Infor Channel - Abr2017 #03

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Edição 03 | Abril 2017 | R$ 4,70

Editora Mais Energia | Exemplar cortesia

Divisor de águas além das telecomunicações

Por possibilitar velocidades de internet banda larga altíssimas, baixa latência e alta confiabilidade, a 5G promete revolucionar o mercado e mudar radicalmente alguns modelos de negócios

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tecnologias que vão revolucionar as PMEs

Redes interligadas

Canais assumem um papel ainda mais estratégico na gestão de infraestrutura hiperconectada

Lenovo

Companhia reestrutura programa de canal para torná-lo mundial

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Editorial Um brinde à mobilidade Das grandes corporações às PMEs: todas tiveram seus negócios impactados pela hiperconexão. Na matéria de capa falamos sobre a tecnologia 5G, que promete revolucionar os negócios ao propor velocidades altíssimas de conexão, abrindo assim caminho para a adoção massiva da IoT e de aplicações de missão crítica. Enquanto o mercado se prepara para a 5G, cresce o uso de soluções de redes interconectadas e múltiplas nuvens. Nesse cenário, os canais assumem um papel ainda mais estratégico de reduzir a complexidade da gestão dessa infraestrutura hiperconectada, prezando sempre pela disponibilidade. Listamos também as cinco principais tecnologias que vão impactar as PMEs neste ano. Por fim, conversamos com Augusto Rosa, da Lenovo, que nos contou tudo sobre os novos planos para o novo ano fiscal da companhia, iniciado em abril. Boa leitura! Flávia D’Angelo flavia.dangelo@inforchannel.com.br

Expediente Diretor: Cláudio Miranda Editorial redacao@inforchannel.com.br Editora: Flávia D’Angelo Repórter: Paola Brescianini Colaboradores: Marcelo Gimenes Vieira, Patricia Santana e Roberta Prescott (texto), Alexia Raine (revisão), Glicério Rocha (arte) Projeto Editorial:

Comercial comercial@inforchannel.com.br Gerente Comercial: Pedro Brescianini

Atendimento ao leitor contato@inforchannel.com.br Tel: 11 2272-0942 Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia. Site: www.inforchannel.com.br Facebook: facebook.com/InforChannelOficial Instagram: @inforchannel LinkedIn: linkedin.com/inforchannel Twitter: @inforchannel Impressão: Referência Gráfica

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Por Patricia Santana

REDUÇÃO DE

COMPLEXIDADE A limitação que separava o mundo digital do ambiente físico já é passado. Em uma era pautada pelos serviços sob demanda e guerra por eficiência, impera o aumento do uso de soluções de redes interconectadas e múltiplas nuvens. Nesse cenário, os canais assumem um papel ainda mais estratégico de reduzir a complexidade da gestão dessa infraestrutura hiperconectada, prezando pela disponibilidade

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á dois anos, apenas 38% dos líderes de TI implantavam infraestrutura em que a interconexão estava no centro das decisões. Hoje esse percentual é de 84%, de acordo com a pesquisa “A Empresa do Futuro”, aplicada com mais de mil líderes de tecnologia, realizada pela Equinix, companhia global de serviços de data center e interconexão. Segundo o levantamento, entre as empresas que já possuem estratégias de interconexão, mais de um terço arrecada cerca de US$ 10 milhões em ganhos em receita e economia de custos. Neste cenário, a nuvem é um fator crítico para o sucesso do negócio. Afinal, tem um potencial de empoderar qualquer organização para aumentar a capacidade de interconexão e escalabilidade, expandindo a presença global,

melhorando a performance das aplicações e impulsionando a qualidade da experiência dos usuários. Atualmente, 48% das empresas estão substituindo a tecnologia local herdada por plataformas e aplicações em nuvem. Até 2019, os gastos de TI com infraestrutura de nuvem devem alcançar U$ 54,6 bilhões, de acordo com estudos da IDC. Em 2020, cerca de 70% de todos os investimentos em softwares, serviços e tecnologias estarão baseados na nuvem, conforme a pesquisa Future Scape Worldwide Cloud Predictions. Há, portanto, uma transição da “era conectada” para a “era interconectada”, na qual os modelos de negócios são interdependentes e companhias buscam vantagem competitiva por meio da economia colaborativa de empresas e provedores

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Arquitetura orientada para interconectividade À MEDIDA QUE AS EMPRESAS DESENVOLVEM SUA CAPACIDADE E ARQUITETURA PARA SE CONECTAR, SE COMUNICAR E COLABORAR COM CLIENTES, PARCEIROS E FUNCIONÁRIOS, HÁ UMA MUDANÇA DE DESAFIOS, OPORTUNIDADES E PERSPECTIVAS. NESSE SENTIDO, O MERCADO OBSERVA TRÊS GRANDES MOVIMENTAÇÕES:

Principais benefícios da interconexão MELHORIA DE PERFORMANCE

2. MÚLTIPLAS NUVENS Com a especialização de nuvens, aumenta a oferta de serviços específicos de acordo com a necessidade de cada aplicação e servidor. Sendo assim, uma única empresa passa a trabalhar com múltiplas nuvens, definindo a mais adequada para cada necessidade. Aqui o desafio está em encontrar a melhor ferramenta de gestão de nuvem que permita movimentação entre a pública e privada e que possa suportar diferentes provedores, mantendo segurança.

Augusto Panachão,

da Dimension Data

Foto: Divulgação

1. HIPERCONECTIVIDADE DE REDES Busca por diferentes meios de conexão à rede, o que está associado à necessidade de as empresas otimizarem custos e garantirem mais disponibilidade. Diante dessa necessidade de conectividade em diversas redes, o integrador assume um papel mais estratégico, porque antes as companhias compravam links de operadoras, mas agora procuram canais com solução baseada em software, o que traz mais flexibilidade de trabalhar com a melhor opção de conexão local. “Para o canal, dá a possibilidade nova de atuar em um mercado que antes era dominado por operadoras”, avalia Augusto Panachão, diretor de Cloud e Soluções da Dimension Data.

SEGURANÇA ESCALABILIDADE PRESENÇA GLOBAL MENOS INVESTIMENTOS MAIS ECONOMIA CONFIABILIDADE

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3. MICROSERVIÇOS Mais do que aplicações e servidores em nuvem, a tendência é que haja a gestão de microserviços em múltiplas nuvens. “O canal hoje tem condição de reduzir a complexidade da gestão de diferentes nuvens, microserviços, links, por meio de uma gestão compartilhada com as empresas, o que dá mais eficiência para área de TI”, pondera Panachão.

