Infor Channel - Fev2022 #54

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Edição 54/ fev. 2022 | R$ 15,80

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VERSÃO DIGITAL

Edição especial

2022

UM ANO DE CONTINUIDADE EM TIC

Imagem positiva

Empresas de todos os portes se rendem a ações ambientais, sociais e de governança 01_CAPA-IC54.indd 1

Revolução na Saúde Demanda por projetos tecnológicos continua em curva ascendente

O que esperar em 2022 Fabricantes e distribuidores relatam suas expectativas para este ano

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Edição 54 - fevereiro de 2022

Editorial https://inforchannel.com.br

Acesse a versão digital da revista pelo QR Code ou baixe o App disponível nas lojas. Se preferir acesse a versão desktop em: https://revista.inforchannel.com.br/

Diretor

Cláudio Miranda

Editora

O que esperar de 2022?

Irene Barella

Editor-assistente Carlos Ossamu

Fale com a redação – sugestão de pautas redacao@inforchannel.com.br Tel.: 11-99619-0878

Colaboradores

Inaldo Cristoni e Marcus Ribeiro (texto); Olavo Camilo (revisão)

Design Gráfico (impresso e digital)

Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica RS Oficina de Arte

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Comercial

comercial@inforchannel.com.br

Atendimento ao leitor

contato@inforchannel.com.br Tel.: 11-93310-2277

Consultoria Jurídica

Dra. Mara Louzada mara.louzada@lsladvogados.com.br Dr. José Paulo Palo Prado jp@lpsa.com.br

Impressão

Referência Gráfica Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia

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PAULO UEMURA

/inforchannel

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Irene Barella

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lanejamentos anual, bimestral, trimestral; planos de negócios, metas, prazos, mar de planilhas... Ufa! Essa maratona tem seu início no ano anterior e mal vira-se a chave, estamos de volta à correria e responsabilidades do dia a dia. Ninguém tem bola de cristal, mas pesquisas e a própria vivência nesse complexo mercado de TIC dão o Norte para traçar a tática e a estratégia a serem seguidas em curto, médio e longo prazos. Para auxiliar nessa desafiadora tarefa, Infor Channel perguntou a algumas das principais empresas e distribuidoras do País quais tecnologias acredita que dominarão o cenário de TIC em 2022 e fez um Raio X das tendências que prometem ser conteúdo de reuniões entre executivos de negócios e profissionais de TIC, como 5G, Inteligência Artificial, Segurança, Internet das Coisas, Computação Quântica, Automatização, Aprendizado de Máquina, Computação na Borda e em Nuvem, Blockchain e Low-code No-code. O resultado só poderia ser um verdadeiro guia para acompanhar durante todo este ano que, de acordo com projeções do FMI terá um crescimento do PIB de 4,4 mundial e no Brasil de 0,3. Já para 2023 os índices, divulgados em 25 de janeiro último, serão de 3,8 e 1,6, respectivamente. Sempre com temas atuais, as reportagens da revista impressa são mais extensas e aprofundadas em relação à mídia digital. Esta primeira edição do ano chega com um assunto que está movimentando as gigantes e despertando o interesse das pequenas do setor: práticas Ambientais, Sociais e de Governança, ou ESG. Outro tema quente é a tecnologia aplicada ao setor de Saúde que recebeu muitas atenções em função da pandemia de SARS-Cov-2, porém, há avanços também em atividades administrativas hospitalares e cuidados médicos e clínicos. Que 2022 seja feliz e próspero!

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SUSTENTABILIDADE || por INALDO CRISTONI

ESG faz a diferença Ações para se construir um planeta sustentável contribuem com a imagem positiva das empresas e com um bom resultado financeiro

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iversidade e sustentabilidade ganharam relevância no mundo corporativo nos últimos anos. Empresas perceberam que praticá-las contribui para melhorar o desempenho dos negócios, ao mesmo tempo em que impacta de forma positiva suas marcas. Não à toa, ambas temáticas passaram a ser um pilar estratégico da operação de muitas delas, em observância à agenda Environmental, Social and Governance - ESG, sigla utilizada para se referir às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança. ESG serve também como critério para atrair ou afugentar investimentos. Prova disso, diz Bárbara Toledo, gerente de Consumo e Varejo da Intel, é o resultado de uma pesquisa global

realizada este ano pela consultoria PwC junto a 325 gestores de ativos e analistas de bancos, corretoras e empresas de investimentos globais. Segundo o levantamento, quase a metade (49%) dos entrevistados afirmou que está disposta a vender papéis das empresas que não demonstrarem ações concretas com foco em ESG. E 75% deles consideram que vale a pena as companhias sacrificarem a lucratividade de curto prazo para lidar com essas questões. A B3, Bolsa de Valores do Brasil, não investe em empresas que não tenham mulheres no board, exemplifica. Existem impactos indiretos da observância à agenda ESG. As ações inclusivas em diferentes frentes contribuíram para a Microsoft ser

reconhecida como Melhor Empresa para Trabalhar, na 24ª edição do GPTW, assinala Alessandra Karine, vice-presidente de Vendas do setor Público e líder de Diversidade e Inclusão da companhia. “Acreditamos que o funcionário só atingirá todo o seu potencial se se sentir pertencente ao ambiente de trabalho”. A tendência de pluralidade no ambiente organizacional se consolida. “Grupos diversos são mais criativos, mais ágeis e trazem ideias mais completas”, acredita Bárbara, da Intel. “Não dá para pensar em uma estrutura organizacional sem diversidade”, concorda Fernanda Coimbra, gerente de RH da Huawei, para quem as empresas terão ideias diferentes, formas de trabalho di-

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Inclusão feminina

Atrair talentos para Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, é uma tarefa desafiadora no Brasil independentemente do sexo. A

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Alessandra, da Microsoft: Programa para capacitação de mulheres negras.

Mulheres negras

Grupos diversos são mais criativos, mais ágeis e trazem ideias mais completas as interessadas poderão acessar os cursos gratuitos de capacitação em Inteligência Artificial, Computação em Nuvem e 5G, entre outros - que estão disponíveis na plataforma de educação da Huawei. A meta é atingir cinco milhões de mulheres.

Formação de talentos

A Huawei, que tem estreitas relações com universidades e institutos tecnológicos, pretende contratar graduadas em 2022. “Podemos direcionar parte dos vauchers de certificação nas tecnologias Huawei para mulheres”, acrescenta Fernanda, que pretende aumentar o número de colaboradoras efetivas no quadro de pessoal, das atuais 21% para 30% até o final do ano. Para que mais mulheres ocupem vagas de trabalho em tecnologia não basta aumentar a presença delas nos cursos superiores de formação profissional. É preciso garantir que as meninas sejam contempladas também nas oportunidades que surgem quando ainda frequentam o ensino básico. A SAP percebeu isso durante projeto com crianças do ensino fundamental 1 e 2 das escolas públicas de Santa Luzia do Itaim, SE. Com isso, a SAP mudou as regras desses programas, exigindo o mesmo número de meninos e meninas como condição para “fechar” uma sala de aula. A exigência tem dado resultados: de 2018 a este ano foram concedidas 11 bolsas de estudos para meninos e meninas na Faculdade de Informática e Administração Paulista - Fiap. “As meninas escutam em casa que curso de Robótica ou de Programação de computador é para meninos”, relata, surpresa, Luciana Coen, diretora de Comunicação e Responsabilidade Social da companhia.

O tema racial ocupa posição de destaque na agenda de diversidade das empresas. E nada melhor quando programas com essa abordagem têm um ponto de interseção com o da inclusão de mulheres. É o que acontece na Microsoft, que tem ações nesse sentido. Um dos resultados dessa interseção é o programa de capacitação Black Women in Tech, idealizado para reduzir a lacuna de profissionais especializados em Tecnologia e ampliar a igualdade de gênero e racial. Segundo Alessandra, a primeira edição formou 26 mulheres, a segunda turma contou com 35 participantes e a terceira edição terá 50 pessoas. As gigantes multinacionais do setor de TI muitas vezes replicam no Brasil projetos concebidos para aplicação em nível global. É o caso do programa Pro Bono para Equidade Econômica, criado pela SAP em parceria com a Pixera Global, para fomentar negócios liderados por pessoas negras. O piloto rodou nos Estados Unidos, em 2020, e começou a ser implementado aqui entre agosto e setembro do último ano (2021). A África do Sul e o Reino Unido também foram contemplados. Durante seis semanas, funcionários da SAP prestaram consultoria a dez startups selecionadas. O trabalho foi abrangente. Luciana conta que as equipes avaliaram o plano estratégico, ajudaram a montar relatórios financeiros, como fazer controle FLAVIA VALSANI

ferentes e capacidade de lidar com pessoas diferentes quanto mais plural e diversa for a sua equipe. “Para atender bem o cliente, é preciso falar todas as línguas”, compara. O consumidor final é um bom termômetro para avaliar se as empresas trilham o caminho certo no que tange à observância dos requisitos da ESG. A executiva da Intel faz menção a uma pesquisa da Nielsen realizada em 60 países. Já em 2015, 66% disseram que pagariam mais caro por um produto cujo desenvolvimento observou as boas práticas ambientais e sociais. O resultado indica que, se o consumidor dá atenção a essas questões, a imagem de uma empresa pode, sim, ser afetada de forma positiva ou negativa, conforme a condução e prática acerca do tema.

Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais – Brasscom, estima em 260 mil o déficit por profissionais qualificados entre 2019 e 2024. O problema se agrava quando se trata da presença feminina. O Brasil forma uma média de 70 mil profissionais por ano, segundo a Brasscom. Entretanto, apenas 13,3% das pessoas que frequentam os cursos do setor são mulheres, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Com parcerias, as empresas desenvolvem programas de formação e mentoria que visam mudar essa realidade e garantir a equidade de gênero na área de Tecnologia, ou seja, fazer com que um contingente maior de mulheres ocupe espaço, inclusive em cargos de liderança. Os programas contemplam, muitas vezes, a oferta de bolsas de estudos. Este ano, a Intel concedeu 400 bolsas para mulheres no âmbito da parceria que mantém desde 2018 com a PrograMaria. Outra iniciativa da empresa para fomentar a atuação de mulheres em TI é o Cloud Girls, da qual é parceira desde 2017, que realiza eventos de aperfeiçoamento, recolocação e networking. Com o projeto Women in Tech Brasil, anunciado em outubro, a Huawei pretende contribuir para acelerar o processo de inclusão feminina. Via o aplicativo Mulheres Positivas,

Bárbara, da Intel: Pluralidade no ambiente organizacional.

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SUSTENTABILIDADE

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CLAUDIO BELLI

Apenas 13,3% das pessoas que frequentam os cursos de Computação e TIC são mulheres

RICARDO CARVALHEIRO / RIPLAY AUDIOVISUAL

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de estoque e a desenvolver ações de marketing. A executiva diz não saber se o programa terá continuidade no próximo ano.

