia. É romper barreiras, sair do lugar comum e olhar o simples sob um ângulo que ninguém nunca viu. Inovar é unir a ousadia e o conhecimento. É ter a percepção e a coragem para transformar o mundo e ditar novas regras. Inovar é pensar fora da caixa.

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Realização:

08/15/2007 3:35:46 PM


For IT by IT

A PARTIR DE AGORA UMA NOVA SEÇÃO PARA VOCÊ

VoIP sob medida O Equilíbrio na especificação de um projeto de voz sobre IP é um fator decisivo de sucesso

Experiência

João Cassino > GRADUADO em comunicação social, cursa MBA em gestão empresarial pela FGV-RJ. > TRABALHOU na assessoria da Presidência da República e no Governo Eletrônico da Prefeitura de São Paulo. > PRODUZIU portais web para grandes empresas como Volkswagen, NET, Sadia e America Online. > ATUALMENTE, é gerente de divisão de software livre da Cobra Tecnologia.

Luiz Fuzaro

Foto: Roberto Jayme

> TRABALHA em projetos com sistema operacional Linux e softwares livres desde 1998, como consultor, instrutor e palestrante em eventos de tecnologia da informação. > POSSUI as certificações internacionais LPI nível I e II ,RHCE e RHCX (Red Hat Certified Engineer). > HOJE, é gerente de desenvolvimento e gestão de sistemas e aplicativos na Cobra Tecnologia.

Um dos mais novos paradigmas da área de tecnologia da informação é a disseminação do uso da Voz sobre IP (voip) nas empresas. A tecnologia em si não é nova. Surgiu em 1995. Mas apenas nos últimos anos, principalmente no Brasil, é que diversos elementos – como qualidade da banda ofertada pelas operadoras, hardwares e softwares – atingiram maturidade suficiente para que o VoIP começasse a ser utilizado em operações de missão crítica. Por ser novo, muitos gestores de TI ainda têm medo de apostar na tecnologia e preferem investir em soluções de telefonia convencionais, mesmo sabendo que elas, em breve, estarão obsoletas. Esse pânico é injustificado e deve ser superado.

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O fato é que, hoje, há no mercado possibilidades praticamente ilimitadas para os profissinais de TI que desejarem implementar soluções de voz sobre IP em suas empresas. E milhares de vendedores prometendo verdadeiros milagres. Antes de adquirir qualquer produto aparentemente “maravilhoso”, faz-se necessário buscar o equilíbrio entre as necessidades das demandas do negócio e as inúmeras funcionalidades ofertadas. Ter claro o que é necessário para o negócio é crucial para o desenvolvimento de uma solução aderente e eficaz. A grande disponibilidade de funcionalidades somada à tentação de implementar mais recursos do que o necessário pode inchar demasiadamente o projeto, encarecendo-o, aumentando sua complexidade e exponInformationWeek Brasil

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do-o a riscos sem alcançar os respectivos benefícios. Outro ponto importante que deve ser observado na adoção de VoIP são quais restrições as licenças de uso dos equipamentos e dos softwares irão impor. Para fugir de propriedade intelectual restritiva e garantir a tão aclamada flexibilidade deve-se buscar tecnologias baseadas em software livre. Como não exigem o pagamento de licenças, há uma enorme redução de custos. Cabe ressaltar que a razão principal para o uso de softwares livres é a qualidade dos produtos. Desenvolvidos colaborativamente por profissionais e empresas usuárias em todo o mundo, esse tipo de software tem um nível de atualização e inovação mais rápido do que alternativas mantidas por corporações. No mundo do VoIP, a grande estrela é o software livre Asterisk, uma solução completa para serviços de telecomunicações. Reúne os principais protocolos de comunicação utilizados em todo o planeta e substitui caras peças de hardwares. Todas essas considerações foram colocadas em prática no Voz Ativa, uma central de atendimento telefônico da Cobra Tecnologia para a assistência técnica dos terminais e caixas eletrônicos do Banco do Brasil, espalhados por 3,5 mil cidades em todo o País. Tudo começou dentro da própria Cobra, com uma requisição da diretoria de infra-estrutura (responsável pelos terminais bancários) à gerência de software. A demanda veio com uma especificação muito semelhante às soluções baseadas em arquitetura de hardwares e softwares proprietários, já que o universo de soluções conhecidas estava prioritariamente nesse mercado. Com estudos técnicos envolvendo as áreas de contact center, redes e comunicação, software livre e ma-

Algumas funcionalidades do Asterisk • PBX como correio de voz • auto-atendimento interativo (URA) • música de espera • conferência • redirecionamento de chamadas • roaming de ramal • transferência de chamadas • relatórios de bilhetagem

22 de julho de 2008

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nutenção, reavaliou-se o pedido inicial e houve foco nos resultados tangíveis para o negócio. Hoje, cerca de um ano após sua implantação, o Voz Ativa recebe uma média de 1,3 mil ligações diárias e permite que um atendente solucione algumas reclamações mais comuns por telefone, sem ter que acionar um técnico de campo, que iria até a agência corrigir o defeito de um terminal de auto-atendimento, muitas vezes sem necessidade. Com isso, o índice de disponibilidade dos equipamentos cresceu de 96% para 97,1%. Pode parecer pouco, mas em um mês são aproximadamente 500 deslocamentos técnicos a menos, a maioria intermunicipais. O objetivo principal do Voz Ativa não é a manutenção pelo telefone, mas levantar informações técnicas relevantes que permitam ao profissional já ir preparado para o que vai encontrar. A redução de chamados improcedentes e a possibilidade de conclusão do serviço na primeira chamada também aumentaram. O custo estimado inicialmente para a implantação da Central para Assistência Técnica era de R$ 1,15 milhão, considerando-se a estrutura convencional utilizada para centrais de atendimento. O uso de Asterisk, somado a outras ações na implantação do projeto, como o uso de microcomputadores de fabricação da própria Cobra, reduziu o investimento inicial do projeto. Caiu para quase um terço o valor previsto inicialmente: R$ 350 mil. Há ainda um custo fixo mensal aproximado de R$ 128 mil, que são as despesas com recursos humanos e despesas operacionais. Com a redução de visitas técnicas e a melhoria da satisfação dos clientes o retorno do investimento já ocorreu.