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Foto: Divulgação

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Rick Vanover, da Veeam

Desafios da interconectividade de múltiplas nuvens SEGURANÇA Mover dados sensíveis para a nuvem é muitas vezes um risco. CUSTOS Múltiplo modelo de preços de uso da nuvem em constante mudança pode ser confuso. DESEMPENHO Desempenho consistente é um desafio quando as cargas de trabalho são variáveis. MODIFICAÇÃO DE APLICAÇÕES Isso requer investimento em tempo e recursos. INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA LOCAL Manter o status quo sempre parece menos arriscado do que efetivamente é.

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Sala de aula

interconectada

Com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, totalizando 10 mil alunos, entre os cursos de graduação e pósgraduação, e 1.500 funcionários, a ESPM tinha o desafio de manter toda essa comunidade conectada. Alunos conectados em softwares de aula à distância, mais de 2 mil contas no Exchange e a necessidade de manter disponibilidade e agilidade. Atualmente, cerca de 99% do ambiente de TI da ESPM é virtualizado e interconectado, trabalho realizado pela fornecedora de serviços e soluções de TI Triple S, parceira da Veeam. A instituição também conta com três data centers – um principal em São Paulo e dois menores nas unidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre. De acordo com Rick Vanover, diretor de Marketing de Produtos técnicos da Veeam, quando se trata de mobilidade corporativa é preciso evitar o lock-in (aprisionamento tecnológico). “Há uma necessidade por uma experiência melhor de disponibilidade quando as aplicações e os dados podem estar disponíveis, independentemente de onde as cargas de trabalho estejam”, pondera. O fato é que organizações de todos os tipos querem que suas redes interconectadas, aplicações e serviços estejam sempre disponíveis. Entretanto, quando há mais componentes, há mais complexidade. As empresas têm uma oportunidade hoje de prover mais aplicações acessíveis, mantendo-os mais disponíveis do que nunca. E o canal tem o papel fundamental de reduzir e gerir essa complexidade.

de soluções através de conexões seguras, confiáveis e, acima de tudo, interligadas. Para Nelson Mendonça, diretor de Operações da Equinix, a nova economia digital exige a interconectividade, que por sua vez requer eficiência e custo sob demanda, mas deixa um legado para o setor mudando perspectivas. “Com o aumento do uso de redes interconectadas, o data center deixa de ser um centro de custo e passa a ser um centro de receita, porque permite que as empresas consultem serviços disponíveis no mesmo data center, que passa a conectar toda a cadeia”, avalia. É por isso que a Equinix acaba de dobrar a capacidade e inaugurar um quinto data center no Brasil. Com investimentos na ordem de US$ 69

milhões na primeira etapa de construção, essa iniciativa reforça a visão da companhia sobre a transformação digital das empresas, na qual as áreas de TI apoiarão as áreas de negócio por meio de interconexão. Por isso, o objetivo da organização é fomentar negócios entre as empresas hospedadas em seus data centers – sejam elas nuvens, provedoras ou fornecedores de soluções. A nova infraestrutura já conta com mais de 30 clientes – quase o dobro da quantidade de companhias que já estavam hospedadas no data center de Tamboré, quando foi inaugurado em 2011. Embora a estratégia interconectada garanta vantagens competitivas, também traz consigo um cenário desafiador em termos de segurança, gestão de custos e desempenho.

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Automação

A DISTRIBUIÇÃO E O SAT FISCAL Por Redação

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movimento não é novo. A obrigatoriedade de trocar o Emissor de Cupom Fiscal (ECF) pelo Sistema de Autorização e Transmissão (SAT) teve início em novembro de 2014. Basicamente, trata-se de um segundo momento de modernização do mercado de automação comercial, que já se viu obrigado a adotar as impressoras fiscais e agora deve substituir esse parque por equipamentos SAT. O SAT permite aos varejistas registrar em tempo real suas vendas e o envio digital ao sistema da Secretaria da Fazenda. São Paulo está na dianteira da adoção. A partir de janeiro deste ano, o aparelho passou a ser obrigatório para empresas contribuintes que tiveram receita bruta superior a R$ 81 mil no ano de 2016. O cronograma se estende até janeiro de 2018, quando entram os Microempreendedores Individuais. A obrigatoriedade do uso representa oportunidades para o mercado de TI. Distribuidores passam a enxergar a nova demanda, que já se reflete no faturamento dessas empresas. Segundo Camila Rabelo, diretora Comercial e de Marketing da Agis, a companhia observou um crescimento de 60% nas vendas em 2016. Segundo ela, a maior demanda vem das revendas de automação comercial do estado de São Paulo, que atendem pequenos, médios e grandes varejistas. Camila conta que a Agis criou uma célula dedicada a projetos de SAT e está em fase de capacitação da base de revendas para venda de automação comercial. “O mercado de automação comercial continuará crescendo devido à exigência do NFC-e e o SAT Fiscal por outros estados que sofreram mudanças na legislação, como aconteceu em São Paulo”, prevê a executiva. A Ingram Micro Brasil também está preparada para atender à demanda do SAT Fiscal. Segundo Luis Lourenço, diretor de Advanced Solutions e Desenvolvimento de Novos Negócios da distribuidora, o principal mercado continua sendo o varejista, mas setores como o de hospitalidade também devem

Camila Rabelo, da Agis

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demandar volume considerável, uma vez que a adoção do SAT Fiscal é obrigatória para qualquer estabelecimento emissor de cupom fiscal eletrônico no estado de São Paulo. “Com a obrigatoriedade, conseguimos gerar novas oportunidades de negócios e expandir as vendas no segmento de automação comercial e tecnologia da informação. A expectativa para 2017 e anos subsequentes é que o negócio SAT venha a ser revigorado pela ampliação da obrigatoriedade para novas faixas de faturamento no estado de São Paulo e pelas perspectivas futuras de adoção do dispositivo por outros estados bem como pela possibilidade do SAT ISS”, pontua. A Ingram Micro Brasil distribui o SAT dos fabricantes Dimep, Gertec, Nitere/Postech e Tanca, cujos modelos podem ser oferecidos em pacotes integrados a impressoras térmicas não-fiscais e com produtos complementares como wi-fi, nobreak e storage, softwares de backup e armazenamento em nuvem. A Bematech optou por uma estratégia que considera a venda do produto isolado para atender à necessidade das empresas. Além de vender apenas o equipamento, comercializa o combo SAT, que engloba o SAT Fiscal, a impressora e um serviço de armazenamento dos recibos do SAT na nuvem, agregando, assim, mais valor ao cliente. Essa estratégia está bastante fundamentada nos canais que conta com as revendas para distribuição do aparelho. Eros Jantsch, vice-presidente de Micro e Pequenos Negócios da Totvs, conta que a exigência de obrigatoriedade gerou bastante oportunidade de negócios para a empresa. “O impacto da mudança do SAT já aconteceu e o mercado já se adaptou. A régua está ficando cada vez mais baixa e isso tem gerado oportunidades. Além disso, em São Paulo, a exigência de troca da impressora fiscal depois de cinco anos de uso também tem impulsionado a adoção do SAT”, afirma.

