InformationWeek Brasil - Ed.247

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Julho de 2013 - Ano 14 - nº 247

O VA LO R DA T I PA R A O S N E G Ó C I O S

Antes da TI, a Estratégia Especial traz inovação, carreira, orçamento, sob a visão de CIOs ouvidos no estudo da IT Mídia

A Copa na palma da mão. Será?

Os números mostram que ainda há muito a ser feito até o campeonato mundial do próximo ano

IT Mídia Debate Empresas começam a entender como usar as redes sociais a favor dos negócios

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produtos garantia nos EUA

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Índice Julho de 2013 - Número 247

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CopA do Mundo

InvesTIMenTos são MuITos, IncerTezas TaMBéM. MesMo assIM, execuTIvos e cIos De cluBes ManTêM ProMessas De MoBIlIDaDe, conecTIvIDaDe, agIlIDaDe e Inovação no MunDIal De 2014

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Conexões CorporAtIvAs

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IT Mídia Debate explora o poder das redes sociais para engajamento e colaboração, recurso que começa a ser usado por companhias brasileiras

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Antes dA tI, A estrAtégIA

Prévia do estudo feito pela IT Mídia neste ano com as 500 maiores empresas do Brasil avalia três aspectos críticos da área: a fuga de orçamento, inovação e perfil estratégico de equipes

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76 negócIos

ConfIrA CoMo A BM&fBoVESPA CEnTrAlIzou o MonITorAMEnTo DE SuA InfrAESTruTurA DE TI E ConSolIDou 99,9% DE DISPonIBIlIDADE EM SErVIDorES

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IntelIgêncIa artIfIcIal Você está preparado para lidar com máquinas capazes de aprender? IT Mídia Debate mostrou que essa tecnologia começa a estar presente nas empresas

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gestão

Sob liderança de Meg Whitman, HP quer consolidar caminho para a nova TI com nuvem e Big Data

fIxas 08 Expediente 10 Editorial 98 Papo Aberto

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MÁRCIO LIMA Gerente de Relacionamento com Clientes mlima@itmidia.com.br

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Amanhã é outro

dia? É comum ouvir as pessoas di-

portamento de alguns colegas. E

zerem, quando se deparam com al-

qual a solução, então? Mudar. Es-

gum problema ou mesmo quando

tar mais aberto às tendências, a

tiveram um dia ruim, que “amanhã

conversar com os demais depar-

é outro dia”. E não falo apenas no âm-

tamentos e não apenas com aque-

bito pessoal, a frase também é recor-

les que estão no mesmo nível que

rente no ambiente corporativo. Mas

você, bem como com usuários de

será mesmo outro dia? Em diver-

tecnologia. Conhecer bem o clien-

sos momentos, isso serve apenas

te – e as demandas do dia a dia – é

para acumular coisas que vinham

essencial para manter o papel de

transcorrendo de forma errada ou

relevância da TI.

mesmo para postergar uma atitude

Isso impede, por exemplo, que

mais radical como deixar o jeitinho

o surgimento de “Outras TIs”, tema

de lado e partir para algo mais com-

de uma das reportagens desta edi-

pleto, embora não menos complexo,

ção, seja um grande problema para

e dar fim a um grande problema.

o departamento de tecnologia.

Mas o que isso tem a ver com a

Vale lembrar que chamamos de

TI? Muito. Analistas de mercado e es-

“Outras TIs” os investimentos fei-

pecialistas da indústria tendem a di-

tos pelas áreas de negócio para su-

zer que, muitas vezes, os gestores de

prir demandas específicas e isso,

TI optam por postergar investimen-

nem sempre, é supervisionado

tos em tendências que fazem todo

pela TI. Cada vez mais, você, CIO,

o sentido para o setor de atuação.

precisa estar integrado ao negó-

Medo, insegurança, dificuldade de

cio e se sentir o negócio. Sabemos

justificar o investimento, falta de co-

que isso é um processo complexo

nhecimento mais amplo da tecnolo-

e evolutivo, mas trata-se de um ca-

gia em questão e até receio de perder

minho sem volta. E o quanto antes

o controle, como no caso de BYOD.

você começar, melhor.

É engraçado que alguns CIOs também confidenciam tal com-

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Até a próxima

Foto: Ricardo Benichio

Carta ao leitor IW Brasil

Vitor CaValCanti Editor

VCaValCanti@itmidia.Com.br

Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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Entrevista IW Brasil

Foto: Divulgação

João Donizeti dos Santos, da Votorantim Industrial

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Elevar Gabriela Stripoli

A principAl mEtA pArA o primEiro Ano dE João donizEti dos sAntos, novo cio dA votorAntim industriAl, é A conquistA dE cErtificAçõEs - umA dElAs, inéditA EntrE EmprEsAs brAsilEirAs

altos níveis oão Donizeti dos Santos está na equipe de TI do Grupo Votorantim desde 2004, mas acumula 34 anos de experiência na área de tecnologia da informação. Sob a gestão de Fabio Faria, o executivo participou dos projetos da área como gerente geral de infraestrutura da Votorantim Industrial. Em maio, Donizeti assumiu o cargo de diretor corporativo de tecnologia da informação da Votorantim In-

dustrial e, a partir de então, enfrenta a difícil missão de elevar ainda mais o nível de processos com forte governança. O momento em que o executivo assume o comando da área segue a integração do ERP e padronização de sistemas entre as companhias do grupo. Para aprimorar a eficiência do departamento de TI, o CIO estabeleceu como primeiro passo a obtenção de novas certificações já em 2013.

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Entrevista IW Brasil

IW Brasil - Você já fazia parte da equipe de TI da Votorantim Industrial. Como você analisa o trabalho da área desenvolvido antes de sua chegada? João Donizeti dos Santos - O grande desafio no trabalho com o Fabio à frente da TI era a questão da padronização e a integração entre todas as empresas do grupo. Nós tínhamos uma situação em que cada uma das empresas usava um ERP diferente, com infraestruturas separadas. Em resumo, as empresas não estavam integradas e isso era prejudicial não só para a TI, mas para a Votorantim enquanto grupo. O grande desafio dessa fase foi implementar um único ERP, promover a padronização de hardware e software dentro da organização e capturar o potencial de todas as áreas integradas.Esse processo, chamado de Projeto Integra, durou 30 meses e foi concluído após intenso trabalho de todas as equipes. IWB - Quais as expectativas para trazer inovação, agora que a base está sólida? Donizeti - Hoje, a Votorantim está num patamar bastante elevado no ponto de vista de TI, tanto em soluções, como em governança. Nós temos um modelo muito conhecido e divulgado, então eu diria que daqui pra frente o grande desafio é como efetivamente melhorar. Resumindo, como elevar o nível de satisfação dos nossos clientes, nível esse que já é bastante elevado.

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IWB - Elevado quanto? Donizeti – Estamos falando de um modelo bastante consolidado, de forte governança. Dentro do framework do Cobit [Control Objectives for Information and related Technology, guia de boas práticas de TI o qual a Votorantim segue], por exemplo, dos 34 processos dentro da minha alçada, 68% deles estão no nível quatro. O restante é nível 3, não temos nenhum processo abaixo disso. IWB - Quais os caminhos, então, já traçados para implantar melhorias? Donizeti – Se considerarmos o ano de 2013, estamos buscando três novas certificações. Duas delas são a ISO 9.000, que trata da gestão de qualidade dos serviços de TI; e a ISO 27.001, que trata da gestão do sistema de segurança da informação. O foco, contudo, é alcançar uma certificação da SAP inédita no Brasil. Já somos certificados pela fornecedora alemã, mas agora queremos chegar a um nível ainda mais avançado. Para se ter uma ideia, menos de 30 empresas no mundo têm esse reconhecimento, na América Latina apenas duas. Ela basicamente trata da gestão integrada da qualidade – como preservar investimentos para continuidade de negócio e entrega

de serviços. Isso sem mencionar as recertificações, como a ISO 20.00 e a ISAE 3402 tipo 2 (antiga SAS 70). IWB - E quanto aos projetos e implementações em curso? Donizeti – Além da melhoria de nível de eficiência, temos uma carteira de mais ou menos 200 projetos em andamento. IWB – Dentre tantos projetos, quais são as prioridades? Sobretudo com três tendências bem fortes na TI: nuvem, mobilidade e big data. Donizeti – Como toda grande organização, os negócios hoje são completamente dependentes de TI, seja no ERP ou no sistema legado. Por isso, estabilidade é nosso foco. Assim, queremos trabalhar fortemente nos pontos onde sabemos que há possibilidade de melhoria de satisfação de nossos clientes e, nesse contexto de disponibilidade, a questão de mobilidade se destaca. Temos uma série de iniciativas voltadas para a área móvel, a fim de disponibilizar aos funcionários cada vez mais informações e ferramentas de trabalho independentemente de onde eles estejam. Em termos de nuvem, já temos bastantes ambientes virtualizados

Dos 34 processos de TI da Votorantim Industrial, 68% estão no nível 4 do Cobit IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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em ambientes privados, com um dinamismo muito grande. Alocar e desalocá-los é muito tranquilo, já fazemos há algum tempo. Já em cloud pública, menos. Temos alguns serviços com provedoras e principalmente nossos portais, mas estamos avaliando a migração de nosso e-mail para nuvem e backup para mensagens. Além disso, a nuvem privada deve alcançar outras esferas – por exemplo, a organização demanda muitos vídeos, e por isso estamos estudando a nuvem para consumir esse conteúdo a partir da demanda e otimizar custos. O caminho para uma nuvem híbrida é inevitável. IWB - Já que a questão da disponibilidade é tão importante para a Votorantim, como você avalia os SLAs e os cumprimentos de contrato de nuvem até agora? Donizeti - Por enquanto, não temos nenhum tipo de aplicação de missão crítica na nuvem. Acredito que serviços precisam evoluir e ganhar mais maturidade. Talvez por isso temos hoje um nível muito satisfatório em relação a SLAs. Trabalhamos com três fornecedores no máximo, os quais destaco o uso do SuccessFactors, da SAP, em nuvem com boa estabilidade. IWB - E sobre Big Data? Donizeti - Estamos estudando aplicar ferramentas específicas de Big Data na área de BI. Existe hoje uma demanda muito forte, ainda ligada ao que mencionei sobre mobilidade, de avaliar quais as informações,

dentre um volume muito grande de dados, que devem estar imediatamente disponíveis em dispositivos móveis. Está em andamento uma prova de conceito com o SAP Hana para avaliar se faz sentido adotar uma ferramenta de Big Data para isso agora. É importante até para avaliar para onde vamos caminhar na área móvel. Começamos em meados de abril e no segundo semestre tomaremos uma decisão. IWB - Já que falamos de tendências e o trabalho é extenso, como fica a inovação nessa agenda? Donizeti – Temos uma Consultoria de Negócios dentro da alçada da TI. São pessoas de tecnologia, mas com profundo conhecimento de negócios, com função de trabalhar exclusivamente a inovação na Votorantim. Ela está sempre olhando o que está acontecendo no mercado, e dentro de cada estratégia de negócios, procura trazer reais mudanças. Isso começa, na verdade, com o CEO de cada empresa do grupo para então desdobrar essa estratégia e como a TI consegue contribuir dentro de cada frente. Isso existe há algum tempo. Ações de mobilidade, por exemplo, surgiram com essa consultoria. A questão é que se não deslocar a inovação por si só entre as demandas do cotidiano, o dia a dia acaba consumindo as equipes e não sobra tempo ou energia para novas ideias para o negócio. Esse modelo tem dado certo e iremos seguir com ele em frente. iwb

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Espaço aberto e democrático, as redes sociais se tornaram palco para discussões e mobilizações de diversos gêneros. E sua empresa, faz parte desse mundo ou ainda está desconectada?

#VemPra VemPra KAREN FERRAZ | KAREN.FERRAZ@ITMIDIA.COM.BR

Luciana Longhini, coordenadora de TI da Nissin Ajinomoto

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Fotos: Ricardo Benichio

raRede Erik Ramalho, CEO da UI2

Adriano Aquino, da CIO On Demand

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IT Mídia Debate Redes Sociais

Nos causa um certo espanto o fato de algumas empresas ainda não terem redes sociais em suas agendas

M

eses atrás, quem imaginaria que um movimento que surgiu em pequenos grupos ganhando força através das redes sociais seria capaz de levar milhares de pessoas para as ruas de diversas cidades brasileiras e até de outros países? Ideologias à parte, o fato é que o Brasil sentiu na pele o poder de engajamento da social media e sua capacidade de espalhar infor-

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Adriano Aquino da CIO on Demand mações e organizar pessoas em prol de objetivos em comum. O País tem hoje mais de 70 milhões e de usuários no Facebook e mais de 30 milhões no Twitter, e está entre as nações que mais utilizam redes sociais no mundo. Esses novos canais de comunicação fazem parte da rotina dos brasileiros não só para conexão com amigos, mas para interação com marcas. Sendo assim, trazer essa riqueza de informações sobre consumidores,

produtos e sentimentos para dentro da sua companhia não é mais uma questão de opção, e sim fator chave de competitividade. Estudos do Gartner realizados com CIOs de todo o mundo mostram que as mídias sociais estão entre as principais tecnologias que irão impactar os negócios nos próximos dez anos. Para discutir como as empresas podem fincar suas bandeiras nas redes sociais, o IT Mídia Debate, IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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Integramos o software de atendimento ao consumidor com o Twitter e hoje temos a posição de ouvir o cliente Luciana Longhini da Nissin Ajinomoto promovido na sede da IT Mídia, em São Paulo, contou com a participação dos debatedores Adriano Aquino, da CIO On Demand, Erik Ramalho, CEO da UI2, e Luciana Longhini, coordenadora de TI da Nissin Ajinomoto. “Nos causa um certo espanto o fato de algumas empresas ainda não terem redes sociais em suas agendas”, compartilhou Adriano Aquino, que desenvolve projetos para diversas companhias. Em sua análise, a maioria das organizações têm destinado poucos esforços seja para aproveitar oportunidades de negócios, ou para conter o impacto do sentimento negativo do público sobre suas marcas. “Em alguns casos a gestão dessa informação é quase zero. O ideal seria extrair esses dados não estru-

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turados para a solução de BI e integrar as redes sociais com o CRM para identificar um comentário negativo e abrir um atendimento imediato. Mas as empresas têm medo de fazer isso e descobrir que a situação não vai tão bem.” Observando a necessidade de estabelecer uma comunicação mais eficiente com seus consumidores e gerenciar um volume crescente de ligações e interações via redes sociais, a empresa do ramo alimentício Nissin Ajinomoto começou analisar a interação dos clientes com a marca em 2009. Esta iniciativa resultou na modernização do serviço de atendimento ao cliente, projeto feito em parceria com o departamento de TI com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) em 2011. IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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CAIU NA REDE? Como gerenciar e alimentar uma rede social corporativa para que ela siga os propósitos da companhia? Uma vez implantada, o grande desafio é fazer com que a rede social interna não caia em desuso e seja abandonada. Alimentar a rede com conteúdos relevantes, direcionados para cada público-alvo interno, e mediá-los com uso de regras de taxonomia e tagging é imprescindível para que este seja um espaço de colaboração. Trabalhar esse modelo de gestão e preparar as empresas para ouvir a opinião desse mundo real exige um alinhamento entre as políticas da empresa com as de rede sociais. A coordenadora de TI da Nissin Ajinomoto, Luciana Longhini, acredita que por estarem sendo monitorados, os funcionários não vão adotar certas práticas, como a rádio-peão. Adriano Aquino, da CIO on Demand, também defende que a “cultura da caça às bruxas” não vai acontecer. “Os profissionais sabem que serão monitorados e podem sofrer consequências”, pontua. Para Erik Ramalho , da CIO on Demand, um novo tipo de profissional, com elementos das áreas de comunicação, marketing e recursos humanos, será o responsável pelo gerenciamento desse novo canal – ferramenta que deve seguir mesmo o mesmo direcionamento e as mesmas políticas de gestão da companhia.