Benefícios • Redução de gastos com telefonia, interligando filias usando apenas a Internet ou linha de dados privada • Redução de custo de implantação, por usar rede de computadores já existente • Monitoração e gravação de chamadas • Relatório de estatísticas de fila de atendimento • Discagem automática • Roteamento por identificação de ligação • Facilidade de implementação de recursos para controle de produção e fluxo de ligações

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Colocando

Gestão

Torigoe, do Hospital e Maternidade São Camilo: gestão

operacional é feita pela TI e o hospital tem setor específico para administrar os contratos

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InformationWeek Brasil

7/15/08 6:27:32 PM


Jacilio Saraiva, especial para InformationWeek Brasil

A gestão de contratos de TI ainda engatinha no Brasil, mas é uma tarefa que, quando bem-feita, traz benefícios para os CIOs – inclusive perante o board

Foto: Ricardo Benichio

ordem Aquele contrato de terceirização de hardware ou software está quase vencido e você se vê a alguns segundos fora do prazo de renovação exigido – o que vai acarretar gordas multas de rescisão. O que fazer? Se esta situação lhe parece familiar, você pode estar de frente à falta de uma gestão eficiente de contratos. Uma realidade muito comum às companhias brasileiras. A prática de gerenciar minutas ainda engatinha no Brasil, de acordo com Enio Jorge Salu, diretor da Escepti Consultoria e Treinamento, especializada em engenharia de processos e TI. “As poucas empresas que resolveram profissionalizar a atividade ainda não adotaram modelos definidos e acabam se restringindo a eventos pré-parametrizados em sistemas de gestão integrada (ERP), que estão mais focados na contratação do que na gestão, e ligados apenas à rotina do orçamento e de pagamentos.” Para Salu, um erro comum realizado no setor é associar o módulo de controle de contratos do ERP à gestão do contrato, quando na verdade a ferramenta vem programada somente para tratar alçadas de contratação e salários. “Ela necessita ser padronizada para controlar a gestão do acordo após a assinatura final. É neste momento que

22 de Julho de 2008

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usuários e fornecedores que não dominam modelos de gestão do ciclo de vida dos contratos acabam perdendo o controle.” E o ERP acaba não atendendo às necessidades das empresas e ainda frustra as expectativas dos executivos que sonhavam com uma aliança renovada. Na prática, para não trabalhar às cegas, as grandes empresas brasileiras criam uma área de gestão de contratos, que pode ou não estar ligada ao departamento de TI. Mas, segundo especialistas, sem a adoção de um modelo de operação, dificilmente esse setor conseguirá determinar corretamente quando e o quê a organização necessita. “Se a área não especificar bem o que precisa, seus fornecedores internos, de TI, e os externos, de software e infra-estrutura, entregarão produtos que não atenderão à empresa”, diz Salu. Sem uma metodologia eficaz, o gestor pode se perder em meio a muitos contratos, ocasionando, eventualmente, o pagamento extra de tarifas, multas contratuais, a falta de conhecimento de cláusulas importantes e até a compra de um serviço inferior ao especificado no acordo. Para o advogado Gilberto Martins de Almeida, professor do curso estratégias legais de elaboração, negociação e administração de contratos de TI do International Business

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7/15/08 6:27:45 PM


Gestão

Foto: Leo Pinheiro

Braga Netto, da BR Distribuidora:

melhoria nas condições contratuais e na pontualidade do cumprimento das obrigações

Communication (IBC) do Brasil, como os investimentos em tecnologia atingem altos volumes dentro das organizações, a administração de acordos torna-se indispensável nos dias de hoje – e a lista de vantagens para quem segue essa trilha engordou. “O controle proporciona o atendimento às normas regulatórias, evita multas, danos de imagem, o risco de contingenciamento de recursos e os limites às operações. Ainda serve para cortar o custo das apólices de seguros, assegura a valoração de ativos e evita paralisações e gastos emergenciais – sem falar da boa interação cultivada entre empresa e fornecedores”, enumera Almeida. Um estudo do instituto de pesquisa Aberdeen Group aponta que a gestão contratual por meio de sistemas centralizadores ou ferramentas de análise de desempenho diminui em até 30% os custos da área onde a prática é adotada. Além disso, pode melhorar o controle do cumprimento dos contratos em mais de 50%. “Fazendo esta conta é possível ver se vale a pena criar uma área para gerenciar os acordos e qual o retorno mínimo que ela trará à empresa. Na maioria dos casos, chega-se à conclusão de que é importante profissionalizar a gestão”, destaca Salu. Para a gerência de contratos realmente funcionar, o especialista aconselha ao CIO tomar um passo importante: adotar um modelo de gestão. “Nenhuma solução sistêmica milagrosa dará algum retorno sem um padrão que defina atribuições, processos, indicadores e ferramentas”. Algumas ferramentas básicas serão necessárias, como o ERP, o gerenciamento eletrônico de documentos (GED) e ter um workflow, itens presentes em muitas empresas. O ERP, por exemplo, pode garantir o controle do acervo: catálogo de