O que é SAT? O equipamento SAT (Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos) documenta, de forma eletrônica, as operações comerciais dos contribuintes varejistas do Estado de São Paulo, substituindo os equipamentos ECF (Emissor de Cupom Fiscal). O SAT gera e autentica os CF-e-SAT (Cupons Fiscais Eletrônicos) e os transmite automatica e periodicamente, via internet, à Secretaria da Fazenda.

Benefícios do SAT Fiscal • Redução de custo com equipamentos • Eliminação das exigências atuais, como mapa resumo, redução Z, leitura X • Facilidades de consultas e cancelamentos de notas fiscais • Processo eletrônico elimina erros

Desafios

Qualquer mudança que diz respeito à modernização de tributos no Brasil é desafiante. Segundo Anderson Souza, diretor da Arte Fiscal Consultoria Tributária, o principal objetivo é tornar o processo totalmente eletrônico, documentar as operações dos contribuintes varejistas e assim facilitar as obrigações fiscais. “O fisco vem investindo alto em cruzamentos fiscais para que suas auditorias sejam instantâneas. As obrigações impostas aos contribuintes permitem ao órgão receber as informações de forma analítica, tendo mais condições de fazer análise mais profunda em um processo automático”. Os desafios, segundo ele, permeiam o caráter de inovação, que requer investimento no setor de TI por parte da empresa e, principalmente, mudança cultural.

Eros Jantsch,

da Totvs

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Tecnologia

À espera da p a

Por Roberta Prescott

A

quinta geração da telefonia celular (5G) será um divisor de águas e não apenas no universo das telecomunicações. Por possibilitar velocidades de internet banda larga altíssimas, baixa latência e alta confiabilidade, a 5G deverá impulsionar uma rápida e massiva adoção de soluções de Internet das Coisas e proporcionará transformações profundas em diversas indústrias, além de possibilitar o surgimento de modelos de negócios que hoje seriam inviáveis. Diferentemente da evolução de 3G para 4G, que foi basicamente de incremento de velocidade de máxima da comunicação, espera-se que a 5G garanta uma infraestrutura robusta o suficiente para suportar aplicações de missões críticas, respaldando, por exemplo, o funcionamento de carros autônomos e da telemedicina. O mercado dá como certo que a chegada das redes 5G ocorrerá em 2020. O marco casa com

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A quinta geração (5G) de telefonia celular vai revolucionar o mercado. Ao possibilitar aplicações

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p adronização de missão crítica, poderá mudar radicalmente alguns modelos de negócios

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a realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio, no Japão. Para isto ocorrer, contudo, a tecnologia das redes 5G ainda precisa ser padronizada pelo 3GPP — 3rd Generation Partnership Project. Até lá, o próprio 3GPP vem soltando releases com evoluções do Long-Term Evolution (LTE), fazendo com que as redes 4G alcancem velocidades maiores. Da parte da indústria fornecedora, as iniciativas são muitas. Praticamente todas têm acordos de cooperação com diversas operadoras para testar tecnologias. Em anúncio coletivo, um grupo formado por empresas como AT&T, Vodafone, Ericsson, Qualcomm Technologies, British Telecom, Intel e outras, se uniu para acelerar a viabilidade de 5G. O acordo coletivo visa a antecipar a disponibilidade e a padronização da solução de rádio 5G NR de forma a possibilitar testes e implantações já em 2019. O grupo também se comprometeu em

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Evolução

Projeto 5G Brasil No Brasil, representantes da indústria e das prestadoras de serviços de telecomunicações, do governo federal, Anatel, academia e centros de desenvolvimento tecnológico se juntaram para lançar o Projeto 5G Brasil. O objetivo é fomentar a construção do ecossistema de quinta geração de telefonia móvel e estruturar a participação do País nas discussões internacionais. O diretor da Telebrasil, Sérgio Kern, explica que cinco comissões temáticas foram criadas para debater os assuntos mais importantes, tais como pesquisa e casos de uso, infraestrutura, padronização, ações regulatórias verticais e ações com o mercado, e espectro de frequências. A duração do projeto é indeterminada e o cronograma de atividades ainda está sendo definido. “A tecnologia 5G servirá como suporte para a Internet das Coisas. Esta nova fase da internet permitirá a conexão de um número significativo de sensores e objetos entre si em uma escala global muito superior à atual e trará diversos benefícios para a sociedade”, aponta Kern, ao explicar a importância do projeto para o Brasil. “A tecnologia 5G também permitirá o acesso em velocidades até cem vezes maiores às alcançadas em 4G. A inserção do Brasil nessa tecnologia é vital para o crescimento econômico do País”, completa. Para o diretor da Telebrasil, com o Projeto 5G Brasil, o País tem oportunidade de influenciar na definição da padronização. “Estimase que a atribuição de frequências e o padrão tecnológico para 5G estejam disponíveis em 2019”, assinala. A identificação das faixas de frequência mais apropriadas para 5G está sendo conduzida em fóruns internacionais, como a Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel) e União Internacional de Telecomunicações (UIT). No Brasil, a necessidade de haver leilão de espectro não está descartada.