“Fizemos um estudo para saber o que iríamos racionalizar e como iríamos interagir e, assim, integramos o software de atendimento ao consumidor com os conteúdos que recebemos no Twitter, criando uma equipe de web-SAC”, explica a coordenadora de TI da Nissin Ajinomoto, Luciana Longhini. “Hoje temos essa posição de ouvir o que nosso cliente está falando nas redes, aplicando sugestões que recebemos. Até já tiramos alguns sabores do mercado.” Proporcionar um atendimento com qualidade e agilidade livre de burocracias foi um dos maiores benefícios apontados por Luciana. “Colocamos as pessoas que estavam fazendo coisas burocráticas para atender o que cair nas redes sociais e tratar aquilo com conteúdo e informação”, acrescenta. Segundo a coordenadora de TI, os próximos passos da companhia são integrar o Facebook com o CRM e implementar o atendimento via SMS. “Tirar as pessoas do Reclame Aqui e trazé-las para o ambiente corporativo é o caminho”, afirma o CIO Adriano Aquino, da CIO on Demand. “É trazer o mundo digital em seu favor, criando indicadores e taxas de engajamento para basear decisões de negócios. Esse cliente segue sua marca no Facebook e no Twitter porque gosta dela e é preciso acompanhar o que ele está falando”. No entanto, Aquino destaca que, na maioria dos projetos de redes sociais, a porta de entrada acontece

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IT Mídia Debate Redes Sociais

por meio do departamento de marketing e as áreas de atendimento. Só depois, em último lugar, a TI. “O profissional de TI tem muito medo do que essas novas ferramentas podem trazer para o dia a dia dele.” O OutrO ladO

Embora integrar as informações disponíveis nas redes sociais ainda seja um desafio considerável para muitas empresas, a lacuna é certamente maior quando pensamos na criação de uma rede interna colaborativa. Quantas informações de um projeto poderiam ser importantes para outras áreas, mas não são compartilhadas? A fórmula certa para criar uma rede colaborativa, capaz de promover a troca de experiências e conhecimentos deve ser a integração, seja dentro da empresa ou com o

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mundo lá fora, na visão de Erik Ramalho, CEO da UI2, empresa especializada em soluções de comunicação e colaboração corporativa. “Não se cria uma rede social interna, e sim uma rede de propósito. A interação tem que ser ponto a ponto, ou então será apenas uma área de troca de ideais desconexas”, afirma. Para Ramalho, a estratégia deve ser implantar o projeto e aos poucos fazer adequações, pois nenhuma ferramenta terá adoção imediata por todos os colaboradores. Nesse processo, ele acredita que a bandeira da rede social interna deve ser levantada pela TI. “Se existe a demanda, o CIO vai ter que comprar essa ideia, pois somente ele vai saber qual é a melhor ferramenta para se investir.” Segundo Adriano Aquino, da CIO on Demand, as startups e as novas

Não se cria uma rede social interna, e sim uma rede de propósito Erik Ramalho da UI2 gerações de funcionários têm muito a ensinar sobre uma nova realidade corporativa nessa empreitada pelas redes sociais. “Muitos decisores ainda estão achando que estamos falando de Second Life. Temos que nos espelhar em que está dando certo e não olhar para trás. Se as empresas ficarem esperando um ou dois anos para decidirem se vão ou não entrar para as redes sociais, veremos muitas grandes quebrarem”. iwb IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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Fotos: Divulgação

Indústria IW Brasil

Desafios Vitor CaValCanti*

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AIS

SAP aposta em integração de tecnologias na plataforma Hana e em forte abordagem móvel para ajudar clientes neste novo momento da TI

Cloud, Big Data, mobilidade, internet das coisas e rede social são termos propagados pela indústria nos últimos anos como tendências que atingiriam os clientes e demandariam investimentos e novas formas de se encarar a TI. Mais que isso, esses temas orbitam no que se convencionou chamar de era digital, um ambiente onde tudo se conecta e onde cada passo ou processo, como preferir, deixa uma pegada digital passível de ser analisada. “A era digital está trazendo grandes transformações para as indústrias. Os negócios podem reduzir o consumo de bens em tempo real e poderemos levar a competição para outro nível”, avaliou Jim Snabe, CoCEO da SAP, durante o SAPPHIRE, principal evento da fabricante para clientes realizado em Orlando (EUA). Acostumada a ser software padrão nas principais empresas – como lembra Bill McDermott, também CoCEO da SAP, 98% das marcas mais valiosas do mundo estão com eles -, a companhia sabe que precisa investir em novas frentes para aten-

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3 perguntas para Jim snabe IWB - Você acredita que a abordagem de nuvem da SAP é adequada para ganhar espaço nos mercados emergentes? Jim Snabe - A única forma de chegarmos a companhias de pequeno e médio porte é por meio da computação em nuvem. Essas empresas não têm expertise em gerenciar a complexidade tecnológica. E para o Brasil acreditamos que a abordagem de levar a plataforma Hana para nuvem vai ser muito adequada. IWB - Mas você não considera uma aquisição no Brasil? Pergunto isso porque muitas empresas tentam entrar nesse segmento e não conseguem pela concorrência local. Snabe - Temos boas parceria e podemos escalar com esses parceiros. As oportunidades de mercado são tremendas, mas hoje acreditamos que podemos chegar lá por meio de nossos parceiros. IWB - E cloud seria o ponto chave nesse sentido? Snabe - Acredito que sim. Claro que temos o modelo tradicional muito forte, mas temos empresas crescendo rapidamente e indo em direção à nuvem e temos que simplificar as coisas para os clientes.

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der a todos os desafios que a tal era digital traz. E não se trata apenas de um novo momento. Essa era é formada por um público diferente e que encara tecnologia de maneira distinta. São pessoas que buscam simplicidade, eficiência e uma boa interface de usuário que, de preferência, seja bonita. Não é à toa que a fabricante apostou, por exemplo, no poder do design thinking. “Para pensar para onde estávamos indo e para onde deveríamos ir. O futuro é móvel e, por isso, desenvolvemos

uma plataforma líder para mobilidade. Vamos aproveitar as grandes oportunidades juntos. Temos agora a geração millenium que é o maior alvo de mercado. Eles são diferentes”, comentou McDermott. Para o executivo a máxima dessa geração passa pela seguinte afirmação: “tecnologia ajuda a ser o que quero ser e não me define”. Um dos exemplos do investimento da SAP em direção a esse público é o Fiori, um conjunto de aplicativos que levam processos críticos de negócio para dispositivos

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móveis num formato até pouco tempo atrás inimaginável para uma companhia como a SAP. O desafio do digital não atinge apenas a SAP, grandes corporações como HP, IBM e Microsoft vêm estruturando suas estratégias de forma a abraçar as tendências desse novo mundo e isso passa por rever produtos, repensar abordagens e ouvir. A proximidade com o cliente é crucial para entender o que está acontecendo mundo afora e, assim, ajudá-lo da melhor forma possível. “Acredito que a tecnologia vai realmente mudar a forma que vivemos, trabalhamos e como os negócios são tocados. E somos tão fortes que somos capazes de criar esse futuro. Acredito em descentralização, na criação de informação, na

A companhia, por exemplo, apostou certo na computação em memória quando muitos achavam o tema não ganharia força. Hoje, a plataforma Hana já roda até siste-

A era digital está trazendo grandes transformações para as indústrias. Os negócios podem reduzir o consumo de bens em tempo real, diz Snabe conexão de pessoas. Sou otimista sobre o futuro”, lembrou Snabe, ao comentar como via o futuro da própria SAP que atravessa um bom momento em termos de lançamentos de produtos e resultados financeiros.

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mas transacionais. Para a questão de análise de dados em tempo real, tal abordagem tem se mostrado bastante eficaz, prova maior é que a appliance da SAP já não é única no mercado, embora a fabricante seja a que mais tenha incorporado

o assunto ao discurso corporativo. “Decidimos três anos atrás desenvolver e criar algo líder. Optamos por colocar todos os dados de uma empresa na computação em memória. Você sabe como seu negócio está desempenhando? Você pode ver isso em tempo real, combinar informações, simular situações e reage rapidamente à concorrência”, afirmou Snabe. O executivo explicou que mundo digital pede redução de consumo, análise em tempo real e menos complexidade na ponta. Ele diz ainda que, no portfólio de clientes da SAP, existem departamentos de TI que reduziram o custo de propriedade em 30%. “Outra promessa era em relação à nuvem. A era digital pede velocidade. Mais de 50% das 500 maiores empresas pode não estar na lista em alguns anos, porque isso [se manter grande] envolve tecnologia na equação e a velocidade de inovação é crítica. Complexidade é um dos grandes inibidores da inovação”, avaliou. “Negócios são como natureza, mas a evolução na natureza acontece por mutações que levam milhares de anos e, nos negócios, isso vem pela inovação, pelo surgimento de novos modelos de negócios.” iwb *O jornalista viajou a Orlando a convite da SAP Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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Somos aqueles que fazem sua

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resultados de negócio.

Sobre a Capgemini

Com mais de 125 mil profissionais em 44 países, a Capgemini é um dos principais provedores globais de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização. Em 2012, o Grupo reportou uma receita global de 10,3 bilhões de euros. Em conjunto com seus clientes, a Capgemini cria e entrega soluções de negócios e tecnologia, que atendem às suas necessidades e alcançam os resultados desejados. Como uma empresa essencialmente multicultural, a Capgemini desenvolveu seu modo próprio de trabalhar, o Collaborative Business ExperienceTM, com base no Rightshore®, seu modelo de entrega mundial.

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Mais informações em www.br.capgemini.com

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Antes da TI, a Estratégia Inovação

Gabriela Stripoli | Gabriela.Stripoli@itmidia.com.br

Para inserir a TI no comando da inovação, a diversidade de conhecimento e áreas envolvidas é elemento mandatório para projetos bem-sucedidos

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Foto: Ricardo Benichio

Sergio Bueno, da M Cassab: soluções criativas de diferentes segmentos da indústria

Inovação nunca deixou de ser a palavra da ordem nas empresas – sobretudo na área de TI, tida como a porta de entrada para a abordagem estratégica da tecnologia da informação lado a lado com os objetivos de negócio. Esse discurso já é conhecido entre as lideranças, mesmo ainda sendo incerto o real caminho para ser alcançado. Porém, é impossível ser inovador sem ultrapassar as fronteiras de TI e chegar no território de outras áreas dentro da organização. Na prévia de 2013 do estudo “Antes da TI, a Estratégia” realizado pela IT Mídia, 54,9% dos entrevistados assumiram que a TI atua de forma intensa nos projetos de inovação, como parte do dia a dia do departamento. Qual foi a jornada, então, seguida por mais da metade das companhias consultadas, para encontrar a posição à frente das demandas e criar, de fato, projetos inovadores? A natureza do negócio é um bom começo para trazer ideias de “fora da caixa” da TI. É o caso da M. Cassab, grupo empresarial conhecido justamente pela ampla gama nas áreas de atuação. A companhia possui 15 unidades de negócio extremamente variadas, passando por desde a criação de peixes e loja de utilidades domésticas até mesmo uma indústria química. Logo, um único departamento de TI responsável por demandas de natureza tão distintas acaba encontrando em um dos

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Antes da TI, a Estratégia Inovação segmentos uma solução totalmente impensável para outro, mas que se mostra aplicável, eficaz e inovadora. “Está no DNA de nossos acionistas a administração de negócios tão diferentes. Unificar as plataformas nos exigiu imensa criatividade para lidar com tanta diversidade”, conta o CIO da M. Cassab, Sergio Bueno. Essa liberdade foi, inclusive, um dos motivos que levaram o executivo ao cargo – liberdade para atuar com projetos pioneiros e diferenciados. A autonomia como líder da área permitiu a defesa do plano de negócios para o departamento de TI. Uma vez conquistado o convencimento das lideranças, o orçamento deixou de ser um limitador. Bueno teve seu budget elevado em quase quatro vezes, e para este ano a cifra chegou a R$ 12 milhões. Com liberdade de gestão e recursos, é natural que a inovação seja fluida da TI para as outras áreas da companhia. Entre alguns projetos classificados como inovadores pelo executivo estão a adoção da nuvem pública, da Amazon, e a contratação de ferramentas de business intelligence da Microsoft. O carro-chefe, contudo, é o projeto RevITaliza, sobre o qual foi desenvolvida toda uma estratégia de comunicação e marketing para contaminar todas as áreas da empresa. O objetivo da proposta é disseminar por toda a companhia as iniciativas que ajudam a trazer inovação e tecnologia em prol das metas de negócio. No fim das contas, o projeto auxilia também na defesa da TI como a responsável por