Eficiência energética

Em geral, a abordagem das empresas no tocante à sustentabilidade prioriza a questão da energia. A AMD conseguiu aumentar em 30 vezes a eficiência energética de seus processadores sem prejuízo da capacidade de processamento. O patamar alcançado superou a meta estabelecida para 2020 (25 vezes) e ficou acima do que a indústria consegue (15 vezes), informa Sérgio Santos, gerente-geral da companhia. “Isso é importante por causa da quantidade de PCs e de data centers, que suportam o nosso estilo de vida digital”. Dois fatores explicam o ganho da eficiência energética: a arquitetura dos processadores - baseada na tecnologia de sete nanômetros - e o processo de fabricação. Santos revela que a AMD exige de sua cadeia de fornecimento aderência aos requisi-

Lúcia, da Microsoft: Compromisso com a emissão negativa de Carbono até 2030.

Luciana, da SAP: Oportunidade para as meninas que estão no ensino básico.

tos de sustentabilidade. Como a nova geração de chips da companhia – que será baseada na tecnologia de cinco nanômetros, chegará ao mercado em breve, a meta estabelecida é de aumentar em mais 30 vezes a eficiência energética dos produtos até 2025. Embora a AMD não tenha produção local, o ganho de eficiência dos processadores impacta positivamente o mercado brasileiro, já que é grande a base instalada de PCs. Os Centros de Dados, que consomem bastante energia para manter os equipamentos e o ambiente refrigerados, também são beneficiados. O Gartner estima que a energia representa em torno de 10%

dos gastos operacionais do data center, taxa que deve subir para 15% nos próximos cinco anos.

Efeito estufa

A chamada Pegada de Carbono, de redução da emissão de gases de efeito estufa, em linha com o que preconiza o Acordo de Paris, é outro pilar dos compromissos de sustentabilidade das organizações. Até 2030 a Microsoft pretende ser Carbono negativo (hoje é neutro) e eliminar todos os resíduos de embalagens e do Centro de Dados. “Estamos construindo centros de economia circular para tratar e reutilizar os resíduos o máximo pos-

Santos, da AMD: Cadeia de fornecimento precisa aderir aos requisitos de sustentabilidade. sível”, conta Lúcia Rodrigues, líder de Filantropia da companhia. Entre as estratégias adotadas para atingir o compromisso estabelecido, Lúcia cita o carbon tax, uma espécie de imposto que incide sobre a emissão de Carbono em todas as suas operações. A cada tonelada emitida será cobrada uma taxa de US$ 15,00. A ideia é criar um fundo de US$ 1 bilhão para financiar as ações em âmbito global que visam à redução da Pegada de Carbono. “Estamos mapeando as soluções que existem no Brasil para receber esse tipo de investimento”, informa.

De olho no mercado de energia solar

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m dos temas mais importantes da pauta de sustentabilidade, a geração de energia renovável entrou no radar da Huawei. A companhia anunciou a sua nova unidade de negócio, a Huawei Power Digital, para explorar as oportunidades que tendem a surgir com a expansão desse mercado. Por meio dessa recém-criada unidade, a gigante chinesa pretende suprir o mercado com inversores solares – equipamentos responsáveis pela transformação da corrente contínua em corrente alternada – e sistemas de armazenamento de energia. Com isso, pode atender tanto ao pequeno consumidor, que usa a energia solar oriunda do modelo de geração distribuída, até aos médios e grandes, que são abastecidos por usinas de geração centralizada. O mercado de energia solar tem crescido de forma exponencial no Brasil, afirma Nelson Stanscini, gerente de Soluções da unidade Huawei Digital Power. “A geração distribuída dobrou em 2020 em relação a 2019. E para

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2021 a expectativa é de um crescimento de 50% em relação a 2020”. O Brasil encerrou 2021 com uma potência instalada fotovoltaica no segmento de geração distribuída superior à do exercício anterior: 2,688 GW no acumulado de 1º de janeiro a 10 de novembro de 2021, contra 2,665 GW de 2020, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. A Huawei planeja também adotar geração solar como fonte da energia que consome em suas instalações. Nesse sentido, estuda a transformação de seu centro de distribuição localizado em Sorocaba, SP, em um modelo para o mercado. Para tanto, instalará equipamentos de geração e sistemas de armazenamento de energia solar. “Hoje a energia solar está nos holofotes devido à viabilidade financeira que ganhou nos últimos anos”, ressalta Stanscini.

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SETORIAL | SAÚDE || por MARCUS RIBEIRO

TIC comanda a revo

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volução em Saúde A digitalização avançou de forma expressiva nos dois últimos anos no mercado, especialmente devido à necessidade de se modernizar por conta da pandemia, mas esse processo já estava em curso há alguns anos. O próximo passo dessa (r)evolução é aprimorar ainda mais o atendimento e o diagnóstico dos clientes com ajuda da tecnologia

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ão existem informações específicas sobre o tamanho do mercado de TIC na Saúde no Brasil, mas estima-se que existam 6,7 mil instituições hospitalares. Porém executivos de grandes prestadores de serviços e soluções de TIC apontam que o processo de investimento - que vinha em uma curva de crescimento nos últimos cinco anos, causado em boa parte pelas fusões e aquisições do Setor - deu um salto a partir de 2020. A pandemia serviu para dar esse empurrão, mas não se pode dizer que foi o único fator da revolução, que vem acontecendo nos últimos cinco anos. O amadurecimento desse mercado é patente com o trabalho remoto, segmentação de redes e outros projetos que foram acelerados ou mesmo criados da noite para o dia. Um movimento que precisou suportar não apenas a nova realidade com ferramentas e cargas de trabalho como contratar maior capacidade de armazenamento e, principalmente, garantir que suas empresas estejam em conformidade com a LGPD. “Nos últimos dois anos o Setor tem sido muito requisitado, até mesmo pressionado a ter desde ferramentas mais básicas até pesquisa e desenvolvimento para a qualidade de vida das pessoas. Por conta disso, a demanda por tecnologia na Saúde continua em uma grande crescente este ano, sendo uma aliada fundamental”, garante Leonel Oliveira, diretor-geral da Nutanix, empresa que tem entre os seus clientes a Sul América, que adotou uma solução de hiperconvergência para acelerar toda a infraestrutura de TI, e o Instituto

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SETORIAL | SAÚDE

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Zaima, do Brain: três frentes de atuação: monitoramento, gerenciamento e telemedicina.

Radiografia do Setor

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s estabelecimentos de Saúde no Brasil estão mais informatizados, porém a adoção de estratégias para aumentar a Segurança e proteção de Dados pessoais armazenados segue como um desafio importante. Essa é uma das conclusões da Pesquisa TIC Saúde 2021, do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação - Cetic.br, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br. Ao todo foram realizadas 1.524 entrevistas telefônicas, que ocorreram entre janeiro e agosto de 2021, com gestores de estabelecimentos de Saúde de todo o País. Desta vez, não foram ouvidos os profissionais de Saúde como um complemento por conta da pandemia. Foi detectado um avanço no uso de sistemas eletrônicos para registro de dados dos pacientes - passou de 82%, em 2019, para 88%, em 2021. Uma tendência de elevação que ocorreu em praticamente todos os estratos investigados pela pesquisa. Nas unidades públicas, subiu de 74% para 85% na comparação entre os dois anos, enquanto nas privadas, manteve-se estável, em torno de 91%. Em relação às UBS, 89% possuem algum tipo de sistema eletrônico. Quanto à disponibilidade das informações dos pacientes em formato digital, também se verificou crescimento em relação à edição anterior. Nas UBS, as funcionalidades que registraram maiores aumentos foram: listar todos os pacientes por tipo de diagnóstico (de 43%, para 60% em 2021), realizar prescrição médica (de 58% para 75%) e compilar resultados de exames laboratoriais (46% para 62%). Outro fator que avançou durante a pandemia foi a interoperabilidade entre sistemas eletrônicos de in-

formação na Saúde. A pesquisa indica maior número de estabelecimentos com sistemas que recebem ou enviam informações para outros sistemas eletrônicos da rede de atenção à Saúde, principalmente nos públicos (de 25% em 2019, para 43% em 2021), incluindo as UBS (de 28% para 45%). O “calcanhar de Aquiles” é que apenas um terço dos estabelecimentos de Saúde tinha uma política definida sobre Segurança da informação, sendo o percentual dos públicos (21%) menor em relação ao dos privados (cerca de 40%). Entre as ferramentas de Segurança, aquelas relacionadas à Criptografia apresentaram maior aumento na comparação a 2019, a exemplo de seu uso em arquivos e e-mails, presentes em 52% dos estabelecimentos (contra 41% em 2019). Já a Criptografia da base de Dados avançou de 36%, em 2019, para 48% em 2021. A pesquisa também investigou, pela primeira vez, o uso de novas tecnologias e uma parte considerável tem utilizado Computação em Nuvem. Dentre os serviços analisados, o mais comum foi o e-mail em Nuvem (69%), seguido por armazenamento de arquivos ou Banco de Dados em Nuvem (57%). Os resultados apontaram para disparidades entre estabelecimentos públicos e privados quanto ao uso de software e armazenamento de Dados em Nuvem (17% públicos e 45% privados). A análise de Big Data é adotada por um número ainda reduzido de estabelecimentos. Em um universo de 109 mil avaliados, apenas cerca de 4,2 mil se valem do recurso, sendo que destes, aproximadamente 3,6 mil são privados. E apenas 4% dos entrevistados revelaram o uso de Inteligência Artificial, enquanto 3% afirmaram utilizar aplicações de robótica. A maioria esmagadora em entidades privadas.

Apenas um terço dos estabelecimentos de Saúde tinha uma política definida sobre Segurança da informação

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Sírio-Libanês, que modernizou a TI de cinco hospitais públicos. Um retrato do segmento é a oitava edição da pesquisa TIC Saúde 2021, divulgada no final do ano passado, que apontou: “o uso de tecnologias digitais avança nos estabelecimentos de Saúde brasileiros, mas a Segurança da Informação segue sendo um desafio”. Um exemplo dessa evolução, causado em boa parte pela pandemia, é a utilização de sistemas eletrônicos para registros de dados dos pacientes, que saiu de 82%, em 2019, para 88% em 2021. As informações levantadas revelam ainda o crescimento da adoção de Internet entre os estabelecimentos públicos no período marcado pelo avanço da Covid-19: 94% deles possuem computador e Internet, o que equivale a um aumento de nove pontos percentuais em relação a 2019. Já entre os privados, o acesso segue universalizado. “Assim como ocorreu com os domicílios e os indivíduos, esses dados mostram que existiu uma demanda crescente por digitalização nesse período”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br – NIC.br.