3G

1G

2G

1980

1990

2008

• Tecnologia de voz analógica

• Inserção de Voz digital • Mensagem de texto

• Integração de voz • Internet móvel

5G

4G 2014

2020

• Transmissão de dados com alta capacidade • Vídeos

Fonte: Fontes consultadas para esta matéria.

manter o padrão intermediário compatível com o que vier a ser definido pelo 3GPP para evitar a fragmentação. “Todo mundo na indústria, de forma coordenada, está tentando acelerar a padronização para que o processo aconteça mais rápido. A ideia é trabalhar de forma que nada se perca e que seja compatível”, explica Roberto Medeiros, diretor-sênior de desenvolvimento de produtos da Qualcomm. Na mesma linha, Eduardo Ricotta, vice-presidente da Ericsson no Brasil, acredita que as operadoras vão seguir buscando incrementar a velocidade de suas redes e estão fazendo isto por meio da utilização de múltiplas frequências, além de antecipar algumas funcionalidades da 5G para melhorar a experiência do usuário final. A Vivo, por exemplo, realizou no ano passado testes na 4,5G com funcionalidades de agregação de portadoras no Rio de Janeiro e Rio Verde (Goi-

• Flexibilidade • Aplicações com alto teor de inovação • Densidade • Altíssima velocidade • Ultra HD & 3D vídeo • Internet das Coisas

ás). “Os resultados foram positivos e devemos seguir para novas localidades em 2017. Somos a primeira operadora no Brasil a usar os ativos reais de espectros na cidade de São Paulo para aprimorar a experiência dos clientes com a introdução rápida para carrier aggregation com três portadoras LTE, em combinação com as tecnologias 4x4 MIMO e 256QAM para aguentar velocidades de dados superiores a 530 Mbps. O dispositivo modem de teste agregou 35 MHz, utilizando bandas nas faixas de 2600 MHz, 1800 MHz e 700 MHz”, detalha Juan Claros, vice-presidente de engenharia e serviços ao cliente da Vivo. A Ericsson espera que em 2026 haja uma oportunidade de mercado de US$ 582 bilhões em todo o mundo, à medida que as operadoras de telecomunicações aproveitem a tecnologia 5G para a digitalização do setor. Para as operadoras, isto representa potencial para adicionar crescimento de 34% nas receitas em 2026.

Foto: Divulgação

É cedo?

N Juan Claros, da Vivo

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a discussão sobre evolução para 5G, a questão que fica é se existe capacidade por parte das telcos para investir em mais uma troca tecnológica. Eduardo Ricotta, da Ericsson, afirma que na mudança para 5G as telcos não perdem os investimentos que fizeram em 4G. “Inclusive os rádios já saem com software preparado para trabalhar em conjunto com 5G e, mesmo com implantação grande de 5G, vai ser preciso 4G, porque frequência de 5G é muito alta”, detalha. Para Roberto Medeiros, da Qualcomm, a evolução é pertinente, porque vários elementos de redes LTE serão usados em 5G. “O caminho mais rápido para se chegar às redes 5G é acelerando 4G.” A coexistência das diferentes tecnologias também deve vigorar. Wilson Cardoso, diretor de

vendas para América Latina da Nokia, diz que a empresa trabalha para fomentar a agregação de mais portadoras, combinar o espectro licenciado e não-licenciado (por exemplo, 5,8 GHz) e usar tecnologias de massive MIMO para aumentar a quantidade de antenas. Do lado das telcos, Juan Claros, da Vivo, diz que 5G irá demandar maiores investimentos que deverão ser feitos com critérios claros de planejamento versus demandas versus serviços. “Aprimorar a conectividade e melhorar a estabilidade da rede têm sido e continuarão sendo o foco da Vivo. Por isso, no triênio 2017-2019, a Vivo estima que investirá R$ 24 bilhões (excluindo eventuais investimentos a serem feitos), principalmente para a expansão da cobertura 4G e a ampliação da rede de fibra”.

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2017 promete ser um ano positivo para o varejo

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enho acompanhado as diversas dificuldades econômicas que o País vivenciou no ano de 2016. O comércio varejista sentiu muito esses reflexos e fechou o ano com um recuo de 6,2%, segundo análise realizada pelo Instituto de Desenvolvimento do Varejo. Tais consequências são resultados da diminuição do consumo das famílias brasileiras e da alta do desemprego, fazendo com que perdessem o poder de compra. Porém, as expectativas para este ano de 2017 estão animadoras, com a redução dos juros e também com a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS, prevemos um aumento no consumo e uma melhora na movimentação do comércio. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de cortar a taxa básica de juros de 13,75% para 13% ao ano fez com que os principais bancos anunciassem redução das taxas de juros das linhas de crédito tanto para pessoas físicas como também jurídicas. Essa redução da taxa Selic favorece a retomada do crescimento econômico do País, dando mais créditos aos consumidores e com o retorno do dinheiro das contas inativas ao mercado movimentará o consumo. Outra vertente que favorece a retomada do aquecimento do comércio é a aprovação da nova lei de terceirização, mesmo que, à primeira vista, as

pessoas não a estejam vendo com bons olhos, passará a estimular a atividade econômica, gerando novos empregos em diversos setores, devolvendo o poder de compra às pessoas que perderam os seus empregos. Vejo atualmente que o consumidor está mais confiante neste ano de 2017. A Fundação Getúlio Vargas divulgou uma análise realizada pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC) que mostra um nível maior desde dezembro de 2014. Esse aumento de confiança se faz presente em todas as faixas de renda, além disso, o consumidor também está mais otimista com relação ao futuro, contando com a possibilidade de aproveitar os novos recursos e viabilidade de créditos com juros mais baixos.

TENHO CONVERSADO MUITO COM DIVERSOS EMPRESÁRIOS DO SETOR DE AUTOMAÇÃO PARA O COMÉRCIO E VAREJISTAS E VEJO QUE ESTA CONFIANÇA TAMBÉM ESTÁ PRESENTE PARA TODOS ELES

Outros setores também passam a ser afetados positivamente com o retorno do poder de compra. O turismo é um exemplo claro. As pessoas voltarão a viajar, principalmente por conta dos inúmeros feriados que teremos em 2017. Com isso, teremos um aumento expressivo novamente no setor hoteleiro, restaurantes locais, lojas e bares, fazendo com que os consumidores retomem as atividades que precisaram riscar da sua lista de lazer. Mas, tenho conversado muito com diversos empresários do setor de automação para o comércio e varejistas e vejo que esta confiança também está presente para todos eles. Diversos parceiros de negócios já pensam nas possibilidades de expansão e crescimento. Outros já avaliam possibilidade de investir em tecnologia que colabore para o desempenho de sua empresa, além de aumentar o quadro de funcionários, como já citado, aumentando o emprego no País, gerando um ambiente propício para o crescimento dos investimentos, mesmo sendo em médio prazo. Fazendo um balanço geral, eu acredito sim que o ano de 2017 tem perspectivas positivas tanto para o comércio, como para a indústria. Todo o cenário tem colaborado para isso, seja a queda da taxa Selic, as reformas do governo, ou até mesmo a garra dos empresários trabalhadores em continuar acreditando.