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Como os investimentos em TI atingem altos volumes dentro das organizações, administração de acordos é indispensável documentos, histórico de relacionamentos, com anexos e aditivos, além de guias e certificações. Já o GED entra no processo para cuidar dos contratos digitalizados e o fluxo de trabalho cuida da execução dos eventos, com renovação, reajuste, pagamento, inspeção e penalidades. “Se a empresa tiver um sistema de business intelligence (BI) para extrair automaticamente os indicadores, o quadro ficará absolutamente completo”, garante Salu. Segundo Almeida, do IBC, outras empresas preferem alocar em diferentes grupos a missão de gerir contratos de TI. Normalmente, o departamento de conformidade (ou compliance) fiscaliza; a área de TI operacionaliza; o setor jurídico revê os documentos; e alguns consultores arregaçam as mangas como provedores de informação e aconselhamento. Algumas companhias já entraram na era da organização dos documentos e têm boas histórias para contar quando o assunto é gestão de contratos em série. Na BR Distribuidora, do setor de derivados de petróleo e álcool, a gerência da papelada de TI e telecom funciona desde 2002. Não é para menos: dona de um faturamento de R$ 52,5 bilhões, a companhia movimenta cerca de 80 grandes contratos de TI por ano. “São acordos de fornecimento de equipamentos, consultoria e auditoria, suporte técnico, serviços de digitalização, impressão, de infra-estrutura e telecom, além de segurança de internet, redes e computaInformationWeek Brasil

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Gestão dores”, explica Carlos Fernando Braga Netto, gerente de relacionamento com clientes de TI da companhia. Para fazer o trabalho correr nos trilhos, a BR criou uma unidade específica de gestão de contratos, que integra a gerência de relacionamento com clientes. Segundo Braga Netto, os benefícios vieram rapidamente. “Houve uma melhoria nas condições contratuais e na pontualidade do cumprimento das obrigações. Observamos ainda uma maior integração com as áreas de clientes, mais capacidade de planejamento e de execução de orçamento, e transparência das contas para a empresa.” Além disso, o executivo também percebeu mudanças no entorno da área, como a criação de um canal direto de relacionamento com os clientes corporativos de TI, melhores preços nos serviços e mais consistência nos planejamentos contábil e financeiro. Entre as ferramentas usadas pela BR estão o Lotus Notes e o sistema de gestão das demandas da ouvidoria e acompanhamento de contratos, desenvolvido pela consultoria Cyberlynxx. “É possível acompanhar todo o fluxo do negócio, com prazos e obrigações.” No Hospital e Maternidade São Camilo-Pompéia, em São Paulo, com 1,2 mil funcionários, o filtro de contratos de TI e telecom é observado de perto desde janeiro de 2007. “Movimentamos cerca de 20 contratos por ano”, revela Carlos Eiji Torigoe, chefe do departamento de TI da instituição. O acervo inclui acordos de links de dados, outsourcing de impressão, help desk, manutenção de sistemas e de PABX, além de leasing de equipamentos e serviços de voz. Toda a gestão operacional é feita pela área de TI e o hospital ainda conta com um setor específico que administra todos os contratos da empresa. Em pouco mais de um ano, Torigoe já coleciona vantagens da iniciativa ao extrair o máximo dos objetos contratados. “No final, ganhamos uma melhor prestação de serviços de TI.” Para o gerenciamento dos documentos sair perfeito, o executivo acredita que se deve saber exatamente todas as cláusulas dos contratos, principalmente os itens referentes aos acordos de níveis de serviço (SLA), além dos direitos e deveres do contratado. “Nas cláusulas do SLA está a estrutura principal do contrato de TI. Por isso, um acompanhamento mensal dos indicaiwb dores definidos é fundamental”, finaliza.

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O acordo ideal Seis dicas para a sua gestão de contratos sair da gaveta

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A gestão contratual é inviável sem os recursos da TI e o CIO é uma peça essencial para o sucesso do projeto de gestão. Ele deve estudar e escolher um modelo de trabalho e vender a idéia para os clientes internos. Se continuar a receber requisições desordenadas, poderá colocar a empresa em risco. __________________________________________________ A comunidade virtual www.gcvc.etc.br distribui gratuitamente indicadores de gestão de contratos. A participação é aberta aos profissionais envolvidos na área. __________________________________________________ A gestão de contratos, diferente do controle de contratações, levará a área jurídica das empresas a mudar de foco. Ao invés de atuar com cada contrato, passará a trabalhar no desenvolvimento de padrões, com modelos de minuta pré-aprovados. Aos poucos, o setor jurídico será um grande normatizador com características de auditoria – o que pode diminuir o tempo de contratação. Números do mercado mostram que, em média, são necessários 43 dias para um contrato ser fechado. Nesse período, dez dias são para a aprovação do jurídico e 23 dias para finalizar todo o processo de formatação e

