Infor Channel - Nov2021 #52

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Edição 52/ nov. 2021 | R$ 15,80

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VERSÃO DIGITAL

COMPUTAÇÃO QUÂNTICA Até 2030, a tecnologia que quebra paradigmas deverá estar presente em até cinco mil computadores em todo o mundo, inclusive como um serviço na Nuvem Vittorio Danesi

Conexão descentralizada

Redução de custo e Segurança impulsionam o mercado de SD-Wan junto às PMEs 01_CAPA-IC52.indd 1

Varejo 4.0

Soluções de TI são essenciais para as jornadas de disrupção digital do setor

Simpress

Novos negócios são 18% do faturamento e a meta é aumentar para 25% neste ano 01/11/2021 15:25:35


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Editorial https://inforchannel.com.br

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Diretor

Cláudio Miranda

Editora

Futuro do presente

Irene Barella

Editor-assistente Carlos Ossamu

Fale com a redação – sugestão de pautas redacao@inforchannel.com.br Tel.: 11-99619-0878

Colaboradores

Barbara Oliveira, Irineu Uehara e Marcus Ribeiro (texto); Olavo Camilo (revisão)

Design Gráfico (impresso e digital)

Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica RS Oficina de Arte

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Comercial

comercial@inforchannel.com.br

Atendimento ao leitor

contato@inforchannel.com.br Tel.: 11-93310-2277

Consultoria Jurídica

Dra. Mara Louzada mara.louzada@lsladvogados.com.br Dr. José Paulo Palo Prado jp@lpsa.com.br

Impressão

Referência Gráfica Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia /InforChannelOficial @inforchannel @inforchannel

PAULO UEMURA

/inforchannel

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Irene Barella

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omputação Quântica, infraestrutura de rede remota definida por software, além de inovações para o setor varejista são temas inquietantes, com impactos imediatos e de mais longo prazo para toda e qualquer atividade humana. Merecem reflexões, avaliações e acompanhamento do ponto de vista mercadológico, assim como do pessoal. O futuro já chegou. A complexidade da computação que utiliza bits quânticos, capazes de resolver problemas e processar informações em progressão geométrica – por exemplo, um computador quântico com três qubits seria capaz de processar oito bits; com cinco qubits a capacidade sobe para 32 bits, e segue nessa proporção: um equipamento com seis qubits, processaria 128 bits, instantaneamente – é abordada por alguns dos especialistas da indústria de TI. Com a arquitetura de SD-Wan já madura e que exige maior nível de conhecimento para sua implementação, oportunidades de negócios mais lucrativas se abrem para o Canal. Isso também ocorre no setor de Varejo, onde o comércio precisa do apoio da Tecnologia para, continuamente, redesenhar seus processos. Na seção Entrevistas trazemos a Simpress, que comemora 20 anos de fundação e, ainda, com o tema Canais de Vendas e a fundamental equação de ganha-ganha, Alex Takaoka, da Fujitsu, ilustra a página Opinião. Lembro que na próxima edição teremos a revelação do Amigo Secreto de Infor Channel. Saboreie as reportagens desta edição!

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TENDÊNCIA || por MARCUS RIBEIRO

O segredo da Computação Quântica

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A Física Quântica ficou popular com o livro O Segredo, que fala sobre Lei da Atração. Mas o computador quântico não tem nada de esotérico, promete processamento milhões de vezes acima dos supercomputadores atuais e deve estar acessível como serviço em Nuvem

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Computação tradicional é um universo binário (bits), no qual 0 e 1 funcionam como chaves para que o processamento seja realizado, algo como um mundo restrito ao sim e não. Essa realidade que está sendo alterada com a Computação Quântica e seus qubits, que são capazes de resolver equações e problemas complexos por meio da velocidade de processamento multiplicada aos milhões. O que explica esse salto tecnológico é que as máquinas Quânticas aumentaram o vocabulário na comparação com a dos computadores atuais, incorporando o ‘talvez’, o ‘sim e não’ ao mesmo tempo e outras variantes de respostas. Isso faz com que os computadores Quânticos realizem operações que demandam equações que podem até mesmo ter característica de sobreposição e inferência de informações. Isso não significa que a Computação tradicional será substituída, mas que poderão conviver em harmonia. Sobre a convivência das arquiteturas tradicional e Quântica, Bruno Domingues, CTO para a Prática da Indústria de Serviços Financeiros da Intel, é bem incisivo: “a Computação Quântica não deverá substituir a tradicional, ou também conhecida como clássica. Obviamente, a Quântica tem pela sua natureza vocações para um conjunto de problemas em que a máquina de Turing, a origem da concepção binária, não é a mais adequada”, comenta. Ou seja, o mais provável é o surgimento de uma Computação híbrida, em que certas aplicações serão

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mais bem servidas por computadores quânticos, incluindo a Nuvem e sua capacidade massiva de processar dados, e outras em que o computador clássico será a melhor opção.

A origem

A consultoria McKinsey prevê que até 2030 a tecnologia de Computação Quântica deva estar presente em algo entre dois mil e cinco mil computadores no mundo

Takaoka, da Fujitsu: temos uma parceria de pesquisa com o Instituto Riken, no Japão, para o desenvolvimento de um computador quântico.

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Derivada da Física Quântica - que já está presente em televisores e celulares – a Computação Quântica é relativamente nova. As primeiras formulações teóricas surgiram na década de 1950, porém o primeiro computador Quântico comercializado, o D-Wave One, da D-Wave, surgiu em 2011 com capacidade de 128 qubits. Entretanto, ele ainda atuava em conjunto com máquinas tradicionais. Passados dez anos, o mercado ainda apresenta um cenário incipiente. E a projeção é que essas máquinas superpoderosas serão para poucos. A consultoria McKinsey apontou que até 2030 a tecnologia de Computação Quântica deva estar presente em algo entre dois mil e cinco mil computadores no mundo. Mas existem formas de apresentar a tecnologia. A Fujitsu, por exemplo, disponibilizou o Digital Annealler, sua plataforma Quântica, no Brasil em junho de 2021. E já tem conversas com clientes e parceiros para o uso da tecnologia com foco em otimização de larga escala para logística, operações, análises de riscos, portfólios de investimento, entre outras aplicações. O Digital Annealler é um proces-

Campelo, da Atos: com o Laqcc, demos um passo importante para impulsionar a Computação Quântica no mercado brasileiro. sador digital inspirado em Computação Quântica, apto a trabalhar com problemas combinatórios ultra complexos, como a pesquisa de medicamentos ou operações logísticas de grande porte. “No âmbito global, temos uma parceria de pesquisa com o Instituto Riken, no Japão, para o desenvolvimento de um computador Quântico com base em supercondutores até 2025, e desde 2018 temos também disponível a plataforma”, explica Alex Takaoka, diretor de Vendas da Fujitsu do Brasil. Para equilibrar esse jogo, alguns fornecedores planejam disponibilizar a Computação Quântica como um serviço na Nuvem. O projeto do Google, por exemplo, de construir um computador Quântico com correção de erros (termo usado por eles) é de que a máquina chegue ao mercado até o fim da atual década, voltada para serviços de Cloud. “Tanto o Google quanto a IBM são provedores de execução e acreditam que a Computação Quântica será algo na Nuvem, onde é possível acessar e usar. Mas esse ainda é um cenário que pode ou não acontecer, ou apresentar variações. Tudo depende da evolução tecnológica desses dispositivos. Então, teremos provedores de Nuvem oferecendo esse tipo de serviço, assim como poderemos ter computadores Quânticos dentro das empresas”, aponta Genaro Costa, líder das Práticas de Automação, IA, Analytics e IoT da Atos

para América do Sul, que acredita que será possível ver computadores Quânticos nas universidades brasileiras na década de 2030. De concreto, há dois anos, o Google anunciou em artigo na revista Nature que sua máquina Quântica tinha resolvido em 200 segundos um cálculo de teste que um supercomputador clássico levaria milhares de anos para executar. Esse salto no processamento abre a possibilidade de um número quase infinito de aplicações a partir dos bits quânticos, ou qubits, que podem operar com um emaranhado de informações.

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Centros de pesquisas

Em maio deste ano, a equipe do Google AI Quantum - criada em 2007 - se mudou para um novo campus em Santa Barbara, Estados Unidos, onde está instalado o primeiro Data Center Quântico da companhia. No local, estão ainda os seus laboratórios de pesquisa de hardware Quântico e instalações de fabricação de processadores Quânticos. No Brasil, a Atos, em parceria com o Senai Cimatec, instituição de educação, pesquisa e inovação, lançou seu primeiro centro de excelência em Computação Quântica dedicado ao setor empresarial em abril deste ano, o Latin America Quantum Computer Center - Laqcc, localizado em Salvador, BA. Seu objetivo é impulsionar a capacitação de mão de obra e incentivar pesquisas científicas nas

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Sinta-se nas nuvens. A SYNNEX deixa sua transformação digital mais leve com a sinergia Commvault + AWS. Interface simples e amigável. Reduza despesas e aumente a eficiência. Migração e replicação diretamente na AWS. Escalável e flexível.

Aponte a câmera do celular e veja como a SYNNEX Westcon pode trazer a potência dessa integração para sua revenda

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As pesquisas dos mais diversos segmentos serão aceleradas e se tornarão mais assertivas

Domingues, da Intel: uma empresa petroleira poderia usar a Computação Quântica na prospecção de novas bacias, analisar sua capacidade e reduzir os custos.

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mais diversas áreas, como Química e Biologia. A ideia é que o Laqcc seja capaz de realizar estudos de impacto, roadmaps tecnológicos, investigações de algoritmos e projetos de pesquisa aplicada. “Este centro é resultado de uma sólida relação de confiança entre a Atos e o Senai. Juntos, ajudamos a posicionar o Brasil como uma das nações com poder em supercomputação. Agora, demos um passo importante para impulsionar a Computação Quântica no mercado brasileiro”, projetou Nelson Campelo, CEO da Atos na América do Sul. O centro, de acordo com Luis Casuscelli, diretor de Big Data e Security da Atos, é uma resposta à requisição do mercado por soluções de Computação Quântica. “As pesquisas dos mais diversos segmentos serão aceleradas e se tornarão mais assertivas, um avanço possível por conta da integração entre a tecnologia Quântica e os supercomputadores”, aponta. Ele lembra que, no cenário atual, a demanda por maior desempenho tem atingido os limites da TI convencional. Junto com o Laqcc, os parceiros também lançaram o Quantum Learning Machine - QLM, um simulador que permite a criação de algoritmos Quânticos de grande capacidade, agnóstico às implementações reais, que será utilizado pelo Cimatec no desenvolvimento de pesquisas.