Zenon Leite Neto - Presidente da AFRAC.

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*As imagens contidas neste anúncio são de caráter meramente ilustrativo

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TENDÊNCIAS

Qual será a tecnologia mais importante de 2017? os distribuidores respondem:

PMEs: cinco tecnologias que vão mudar os negócios

CLARAMENTE IOT SERÁ UMA NOVA ONDA TÃO IMPORTANTE QUANTO A INTERNET OU A MOBILIDADE. NÃO É UMA NOVA TECNOLOGIA, MAS UM CONJUNTO DE CONCEITOS E POSSIBILIDADES, ALGUMAS JÁ EXISTENTES E OUTRAS POR SE DESENVOLVEREM OU APRIMORAREM. IOT, PARA NÓS DA ARROW, JÁ É FOCO DE ATENÇÃO E ESTRATÉGIA PARA 2017 E ANOS FUTUROS.

Por Marcelo Gimenes Vieira

Ronaldo Miranda, vice-presidente para América Latina e gerente geral da Arrow ECS no Brasil

ACREDITAMOS QUE CLOUD COMPUTING SERÁ UMA DAS MAIS IMPORTANTES TECNOLOGIAS ESTE ANO E APOSTAMOS MUITO NO SEGMENTO. VAMOS CONTINUAR TRABALHANDO FORTE NESTE SETOR, COM POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO JUNTO ÀS REVENDAS, AGREGANDO SOLUÇÕES E FERRAMENTAS QUE PERMITAM AOS CANAIS FAZER UMA TRANSIÇÃO PARA O MUNDO CLOUD, AJUSTANDO OPERAÇÕES, MAPEANDO OPORTUNIDADES E DISPONIBILIZANDO RECURSOS. Diego Utge, vice-presidente e executivo chefe para o Brasil da Ingram Micro

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Computação em nuvem, chatbots, inteligência artificial, Internet das Coisas e blockchain saem do terreno das grandes e começam a afetar a vida das pequenas e médias empresas. Saiba como se preparar!

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ão são poucas as tecnologias mudando o mundo neste exato momento, caríssimo leitor. O celular no seu bolso é a prova cabal. Seus arquivos podem ser automaticamente guardados na nuvem, e deve ser difícil lembrar a última vez em que você encarou uma fila de banco, facilmente acessível pelo computador, ou pelo celular... E é claro que estas tendências afetam também seu trabalho e os seus negócios. Não há qualquer sinal de que a velocidade das mudanças vá diminuir. Afinal, a lista de novas tendências e tecnologias é grande: chatbots, inteligência cognitiva, blockchain, Internet das Coisas (IoT). Estas inovações estão muito mais próximas do que se pensa. “Não se imagina uma empresa moderna sem tecnologia da informação, fora do contexto digi-

tal. É como não ter energia elétrica”, pondera Henrique Cecci, diretor de Pesquisa do Gartner. “TI é parte do negócio e as pequenas também têm que se adaptar”. Luciano Ramos, gerente de Pesquisa para software e serviços do IDC, explica que o caminho não precisa ser penoso. “As PMEs têm vantagens por terem menos amarras e mais agilidade [na hora de inovar]. É a diferença entre manobrar um transatlântico e um barquinho. As grandes levam tempo”, explica. Confira algumas tecnologias que prometem mudar e ampliar a produtividade (e competitividade) dos negócios das pequenas e médias empresas em 2017 e nos próximos anos.

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Computação em nuvem É sem dúvida um erro considerar a nuvem uma tendência. Pequenas, médias e grandes empresas já adotam (e cada vez mais) sistemas e armazenamento de dados como serviços. Para as PMEs, a principal diferença está justamente no fato de que parte delas já nasce on cloud, o que facilita e muito a adoção de uma infraestrutura de TI mínima – e ainda assim muito mais avançada do que era possível uma década atrás. “A maioria das linhas de produtos que temos hoje é ofertada também como serviço”, explica David Pereira (foto), vice-presidente de Engenharia de Produtos da Sage Brasil. “As plataformas em nuvem estão democratizando a forma como algumas empresas conseguem acesso a aplicativos de última geração e tecnologias inteligentes e escaláveis”. Anderson Figueiredo, analista independente do mercado de TIC, diz que cloud é prioridade para 37% de todos executivos de TI para 2017. “Os pequenos negócios efetivamente reduziram custos por meio da nuvem no modelo de software como serviço (SaaS). Infraestrutura (IaaS) e plataformas (PaaS) dispensaram a estrutura tradicional. Isto tudo dá a elas a oportunidade de serem flexíveis”, pondera. Claro que ainda há desafios e barreiras. A internet oferecida para as empresas no Brasil não é das melhores, e boa parte das ofertas em nuvem – mesmo para as pequenas – é feita em dólar e em língua inglesa. Henrique Cecci, do Gartner, pondera que a adoção no Brasil tem crescido muito rápido e a maioria dos clientes que usam TI exclusivamente na nuvem está nas PMEs. “Nuvem não é mais tendência, ela faz parte de como se vê o business. A previsão para 2018 é de que será tão raro não usar a nuvem quanto é raro não usar internet”, sentencia.

David Pereira, da Sage Brasil

Chatbots

Os chatbots, ou agentes digitais, já são usados por grandes empresas. Estas interfaces mudam significativamente a forma como humanos e computadores interagem, e de certa forma dispensam pessoas para a obtenção de informações de suporte mais simples ou corriqueiras. “Nossa previsão é que tecnologias de atendimento quintupliquem até 2020, mas é preciso considerar que a base é muito pequena”, pondera Luciano Ramos (foto). “Mas, sendo honesto, [as PMEs] ainda não usam”. Grandes empresas de varejo, segurança e atendimento aos clientes, além do setor financeiro, já têm apostado nos bots como forma de ganhar mais eficiência no atendimento e aprimorar a experiência do cliente. As pequenas, por sua vez, começam a pensar na tecnologia. “No Brasil, existe uma grande aderência à ideia do chatbot para fazer algum tipo de transação. No mundo, 47% tem esta propensão, e aqui são 66% das PMEs”, diz David Pereira, da Sage – que oferece um bot para emissão de nota fiscal eletrônica integrado a serviços de mensageria como o Messenger, do Facebook. A ideia é atingir principalmente pequenos escritórios de contabilidade.