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concorrência. __________________________________________________ A terceirização da gestão é uma tendência do setor. Empresas especializadas em TI podem ser contratadas para gerir eventos de aferição de SLA e benchmark, recebendo um percentual sobre o resultado. __________________________________________________ Serviços de digitalização, arquivos externos de documentos e processos de certificação digital têm grande oferta no mercado, com preços viáveis e boa qualidade. __________________________________________________ Empresas de telecom e de software, que tendem a eliminar contratos com mais de 12 meses de vigência, podem aproveitar mais o desenvolvimento da gestão. Algumas companhias de software já começam a se adequar a esse novo cenário, reduzindo a oferta licença-manutenção em troca da oferta serviço-utilização. __________________________________________________ Fonte: Escepti Consultoria e Treinamento

Ingredientes importantes para uma administração eficiente dos contratos • Antecipação das necessidades para permitir um planejamento adequado • Projetos bem-elaborados • Previsão de gastos • Interação com clientes corporativos Fonte: consultores entrevistados

InformationWeek Brasil

7/15/08 6:28:15 PM


ĂŁo

O EVENTO LĂ?DER EM BUSINESS TECHNOLOGY TRaNSaMĂŠRICa ExpO CENTER

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EvEntoS IntEgradoS:

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Keynote speaKer: nIcholas carr transformação da tI que estå por vir

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Um dos maiores visionĂĄrios em TI e autor do livro“ The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Googleâ€? criarĂĄ um contexto econĂ´mico e tecnolĂłgico para a transformação que estĂĄ por vir: a migração do pC para a Internet. acesso gratuito a todos os visitantes.

UĂŠ6Âœ * UĂŠ >ĂŒ>ĂŠ iÂ˜ĂŒiĂ€ UĂŠ7iLĂŠĂ“°ä UĂŠ ÂŤÂŤÂ?ˆV>ĂŒÂˆÂœÂ˜ĂŠ iÂ?ÂˆĂ›iÀÞ UĂŠ->>-ĂŠ­-ÂœvĂŒĂœ>Ă€iĂŠ>ĂƒĂŠ>ĂŠ-iĂ€Ă›ÂˆViÂŽ

partIcIpe do maIs Importante evento mundIal em BusIness technology. Hoje, mais do que nunca, a Tecnologia da Informação tem sido essencial no suporte aos processos de negócios das empresas e o evento Interop São Paulo Ê o melhor lugar para capacitar a estrutura de TI a trazer as melhores vantagens em inovação, agilidade e vantagem competitiva. Inscreva-se atÊ 30 de junho em qualquer pacote das conferêncIas com códIgo Ip02 e economIze atÊ r$ 600.

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Š2008 TechWeb, a division of United Business Media LLC. All Rights Reserved.

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Tech Review

À medida que a nova especificação 802.11n, com maior velocidade, cobertura e confiabilidade, faz intersecção com uma maior variedade de produtos dos fabricantes, a tecnologia sem fio se torna uma plataforma viável para a conectividade de rede

Roberta Prescott

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InformationWeek Brasil

7/15/08 6:30:55 PM


Preparado para

cortar os f ios? Frank Bulk, da InformationWeek EUA

É UMA SUPERSIMPLIFICAÇÃO DIZER QUE A ESPECIFICAÇÃO 802.11N PRENUNCIA A ERA DOS ESCRITÓRIOS SEM FIOS, COM VELOCIDADES ATINGINDO ATÉ 300 MBPS. Dentro de alguns anos, a tecnologia Wi-Fi se tornará a vanguarda das redes para as companhias interessadas em economizar dinheiro, atrair talentos de alto nível e aumentar sua segurança. Os fabricantes dedicados apenas às redes locais sem fio (WLANs) dizem, há algum tempo, que a Ethernet conectada aos desktops “está morta”, apesar das preocupações remanecentes em relação à confiabilidade, à adequação das WLANs à telefonia, à complexidade do gerenciamento das redes mistas (com e sem fio), ao suporte técnico às filiais corporativas e aos teletrabalhadores. E, é claro, ao fato de que o legado tem se mantido muito bem. Os gerentes de tecnologia comparam estes fatores ao aumento da produtividade. A possibilidade de economizar é um dos aspectos mais atrativos. A Intel estima que migrar para uma rede sem fio de maior alcance pode reduzir os custos de capital em 40% ou 50% e os custos operacionais em 20% a 30%. Com a elevação dos preços de todos os tipos de viagens, o teletrabalho também é considerado muito atrativo e a TI pode ampliar as comunicações sem fios para locais remotos. Cisco, Motorola e outras companhias contam com interfaces 3G que oferecem backup tanto para filiais com um mínimo de conectividade a redes remotas quanto para os casos de falha do aplicativo principal. A 22 de Julho de 2008

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segurança das WLANs pode superar a das LANs com fio. Quem considerar a virtualização de desktops precisa fazer a melhor adequação em toda a rede de Wi-Fi, graças aos pacotes pequenos que são inerentes às infraestruturas de desktops virtuais. A Motorola considera a especificação 802.11n como um ponto de inflexão na indústria e é uma das que vem praticando o que prega, a implementação de WLANs ubíquas em seus próprios escritórios. Será que você deveria seguir esse exemplo? Embora os fabricantes de produtos sem fio promovam o conceito de escritórios sem fios, os revendedores de comutadores de Ethernet, incluindo a Cisco e a HP, têm adotado o conceito com cautela. Sem surpresa: os fabricantes de comutadores reconhecem que vão perder muito dinheiro, à medida que deixarem de atuar na área de Ethernet para desktops.