Lemos, da Microsoft: o processo de desenvolvimento otimizado com o Azure Quantum garante economia de custos a médio e longo prazos

O mundo das aplicações

Ainda falando de Brasil, o setor de TI avalia que a Computação Quântica deve ser utilizada em aplicações complexas, como as da indústria de petróleo, por exemplo. “Uma empresa petroleira poderia usar a Computação Quântica na prospecção de novas bacias, analisar sua capacidade e reduzir os custos e riscos operacionais. Ou uma companhia do setor bancário, que poderia usar a sua capacidade computacional na otimização de portfólios e análise de riscos sistêmicos com simulações de mercado”, argumenta Bruno Domingues, da Intel. Também de olho nas aplicações, a Microsoft desenvolveu o Microsoft Quantum, um ecossistema de Computação e otimização Quântica de Nuvem aberta, que conta com soluções de parceiros, recursos de aprendizado para desenvolvedores, pesquisadores e alunos. “Acreditamos que a Computação Quântica precisa ser estável, escalonável e acessível e, para isso, criamos avanços em todas as camadas da plataforma, incluindo programas de software, aplicativos, dispositivos e controles que estão disponíveis neste ecossistema aberto”, explica Fernando Lemos, vice-presidente de Tecnologia, Inovação e Sucesso do Cliente da Microsoft Brasil. É a partir deste ecossistema que a Microsoft acredita ser possível ace-

lerar o desenvolvimento e o crescimento da Computação Quântica, uma vez que ele conta com soluções pré-construídas, que garantem um rápido desenvolvimento. “As soluções são customizadas e preparadas tanto para integração quanto para submissão de Dados. Assim, o processo de desenvolvimento otimizado com o Azure Quantum garante economia de custos a médio e longo prazos”, argumenta Lemos. Dentre os parceiros estão a Honeywell, Ionq, Quantum Circuits, 1QBit e a Toshiba. Como complemento, a Microsoft lançou um kit de Desenvolvimento Quântico, que possibilita aos desenvolvedores construírem algoritmos a partir da linguagem Quântica Q#, criada pela companhia. Com as aplicações podendo ser testadas em simuladores locais, como notebooks ou desktops, com até 30 qubits lógicos de potência para os circuitos quânticos, ou ainda via Microsoft Azure, com potência próxima de 40 qubits.

A segurança

O ecossistema da Microsoft chega até o apoio aos projetos com universidades e cientistas de Segurança na definição de novos algoritmos chamados Quantum-safe com participantes da competição mundial sendo promovida pelo National Institute of Standards and Technology - Nist, desde 2017. Neste mesmo terreno, a Intel afirma que a Computação Quântica

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Alguns fornecedores planejam disponibilizar a Computação Quântica como um serviço na Nuvem

está presente direta ou indiretamente em quase tudo que a companhia desenvolve hoje, especialmente vislumbrando as mudanças na Segurança da Informação. “Pense que muitos equipamentos que compramos hoje estará operacional quando computadores Quânticos estiverem disponíveis e capazes de quebrar a criptografia tradicional. Já avaliamos a Segurança dos equipamentos levando em conta o mundo Quântico, que tem capacidade suficiente para quebrar chaves criptográficas em tempo razoável”, aponta Bruno Domingues, da Intel. Claro que há controvérsias nesta questão. “O computador Quântico que vai quebrar nossas chaves atuais ainda não apareceu. Pode ser até que essa máquina chegue ao mercado em alguns anos, mas os desafios da Computação Quântica para a criptografia farão parte da história e do passado”, garante Roberto Gallo, CEO da Kryptus, especializada em Criptografia e Segurança Cibernética.

Oportunidades para integradores

plexas que possam fazer sentido na nova arquitetura. “Se os supercomputadores já são realidade em muitas empresas, a Computação Quântica não está muito distante. Claro, ainda temos uma caminhada para que tudo seja perfeito. Mas caso alguma empresa pense em começar somente quando a Computação Quântica já estiver estável, além de pagar mais caro, terá uma grande curva de aprendizado que pode levar alguns anos”, alerta Costa, da Atos. O mesmo pensamento deve fazer parte do planejamento dos integradores. Para Takaoka, da Fujitsu, os integradores mais especializados, principalmente focados em serviços envolvendo aplicações complexas, podem se capacitar para fazer parte do ecossistema de fornecedores. “O leque de conhecimento passa por pesquisa operacional avançada, matemática, física e estatística, e os profissionais que tenham conhecimento das áreas de negócios são os mais requisitados, pois podem ter os insights de forma muito mais assertiva”, admite

Com a Computação Quântica batendo à porta, discute-se como o Canal, em particular os integradores, vão surfar nessa onda. É consenso que eles devem buscar uma forma de entrar nesse ecossistema para que participem da corrida por aplicações inovadoras ou extremamente com-

Startup made in Brazil

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ão poucas as startups brasileiras voltadas para Computação Quântica. Uma delas é a Dobslit, que iniciou as atividades nesse ano. Formado por Carlos Speglich e por Rogerio Ruivo, conta ainda com a colaboração do Prof. Dr. Celso J. Villas-Boas, docente da Universidade Federal de São Carlos, SP. A empresa desenvolve serviços de Computação Quântica para empresas, nos quais indústrias do setor Elétrico, Segurança da Informação, Financeiro, dentre outras, podem se beneficiar. “Nosso trabalho é realizar um inventário em cada empresa, normalmente junto ao setor de P&D ou inovação, para descobrir processos e oportunidades de implementar os algoritmos que rodam nos computadores Quânticos já existentes, criando aplicações criativas”, comenta Ruivo. Para Eduardo Cicconi, gerente do Supera Parque, onde está a Dobslit, a startup é uma iniciativa importante para o parque tecnológico. “Estamos orgulhosos por apoiar, com nosso programa de membership, o projeto que tem uma tecnologia com potencial de revolucionar processos nas empresas”, finaliza. (M.R.)

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Ruivo, da Dobslit: realizamos um inventário em cada empresa, para descobrir oportunidades de implementar os algoritmos que rodam nos computadores quânticos

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ENTREVISTA || por IRENE BARELLA

Terceirização das Coisas Uma das mais tradicionais empresas de terceirização de serviços, soluções e equipamentos de TI, a Simpress completa 20 anos agora em 2021. Com uma rede de revendedores para atender ao segmento de pequenas e médias empresas, tem operação direta no mercado corporativo de grandes e médias empresas. Suas ofertas – notebooks, desktops, impressoras, plotters, coletores de dados, multifuncionais, smartphones, tablets, scanners e impressoras térmicas – suportam inovação digital (soluções embarcadas e customizadas) e infraestrutura da provedora. Nesta entrevista, Vittorio Danesi, CEO da Simpress, fala da atuação, modelo de negócios e posicionamento da empresa no mercado, além de ações para “promover a convergência das tecnologias, agregando valor ao negócio do cliente”.

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Como está hoje o mercado de terceirização de impressão no mundo e no Brasil? Quais são as oportunidades desse mercado? A demanda por equipamentos de TI está muito aquecida e o modelo do outsourcing tem sido a opção adotada por empresas de todos os tamanhos e segmentos da Economia. O mercado para as impressoras, PCs, notebooks e dispositivos móveis e outras soluções de TI é imenso. As impressoras continuam sendo as maiores demandas, sendo que o maior interesse em operar nesse modelo vem das indústrias, das empresas da área da Saúde e do Varejo. Com a adoção do home-office, o aumento no número de contratos de notebooks e smartphones cresceu muito. Só na Simpress, o crescimento na oferta de PCs e notebooks no semestre foi de 650%. Em dispositivos móveis (smartphones e coletores de dados) o crescimento foi de 149%, seguido pelas impressoras térmicas, que alcançaram 128% de aumento. No que se refere à impressão, apesar de grande parte dos escritórios estar fechada, cresceu 11%. Temos clientes dos mais diversos segmentos, entre eles estão Lojas Americanas, Whirlpool, Dasa, Raia Drogasil e Mercado Livre. Qual é a tendência na adoção desse modelo no mundo e no Brasil? O movimento do ‘usar’ versus o ‘ter’ vem crescendo de forma acelerada no ambiente corporativo. Nós nos antecipamos a essa tendência e criamos o conceito de Outsourcing das Coisas, OoT. A cultura do OoT ganha cada vez mais força nas empresas. Os motivos são vários: a falta de tempo do time de TI para gerenciamento do parque, foco dos gestores nas atividades-fim da empresa, vantagens financeiras, qualidade de serviço e até a garantia do descarte correto do equipamento ao fim de sua vida útil. Como a Simpress está posicionada nesse mercado? Com 20 anos de experiência, a Simpress lidera o mercado nacional de aluguel e outsourcing de equipamentos de TI no segmento corporativo. Só no primeiro semestre deste ano, o faturamento

da empresa cresceu 35% em relação ao mesmo período do ano passado. Temos 42% de market share no mercado de outsourcing de impressão, segundo a IDC. Hoje, gerenciamos mais de 400 mil equipamentos entre computadores, notebooks, tablets e smartphones, além das impressoras, instalados em mais de 1,6 mil clientes, espalhados por todo o País. Os novos negócios representam 18% do faturamento da Simpress, que projeta aumentar essa fatia para 25% ao final de 2021. Quais são as expectativas? No ano em que completamos 20 anos de atuação estamos muito perto de chegar ao nosso primeiro bilhão. Tenho certeza de que o próximo bilhão virá muito mais rápido. Com toda experiência, rede de serviços e tecnologia que desenvolvemos nesse período estamos prontos para ampliar nosso portfólio de oferta, usando a mesma infraestrutura. Pode descrever como é o modelo de negócios hoje adotado pela Simpress? Há distinção para a terceirização de impressão, tradicional e a de equipamentos? Há dois anos, nos estruturamos e passamos a oferecer computadores, notebooks, tablets e smartphones, além das impressoras. Por meio da plataforma Simpress as a Solution, SaaS, proporcionamos aos clientes o benefício da locação de equipamentos com soluções avançadas, atendimento on site, SLA customizado, processos logísticos e operacionais ágeis e estruturados. Focado no user experience do cliente, o portal Simpress UX, um ambiente 100% on-line que permite a gestão dos contratos que, por meio de Inteligência Artificial, possibilita, ainda, realizar operações como suporte técnico e inclusão de novos equipamentos, entre outras facilidades. Para manter a plataforma SaaS operacional, a Simpress conta com mais de 1,9 mil funcionários, em 12 filiais pelo Brasil, além de uma rede de parceiros composta por 100 revendas.