Tendências e atendimento

Em resumo, ainda existe um grande espaço para evolução e investimento do Setor em 2022. “Acredito que soluções para tomada de decisões baseada em Dados para aprimorar a experiência do cliente, registrarão um crescimento significativo. Veremos mais soluções digitais que apoiam a mudança para um sistema centrado no paciente, no qual eles têm poder e personalização, até mesmo na escolha de provedores de Saúde e soluções virtuais”, projeta Paulo Cunha, gerente-geral de Vendas para setor Público da Amazon Web Services. A Telemedicina, por exemplo, é uma realidade e deve seguir como uma alternativa importante ao tornar a Saúde mais acessível para pessoas que vivem em áreas remotas. Também existe a expectativa de crescimento do mercado de Internet das Coisas Médicas – IoMT, e da Computação em Nuvem. Para se ter ideia, o mercado global de healthcare Cloud Computing, era estimado em US$ 26,8 bilhões em 2020 e deverá atingir um tamanho de US$ 76,8 bilhões até 2026, crescendo 18,7% ao ano no período,

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O mercado global deverá chegar a US$ 76,8 bilhões até 2026

segundo o relatório do ReportLinker. Outro foco para este ano é o de Segurança e privacidade dos Dados. “Com o aumento de ataques cibernéticos durante a pandemia e os vários casos de vazamento de Dados causados por ransomwares ou outros tipos de ataque, manter os dados dos pacientes seguros é prioridade para as empresas de Saúde”, aponta Tonimar Dal Aba, gerente Técnico da ManageEngine. Como e quando essas tecnologias - e outras - impactarão a vida dos pacientes de forma direta? “Para que o cliente final, no caso o paciente, consiga ter a melhor experiência possível, a organização dos processos internos e toda a tecnologia, especialmente a interface com o hospital, deve estar focada no atendimento”, alerta Guilherme Morais, líder da Unidade de Negócios Saúde e Educação da Topdesk. Durante a pandemia, hospitais e organizações de Saúde se aproveitaram de Aprendizado de Máquina e soluções na Nuvem para implementar serviços de Telemedicina e chatbot para melhor atender aos pacientes, garantindo que tivessem informações relacionadas ao Coronavírus, orientação sobre quando fazer o teste etc. “Cloud ainda apoiou a previsão clínica, o envolvimento personalizado e a pesquisa clínica avançada, bem como acelerou a descoberta de medicamentos com ajuda de Machine Learning”, enumera Cunha, da AWS. A agilidade e a escalabilidade da Nuvem também ajudaram as instituições de Saúde a proteger e controlar informações de pacientes, permitiram a interoperabilidade de

Telessaúde e serviços online

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e maneira geral, as práticas de Telessaúde cresceram durante a pandemia, conforme indicam os resultados da pesquisa TIC Saúde 2021 do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br. Passaram a estar mais presentes nos estabelecimentos a teleconsultoria (de 15%, em 2019 para 26%, em 2021), o telediagnóstico (de 12% para 20%), e chegando até mesmo no monitoramento remoto de pacientes (de 5% para 20%). Pela primeira vez a pesquisa investigou, entre os estabelecimentos de Saúde, a realização de teleconsulta, modalidade regulamentada de maneira emergencial diante do avanço da Covid-19. Observou-se que esse serviço foi oferecido por 18% dos estabelecimentos de Saúde, sendo 14% públicos e 22% privados.

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Morais, da Topdesk: toda a tecnologia, especialmente a interface com o hospital, deve estar focada no atendimento. Dados e facilitaram a colaboração. Porém, aplicações ainda mais modernas baseadas em Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial ainda são incipientes no Setor.

Universo de soluções

Enquanto essa lacuna de inovação não é resolvida, as ofertas para a área são múltiplas e têm evoluído. O Brain, centro de inovação fundado pela Algar Telecom, dividiu seu portfólio de healthcare em três frentes de atuação: monitoramento, gerenciamento e telemedicina. “A primeira camada, de monitoramento, acomoda soluções que darão aos gestores visibilidade em tempo real. Nela, temos produtos de rastreamento de ativos e monitoramento de eficiência energética e de imagens”, explica Zaima Milazzo, presidente do Brain. A empresa lançou em 2020 o Asset Control, que realiza o rastreamento de ativos com foco na maior eficiência na gestão de recursos hospitalares. Já no gerenciamento, as soluções são mais analíticas, utilizando Dados coletados para reduzir perdas e promover melhor experiência no acesso aos serviços. Por fim, a camada de Telemedicina comporta soluções digitais e IoT. “É uma vertente que contribui para a democratização da medicina e que abre uma nova proposta de gestão para Saúde, com todo o processo realizado por um telefone celular”, completa Zaima.

Para ajudar os clientes a acelerarem sua transformação digital, a gigante AWS criou a divisão AWS for Health, uma oferta de serviços com curadoria e soluções de rede com seus parceiros. Elas vão da criação de registros eletrônicos de Saúde, para que os médicos possam fazer planos de cuidados orientados por Dados, até soluções de atendimento a distância, via Telemedicina. A Varstation, startup do Hospital Albert Einstein, recebeu créditos por meio do projeto de aceleração DDI, da AWS, o que levou ao desenvolvimento do Viroma, um teste feito a partir do RNA do vírus - com 100% de acerto em casos positivos, de acordo com a companhia, e possibilidade de processamento até dezesseis vezes maior do que o RT-PCR. O segmento exige um ambiente estável de altíssima disponibilidade, com segurança, imutabilidade de Dados – se tratando de informações de pacientes, consistência e rastreamento interno. O que garante a entrega destas informações da maneira correta e de forma imediata em uma emergência, por exemplo. “Na área de Saúde, falamos de continuidade de negócios, com um ambiente que tem como característica a segurança, para evitar a exposição dos Dados sensíveis e críticos. Quando falamos em criticidade em Saúde, estamos falando de vidas. Uma plataforma com soluções para recuperação de desastres, integra-

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ção, micro segmentação de aplicações e baixa exposição às ameaças externas ao sistema”, argumenta Oliveira, da Nutanix. A ManageEngine aposta em quatro pilares de soluções para o setor: manutenção de conformidade, com normas regulatórias como HIPAA e Hitech por meio do Log360; gerenciamento de identidade, proteção de Dados de Saúde privados e seguros com o AD360; gerenciamento de redes, aplicações e endpoints via o ManageEngine Desktop Central e OpManager Plus; e otimização do gerenciamento de serviços e aprimoramento da experiência do usuário por meio do Service Desk Plus. Por sua vez, a Topdesk atua tanto no departamento de tecnologia quanto em facilities , que é responsável por outros equipamentos usados por médicos ou pacientes. “Nossa solução consegue atingir o consumidor diretamente com o propósito de organizar as demandas internas. Uma pessoa internada pode ter à disposição um tablet

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com acesso ao nosso portal e avisar em caso de pane da TV, sem precisar acionar a enfermagem para resolver o problema”, explica Morais.

Foco nos parceiros

Aplicações baseadas em Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial ainda são incipientes

Se muitas das soluções são criadas para o segmento, para alguns fornecedores a política de Canais não tem uma especificidade ou divisão quanto aos parceiros. “Os nossos integradores permanecem os mesmos. Um hospital não foge à regra do que existe tradicionalmente no mercado. O que se tem é a integração com ferramentas de comunicação e relatórios. A diferença é que fazemos um corte mais específico diante de algumas ferramentas utilizadas”, admite o executivo da Topdesk. Já a ManageEngine se posiciona como uma empresa agnóstica que atende a organizações de todos os setores. “Nosso ecossistema de Canais no Brasil tem ampla experiência no trabalho com clientes de diferentes segmentos, incluindo o setor de Saúde”, explica Dal Aba. Um dos fo-

Cunha, da AWS: Veremos mais soluções digitais que apoiam a mudança para um sistema centrado no paciente, personalizado.

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Dal Aba, da ManageEngine: manter os dados dos pacientes seguros é prioridade para as empresas de Saúde.

cos principais, algo também utilizado pelos parceiros, está na oferta de soluções para trabalho remoto. Com o modelo de Open Innovation, adotado pela Algar (sua empresa-mãe), as soluções do Brain envolvem diferentes parcerias. No caso da ferramenta Asset Control, foram escolhidas quatro empresas para viabilizar o acesso e a entrega. A Aruba é a responsável pelo fornecimento do hardware - tag aplicada em cada ativo para que este possa ser monitorado - e da infraestrutura de redes com as antenas WiFi, com distribuição da Ingram Micro Brasil. Já a Conversys IT Solutions é a parceira responsável pela implementação e análise de infraestrutura dos prédios, garantindo que os equipamentos sejam instalados da melhor maneira para que não haja interferências no sinal. Por fim, a Lab³ é a desenvolvedora que faz o dashboard e o interliga com uma plataforma amigável, enquanto a Algar Telecom integra todas essas frentes por meio da conectividade. Para a Telemedicina, a parceria é com a MediQuo. Na Nutanix, assegura seu executivo, “todos os parceiros estão preparados para trabalhar com o setor de Saúde, entendendo a criticidade e necessidades específicas da área. E sempre com nosso apoio”. Para isto, a empresa realiza treinamentos recorrentes. “No ambiente hospitalar temos desafios específicos, princi-

As principais carências Principais problemas – ou necessidades do setor de Saúde quanto à TIC. - Maior integração nos hospitais e com os operadores de serviços de Saúde; - Dados centralizados em um único sistema; - Baixa análise de Dados; - Modelos de atendimento mais inteligentes e inovadores com foco no paciente; - Melhoria da infraestrutura para suportar processos digitais mais complexos; - Uso de ferramentas de gestão para melhoria da relação dos custos; - Melhoria de políticas e ferramentas de Segurança da informação.

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Oliveira, da Nutanix: a demanda por tecnologia na Saúde continua em uma grande crescente este ano. palmente no cenário atual e nosso movimento foi no desenvolvimento dos parceiros”, completa. A AWS não especificou sua política de Canais, mas ressalta que “os parceiros de competência em Saúde demonstraram experiência técnica e foram bem-sucedidos com clientes na criação de soluções para a área”.