PASSOS CUIDADOSOS Mas nenhum fabricante de WLAN corporativa afirma que vai substituir as conexões nas camadas centrais ou de distribuição. Além de sua prevalência no setor de equipamentos conectados, a Cisco detém mais da metade do mercado de WLAN corporativa com seu conjunto de equipamentos sem fio. Chris Kozup, gerente da divisão de soluções para mobilidade da Cisco, enfatiza que a companhia aproveita ao máximo sua liderança tanto nas redes com fio quanto sem fio por meio de uma abordagem de rede “unificada” que abrange os escritórios utilizando

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Tech Review a tecnologia Wi-Fi, enquanto mantém algumas portas conectadas em cada estação de trabalho. É uma boa opção, se você puder pagar por ela. A fabricante de comutadores que está em 2° lugar, a HP, combina alguns de seus próprios mecanismos habilitados para Wi-Fi com tecnologia licenciada e também dedica-se com cuidado à abordagem do conceito de escritórios totalmente sem fios. Contudo, esse sistema de gerenciamento ainda não existe. A Cisco fala sobre uma rede unificada, mas ainda não fornece gerenciamento integrado. A HP discute abertamente o problema de ferramentas de gerenciamento que são inconsistentes entre as redes com e sem fio. A Nortel Networks afirma desenvolver seu próprio dispositivo com a especificação 802.11n. Enquanto os principais fabricantes, como a Aruba, Motorola e Trapeze, tratam as redes com fio como um sistema de transporte limitado para seu tráfego sem fio. Outro ângulo corporativo que os fabricantes de comutadores estão considerando é sugerir que os escritórios totalmente sem fio são uma solução que se adequa melhor aos escritórios remotos e os de filiais do que aos escritórios centrais.

Tim Purves, diretor de tecnologia na Henry Ford Health System, em Detroit, observa que o objetivo de seu departamento é “alinhar a tecnologia com os processos de fluxo de trabalho corporativo”. Embora pareça um mantra familiar, se estes processos estiverem vinculados a abordagens imóveis, que ignoram o aumento da produtividade e as possíveis melhorias no fluxo de trabalho, por meio de uma rede sem fio pervasiva, a TI deverá dar um passo à frente e abrir um novo caminho. Felizmente, nem todos os fabricantes de comutadores corporativos estão estagnados. Trent Waterhouse, vicepresidente de marketing da Enterasys, comenta que sua companhia vê as soluções sem fio como um componente estratégico de sua organização e avalia fabricantes de WLAN sempre com vistas a alguma aquisição. A Juniper também pensa em aquisições – de acordo com fontes do mercado, uma oferta foi descartada pela Meru Networks, que também atuou como um OEM para a Foundry, pelo menos, em uma ocasião. Mas empresas como a Aerohive, Bluesocket, Colubris e Xirrus permanecem como atrativos alvos de aquisição para fabricantes de comutadores corporativos que não têm

avaliação de impacto: 802.11n E ESCRITÓRIO SEM FIO

Organização de TI

Organização de negócio

O padrão 802.11 oferece velocidades que ultrapassam 100 Mbps no desktop, ao mesmo tempo em que aumenta a confiabilidade (reliability) e cobertura. Economia operacional e de recursos em relação a conexões cabeadas se a infra-estrutura legada está totalmente depreciada e pode ser desligada.

O padrão 802.11n ainda não foi ratificado pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers); adotar logo pode significar preços maiores e chipsets imaturos. Como as redes cabeadas não vão desaparecer logo, será mais um conjunto de equipamentos para gerenciar.

Desprender as ferramentas (laptop e telefone) de um usuário de sua mesa deve aumentar a produtividade ao promover o acesso em qualquer lugar.

Uma rede sem fio funcionando mal pode levar à frustração do usuário. Alguns profissionais podem se sentir desconfortáveis em levar ferramentas de comunicação para fora do escritório e não mudarão suas formas de trabalhar.

As companhias estão todas voltadas ao “fazer

Escritórios com WLANs para principal acesso de rede são relativamente raros, e os aumentos de produtividade não são garantidos. Este é um diferencial competitivo que pode ser facilmente duplicado.

mais com menos”. Um escritório sem fio Prescott baseado em 802.11n vai custar menos que Competitividade Roberta

de negócio

Risco

uma rede LAN cabeada comparável, liberando dinheiro. A segurança também aumenta.

Conclusão

Enquanto o padrão 802.11n ainda não está ratificado, a certificação da Wi-Fi Alliance deve colocar as preocupações à parte (should put most worries to rest). Como o mercado para o 802.11n ainda está nascendo, as empresas que adotarem primeiro podem ganhar uma vantagem graças a redução de custos. Ainda, o Wi-Fi continua a ser mais black art do que a Ethernet com fio. Dito isto, os benefícios de economia e flexibilidade são convincentes (compelling).