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Qual é a fórmula para manter a continuidade dos negócios por 20 anos? Nossa obsessão é tornar a vida do cliente mais fácil. Estar muito atento às exigências de nossos clientes, acompanhando a evolução e suas novas necessidades. Também estamos sempre atentos à inovação. Sempre tivemos apetite para fazer de forma diferente, buscar a eficiência e a excelência na operação. Ao longo de duas décadas, quais foram os principais desafios e como foram superados? Equilibrar o crescimento do faturamento com a estrutura de backoffice é um dos grandes desafios. Implementar uma estrutura de processos e sistemas robusta capaz de garantir o Acordo de Nível de Serviço ao cliente e a gestão do negócio a custos competitivos capaz de controlar e gerir centenas de milhares de equipamentos é a nossa Secret Sauce. O que representou a venda para a HP? Somos uma subsidiária da HP, mas atuamos de forma independente. A relação é de muita sinergia e complementaridade. Para você ter uma ideia, a Simpress levou a HP a ter liderança absoluta no segundo semestre de 2021, de acordo com o estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q2/2021. Isso representa uma expedição de mais 50 mil equipamentos para escritórios, indústrias, hospitais; Comércio, Educação e Logística entre outros setores que necessitam desses produtos para o funcionamento de suas operações. A maioria desses equipamentos chega ao mundo corporativo no modelo de outsourcing com todas as soluções, SLAs e suporte para se integrar a processos de negócios. Outro ponto importante é o crescimento de 76,99% que a HP obteve no número de impressoras e multifuncionais expedidos, quando comparado com o mesmo período de 2020 e de 18,79% em relação ao último trimestre de 2021. Os dados apontados pela

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IDC Brasil também colocam a HP como líder na categoria do subsegmento de equipamentos para impressão A4 colorida (55,42%) e outras subcategorias, nas quais a Simpress também é responsável pela comercialização. Daqui para frente, o que imagina que pode ser feito para se reinventar de forma a permanecer atuante por mais 20 anos? Estamos sempre de olho nas tecnologias disruptivas, que mudam a maneira das empresas fazerem negócio. Recentemente, lançamos o SimpressLab, projeto que aproxima a empresa dos ecossistemas de inovação com o objetivo de trazer startups para nos auxiliar em desafios operacionais. Assim, tornamos nossa operação cada vez mais eficiente e competitiva e oferecemos soluções melhores e mais ágeis para os nossos clientes. Acredito que se manter relevante para os clientes garante a perenidade de qualquer negócio. Pode dar detalhes sobre esta iniciativa? O Simpress Lab foi lançado neste ano e se trata de um hub interno focado em inovação e aceleração digital que incentiva startups que atuam no modelo de Software as a service, SaaS, a criar respostas disruptivas que melhorem a operação do negócio em campos diversos, como experiência do cliente, eficiência em logística e eficiência operacional. Desde que o Simpress Lab começou, 15 soluções propostas pelas startups foram adotadas para que a empresa se tornasse mais eficiente. Tem exemplos práticos? São vários, como uma solução para medir a produtividade do time de TI que estava trabalhando remotamente, e outra para automatizar informações de diferentes departamentos e otimizar o atendimento ao cliente.

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Vittorio Danesi, CEO: No ano em que completamos 20 anos de atuação estamos muito perto de chegar ao nosso primeiro bilhão.

13 Um desafio recente proposto aos jovens foi o de desenvolver inteligência de maneira a otimizar anúncios digitais a partir de uma solução com Machine Learning, que se integrasse às principais plataformas de mídia, como o Google, Facebook e Linkedin Ads, e qualificasse em massa os anúncios para gerar leads mais valiosos. Quais foram os motivos que levaram a Simpress a trabalhar com startups? Acredito que trabalhar com startups é aprender e reaprender o tempo todo. Valorizo muito a troca. É muito bom aprender com quem enxerga o mercado de outra maneira. Assim podemos reciclar nosso jeito de atuar permanentemente. Por outro lado, aportamos nossa experiência, também muito rica para fazer o negócio decolar. Sou membro do BR Angels, grupo de investidores anjo que seleciona e investe em startups, e que acabou de completar dois anos. Tem sido uma jornada incrível. Já são mais de 15 investimentos acompanhados de perto pelos membros do grupo. E sobre o mercado de trabalho, a Simpress também vem sofrendo com a falta de mão de obra especializada? Esse é um grande problema estrutural do nosso País. Eu acredito que a Transformação Digital começou há muito tempo. Agora, o que assistimos é a aceleração desse processo. A demanda por profissionais especializados cresce muito mais rápido do que temos capacidade de formar. Há estudos que mostram que o Brasil vai precisar de 400 mil profissionais de TI até o final do ano que vem. A falta de mão de obra e de políticas públicas que atentem para isso pode prejudicar – e muito, a relevância do Brasil no cenário global

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TECNOLOGIA || por BARBARA OLIVEIRA

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SD-WAN é a bola da vez Especialistas consideram que a nova arquitetura de redes de longa distância comandada por software já está madura e, como sua implementação exige maior nível de especialização, abre oportunidades lucrativas para os parceiros de Canal

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descentralização das operações e o crescimento do trabalho remoto com a necessidade de conectar matriz a filiais e escritórios (ou as diversas localidades entre si) trouxeram novos desafios para as empresas e seus fornecedores de Tecnologia da Informação e de Telecomunicações. Esse mundo mais conectado e descentralizado exige novos parâmetros e soluções inovadoras, tanto em Conectividade como em Segurança. Não só para manter os negócios funcionando bem nesses ambientes distantes da sede, mas também para que o tráfego de Dados seja bem distribuído, sem interrupções de rede, especialmente nas atividades prioritárias e mais críticas. A partir de 2018, uma solução passou a despertar o interesse das empresas e a integrar seus projetos de melhoria de conectividade remota, a SD-WAN Software Defined-WAN, uma tecnologia de rede de longa distância definida por software. Entre as principais vantagens, ela simplifica as redes, melhora o desempenho das aplicações que rodam dentro e fora da matriz, permite escalabilidade dessas aplicações na Nuvem e ainda possibilita a redução de custos com hardware e circuitos mais caros. Porém, quando a filial opta por substituir os links dedicados e seguros para conectar seus vários links de Internet, seus Dados ficarão mais expostos. Por isso, integrar uma camada de Segurança a essa nova rede SD-WAN é essencial em tempos de ciberataques em massa. Tudo isso gerou novos negócios nesse mercado de Tecnologia e Conectividade. As empresas de Telecomunicações, fornecedores de Rede e de Segurança e integradores finais avaliam que a tecnologia de SD-WAN já está madura no mundo e no Brasil, e enxergam um grande potencial de negócios para os próximos anos. E como a sua implementação exige certo nível de complexidade, esse gerenciamento das redes tende a ser uma tarefa para especialistas de fora da empresa, abrindo oportunidades lucrativas para os parceiros de Canal.

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TECNOLOGIA

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Pesquisa da Frost&Sullivan na AL mostra que 39% dos entrevistados já adotaram a tecnologia SD-WAN, enquanto 34% estão dispostos a migrar para ela no máximo em 24 meses

As consultorias de TI comprovam esse interesse pela tecnologia SD-WAN. A IDC estima que neste ano, esse mercado está avaliado em US$ 125 milhões no Brasil. E deverá crescer três vezes mais até 2025, com destaque para os serviços gerenciados a serem oferecidos pelas operadoras e provedores, informa Anderson Shintani, analista sênior de Pesquisa da IDC. Em abril deste ano, a Frost&Sullivan realizou uma pesquisa com 153 usuários finais de SD-WAN na América Latina e 39% dos entrevistados da área de TI disseram já ter adotado a Tecnologia, enquanto 34% estão dispostos a migrar para ela no máximo em 24 meses. Brasil, México e Colômbia lideram essa demanda. “A maioria dos projetos de instalação das redes definidas e gerenciadas por software, SD-WAN, acontece entre as corporações com mais de 500 funcionários na AL, mas existe um grande interesse também entre as empresas de médio porte”, informa Gina Sanchez, analista da Frost&Sullivan. Os grandes varejistas com capilaridade de lojas pelo País, o setor Financeiro (com várias agências), Saúde (hospitais e clínicas espalhados), Manufatura e Governo são alguns dos segmentos que já estão utilizando a nova infraestrutura de rede remota definida por software. Segundo o Gartner, apenas 15% das grandes e médias empresas estão

LELA BELTRÃO

Mercado em alta

Bonatti, da Fortinet: A expectativa é que em três anos, a tecnologia domine a Conectividade WAN para empresas que tenham várias unidades no País. utilizando somente links de Internet SD-WAN em 2021, mas esse índice deve subir para 40% em 2025. “Há pouco mais de cinco anos era comum as empresas terem seus Data Centers internos. Os CPDs estavam centralizados dentro da matriz e as filiais tinham links dedicados para se conectarem e acessarem as aplicações hospedadas internamente”, explica Alexandre Bonatti, diretor de Engenharia da Fortinet Brasil. O executivo lembra que, com a aceleração da Transformação Digital, as empresas foram migrando essas

Vicentini, da Aruba: As empresas estão percebendo o valor de uma evolução na Conectividade já existente, só que agora a conexão ganha inteligência.

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aplicações rodando internamente para a Nuvem pública. Elas perceberam que, se migrassem as aplicações para a Internet, não faria mais sentido terem links dedicados da filial para a matriz, e de lá sair para a Internet. “Por que a filial não poderia sair diretamente para Internet sem passar pela matriz, já que aplicações como CRM, ERP, e-mail e programas de conferência, estariam hospedadas na Nuvem?”, indaga Bonatti. E esse foi um dos fatores que deram impulso à SD-WAN. A expectativa do mercado é que em três anos, a tecnologia domine a Conectividade WAN para empresas que tenham várias unidades espalhadas no País. “As empresas estão percebendo o valor de uma evolução na Conectividade já existente, só que agora a conexão ganha inteligência”, afirma Daniel Vicentini, engenheiro de Pré-Vendas da Aruba, empresa da HPE que já trabalha fornecendo equipamentos de rede - cabeada e sem fio, aos clientes. Desde o ano passado, ela vem ampliando seu portfólio após a aquisição da Silver Peak. A tecnologia SD-WAN entra na parte em que a Aruba conecta os escritórios com as redes e com a Internet. “Todos os segmentos que ainda não têm essa estrutura de rede estão com planos de aderir”, diz Vicentini. A SD-WAN torna mais fácil a vida dos gestores de rede e de TI, permitindo que eles possam gerenciar suas Conectividades usan-

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do software em Nuvem, por meio de uma única plataforma de Borda WAN, esclarece Vicentini. O nível de complexidade de instalação e gerenciamento de tráfego, especialmente em aplicações mais críticas, a exemplo de voz, programas de videoconferência, acesso aos Bancos de Dados, sistemas de gestão etc., exige equipes internas especializadas, por isso muitas empresas acabam optando por Serviços Gerenciados de provedores e Telcos, seus fornecedores tradicionais de Conectividade. E isso começa a ser oferecido e pago como serviço - SaaS.