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inovação, de modo que colaboradores de todo o grupo procurem a equipe de Bueno quando possuem um problema – ou uma boa ideia – que requer inovação. Para ser implantado, o RevITaliza contou com atuação da área de recursos humanos, mantendo a ideia de pluralidade de ideias. “Às vezes a gente se preocupa apenas na ponte da pirâmide, mas olhar pra base é importante para perceber muitas ideias bacanas, que erroneamente correm o risco de ser desprezadas”, afirma Bueno. Colaboração O conceito da TI como porta para o caminho da inovação também é compartilhado pela Ultracargo. A solução encontrada para

bilizada na intranet, para receber sugestões de qualquer membro da Ultracargo para a criação de uma solução focada numa situação cotidiana. Para garantir que a aplicação chegasse a todos os colaboradores, a Ultracargo instalou totens em suas filiais e promoveu a inclusão digital dos operadores de terminal – dando a eles acesso à rede, e-mail e intranet. Assim, uma solução de TI foi responsável por concentrar a fase mais embrionária de propostas inovadoras, facilitando a participação e a liderança da área de tecnologia no decorrer da implantação de cada projeto. “É uma forma concreta de envolver todos os colaboradores na inovação dos processos de todas as áreas da empresa, levando em conta os fatores de produtividade, redução de

“Às vezes a gente se preocupa apenas na ponte da pirâmide, mas olhar pra base é importante para perceber muitas ideias bacanas, que erroneamente correm o risco de ser desprezadas” abraçar projetos inovadores na empresa utiliza o mesmo conceito de integrar outras áreas da companhia sob a tutela do departamento de tecnologia, concretizada no desenvolvimento de uma plataforma colaborativa chamada Rede de Ideias. A iniciativa consiste em uma aplicação em Sharepoint, disponi-

custos e competitividade”, defende a gerente de TI da Ultracargo, Célia Regina Poliakovas. Em dois anos no ar, foram mais de mil sugestões coletadas e, a cada ciclo, as melhores recebem prêmios da companhia. Esse caminho permitiu que um coordenador administrativo de Santos (SP), por exemplo, fosse IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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Foto: Photogama

Celia Regina Poliakovas, da Ultracargo: Plataforma colaborativa para absorver ideias de outras áreas

o responsável pela concepção do Projeto Guardião, de automação do controle de entrada e saídas dos vários lotes daquela filial. O principal benefício ao acatar a proposta do colaborador foi a diminuição dos gastos com segurança patrimonial. “Hoje estamos implantando o Projeto Guardião com tecnologia RFID [sigla em inglês para identificação por rádio-frequência] para rastrear todos os caminhões que transitam entre os vários lotes da filial.” Pensar o impensável Quando o próprio negócio exige criatividade e diversificação, a ino-

vação fica mais próxima. A Mineração Taboca não viu escolha senão pensar em alternativas inovadoras para ultrapassar as barreiras de administração de filiais geograficamente distantes. Não raro, o gerente de TI e infraestrutura de TI, Marcos Bueno de Oliveira, lidera implantações antes impensáveis para extração de minerais. Uma delas foi a construção de uma rede de 80 quilômetros de fibra óptica terrestre para atender às necessidades das plantas. “Não consigo pensar em outro modelo de administração de TI senão esse. A TI deve participar das decisões de negócio para ser

capaz de traduzir necessidades e colocar a inovação nas soluções em si”, propõe o executivo. Para ele, ser reativo também é ser inovador, desde que a área de tecnologia seja capaz de implantar ideias incomuns para aumentar a produtividade e eficiência. Assim como o caso do M. Cassab, a Mineração Taboca coloca o orçamento de TI como prioridade. “Não podemos encarar como centro de custos uma área responsável por alavancar as operações. Por isso, o alinhamento aos negócios é vital, senão um projeto, mesmo inovador, pode não fazer sentido”, finaliza. iwb

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O CAMINHO MAIS CURTO PARA UMA TI EFICIENTE.

O Estudo “Antes da TI, a Estratégia”, é um levantamento sobre as tecnologias que devem ser adotadas pelos executivos de TI nos próximos anos, e o que os motiva a investir. São essas as informações que servirão de referência para as áreas de TI das maiores empresas brasileiras. Participe e tenha acesso a um conjunto de índices que poderão ser utilizados para aprimorar seus planos de ação em busca de construir uma TI mais eficiente, do jeito mais rápido.

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Participe, conclua e acesse o report do estudo! Acesse aqui o questionรกrio

Saiba mais: www.informationweek.com.br/estudos (11) 3823-6720 / 6634 antesdati@itmidia.com.br

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Antes da TI, a Estratégia Carreira

Lição de

casa GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

Formação de equipes de TI cada vez mais estratégicas deve acontecer in house

Muito se fala do perfil estratégico das equipes de tecnologia da informação em detrimento do profissional técnico. De fato, o funcionário especialista em códigos e ultraespecializado em programação está muito associado à TI tradicional, na qual o departamento era rotulado como a “caixa preta” das corporações, de tão inacessível e antissocial. Com o ganho de relevância da tecnologia a favor das diretrizes de negócio, a exigência para o CIO é construir uma equipe

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capaz de dialogar com os departamentos, de visão empresarial aplicada. Segundo o estudo Antes da TI, a Estratégia 2013, 42,8% dos executivos consultados consideram que suas equipes já possuem número representativo de profissionais com domínio dos processos de negócios e atuação pró-ativa, contra apenas 24,3% dos respondentes relatando um perfil técnico majoritário. Entre os líderes que já alcançaram a conversão de perfil, pode-se dizer que existe um consenso: essa importante caracte-

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Foto: Divulgação / Acervo GM

Mauro Pinto, da GM: profissionais de TI circulam nas fábricas para entender a responsabilidade de suas funções

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Antes da TI, a Estratégia Carreira

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Alessandra Bomura, da GVT: espelhar estruturas internas e compartilhar metas entre departamentos

Foto: Divulgação

rística só é alcançável quando os profissionais obtêm experiência de mercado, a famosa “mão na massa”. Por mais que cursos de administração, negócios e pós-graduações com esse tipo de conteúdo administrativo sejam importantes para a formação profissional, o que realmente capacita os profissionais é o dia a dia e o conhecimento dos processos de negócio de cada organização, até porque essa característica está ligada à natureza de cada corporação. Ou seja, não são necessários apenas os conceitos de gestão, mas a aplicação em situações reais e peculiares de cada corporação. Na Abyara Brasil Brookers, os 20 funcionários comandados pelo gerente de tecnologia da informação Marco Astorga são treinados cotidianamente para servir a companhia dentro do conceito de “TI facilitadora”. O trabalho de comunicação do CIO com cada membro, para transmitir não apenas o conhecimento, mas mediar a relação com os diretores das outras áreas e também compartilhar a missão da TI dentro do universo corporativo, para ele, deve ser ininterrupto a fim de obter reais resultados. “É importante esse trabalho de formação dentro da própria empresa porque o grande segredo para uma boa atuação é contextualizar os problemas, entendendo a necessidade de cada área em sua concepção. A solução tecnológica em si fica em segundo lugar”, defende o executivo.

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A exigência de se entender estratégias e o negócio em sua raiz para a área de TI é tão evidente no grupo de consultoria e intermediação imobiliária que encontrar profissionais preparados no mercado é uma das tarefas mais árduas a cada nova posição aberta no departamento. O desafio é tão grande que, quando surgem oportunidades, Astorga procura candidatos da própria companhia, de outras áreas, pois eles já estão inseridos no contexto da empresa. Isso ajuda também a reverter a imagem de outras áreas sobre o próprio departamento. “Quando a própria empresa enxerga a TI como fator decisivo, temos a visibilidade e a percepção de relevância que almejamos”, defende. Devido à necessidade de a TI trabalhar junto a todas as áreas da companhia, a GVT optou por espelhar estruturas internas dentro do próprio departamento de tecnologia. “À parte de centros de suporte e a TI tradicional, não tenho uma diretoria de projetos genéricos. Tenho duas diretorias de projetos, e aquela ligada ao nosso core business possui gerências específicas para atender as áreas de engenharia, produto e serviço”, exemplifica a diretora de TI da companhia, Alessandra Bomura. A divisão organizacional permite a esses profissionais atuar como ‘gerentes de contas’, na qual cada área da empresa desempenha o papel de um cliente. “O objetivo é aprofundar o relacionamento entre as interfaces e realmente entender

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42,8%

dos executivos dizem ter um número representativo de profissionais que conhecem processo de negócio

24,3%

dos executivos relatam ainda possuir equipe técnica em sua maioria

processos de negócio e estratégico, separadamente da área de suporte, também sob a TI”, explica. A ideia parte do pressuposto que é importante entender no dia a dia a realidade de trabalho para propor soluções realmente eficazes. Novas estruturas No caso da GVT, a integração da TI com as estratégias de negócio dentro dessa dinâmica de trabalho proporcionou a equipes não apenas conhecimentos intrinsecamente ligados, mas também suas funções e expectativas. Até mesmo as metas dos outros departamentos são compartilhadas e cobradas da equipe de tecnologia, premiando também o pessoal de TI envolvido em um determinado projeto quando ele é bem sucedido. O conceito de divisão de responsabilidade é uma das maneiras de cobrar – e também bonificar, quando metas são atingidas – o treinamento e capacitação estratégica oferecida aos membros

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da equipe. “Funciona também como método de reter talentos, pois é um diferencial do papel relevante que cada pessoa desempenha na GVT como um todo.” A ideia de responsabilizar a equipe de TI pelos progressos e falhas das áreas internas faz parte da maneira adotada pelo CIO da General Motors do Brasil, Mauro Pinto, para capacitar seus funcionários no entendimento dos processos de negócio, complementando o conhecimento técnico já ancorado em certificações e especializações. “Faço todo mundo, não importa se a sua função é de perfil técnico ou gerencial, conhecer presencialmente todas as áreas da fábrica. Até mesmo o pessoal do suporte. Só assim eles serão capazes de visualizar e entender de fato os transtornos que uma queda de sistema, por exemplo, pode causar”, argumenta. Não apenas estar ciente e ter o domínio de conhecimentos administrativos, o executivo confia nos

benefícios dessa bagagem também para para aprimorar as atividades tradicionais inerentes à TI, aparentemente convencionais e sem relação profunda com outros departamentos. A classificação correta de incidentes é um desses casos, pois o profissional de tecnologia pode melhor elencar prioridades a serem atendidas quando conheceu exatamente a função de cada atividade dentro de sua competência na montadora. Trabalho conjunto A vivência é valorizada de tal maneira para complementar a formação da equipe de TI da GM que a companhia finalizou, no primeiro trimestre, o insourcing de centenas de funcionários que antes prestavam serviço para a montadora pela HP. Por já estarem envolvidos nos processos da companhia, essa demanda por conhecimento profundo dos negócios e processos da organização foi em grande parte atendida. IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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“Ainda assim, estamos treinando alguns perfis mais técnicos, que até então eram concentrados em centros de suporte.” Novatos A ideia de converter as equipes de TI para abordagem estratégica está, por consequente, ligada à experiência no mercado de trabalho. As vivências em companhias anteriores auxiliam na identificação de problemas que podem ser resolvidos com uma solução de TI. Mesmo assim, o executivo da GM sente falta de uma iniciação estratégica para18:42:28 profissionais em anuncio_grm.pdf 1 27/06/2013

início de carreira, que ainda não tiveram a oportunidade de atuar no mercado. “Acredito que o profissional que está começando precisa ter 80% de conhecimento técnico e 20% de negócio”, enumera, em complemento a capacidades igualmente importantes como liderança e postura. À medida em que o profissional permanece no mercado, esse percentual vai ganhando equilíbrio. Já Astorga, da Abyara Brasil Brookers, critica os cursos atuais de graduação nas áreas que servem à TI por não contemplarem em praticamente nenhuma frente

essa demanda atual – desde engenharias, bem como sistemas e programação. Para o executivo, há muito se fala da necessidade de capacitar mesmo os profissionais de nível de suporte para o real entendimento estratégico de suas posições, mas até hoje é extremamente árduo encontrar um perfil de iniciante que não precise ser bastante treinado nesse quesito. “Seria um bom começo de mudança de cenário se as universidades começassem a incluir disciplinas de humanas em suas grades, ligadas ao dia a dia da TI, como negociação de conflitos”, sugere. iwb

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Antes da TI, a Estratégia Gestão

Como as áreas de TI lidam com os gastos com tecnologia feitos fora de seu orçamento

Parece, mas não é Martha Funke | especial para InformationWeek Brasil

O avanço em maturidade conquistado pelas áreas de Tecnologia da Informação é notório, com aumento de seu papel estratégico apoiado em processos mais estruturados, planejamentos bem montados e refinamento orçamentário. Mas persiste a representatividade do gasto com TI realizado fora (ou à revelia) da área de TI, a mando e uso das mais diversas áreas de negócios. Na prévia do estudo Antes da TI, a Estratégia, entre os CIOs consultados que identificaram gastos com tecnologia fora do orçamento de TI e administrados diretamente pelas áreas de negócios, 34% apontaram a necessidade de desenvolvimento e manutenção de planilhas. A automação – industrial ou comercial – é a tecnologia que mais absorve estas verbas, tendo sido apontada por 32,1% dos executivos. A seleção e instalação de softwares específicos vem a seguir, com menção de 21,8% dos participantes. O BYOD também aparece: 12,8% dos