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Fonte: InformationWeek EUA

Benefício

InformationWeek Brasil

Co

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Transformar os espaços de trabalho vai além de instalar pontos de acesso e de fornecer laptops seus próprios produtos sem fios. A Trapeze pode ser uma boa opção para a Nortel, se ela decidir recorrer a seu ex-parceiro de OEM, em vez de desenvolver seu próprio dispositivo com a especificação 802.11n. Transformar o espaço de trabalho vai além de instalar pontos de acesso e de fornecer laptops para a reconfiguração física. Atualmente, o trabalho é aquilo que você faz, não o lugar aonde você vai. O campus da Intel situado em Oregon (EUA) está destinado a cerca de 6 mil funcionários que usam mecanismos sem fio da Cisco. A gigante de chips começou com uma rede superficial, destinada ao acesso sem fio, mas à medida que a tecnologia Wi-Fi foi adotada, ela se tornou a primeira opção dos empregados. Além dos laptops utilizando o Centrino (naturalmente), a

EVO-W54APv2 Ponto de acesso WDS, repetidor

Intel também utiliza os telefones Wi-Fi, da Cisco, para serviços de voz, assim como softphones com dispositivos de modo duplo. A Cisco tem sua própria iniciativa, denominada Connected Workspace. Em adequação à sua abordagem convergente preferida, a solução sem fio é implantada em todos os lugares, mas as portas conectadas, destinadas às necessidades de comunicação com grande largura de banda, como backups e streaming de vídeo, também estão disponíveis. No entanto, a companhia reduziu em 60% sua necessidade de utilizar cobre. “O Connected Workspace encoraja a colaboração e reduz os custos com imóveis e infra-estrutura, enquanto acomoda diferentes estilos de trabalho”, relata Kozup. A Aruba e a Motorola têm sido os mais manifestos

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Tech Review Wi-Fi pode ser implementada com maior segurança do que as redes conectadas, que, freqüentemente, deixam portas desprotegidas defensores do conceito de escritório totalmente sem fios. Sem ter nada a perder, no que se refere a rendimentos com dispositivos conectados, elas somente podem ganhar se “se apoderarem” dos dólares que, normalmente, seriam gastos nos comutadores de Ethernet de seus concorrentes. Com a especificação 802.11n oferecendo um desempenho comparável ao de uma rede conectada, mas com maior mobilidade, elas têm um forte argumento. Naturalmente, um escritório sem fios é semelhante a um que não utiliza papéis – e, apesar dos documentos eletrônicos e do e-mail terem se tornado as principais formas de armazenamento e redistribuição de informações, ainda existe o intercâmbio de papéis. Do mesmo modo, a tecnologia sem fios se tornará a principal conexão somente na camada de acesso. “Dizer que um escritório ficará totalmente sem fios é uma definição inadequada’”, declara Kozup. Ainda existirão cabos, mas eles ficarão instalados, predominantemente, nas camadas central e de distribuição da rede e não serão vistos pela maioria dos usuários.

SEGURANÇA REALMENTE IMPORTA A falha de segurança ocorrida na TJX, a companhia-

matriz da TJ Maxx, na qual os invasores aproveitaram uma conexão sem fios cujo único dispositivo de segurança era o Wired Equivalent Privacy (WEP), utilizado para capturar informações referentes a cartões de crédito de dezenas de milhões dos clientes dos varejistas, permanece uma lembrança viva na memória de muitos diretores de TI dos EUA. O fato de que o elemento-chave nessa equação é que “a segurança era mantida somente pelo WEP” é um detalhe facilmente ignorado pelos paranóicos por segurança. Da forma correta, Wi-Fi pode ser implementada com maior segurança do que as redes conectadas, que, freqüentemente, deixam portas desprotegidas nos cubículos e nas salas de conferência. Uma vez que a maior parte das preocupações relacionadas à segurança, há muito tempo, têm um vínculo com as taxas de adoção das WLANs, atualmente, o método padrão é utilizar a especificação 802.1x para determinar as credenciais do usuário de uma conexão, e recorrer ao padrão avançado de criptografia para proteger o tráfego, até que ele atinja um controlador sem fio na central de dados ou na extremidade da rede. Quem ainda utilizar uma VPN sobreposta a uma rede aberta sem fios deve prestar atenção no seguinte: a menos que você tenha exigências quanto a aplicativos ou limitações específicas de hardware, este é o momento para migrar para a especificação 802.1X, com o AES. A maior vulnerabilidade de uma rede sem fios está em interferências que prejudicam o desempenho da rede ou nas técnicas de denial-of-service (DoS), algumas

Opções de voz para os escritórios sem fios Softphone

Celular

Prós

Contra

O Softphone funciona em qualquer lugar, com uma conexão em um laptop ou sem fios; tem ampla compatibilidade com PBX

O laptop deve estar ativado para receber uma chamada; requer dispositivo de telefonia ou fone de ouvido em telefones celulares

e as proporções, assim como a experiência RobertaO tamanho Prescott de utilização, são bem aceitos pelos usuários; existem diversos provedores e planos de pagamento

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A cobertura interna geralmente é desafiadora; não existe integração com PBX; pode não ser aceito por indústrias regulamentadas

Voice-over-Wi-Fi Opção de recurso de voz realmente portátil com um handset aparelho habilitado para voz sobre Wi-Fi; a cobertura se estende a qualquer ponto que sua WLAN alcançar

Poucos fabricantes de PBX oferecem sistemas de Vo-Fi; requer atenção especial ao design de freqüência de rádio do telefone habilitado para e-FMC

e-FMC phone

Geralmente requer integração e aparelhos sofisticados; mercado ainda em fase inicial

A melhor compatibilidade com celulares e com a tecnologia Wi-Fi

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delas facilitadas pelas opções no padrão 802.11n. O sistema de gerenciamento de sua infra-estrutura sem fios pode ser capaz de identificar a fonte de tráfego com fins prejudiciais ou você pode utilizar um produto de um fabricante de sistemas de prevenção contra intrusão em dispositivos sem fio sobrepostos, como a AirDefense, AirMagnet ou AirTight, que podem fazer isso e ainda mais. O trabalho com o padrão 802.11w está progredindo no sentido de oferecer proteção da estrutura de gerenciamento, entre outros recursos, para preencher as lacunas.