Conectividade como serviço

Na América Latina, esse modelo em que o provedor de serviços assume o trabalho pesado da implementação e gerenciamento da solução é o preferido das empresas, informa a Frost&Sullivan. Por essa razão, as operadoras de Telecomunicações, entre elas a Embratel, Vivo, Algar e seus parceiros de soluções, equipa-

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mentos, softwares e Segurança ampliaram seus portfólios de produtos SD-WAN aos clientes, que precisam estar permanentemente conectados com suas unidades remotas. Essa gestão do tráfego, que identifica e soluciona problemas em tempo real sem que o usuário precise agir, é de responsabilidade dessas Telcos ou do fornecedor do serviço integrado com a solução da operadora. Há três anos a Embratel dispõe de SD-WAN para o uso da rede corporativa baseada em Nuvem. Com ela, é possível fazer uma composição híbrida interligando acessos das redes tradicionais Multiprotocol Label Switching, MPLS, à Internet. Ela reconhece as diversas conexões que estão rodando na Internet do cliente e direciona esse tráfego de acordo com a qualidade dos links e prioridade do que está sendo transmitido – se é voz, vídeo, Dados , e-mails, programas de gestão etc. “Quando faço a estrutura da rede tenho vários fornecedores que procu-

Vantagens da SD-WAN para as empresas • Otimizar a rede de Conectividade; • Utilizar infraestrutura e aplicações mais baratas na Nuvem, reduzindo custos de circuitos caros da rede WAN; • Substituir o investimento em hardware; • TI pode fornecer roteamento e proteção contra ameaças, tráfego seguro no ambiente de Internet de banda larga e Nuvem. FONTES: BLOCKBIT, CISCO, IBM E PINPOINT

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Esse mercado em 2021 está avaliado em US$ 125 milhões no Brasil e deverá crescer três vezes mais até 2025

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ro no Quadrante Mágico do Gartner”, enfatiza Alexandre Gomes, diretor de Marketing da Embratel. “Avalio a necessidade, a dor do cliente para ver o que precisa; algo que seja robusto e que garanta a continuidade de seu negócio, porque ele não vai me pedir só Wi-Fi, ou Segurança, ou Virtualização de máquina. O cliente vai querer a solução de rede mais apropriada que a tecnologia possa entregar”, acrescenta Gomes. “Se meu cliente é uma empresa de águas com 60 sites e ele ficar sem acesso por 15 minutos, ou só com um link, não terá problemas, porque não é uma atividade tão crítica. Mas se ele tiver 60 lojas, um centro administrativo e um centro de distribuição, vai precisar de maior disponibilidade, dois acessos mais robustos (dedicados) nesses locais e alguns Customer Premises Equipment – CPEs, de stand by”, explica o executivo. Segundo Gomes, a Embratel entrega três designs ao cliente: um puro SD-WAN, um puro MPLS e outro híbrido, mesclando as duas tecnologias. “Dependendo do que o cliente precisar, a gente combina as performances”, diz. Redes varejistas e grandes bancos são os principais clientes que vêm acelerando a demanda por SD-WAN na Vivo Empresas, informa Vinicius Funicelli, gerente de Produtos. A operadora oferece a solução há quatro anos, mas não informa o número de clientes ou ta-

Saez, da Cisco: Com as camadas de Segurança todos enxergaram valor não só na redução de custos, mas em ganhos de performance. xas de crescimento dessas vendas. Suas principais parceiras nas soluções são a Cisco e a Fortinet, que fazem toda a gestão da operação para seus usuários. Funicelli informa que a migração das conexões MPLS (mais caras e robustas) para a SD-WAN não chega a impactar na receita da empresa. “Entregamos um serviço com maior valor agregado, com várias funcionalidades se comparado ao MPLS, e, quando adicionamos a camada de serviços especializados da Vivo, existe um ganho”. Outra

vantagem ressaltada por Funicelli: ao optarem por SD-WAN, os clientes já terão uma via inicial pavimentada para entrar na Virtualização de redes e serviços, reduzindo investimentos em novos hardwares. De olho nesse mercado, a Cisco adicionou ao seu portfólio as ferramentas de duas empresas especializadas em SD-WAN, a Meraki e a Viptela, pois dependendo do perfil da empresa, do interesse do tráfego e das exigências, se aplica uma ou outra solução, ou as duas ao mesmo tempo, informa Malko Saez, especialista em Redes Transformacionais da Cisco. “As corporações que exigem vários serviços rodando na rede usam a ferramenta da Viptela, mas suas filiais podem ter a Meraki, que é mais simples, e, assim, mesclamos o uso das duas na mesma empresa”, detalha Saez.

Nuvem mais segura

Gomes, da Embratel: O cliente vai querer a solução de rede mais apropriada que a tecnologia possa entregar.

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“Quem fez o primeiro movimento em direção à SD-WAN foram os grandes bancos e as corporações, mas já sentimos um interesse das médias e pequenas empresas”, diz o executivo da Cisco. Saez estima um crescimento de quatro vezes na demanda por novos projetos de 2019 para cá. O executivo destaca que o principal motivador para a rede remota definida por software era a redução de custos, mas as necessidades mudaram com a pandemia. Era preciso garantir me-

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Entre as ofertas das operadoras e provedores os Serviços Gerenciados se destacam

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lhor experiência dos colaboradores, parceiros e clientes no consumo de aplicativos e infraestrutura em Nuvem. E quando a SD-WAN ganhou camadas de Segurança se tornou fundamental e todos enxergaram valor, não só na redução de custos, mas em ganhos de performance. E essa mescla do uso da Nuvem com mais Segurança em redes corporativas trouxe para junto das Telcos e dos integradores os players de Segurança Cibernética. “Não lembro mais de uma conversa com o cliente em que o interesse pela SD-WAN não esteja presente”, destaca Edilson

Cantadore, líder da equipe de System Engineer da SonicWall. E mais, ele lembra que todo esse movimento ganhou um empurrão do Gartner, que há dois anos cunhou um novo conceito: o Secure Access Service Edge - Sase, uma arquitetura de rede que combina as VPNs e SD-WANs com recursos de Segurança nativos da Nuvem e que é fornecida como serviço. A procura cada vez maior das empresas pela Nuvem permitiu que

mais Dados, mais pessoas, mais equipamentos e aplicativos ficassem fora da infraestrutura tradicional. A empresa não se limita mais a um local e sim a um conjunto de recursos entregues como serviço por terceiros. Analistas do Gartner estimam que pelo menos 40% das empresas terão estratégias explícitas para adotar o Sase até 2024. E ficará para trás quem não tiver também essa solução para oferecer

Especialização do Canal

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a arquitetura de rede WAN definida por software é colocada uma camada de inteligência que gerencia o uso da Conectividade que o cliente possui em suas lojas, filiais e escritórios. Nos segmentos de Varejo e Financeiro, nas clínicas de Saúde, em cada localidade dessas, existe um ponto de presença e a infraestrutura de conexão varia. Pode ser uma Banda Larga com links dedicados, uma 4G, ou outro tipo de circuito. Os fornecedores se adaptam para oferecer o que cada cliente precisa e dentro das limitações que ele tem na região onde está a filial. No caso da migração para sistemas híbridos ou puro SD-WAN, isso pode exigir algum tipo de especialização que as equipes internas de TI dos clientes nem sempre têm. Além disso, existe a convergência da nova tecnologia com os softwares de Segurança e que agora se integram ao produto final. Assim, o mercado de Telecom e de integradores ficou movimentado, seja para quem vende diretamente ou para quem só trabalha com Canais. A NTT, que no Brasil atua como integradora de sistemas de vários parceiros - Embratel, Vivo, Cisco, Dell, VMware, Huawei, Palo Alto, Fortinet, e não como operadora de Telecom – percebeu novas oportunidades de negócios a partir do interesse do mercado nesse empacotamento da SD-WAN como serviço, informa Augusto Panachão, vice-presidente de Soluções de Tecnologia. “Nós montamos uma solução tecnológica e de serviços para os clientes de nossos parceiros e percebemos que o integrador que oferece SD-WAN como SaaS tem mais chances de fechar negócios”, explica o executivo. A NTT gerencia a inteligência da WAN definida por software para 20 empresas. “Entramos com os equipamentos

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e cuidamos para que eles usem os links da melhor forma possível e com o nosso diferencial de serviPanachão, da NTT: ços”, diz Panachão. Percebemos que Capacitação o integrador que Essa complexidade na oferece SD-WAN montagem do pacote final SaaS tem mais e de entender como tudo chances de funciona também deve ficar claro para quem vende fechar negócios. lá na ponta - os Canais. O treinamento deve ser constante para que o vendedor conheça as dores do usuário até definir a melhor solução. A SonicWall, especializada em Segurança da Informação, até criou uma plataforma, a SonicWall University, para treinar a sua base de mais de 1 mil Canais de venda. Ali ficam disponíveis as especializações para cada tipo de oferta. “Por mais facilidade que a gente entregue, precisamos casar essa simplicidade da plataforma com o entendimento do cliente e, do ponto de vista de posicionamento, utilização e dimensionamento, fazemos a tropicalização da solução, porque as disponibilidades de links são diferentes nas diversas regiões do País”, lembra Edilson Cantadore, líder da equipe System Engineer da SonicWall. A empresa entrega SD-WAN com a camada de Segurança há três anos. Na Cisco, o especialista em Redes Transformacionais Malko Saez explica que os Canais participam de treinamentos de atualização a cada trimestre, quando são mostradas as novas tecnologias e suas evoluções. “Fazemos também treinamentos específicos para design, implementação e solução de problemas, que são

ministrados pelo time de arquitetura da Cisco sob demanda, todos baseados nos projetos e necessidades levantadas pelos próprios Canais”, observa. A Blockbit, com soluções que protegem a rede e a Nuvem do cliente, opera com 250 parceiros para atender aos setores de Saúde, Varejo, Educação e Indústria no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Espanha. “Trabalhamos lado a lado com nossos Canais para facilitar essa integração e desenvolvimento de estratégias focadas no crescimento do negócio”, afirma Flávio Cândido, diretor Comercial. “Acreditamos que o Canal precisa ser acolhido, ouvido e atendido com um bom programa de comissionamento e vantagens competitivas, para que se sinta motivado em vender as soluções”, enfatiza Cândido. Uma equipe de profissionais apoia na criação e arquitetura das vendas mais complexas, além de dar suporte técnico. “Essa relação de confiança com os Canais possibilita que as pesquisas de satisfação dos clientes sejam positivas e com altas taxas de fidelidade”, garante o executivo da Blockbit. (B.O.)