Um olhar para o futuro

A tecnologia na Saúde vai cada vez mais visar o entendimento de que o cliente final precisa ser mais bem atendido e que essas experiências devem ser valorizadas, seja de forma interna ou externa. “A interna está muito mais ligada às organizações dos processos que aumentem a eficiência de atendimento e das tarefas dos profissionais no dia a dia de um hospital. Enquanto a externa envolve, por exemplo, as experiências positivas do cliente durante a internação”, ensina Morais, da Topdesk. Para Dal Aba, da ManageEngine, os passos futuros do Setor dependem da coleta, transmissão e armazenamento de grandes quantidades de Dados pessoais detalhados em centrais, o que implica em Segurança da informação. “Isto gera preocupações visíveis sobre a privacidade do paciente e a segurança dos Dados. Pior, essas informações - se não forem seguras, podem ser interceptadas por hackers, à medida que são transmitidas de um sensor por uma

rede sem fio, ou acessados em Bancos de Dados em Nuvem”, pontua. Ele recomenda a adoção de controles de autenticação de padrão bancário pessoal para acesso a um PHR. Assim como a Segurança biométrica também pode desempenhar um papel fundamental neste contexto. Para complementar o executivo aposta na Nanotecnologia e na Inteligência Artificial em diagnósticos. “A IA tem sido capaz de identificar doenças como câncer de pele e cegueira diabética com mais precisão do que os especialistas”, afirma. Essa tecnologia pode ser aplicada para realizar tarefas de rotina, como gerenciar Dados, projetar tratamentos, administrar medicamentos, monitorar a Saúde e muito mais. Outra vertente é a dos robôs assistidos pela IA, que também podem atuar como assistentes médicos, colher amostras de laboratório, auxiliar em cirurgias e desinfetar ambientes. O certo é que cada vez mais veremos a tecnologia em uso para melhorar a vida das pessoas e oferecer o melhor serviço ao usuário. “As organizações de Saúde e de Ciências Biológicas estão reinventando a forma como colaboram, tomam decisões clínicas e operacionais orientadas por Dados, viabilizam a medicina de precisão e reduzem o custo do atendimento”, projeta Cunha, da AWS. Ao que tudo indica, a revolução está apenas no início

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TENDÊNCIAS TENDÊNCIAS || por CARLOS OSSAMU e IRENE BARELLA

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Diferente, mas nem tanto Continuidade com tímido crescimento é o que especialistas e executivos apontam como tendência para este ano; leia análises e expectativas sobre tecnologias que dominarão as agendas de TIC em 2022

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m “ano novo” com carinha de ano velho é o que apontam estudos, pesquisas e acompanhamento do mercado. Assim, é possível vislumbrar em âmbito global e, como consequência, local, avanços tecnológicos e de negócios, crescimento e consolidação de algumas tecnologias, a exemplo de Computação em Nuvem, de Borda, 5G e Internet das Coisas. Uma novidade um pouco mais “fresquinha” é o Metaverso. Sem lançar mão de clarividências ou feitiços, Infor Channel apresenta um panorama do que o setor de TIC espera e aposta em 2022. Quem investir em tecnologia de ponta conseguirá acrescentar inteligência ao negócio. É consenso que este ano aumentará o uso e aplicações de Inteligência Artificial, Hiperconectividade, Aprendizado de Máquina, Automatização e, ainda, visão computacional e reconhecimento de padrões, impressão 3D, biologia computacional e bioinformática, nanotecnologia e ciências da vida. Daniel Franulovic, diretor da Accenture Technology, diz que em termos de inovação, 2022 destacará o Metaverso, NFTs e Blockchain e que tudo depende do protagonismo das soluções de Cibersegurança. O Me-

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taverso será parte das experiências e lugares no mundo real que interagem com o mundo digital. “Haverá muito investimento para um ambiente cada vez mais caótico e complexo”, avalia. Do ponto de vista do trabalho é preciso encarar o mundo pós-pandemia, já adaptado o suficiente aos novos modelos. “É o ano de se começar a pensar novamente em médio e longo prazos”, acredita Franulovic. Na opinião de David Groombridge, vice-presidente de Pesquisas do Gartner, haverá este ano uma necessidade de as empresas se reconstruírem rapidamente após o impacto da pandemia de Covid-19 e os bloqueios associados. A pesquisa do Gartner com CEOs mostra que os executivos-chefes estão buscando o crescimento impulsionado pela rápida digitalização de produtos e serviços, com o objetivo de encontrar novos mercados, novas rotas para o mercado e novas maneiras de se conectar com os consumidores. Dentro deste cenário três tipos de tecnologia dominarão em 2022.

Em primeiro lugar, tecnologias compostas para integração e dimensionamento de operações serão essenciais para criar a base de TI para que as empresas escalem e cresçam. Os recursos essenciais incluirão malhas de Dados para integrar silos e soluções para proteger Dados tanto em repouso quanto durante o processamento. Em segundo lugar, as ferramentas para permitir que os usuários de negócios e de TI digitalizem rapidamente os processos se tornarão essenciais. “As empresas priorizarão o uso de plataformas Low-code e No-code para implementar aplicativos compostos, o uso de Automação de Processos Robóticos – RPA, como parte de uma abordagem disciplinada de hiperautomação e o uso de processos automatizados para atualizar rapidamente as soluções de Inteligência Artificial”, destaca o executivo. Em terceiro lugar, soluções para acelerar o crescimento da empresa por meio da expansão da participação de mercado serão vitais para o crescimento. O uso de uma abordagem

de “experiência total” para gerar valor integral para todos os grupos de partes interessadas, o pivô para apoiar as novas expectativas dos consumidores à medida que trabalham remotamente e a capacidade de acelerar a pesquisa e o desenvolvimento usando IA generativa crescerão rapidamente. Para Mariano Gordinho, presidente da Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação, Abradisti, o mercado de soluções móveis não sobrevive sem uma grande retaguarda. Teremos vetores que eram promessas e que agora são realidade fora do Brasil – Wi Fi 6, 5G, com mobilidade a 100%. “O protagonismo de vendas estará nos dispositivos e a retaguarda tecnológica fará com que seja um ano estelar para IaaS , SaaS, PaaS”, diz. A Computação Quântica não será para este ano, porém, já há altos investimentos e uma corrida entre os players para a Computação de Alta Performance, para a Computação do Futuro. Mas, a adoção de Inteligência Artificial e Machine Learning continuará a crescer em 2022. “As empre-

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TENDÊNCIAS

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de Nuvem com foco nos resultados de negócios, em vez dos requisitos de TI, valorizando o acesso aos portfólios dos fornecedores dos dispositivos à Borda e dos dados ao ecossistema. A demanda por tecnologia continuará grande na região. Em 2024, 40% destas empresas mudarão metade de sua tecnologia e precisarão gastar mais com hardware e conectividade para modernizar e conceituar novamente as experiências dos clientes e funcionários em seus próprios locais.

Modelos corporativos

sas veem valor direto na capacidade da IA-ML de lidar e encontrar valor rapidamente em grandes volumes de Dados - seja uma visão do cliente ou otimização de processos. Além disso, a IA é dimensionada à medida que a empresa cresce, sem as limitações de escalabilidade dos processos manuais, permitindo que as empresas habilitadas para esta tecnologia cresçam mais rapidamente do que seus concorrentes tradicionais”, opina Groombridge. A IA se tornará cada vez mais incorporada em todas as formas de soluções e o Gartner está vendo o surgimento de outros tipos, como IA Generativa para identificar novos produtos a partir dos existentes e sistemas autônomos para se adaptar dinamicamente às novas condições no campo”, observa. Praticada lá fora, por aqui a oferta de serviço empacotada com a mão de obra de instalação está amadurecendo, sendo que alguns distribuidores já se estruturaram para vender nesse modelo. “O prognóstico para este ano: mercado muito bom para quem se posicionar na ponta da mobilidade. Além disso, a oferta de soluções mais comoditizadas em Segurança e Cibersegurança prometem bons resultados”, resume Gordinho, da Abradisti. A Computação em Nuvem continua a garantir poder computacional

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Em termos de inovação, 2022 destacará o Metaverso, NFTs e Blockchain e Cibersegurança para todas as atividades, a exemplo do agronegócio, comércio eletrônico, cidades inteligentes, indústria 4.0, finanças, educação e apoio ao cidadão. Ambas – Nuvem e de Borda continuarão com taxas de adoção muito rápidas, afirma Groombridge. “A Nuvem é popular entre as empresas que precisam expandir e reduzir sob demanda e separar a funcionalidade do aplicativo da infraestrutura que a suporta. Mas o valor total dessa modalidade está em fornecer acesso a soluções inovadoras lançadas para acelerar a digitalização dos serviços. A computação de Borda complementa a Nuvem de várias maneiras, per-

mitindo que o processamento local reduza a latência, reduza os tempos de resposta e aumente a autonomia local das soluções de IoT. A quinta geração de Conectividade – 5G, será cada vez mais usada para aprimorar esses recursos de Borda e IoT e seu uso crescerá, embora em um ritmo mais lento do que a computação de Borda.

América Latina

Em um evento virtual no início de dezembro passado, a IDC América Latina divulgou algumas previsões para a região para 2022 e além. Ricardo Villate, vice-presidente da IDC para a América Latina, deu um tom otimista à apresentação, com base no último relatório do Fundo Monetário Internacional - FMI, publicado em outubro de 2021, onde consta que uma recuperação econômica está em andamento na América Latina e no Caribe - ALC. Segundo a IDC, em 2024, as empresas que priorizam a tecnologia digital (digital-first), proporcionarão experiências mais empáticas ao cliente, com modelos operacionais resilientes, e 70% de todos os gastos com Tecnologia serão para modelos como serviço e centrados em resultados. Em 2023, 35% das cinco mil principais empresas da América Latina redefinirão os processos de seleção

O estudo Analítica avançada e IA em operações industriais, da Accenture aponta que nesse segmento, combinar conhecimento de processos com Inteligência Artificial e Machine Learning é o caminho para eficiência operacional. Quase 100% dos entrevistados da América Latina julgam extremamente importante, para o crescimento dos negócios, o foco em eficiência operacional e experiência dos clientes, além da criação de novos modelos corporativos. E, como grandes protagonistas desse impulso, a Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data Analytics estão entre as cinco principais tecnologias mais avançadas para o alcance desses resultados. Adotar essas tecnologias não é uma questão de eficiência operacional e melhoria dos processos, mas sobrevivência e longevidade dos negócios. No quesito negócios, estudo da Atento aponta entre as principais tendências as questões: Gerações – A busca de um legado que gera resultados; Lifelong Learning – A crescente busca por profissionais com domínio de competências emocionais e de gestão; Inovação – Iniciativas de sucesso são as que olham para fora, identificam cenários e tendências e, com esse conhecimento, desenvolvem ações alinhadas ao mercado; Gestão Bottom Up – Descentralizada e colaborativa, dá poder a quem está na linha de frente do negócio. Além destes, a pesquisa Global Tends for Business, da Atento aponta questões como Globalização, Mindset Startup, Digitalização e Sustentabilidade. As tecnologias se complementam e muitas vezes são interdependentes, inclusive para se concretizarem, como fica claro nas análises que se seguem. Confira.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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s modelos de negócios estão sendo reinventados pelos Dados e pela capacidade de extrair valor dos mesmos, os aplicativos serão cada vez mais dotados de IA, sendo que a tendência é ir do Computer Aided Design – CAD, para o Artificial Intelligence Aided Xtudo – AIax. Muitas verticais possuem iniciativas e projetos de AIoT, mas a adoção em massa ainda é pequena. De acordo com o Índice de Adoção Global de IA da IBM, 41% das empresas nacionais acelerou a implementação de IA em 2021. No Brasil, o Varejo, Saúde, Indústria e bancário têm usado AIoT e visão computacional. Uma pesquisa da FrontierView encomendada pela Microsoft, mostrou que a IA pode impactar o PIB brasileiro em 1,8 ou 4,2 pontos percentuais, sendo que o primeiro cenário considera a adoção de todas as funcionalidades da tecnologia até 2030, e o segundo considera a expansão de operações de empresas e governos via tecnologia, e atendimento à demanda por profissionais especializados. Além disso, recursos de IA e Aprendizado de Máquina serão essenciais para otimizar o desempenho de redes e para a adoção de robôs e RPA - Robotic Process Automation. Tudo isso contribui para a adoção acelerada da IA em 2022.