VELOCIDADE É FUNDAMENTAL A velocidade de produção é a primeira consideração que se faz quando se trata de conectividade de rede. E a especificação 802.11n proporciona isso: os testes realizados por fabricantes e por profissionais independentes demonstram que níveis de pico superiores a 130 Mbps podem ser atingidos, em condições adequadas. Os avançados designs de antenas e a tecnologia de múltiplas entradas e saídas (MIMO) significam que a especificação 11n também oferece melhor cobertura e maior confiabilidade e consistência de freqüência de rádio. Existem outros benefícios da 802.11n. Primeiro, ela é a 4ª geração do padrão 802.11, e as companhias podem fazer a atualização gradualmente. Em segundo lugar, à medida que o mercado se desenvolveu, correções foram acrescentadas para resolver os problemas encontrados na especificação 802.11 original. As mais importantes são a 802.11i, que lida com a segurança, e a 802.11e, que introduziu recursos de controle de qualidade de serviço. Com o desenvolvimento da especificação 802.11n e de suas taxas de tráfego mais elevadas, a abordagem distribuída mais sensível está evoluindo. O plano de gerenciamento permanece centralizado, como é comum em qualquer estrutura de serviços corporativos, mas o controle e os planos de dados podem ser colocados no núcleo, no comutador da extremidade ou no ponto de acesso. A Motorola chama esse conceito de “AP adaptativa”, enquanto a Trapeze adotou o apelido de “Smart Mobile”. Até mesmo a Aruba, com sua ênfase em fluxos de dados centralizados, oferece flexibilidade com seu Mobile Remote Access Point. Com a 802.11n em quase todas as esquinas, seus primeiros adeptos, cujos dispositivos 802.11b/g estão próximos do fim de sua vida útil, enfrentam um dilema: pagar muito pelo 802.11n, permanecer com a b/g ou acrescentar compatibilidade com 802.11a a seus pontos de acesso. Embora a especificação traga vantagens, melhor esperar até que os preços, a maturidade da AP, e/ou a 22 de Julho de 2008

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Tech Review O padrão 802.11n ainda não está completo e isto atrapalha as decisões de compra adoção padrão te deixem à vontade com a atualização. O padrão 802.11n ainda não está completo e isto atrapalha as decisões de compra. A aprovação está programada para março de 2009, muitos meses depois das previsões dadas anteriormente. A adoção, pelo fabricante, do esboço da especificação 2.0, juntamente com todos os chipsets previamente padronizados já em uso, torna altamente improvável que um padrão final seja incompatível com os produtos existentes que serão adotados. No entanto, não podemos argumentar com a lógica da espera. Os produtos de segunda geração baseados no padrão 802.11n, mesmo se tiverem funcionalidade equivalente, apresentarão muitos dos bugs e dificuldades – por exemplo, a compatibilidade com a Power over Ethernet 802.3af – que estão sendo resolvidos. Os administradores de redes corporativas também estão preocupados quanto à confiabilidade. Será que essa imperdoável sessão terminal ou o aplicativo corporativo irão falhar todas as vezes que o microondas for ligado no refeitório? Existe uma infinidade de usuários ansiosos pelos dispositivos sem fios, e a conectividade ainda não é uma certeza, quando se fala de Ethernet. Com a adequada seleção e configuração de aplicativos, os problemas de conectividade poderão ser minimizados, mas ainda é possível aperfeiçoar. A maioria dos usuários trocariam um mínimo de conectividade pela mobilidade. Outros, não o fariam.

AINDA HÁ PROBLEMAS A RESOLVER Apesar de todo o desempenho e dos outros benefícios proporcionados pela especificação 802.11n, ainda existem dúvidas quanto à confiabilidade, ao desempenho, ao legado, à integração com a infraestrutura conectada já existente e à dinâmica do mercado. A freqüência de rádio continua sendo considerada como uma “magia”, e embora a tecnologia MIMO torne a Wi-Fi mais confiável, ainda

Roberta Prescott

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não existe garantia de que uma interferência não possa interromper as transmissões. Para os usuários iniciantes, é necessário fazer um bom planejamento, utilizando uma ferramenta como a Spectrum Expert, da Cisco (anteriormente, da Cognio), que identifica possíveis fontes de interferência. Também estão disponíveis as abordagens arquiteturais para resolver o problema da confiabilidade. O mais recente ponto de acesso compatível com a especificação 802.11n, da Meru, denominado AP400, foi projetado para assegurar solidez. Seus quatro rádios integrados podem operar simultaneamente, em diferentes canais; a interferência em um canal ou em uma banda não impede que um cliente acesse outro rádio. Outra abordagem é a de instalar antenas direcionais. Se o desempenho agregado for uma questão primordial, os clientes herdados que operarem somente no modo 802.11b poderão precisar ser substituídos ou atualizados. Isso nem sempre é possível no caso de aparelhos de Vo-Fi mais antigos, de scanners portáteis nem de outros dispositivos específicos para aplicativos. Nesses casos, migrar clientes não herdados para a banda de 5 GHz, na qual existe grande seleção de canais e compatibilidade com diversos canais de 40 MHz, pode ser prudente. Desse modo, os clientes legados não causarão impacto nas capacidades de desempenho de pico do mecanismo habilitado para 802.11n. O desafio de realizar um gerenciamento de rede consistente entre as redes com fio e sem fio também é um problema. Mesmo a Cisco, que é líder em participação de mercado nos dois segmentos, não dispõe de uma interface de gerenciamento entre as duas plataformas. Como a HP destaca, as companhias não querem se inserir em um conjunto diferente de sistemas de detecção e prevenção de intrusão, segurança e ferramentas de controle de acesso a redes, para utilização em ambientes sem fio. Por enquanto, ainda serão necessários conjuntos diversos de ferramentas para gerenciar as redes com fios e sem fios. As organizações que adotarem os dois modelos verão seus custos de suporte técnico ao back-end aumentar, CMP ao invés de diminuir. InformationWeek Brasil