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INFORME PUBLICITÁRIO

Brasileiros são destaque em premiação global de programação da InterSystems O

s resultados da competição interde gerenciar a comunidade de desenvolvedonacional promovida neste ano pela res da InterSystems na língua japonesa. E, InterSystems revelaram o grande potencomo está trabalhando quase o tempo todo cial e criatividade dos profissionais de em casa, ainda auxilia nas tarefas e cuidados tecnologia do Brasil. Os brasileiros estão com a família e como pai. Haja capacidade de à frente quando se trata de desenvolver administrar o tempo! aplicações voltadas ao bem estar das pessoas. A competição InterSystems Série ininterrupta – O InterSystems Programming Contest, promovida reguProgramming Contest é uma série de comlarmente pela InterSystems desde marpetições abertas realizadas online com a ço de 2020, reúne uma comunidade de finalidade de incentivar desenvolvedores a desenvolvedores de aplicações de código criar aplicações de código aberto. Agrega a aberto da InterSystems e os desafia com Comunidade de Desenvolvedores InterSysprêmios em dinheiro. tems IRIS - plataforma de dados de alta perO processo de seleção dos trabalhos é formance que é a base da criação das aplicomposto por dois júris, um de especiacações. O grande objetivo do concurso é que Henrique Gonçalves Dias listas do mercado e outro dos integranos profissionais contribuam para a melhoria tes da Comunidade de Desenvolvedores da qualidade de vida pessoal e profissional InterSystems IRIS. Até hoje nossos programadores se da população, um fundamento básico da InterSystems. destacaram em todas as etapas. Os brasileiros que já foComo incentivo à criação das aplicações, a InterSystems ram premiados são Henrique Gonçalves Dias, José Roberto contempla os vencedores top 3 com premiação em dinheiro Pereira, Renato Banzai, Yuri Marx Gomes, Henry Hamon em duas categorias: Expert Nomination, quando os vencePereira e Marcello Correa. dores são apontados por um júri de especialistas, e Community Nomination, para as aplicações que receberam mais Destaque – Henrique Gonçalves Dias é o diferencial nesvotos de toda comunidade de desenvolvedores. sa turma toda porque participou de praticamente todas as edições da competição e foi premiado também em Plataforma de dados – A InterSystems IRIS® Platform quase todas. Em uma das edições mais significativas, o estabelece um novo patamar desempenho para o rápido InterSystems Grand Prix Programming Contest, em março desenvolvimento e implementação de aplicações. Todas as deste ano, se consagrou em segundo lugar pelo júri de esferramentas e funcionalidades necessárias são fornecidas pecialistas com uma aplicação para facilitar a vida dos deem uma única plataforma confiável que compreende gestão senvolvedores. Ela permite que todos criem seus CRUDs (as de dados, interoperabilidade, processamento de transações quatro operações básicas - criação, consulta, atualização e e funções analíticas. destruição de dados). O Grand Prix foi a edição que concedeu A InterSystems lançou recentemente a nova versão da a premiação mais alta em dinheiro, que Henrique dividiu IRIS® com funcionalidades para ajudar os clientes a acelerar com seu parceiro de desenvolvimento, José Roberto Pereira. as iniciativas de transformação digital, alavancando aplicaHenrique, além de se destacar no desenvolvimento de tivos compatíveis com o aprendizado de máquina (machine aplicações, durante esse período da pandemia mostrou uma learning) que conectam silos de dados e de aplicativos com capacidade de produzir acima da média. Ele não só exerce maior desempenho e confiabilidade e com menor custo várias atividades profissionais no universo das TICs, mas estotal de propriedade. creve artigos para a Comunidade de Desenvolvedores, além

www.intersystems.com/br.

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Varejo acelera migração para o Digital Para fazer frente à pandemia, ganhar agilidade e contemplar os novos perfis e exigências de consumidores cada vez mais conectados, o comércio redesenhou seus negócios apoiado no uso intensivo de tecnologia

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onfrontado com os efeitos devastadores da pandemia, o Varejo brasileiro não teve tempo a perder, partindo resolutamente para acelerar a Transformação Digital – TD, dos seus negócios. Apoiadas em tecnologia de ponta, as empresas do setor, de modo geral, redesenharam os processos internos e modelos de trabalho em múltiplas frentes operacionais. Ganharam eficiência e agilidade, reduziram custos e, sobretudo, aprimoraram o atendimento a clientes que se tornavam cada vez mais exigentes e conectados ao comércio online. Para levantar as principais movimentações, tendências e estratégias que responderam pela consolidação do chamado Varejo 4.0 no Brasil, Infor Channel entrevistou consultores e especialistas que atuam na linha de frente desta indústria, auxiliando empreendimentos de todos os portes e perfis a percorrerem suas jornadas de disrupção digital. De início, esboçando um balanço retrospectivo, Rafael Vargas, líder de Negócios para Varejo na Softtek, resgata dois momentos que demarcaram os avanços ocorridos. O primeiro se deu quando o comércio, anteriormente, havia começado a explorar, de forma tímida, as vendas digitais em larga medida para fazer frente à competição agressiva movida pelos gigantes da área. O segundo momento foi desencadeado com a eclosão da pandemia, que barraria as compras presenciais: “Foi aí que o mercado levou os empresários a evoluírem suas plataformas e adiantarem em questão de semanas um processo que, do contrário, certamente seria realizado em anos”, enumera Vargas. Quem respalda esta percepção é Lucio Leite, diretor de Transformação Digital e líder para os Negócios de Varejo da Teltec Solutions. Ele sublinha que o fechamento das lojas físicas tornou a adoção de Tecnologia mandatória e urgente, impulsionando os investimentos na digitalização, na experiência do cliente e na logística. Na realidade, a maioria de varejistas, que antes já vinha sendo impactada pela disrupção digital, encontrou um desafio adicional ainda maior com a disseminação da Covid-19 e a imposição de quarentenas. “Logo nas primeiras semanas da crise, as empresas precisaram funcionar a partir da casa de cada funcionário, onde muitas estruturas de TI não estavam preparadas. Tiveram que ser ágeis o suficiente para manter seus negócios em pé”, recorda Leite.

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Novos hábitos de consumo

De seu lado, Elói Assis, diretor do segmento de Varejo e Distribuição da Totvs, enxerga as novas formas e hábitos de consumo como fomentadores da digitalização em numerosas frentes. “Em 2020, vimos principalmente o crescimento dos e-commerces, a maior aderência das marcas às plataformas para dispositivos móveis, estratégias de marketing digital mais robustas, um alto investimento em ‘multicanalidade’ e em outras ferramentas que apoiam e simplificam a jornada do consumidor online”, sintetiza. Para comprovar o êxito das me-

Assis, da Totvs: Em 2020 vimos alto investimento em ferramentas que apoiam e simplificam a jornada do consumidor online. didas implementadas, o executivo alude ao estudo da consultoria Ebit-Nielsen, segundo o qual, no ano passado, as vendas do Comércio Eletrônico no Brasil haviam crescido 41% em relação a 2019, registrando um montante de R$ 87,4 bilhões. E um novo salto foi contabilizado no primeiro semestre de 2021, ainda segundo a Ebit-Nielsen: expansão de 31% frente ao mesmo período do ano passado. Das 42 milhões de pessoas comprando online, 6,2 milhões eram novos usuários, o que deixa entrever o potencial de crescimento.

MARI NEAIME

Em 2020 as vendas do Comércio Eletrônico no Brasil cresceram 41% em relação a 2019, registrando um montante de R$ 87,4 bilhões

A continuidade das vendas, efetivamente, requereu urgentes adequações de caráter tecnológico, processual e cultural. “Vimos empresas paradas nas primeiras semanas de pandemia, sem conseguir emitir uma nota fiscal. Muitos sistemas até então instalados localmente, o que chamamos de on premise, tiveram que ser adaptados ou migrados para a Nuvem para que funcionários, agora remotos, tivessem acesso”, rememora Leite. Com isso, praticamente todas as operações internas precisaram ser revistas: “É inegável que a cultura figurou como um dos grandes desafios nessa jornada, em vista do volume de mudanças necessárias, tanto profissionais quanto pessoais. As famílias viram suas casas e rotinas impactadas e precisaram se adequar”.

Stella, da Adobe Commerce: As empresas que quiserem ser relevantes devem evoluir e inovar suas estratégias para o e-commerce.

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Afinal, comenta Leite, da Teltec, as pessoas que foram às compras digitalmente pela primeira vez certamente continuarão nesta toada: “Muita gente que antes da pandemia manifestava algum nível de receio percebeu a facilidade de receber uma encomenda em algumas horas em casa. Vale ressaltar que é possível comprar produtos na China e nos Estados Unidos com previsão de entrega de até 15 dias”. Como resume Stella Guillaumon, diretora-geral da Adobe Commerce Latam, o segmento passou por uma Transformação Digital a toque de caixa não só para corresponder às demandas de novos consumidores, mas por uma questão de sobrevivência dos negócios, enquanto as lojas físicas estavam fechadas ou com horários restritos. “Vale destacar que o Varejo Digital veio para ficar. É um caminho sem volta. Nos próximos anos as empresas que quiserem continuar sendo relevantes no mercado devem continuar evoluindo e inovando suas estratégias para o e-commerce”, enfatiza Stella. Ao abordar esta temática sob outro ângulo, Pamina Jardini, diretora-executiva de Varejo da Sonda, nota que a disseminação da Covid-19 e a migração para o online alteraram a própria maneira de o Varejo aquilatar a performance de suas vendas. Tradicionalmente, argumenta, as empresas sempre mediram seus resultados segmentando-os por canais, ou seja, lojas físicas, lojas existentes

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Miranda, da Microcity: As lojas físicas só sobreviverão se diminuírem de tamanho e incluírem espaços de convivência. mizar essas experiências em escala”. Ainda sobre o perfil de quem consome, Pamina lembra que boa parte da chamada geração Z, composta pelos nascidos entre 1995 e 2010, já se encontra no mercado de trabalho, o que influencia sobremaneira a forma de adquirir produtos. “Este público antecipa e simplifica muita coisa e tal postura é um ponto extremamente importante, tanto para o mundo corporativo quanto para a otimização das tarefas. Adicionalmente, estes jovens se caracterizam por uma compreensão tecnológica

M SUGUIO

Das 42 milhões de pessoas comprando online, 6,2 milhões são novos usuários, o que deixa entrever o potencial de crescimento

há mais de 12 meses, lojas com menos de 12 meses, Comércio eletrônico, televendas, entre outros meios. A realidade, porém, é que, ao acelerar a maturidade digital dos clientes e ao instaurar jornadas de atendimento híbridas, a pandemia fez com que estes indicadores habituais perdessem sentido. Os consumidores agora passam por mais de um canal antes de concluírem suas compras. Podem, por exemplo, iniciar sua jornada no meio digital, ir até uma loja física para ver o produto e depois adquiri-lo pelo aplicativo. Diante deste quadro, é fundamental que o Varejo passe a ter uma análise muito mais focada no consumidor do que no canal. A estratégia de colocar o ‘cliente no centro’ é vital, pois o que importa é a frequência com que ele faz suas compras naquele determinado varejo, independentemente do canal, se é na loja física, no aplicativo, no e-commerce, no Whatsapp etc”, salienta Pamina. Stella Guillaumon chama a atenção para uma outra alteração de comportamento, relacionada à criação de experiências personalizadas, seja no online, seja na loja física. “Os consumidores querem um atendimento e um contato com a marca mais personalizados, de acordo com suas expectativas. Por isso, as soluções de TI e o mapeamento da jornada de compra tornam-se cada vez mais essenciais para que as empresas consigam oti-

Vargas, da Softtek: Varejo apresenta o segundo melhor nível de maturidade digital no Brasil e o quarto lugar no mundo

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apurada. Se os millennials já eram conhecidos por serem digitais, imagine essa nova geração”, compara.