MACHINE LEARNING

A IA se tornará cada vez mais incorporada em todas as formas de soluções e o Gartner está vendo o surgimento de outros tipos, como IA Generativa

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studos mostram que esse mercado movimentará US$ 10 bilhões, dos quais US$ 2 bilhões em licenças de software. Isso indica que há um espaço grande para serviços e infraestrutura nessa projeção. Para a AL estima-se 5% do share mundial e para Brasil, 50% do share da Região. As iniciativas de automatização dos processos serão ainda maiores, possibilitando que usuários deixem de executar tantas tarefas repetitivas e passem a desenvolver estratégias focadas no crescimento do negócio. A Era dos Dados está impulsionando um ciclo de investimento liderado por tecnologia no mercado, porque as organizações sabem que precisam se transformar digitalmente para liberar o poder de suas informações por meio de aplicações de Aprendizado de Máquina e de IA, que possibilitam a automação e resultados inteligentes.

IoT

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crescimento é exponencial e vai se acelerar com a chegada da quinta geração de conectividade – 5G, da Análise de Dados e da IA. Vai mudar de vez a Manufatura e talvez possibilitar à indústria brasileira concorrer com a da China. Um recente relatório da Statista estima que mais de 30 bilhões de dispositivos IoT estarão conectados em todo o mundo até 2025 – em 2021 eram 13,8 bilhões. Isso trará desafios de Segurança. Uma abordagem de Zero-Trust, que limita a conectividade do dispositivo apenas ao necessário, se tornará essencial para conter ameaças. Será necessário implementar segmentação granular na Borda com base na identificação do dispositivo e aplicar políticas de segurança distintas para cada classe de endpoints de IoT. Em 2022, veremos um aumento significativo na adoção de arquiteturas de segmentação dinâmica que criam segmentos virtuais com base na função do usuário final, tipo de dispositivo e postura de segurança de endpoint, permitindo que dezenas ou mesmo centenas de segmentos sejam criados, conforme a necessidade, sem exigir VLAN ou alocação de sub-redes.

Em outubro de 2021, a Microsoft divulgou o IoT Signals, realizado no Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, China e Japão, para entender a adoção da tecnologia nestes países. O resultado foi que a adesão à IoT é uma realidade para 94% dos entrevistados de varejo e de energia, seguidos pela indústria (93%) e saúde (89%). Além disso, 90% dos tomadores de decisão de IoT disseram acreditar que a tecnologia é crítica para o sucesso contínuo da empresa, e 64% afirmaram que pretendem implementar ainda mais soluções de IoT no futuro.

SEGURANÇA

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ssa área se tornou crucial e agora é objeto de preocupação nos Conselhos de Administração. Nunca o cargo de Ciso foi de tão alto risco. Não por acaso, os ataques cibernéticos registraram crescimento de 300% em relação ao período pré-pandemia, de acordo com um estudo da EY, o que colocou a cibersegurança no topo da lista de investimentos em TI para 2022, indicada como prioridade para 60% dos CIOs brasileiros ouvidos pela IDC, sendo que outras pesquisas apontam a mesma tendência. Quando as aplicações são hospedadas em diversos lugares, como data center, nuvem pública e sites remotos, e os usuários acessam a rede de qualquer lugar e de qualquer dispositivo, os métodos tradicionais de segurança devem se adaptar. O Gartner, em 2020, definiu no relatório “The Future of Network Security is in the Cloud” os conceitos e o modelo de Sase, onde a maioria dos serviços de segurança são mais bem implementados quando hospedados em Nuvem Pública e não em elementos de segurança difíceis de gerenciar, instalados fisicamente em todos os sites locais ou remotos. Um estudo da consultoria Marsh com a Microsoft, mostrou que no Brasil apenas 16% das empresas aumentaram o seu orçamento em segurança da informação desde o início da pandemia apesar do crescimento no número de ataques cibernéticos neste período. Todavia, o risco de ataque cibernético não impediu que as empresas brasileiras mantivessem seus planos de transformação digital e migração para a Nuvem, mas certamente os tomadores de decisão estão preocupados: 90% dos entrevistados no Global Tech Trends Survey, estudo de mercado conduzido pela Equinix, garantiram que a Segurança cibernética é uma de suas prioridades. A segurança se tornará um trabalho em equipe, com treinamento dos colaboradores, e implementação de ambientes de confiança zero que integram TI, OT e ampla visibilidade digital. No âmbito das políticas públicas, os governos serão mais proativos em criar regulamentações que previnam ataques cibernéticos. Já o Cyber Resilient Organization Study de IBM Security, aponta que 60% dos entrevistados no Brasil sofreram um ou mais ataques de ransomware nos últimos dois anos. Desse grupo, 73% das organizações pagaram o resgate.

COMPUTAÇÃO QUÂNTICA

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ão será para 2022, já que ainda se apresenta como tendência e está nos estágios iniciais, mas está avançando. A tecnologia enfrenta, entre outros desafios, a estabilização das CPUs, que precisam trabalhar a -273 graus Celsius. O mais provável, é que vivamos em um mundo de computação híbrida, onde certas aplicações serão mais

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bem servidas por computadores quânticos, incluindo a nuvem e sua capacidade massiva de processar dados, e outras onde o computador clássico será a melhor opção. A IBM junto com empresas do mercado global promove aplicações industriais concretas com Computação quântica. A “década quântica”, na qual avanços únicos em desenvolvimento de hardware, software e serviços chancelam o momento da tecnologia, cria um ecossistema que abre caminho para um cenário importante este ano e que ajuda a preparar o mercado para a eventual adoção dessas aplicações. Entre os setores mais beneficiados com sua evolução estão energia e serviços públicos, transporte e logística, e serviços financeiros.

COMPUTAÇÃO NA BORDA

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Haverá muito investimento para um ambiente cada vez mais caótico e complexo

dge Computing é a próxima fronteira tecnológica e vai acelerar uma série de transformações importantes, junto com 5G para a massificação dessa modalidade. O uso de Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina será potencializado a partir da quinta geração de conectividade e da Computação de Borda. Com o crescimento dos dispositivos IoT, também terá mais relevância na infraestrutura das empresas e organizações do setor público. Um estudo global da Frost & Sullivan divulgado em 2021, mostrou que Edge Computing será usado por 90% das indústrias até 2022, por oferecer baixa latência, segurança robusta, coleta de dados responsiva e custos mais baixos. Além disso, a tecnologia deverá apresentar uma taxa de crescimento anual de 157,4% e uma receita de US$ 7,23 bilhões até 2024. O relatório IoT Signals 2021 da Microsoft, aponta que 95% dos executivos tomadores de decisão conhecem a solução e 73% já estão usando a computação de borda nas soluções de IoT. A consolidação da tecnologia de Edge Computing está justamente em possibilitar a implementação e a execução de aplicativos de forma consistente em todos os ambientes de computação. Desafios como complexidade de arquiteturas distribuídas, custos e padronização, são os principais pontos a serem resolvidos. Segundo a Gartner, estima-se que 75% dos dados sejam gerados fora de data centers até 2025. Outro estudo, esse realizado pela IDC, aponta que 70% das empresas executarão níveis variáveis de processamento de dados na borda até 2023. A tecnologia para computação de borda evoluiu muito nos últimos 2 anos, com destaque para a integração das muitas tecnologias envolvidas, o que levou à simplificação e à redução de custos. Fazer com que aplicações funcionem bem, conectadas a redes seguras que possam atender a clientes e negócios em pontos remotos nunca foi tarefa fácil. Parece pouco, mas isto permitirá que muitos projetos deslanchem em 2022.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM

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Brasil vem acelerando a adoção de Nuvem nos últimos anos e já é o sétimo país em investimentos em cloud pública no mundo e deve permanecer nessa posição até 2024 com um crescimento acima dos 20% atrás apenas de Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido, Japão e França e essa tendência traz desafios para os Canais focados apenas na venda de hardware, como servidores. O aumento do foco em serviços para geração de diferenciais para os Canais será cada vez mais importante. Por outro lado, apesar do momento de incerteza que o país

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TENDÊNCIAS

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atravessa, a intenção (e necessidade) é que as empresas continuem investindo em TI on premise, em modelos híbridos ou em soluções na nuvem pública. Portanto, será cada vez mais importante que os parceiros e seus profissionais de TI conheçam tecnologias e soluções para atender a essas necessidades do mercado. Já vimos a nuvem indo a praticamente todos os lugares. Veremos agora a nuvem ficar altamente especializada na borda da rede, a “edge”. O potencial de transformação pela nuvem, primeiro passo da transformação digital, é muito grande e está apenas no início. Estudos mostram que apenas cerca de 5% do investimento total de TI nas empresas em todo o mundo é em nuvem. Os outros 95% vão para tecnologias on-premises.

BLOCKCHAIN

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sta tecnologia seguirá como um importante alicerce da segurança cibernética para a automação bancária e comercial, uma vez que é extremamente seguro, com a tendência de que o mercado financeiro invista cada vez mais nela para proteger dados e guardar informações. Soluções permitem criar, acompanhar e rastrear cadeias de fornecedores; criar modelos de negócios; fazer a análise e verificação de transações, reduzir fraudes, simplificar a governança do negócio, dentre outros benefícios que vão acelerar a inovação e aprimorar os serviços. Seu uso em criptomoedas e NFTs é o mais conhecido, mas é no corporativo onde estão os verdadeiros ganhos. As organizações ainda estão descobrindo as suas possibilidades, mas segue a passos firmes nesta direção. Com isso, há grandes possibilidades de negócios em 2022 com Blockchain.

LOW-CODE NO-CODE

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iante de uma demanda urgente essa tendência continuará crescendo neste ano, inclusive a tendência é que o mercado financeiro amplie seu uso em busca de agilidade na programação. Um estudo do Gartner, mostrou que até 2025 metade dos usuários de low code serão profissionais que não atuam com tecnologia da informação. Ou seja, as soluções de desenvolvimento de pouco ou nenhum código vão democratizar a programação, permitindo que todos criem aplicações com inteligência artificial e análise de dados, de acordo com as suas necessidades, com apenas alguns cliques. A falta de mão de obra no mercado para cientistas de dados também é uma questão de extrema relevância que pode ser “amortecida” com a adoção de plataformas Low Code / No Code, uma vez que a capacitação da mão de obra passa a ser uma missão muito mais simples, quando a complexidade dos códigos é minimizada. Neste cenário, os especialistas de TI ficarão na linha de frente de grandes projetos tecnológicos e com papéis consultivos dentro das companhias. Tudo indica que haverá impacto na demanda por programadores, porém os arquitetos de solução continuarão em falta e, portanto, seus salários em alta. Com a Tableau, por exemplo, é possível habilitar funções que permitam que as análises sejam feitas escrevendo uma demanda na sua língua natural, em português. Softwares poderosos, com recursos atualizados de IA e Aprendizado de Máquina, só poderão trazer uma verdadeira transformação se forem utilizados de forma ampla, na modalidade de autosserviço.