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participantes assinalaram gastos com dispositivos de mobilidade (smartphones, tablets e rádios). O mesmo percentual relacionou o uso de ferramentas de produtividade em equipamentos individuais e outro tanto, a existência de pessoal de TI (funcionários ou terceiros) alocados diretamente nas áreas de negócios, sob a supervisão da área. Os motivos para esse cenário variam, mas em boa parte dos casos há por trás uma cultura corporativa de pouca confiança em áreas de TI que, no passado, atuavam mais na solução de problemas emergenciais do que no estabelecimento de uma estratégia sustentada por gestão. Veja o exemplo da gaúcha Corsan, a Companhia Riograndense de Saneamento. Empresa pública responsável pelo abastecimento de água tratada no estado, cobre um público superior a 7 milhões de pessoas, tem mais de 5,2 mil funcionários e atua em 325 municípios. Começou a operar em 1966, mas só conta com uma área de TI estruturada como

superintendência desde 2008 e populada a partir de 2010. Por ter a seu lado uma organização como a Procergs, a Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul, com atendimento direto às áreas de negócios, sua estrutura interna de tecnologia tinha atuação minimizada. “Servia mais para consertar micro”, resume o superintendente Morél José Mór Filho. O enfrentamento da situação histórica começou pela área Financeira, que começou a remeter para a TI notas identificadas como gastos com tecnologia. A inadequação do timing era patente, pois cabia à TI apenas atestar notas de serviços já realizados. Melhor ajuste nasceu a partir do orçamento, com a divisão de verbas especificadas para a área. O item “Serviços técnicos profissionais”, por exemplo, poderia englobar qualquer atividade – inclusive consultorias de TI. Agora está sendo criado o quesito “Serviços técnicos profissionais de TI”. “Embora em cada área tenha essa conta,

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eu é que digo qual é o valor”, explica o executivo. “Quem monta o orçamento é a área de TI.” O mesmo vale para materiais, a partir da subdivisão que criou a conta “Materiais de Informática”. Segundo Mór Filho, esses são apenas os primeiros movimentos para enfrentar o desafio da total perda de controle de um parque que cobre mais de 3,5 mil equipamentos entre PCs e notebooks. “A coisa caía aqui quando estourava o problema”, descreve. Situações como aquisição de produtos ou serviços que paravam de funcionar ou cujos fornecedores sumiam não eram raridade. Em um dos casos mais graves, um funcionário aposentado havia criado uma subrede e um

sistema de gestão de documentos (GED) para a área contábil – só que, quando parou de funcionar, queria cobrar pela manutenção. “A solução foi derrubar tudo e fazer de novo”, conta o superintendente. Os avanços, porém, já se fazem notar e, apesar de ter sido obrigado a contar com alguma truculência, deixando de aprovar notas de compra não planejadas, aos poucos a TI começa a trocar a imagem de criadora de dificuldades pela de facilitadora. No ano passado, para estruturar pela segunda vez o planejamento anual de TI da casa, a área começou a ser procurada por interessados em projetos tecnológicos. “Ainda temos problemas. Recentemente, um superin-

Foto: Divulgação

Carlos Lanfredi, da Eaton: Planejamento estratégico envolve TI e outras áreas de negócio

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Antes da TI, a Estratégia Gestão Que tipos de gastos com tecnologia ocorrem fora do orçamento de TI

34% Desenvolvimento e manutenção de planilhas

Wilson Lopes, da Fibria: políticas definidas e publicadas para controlar compras de TI

32% Automação industrial ou operacional

22% Seleção, instalação e manutenção de algumas soluções de software específicas

13% Dispositivos de mobilidade (smartphones, tablets, rádios)

Foto: Ricardo Benichio

13%

Ferramentas de produtividade para uso nos equipamentos individuais

tendente nos procurou para questionar quanto tínhamos orçado para melhorias. Observei que essa responsabilidade era dele – mas fui atrás do dinheiro”, conta Mór Filho, que certamente será procurado por este colega para montar os planos para 2014. Outra questão enfrentada na Corsan é a das planilhas e bancos em Access. Embora a empre-

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sa tenha investido em solução de business intelligence da Cognos, são recorrentes as solicitações de arquivos para a alimentação de planilhas, digamos, personalizadas, sob justificativas como ‘se o diretor pedir, tenho de ter a informação na mão’ – mesmo quando o responsável é confrontado com o óbvio: por mais que monte colunas e linhas, pode não ter tudo o que

11%

Pessoal de TI (funcionários ou terceiros) alocados diretamente nas áreas de negócios, sob a supervisão da área

6%

Links de comunicação

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um dirigente solicita (e foi por isso que nasceram as soluções de BI). O mesmo ocorre na Fibria, que conta com estrutura de BI BW da SAP, ligado diretamente com o ERP da marca. “Já vi criarem base em Access e SQL para prover algum diretor”, registra o CIO Wilson Lopes. A empresa, líder mundial na produção de celulose de eucalipto, possui capacidade produtiva de 5,25 milhões de toneladas anuais de celulose e tem fábricas em Três Lagoas (MS), Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Eunápolis (BA). Conta com políticas e procedimentos para aquisição de equipamentos e software definidos e publicados para reger as regras de compras, que inclui limitações como teto de valor e veta softwares e equipamentos. A área de TI também promove encontros periódicos de nível gerencial com os demais setores da empresa, para, entre outros temas, compartilhar políticas e diretrizes corporativas. Este ano, serão 82 reuniões. Mesmo assim, de vez em quando aparece alguma surpresa. “Quando identificamos eventualmente alguma aplicação da qual não temos conhecimento, chamamos o responsável e procuramos entender como foi comprada”, diz o executivo. “Não dá para dizer que não ocorra, por desconhecimento ou descumprimento das regras.” Os encontros estão servindo para aparar arestas e otimizar esforços – até mesmo planilhas po-

dem ter lá sua utilidade para mais alguém, caso sejam conhecidas. Também servem para embasar o planejamento anual e o orçamento, as grandes chaves da gestão fluida da TI que, na Eaton, servem para evitar investimentos em tecnologia fora dos olhos da área. “Em processo de planejamento estratégico temos envolvimento grande com áreas de negócios e vice-versa. Os projetos passam por TI”, afirma Carlos Lanfredi, gerente de TI América do Sul da gigante mundial de gerenciamento de energia que no ano passado registrou vendas superiores a US$ 21 bilhões. Embora a pesquisa tenha colaborado para minar um dos mitos que tem sido divulgado recentemente – que uma fatia do dinheiro de TI tem migrado direto para o marketing –, a necessidade de promover campanhas tem promovido fortes parcerias neste sentido. No Aché, por exemplo, a parceria com o cliente interno para desenvolvimento de projetos é uma prática estabelecida e o investimento segue o orçamento estabelecido por cada área. Empresa de capital 100% nacional nascida há mais de quatro décadas, com quase 4 mil colaboradores e três complexos industriais, o laboratório farmacêutico atingiu no ano passado receita líquida em torno de R$ 1,6 bilhão com um portfólio composto por mais de 280 medicamentos e 695 apresentações. Segundo o gerente de projetos e processos de TI, Le-

andro Roldão de Oliveira, já surgiram na área necessidades como avaliar aplicativos oferecidos por agências externas – um deles, para celulares, emitia um alarme para lembrar o paciente de tomar o medicamento indicado. Apesar de não ter uso interno, a TI foi chamada para validação. Uma das formas que o executivo encontrou para manter a avaliação de ferramentas, solução ou serviços sob sua batuta foi firmar parceria com a área de Suprimentos, por meio da qual a TI é acionada quando surgem ações que envolvam a área de tecnologia da informação, informática ou sistemas. “Damos apoio e, dependendo da situação, tomamos a frente da iniciativa”, diz ele. A postura já rendeu resultados interessantes. Em uma ocasião, a TI foi procurada por uma área de negócios interessada na avaliação de processos que permitissem ampliar a impressão de materiais promocionais e informativos distribuídos pelo batalhão de 2 mil profissionais na rua. Papo vai, papo vem, hoje representantes e vendedores trocaram a mala carregada de papel por um tablet, onde produtos são demonstrados interativamente para médicos, pontos de venda e grandes distribuidores. “O alinhamento com a TI acabou gerando uma inovação, com ganhos financeiros, operacionais, de controle e automação, sem mais preocupações com a impressão”, diz Roldão. iwb

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Nos dias 26 e 27 de novembro de 2013, o IT Forum Expo/ Black Hat apresentará um programa de conteúdo completo, com renomados keynote speakers, conferências, workshops técnicos, casos práticos, novas soluções e discussões sobre os principais desafios e oportunidades da TI nos negócios. As conferências IT Forum Expo e Black Hat abordarão temas como Segurança Digital, Big Data, Cloud Computing, Mobilidade, entre outros.

Organização:

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BLACK HAT REGIONAL SUMMIT - SÃO PAULO 2013 Chega a São Paulo, o principal evento do mundo no setor de segurança da informação. O Black Hat apresentará, em sua primeira edição local, programas de conferências, palestras e treinamentos práticos de altíssima qualidade técnica, realizados pelos especialistas mais respeitados do Brasil e do mundo, que também participam do Black Hat dos outros países, promovendo o compartilhamento de ideias

práticas, conhecimentos e novas tendências do mundo de segurança digital. O Black Hat Regional Summit São Paulo contará também com uma área de exposição onde os principais fornecedores de produtos, serviços e tecnologias apresentarão na prática as novas soluções e tendências do setor.

de novembro

Keynote Speaker com o tema: Colaboração no processo organizacional Painel – Muito além da TI: una o conhecimento técnico ao de humanas e desponte para o mercado

27

de novembro

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PROGRAMAÇÃO DE CONTEÚDO DO IT FORUM EXPO CONFERENCE Keynote Speaker com o tema: O futuro é agora Painel – Grandes tendências: prepare-se para colocar seu departamento na vanguarda

Tracks exclusivos de conteúdo nos dois dias do evento Sessões de troca de conhecimento, incluindo perguntas e respostas, onde um executivo, consultor, gerente de projeto ou analista explana sobre um assunto específico dentro dos quatro temas macro descritos abaixo: Tecnologia – o desafio do dia a dia Cases de implantação de infraestrutura, rede, teste de desempenho, gestão de infraestrutura, BYOD/MDM, disponibilidade, escalando com virtualização.

Aplicações – convertendo TI em negócio Temas como abertura de APIs, como levar o legado para a nuvem, desafios do analytics, experiência do usuário/interface.

Carreira – desenvolva seu perfil e ultrapasse as fronteiras da TI Agenda discutirá perfil, desafios da formação, oportunidades, liderança de projeto, o olhar da inovação, demanda multidisciplinar, a necessidade de incorporar conhecimentos da área de humanas, comunicação, comportamento social, entre outros.

TI em Marketing – integração mandatória Social, mobilidade, big data, cloud, inteligência de dados, campanhas digitais, semântica. Temas que antes eram de domínio da TI passam a integrar o dia a dia do marketing, assim como a TI precisa entender do negócio.

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Antes da TI, a Estratégia Gestão

Mais dinheiro para

inve$tir Por Martha Funke, esPecial Para a inForMationweek Brasil | editorialti@itMidia.coM.Br

CIOs indicam que este ano a tendência é de contar com mais verbas para estimular a produtividade. Mas exigências quanto ao parceiro de negócio aumentam na mesma proporção

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CoMo se CoMportaM as verbas Variação entre o orçamento de TI projetado para o próximo ano fiscal, sobre o período anterior, entre as 500 maiores empresas do Brasil Crescerá... Os orçamentos em TI estão com viés de alta, para usar o jargão do mercado de capitais. As verbas vão acompanhar a expansão das empresas, seja orgânica ou não. Mas o comportamento não será traduzido em vida fácil para os fornecedores – pelo contrário. Os CIOs podem dispor de cheques mais polpudos – mas estão vigiando a carteira de perto e, embora o foco em redução de custos como meta para a TI não esteja mais no topo da lista de motivações para os investimentos, os líderes valorizam a flexibilidade comercial como uma das principais características de parceiros e fornecedores. De acordo com a primeira versão 2013 do estudo Antes da TI, a Estratégia (que neste primeiro estrato contempla as 500 maiores empresas do Brasil, em vez das mil pela versão completa), houve ligeira ampliação na proporção dos executivos que apontaram variação entre 10% e 20% para o orçamento da TI projetado para o próximo ano fiscal, em comparação ao de 2012. A faixa foi indicada por um em cada quatro CIOs par-

Mais de 30%

2012 2013

10,9% 12%

Entre 21% e 30%

2012 2013

10,5% 8,7%

Entre 10% e 20%

2012 2013

22,3% 24%

Entre 6% e 10%

2012 2013

16,8% 14,7%

Entre 1% e 5%

2012 2013

13% 10%

Será mantido

2012 2013

17,2% 18,7%

Mais de 51%

2012 2013

0% 0,7%

Entre 26% e 50%

2012 2013

0,8% 0%

Entre 11% e 25%

2012 2013

2,1% 5,3%

Entre 6% e 10%

2012 2013

4,2% 3,3%

Entre 1% e 5%

2012 2013

2,1% 2,7%

Cairá...

