Infor Channel - Abr2019 #23

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Edição 23/ Abr 2019 | R$ 15,80

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Além de mudar drasticamente o mundo dos negócios, Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina vão revolucionar o trabalho e o dia a dia das pessoas

Reforma Tributária Medidas urgentes para impulsionar a economia

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Pontos críticos

LGPD impõe ritmo acelerado para adaptação das empresas

Laércio Albuquerque

Cisco

Movimento para sustentar a jornada digital de clientes 31/03/2019 19:58:03


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Edição 23 / Abril de 2019

Editorial Diretor Cláudio Miranda

Revolução das máquinas?

Editora

Irene Barella irene.barella@inforchannel.com.br

Fale com a redação redacao@inforchannel.com.br

Editor de Arte

Guilherme Gomes

Colaboradores

A tradicionalíssima Cisco é o destaque na entrevista desta edição. O presidente da empresa no Brasil, Laércio Albuquerque, fala sobre tecnologias, rumos e prioridades global e local da companhia que está prestes a completar 25 anos no País. Tendência mundial em gestão de dados é o tema central da entrevista com Bruno Lobo, diretor-geral da Commvault no Brasil. Esta seção – Três perguntas para... – tem início aqui na nossa revista impressa, e sua íntegra – imperdível – é publicada no www.inforchannel.com.br Acesse. Fazemos questão de sempre trazer aos nossos leitores temas que são de grande interesse de todos os setores da economia. Leia em Legislação os desdobramentos da Lei Geral de Proteção de Dados e as questões da Reforma Tributária no País. Um ótimo mês de abril!

Projeto Gráfico www.LPART.com.br

Comercial

comercial@inforchannel.com.br

Atendimento ao leitor contato@inforchannel.com.br Tel: 11 2272-0942 Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia.

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Consultoria Jurídica Dra. Mara Louzada mara.louzada@lsladvogados.com.br Dr. José Paulo Palo Prado jp@lpsa.com.br

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esafiadoras do ponto de vista tecnológico, Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina têm diferenças conceituais, mas apresentam impactos muito semelhantes, tanto para usuários finais, quanto para corporações. Nos negócios propiciam inúmeras chances para distribuidores, integradores e revendas. Conheça exemplos de ofertas passíveis de vendas e integrações para atender a setores como o agronegócio, financeiro, saúde, varejo e manufatura, conforme relatos de especialistas na reportagem de capa. Ainda sob o guarda-chuva Tecnologia apresentamos detalhes e curiosidades sobre Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Apontamos espaços para comercialização dessas soluções em um mercado que, estima-se, alcançará US$ 20,4 bilhões ainda em 2019. Na seção Opinião, o vice-presidente e chefe de tecnologia na Avaya, Jean Turgeon, discorre sobre a relevância das marcas, a cultura interna e a experiência do cliente.

Marcelo Gimenes Vieira, Edileuza Soares e Roberta Prescott (textos)

Irene Barella Editora

Além de mudar drasticamente o mundo dos negócios, Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina vão revolucionar o trabalho e o dia a dia das pessoas

Reforma Tributária Medidas urgentes para impulsionar a economia

Pontos críticos

LGPD impõe ritmo acelerado para adaptação das empresas

Laércio Albuquerque

Cisco

Movimento para sustentar a jornada digital de clientes

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TECNOLOGIA || MARCELO GIMENES VIEIRA

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vai provocar um

impacto profundo

Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina perseguem o estado da arte, trazem grandes oportunidades de negócios e prometem revolucionar a relação homem-máquina

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xiste uma grande diferença entre Inteligência Artificial – IA e Aprendizado de Máquina – AM ou, Machine Learning – ML, muito embora haja muita confusão – às vezes propositadamente – quanto aos dois conceitos. A relação entre eles costuma depender muito do especialista consultado. Porém, há unanimidade ao menos em um ponto: nunca se evoluiu tanto e tão rápido em direção a um estado da arte. Com isso, o mundo dos negócios deve mudar drasticamente nos próximos anos. Mas até onde vai cada uma das tecnologias, se é que elas realmente caminham separadas? E até que ponto a Inteligência Artificial e suas aplicações, corporativas ou não, devem evoluir?