Segmentos inovadores

Colocando em debate uma outra faceta do tema, os entrevistados entendem que a TD alcançou grande parte do ramo varejista, mas que determinados subsegmentos se mostraram mais vanguardistas. Stella Guillaumon afirma que os supermercados e as farmácias lideraram o processo de modernização do comércio, até porque eram estabelecimentos essenciais para os consumidores durante a pandemia, não tendo sofrido maiores restrições a suas atividades. Segundo a pesquisa Webshoppers 42ª Edição, divulgada em 2021, apps destes dois segmentos apresentaram a maior adesão de usuários em 2020. Em julho do ano passado, 14% dos entrevistados afirmaram que começaram a empregar aplicativos de supermercado e 12% revelaram que já os usavam e estavam aumentando a utilização. “Com o ingresso de mais usuários nas plataformas, os supermercados e as farmácias tiveram que acelerar seus processos de transformação para atender à demanda de consumidores online, principalmente durante os momentos mais graves da pandemia”, diz a executiva. Já Elói Assis, da Totvs, coloca em relevo os varejistas de moda, que já contavam com tecnologias que amparavam suas estratégias de vendas.

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Mas também ele, como seus pares, aponta um forte avanço dos supermercados, bastante incentivado pela mudança nos hábitos de consumo. O executivo cita uma pesquisa efetuada em maio pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito sobre o consumo no Comércio Eletrônico em 2020. O segmento de ‘compras de supermercado’ acusou alta de 30,3%, sendo que em 2019 a média havia sido de 9,2%. Estatísticas à parte, Rafael Vargas, da Softtek, pondera que o Varejo como um todo evoluiu digitalmente. “Pesquisa realizada pela McKinsey, aliás, aponta que é o setor que apresenta o segundo melhor nível de maturidade digital no Brasil, ocupando o quarto lugar no mundo”, enfatiza. Por fim, Pamina, da Sonda, em vez de mencionar ramos específicos, diz preferir comparar as empresas de acordo com o grau de maturidade alcançado por elas: “As que já vinham com processos de digitalização seguramente puderam acelerar brutal-

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É fundamental que o Varejo passe a ter uma análise muito mais focada no consumidor do que no canal

mente os esforços anteriores, pois tinham uma estratégia definida e aumentaram a velocidade para chegar aonde haviam planejado”. Em contrapartida, os empreendimentos que estavam em estágios mais embrionários de TD sofreram mais para vender. “Muitos optaram por terceirizar seus e-commerces e não puderam oferecer uma experiência de compra diferenciada a seus clientes”, complementa e arremata: “O que podemos afirmar é que hoje todos, sem exceção, enxergam a real importância de uma estratégia digital”. Para completar o retrato da cena atual, Tiago Miranda, diretor Comercial e de Marketing da Microcity, é taxativo: “Conceitos como omnichannel, pick up store, self checkout, cashback, social selling, Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina deixaram de ser diferenciais, e passaram a ser questão de sobrevivência, em um mercado que, mesmo após o início da retomada, descobriu formas de comprar com maior conveniência, velocidade e segurança”

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Leite, da Teltec Solutions: É preciso colocar o cliente no centro, assim como levar a TI para o centro da estratégia.

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Os múltiplos canais e outras inovações E

m meio ao sem-número de inovações tecnológicas abraçadas recentemente pela vertical varejista, os consultores e especialistas ouvidos por Infor Channel destacam o uso mais intensivo das soluções multicanal, omnichannel , recurso que permitiu ampliar expressivamente o leque de opções de atendimento. Para explicar esta adesão à multiplicidade de canais, Rafael Vargas, líder de Negócios para Varejo na Softtek Brasil, frisa que hoje o chamado ‘consumidor digital’ busca, cada vez mais, serviços que lhe ofereçam conveniência, agilidade e um atendimento personalizado, por meio de diferentes plataformas. “Esta modalidade de interação, além de proporcionar ao consumidor poder de escolha, permite aos varejistas otimizar a comunicação por meio de robôs inteligentes, que fazem o primeiro contato de modo automatizado e, em muitos casos, até resolutivo, tornando-se uma estratégia essencial para ganho de tempo e eficiência”, explica. A reviravolta na postura de quem compra foi um fator condicionante do rumo das mudanças, concorda Lucio Leite, diretor de Transformação Digital e líder para os Negócios de Varejo da Teltec Solutions. “O consumidor passou a ser mais exigente e, ao escolher uma marca, ele está no comando do como, o que e onde irá adquiri-la. Muitos lojistas ainda não conseguiram entender a urgência

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que isso traz. Um cliente compra de uma marca e não de um canal. Ele quer ser atendido da mesma forma e com o mesmo nível de experiência em todos os canais, o que não está sendo fácil”, reconhece o diretor. Sobre a flexibilidade ofertada, Elói Assis, diretor do segmento de Varejo e Distribuição da Totvs, nota de saída que hoje a oferta diversificada de canais possibilitou aos comerciantes irem muito além das lojas físicas e do Comércio Eletrônico mais corriqueiro. “Devemos dar especial destaque aos marketplaces e ao chat commerce, principalmente via WhatsApp, que sai dessa pandemia como a terceira força do Varejo. Sem esquecer dos web apps da loja, que permitiram aos clientes consumirem sem contato, apenas escaneando códigos QR ou até mesmo remotamente, via chats ou redes sociais, simplificando também a jornada”, esmiúça. De maneira genérica, é possível constatar que os canais que foram rapidamente criados em 2020 passaram por melhorias neste ano, estando realmente integrados às operações e desempenhando papel essencial na relação entre marca e cliente. Contudo, fazendo um contraponto com seus colegas, Stella Guillaumon, diretora-geral da Adobe Commerce Latam, ressalva que apesar da multiplicidade de canais ser discutida há muito tempo entre os profissionais engajados no Comércio Eletrônico, ainda são poucas as empresas no Brasil que lograram,

de fato, desenvolver uma estratégia neste terreno. É aí que a Inteligência Artificial e as ferramentas de Analytics contribuem para ajudar as marcas a construírem uma estrutura adequada de múltiplos canais. “A IA no e-commerce suporta funcionalidades que reduzem o atrito do consumidor durante a navegação pela loja, otimizando a recomendação e a busca de produtos”, ilustra a executiva. Soluções analíticas e de marketing digital utilizam IA e Aprendizado de Máquina para mapear em tempo real a jornada do consumidor nos canais online e oferecer insights para que a equipe possa melhorar a experiência do cliente. “Essas soluções digitais podem reunir dados de diferentes canais em um único painel – dashboard, para que a empresa tenha uma visão única do consumidor, contribuindo para uma boa estratégia multicanal”, completa.

tidos por meio da análise de Dados: “Eles serão geridos por uma operação digitalizada, fator essencial para aprimorar a cadeia de suprimentos, reduzindo custos, otimizando tempo e garantindo agilidade na entrega ao consumidor final”. A questão logística também adquire grande centralidade no exame que Pamina, da Sonda, faz do setor. E ela adverte que não está se referindo somente à armazenagem ou ao transporte e entrega de produtos no final da cadeia, no que se costuma chamar de ‘última milha’. Ela arrisca uma interrogação: como o Varejo pode proporcionar a entrega agendada de uma compra no menor custo e no menor tempo possíveis? “Isso somente é viabilizado se a empresa conseguir enxergar os estoques de todas as lojas e os pontos de armazenagem, viabilizando o embarque a partir dos estabelecimentos – ship from store, analisando em tempo real todas as rotas de entrega, além da capacidade de coleta – picking, e embalamento, packing, das lojas ou pontos de armazenagem, além da disponibilidade de espaço nos caminhões”, pormenoriza. Essa missão, por si só, já é complexa supondo-se que tudo ocorra conforme o planejado. Entretanto, como reagir rapidamente a imprevistos? O que fazer se, por exemplo, um caminhão com diversas entregas quebrar, provocando um atraso de 24 horas? Como comunicar a todos os clientes afetados, oferecer novas opções e replanejar todas estas entregas? “É somente com uma visão 360º do supply chain e com a capacidade de orquestrar todas estas informações que isso se tornará possível”, preconiza Pamina. (I.U.)

Novas formas e hábitos de consumo fomentaram a digitalização em numerosas frentes

Soluções para a logística

Em que concerne ao funcionamento da retaguarda operacional, Vargas recorda a relevância do gerenciamento inteligente da cadeia de suprimentos ou até mesmo da operação comercial, que busca automatizar e aprimorar processos como logística e estoque de mercadorias, precificação dinâmica, informação em tempo real, atualização de etiquetas eletrônicas, pagamentos e muito mais. O especialista prevê, aliás, que cada vez mais as lojas deverão atuar como centros de distribuição – fulfillment centers, estrategicamente localizados, conforme resultados ob-

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SETORIAL | VAREJO

Tendências tecnológicas emergentes

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transformação digital é reconhecidamente um processo incremental que prevê ciclos de melhorias contínuas. Sendo assim, novas soluções, fronteiras tecnológicas e arquiteturas de negócios devem ser doravante mais bem exploradas pelos varejistas, conforme apontam os entrevistados por Infor Channel. Na opinião de Pamina Jardini, diretora-executiva de Varejo da Sonda, o foco da inovação incidirá sobre as lojas sem funcionários, como no caso da Amazon Go. Em que pese a persistência do gosto pela convivência pessoal, ela destaca os benefícios do autoatendimento ou da interação com atendentes digitais, tendências que devem se manter no pós-pandemia. “Os self checkouts já estão presentes em muitas lojas e deixaram de ser novidade para supermercados, lojas de material de construção e de animais de estimação. A nova fronteira certamente são as lojas controladas por imagens e com débito automático no cartão, sem a necessidade de escanear os códigos de barras”, antecipa. Tiago Miranda, diretor Comercial e de Marketing da Microcity, aponta que, mesmo com a adoção ao comércio híbrido, as lojas físicas vão perder ainda mais força e só sobreviverão as que diminuírem de tamanho e incluírem espaços de convivência.