Antes da TI, a Estratégia é um estudo anual realizado pela IT Mídia com líderes de TI das 1 mil maiores empresas do País

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Antes da TI, a Estratégia Gestão

Para onde vai o dinheiro Ênfase dos planos de TI das empresas para os próximos 12 a 24 meses em termos de aquisição de tecnologia. Foco na compra/contratação de soluções estratégicas, que terão impacto nos processos e negócios da empresa e requererão esforço e patrocínio para implementar as mudanças previstas. Ênfase na contratação de serviços de terceiros - hosting, colocation, BPO, helpdesk, call center, fábrica de software, entre outros – para baixar os custos de TI e torná-los amplamente variáveis, prevendo expansões ou contrações no futuro próximo Haverá uma maior fatia na compra/contratação de soluções que podem ser consideradas commodities – necessárias, mas com baixo impacto nos processos e na inovação dos negócios

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67,3% 24,8% 7,8%

ticipantes do estudo – no ano passado, foram 22%. Também aumentou de 10,9% para 12% a participação de executivos indicando crescimento acima de 30%. Em contrapartida, o percentual daqueles que indicaram queda no budget passou de 11,2% para 9,2%. A Votorantim Metais é uma que deve ampliar suas verbas de TI na faixa de 10% a 20% neste ano para sustentar o crescimento orgânico e de novos serviços. “A expansão exige investimentos em infraestrutura”, diz o gerente de TI Eliezer Marin, que aponta também crescimento de novas funcionalidades e serviços, como a implementação de um novo projeto de CRM. Outra é a Mitsubishi, que deve ampliar seu orçamento de TI em Capex na mesma proporção, segundo o CIO Eduardo Zalamena. Não é à toa. A TI vai ter de dar conta do ritmo acelerado da empresa, que vai aumentar sua produção graças a novas linhas de produtos e negócios previstos para este ano – a montadora começa a partir do segundo semestre a produzir na sua fábrica de Catalão, em Goiás, o crossover ASX. A vitalidade das operações exige reforço da infraestrutura em quesitos como armazenamento e rede interna, além de melhoria em questões como performance e segurança. O processo de atualização deve elevar a capacidade de rede, por exemplo, em 1.000%, saltando de 1GB hoje para 10GB. O storage salta de 50 para 250 terabytes. Em 2012, embora tenha cumprido com todos os projetos previstos, a realização do orçamento inicial ficou em Links de comunicação torno de 90%, mas em 2013 o quadro é outro. “O ano passado foi de retardar IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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projetos. Este ano, estão a todo vapor”, diz Zalamena. Em 2013, ainda, está previsto destaque para a tecnologia de nuvem e para projetos de gestão de atividades do dia a dia, a exemplo de comércio exterior. “Vamos promover também upgrade de ERP, novos sistemas de controle e business intelligence, além do CRM”, enumera o CIO. Por conta desse movimento todo, alguns fabricantes estão sendo agregados à lista de fornecedores. Entre eles, a EMC, para linhas como storage e backup, e Microsoft, que se torna a nova plataforma de e-mail da companhia. De acordo com Zalamena, segurança e disponibilidade são características valorizadas a cada parceria – leia-se flexibilidade comercial e suporte de pós-venda adequado e rápido. “Temos conseguido isso mesmo em Goiás. Em três anos mudou bastante, o pessoal tem vindo para cá. E com internet, Webex, fica mais fácil também o atendimento remoto”, descreve. Ele conta que até mesmo o desafio das telecomunicações, mais marcante no interior do País, está sendo amenizado. “Hoje temos a mesma capacidade que nos grandes centros, com três ou quatro fornecedores.”

Dito e feito

Considerando o ano de 2012, os investimentos e iniciativas estratégicas do negócio...

Foram executados conforme o planejado

Ficaram aquém do previsto e parte foi transferida para 2013-2014

Houve aceleração dos planos e anteciparam-se investimentos previstos para os próximos anos

Já o orçamento... Foi cumprido conforme o planejado

Questão de foco A pesquisa mostrou que o foco na estratégia direciona os investimentos de duas a cada três empresas participantes: 67,3% dos dirigentes de TI apontam o foco em compra ou contratação de soluções estratégicas, com impacto nos processos e negócios da empresa – baixar os custos de TI é a meta de apenas 24,8% dos executivos. Um dos exemplos deste direcionamento é a Cooperativa Lar, com

60% 26% 14%

Ficou aquém do planejado em pelo menos 10%

Houve investimentos adicionais superiores a 10% do valor orçado

65,3% 19,7% 15% 55

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Antes da TI, a Estratégia sede em Medianeira, cidade do oeste paranaense próxima da fronteira com o Paraguai, cujos planos de investimento incluem mobilidade, BI, CRM e revisão do parque de hardware – principalmente servidores – para sustentar tudo isso, como explica o gerente de TI e Logística Ademir Pereira da Silva. Com mais de 8 mil associados e 6 mil funcionários, a atividade da cooperativa cobre Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraguai e vai da armazenagem até a industrialização de produtos agrícolas, além de incluir uma rede varejistas com 13 supermercados e postos de gasolina. O faturamento no ano passado chegou a 2,2 bilhões de reais, 22% maior que em 2011 e com resultado líquido 56% superior – 35 milhões de reais. Ao longo do ano, só em aquisição de equipamentos de processamentos de dados os investimentos chegaram a 338 milhões de reais, com mais 18,8 milhões destinados a licenças de softwares, segundo o balanço da companhia. Para 2013, a perspectiva é de aumentar o orçamento em TI entre 10% e 20% com foco na melhoria dos resultados de negócios. Os investimentos em mobilidade visam, de um lado, amparar vendedores externos com

mais informações e agilidade operacional para atender aos clientes compradores dos alimentos produzidos; de outro, prestar melhor atendimento técnico e comercial para os associados. “Vamos atuar nas duas pontas”, diz Silva. A estratégia deve render a compra de cerca de 200 tablets equipados com Windows para facilitar a integração. Além disso, novos servidores sustentarão a geração de informações estratégicas para os diferentes gestores pelo BI Qlickview, implantado no ano passado, e análises mais apuradas do CRM para aprimorar o relacionamento com usuários. “A meta é gerar para o cliente o que ele precisa”, resume o gerente. Da mesma forma como Zalamena, o gerente da Lar valoriza parceiros com bom serviço de pós-venda e capacidade de apoiar a estratégia. “Fundamental a boa assistência técnica, disponível quando a gente precisa”, defende. “É mais considerado aquele que entende o negócio e nos ajuda a evoluir com suas ferramentas.” Os quesitos compreensão do negócio e flexibilidade também atraem Osvaldo Clari Redes, gerente de TI da Duke Energy, que busca inteligência no desenho de soluções e capacidade de acompanhamento do ritmo da empresa. “Precisamos de gente que entenda nossa realidade e proponha alternativas ao que tem no mercado”, descreve.

Jogo de cintura O jogo de cintura, principalmente nos contratos, também é importante para o executivo – inclusive a possibilidade de reduzir ou ampliar o escopo, levando em conta que a empresa pode adquirir outras unidades e ter necessidade de crescer rapidamente. “Já aconteceu antes e pode acontecer de novo”, diz Redes, que aprecia uma boa negociação. “No ano passado fiz economia de 5% no orçamento, fazendo tudo o que tinha de fazer, graças ao melhor aproveitamento de recursos.” Além disso, o uso de aplicações cada vez mais sustentando a descentralização de operações corriqueiras, como solicitações financeiras ou de RH, intensificou a necessidade de TI nas pontas para o autosserviço das unidades. A operação brasileira de geração e comercialização de energia elétrica é o maior investimento internacional da empresa norte-americana, que no ano passado contabilizou receita líquida de 19,6 bilhões de dólares. Já absorveu investimentos de 1,5 bilhão de dólares desde 1999 e conta com oito usinas ao longo do Rio Paranapanema, com capacidade instalada superior a 2,2 MW, além de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) no interior paulista. A descentralização exige mais banda, componentes de rede, roteadores e videoconferência, envolvendo marcas como Cisco, Tandbergh e British Telecom, descreve o gerente de TI. iwb

O estudo “Antes da TI, a Estratégia” está em andamento até 27 de setembro de 2013. Você pode participar em: www.informationweek.com.br/estudos

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ANÚNCIO KLINT 202 X 266 IFW julho.indd 2 Untitled-1 1

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Capa

KAREN FERRAZ | KAREN.FERRAZ@ITMIDIA.COM.BR

Imagina na

COPA Estrutura de TI e telecom das arenas deixa incerteza sobre a performance no mundial após o término da Copa das Confederações

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Passada a Copa das Confederações, a avaliação deixada é que o Brasil jogou bem dentro de campo, mas fora dele ainda há muito para ser resolvido até a Copa de 2014. A infraestrutura de TI e telecom implantada nas seis arenas apresentou diversos problemas – mobilidade interna, longas filas nos acessos, falhas no controle de acesso, falta de conectividade dentro dos estádios, erros de distribuição e na venda de ingressos – e está longe de vencer de goleada. Somente duas arenas, o Castelão e o Mineirão, conseguiram cumprir o prazo estabelecido, entregues no fim de 2012. As outras quatro, Maracanã, Arena Fonte Nova, Estádio Nacional Mané Garrincha e Arena Pernambuco, foram entregues depois da data prevista. Esses atrasos acabam prejudicando a implementação dos recursos de TICs, pois eles dependem de que a infraestrutura física dos estádios esteja suficientemente pronta para receber a instalação de cabos, antenas e outros equipamentos. Portando cada vez mais dispositivos tecnológicos em mãos, os torcedores que foram assistir aos jogos se decepcionaram ao tentar compartilhar fotos e vídeos com seus amigos, com dificuldade de conexão com as redes 3G e 4G. Os dois estádios mais caros da Copa das Confederações, o Maracanã e o Mané Garrincha, que juntos custaram mais de R$ 2 bilhões e sediaram o primeiro e o último jogo do evento esportivo, respectivamente,

mostraram problemas de conexão em ambas partidas. Jornalistas e fotógrafos encontraram obstáculos para enviar os conteúdos produzidos aos veículos e, na tão aguardada final entre Brasil e Espanha, por exemplo, usuários levaram de 5 a 10 minutos para publicar uma foto nas redes sociais. Os investimentos trazem benefícios aos estádios brasileiros, que em sua maioria foram construídos na década de 50 e 60 e dispunham somente de infraestrutura básica – ou de certa forma inexistente – de TI para seu funcionamento. Os equipamentos modernos e de alto nível tecnológico previstos para o mundial de 2014 incluem transmissão de sinal de vídeo, internet 3G e 4G dentro dos estádios, venda de ingressos informatizada, ou seja, recursos praticamente novos para o País. As cifras de TI orçadas para a Copa do Mundo estão diluídas em obras de aeroportos, estádios, segurança e mobilidade urbana, mas é possível ter uma visão mais clara quando observamos os números de telecomunicações: do total contratado de R$ 562,2 milhões para o setor, apenas R$ 8 milhões foram executados até o fim de junho, segundo o Portal da Transparência do evento. No total, a projeção contratada para o evento de 2014 soma cerca de R$ 30 bilhões, ainda de acordo com o portal, administrado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

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Capa

Luis Minoru, da PromonLogicalis: Dificuldade em dialogar com concessionárias e proprietários das arenas

Foto: Divulgação

Poderia se tirar muito mais proveito do que está sendo investido se enxergassem a TI de forma mais estratégica, como um meio para ofertar um serviço diferenciado ao usuário 60

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Segundo Anderson Baldin, gerente de pesquisa e consultoria enterprise da IDC, a fatia destinada exclusivamente para a TI é pequena em relação a todos os investimentos feitos na construção e reforma de estádios. “Onde a coisa pega é em telecom, pois o lucro da Fifa com a Copa é com a transmissão de vídeo. O resto é para pagar a conta.” Para o diretor de TI do Cruzeiro Esporte Clube, Aristóteles Lorêdo, o legado da Copa permitirá integrar toda a base de torcedores com o CRM, melhorando a qualidade de atendimento seja por venda online de ingressos ou pela mobilidade. De acordo com Lorêdo, ainda falta ser montada 20% da infraestrutura de TI do estádio, que ele acredita que será concluída dentro do prazo. “Nosso objetivo é possibilitar que o torcedor cruzeirense consiga comprar ingressos pelo smartphone, sem precisar de cartão de crédito, com os investimentos para a Copa. Mas ainda há muito a ser feito até lá.” No caso da Arena Corinthians, que teve um bônus no tempo por não participar da Copa das Confederações, 80% das obras físicas foram concluídas até o final de junho. No estádio, há um pacote de sistemas eletrônicos em instalação que contempla desde sonorização, telecom, controle de acesso, entre outros que está sendo executado a partir de um fundo entre o Corinthians e a Odebrecht. “Provavelmente não teríamos estrutura de 3G e 4G se não fosse a Copa. A tecnologia é só uma ferramenta, mas é incontestável que vai melhorar a experiência dos usuários nos estádios brasileiros”, diz Alexandre Gonçalves, gerente de TI do Sport Club Corinthians Paulista. O CIO não informa qual é o status do progresso da infraestrutura de TI e telecom, mas diz que está dentro do planejado. Como os próprios CIOs mostram, pela primeira vez a mobilidade vai chegar ao torcedor Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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brasileiro, que poderá contar com mais comodidade e praticidade para comprar ingressos online, compartilhar a foto do lance decisivo, fazer pedidos em restaurantes dentro do próprio estádio através de seus smartphones, entre outras facilidades. No entanto, fica difícil imaginar que esta realidade está próxima quando resgatamos as cifras de telecom citadas anteriormente.

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Não dá para esconder que muita coisa está atrasada. Por depender da infraestrutura física dos estados, a TI é uma das últimas coisas a entrar em campo, e quando os orçamentos já estouraram. “Poderia se tirar muito mais proveito do que está sendo investido se enxergassem a TI de forma mais estratégica, como um meio para ofertar um serviço diferenciado ao usuário”, Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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Maquete do novo Maracanã, no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

destaca Luis Minoru, diretor de soluções da PromonLogicalis, uma das companhias fornecedoras de TI para os eventos esportivos. Além do limite de tempo e orçamento, o executivo realça a dificuldade em dialogar empresas concessionárias e com os proprietários das arenas sobre esses benefícios que poderiam estar recebendo mais atenção. A NEC no Brasil é fornecedo-

Imagens do novo Maracanã, no Rio de Janeiro. Foto: Érica Ramalho/Governo do Rio de Janeiro

ra de infraestrutura de TICs para as arenas Pernambuco, Grêmio e Fonte Nova, os recursos contratados atendem aos requisitos mínimos da Fifa, como sistema IP, rede de telefonia, internet Wi-Fi, tráfego de dados e de imagens, segurança e sonorização. Segundo o diretor de negócios para governo da empresa no Brasil, Massato Takakwa, outras implementações estão sendo

negociadas para melhorar a experiência do usuário, como sistema de e-payment. “O que está sendo implantado permite que as arenas não sejam de uso exclusivo para os eventos esportivos, mas que possibilitem trazer o público para outros tipos de serviços e entretenimento.” Nesse sentido, Anderson Baldin, da IDC, evidencia que os usuários serão beneficiados com uma

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Capa TELECOM X TEMPO Apesar da avaliação positiva da Copa das Confederações feita na coletiva entre governo federal, FIFA e Comitê Organizador Local (COL), realizada no dia 1º de julho, as três instituições assumiram as falhas nos serviços de telecomunicações e avaliaram que muitas melhorias ainda precisam ser feitas. O diretor executivo do Sinditelebrasil, Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, justifica as falhas pela falta de tempo. “O que foi colocado nos estádios é o máximo de capacidade de escoamento possível, mas nem todas as antenas estavam prontas para escoar o tráfego, nem tivemos tempo para testar os ajustes mesmo das antenas existentes”, afirma Levy. Segundo ele, o prazo de 160 dias inicialmente negociado pelas empresas de telecom foi apertado para 120 dias e, no final, reduzido para 47 dias em algumas arenas. “No Maracanã nós conseguimos colocar metade, então o problema foi o tempo e esse prazo de 120 dias dados às empresas de telecom até a Copa do Mundo é fundamental”. Levy defende que o projeto em andamento vai dar conta da demanda de tráfego, exceto em pontos de picos, com no início e no final das partidas, e acredita que até o ano que boa parte do tráfego de 3G deve migrar para o 4G, deixando o primeiro livre.