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Para consultorias como a IDC, a resposta é “longe”. O crescimento global médio por ano das tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial deve ser de 46% até 2021, passando dos US$ 50 bilhões. Até lá, 20% das corporações, por exemplo, usarão tecnologia de linguagem natural para interação com clientes. O Gartner, por sua vez, é enfático: toda organização precisa considerar o impacto potencial das soluções de IA nas estratégias de negócio, bem como antever modos de usá-las a seu favor. Afinal, trata-se da próxima fase da automação, o que significa uma nova quebra de paradigma em termos competitivos. “O que se chama de IA é algo que pode começar com algo tão simples quanto uma árvore de decisões em

um sistema de atendimento automático por voz, que vai te guiando até onde você quer chegar. Dá para chamar isso de IA? Sim, mas uma inteligência pobre”, pondera Pietro Delai, gerente de consultoria e pesquisa da IDC Brasil. “Já em Machine Learning estamos falando de algo que continua aprendendo mesmo depois de implementado”. Para o especialista, portanto, há dois tipos de Inteligência Artificial: uma baseada no modelo estatístico e programação prévia e outro, que permite aprendizado a partir de dados e padrões. Esse é o preto no branco, mas há vários níveis de inteligência. Trata-se de uma discussão antiga, oriunda dos anos 1950, quando um dos pais da

computação, o britânico Alan Turing, formulou o que ficou conhecido como o Teste de Turing, que desafiava a capacidade humana de perceber se estava interagindo com outro ser humano ou com uma máquina. Já Daniel Arraes, desenvolvedor de negócios da Fico, empresa de análises preditivas e ciência de dados, acredita que Inteligência Artificial é aquele sistema que consegue aprender por conta própria e fazer inferências sobre o futuro, enquanto Aprendizado de Máquina é uma mera parte disso, ou seja, permite a uma máquina aprender um único processo e responder a um único tipo de dado ou estímulo. Por isso, sistemas baseados em AM são bastante rudimentares, “apesar das pessoas se espantarem com as soluções de hoje, como um assistente pessoal”, analisa. David Dias, diretor da Accenture Technology, vai mais longe e fala de máquinas capazes de “sentir, com-

20% das corporações, por exemplo, usarão tecnologia de linguagem natural para interação com clientes 31/03/2019 19:59:28


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preender, agir e aprender”. Ou seja, executar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. “Quando falo em sentir, estou falando em captar sinais do meio ambiente. Processar imagens, sons, falas e entender esses sinais”, explica. Em seguida vem a capacidade de compreender os sinais recebidos, adicionar significados a eles e, só então, agir ou responder. Por último aparece o aprender, que pode ser entendido como transformar as interações com o meio ambiente, pessoa ou outro sistema, em respostas ou ações mais apropriadas ao longo do tempo.

Oceano de dados Embora o Aprendizado de Máquinas e a Inteligência Artificial não sejam ideias novas, já que modelos matemáticos para ambas existem há décadas, a capacidade tecnológica disponível era um grande empecilho. Não mais. Em termos de processa-

mento, os grandes data centers são hoje donos de poderosas unidades centrais de processamento - CPUs (único) e GPUs, processamento múltiplo. Somam-se a eles as novas field-programmable gate arrays FPGAs, ou em tradução livre, dispositivos de lógica programável, ideais para aplicações de Deep Learning, um tipo de Machine Learning que usa rede neural e é conhecido como aprendizado estruturado profundo, hierárquico, ou, ainda, de aprendizado profundo de máquina. Esta tecnologia configura parâmetros básicos sobre os dados e treina o computador para aprender sozinho por meio de reconhecimentos padrões, em várias camadas de processamento. Tudo disponibilizado via nuvem, que democratiza o acesso a empresas de todos os tamanhos. Há uma mudança na tecnologia associada ao processamento. “A CPU transacional começa, gradativamente, a ser complementada por outras