Luciano Ramos, do IDC

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BLoCKCHaIn e DInHeIRo vIRtuaL Usando uma rede de banco de dados distribuídos entre “nós” como forma de validar e transacionar bens digitais entre várias partes, o blockchain é uma tecnologia com enorme potencial de uso entre empresas. Ela deve impactar os negócios ao dispensar intermediários como bancos ou autoridades estatais na hora de fazer transações ou assinar contratos. Funciona assim: todos os participantes (os nós) têm acesso a um registro compartilhado, que contém um inventário com os valores ou ativos digitais. As partes possuem cópias idênticas do registro e quaisquer mudanças são aplicadas em todas estas cópias rapidamente. Assim, o sistema dá segurança aos participantes sem necessidade de outra autoridade para legitimar a operação. Famoso por servir de base para a moeda virtual bitcoin, o blockchain ainda tem muito a

ESTAMOS CONSIDERANDO AS TECNOLOGIAS EM NUVEM AS MAIS IMPORTANTES PARA 2017. ESTA É NOSSA APOSTA E UM DOS NOSSOS PRINCIPAIS FOCOS DE INVESTIMENTO NESTE ANO. OS SOFTWARES EM NUVEM PERMITEM MAIS FLEXIBILIDADE PARA AS EMPRESAS, QUE PODEM CONTRATAR AS SOLUÇÕES NECESSÁRIAS E, CASO A DEMANDA AUMENTE OU DIMINUA, OS CONTRATOS PODEM SER ALTERADOS A QUALQUER MOMENTO. A OFERTA EM NUVEM LEVA AS DISTRIBUIDORAS A UM NOVO NÍVEL DE NEGOCIAÇÃO. Fábio Baltazar, diretor de Produtos e Marketing da SND

ACHO QUE COMPUTAÇÃO COGNITIVA E MACHINE LEARNING JÁ SÃO FATOS CONSUMADOS E DEVEM GERAR MUITOS NEGÓCIOS EM 2017, GRANDES EMPRESAS COMO IBM, MICROSOFT E GOOGLE, ESTÃO TRABALHANDO NESTA DIREÇÃO. VAMOS MANTER O FOCO EM TECNOLOGIAS MAIS AVANÇADAS E, TAMBÉM, NAS DIFERENTES FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO, OFERECENDO SOLUÇÕES COMO PRODUTO OU SERVIÇO. Humberto Menezes, diretor geral da Westcon-Comstor no Brasil

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caminhar no Brasil, ainda mais quando se trata de PMEs. “Ele dá segurança para o mercado digital como um todo”, diz David Pereira. “Há um grande potencial em documentação eletrônica para pequenos cartórios, corretoras, escritórios de advocacia, mas ainda falta infraestrutura e reguladores”, diz Luciano Ramos. “Uma das previsões do IDC é de que ‘blockchain continue engatinhando forte’. Vai levar tempo”.

InteRnet DaS CoISaS (Iot) InteLIGÊnCIa aRtIFICIaL Talvez a tecnologia mais comentada atualmente, a inteligência artificial (ou cognitiva) começa a ganhar terreno nas companhias, porém, ainda de forma bastante experimental. Muito associada ao Big Data, a AI tem facilitado a manipulação do gigantesco volume de dados gerado por diferentes fontes e dispositivos que conectam as pessoas (e as coisas) do mundo atual, tentando principalmente extrair valor para as empresas de forma simplificada. Se pequenos e médios empreendedores parecem longe de se beneficiar diretamente de soluções ainda tão caras, há ao menos a possibilidade de usá-la por trás de aplicações de mercado, explica Luciano Ramos. “Como produto acabado tem potencial de incorporar na nuvem sistemas com APIs de inteligência cognitiva, e consegue costurar estes elementos”, diz. “Todo CNPJ é formado por um monte de CPFs, e as pessoas estão gostando [das possibilidades de IA]”, explica anderson Figueiredo (foto). “Acho que até 2020 vai ter muita coisa acontecendo, porque na vida pessoal já vamos estar nos aproveitando [da IA]”.

Anderson Figueiredo, da Stratica

Há um potencial enorme em conectar todas as coisas que nos rodeiam – máquinas, carros, celulares, roupas ou até mesmo humanos conectados gerarão uma montanha de dados, criando novos e variados. No entanto, há ainda desafios de infraestrutura, de tecnologia (que sensores conectaram tudo isso?) e de viabilidade de negócios (como extrair valor de tantos dados coletados?). “Há um leque de oportunidades e algumas empresas vão surfar nesta onda muito rápido”, opina David Pereira. “Manutenção predial, industrial e mesmo veicular – logo elas poderão fazer manutenções preventivas. Hospitais controlarão a vacância de leitos e a distribuição de medicamentos. Lojas poderão repor estoque e saber o que falta na geladeira do cliente”. Para Anderson Figueiredo, no entanto, as PMEs ainda estão longe da IoT, pois as soluções ainda são caras e sem retorno muito claro, apesar de 70% das que atuam no setor varejista se declararem interessadas. “Os dispositivos existem, mas sensores baratos não. Para as PMEs ainda é caro porque tem que haver Big Data junto”, explica o analista. Já Henrique Cecci (foto) acha que a adoção será muito mais rápida do que parece. O Gartner estima que em 2020 o número de usuários de IoT deve mais do que dobrar, principalmente através de produtos embarcados como os wereables e combinados com IA e outras tecnologias.

Henrique Cecci,

do Gartner

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Entrevista ANO NOVO,

PROGRAMA

NOVO

de soluções, chamado Tatical Localized, daremos incentivos especiais para vendas de pacotes de hiperconvergência, data center, networking com o adendo de serviço, manutenção, storage, etc. Na parte de relacionamento, vamos intensificar as certificações. No entanto, mesmo com as novidades, continuamos com todas as nossas frentes de benefícios, como o MDF (Marketing Development Funds) para geração de demandas, price protection, treinamento e o Mundo Lenovo, voltado aos vendedores das lojas.