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O QUE JÁ FOI EXECUTADO ATÉ AGORA PARA A COPA DE 2014 CONTRATADO

EXECUTADO

AEROPORTOS

R$ 1.119.655.171

R$ 652.336.275

ESTÁDIOS

R$ 6.779.538.010

R$ 4.162.578.509

MOBILIDADE URBANA

R$ 6.131.368.112

R$ 1.417.458.323

PORTOS

R$ 525.075.104

R$ 293.828.944

SEGURANÇA PÚBLICA

R$ 294.356.183

R$ 227.280.125

TELECOMUNICAÇÕES

R$ 526.288.415

R$ 8.092.997

VALOR TOTAL

R$ 15.412.280.996

R$ 6.761.575.172

Fonte: Portal da Transparência/julho de 2013

nova realidade proporcionada pela mobilidade o que, por sua vez, gera um novo desafio para os CIOs dos clubes. “O que os times estão recebendo de legado irá impulsionar a mobilidade e os CIOs têm pela frente a missão de gerenciar esses investimentos e criar uma interface mais elaborada dos clubes com seus torcedores”. Diante disso, o caminho vislumbrado pelo gerente de TI do Corinthians, Alexandre Gonçalves, é criar propriedades adicionais, como serviços móveis e receitas de publicidade nos novos telões que serão deixados como legado, colocando a TI para gerar renda e não ser apenas uma fonte

de custo. “A tecnologia não faz gol e muitas vezes não é vista como prioritária, mas será um desafio para qualquer CIO manter toda essa infraestrutura”, ressalta o executivo do time paulista. Resta saber se TI e telecom vão virar o jogo até 2014, realmente oferecer mobilidade, conectividade e praticidade aos torcedores. O desafio será ainda maior do que o da Copa das Confederações, com doze em vez de seis arenas, e muito mais torcedores querendo acompanhar tudo em tempo real nos estádios e nos dispositivos. Por enquanto, o placar é favorável para os atrasos nas obras e incertezas tomam conta. Copa na palma da mão: será? IWB Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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Gestão Sustentabilidade

O valor da

energ por Martha funke, especial para iW Brasil | editorialti@itMidia.coM.Br

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A explosão de dados e a centralidade da tecnologia da informação nos negócios que estão provocando a expansão dos data centers pelo país colocam os CIOs diante dos desafios da sustentabilidade e da eficiência energética em ambientes de densidade cada vez mais elevada. Segundo pesquisa realizada pela Deloitte, o consumo de energia pela TI representa em média 30% a 40% do consumo total de energia de uma empresa. Embora o quadro nacional ainda esteja distante do cenário enfrentado por mercados mais maduros – nos Estados Unidos, os data centers consomem cerca de 2% de toda a energia gerada no país –, por aqui também executivos e projetistas se empenham na busca de soluções para redução do impacto nas contas.

rgia Com o avanço do volume de dados e a expansão dos data centers, CIOs se deparam com problemas inevitáveis de sustentabilidade para manter a infraestrutura de TI

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“A eficiência energética é grande preocupação do pessoal de TI. As grandes empresas estão sensibilizadas”, observa Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade em TIC (Lassu), do Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, as iniciativas incluem estratégias como renovação de parques com equipamentos mais eficientes e integração dos sistemas de gestão de TI com eficiência energética, entre outros parâmetros, além de maior virtualização. A questão, diz Tereza, é que de modo geral os CIOs estão virtualizando muito os computadores e se preocupando muito pouco com a rede, responsável por cerca de 40% dos gastos energéticos de um data center. “A rede é pouco otimizada. Se em picos o serviço é razoável, em baixa está tudo ligado, sem ocupação”, aponta a especialista, que desenvolve pesquisa com a Ericsson para definir ponto de operação que não seja linear e colabore para gerenciamento de rede combinando ativação e desativação em função de índice de uso. “A virtualização de rede está menos avançada, mas é uma tendência. A definição de rede por software, o open flow, é um dos tópicos mais quentes na área de pesquisa.” Tecnologias laTenTes Para Claudio Soutto, diretor da área de Consultoria Empresarial da Deloitte, o mercado brasileiro mos-

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Foto: Divulgação

Gestão Sustentabilidade

Italo Flammia, da Porto Seguro: “Com requisitos de negócios, definimos sistema e hardware necessários”

tra maturidade com a adoção de medidas para reduzir impactos nas empresas, como virtualização de servidores, computação em nuvem,

terceirização e uso de infraestrutura como serviço. A questão é que a otimização do uso da CPU e as novas tecnologias de blades provocam tal IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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Gestão Sustentabilidade adensamento que aumenta, e muito, a geração de calor – e o consumo de energia para o resfriamento. “A parte de refrigeração é a que menos se desenvolveu no data center”, diz Ricardo Schuette, gerente da Consultoria Empresarial, especialista da área de TI da Deloitte. Segundo ele, estão na mira dos especialistas iniciativas e tecnologias latentes. Uma delas é remover a fonte dos equipamentos individuais e adotar um transformador único, da forma como já é empregada na área de telecomunicações com racks especializados. A dificuldade é que, além do altíssimo nível de conhecimento exigido dos profissionais envolvidos, isso elimina a mobilidade de servidores. Outra é a substituição de baterias dos no breaks por células de energia movidas a hidrogênio, mas o combustível ainda enfrenta dificuldades de produção. Mas por enquanto os investimentos são mais direcionados a tecnologias como trocadores de calor mais eficazes, que empregam o ar a ser descartado para preparar a entrada do ar externo em uma antecâmara de resfriamento que rende entre 5% e 10% de economia na conta de energia, e a automação de processos para maximização do uso dos recurso, na prática desligando os recursos fora de uso. Cenário mais sustentável A aceleração dos investimentos em data centers no país também colabora para traçar um cenário mais sustentável apoiado em novas

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soluções. Dados da Frost & Sullivan apontam que o Brasil respondeu por mais da metade (58,5%) dos 2,3 bilhões de dólares movimentados pelo segmento na América Latina no ano passado, e deve alcançar 59% até 2017, quando o continente contabilizará US$ 3,6 bilhões movimentados pelo segmento. Para o Gartner, os investimentos no Brasil devem crescer 40% até 2016 – estudos feitos pela empresa de pesquisa revelam que um em cada quatro novos projetos de data center no Brasil são voltados à modernização de infraestruturas existentes. O setor financeiro encabeça o movimento de aportes milionários, em modernização, construção e consolidação de data centers. Um dos mais vistosos é o do Banco Itaú, que está investindo R$ 2,3 bilhões para construir e ativar um novo data center, em Mogi Mirim (SP), com base nos critérios LEED de sustantabilidade. Mas já foi reconhecido na categoria Joint IT and Facilities Innovation, que premia ações inovadoras de ganhos de eficiência em tecnologias e reconheceu as iniciativas adotadas no data center instalado no bairro da Mooca, em São Paulo. Entre elas, a virtualização de servidores, que já economizou 3,7

GWh desde sua implantação, a evolução dos mainframes, a aquisição de máquinas de refrigeração de precisão, o uso de desktops virtuais e a troca de monitores de tubo por LCD, que resultaram em economia de 1,9 GWh só no ano passado. O projeto incluiu ainda a melhoria da eficiência da infraestrutura, que baixou de 2,14 PUE (medida de eficiência de energia, na sigla em inglês), que baixou de 2,14 em 2004 para 1,6. A modernização tem proporcionado economia de energia de 1,5 milhão de kWh/ano, ou mais de meio milhão de reais anualmente. Nem o sol atrapalha Também não fica atrás a Cidade Digital, projeto montado pelo Banco do Brasil em conjunto com a Caixa Econômica Federal em Brasília que consumiu mais de R$ 320 milhões para construção e instalação de 25 mil metros quadrados de área total e 5,2 mil metros quadrados de piso elevado para TI. A estrutura vai consumir mais de 2 bilhões de dólares nos próximos anos em aquisição de equipamentos de TI. O analista de TI Verde do Banco do Brasil, José Doralvino Nunes,

A substituição da fonte dos equipamentos individuais para um transformador único, como já é feito em telecom, está na mira de especialistas IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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lembra que a instituição desde o ano passado compõe o índice Dow Jones de sustentabilidade. No data center, isso rendeu quesitos como a construção orientada de forma a otimizar a interação com a incidência solar, evitando o aquecimento das paredes. O prédio da produção é revestido externamente, inclusive abaixo do telhado, por laminado metálico duplo, com miolo de material isolante térmico (poliestireno expandido), para reduzir o aquecimento solar e deixar para o ar condicionado apenas a missão de combater a dissipação térmica dos equipamentos de TI – a providência possibilitou redução de 400 TR (toneladas de refrigeração) na previsão inicial para o conjunto de máquinas de refrigeração, economizando algo

equivalente ao sistema de ar condicionado de um prédio de escritórios com 8 mil metros quadrados de área útil. Também concorrem para a ecoeficiência requintes como os programas que fazem a assepsia da arquitetura de informação. “Economiza em MIPs (medida de desempenho de processadores) e em quilowatts”, resume Nunes. O banco, na verdade, tem uma coleção de atitudes verdes que permitiu a manutenção do consumo médio de energia entre 2010 e 2012, mesmo com a ampliação de 14% no quadro funcional – hoje são 12 mil funcionários. Outras apostam em inovação, como o quiosque totalmente movido a energia solar inaugurado em março em Salvador e as agências eco-

Foto: Divulgação

Elie Bautzer Lalabres, da BMBF Bovespa: “Vamos buscar a certificação LEED Silver”

eficientes – a agência de Pirituba, a primeira com certificação LEED, adotou técnicas de climatização que incluíram melhor aproveitamento da ventilação natural pela localização otimizada do edifício em relação às variáveis climáticas, telhado verde, jardim interno, paredes com tijolos de solo-cimento e geração de energia elétrica por células fotovoltaicas, chegando a economizar 46% na fatura de energia em relação à média nacional. Dos negócios à segmentação Das áreas A Porto Seguro também apostou na eficiência energética em seu projeto, que incluiu a construção de uma nova central de classe mundial, finalizada em 2011, e a

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Gestão Sustentabilidade

modernização de data centers mais antigos – um já foi atualizado, outro será terminado no início do ano que vem e um terceiro será desativado. “Foram muitas dezenas de milhões de reais”, diz o CIO Italo Flammia. Um projeto integrado buscou enfrentar o contrasenso entre sustentabilidade e alta disponibilidade. O primeiro passo foi aprofundar o conhecimento sobre processos de negócios para definir pontos críticos e desenhar a solução. “Com os requisitos de negócios definimos sistema e o hardware necessário, daí partimos para o planejamento e para o projeto da área onde ficariam acondicionados”, descreve o gerente do data center, Piero Bertolani Carli. O especialista conta que tanto o layout do prédio de 7,7 mil metros quadrados – 1,35 mil metros quadrados de área útil para servidores – quanto a forma de disposição dos equipamentos foram pensados para otimizar características como eletricidade e climatização. “Só o desenho dos gabinetes demandou horas de projeto”, exemplifica. O piso onde o ar frio é insuflado tem registros para controle de pressão e vazão. Para a climatização foram utilizados equipamentos de precisão da Emerson, que trabalham em rede e são controlados por um sistema central. Compressores com funcionamento variável evitam desperdícios na geração de frio para as áreas climatizadas. Os no breaks são modulares. “Acrescentamos módulos à medida que a

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carga sobe. A eficiência do sistema está sempre acima de 96%”, comemora Carli. O projeto, cuja topologia definiu espaços segmentados para otimização dos equipamentos, mirou em 1,42 de PUE, com apoio de nomes como Schneider, Carrier e Siemens. Novos desenhos Outro projeto com eficiência energética de ponta é o da BM&FBovespa. Em seu novo data center, em construção em Santana do Parnaíba (SP), com 3 mil metros quadrados de piso elevado, sequer utilizará grama para não gastar energia com cortador, descreve Elie Bautzer Calabres, diretor de infraestrutura e produção. Com fornecedores como Caterpillar (geradores), Liebert (no breaks), Emerson (ar condicionado de precisão) e Johnson Controls (central de agua gelada). A estratégia energética da casa – que tem atualmente cinco data centers em funcionamento, dos quais um está sendo atualizado para servir de contingenciamento quando o novo for inaugurado – incluiu desde a avaliação de atributos como a demanda de energia e cooling para a escolha de hardware, incluindo storage e equipamento de redes, até a decisão de abandonar grandes blades, que economizam espaço mas não tanto em energia e ar condicionado. “Voltamos a usar a tecnologia de equipamentos distribuídos, com máquinas que consomem abaixo de 300 kwh”, conta Calabres. Outra iniciati-

va foi distribuir os equipamentos de forma a cobrir toda a frente do rack. Antes, por questões de manejo, era colocado um servidor em uma U (unidade de medida onde o servidor é abrigado no rack) e outra era deixada livre. “Percebemos a perda de eficiência de cooling. Mantivemos a intercalação, mas passamos a adquirir placas cegas. Agora, o ar frio passa só por dentro do servidor ligado, sem dispersão pelo buraco”, descreve o executivo. Só isso, diz, reduziu cerca de 25% a exigência das máquinas de ar condicionado – em 600 metros quadrados de um dos cinco data centers em operação hoje, essa distribuição foi utilizada em cerca de 200 racks, em um data center de 600 metros quadrados. Já no novo data center foi adotado o conceito de enclausuramento de ar quente para os trechos de racks com baixa e média intensidade (com consumo entre 2 e 5 kw por metro quadrado), com racks dispostos como um retângulo, com o ar frio entrando por fora e o ar quente saindo por dentro. “Para os trechos de altíssima densidade vamos usar racks com refrigeração líquida ou sistema de chaminé para insuflar ar frio por baixo”, diz Calabres. Outras medidas incluem manutenção minuciosa dos chillers para evitar perdas, desligamento das luzes – serão acesas apenas para instalação ou reparo – e adotar painéis elétricos que minimizam a transferência de calor para o ambiente. “Vamos buscar a certificação LEED iwb Silver”, adianta o diretor. IW Brasil InformationWeek Brasil| |Julho Janeirode de2013 2010

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Case

A TI nas mãos da

BM&FBOVESPA Centralização da gestão de infraestrutura permite à instituição financeira trabalhar com disponibilidade para garantir as principais negociações do País KAREN FERRAZ | KAREN.FERRAZ@ITMIDIA.COM.BR

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Foto: Divulgação

I

números painéis eletrônicos espalhados por

ciação eletrônica e garantir a entrega de informações

todos lados do centro negociações do pré-

cruciais para a tomada de decisões. Com a fusão entre

dio localizado na Rua XV de Novembro, no

a Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercado-

centro da capital paulista, trazem números

rias e Futuros em 2008, que originou a BM&FBovespa, o

que extrapolam o campo de visão e variam

departamento de TI ficou responsável por gerenciar seis

em tempo real entre oscilações de taxas de

ferramentas de monitoração distintas, oriundas de qua-

câmbio, ações, títulos e rendas. Em 2012, foram nego-

tro fabricantes, o que gerava altos custos operacionais e

ciados um total de R$ 1,7 bilhão na BM&FBovespa, a

contratuais sem oferecer visão completa e integrada do

principal bolsa de valores do Brasil e uma das maio-

ambiente de TI.

res do mundo. Apenas nos seis primeiros meses deste ano, esse volume alcançou quase R$ 950 milhões.