IA irá tirar posição de trabalho, mas o ser humano aproveitará melhor a capacidade cerebral Delai, da IDC

tecnologias como a FPGA. Isso faz com que a IA fique cada vez mais inteligente”, explica Delai. Machine Learning e Deep Learning são nuances técnicas de sofisticação. Resumindo: poder computacional não é mais problema. As máquinas atuais são capazes de analisar grandes volumes de dados gerados massivamente por bilhões de usuários e coisas conectadas (IoT). “No tocante a IA, as construções de modelos, redes e metodologias respondem por 20% do trabalho. Os outros 80% são limpeza de dados ou a parte ligada ao uso das informações em si”, explica Filipe Forattini, responsável pela comunicação e pela identidade da Kunumi, startup brasileira especialista em Inteligência Artificial. “Os dados estão prontos, disponíveis, organizados”. Para o executivo, as empresas brasileiras estão correndo atrás de se tornarem data driven, ou seja, estão

Dilemas éticos Se é verdade que a Inteligência Artificial trará benefícios ao aumentar a eficiência corporativa com uma nova era de automatizações e processamento de dados em tempo real, também é verdade que novos dilemas éticos – e potenciais problemas – devam surgir. O maior deles diz respeito às vagas de emprego que deverão simplesmente sumir. Sem dúvida, toda a automação sempre trará essa discussão à tona. É fato que o processo poupará os profissionais de atividades repetitivas e desgastantes, assim como os livrará de ambientes insalubres, com altas temperaturas e ruídos. “Se por um lado irá tirar uma posição de trabalho, por outro, dará oportunidade para que o ser humano possa aproveitar melhor a capacidade cerebral que tem”, diz Pietro Delai, da IDC Brasil. Outra visão mais positiva da questão é da Accenture, que percebe a Inteligência Artificial como um complemento do intelecto humano, gerando uma ‘inteligência aumentada’; uma nova e profícua composição entre homem e máquina. “Não há humano ou máquina superior à soma de ambos”, explica David Dias, diretor da Accenture Technology. A questão da empregabilidade, de acordo com o diretor, permitirá que o trabalhador se concentre mais sobre as chamadas soft skills, ou seja, as habilidades que exijam resolução de problemas, empatia, criatividade, inferências culturais etc. Isso significa que os empregos vão mudar de formato, como já aconteceu em revoluções industriais anteriores. Embora a IA traga impactos positivos para o ser humano, a transformação é potencialmente tão rápida e abrupta que a chance de criar um contingente de desocupados é grande, com riscos de se criar uma ‘geração de inúteis’, alerta Filipe Forattini, da Kunumi. “É uma discussão que envolve mudanças no modelo da economia, e me preocupa que as empresas estejam fazendo isso sem empoderar as pessoas. É importante que elas entendam o que estamos falando”. Para ele, ainda não é possível ser pessimista ou otimista. É importante que se busque formas de fazer a Inteligência Artificial trabalhar com o ser humano e não apesar dele.

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organizando bancos de dados com o objetivo específico de utilizá-los comercialmente. Para retirar valor deste grande volume precisam buscar tecnologias como a IA ou Big Data, e passar por uma transformação cultural que inclui entender o impacto das tecnologias em trabalhos ou projetos. São três vetores convergindo. Houve uma explosão de dados, tendo em vista que nunca se criou tantas informações. “Outro ponto foi o crescimento exponencial da capacidade computacional. E por último os avanços nos algoritmos”, resume Dias, da Accenture. Inovações em processamento, que incluem computação fotônica e quântica, prometem dar um novo salto nessa equação. São tecnologias ainda inacessíveis para a maioria das empresas, mas que deve permitir um novo crescimento excepcional, de acordo com a aderência ao tipo de recurso de processamento cognitivo que a Inteligência Artificial demanda.

Ecossistema crescente

As tecnologias de Inteligência Artificial e as que estão a elas relacionadas geram uma série de oportunidades, não apenas para fabricantes e startups mas, também, para o canal de distribuição. De acordo com a consultoria IDC, Internet das Coisas é um dos aceleradores de inovação, que catalisa a transformação digital. “Ninguém coleta informação por prazer, mas para produzir insights, tomar decisões ou ações. Portanto, é preciso processar os dados”, explica Pietro Delai, da IDC. Para ele, não