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Estante O livro das citações Persuasion IQ Por meio do Persuasion Institute, Kurt Mortensen estudou as pessoas mais persuasivas do mundo. Seu teste do Persuasion I.Q. mostra aos leitores de seu novo livro os hábitos e comportamentos necessários para cultivar as habilidades de persuasão naturais de cada pessoa. Concentrando-se em dez características básicas, a obra traz técnicas que ajudam a ler pessoas com mais rapidez, conquistar a atenção de interlocutores, melhorar relacionamentos etc. Editora: Amacom Books Preço sugerido: US$ 21,95 (pela internet)

O traidor Em sua sexta obra, o economista e cientista social Eduardo Gianetti da Fonseca reúne três décadas de pesquisa de expressões que representam contribuições à filosofia, ciência e literatura dadas por intelectuais e pensadores nos últimos 25 séculos. O livro está estruturado em quatro grandes temas: o uso da linguagem, a busca do saber, a conduta individual e a ética cívica. Seus 36 capítulos podem ser lidos de forma não-linear, sem que o entendimento da história do pensamento humano seja afetado. Uma boa fonte de referência, sem a superficialidade dos tradicionais livros de citações.

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Lançado em fevereiro nos Estados Unidos e com tradução colocada agora no mercado brasileiro, O traidor pinta um quadro muito menos romântico da máfia do que o apresentado em filmes como O Poderoso Chefão e o seriado Os Sopranos. Acostumado ao submundo da cidade de Nova York, o ganhador do Prêmio Pulitzer, Jimmy Breslin, baseia-se no depoimento de um traficante chamado Burton Kaplan para contar a história dos detetives Louis Eppolito e Stephen Caracappa, condenados em 2006 por envolvimento com a máfia. Encontrar mocinhos não será uma tarefa fácil! Editora: Larousse do Brasil Preço sugerido: R$ 39,90

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Inovação

As eleições presidenciais nos Estados Unidos, que serão realizadas neste ano, estão se transformando em um evento considerado como verdadeiro “divisor de águas”. Esta é a primeira vez que a web é utilizada pelos candidatos à presidência dos EUA para se conectarem diretamente com os eleitores, por meio de websites de redes sociais, como MySpace e Facebook. A Reader’s Digest denominou a campanha presidencial de 2008 nos Estados Unidos como a “Eleição do Facebook”. Os políticos compreenderam o potencial eleitoral destes sites para se conectarem diretamente, em um nível social informal, com os eleitores. Os principais candidatos mantêm uma página pessoal no MySpace e no Facebook e acumulam “amigos” como parte de sua iniciativa de conquistar eleitores, durante a campanha. As páginas no Facebook não somente criam a impressão de que um candidato político está em contato com as mais recentes tendências populares entre os jovens, mas também possibilitam que consiga alcançar os eleitores. John McCain inaugurou páginas pessoais no MySpace e no Facebook. Depois que McCain conquistou a indicação a candidato pelo Partido Republicano, em abril de 2008, a equipe que trabalha em sua campanha criou o chamado “John McCain Facebook Challenge” (“Desafio John McCain do Facebook”), a fim promover o candidato “de forma viral” por intermédio de redes de “amigos”. No entanto, é Barack Obama quem tem aproveitado de maneira mais eficaz o potencial do famoso Facebook. Em sua página, que apresenta o lema “Our Moment is Now” (“Nosso Momento é Agora”), mais de 1 milhão de membros se inscreveram para dar seu apoio. A grande vantagem eleitoral de Obama vem de outro meio de comunicação disponibilizado pela Web 2.0: o YouTube. Quando seu discurso de 38 minutos foi divulgado em vídeo, ele foi

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Foto: Divulgação

A eleição do Facebook

Soumitra Dutta é reitor para relações exteriores do Insead e professor de negócios e tecnologia da Roland Berger

assistido por mais de dois milhões de pessoas nos primeiros dois dias. E seu videoclipe, que recebeu o nome de “Yes We Can” (“Sim, Nós Podemos”), foi assistido no YouTube mais de quatro milhões de vezes em somente quatro dias, e 20 milhões de vezes antes que Obama fosse escolhido como candidato pelo partido Democrata. A mídia da Web 2.0 também representa um papel importante no debate democrático. O YouTube e a CNN formaram uma parceria para apresentar um fórum de candidatos democratas, ao passo que o MySpace se aliou à MTV para transmitir um evento similar, ao vivo, realizado pelos candidatos republicanos. Um aspecto exclusivo desses fóruns foi que as perguntas feitas aos candidatos foram enviadas por cidadãos norte-americanos comuns. Estes fóruns de redes sociais incluíram a voz da cidadania no processo eleitoral. O processo democrático é participativo, e o fenômeno da Web 2.0 trata da democratização da tecnologia digital. Nunca, antes, houve um momento mais apropriado para canalizar a tecnologia visando a redemocratizar as democracias.

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