Após analisar outras soluções do mercado, em 2009 a Bovespa decidiu centralizar o gerenciamento

Operar em uma rede de baixa latência capaz de

dos componentes de TI com soluções de monitora-

processar ordens de compra e venda em frações de se-

mento de infraestrutura e aplicações da CA Tech-

gundos é o que garante a negociação em média de R$

nologies. “Antes, se tivéssemos algum tipo de pro-

8 milhões diários em sua plataforma. Todas as ativi-

blema com aplicações ou infraestrutura, íamos para

dades da instituição são operadas em ambiente eletrô-

o mercado com esse problema sem saber onde ele

nico e por isso a mínima falha na infraestrutura de TI

estava instalado”, conta Elie Bautzer, diretor de TI

pode significar milhões de reais perdidos.

da BM&FBovespa. A solução foi montada com o CA

Frente à expansão da economia brasileira e ao aumen-

NSM, utilizado para monitorar 2.000 servidores e 600

to dos volumes financeiros negociados, a BM&FBovespa

equipamentos de rede da BM&FBovespa; CA Health,

precisava atender às demandas do mercado de nego-

que acumula informações para a gestão da capacida-

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Case de; e CA Spectrum, interligado a outras duas soluções para oferecer visibilidade sobre a infraestrutura física da plataforma eletrônica.

Com a atualização da infraestrutura de TI e projeto de monitoramento, Bautzer conta que a bolsa contaminio o mercado positivamente

Métricas e confiança O primeiro passo tomado dentro da instituição foi a criação de um projeto de monitoramento para definir métricas que ajudariam onde a TI deveria concentrar esforços, primeiro benefício da solução.

“Não adian-

ta comprar a ferramenta e instalar o agente sem saber o que e como monitorar”, explica Bautzer. Após investimentos na atualização da infraestrutura e nos sistemas de negociação, a Bolsa trabalha hoje com 30% da sua capacidade em uso e 70% da sua capacidade devido à suscetibilidade do volume de mercado. “Se o mercado está de bom humor, o volume de mensagens e de financeiro pode ser de três a cinco vezes maior. Precisamos estar preparados.” Também foi incluído um processo de checagem de toda a plataforma de negociação, composta por 550 servidores, por meio de instrumentos de testes. Esse procedimento passou a ser realizado em conjunto com os times de TI e negócios, todos os dias, às 4 horas da manhã. Além disso, às 7 horas da manhã, é feito um call matinal no qual equipes de negócios, TI e infraestrutura fazem um check list pra verificar se a plataforma está funcionando. Após todas essas iniciativas, a Bolsa passou a contaminar o mercado positivamente: corretoras passaram a adotar esse processo de checagem de sistemas e conectividades.

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Foto: Divulgação

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Case Para oferecer ainda mais con-

real informações em um painel

fiabilidade e segurança às ope-

sobre eventuais erros, possibili-

rações e uma visão integrada da

tando identificar quem é o usu-

plataforma de negócios, em 2011

ário que impactado na ponta e a

foram implantados os dashboar-

execução de ações preventivas.

ds interligados ao Spectrum, que

“Hoje nós evitamos esses mil

mostram como está a disponibi-

chamados e o mercado acaba

lidade das aplicações. Sem esses

nem sentindo algum problema

painéis, a conferência de informa-

em 90% dos casos. As ferramen-

3 Ms: Mercado, MonitoraMento e Maturidade

ções era realizada manualmente

tas da CA não são baratas, mas

pela área de operações de TI.

achamos que outras soluções

O diretor de soluções de vendas da CA Technologies, Rodrigo Bernardinelli, considera a mudança no mercado brasileiro ocorrida nos últimos como responsável pela maturidade das empresas para implantação de soluções de monitoramento. “A própria Bovespa mudou muito e hoje depende mais de transações eletrônicas acontecendo em nano segundos. Por isso, as soluções de monitoramento e gestão de aplicações são importantes para todo o processo de negociação, permitindo que a rede opere em baixa latência.” Segundo ele, o grande desafio de projetos como o da BM&FBovespa é implantar soluções sem interrupção e conseguir transferência de conhecimento para autonomia do cliente. A CA fornece soluções de monitoramento para bancos, instituições públicas, empresas de telecom e MSP (managed service provider) e espera um crescimento de 7% ao ano no segmento, impulsionada principalmente por mercados emergentes e MSP.

Da mesma maneira que o

gerenciamento de disponibili-

Spectrum monitora os compo-

dade, capacidade e performance

nentes sistêmicos do ambiente

que nós não tínhamos até 2009,

de negociação, a ferramenta faz

de modo que trabalhamos hoje

o monitoramento básico da in-

com 99,9% de disponibilidade

fraestrutura dos servidores que

nos servidores. A TI sente que

hospedam os 400 sistemas de

tem a infraestrutura nas mãos

pós-negociação da Bovespa, área

e que o usuário está sendo aten-

responsável por liquidar e con-

dido, pois podemos tomar ações

trolar os riscos de mercado, ge-

preventivas tanto no que diz

renciar as garantias e depositar

respeito à disponibilidade quan-

os bens que são negociados den-

to à capacidade das aplicações,

tro do mercado.

aumentando a produtividade do

Foto: Divulgação

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do mercado ainda não oferecem

Pós-negociação e gestão da exPeriência

Como as aplicações são hospedadas na web, a TI precisava ter

uma visão tão integrada. Todos esses componentes permitem um

mercado e dos usuários internos e externos de negócios.”

uma visão da experiência de aces-

De acordo com o diretor de TI,

so tanto de seus usuários internos

a parte mais custosa da implan-

como corretoras e bancos. “Antes,

tação consiste na distribuição

recebíamos uma média de mil

de agentes, uma vez que alguns

chamados por mês de corretoras”,

servidores ficaram indisponíveis

relata Bautzer, problema esse eli-

durante a instalação. Já em rela-

minado com a solução contratada.

ção à implantação do Spectrum,

Para monitorar a experiência do

ele afirma que a fase mais tra-

usuário, aplicações e transações

balhosa foi a de distribuição de

de negócio, a bolsa adotou ainda a

métricas definidas entre grupos

CA Application Performance Ma-

de servidores, pois se houver

nagement. Sua função é executar

grupos de servidores similares, é

operações e oferecer em tempo

necessário redefini-las.

iwb

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Foto: Lukas Lowack

Indústria IW Brasil

VITOR CAVALCANTI* | VCAVALCANTI@ITMIDIA.COM.BR

O gigante

ACORDO

Depois de passar por momentos complicados no passado recente, a HP parece ter trilhado um caminho que vai ao encontro da nova TI, com ofertas consolidadas em cloud e Big Data e um processo de recuperação da autoestima corporativa 82

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Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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dou?

“O mundo onde vivemos e fazemos negócios está mudando”. Essa simples frase proferida pela CEO da HP, Meg Whitman, durante a abertura do HP Discover 2013, principal evento da fabricante para clientes, realizado em Las Vegas (EUA), diz muito sobre a história da própria companhia, embora tenha sido direcionada para os desafios que as corporações enfrentam em tempos de busca constante por eficiência operacional, redução de custo e extração de valor da análise de informações. Meg assumiu em 2011 uma companhia em um momento complexo e com muitos desafios pela frente. Mas nos últimos dois anos a executiva vem impondo seu ritmo e seu estilo de gestão que parecem ter surtido efeito. No mais recente anúncio de resultados, a HP bateu a expectativa dos analistas em ganhos por ação, embora tenha tido queda na receita. Em meio a esse processo a fabricante indica também ter repensado sua história e retomou a aposta em inovação, essencial para uma empresa fincada no Vale do Silício. Apenas na divisão de software, o investimento em pesquisa e desenvolvimento está na ordem de US$ 400 milhões por ano e isso acompanha também um reforço à rede HP Labs, um foco, aliás, que a CEO já havia anunciado no ano passado. Tudo isso tem gerado um processo de, por que não, recuperação da autoestima corporativa. É como se um gigante adormecido acordasse

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Indústria IW Brasil

depois de um momento tenso em sua história. Parte desse resgate liderado por Meg é acompanhado, segundo a própria executiva, de uma relação mais próxima com os clientes. “Muita coisa aconteceu desde o Discover 2012. Estamos ouvindo mais desde o ano passado, estamos mais próximos que nunca. Queremos continuar entregando soluções que resolvam seus problemas. Ajudamos a criar o antigo mundo da TI e estamos contribuindo com o novo. Estivemos no velho mundo e estamos no novo mundo.”

ções da líder. A aproximação com o cliente, talvez, nunca tenha sido tão exaltada e isso pode ser extremamente positivo para os CIOs. Até porque, como explicou o gerente de gerenciamento de produto da HP Vertica, Luis Maldonado, as conversas não são feitas apenas com a TI, mas com diversos líderes de negócio para entender in-loco a real necessidade dos diversos departamentos. Atividade que, muitas vezes, a própria TI encontra resistência em realizar. “Dentro da indústria, a maioria não fala a língua do negócio. Não

Nova TI: Apenas na divisão de software, a HP investiu US$ 400 milhões anuais em P&D. Para Meg, diante de tempos cada vez mais desafiadores, as empresas e os CIOs, especialmente, precisarão de parceiros que possam ajudar na velocidade e nos termos adequados. A executiva acredita que a TI define a mudança nessa era e, para ela, essa mutação será liderada por cloud, Big Data, mobilidade e segurança. “É um novo estilo de TI, pronta para um novo estilo de negócio habilitado por tecnologia.”

Proximidade com o cliente E se missão dada é missão cumprida, os executivos da HP parecem levar à risca as recomenda-

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é só produto, precisa falar a linguagem local, saúde. E com base em todos os depoimentos você chega a uma solução. Você precisa ter as pessoas certas falando com as pessoas de negócio”, explicou o executivo. Ele afirma que o Haven, plataforma de Big Data anunciada pela HP que integra Hadoop, Autonomy, Vertica e soluções de segurança, já é fruto desse entendimento melhor da necessidade dos clientes. “Antes estava tudo separado. Conectado, mas separado, e os clientes queriam uma plataforma para entender o negócio e gerenciar os aspectos desse negócio.”

Big Data parece ser, entre os quatro pontos citados por Meg, a área onde a fabricante mais tem se desenvolvido. Além de cloud computing, obviamente, onde a abordagem de nuvem convergente e o anúncio do Cloud OS prometem simplificar a vida dos CIOs. Internamente, existe um otimismo muito grande em torno da plataforma Haven. Eles acreditam que a integração dessas soluções antes vendidas separadamente dará um poder de análise de informação muito grande. Na avaliação do vice-presidente da HP Software, George Kadifa, Big Data é resultado de toda a ação que a empresa cria e executa, uma vez que tais ações deixam pegadas digitais, e aí entram chats, vídeo conferências, compras, downloads de páginas, sensores, entre outros. “O Big Data é pegar tudo isso, correlacionar e transformar em informação e fazer isso em tempo real. Para isso anunciamos o Haven e acredito que seja a plataforma número um para Big Data. O que ninguém pode fazer, nós podemos: oferecer o real Big Data em um formato onde a TI pode demonstrar valor.”

Em construção Se em computação em nuvem e Big Data a HP parece ter encontrado o caminho, dos quatro pilares mencionados por Meg (cloud, Big Data, mobilidade e segurança), mobilidade é onde reside o maior desafio para a fabricante. Brasil | Julhode 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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Pla


Plano estratégico da HP sob a gestão de Meg WHitMan Aceleração

Atingir liderança de mercado

Recuperação e Expansão Reorganização Diagnóstico e Planejamento

Ano fiscal 2016 Ano fiscal 2015 Ano fiscal 2014 Ano fiscal 2013

Ano fiscal 2012

Depois de uma tentativa de entrar forte a partir da compra da Palm, a companhia apostou em um tablet com Windows para o segmento corporativo e em outro para o consumidor geral, rodando Android. A verdade, no entanto, é que os dispositivos ainda não viraram um hit. O modelo ElitePad, com plataforma Microsoft, tem casos de uso interessantes, como da companhia aérea Emirates e do governo do Qatar, que o está usando para o sistema educacional, mas falta algo que faça as corporações buscarem pelo dispositivo. Já com o Slate 7, equipado com Android, o preço competitivo pode ser um trunfo para a fabricante, não apenas para ganhar a atração do consumidor residencial, como também chamar a atenção de alguns CIOs que

já consideram o sistema móvel do Google para operações como automação da força de vendas. E como afirmou o vice-presidente de printing e personal systems da HP, Todd Bradley, o mundo hoje é móvel. Ele frisa que a companhia tem feito investimentos pesados nesta seara para criar dispositivos que suportem esse novo mundo, ajudando, assim, a redefinir a mobilidade nos campos corporativo e residencial. E para uma empresa em transformação como a HP, nada melhor do que fincar os pés e trazer abordagens diferenciadas. A receita a CEO já deu: um passo de cada vez, o resgate da inovação por meio do fortalecimento dos HP Labs e adoção do antigo conselho de ouvir mais o cliente. iwb *O jornalista viajou a Las Vegas a convite da HP

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INOVAR É VER O QUE HÁ DE NOVO NO ANTIGO Nada se cria do nada. Toda inovacão, por mais simples que seja, nasce de uma necessidade real e já existente.