Mercado global de IA em 2021

46% de crescimento ao ano

Mais de

US$ 50 bilhões movimentados

20% das corporações

usarão IA para interação com clientes Fonte: IDC

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tecnologias de redes neurais, que tem capacidade de aprender o padrão de ocorrência da fraude. “Além de utilizá-la, a Elo disponibiliza a plataforma para os clientes emissores de cartão”. Há também aplicações proativas, como agentes automáticos para autoatendimento no varejo. Já no segmento de saúde, por exemplo, é usada para apoio em diagnósticos. Em TI, bancos de dados autônomos ou programas antivírus baseados em IA podem detectar padrões de comportamento de um malware, fato que um ser humano provavelmente não notaria. Os setores financeiro e o de saúde são os maiores usuários corporativos brasileiros de Inteligência Artificial, porque geram muitos dados, segundo Filipe Forattini, da Kunumi, startup fundada por acadêmicos e que tem entre os acionistas a Universidade Federal de Minas Gerais. Ela se vale de metodologias e estudos para formular soluções personalizadas. “Saiu na frente quem já era data driven”, explica. A Inteligência Artificial é uma forma de escalar o potencial, de achar uma forma de responder à enormidade de problemas que temos pela frente”. A empresa está desenvolvendo uma metodologia de Aprendizado de Máquina automatizada, ou Automated Machine Learning, que promete permitir, via interface específica, o uso de IA no trabalho, mesmo por pessoas que não sabem programar. A ideia é ampliar exponencialmente o uso da tecnologia, ao tirá-la do domínio exclusivo dos departamentos de TI. David Dias, da Accenture, também enxerga aplicações em previsões climáticas e como elas podem afetar a agricultura, ou mesmo na antecipação de desastres naturais. Caminha-se, diz ele, para um mundo cada vez mais inteligente e previsível – embora, por outro lado, também mais regulado. As

IA aprende por conta própria e faz inferências sobre o futuro; Aprendizado de Máquina, é uma mera parte disso Arraes, da Fico há como fugir, já que cada vez mais Big Data, Analytics e, na sequência, IA, farão este trabalho. “Então veremos Inteligência Artificial tomando mais espaço”. Segundo o especialista, talvez as soluções de Business Intelligence – BI, já não sejam suficientes, na medida em que coletavam dados de ERPs, CRMs e outros sistemas corporativos e, só após algum tempo, geravam relatórios sobre um período predefinido. “Esta não é a dinâmica de um mundo digital. Tudo tem que ser em tempo real, com base no que está acontecendo agora”. As oportunidades continuam no uso de IA para automação de processos e na substituição de interfaces por meio de linguagem natural. Aplicações reativas, que buscam resolver problemas existentes, também se tornam cada vez mais comuns. É o caso das ferramentas de análise de intenção de fraudes, por exemplo, uma das soluções oferecidas pela Fico. “Um caso de sucesso é a Elo, que está lançando uma plataforma de prevenção de fraude baseada na Falcon”, conta Daniel Arraes, desenvolvedor de negócios da Fico. É estruturada em

Caminha-se para um mundo cada vez mais inteligente e previsível e, por outro lado, mais regulado Dias, da Accenture

empresas serão convocadas a serem mais prudentes na utilização de dados, especialmente quando relativos a pessoas, ou uma “IA responsável”. “É absolutamente importante saber como usar e guardar esses dados; como manter a privacidade dos usuários”, diz o executivo. Ele enumera o uso crescente de IA e ML no Brasil, principalmente em aplicações de chatbots, detecção de fraude, análise financeira e previsão de demanda ou vendas.

Os setores financeiro e o de saúde são os maiores usuários brasileiros de IA Forattini, da Kunumi

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OPINIÃO || JEAN TURGEON

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Quer evitar que sua marca se torne irrelevante? Priorize a cultura interna e a experiência do cliente e colha resultados expressivos