Por Flávia D’Angelo

C

om um novo ano fiscal pela frente, a Lenovo anuncia a reformulação de seu programa de canais. Batizado de Lenovo Partner Engage, o programa passa a ser mundial e subdividido para as duas principais áreas de atuação da companhia: a área de infraestrutura passa a ter o Lenovo Data Center Program e a de PCs, Lenovo PC Program. O objetivo, segundo Augusto Rosa, diretor responsável pela condução dos canais no Brasil, é padronizar o programa, respeitando as particularidades de cada região. O Lenovo Partner Engage passa a oferecer vantagens aos canais em quatro frentes: crescimento, relacionamento, aquisições e soluções. Já as categorias que dividem os parceiros passam a ser Silver, Gold e Platinum (antes eram Gold, Platinum e Diamond) e não mais serão orientadas a somente venda. Com 220 canais, a Lenovo vai, em 2017, continuar trabalhando na melhoria do programa e na cobertura geográfica. Há um ano à frente da estratégia de canais, o executivo trabalhou em 2016 com um programa simplificado que tinha como meta gerar negócios não só com equipamentos, mas também com serviços. Além de ajustes para incrementar as vendas de PCs, a empresa intensificou o calendário de treinamentos presenciais nos parceiros para deixar sua base indireta preparada para o mercado corporativo. Segundo Rosa, a empresa observou um incremento de 40% na base de parceiros e conseguiu cumprir a agenda de treinamento em 90% desses.

E AS CATEGORIAS DE PARCEIROS MUDAM? Sim. Hoje no Brasil temos os nossos canais classificados em Gold, Platinum e Diamond. Gold com benefícios mais restritos, Platinum com um pouco mais e o Diamond com todos os benefícios. Além dos canais T1, que são VARs e distribuidores e compram direto conosco. O restante faz parte do T2 e compram de distribuidores. Vamos ajustar essas categorias que passarão a ser Silver (antigo Gold), Gold (antigo Platinum) e Platinum (antigo Diamond). Os parceiros recebem os benefícios conforme a sua categoria do programa High Level Benefits Category e os quatro pilares que determinamos. Incentivamos muito a migração de categoria porque, se ela acontecer, significa que a revenda está fazendo mais negócios conosco. Sempre mostramos os benefícios adicionais da categoria que ele pode atingir se vender mais. Temos metas de vendas, de certificação, de especialização em verticais de mercado e também por soluções. Não é só faturamento que determina a migração, mas também a expertise. QUE EXPECTATIVA TRAÇARAM PARA 2017? Primeiro, vamos seguir com as melhorias do plano de canais, além de trabalhar a cobertura geográfica. Queremos canais que priorizem a nossa marca em todos os Estados. Estamos focados em cidades acima de 100 mil habitantes. No que diz respeito a vendas, temos a intenção de aumentar a participação na área de infraestrutura. Em PCs, a Lenovo é líder no mercado mundial por 20 trimestres seguidos. Claro que desprendemos um esforço grande para manter a nossa liderança em PCs, isso sempre vai acontecer. No entanto, agora estamos focamos em buscar essa liderança em Data Center. Temos recrutados canais para oferecer e vender a nossa solução. Triplicamos o número de canais que vendiam infraestrutura. Dos 220 Foto: Daniela Petrucci que temos na base de parceiros, 80 são preparados para oferta de soluções de infra.

QUAIS SÃO AS NOVIDADES PARA O NOVO ANO FISCAL DA LENOVO? Fizemos a reestruturação do nosso programa de canais para consolidar e lançar um modelo mundial. Hoje na Lenovo cada geografia acaba tendo as suas particularidades com o seu próprio programa. Obviamente há detalhes de cada país que deve ser levado em conta, mas, mundialmente, ele passa agora a ser um só, com um único nome e com somente uma classificação. O Lenovo Partner Engage passa a ser subdividido para as duas principais áreas de atuação da companhia: a de infraestrutura passa a ter o Lenovo Data Center Program e a de PCs, Lenovo PC Program. E QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO NOVO LENOVO PARTNER ENGAGE? Criamos o High Level Benefits Categories, que oferece vantagens aos canais em quatro frentes: crescimento, relacionamento, aquisições e soluções. Das melhorias em relação aos benefícios anteriores posso te destacar, por exemplo, o programa de crescimento, no qual colocamos aceleradores para vendas de acessórios e serviços. Em aquisições, vamos remunerar os canais por novas contas e no caso

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TORNAR O PROGRAMA MUNDIAL AUMENTA O NÍVEL DE COMUNICAÇÃO, DE CONHECIMENTO E GERA MAIS OPORTUNIDADES AO CANAL Augusto Rosa, da Lenovo

QUE BALANÇO FAZ DE 2016 PARA A LENOVO? Em 2016 fizemos algumas alterações no nosso programa de canais o que possibilitaram a nomeação de novos canais. Assim, tivemos um incremento de número de canais nomeados que recebem benefícios no programa no patamar de 40%. Ajustamos as métricas, como o volume vendido por trimestre, um pouco para baixo, seguindo a economia brasileira. Aceleramos bônus e intensificamos treinamentos. Tivemos muito treinamento presencial, na casa do parceiro. Fizemos isso em todos os parceiros que entraram no nosso programa também. Dos novos parceiros, treinamos mais de 90%.

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Virtualização

A CASA É O ESCRITÓRIO Liberty Seguros aposta em solução de virtualização para aumentar número de funcionários trabalhando remotamente Por Redação

P

roporcionar maior qualidade de vida aos funcionários figura entre as principais metas das companhias. Foi pensando nisto que a Liberty Seguros, seguradora com 1,4 milhão de segurados e 1,8 mil funcionários, desenvolveu o que chamou de escritório do futuro. Assim, a empresa passou a oferecer a um grupo cada vez maior de funcionários do call center — e já expandindo para outros departamentos — a possibilidade de trabalharem de casa. O projeto de mobilidade corporativa teve início em 2014 e, desde a sua criação, a mudança mais recente e importante foi a troca do uso de rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês) para a solução de virtualização de desktops Citrix XenDesktop. Como resultado, a adesão dos funcionários ao trabalho remoto cresceu 264%, devido à maior facilidade de uso das ferramentas de trabalho de forma segura, e a Liberty Seguros registrou um aumento de 17% na produtividade dos colaboradores que trabalham de casa. A CIO da seguradora, Ana Lucia D’Amaral, explica que, com a troca da VPN pelo XenDesktop, conseguiu padronizar o acesso e proporcionar mais segurança. “Nossa diretriz é prover um serviço excepcional para os clientes e, para isto,