Escalabilidade dos negócios

O fechamento das lojas físicas impulsionou investimentos em digitalização, experiência do cliente e em logística

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Diante da crescente multiplicidade de canais, Elói Assis, da Totvs, lembra que vem despontando com ímpeto no mercado uma nova categoria de software, denominada Order Management System, Omni OMS, que promove a gestão unificada dos canais e plataformas. Do lado do cliente, o sistema proporciona uma experiência de compra mais transparente e sem barreiras entre o físico e o digital, ao mesmo tempo em que favorece a expansão e a escalabilidade dos negócios: “Essas soluções têm evoluído bastante numa geração mais moderna, trazendo novas capacidades, no que temos chamado de Omni OMS 2.0”. De resto, Assis arrola outras novidades que, a seu juízo, merecem menção: maior uso de ERPs para aumento da produtividade na operação de controle entre as lojas; PDVs mobile e novas opções de meios de pagamentos, principalmente com o lançamento do PIX, simplificando o momento da compra; e emprego de Inteligência Artificial para anúncios ou disposição de produtos no app, direcionando as ofertas de forma mais assertiva para os clientes. Para traçar um quadro mais abrangente, Rafael Vargas, líder de Negócios para Varejo na Softtek Brasil, assinala que o desenvolvimento, a integração e o convívio dos canais digitais com os outros estão possibilitando aos varejistas implementarem novas soluções, mesmo em diferentes estágios de maturidade digital. Nesse sentido, entre algumas vertentes que ganharam espaço durante a pandemia e ainda seguem firmes para 2022, está o Varejo Data-Drive. O modelo utiliza, sobretudo, a Inteligência Artificial para a coleta e análise de dados, como perfil, linguagem, comportamento, expectativas e plataformas mais utilizadas por seus consumidores. A finalidade é lastrear decisões mais assertivas e desenvolver ações personalizadas para as necessidades dos clientes. “Tais soluções, criadas para promover mais do que uma venda, são atreladas ao conceito de experiência de compras, ou shopping experience, e garantem uma jornada ágil, eficiente e, claro, sem riscos”, afiança Vargas. Seja como for, Lucio Leite, diretor de Transformação Digital e líder para os Negócios de Varejo da Teltec Solutions, não hesita em postular que o Varejo do futuro é aquele em que a tecnologia se torna a base de tudo, tal como uma startup que já nasce digital: “É preciso colocar o cliente no centro, assim como levar a TI para o centro da estratégia”. Outro ponto crucial para o entrevistado, neste cenário de transição, está ligado diretamente ao mindset das lideranças varejistas. “A ideia de que TI é custo precisa ser deixada de lado. A Tecnologia precisa ser vista como meio para suportar as demandas dos negócios, e a pandemia nos mostrou claramente isso. As empresas que já haviam iniciado suas jornadas de transformação antes mesmo da crise serão aquelas que muito provavelmente sairão melhores do que entraram”, finaliza. (I.U.)

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OPINIÃO || ALEX TAKAOKA*

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Canais de Vendas e a fundamental equação de ganha-ganha mercado vive constantemente em um cenário de instabilidades econômicas e políticas. Hoje, além das variáveis que já estávamos relativamente acostumados, o desafio aumenta também com as incertezas sanitárias. Neste panorama de retração das empresas, onde os projetos estão engavetados e as demandas represadas, os investimentos também se mostram enxutos e cada vez mais seletivos, impulsionando ainda mais a competividade entre as companhias. Quando todos os players encontram-se nesse terreno de equivalência, o diferencial está nas parcerias consistentes. É fundamental expandir a presença e chegar o mais próximo possível do cliente. Concentrar esforços para o aumento de capilaridade via canais é vital dentro de uma estratégia de negócios para fabricantes. No mundo da Tecnologia da Informação - TI, principalmente, são os parceiros que entendem a verdadeira dinâmica local e que têm embasamento para lidar com as particularidades de cada região. Além disso, são eles que permitem aos players a elasticidade de sua oferta, levando produtos e serviços com atendimento a mais lugares e de forma mais barata do que uma presença via estrutura direta. Já para o revendedor ou integrador, a parceria incrementa o portfólio de soluções e agrega valor à operação com o respaldo da confiança das marcas fornecedoras. Tudo isso impulsiona o ecossistema e, claro, a economia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a prestação de serviços no segmento de TI cresceu 16,6% no acumulado de 12 meses até junho, em comparação a igual período anterior. Já de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação - Brasscom, nos quatro primeiros meses do ano o setor abriu 69 mil postos de trabalho, dez mil a mais do que em todo o ano de 2020. Mesmo a tendência de cautela para a economia em 2022 não preocupa os executivos de TI. Previsões coletadas pelo Banco Central e publicadas no relatório Focus em julho sinalizam para uma expansão no PIB de 5,28% em 2021, e de 2,04% em 2022. No entanto, para manter a prosperidade de forma sustentável, a relação do fornecedor de TI para com seus parceiros deve ser de ganho mútuo. Além das vantagens comerciais e retorno financeiro, fundamentais, claro, é preciso que os parceiros cresçam e se qualifiquem, com

Quando todos os players encontram-se nesse terreno de equivalência, o diferencial está nas parcerias consistentes

*O autor é diretor da Fujitsu do Brasil

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compromisso de qualidade, o que é traduzido em excelência na experiência do cliente final. É preciso garantir a qualificação dos parceiros que trabalham com a marca. E para isso, oferecer ferramentas e recursos para impulsionar os negócios, engajar colaboradores, desenvolver a experiência e ajudar os clientes a dar o próximo passo em sua jornada de Transformação Digital. Por parte do desenvolvedor, é necessário fornecer recursos tecnológicos, suporte e experiência profissional, capacitação para fechar negócio, plano de negócio com apoio e treinamentos técnicos para profissionais de pré-vendas. Além disso, oferecer reconhecimento do bom trabalho executado e valorização o ecossistema organizacional para reforçar cada vez mais os laços da aliança. De acordo com a pesquisa da consultoria Gartner, o mercado global de Tecnologia da Informação deverá movimentar US$ 4,2 trilhões até o fim do ano. O valor representa uma alta de 8,6% em relação a 2020. Para 2022, a previsão é de que o mercado de TI cresça 5,3%. Tratando-se do mercado brasileiro, a estimativa é que os investimentos em TI cresçam 20% até o fim do ano, segundo um estudo da consultoria iMonitor IT. Projeta-se um aumento de vendas nos segmentos de Educação, Saúde e Varejo, assim como nas áreas de soluções de Nuvem, Segurança, ferramentas de Análises e produtos satélites ao Sistema de Gestão Empresarial. Para aproveitar essa forte e sustentável onda da Transformação Digital será necessário basear a operação em pilares bastante sólidos que sustentem a operação: parceria, cliente e produto. É preciso criar uma dinâmica e uma rotina junto aos Canais para estreitar ainda mais a parceria e promover a troca de conhecimento, especializando ainda mais a força de vendas: qualificar o time, entender as necessidades das empresas e transformar isso em oportunidades. Os revendedores são peça-chave do core business de qualquer grande empresa. São eles que aceitam o desafio de levarmos adiante o modelo da Distribuição com real valor ao negócio do parceiro de toda a cadeia de TI. Por isso, é fundamental que os Canais cresçam em consonância com os fabricantes, lado a lado, em uma sinergia que possibilite suporte ao desenvolvimento de oportunidades de novos negócios e de receita. A equação de win-win por meio de Canais potencializa o habitat que tem ampliado seu leque de atendimento. Além disso, também eleva as chances de conquista do parceiro, por meio da base do fabricante para indicações qualificadas e melhores leads. Investir em Canais é ganhar presença, proximidade e atuação especializadas. Fabricante ganha, Canal ganha. No entanto, quem mais lucra com toda essa sinergia é o cliente

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GESTÃO || por CARLOS OSSAMU


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Mensagens digitais nas empresas. Usar ou não? A pane que derrubou o serviço de troca de mensagens mais popular do planeta afetou muitas empresas e levantou a discussão sobre o uso desses aplicativos nas corporações


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o dia 4 de outubro deste ano, no início da tarde no Brasil, bilhões de pessoas no mundo todo tiveram suas vidas impactadas de alguma forma com a queda dos serviços do Facebook, WhatsApp e Instagram, aplicativos com 2,5 bilhões, 2 bilhões e 1,2 bilhão de usuários, respectivamente. As emoções foram variadas, desespero de quem usa essas redes como canal de vendas, frustração de funcionários trabalhando em casa que deixaram de se comunicar e pessoas que se sentiram desamparadas por não verem as ‘curtidas’ de suas postagens. Claro que o fato levantou a discussão do uso desses e outros aplicativos dentro das empresas, suas vantagens, desvantagens e riscos. “Olhando para março de 2020, quando o mundo parecia que ia acabar, todos trancados em casa por causa da pandemia, os negócios e empresas fechados, tudo paralisado, vimos claramente que os nossos clientes que não tinham esses aplicativos de mensagens, porque eram falhos em

Chér, da Winx Universe: no início do século passado também era perigoso entrar em um avião e o que a aviação fez foi tornar as aeronaves mais segura. suas culturas na promoção de relações e conversações de qualidade, sofreram bastante. Em geral, eram os mesmos que estavam atrasados na jornada de Transformação Digital”, conta Rogério Chér, CEO da consultoria Winx Universe. Ele lembra que um cliente, importante varejista, tinha dito em seu planejamento estratégico de 2019 que as vendas por meio digital em 2020 não passariam de 20%, então, era para ir devagar com o que ele chamava de modismo, pois muitos estavam vendendo via WhatsApp. “Pois bem, chegou março de 2020 e o Varejo fechou suas portas e essas empresas viveram os seus piores pesadelos. Primeiro, a comunicação não fluía, a liderança desapareceu, a conversa próxima e calorosa dos líderes com suas equipes ficou muito dificultada, e pior, 80% do faturamento sumiu de um dia para o outro, elas não sabiam vender por esses canais alternativos”, conta Chér. Em relação aos riscos que as empresas correm ao usar esses aplicativos, o CEO da Winx Universe é da opinião de que as organizações não podem abrir mão de inovações por questões de Segurança, elas devem buscar mitigar esses riscos. “Sou solidário com os colegas de tecnologia, grandes empresas sofreram recentemente ataques em seus canais de comunicações. Porém, no início do século passado também era perigoso entrar em um avião e o que a aviação fez foi tornar as aeronaves mais seguras”, enfatiza.


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“Durante o ano passado ouvimos das pessoas que o momento mais marcante foi quando a principal liderança da empresa usou os canais digitais para dar um rumo e suporte emocional às pessoas que estavam na mais completa e inédita incerteza organizacional que o mundo já viveu. Muitos fizeram pelo Instagram da empresa ou por meio do Workplace do Facebook. Aqueles que não usavam esses canais tiveram de implementar em tempo recorde. Também o Zoom, Teams, Google Meet foram importantes, mas esses canais, como WhatsApp, Instagram e o Workplace foram fundamentais para a liderança darem uma direção, um conforto e suporte emocional para seus funcionários”, afirma.