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5G

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sta é uma das principais inovações que guiará o ano de 2022. Todos os segmentos da economia, inclusive automação bancária e automação comercial, já analisam como poderá impactar positivamente os negócios. Para inovar mais rapidamente e com menores custos, empresas de Telecomunicações estão optando por desenvolver suas redes 5G nativas na nuvem ou usá-la para chegar à última milha, oferecendo aos seus clientes recursos de última geração em computação de borda móvel e IoT. Outro ponto importante é que nesse momento em que as empresas estão buscando capturar todo o potencial de 5G e edge computing, as operadoras tendem a deixar de ser somente provedores de conectividade e infraestrutura de rede para serem realmente plataformas de serviços em nuvem híbrida. Essa é uma tendência que impulsionará a evolução das redes, trazendo segurança, automação e habilitando soluções de IA, que otimizem toda a cadeia de criação de novos serviços. Ainda vai levar tempo para 5G se tornar realidade nas mãos dos brasileiros, mas o mercado e os reguladores estão finalmente se movendo no sentido certo. A maioria dos provedores já estão testando novas plataformas para suportar esta demanda ou até fazendo os primeiros experimentos em maior escala. 5G mostrou-se disruptiva nos países que já a usam e

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não será diferente no Brasil. A dúvida é quando entrará em operação no País. As operadoras tradicionais, vencedoras dos leilões 5G já realizados, sequer amortizaram os investimentos feitos em 4G e terão que alocar enormes recursos financeiros, humanos e tecnológicos para instalar uma extensa rede da nova geração, incompatível com a infraestrutura existente 4G/3G. Por outro lado, 5G impulsionará investimentos desde infraestrutura com torres, chips e diversos componentes necessários para a comunicação em alta frequência, até os data centers e os provedores de cloud, que fazem parte da infraestrutura básica de suporte a toda essa inovação. O aumento do tráfego nos data centers será exponencial nos próximos anos. As aplicações de Realidade Virtual para o Metaverso são grandes consumidoras de banda e a 5G possibilitará essas aplicações e permitirá mais flexibilidade no mundo físico. De acordo com o Gartner, 75% dos dados corporativos serão gerados e processados fora da nuvem até 2025, quando as redes 5G serão totalmente implementadas.   Assim, Telecom e TI atravessarão uma das maiores revoluções da história, com o surgimento de inúmeras soluções disruptivas e inovadoras contribuindo com a transformação digital. 5G está crescendo rapidamente no mundo como uma tecnologia B2B e a expectativa é que em 2022 soluções para o segmento ganhem corpo no Brasil

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70% de todos os gastos com Tecnologia serão para modelos como serviço e centrados em resultados

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TENDÊNCIAS

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As empresas respondem: Quais tecnologias acredita que dominarão o cenário de TIC em 2022? O cenário pandêmico acelerou de fato todas as projeções das empresas para uma nova realidade de negócios. Tal aceleração impulsionou uma corrida de gestão de processos e prazos de conclusão. Em 2022, as principais tecnologias que embargam toda organização emergencial e preparatória estão engatilhadas e prontas para um suprassumo de uso e consumo de maneira mais organizada e também processual. Blockchain, experiências imersivas de Realidade Virtual, plataformas de conversação, Big Data, IoT, aplicações online e Inteligência Artificial estão com certeza no topo do cenário de negócios em TIC neste ano. O mais importante, é termos uma cadeia que de maneira orquestrada se alinhe com as necessidades dos clientes diante uma grande onda de consumo real destas tecnologias. As novas tecnologias que empresas vão utilizar, o modus operandi de cada uma delas e o ponto crítico que toda cadeia de fornecimento deve se atentar e se planejar: Como concatenar todas as novidades às necessidades dos clientes, não esquecendo as limitações do País. Vemos um mar azul de oportunidades com inovação. Gilmar Vasconcelos, diretorexecutivo da GMI Distribuidora Mais do que uma única tecnologia, vejo um grande destaque a tudo que esteja relacionado a segurança, principalmente para as PMEs. Existe uma enorme

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deficiência de serviços, políticas e recursos relacionados à segurança das pequenas empresas. Inclusive, muitos dos ataques são direcionados a essas empresas justamente pelo motivo de estarem vulneráveis. Soluções de segurança endpoint e EDRs, que contemplem Machine Learning e Inteligência Artificial, para análise de vulnerabilidades e ameaças, certamente estariam nessa lista de tecnologias utilizadas nesses serviços de segurança. Sem nunca se esquecer do Cloud Backup, obviamente. Rodrigo Gazola, fundador e CEO da Addee Acredito que as principais tecnologias que dominarão o cenário de TIC em 2022 são as tecnologias relacionadas à Segurança, Automatização de Processos e o aprimoramento da utilização da Nuvem Híbrida. Segurança é a bola da vez. Com a quantidade crescente de ataques diários às organizações, mesmo que de médio e pequeno porte, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de proteção dos ambientes com ferramentas robustas com alta capacidade preditiva e preventiva. No que se refere a Automatização e Aprendizado de Máquina, vejo em enorme evolução e cada vez mais presente, principalmente em setores organizacionais que têm alta dependência de atividades repetitivas. A Computação em Nuvem se consolida um modelo operacional que possibilita às companhias terem flexibilidade, competitividade, além de

mobilidade, agilidade e ganho de escala. Incremento da utilização de nuvem híbrida e multi-cloud, voltados a atender às necessidades específicas do negócio e com a possibilidade de rápida adoção e adaptação. Celso Prieto, Líder de Vendas da Unidade de Negócios de Infraestrutura para TI da Pars O mercado de TIC ganhará com novas possibilidades de receita, como o 5G viabilizando a IoT (Internet das Coisas) em escala, o que vai exigir que as empresas pensem de forma muito ampla. Digo isso porque não se trata apenas do produto que será necessário para viabilizar o uso do 5G, mas de novas ideias e serviços que poderão ser gerados simplesmente pelo fato de termos acesso a uma nova tecnologia que permite a navegação, disponibilidade e compartilhamento de dados de forma muito mais ágil do que conhecemos hoje. Com o 5G o gargalo não vai mais estar na comunicação. Além do 5G e IoT, que vão impulsionar o mercado de TI como um todo, também vejo o Edge Computing cada vez mais presente nas demandas do mercado nacional. Essa Tecnologia vem registrando um crescimento atrelado, principalmente, ao uso cada vez mais comum da computação em nuvem. Com isso, mais do que nunca, o complexo cenário de ameaças às quais a Edge está sujeita mostra o quanto é importante uma abordagem de segurança abrangente para garantir a proteção deste novo formato de infraestrutura, a partir

da combinação de ferramentas de segurança nativas da nuvem e aplicação de políticas de visibilidade aprimoradas. José Roberto Rodrigues, diretor-geral da Adistec O 5G ocupará um papel de destaque em 2022. A implantação de todo ecossistema 5G para atendimento ao usuário ainda vai demorar um pouco, porém, para aplicações específicas no B2B, como Agronegócio, rodovias, Varejo e Indústrias, Cidades Inteligentes, o assunto vem tomando proporções interessantes e já está em fase de testes. A partir disso, haverá um crescimento exponencial nas tecnologias que necessitam e vão se beneficiar de redes de alta velocidade, como Inteligência Artificial, Edge Computing e IoT. Além disso, com aumento de dados (gestão de Big Data) e tráfego, haverá cada vez mais necessidade de armazenamento de alta performance. Atrelado às principais tecnologias, prevemos um aumento no consumo de soluções como Videomonitoramento Inteligente, alta capacidade de processamento em Machine Learning, microprocessadores com IA embarcada, conectividade como Wi-Fi 6. A Computação na Nuvem também deve continuar conquistando o mercado em 2022, por conta dos inúmeros benefícios como agilidade, escalabilidade, redução de custos, otimização e muito mais produtividade do que qualquer outra solução. Douglas Freitas, diretor Comercial da Agora

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As empresas priorizarão o uso de plataformas Low-code e No-code, o uso de Automação de Processos Robóticos e de processos automatizados

Acreditamos que três tecnologias serão as protagonistas nesse próximo ano após a onda de transformação digital que obtivemos a partir das migrações para a nuvem que acompanhamos nos últimos dois anos. A primeira é a Inteligência Artificial que é uma tecnologia que pode ser aplicada em diversos setores. A segunda é o 5G. A partir dela será possível diminuir a latência da rede, aumentar a capacidade de processamento e a produtividade. A TIM Brasil, por exemplo, está apostando na adoção da nuvem em parceria com a Oracle e a Microsoft, visando a implementar ferramentas de inovação que impactarão positivamente o seu serviço de 5G. Também estamos confiantes na expansão do IoT nos próximos meses nas indústrias com aplicações para cidades inteligentes. Destaco também a realidade mista, que vem sendo utilizada já na indústria para processos de manutenção remota, na saúde para capacitação de médicos a partir de transmissões de cirurgias médicas, dentre outros exemplos. Para os próximos meses e anos, acreditamos que a realidade mista será plenamente utilizada também para a colaboração entre profissionais no dia a dia de trabalho. Fernando Lemos, vice-presidente de Tecnologia, Inovação e Sucesso do Cliente da Microsoft Dentre as tendências, uma chama a atenção: a Internet de Comportamentos Internet of Behavior – IoB. O uso de dados tem sido cada vez mais recorrente, sobretudo nos negócios. O avanço das tecnologias, principalmente da IoT, onde temos nosso entorno conectado, um volume bastante grande de dados tem sido gerado. Essa “poeira digital da vida diária”, como define o Gartner, vem sendo utilizada para influenciar comportamentos por meio de ciclos de feedback. Big Data e da IoT é uma simbiose que está

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TENDÊNCIAS

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transformando nossa realidade. Os recursos digitais auxiliam a colocar as pessoas como o verdadeiro foco dos nossos negócios, inclusive, a centralidade nas pessoas é outra grande tendência. Oferecer uma experiência global é, hoje, um dos principais diferenciais de uma companhia. Trata-se, sem dúvidas, de um enorme desafio, e que está intrinsecamente ligado à inovação. A imensidão de dados trocados no ambiente virtual faz do investimento em segurança um importante passo para proteger informações sigilosas e evitar grandes prejuízos. Ou seja, softwares voltados à segurança continuarão em alta. Diego Aguiar, diretor de Operações da Telefónica Tech Sabemos que, nos últimos dois anos, a tecnologia tem sido parte fundamental do processo de transformação e criação de novos caminhos para os desafios que surgiram repentinamente na vida das pessoas. O cenário de pandemia acelerou ainda mais o protagonismo da tecnologia para solucionar uma infinidade de problemas relacionados à necessidade de distanciamento social, entre outras questões. Em 2022, a tecnologia ganhará ainda mais força cumprindo um outro papel: o de ajudar na retomada econômica e de combater a exclusão digital. Para isso, ficarão em pauta ao longo do ano temas que ajudarão muito neste sentido, como Edge Computing, Cybersecurity, Multi-Cloud, 5G (principalmente com adoção do modelo OpenRAN), Inteligência Artificial, Machine Learning, entre outros. Vemos também uma tendência para que as empresas adotem cada vez mais uma abordagem de “As a Service”, ou seja, tudo como serviço, também para a TI. Por fim, veremos a tecnologia cumprindo um papel ainda mais central em temas como estratégias de ESG e inclusão digital. Diego Puerta, líder da Dell Technologies