A IT Mídia inicia a décima terceira edição do estudo 100+ Inovadoras no uso de TI, estudo que se apresenta como o principal balizador da aplicabilidade da tecnologia em prol da inovação empresarial, apontando as empresas que percebem a TI como ferramenta estratégica e defendem este investimento. Possui algum projeto inovador? Compartilhe conosco!

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IT Mídia Debate IA

Horácio Poblete, Co-fundador da Ledface

Inteligência artificial sai da ficção científica para ajudar em processos nos quais a análise e correlação de conhecimento é crucial

pensa Máquinas que

GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

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Fotos: Ricardo Benichio

Marcio Lobo Neto, pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP)

José Carlos Duarte, CTO da IBM Brasil

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IT Mídia Debate IA

nteligência artificial, ou IA, é um binômio dificilmente dissociado de conceitos futuristas, robôs ou equipamentos autônomos, imaginados uma vez em histórias de ficção científica e aplicados em mostras e feiras de altíssima tecnologia, em mercados desenvolvidos. A verdade, contudo, é que a IA já é realidade na computação contemporânea e inclusive possui aplicação corporativa – até mesmo no Brasil. O termo foi definido pela primeira vez em 1956 por John McCarthy, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), referente aos mecanismos da tecnologia responsáveis por tornar o comportamento de computadores cada vez mais semelhante ao dos humanos. Assim, a IA envolve a capacidade das máquinas de aprender (lembrar resultados produzidos em tentativas anteriores e modificar a operação de acordo com testes subsequentes) e analisar (selecionar e correlacionar dados e resultados produzidos em operações similares, elencando melhores opções para serem repetidas).

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A ADDED

MARCOU MAIS UM GOLAÇO A Added foi a campeã do Prêmio Referências em TI 2013 - CRN Brasil, na categoria Servidores, Storage e Virtualização com o Case Arena-Mineirão. O Estudo tem por objetivo identificar e destacar iniciativas relevantes e inovadoras que contribuíram para o fortalecimento do setor de Tecnolo-

Muito obrigado ao time que nos ajudou em mais essa conquista!

gruporenov.com.br

gia da Informação e Telecomunicações.

ADDED STI - R. BASÍLIO DA CUNHA, 206 – ACLIMAÇÃO | WWW.ADDED.COM.BR TEL: 11 2126 3600 - FAX: 11 2126-3601 Participe das comunidades da Added nas nossas redes sociais e receba mais informações.

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IT Mídia Debate IA

Não é à toa, então, que aplicações

fornecida”, expôs o CTO da IBM Bra-

da IA envolvem reconhecimento por

sil, José Carlos Duarte, no IT Mídia

voz, robótica, redes neurais e sistemas

Debate: Você está preparado para

para tomadas de decisão. Essas são as

inteligência artificial nos negócios?,

soluções nas quais trabalha o super-

promovido pela InformationWeek

sistema Watson, da IBM, desenvolvi-

Brasil em São Paulo.

do para vencer o game show televisi-

O pesquisador da Escola Politéc-

vo Jeopardy, nos Estados Unidos, em

nica da Universidade de São Pau-

2007. “Hoje, criamos soluções reais

lo (Poli/USP), Márcio Lobo Netto,

em cima do Watson, que é um com-

desenvolve pesquisas nas quais há

putador de hardware convencional,

a aplicação prática de IA para ins-

mas sistema de IA. Ele funciona com

tituições e mercado corporativo. “O

a lógica invertida da TI, pois ao invés

que nós temos, na prática, é o desen-

de dar respostas a problemas, o Wat-

volvimento de soluções para proble-

son foi feito para formular perguntas

mas específicos apresentados pelas

específicas a uma resposta que lhe é

companhias”, esclarece. Um dos tra-

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JULIA A Julia, assistente virtual da TAM, desenvolvida pela Next IT, responde dúvidas dos clientes no site da companhia aérea com interação homem-máquina. No ar desde o dia 13 de junho, o objetivo da criação é filtrar as demandas que chegavam ao contact center. Por meio de pesquisa, a empresa constatou que mais da metade das ligações aconteciam quando usuários estavam com a página web aberta. Por conter tecnologia de IA, Julia aprende progressivamente quando se depara com perguntas que não sabe responder – essas sim encaminhadas ao contact center. É a primeira vez que esta solução, já usada por companhias aéreas norteamericanas, como a United, chega ao Brasil. “Essa foi, inclusive, a nosso maior desafio: adaptar as informações e alimentar a base de dados com informações em português”, explica Rodrigo Trevizan, diretor de vendas diretas da TAM. Menos de um mês no ar, a assistente já acumula 80 mil chamados, com 80% de respostas assertivas. “Nosso objetivo não é substituir pessoas, mas melhorar o atendimento com uso da tecnologia. Conseguimos evitar que muitos clientes desistam de realizar uma compra porque não encontram informações no site”, conclui.

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balhos que nasceu entre os pesquisa-

com intensa necessidade de mitigar

devido aos dados apresentados. Essa

dores foi um sistema de algoritmos

riscos ao máximo porque em situ-

e outras soluções, inclusive, são de-

feito pela Companhia de Engenharia

ações críticas, a administração de

senvolvidas com interfaces de pro-

de Tráfego (CET) de São Paulo, ca-

medicamentos e tratamentos inade-

gramação de aplicações (APIs).

paz de analisar diferentes cenários

quados pode ser fatal. É evidente,

de trânsito e programar semáforos

portanto, que a IA se aplica em so-

para melhorar a fluidez do tráfego.

luções de data mining e até mesmo

“Estamos bem longe de inteli-

Implantado em uma pequena região

no Big Data, tendência amplamente

gência artificial avançada na prática.

do bairro de Moema, na zona sul, há

discutida entre especialistas em TI

Várias correntes de pesquisa pensam

planos de aprimoramento para servir

e tida como um dos carros-chefe do

em resolver problemas extremamen-

a cidade como um todo. “O que está

mercado para os próximos anos. “Se

te complexos em ambientes simples.

por trás da solução em si não é difícil,

tenho um universo muito grande de

Na vida real, os problemas são sim-

mas a dimensão do problema é. Por

informações, como posso agrupar

ples em ambientes complexos”, relata

isso, soluções de IA atingem proble-

e reconhecer dados relevantes para

Horácio Poblete, co-fundador e CEO

mas que computadores comuns não

meu negócio? Análise de dados e in-

da Ledface, startup que desenvolveu

conseguem resolver.”

teligência artificial estão diretamen-

uma plataforma de computação cog-

te relacionados”, resume Lobo Netto.

nitiva. Impulsionada pela Acelerado-

cado corporativo, exatamente? Entre

Logo, não é difícil vislumbrar

ra.net, do investidor Yuri Gitahy, a

as aplicações comerciais do Watson,

aplicações na área financeira. O Citi-

plataforma também utiliza pergun-

muitas se concentram na área médi-

bank, por exemplo, construiu com a

tas e repostas para construir uma

ca. Hospitais americanos como o de

IBM um projeto em cima do Watson.

base coletiva de dados e conhecimen-

Cleveland utilizam a inteligência do

A rotina de tomada de decisões para

to. Fundada ao final de 2011, a startup

sistema para pesquisa e diagnósticos

investimentos envolvendo milhões

criou a área B2B para aplicação da

complexos, como câncer. O princípio

de dólares – sob pressão e estresse,

tecnologia para resolver problemas

é o mesmo do Jeopardy: uma análi-

com demanda de respostas em pou-

empresariais no início deste ano.

se é feita em cima dos dados obtidos

cos segundos – são realizadas com

O sistema corporativo foi apresen-

para se chegar à causa do problema,

uma redução considerável nos riscos

tado em reuniões de empreendedores

Então, como a IA chega ao mer-

Mercado NacioNal

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do Serviço de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae), em um totem no qual os participantes expunham problemáticas referentes a seu negócio . “O que acontecia era que outro participante do evento tinha a solução para aquele problema. Ou seja, um sistema inteligente é capaz de conectar informações relevantes e unir uma imensidão de dados a algo útil”, conta. Conforme a ferramenta é utilizada, as informações são progressivamente “aprendidas” pelo sistema para uso e correlação posterior, classificando-a como um mecanismo de IA. A Natura é outra empresa com projetos na plataforma. Essa dinâmica tem grande potencial para personificar atendimento ao cliente em serviços de contact center. Na interação em chats virtuais, a IA é capaz de interagir tanto com o usuário que se comunica de maneira natural e buscar respostas em ampla base de dados con-

cenários tão complexos, incorre a dú-

própria computação. Quando os pri-

vencionais. Devido à comunicação, a

vida de substituição do homem pela

meiros computadores foram criados,

linguagem impede a importação dire-

máquina, preocupação latente desde

a especialidade era cálculo. Depois

ta de soluções ativas em outros países,

que sistemas passaram a realizar ta-

disso, surgiram os sistemas progra-

alavancando a necessidade de se cons-

refas complexas com maior eficiência

máveis. “Agora, entramos na era da

truir projetos nacionais. “O idioma é o

que a mão de obra humana. “É inegá-

computação cognitiva. O segredo

motivo pelo qual o Watson não pode ser

vel que a IA tem melhor performance

está em trabalhar processos críticos

trazido ao Brasil, ele é programado para

em cenários complexos. A máquina,

de negócio com apoio na computação

o inglês”, conta Duarte. Ou seja: a difi-

apesar de analisar e interagir, não

para a inteligência na tomada de de-

culdade na construção de iniciativas de

toma decisões. Aí está a diferença”,

cisão, com base em arquitetura não

IA reside na interpretação de nuances

defende Lobo Netto.

Além disso,

estruturada, por isso a necessidade

de linguagem inerente à comunicação

computadores tampouco criam co-

de sistemas cognitivos”, explica Du-

humana, repleta de figuras de lingua-

nhecimento. Ao tomar a Ledface como

arte. Logo, não há a escolha de um

gens e peculiaridades regionais.

caso, sem o fornecimento de dados pe-

único vencedor, pois assim como a

los usuários à plataforma não há evo-

TI e o negócio, homem e máquina são

lução. “Quem produz o conhecimento

aliados (e não rivais).

Homem x máquina Com todo esse potencial para selecionar, analisar e entender dados em

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são as pessoas”, enfatiza Poblete. O raciocínio remete à evolução da

No caso da disputa do jogador contra o Watson, o computador venceu.

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Foto: Magdalena Gutierrez

Papo Aberto

O poder das redes Em recente aula em um do MBA de Gestão de Projetos falei sobre a Teoria dos Seis Graus de Separação. Não demorou muito para que um aluno que acompanhava a explicação ao mesmo tempo em que digitava em seu note interviesse dizendo: professora, agora são apenas quatro graus de separação. A teoria tem por base um estudo científico de 1967 coordenado pelo psicólogo social Stanley Milgram que concluiu que são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer possam fazer contato. No referido estudo, realizado nos Estados Unidos, foram distribuídas cartas para algumas pessoas e estas deveriam fazer a correspondência chegar a seu destinatário com o qual poderiam ter uma relação direta ou percorrer o caminho por meio de intermediários em comum. De fato, como foi dito pelo aluno mencionado no início deste artigo, um segundo estudo, este realizado recentemente tendo como agentes a Universidade de Milão, na Itália, e o Facebook, mostrou que a distância atual saiu dos seis graus e foi reduzida para 4,74 graus, podendo ser menor em países onde a participação em redes sociais digitais é maior. O Orkut, uma das primeiras redes de relacionamento por meios digitais, criada pelo engenheiro de software Orkut Buyukkokten em Janeiro de 2004, tem por base exatamente a teoria dos seis graus. E o Brasil, junto com a India, foram os dois países onde o Orkut obteve maior número de adeptos. O que isso mostra? Mostra que o jeito brasileiro e latino que pri-

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ma pelo relacionamento que sempre foi conhecido e reconhecido nos meios convecionais ganhou um alcance muito maior por meio justamente das redes sociais. É o que temos visto nas recentes manifestações que levaram e continuam levando às ruas centenas de milhares de pessoas num movimento de bandeiras diversas tanto pelo ponto de vista das reivindicações quanto dos adeptos. Redes até recencentemente usadas para convidar pessoas para eventos ou reuniões entre amigos passaram a ser utilizadas como meios de comunicação sobre concentrações e passeatas que tiveram início com o repúdio ao aumento do transporte público em São Paulo e que passaram a se repetir em diversos estados e que, pela força atingida, hoje já contabiliza vitórias práticas como a redução no preço das passagens do transporte público bem como a derrubada da PEC 37, que tirava poderes de investigação do Ministério Público. Assim como as redes sociais são capazes de, em questão de instantes, derrubar a reputação de pessoas ou empresas com base em iniciativas divulgadas com uso deste “megafone de alcance praticamente infinito”, e por conta disso são alvo de monitoramento constante, as iniciativas recentes mostraram a força destas redes também no plano político social. Com certeza, a partir destes episódios, o poder das redes será sempre avaliado como algo decisivo em qualquer campo.

Stela Lachtermacher Diretora Editorial IT Mídia Brasil | Julho de 2010 2013 InformationWeekIW Brasil | Janeiro

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A BandTec tem 75% de aulas em laboratório – e que laboratório. Por isso, nossos alunos vão muito além da teoria e já saem da BandTec dominando tecnologias que muitas vezes ainda nem chegaram ao mercado. Procurando novos talentos em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Redes de Computadores e Banco de Dados? Entre em contato com a BandTec: (11) 5574-6844. Vale a pena conversar com esses estudantes. E se quiser conversar em inglês, fique à vontade. A BandTec tem um curso de inglês integrado ao currículo, com aulas ao longo de toda a graduação.

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