Segurança

De acordo com Fernando de Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, aproximadamente 55 bilhões de mensagens são enviadas diariamente pelo WhatsApp, com 4,5 bilhões de fotos e 1 bilhão de vídeos compartilhados por dia. Assim como qualquer outro aplicativo, o WhatsApp tem seus problemas de Segurança. “A Check Point descobriu algumas vulnerabilidades, como a da imagem maliciosa que conseguia infectar um smartphone; o FakesApp, em que o atacante conseguia manipular conversas; e até o BreakingApp, com o qual um atacante poderia enviar uma mensagem e, com isso, destruía o aplicativo instalado fazendo com que os participantes do grupo precisassem reinstalar o aplicativo perdendo todos os dados trocados”, conta. Em sua opinião, o que diferencia os aplicativos é quão séria é a empresa por trás deles e o tempo de correção quando aparece uma vulnerabilidade; no entanto, a utilização do WhatsApp para conversas profissionais tem outros riscos. “Permitir que os funcionários usem plataformas não gerenciadas que não são monitoradas abrirá a porta para os usuários violarem as políticas de Segurança da empresa. Por outro lado, a tendência do trabalho remoto e a utilização de plataformas de colaboração estão cada dia mais sendo utilizadas como uma ferramenta de negócios que pode melhorar a comunicação e a produtividade”, pondera Falchi. O executivo conta que as men-

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Hoje, as empresas precisam se adaptar e estar presentes nos canais que os clientes mais usam, como aplicativos de mensagens e redes sociais sagens criptografadas fim a fim e os responsáveis pelo aplicativo garantem que não armazenam as suas mensagens, a não ser no caso de um destinatário estar sem conexão nesse momento, o WhatsApp armazena a mensagem até que consiga enviá-la. E o compartilhamento de contatos e o tempo de uso de cada usuário é compartilhado com o Facebook, no caso do WhatsApp. “Esses são alguns exemplos de problemas de privacidade que as empresas sofrem, uma vez que é extremamente

complicado limitar seu uso, já que muitos usuários utilizam dispositivos próprios para trabalhar, ao mesmo tempo em que ele também poderá utilizar para se comunicar com familiares e amigos, além de conectar-se no trabalho”, observa. A Check Point Research, CPR, revelou recentemente uma nova vulnerabilidade de leitura e gravação out-of-bounds no WhatsApp. O problema, que foi corrigido e permanece teórico, teria exigido etapas complexas e ampla interação do usuário para ser explorado, e poderia ter permitido que um invasor lesse informações confidenciais da memória do aplicativo. O WhatsApp confirmou que não viu nenhuma evidência de abuso relacionado a esta vulnerabilidade. A vulnerabilidade relacionada à funcionalidade de filtro de imagem do WhatsApp foi disparada quando um usuário abriu um anexo que continha um arquivo de imagem criado com códigos maliciosos, tentou aplicar um filtro e, em seguida, enviou a imagem com o filtro aplicado de volta ao invasor. Seguindo o processo de divulgação coordenada, a Check Point Research divulgou as descobertas para a equipe do WhatsApp em 10 de novembro de 2020. O WhatsApp verificou e reconheceu o problema de Segurança e desenvolveu uma correção, que está disponível desde a versão 2.21.1.13. e tem duas novas verificações na imagem de origem e imagem de filtro.

Canal de comunicação

O WhatsApp, presente em 99% dos

Falchi, da Check Point: permitir que os funcionários usem plataformas não gerenciadas abrirá a porta para os usuários violarem as políticas de segurança.


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Schmitzhaus, da Teltec: empresas que querem falar com seus clientes precisam se adaptar e estarem presentes nos canais que eles mais usam.

O Banco Central aprovou a realização de pagamentos por meio de WhatsApp, o que tornou possível inclusive a criação de várias empresas

celulares brasileiros, vem sendo usado amplamente como canal de comunicação entre clientes e empresas em diversas aplicações. Segundo Cesar Schmitzhaus, diretor de Tecnologia e Inovação da Teltec Solutions, o mercado sempre se adapta ao seu consumidor e é natural que as gerações tenham hábitos distintos. Para atender a essa demanda, a multiplicidade de canais se tornou imprescindível, pois as empresas precisam atender a pessoas de diversas idades, personalidades, entre outras características. “Por exemplo, no caso de uma companhia aérea, há aqueles que preferem o check-in tradicional

no balcão do aeroporto, enquanto outros preferem fazê-lo pelo telefone, pelo aplicativo da companhia ou via WhatsApp. Outro caso é o do Governo do Estado de São Paulo, que anunciou que desativará todas as cabines de compra de bilhetes de metrô e trem, substituindo-as por terminais de autoatendimento e compra pelo WhatsApp”, conta o executivo. Schmitzhaus conta que antes, as empresas tinham seus softwares de Contact Center e os clientes precisavam se adaptar a eles. Hoje ocorre o contrário, pois as empresas que querem falar com seus clientes, inclusive vender serviços e produtos,

precisam se adaptar e estar presentes nos canais que os clientes mais usam, como aplicativos de mensagens e redes sociais. A disponibilização de APIs por parte dos fornecedores desses aplicativos de mensagens e redes sociais facilita o trabalho com segurança. “Vimos quando o Banco Central aprovou a realização de pagamentos por meio de WhatsApp, o que tornou possível inclusive a criação de várias empresas. Como aconteceu no caso da necessidade de se atender à demanda dos clientes com a criação de empresas e soluções de bots e esse é um ponto crucial”, observa Schmitzhaus. “Quando se tenta adaptar uma URA como um bot, a experiência do cliente pode ser muito ruim, pois caso o usuário não digite exatamente aquilo que o software espera, o sistema não entenderá o solicitado. Ou seja, criar um bot para responder automaticamente é muito simples, mas é importante criar e trabalhar formas de Aprendizado de Máquina próximos ao comportamento humano, interpretar as mensagens ali escritas pelos clientes para que a experiência de fato seja boa”, explica.

Análise de aplicativos

A empresa de segurança Eset analisou as principais características dos aplicativos de mensagens mais populares, entre eles o WhatsApp, o Telegram e o Signal. Segundo o relatório, o WhatsApp, atual líder em mensagens com mais de dois bilhões de usuários, foi comprado em 2014 pelo Facebook. A partir dessa compra, o app cresceu em funcionalidades, com canais e bate-papos em grupo, videochamadas, criptografia de ponta a ponta e, recentemente, sistema de pagamento. Ou seja, é a aplicação mais utilizada, com amplas funcionalidades, e pertence a um dos maiores conglomerados empresariais da Internet. O Telegram, com mais de 500 milhões de usuários, pertence a uma organização autofinanciada e sem fins lucrativos, fundada pelos irmãos russos Nikolái e Pável Dúrov, atualmente com sede em Dubai. Ele é um app gratuito e, embora os desenvolvedores tenham buscado como monetizá-lo em 2021 para cobrir despesas de infraestrutura, eles garantem que isso não será feito por meio de publicidade ou venda do app a uma


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empresa, mas com funcionalidades especiais para usuários comerciais ou premium. O Signal, ao contrário dos anteriores, é um aplicativo de código aberto, cujas bibliotecas e protocolos são publicados no Github. Isso torna a implementação do aplicativo e seus protocolos de Segurança facilmente verificáveis por toda a comunidade. Ainda que o Signal tenha começado a ganhar destaque em 2015, depois que Edward Snowden elogiou sua privacidade e segurança em uma conferência, atualmente ele tem mais de dez milhões de usuários e um crescimento exponencial graças às recomendações de vários especialistas e figuras conhecidas, como Elon Musk, CEO da Tesla e do SpaceX. O primeiro aspecto de segurança que a Eset destaca é que os três aplicativos possuem criptografia de ponta a ponta em suas mensagens. Isso significa que as mensagens são criptografadas no dispositivo do remetente e ‘descriptografadas’ no do destinatário. As mensagens trafegam criptografadas por toda a comunicação, não permitindo que os servidores de aplicativos as ‘descriptografem’. No entanto, o WhatsApp não criptografa os metadados, ou seja, informações adicionais - para quem é enviada a mensagem - e esse tipo de informação pode ser usado para deduzir com quem se está falando, a que horas, há quanto tempo etc. No caso do Telegram, a criptografia de ponta a ponta só está disponível em mensagens secretas. No entanto, as comunicações regulares também são criptografadas entre o cliente e o servidor com o protocolo do próprio Telegram, que se mostrou muito seguro. Isso se deve principalmente ao fato de o Telegram ser um serviço baseado em Nuvem, que apresenta algumas vantagens, como armazenar um backup criptografado e não depender da conexão telefônica para utilizar a versão Web ou desktop. Em caso de roubo do dispositivo móvel ou quando a bateria acabar, o serviço de mensagens pode continuar a ser usado a partir de um computador. Entre outros aspectos, a Eset destaca a verificação em duas etapas, configuração essencial para evitar clonagem ou roubo de conta. Todos os apps analisados têm a capacidade de bloquear o aplicativo

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O momento mais marcante foi quando a principal liderança da empresa usou canais digitais para dar um rumo e suporte emocional às pessoas

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com um PIN ou impressão digital, para evitar que terceiros leiam as mensagens quando o telefone está desbloqueado. Além disso, o Telegram e o Sinal agregam a opção de receber notificações sem conteúdo para não revelar textos ou remetentes no recebimento de uma mensagem. Quando se trata de excluir mensagens enviadas, os três têm essa opção. Além disso, o Signal e o Telegram têm a possibilidade de ‘autodestruir’; uma mensagem depois de lida pelo receptor. No caso do WhatsApp, a opção está disponível depois de decorridos sete dias do recebimento da mensagem, tempo muito superior aos minutos ou segundos oferecidos por seus concorrentes. E, ainda, o Telegram e o Signal fornecem um sistema de bloqueio de captura de tela que, embora não garanta que uma foto não seja tirada de outro dispositivo, adiciona proteção extra. Por fim, o Signal adiciona alguns pontos extras, pois permite anonimizar o endereço IP do remetente em chamadas de vídeo e enviar mensagens sem revelar o número de telefone ou perfil do remetente

Soluções integradas

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lberto Zafani, gerente de Vendas do Google Workspace para o Brasil, explica que a empresa desenvolveu diversas ferramentas que permitem a colaboração entre os usuários, incluindo troca de mensagens. “Temos vários produtos que proporcionam um trabalho colaborativo de alto nível aos funcionários de uma empresa, todos dentro da nossa suíte de colaboração chamada Google Workspace. Produtos como o Gmail, Drive, Agenda, Meet, Chat, além de nossas ferramentas de criação de conteúdo colaborativo, como documentos, planilhas e apresentações, fazem parte do Google Workspace e representam nosso compromisso em criar experiências integradas de comunicação e colaboração para todos”, diz. Especificamente para proporcionar a troca de mensagens diretas e fáceis de pessoa a pessoa ou em grupos, o Google Workspace conta com o Google Chat, um aplicativo de comunicação de equipe com foco na produtividade e nas integrações com o Google Workspace. Em setembro deste ano, a companhia anunciou a disponibilidade do Spaces no Google Chat, além de uma variedade de novos recursos, que permitem aos

usuários participar de reuniões quando e onde for conveniente, incluindo locais de trabalho na agenda, chamadas do Google Meet para chats individuais dentro do aplicativo Gmail, modo Companion no Google Meet e legendas traduzidas ao vivo no Google Meet. A recomendação é usar o Gmail corporativo, até para que essas empresas possam aproveitar o melhor que o Google Workspace pode oferecer e ter todo o suporte voltado a clientes corporativos. “Todas as ferramentas do Google Workspace for Enterprises possuem a mesma infraestrutura segura que o Google usa para proteger as informações e aplicações de seus usuários com o diferencial de que os administradores da rede podem direcionar credenciais e manter o controle operacional da rede por meio de um único painel de controle”, observa o gerente. “O Google Workspace permite que os administradores gerenciem usuários e dispositivos para facilitar processos de compliance e manter as informações confidenciais em um ambiente seguro. Com isso, os times de TI dessas empresas possuem total visibilidade sobre eventos em tempo real”, finaliza.


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