Após dois anos de pandemia, quando as empresas foram forçadas a tratar de forma prioritária assuntos relacionados a novas tecnologias e inovação, visando otimizar ou criar modelos de negócio que atendessem um novo consumidor e um novo modelo de demanda, tecnologias como Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Computação em nuvem continuarão em alta, assim como as ferramentas low-code/no-code que têm um papel fundamental na digitalização das empresas.IA estará cada vez mais presente em aplicações low-code/no-code utilizando PLN para entender as tarefas dadas por escrita ou comando de voz. Mas sem dúvida em 2022 o que deve direcionar as inovações tecnológicas é a chegada da quinta geração de internet, 5G, com uma experiência digital muito melhor, impulsionando soluções como chatbots, plataformas de Realidade Aumentada, IoT. A Indústria 4.0 poderá desfrutar de todos os benefícios de conectividade, integrando tudo e todos, maximizando o uso das tecnologias. Cybersegurança se torna cada vez mais uma pauta prioritária e a aceleração da digitalização nos dois últimos anos traz agora a necessidade de uma aceleração de proteção cibernética. Angélica Vitali, diretora-geral da T-Systems. Transformações no mundo dos negócios foram aceleradas, demandando posturas menos conservadoras. A maior e mais perceptível está relacionada à digitalização das relações entre empresas, seus colaboradores e clientes, a tão badalada Transformação Digital. Os desafios que se apresentam, além dos econômicos, são de escalabilidade, pervasividade, relevância de conteúdo e dinâmica nas cadeias de suprimentos. Grandes empresas seguirão os passos das startups e darão o próximo passo reestruturando seus ambientes de sustentação tecnológica, evoluindo do modelo

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atual PaaS para arquiteturas realmente baseadas em nuvem. Tecnologias como Containers permitirão aplicações mais avançadas, mesclando componentes core das grandes empresas com consumo de funcionalidades as a services. Movimentos como o Open Banking serão um exemplo a ser seguido, incentivando que aplicações sejam compartimentadas por suas funções. Aplicações que usam algoritmos de IA se tornarão cada vez mais realidade prática à medida que forem adotadas tecnologias que permitam o gerenciamento de todo o seu ciclo de vida, principalmente a governança sobre a implementação de toda esta complexidade em APIs e demais formas de integração com aplicações reais de negócio, seja B2B ou B2C. Rui Bueno, diretor de Customer Advisory do SAS. A chegada do 5G impactará significantemente no mercado de TIC. As empresas precisarão ter a infraestrutura adequada para extrair o máximo da nova rede e oferecer um benefício real aos usuários e consumidores. Haverá mudanças inclusive em tecnologias já aplicadas e que terão seus benefícios catalisados pelo 5G, como edge computing, IA, IoT, ML e cloud. A aceleração da transformação digital contribuirá para o aumento do investimento em inovação. Dados do Gartner mostram que até 2023, mais de 33% dos grandes negócios usarão Decision Inteligence e até o fim desse ano 35% das empresas comerciarão e comprarão dados on-line. Além disso, até o fim de 2024, 75% das empresas apostarão em novas iniciativas com IA aumentando em cinco vezes as infraestruturas em Data Analytics. Veremos empresas apostando na migração de aplicações e dados para nuvens, especialmente baseados em Business Inteligence, e investindo em edge computing, que será imprescindível para aumentar a velocidade do acesso aos servidores e data centers. Paralelamente, aumenta-se a preocupação com

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cibersecurity, que deve ser bastante buscado no novo ano. Silvio Ferraz de Campos, CEO da Positivo Servers & Solutions Atualmente estamos vivendo um megaciclo de computação de alto desempenho que está impulsionando a demanda por mais tecnologia para alimentar os serviços e dispositivos que afetam todos os aspectos de nossas vidas diárias. Nesse sentido, é bem provável que a adoção de tecnologias como IA, aprendizado de máquina e IoT, que pertencem intrinsecamente a máquinas robustas e boas, computação de alto desempenho e parques tecnológicos em constante atualização, sejam as principais necessidades do cenário. Além disso, tudo isso conversa com itens essenciais como segurança e eficiência energética, dois fatores muito importantes, uma vez que é necessário investir na proteção e segurança dos inúmeros dados processados diariamente, assim como em preservação do planeta, sendo que para ambos estes desafios é preciso contar com equipamentos adequados a estes fins. Neste caso, vale destacar que a AMD conta com metas agressivas de eficiência energética para os processadores EPYC, prometendo aumentar em 30x sua eficiência, até 2025. Alexandre Amaral, diretor de Vendas Cloud e Data Center da AMD Tecnologias voltadas para maximização e uso eficiente dos dados, privacidade e segurança continuarão entre as mais buscadas pelas organizações, que invariavelmente precisam de segurança e uma melhor potencialização de dados para se manterem competitivas, sólidas e confiáveis. Além disso, IA avançada, Machine Learning e processos automatizados e inteligentes seguirão trazendo diferenciais importantes para as empresas que investirem com sucesso nestas tecnologias. O

setor corporativo continuará expandindo e explorando possibilidades em sua jornada rumo à total digitalização. De modo geral, no Brasil, as tecnologias do 5G trarão contexto e possibilidades para tornar tudo o que é digital mais eficiente, viabilizar a computação nas pontas (Edge Computing) e trazer soluções mais rápidas e inovadoras. Adriano Chemin, vice-presidente da Tableau Software para a América Latina Estamos em um momento em que a Indústria de Data Center está atuando sob forte demanda, com grandes investimentos acontecendo em várias regiões da América Latina em meio a uma grave crise climática mundial. Seja na construção de um novo data center ou na manutenção dos existentes que operam 24x7, haverá uma procura por soluções tecnológicas sustentáveis que reduzam o impacto ambiental e, de fato, reduzam o consumo de energia, água, carbono etc. Dentro destas possibilidades, podemos destacar algumas soluções disponíveis como: célulacombustível ou Fuel cells solution, distribuição de energia híbrida (AC e DC Power), sistemas de armazenagem de energia de longa duração, eliminando necessidade de gerador e utilizando bateria de lithium-ion, sistema de resfriamento que utiliza pouca água e gases refrigerantes com baixo Global Warming Potential. A IA será um fator-chave para otimizar a performance e reduzir a latência sensível dos serviços de data center. É nesse contexto que entram em cena ferramentas como Realidade Virtual e Aumentada e ML Learning. Francisco Sales, diretor de Serviços da Vertiv A demanda maior que detectamos no momento é a das tecnologias e aplicações que permitem total interoperabilidade e compartilhamento de dados. Esse é o ponto de partida para as

27 organizações estruturarem suas redes e aproveitarem da melhor forma as informações que recebem e transmitem em diferentes padrões. É a base para o uso do Machine Learning e da Inteligência Artificial a favor das melhores decisões nos negócios. Portanto, se faz imprescindível adotar uma plataforma de dados que proporcione velocidade, escalabilidade na proporção das operações de hoje, implementação simplificada na nuvem. Essa plataforma deve ter três pilares de sustentação: uma arquitetura única para suportar todo tipo de dados e cargas de trabalho; incorporar gestão, interoperabilidade e análises de bases de dados, e ser confiável e entregar alto rendimento e baixa latência. Alexandre Tunes, diretor-geral da InterSystems Projetos de digitalização dos mais variados setores estão atingindo o pico, principalmente após um biênio tão desafiador. É impossível abordar o cenário de TIC em 2022 sem trazer a realidade de demandas de nuvem híbrida e IA, ligada por exemplo ao Varejo, Finanças, Indústria e o setor Público. A adoção de múltiplos serviços de nuvem – multicloud - adequados a diferentes aplicações é realidade para 95% das organizações, indica um levantamento em 47 países feito pela IBM em 2021.O desafio é que agora existe um trabalho para cargas mais complexas e de missão crítica. Já a adoção de IA para assistentes virtuais baseados em IBM Watson Assistant dobrou em demandas durante 2020. Dentre elementos importantes que podemos citar sobre a condução da tecnologia num cenário de curto prazo, estão o uso de IA para um atendimento cada vez mais personalizado e fluido, melhor aproveitamento do potencial do 5G pela automação impulsionada por IA, diminuição de custos aplicando a tecnologia para solucionar problemas de TI de forma preventiva e redução de ameaças

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28 virtuais de forma mais eficiente conforme caminham para uma abordagem zero trust. Guilherme Novaes Procopio de Araújo, líder de Ecossistema da IBM Muitas tecnologias estão por se consolidar em 2022 e todas minimamente relacionadas. Mas, um ponto é certo: segurança da informação. Isso se dá em todo processo evolutivo da tecnologia, novos componentes, novas plataformas, novas funcionalidades e, consequentemente, novas vulnerabilidades e brechas em segurança. O crescimento em IoT, que já é exponencial, além de IA e 5G trarão um novo cenário. Acredito que tecnologias de Blockchain, Computação em Nuvem, Edge Computing também trarão grandes riscos à segurança da informação em seu uso e implementação, portanto, soluções de segurança que façam um trabalho nessa camada é de suma importância. Em casos de ambientes e dados distribuídos e também da computação em nuvem, a comunicação que é feita fora da organização precisa ser analisada e segura, desde o uso de criptografia (VPN), como garantir que ambos os lados e ambientes estejam seguros, como o uso de Antivírus/EDR, firewall para análise de tráfego no ambiente e componentes que auxiliem na detecção e resposta a um artefato ou ação maliciosa. Manter o ambiente seguro, ter informação sobre o cenário de TI da organização e ter uma proteção proativa serão pilares primordiais às empresas em 2022. Rogério Moraes, CEO da EsyWorld O cenário será dominado por multi-cloud, segurança zerotrust, autenticação sem senha e experimentação com usos corporativos do Blockchain. Automação via software é uma das formas mais rápidas de se