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última década tem sido marcada pela tentativa – cada vez mais constante – das marcas em se atualizarem a fim de permanecerem relevantes, sobretudo em um cenário altamente competitivo. Contudo, é notório que várias empresas têm fechado as portas ou, ao menos, reduzido suas operações. Só nos Estados Unidos, podemos mencionar os casos da Toys R Us, RadioShack, JC Penney, Payless, Alfred Angelo e American Apparel. As razões para isso – entre tantos fatores - se resumem a mudanças desafiadoras nas preferências e nos hábitos de compra do consumidor. Algumas marcas citam o declínio das lojas físicas, enquanto outras mencionam a crescente pressão de concorrentes com descontos. Essas mudanças estão acontecendo de forma cada vez mais veloz? Sim. Mas elas são motivo para fechar as lojas? Não. Na minha visão, as marcas não conseguem seguir em frente porque a cultura delas ficou para trás, obsoleta. Pense nas marcas mais bem-sucedidas de hoje, como Amazon, Apple e Disney. O que tem impulsionado competitivamente essas empresas por mais de 20, 40 ou 90 anos? A priorização da cultura. Essas companhias garantem que cada passo dado – tecnologias adotadas e processos implementados – estejam alinhados a uma cultura forte de atendimento ao cliente, que evolui conforme a necessidade. É por isso que a Amazon lançou com sucesso sua primeira loja física em 2018, apesar da aparente morte desse tipo de varejo. Também é por isso que o famoso computador iMac, da Apple, lançado há 20 anos, agora representa apenas 10% de sua receita. É por isso que a Disney mantém

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sua experiência original, apesar das mudanças contemporâneas ao longo das décadas. Geralmente, nunca é o preço ou o produto que afeta o interesse do consumidor, mas sim uma marca não conectada. A cultura deve se adaptar para proporcionar a experiência que os consumidores desejam. Estamos vendo mudanças críticas em vários setores relevantes, incluindo hotelaria, transporte e supermercadista, como: • A maioria das acomodações do Airbnb e dos quartos de hotel oferecem as mesmas comodidades: uma cama para dormir, uma pequena sala de jantar, serviço para animais de estimação. É o modelo de consumo conveniente do Airbnb – um mercado de propriedades exclusivas combinado com serviços personalizados e digitalizados – que o coloca no topo. No geral, apenas 40% dos consumidores que usaram o

Airbnb dizem que preferem hotéis tradicionais. • Mesmo com análises provando que os táxis podem ser mais baratos que o Uber, os clientes preferem o aplicativo por seus serviços convenientes e personalizados, como estimativas de custo pré viagem e por disponibilizar avaliações dos motoristas. Com essas funcionalidades, o Uber criou com sucesso uma experiência de viagem única. • Grandes cadeias de supermercados estão sentindo a pressão dos serviços de entrega alternativos que oferecem uma experiência mais personalizada. A Instacart, por exemplo, conecta os clientes com um personal shopper que pode ser avaliado e receber gorjeta online, além de comunicar em tempo real sobre alterações e substituições de itens. Essa experiência, combinada com uma entrega de uma a duas horas, é a razão pela qual os clientes pagam entre US$10 e US$15 a mais em comparação às redes que oferecem prazos de 24 horas e serviços esquecíveis. As empresas podem resistir à mudança mas, em última análise, a experiência que os consumidores desejam e anseiam não podem ser ignoradas sob o risco de o negócio sucumbir. A cultura em evolução é fundamental para proporcionar essas experiências e liberar um potencial ilimitado. Os clientes não se importam mais com a disponibilidade de um produto ou serviço. A maioria nem se importa com o preço. As pessoas priorizam a cultura, e sua empresa certamente deveria fazer o mesmo. Jean Turgeon, vice-presidente e chefe de tecnologia na Avaya

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Realidade Aumentada:

TECNOLOGIA || EDILEUZA SOARES

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novas frentes de negócios

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culos inteligentes com câmeras que captam imagens em 3D auxiliam técnicos de concessionárias em diagnósticos de consertos dos carros com mais precisão. A mesma tecnologia, combinada com outras aplicações, pode ajudar médicos em cirurgias e melhorar a experiência de consumidores no segmento de varejo. Estes são alguns exemplos de aplicações da Realidade Aumentada – RA ou, em inglês, Augmented reality – AR, que começa a ganhar mais espaço no Brasil e promete abrir novas frentes de negócios para desenvolvedores, distribuidores, revendas e integradores de soluções voltados para a transformação digital. A Realidade Aumentada pode ser resumida, de forma simplista, como uma tecnologia que integra informações do mundo virtual com o real. A combinação dos dois ambientes dá uma visão ampliada do que as pessoas estão visualizando na tela dos computadores ou de seus dispositivos móveis, como acontece com as imagens em 3D. Aplicada em efeitos especiais pela indústria cinematográfica e games, a Realidade Aumentada saltou das telonas para os smartphones, óculos inteligentes e outros dispositivos móveis. Suas funcionalidades ganharam novos espaços e, atualmente é muito utilizada no desenvolvimento de aplicativos e não apenas pela indústria de entretenimento. A consultoria IDC estima que os gastos mundiais com RA e Realidade Virtual – Virtual Reality, alcança-