Ana Lucia D’Amaral, da Liberty Seguros

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os colaboradores precisam de ferramentas que estejam sempre no ar”, diz. O Citrix XenDesktop integra virtualmente aplicativos e desktops em uma única plataforma, oferecendo acesso para usuários e gerenciamento simplificado para TI. A área de call center é vista na companhia como uma atividade essencial, pois muitas vezes lida com o cliente em um momento de tensão, quando, por exemplo, está comunicando um sinistro. Por isso, justifica a CIO, o colaborador precisa de ferramentas eficientes e com alta disponibilidade para desempenhar seu trabalho com qualidade e de forma ágil. Outro objetivo que motivou a mudança de tecnologia foi aumentar o número de funcionários trabalhando remotamente. “Queríamos crescer o trabalho remoto e precisávamos de uma ferramenta que fosse mais portável e que disponibilizasse de forma mais rápida o acesso. Agora, consigo mais facilmente colocar uma máquina virtual para quem for trabalhar remotamente”, detalha. A VPN, contudo, não foi totalmente aposentada. Todos os cerca de cem funcionários do call center trabalham remotamente e usam a solução da Citrix, enquanto os de outras áreas ainda utilizam a VPN. A política de trabalho remoto teve início na companhia em 2014. Além do call center, a Liberty Seguros está implementando o trabalho remoto para outros departamentos, como marketing, jurídico e recursos humanos. De acordo com a empresa, em dois dias da semana, cerca de 90 funcionários destas áreas acessam suas ferramentas de trabalho exatamente como no escritório, de forma remota e segura, em seus equipamentos pessoais, como notebooks, celulares ou tablets. A empresa pretende estender essa prática para um maior número de colaboradores, em um incremento de cerca de 10%. A executiva não revela quanto a Liberty Seguros desembolsou para levar a cabo a iniciativa, mas afirma que se tratam de projetos complexos, caros e, de alguma forma, desafiadores. O projeto usando Citrix XenDesktop foi desenvolvido em conjunto com a Citrix e a provedora de tecnologia Empower. De acordo com a Empower, o projeto foi executado com metodologia completa (análise, desenho, construção e rollout) e contou com a alocação de um consultor sênior da empresa. A Empower comenta que o único ponto de atenção foi referente ao licenciamento Microsoft para o ambiente virtualizado, pois foi necessário trocar o método de licenciamento para resolver um problema de provisionamento de desktops virtuais licenciados.

Fotos: Divulgação

Call center virtual Solução: Citrix XenDesktop Parceiro: Empower

300

209

17

2015

2016

2017

com VPN

com Citrix

previsão com Citrix

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3 perguntas para

Novidades

Mariano Gordinho O presidente da Abradisti fala à Infor Channel sobre a importância de adaptação do modelo de distribuição ao de agregador de negócios. Veja a entrevista na íntegra em inforchannel.com.br

Latinos em perigo

Promessa furada

México e Brasil são os países com mais ataques de cibercriminosos na América Latina. Levantamento da Palo Alto Networks aponta que Latinos americanos recebem ataques de malware, principalmente via e-mail phishing, e de ransomware. O México foi o mais prejudicado, com 54% dos ataques no segundo semestre de 2016. O Brasil está em segundo lugar com 31%.

Eles até chegaram a ser considerados o suprassumo da evolução, mas passaram longe da adoção em massa. Em 2016, os wearables atingiram 15% da população americana, segundo revelou a eMarketer. A consultoria, que chegou a prever um crescimento de mais de 60% no uso de aparelhos como Apple Watches e Fitbis entre adultos nos EUA, acaba de rever para baixo as suas estimativas. Para 2020, o índice não deve passar de 21,1%.

Robôs animais

Arranha-céu impresso

A multinacional alemã Festo criou o Bionic Learning Network, local que reúne biólogos, engenheiros e estudantes e já desenvolveu cinco animais robóticos produzidos com conceito da indústria 4.0 e tecnologia de IA. O objetivo é colaborar para o futuro dos processos de produção dos mais variados tipos de fábricas. A ideia é aproveitar a força e inteligência dos animais para melhorar as atividades tradicionalmente humanas, fazendo uso da tecnologia robótica.

No ano passado, as autoridades de Dubai anunciaram a estratégia 3D Printing Strategy que prevê que, até 2030, 25% dos prédios em Dubai devem ser criados com uso da tecnologia de impressão 3D. O primeiro arranha-céu deve surgir em breve nos Emirados Árabes. A empreitada será possível graças a uma nova técnica de construção chamada ‘grua de impressão’. A empresa usará guindastes com unidades adicionadas criadas especificamente para a construção de estruturas 3D impressas de 80m ou mais.

Quais os principais desafios que o setor deve enfrentar nos próximos anos? Entre os mais relevantes estão a reorganização para o modelo de receitas recorrentes, a inserção no modelo de vendas omnichannel e a criação de uma nova logística voltada à agregação de multivendedores.

As vendas consultivas e de soluções cada vez mais ganham o espaço da venda de caixa. O setor tem se adaptado a essa mudança? O crescimento exponencial do uso dos recursos computacionais disponíveis na nuvem está literalmente empurrando os negócios com tecnologia, especialmente a de informação, para uma disruptura gigantesca, na sua forma de aquisição e consumo. O setor tem que se adaptar a essa mudança. Não existem outras alternativas.

Como avalia a distribuição de TI no contexto da transformação digital? Os modelos de agenciamento e agregação de negócios são papéis que têm sido delegados para a distribuição nesse novo cenário. Certamente existirão outros. Inclusive os tradicionais serviços de logística, crédito, marketing, capacitação de parceiros e gestão de canais continuarão relevantes para o ecossistema aonde atua a distribuição.

VOCÊ VAI LER NA PRÓXIMA EDIÇÃO AUTOMAÇÃO COMERCIAL: UM PERFIL DO SETOR QUE TEM GANHADO CADA VEZ MAIS ESPAÇO NA DISTRIBUIÇÃO DE TI BLOCKCHAIN: A TECNOLOGIA ESTÁ CAINDO NAS GRAÇAS DAS EMPRESAS E JÁ É APLICADA EM ÁREAS COMO SUPPLY CHAIN, FINANÇAS E RECURSOS HUMANOS INDÚSTRIA 4.0: COM AS FÁBRICAS INTELIGENTES, DIVERSAS MUDANÇAS OCORRERÃO NO PROCESSO DE MANUFATURA, CAUSANDO IMPACTOS EM DIVERSOS SETORES DO MERCADO

Foto: Divulgação

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