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TENDÊNCIAS

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obter ganhos de produtividade sem investir muito. Nós da VMware, como líderes no setor, temos visto investimentos maciços nesta área, não só pelo retorno rápido que dá, como também pela necessidade. Afinal, software não precisa faltar ao trabalho por causa de pandemia. Já a tecnologia para computação de borda evoluiu muito nos últimos dois anos, com destaque para a integração das muitas tecnologias envolvidas, o que levou à simplificação e redução de custos. Fazer com que aplicações funcionem bem, conectadas a redes seguras que possam atender a clientes e negócios em pontos remotos nunca foi tarefa fácil. Parece pouco, mas isto tem permitido que muitos projetos deslanchem em 2022. Multi-cloud certamente será a mais relevante no cenário nacional, agora que já é uma realidade e que vem acelerando. As empresas já têm experiências com cloud e já entenderam que há complexidade adicional que precisa ser gerenciada, ou ela atenua ou até elimina os benefícios. André Andriolli, diretor sênior de Engenharia na VMware América Latina Para 2022, acredito que encontraremos diversas soluções no mercado TIC que utilizam a Inteligência Artificial para flexibilizar a rotina das empresas e das pessoas dentro do mundo digital. Paralelamente, ainda temos um vasto campo para a criação de novas tecnologias e serviços, devido à chegada do 5G, que junto com a Internet das Coisas – IoT, irão transformar as atuais relações de consumo. Com isso, segmentos como o de Transportes, Segurança e Saúde, por exemplo, terão impactos positivos significativos. Além disso, as chamadas Cidades Inteligentes com soluções e tecnologias integradas serão uma realidade e as empresas precisam estar preparadas para isso. Pedro Al Shara, CEO da TS Shara

Estamos entrando em uma fase em que os dados são abundantes, o acesso a eles é quase instantâneo e nossa capacidade de compreendêlos de novas maneiras é praticamente automática. Veremos em 2022 grandes avanços em Inteligência Artificial e Machine Learning que, por exemplo, começará a desempenhar um papel importante no aumento dos fluxos de trabalho dos desenvolvedores de software, ajudando-os a criar um código mais seguro e confiável. A nuvem será ampliada para todos os locais por meio de dispositivos específicos e soluções especializadas para cada caso de uso. Em 2022, essas soluções fortalecerão a nuvem para transformar armazéns, restaurantes, lojas, fazendas e muito mais. O CTO da Amazon. com, Werner Vogels, também alertou em suas previsões para uma nova onda de conectividade, liderada por satélites de órbita terrestre baixa, LEO, com potencial de desbloquear casos de uso que simplesmente não são possíveis hoje, como o acesso a ferramentas digitais de ensino em comunidades rurais e remotas. Cleber Morais, diretor-geral de Vendas para o corporativo da AWS A Diebold Nixdorf é líder mundial no desenvolvimento de comércio conectado, automatizando, digitalizando e transformando como as pessoas fazem compras e transações bancárias. Dessa forma, é uma grande usuária de soluções de TIC e demandará tecnologias de ponta em 2022, como Inteligência Artificial, Machine Learning, Nuvem, 5G, Segurança Cibernética e IoT. Entre as tendências na automação comercial, também vale destacar tecnologias como autoatendimento, que vem sendo cada vez mais implementado no Brasil, mas ainda tem um grande mercado a ser explorado. A Diebold Nixdorf acredita que quando implementamos soluções de self-checkout ou de atendimento

assistido, estamos fomentando um ambiente mais inteligente, cômodo e rápido aos consumidores, além de potencialmente mais seguro e centrado no histórico dos clientes. No segmento financeiro, ressalto a automação de depósitos e recicladores como grandes tendências para o ano. A tecnologia RM4 tem recursos automáticos para reciclagem de notas, que permitem a verificação de autenticidade de cédulas. Serviços gerenciados também são tendências diante da complexidade nos ambientes de TI, a tendência é que haja mais aportes em controle, manutenção e gestão dos sistemas desses ambientes. Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf Em 2022, teremos um crescimento acentuado na Inteligência Artificial, onde a automatização dos processos será ainda maior, assim como o avanço do 5G, onde novas aplicações e possibilidades irão surgir com mais velocidade nas operações B2C e B2B. Acreditamos que videoconferência, com um papel mais presente nas atividades cotidianas, e a privacidade de dados e segurança da informação são algumas das tecnologias que dominarão o cenário de TIC neste ano. A adoção da nuvem, ao longo do tempo traz uma economia em infraestrutura de TI. Além disso, como grande diferencial, traz a flexibilidade da escalabilidade do ambiente, permitindo crescêlo ou diminuí-lo de acordo com a necessidade imediata do negócio. O leque de soluções em nuvem só cresce incluindo soluções de segurança da informação, garantindo ambientes tão ou mais seguros que os modelos on premises. Sandra Fantoni, diretora de MKT e Produtos da Agis Distribuição O cenário de TIC em 2022 reforçará o uso cada vez mais massivo de tecnologias que se consolidaram ainda mais no início da pandemia como: Cloud, Inteligência Artificial,

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30 Analytics e Segurança cibernética. Essas tecnologias estarão presentes no nosso dia a dia e no das empresas, ocupando um papel cada vez mais relevante no mercado. Por meio de tecnologias como essas, as companhias poderão propiciar aos seus clientes um melhor atendimento. Com base no maior volume de dados sendo analisados será possível diminuir os custos, tornar os processos e as aplicações mais eficientes. A segurança cibernética deverá estar no centro das estratégias das empresas para mitigar riscos a esses milhões de dados e sistemas analisados diariamente. Para 2022, seguiremos atuando no desenvolvimento, implementação e gestão de soluções convergentes para diversos segmentos. Mário Rachid, diretor-executivo de Soluções Digitais da Embratel Sabemos que os CIOs de praticamente todas as empresas estão em uma jornada de transformação digital e perceberam que sua capacidade de implementar e consumir dinamicamente a infraestrutura digital certa, de forma segura e sustentável nos locais certos, será a principal base de vantagem competitiva no futuro. De acordo com a IDC, até 2023, a infraestrutura digital será a plataforma básica para todas as iniciativas de TI e automação de negócios em qualquer lugar do mundo. Tal plataforma precisa permitir a troca sem atrito de dados e operações entre ecossistemas da edge ao core. Neste cenário, a multicloud híbrida se consolidará como a arquitetura predominante, dando origem a novos desafios de complexidade que requerem infraestrutura mais programável, gestão transparente de ativos e custos previsíveis. Nos próximos anos, veremos um crescimento das aplicações da IA e da Aprendizagem de Máquina (IA/ ML), trazendo mais automação e resiliência aos negócios. Nesta nova era em que crescem também os ataques cibernéticos em número e sofisticação, a segurança não será mais uma questão

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TENDÊNCIAS

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secundária, pois as empresas assumirão que os serviços de infraestrutura digital são seguros por design e configuráveis por meio de software. Eduardo Carvalho, presidente da Equinix O ano de 2022 virá com alguns desafios interessantes na área de tecnologia da informação e comunicações, e com certeza teremos um destaque para a entrada em operação das primeiras redes 5G nas capitais brasileiras e algumas redes 5G privadas em indústrias que serão usadas pra automatização de processos e IoT. Outro ponto que estamos acompanhando e atuando de perto é a evolução do Edge-Computing, dado a necessidade de redução de latência na comunicação e distribuição de conteúdo. Claro que computação na nuvem será crescente este ano, e estamos prevendo também uma evolução do uso de inteligência artificial, que vai demandar muito armazenamento de dados em data centers. Vanderlei Rigatieri, CEO da WDC Networks Acreditamos que quatro tendências principais de mercado já estão impactando a forma com que vivemos, trabalhamos e interagimos e acelerando a transformação digital em praticamente todos os aspectos das nossas vidas, mas sua adoção no Brasil irá se tornar cada vez mais massiva nos próximos anos e, praticamente todos os segmentos serão impactados por elas. São Infraestrutura Cloud-to-Edge, já que hoje em dia nós podemos alugar o poder de um supercomputador em um minuto e na ponta podemos ter dispositivos / soluções de baixa latência, high bandwidth para endereçar as demandas mais diversas de todas a verticais. Outro ponto é a conectividade

disseminada e universal, que é a tendência em desenvolvimento aonde todas as coisas e pessoas estão conectadas e atendidas por novos produtos, serviços e modelos de negócio cada vez mais inovadores, sendo que a adoção de 5G é obviamente uma das tecnologias que vai nos ajudar com tudo isso. E ainda a Inteligência artificial e Computação onipresente, tendência global que vem acelerando rapidamente, de que tudo com que interagimos envolve tecnologia de computação. Américo Tomé, diretor de Canais, Distribuição e Alianças da Intel. O Network as a Service – NaaS, deverá ter um aumento na demanda em 2022 devido a uma mudança de cultura, com as organizações menos focadas em dispositivos e Capex e mais focadas nos resultados de negócio de seus investimentos em tecnologia. E o NaaS permite que as empresas adotem esse novo modelo em seu próprio ritmo, já que o consumo é flexível. Também será um grande ano para o Wi-Fi 6E, marcando o início efetivo da transição para esta tecnologia. De acordo com o 650 Group, o mercado de Wi-Fi 6E deve crescer mais de 200% em todo o mundo. Quanto a SD-WAN, o imperativo estratégico em 2022 será navegar com sucesso por um caminho de arquiteturas de segurança de perímetro centradas em datacenters legados em direção a uma arquitetura de Sase centrada na nuvem. Além disso, o acoplamento de SD-WAN e SASE aumentará de maneira significativa a postura de segurança e produzirá eficiências operacionais. Antenor Nogara, diretor-geral da Aruba. O mercado de tecnologia promete muitas mudanças para 2022. A grande expectativa é que Cibersegurança e soluções correlacionadas continuem entre

as prioridades. O cenário causado pela pandemia do Coronavírus acelerou a digitalização, desde processos simples até soluções como: Inteligência Artificial, Cloud Computing, 5G, IOT, Blockchain, Computação Quântica, Machine Learning, Edge Computing, Low-code No-code e simulação de ataques a redes e aplicações. Esta última tem grande potencial por mostrar, em tempo real, como um cibercriminoso poderia roubar dados confidenciais da organização, antecipando-se a possíveis vazamentos. O investimento em muitas destas tecnologias transformou-se em necessidade e regra para garantir a operação das empresas. Já no workspace, a adesão ao anywhere office ou home based é irreversível. O investimento em infraestrutura para que os colaboradores atuem de qualquer lugar, fez (e ainda fará) com que muitas empresas repensem o seu conceito de sede e isto está diretamente ligado à tecnologia de Cloud. Francisco Camargo, CEO da CLM Como vem acontecendo nos últimos cinco anos, o uso das nuvens públicas continuará seu crescimento exponencial substituindo os investimentos em recursos on-premise. Ferramentas de colaboração imersivas, baseadas em realidade virtual e aumentada, buscarão diminuir o estresse do trabalho remoto, que vai continuar mesmo com o fim, que parece cada vez mais distante, da pandemia. Metaverso segue como uma promessa, mas ainda incerta. Inteligência Artificial, Business Intelligence e Analytics continuam firmes, com crescimentos significativos ano após ano, e sendo fonte para milhares de aplicações desenvolvidas em todo o mundo. Em telecomunicações, claro, o 5G. Sergio Basilio, diretor de Soluções e Inovação da TD Synnex.

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