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Diversos segmentos da economia já estão adotando soluções de RA para a transformação digital e, com isso, a tecnologia começa a alçar voo no Brasil

rão US$ 20,4 bilhões em 2019, com taxa de crescimento anual de 69,6% em cinco anos (entre 2017 e 2022). Já a previsão da Global Market Insights é que a adoção dessa tecnologia registrará uma taxa de aumento no uso, de 80,8% nos próximos anos, chegando em 2024 com uma receita de US$ 165 bilhões. Diversos segmentos da economia estão explorando a Realidade Aumentada para incrementar negócios, inclusive para ajudar na adequação à Era da Transformação Digital, entre os quais estão empresas do setor automotivo, saúde, varejo, transporte e logística, educação e indústrias.

Pokémon GO impulsionou tecnologia A Realidade Aumentada ganhou popularidade depois do lançamento do game para celular Pokémon GO, desenvolvido pela norte-americana Niantic e a companhia japonesa Nintendo. O aplicativo estreou no mercado em 2016 e rapidamente se espalhou pelo mundo, tornando-se uma febre, inclusive no Brasil. “O uso de Realidade Aumentada é irreversível”, acredita Celso Oliveira, country manager da MicroStrategy. “Há três anos pouco se ouvia sobre essa tecnologia no Brasil. O app Pokémon Go inseriu o tema sobre a realidade aumentada no dia a dia de muitos usuários”, acrescenta.

Parecidas só nos nomes Realidade Aumentada e Realidade Virtual, têm diferentes propriedades e empregos distintos Embora tenham nomes parecidos, a Realidade Aumentada RA e Realidade Virtual – RV possuem características diferentes. A Realidade Aumentada combina informações digitais e elementos do mundo real para interagir com o usuário. Por sua vez, a Realidade Virtual é totalmente imersiva, levando as pessoas para dentro de um ambiente imaginário, que é totalmente virtual. Ambas as tecnologias estão se misturando, criando a Realidade Estendida – RE, ou Extended Reality – XR. O conceito se refere a ambientes reais e virtuais, interações homem-máquina geradas pela tecnologia de computadores e dispositivos móveis. A RE cria maneiras novas para as pessoas experimentarem e se envolverem com o mundo ao seu redor. Com essa mistura, a Realidade Estendida tende a avançar nas aplicações corporativas, integradas com outras tecnologias como Internet das Coisas – IoT, Inteligência Artificial – IA, Aprendizado de Máquina, ou Machine Learning – ML e soluções de conectividade.

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Potencial para ganhos de produtividade e novos modelos de negócio para as empresas Oliveira, da MicroStrategy

Oliveira constata muitos investimentos em novos hardwares e aplicativos com Realidade Aumentada, que passarão a gerar muito valor ao mundo dos negócios. No Brasil, ele avalia que a adoção da tecnologia ainda está nos primeiros estágios. Porém enxerga potencial enorme para ganhos de produtividade e novos modelos de negócio para as empresas que adotarem essa solução. Por acreditar nessa tendência, Oliveira informa que, desde 2018, a plataforma analítica da companhia pode ser integrada com uma solução de Realidade Aumentada. “Com a chegada da MicroStrategy 2019 e da HyperIntelligence, que se trata de um conceito e não de um dispositivo, isso fica ainda mais forte, já que o objetivo é mudar a forma como o usuário trabalha e levar as respostas até quem as busca”, diz o executivo.

Benefícios para os negócios A demanda por aplicações de Realidade Aumentada no País é percebida

Os gastos mundiais com RA e Realidade Virtual – Virtual Reality, alcançarão US$ 20,4 bilhões em 2019 também por Roberto Frossard, líder do Centro de Inovação da Accenture no Brasil e diretor executivo da Accenture Technology. “Antes, quando se falava nesse tema, as solicitações vinham da TI. Hoje muitas das inspirações vêm de executivos das áreas de marketing e de negócios”, relata. De acordo com Frossard, é muito rápido para desenvolver aplicações e experimentar o valor dessa tecnologia para os negócios. Ele ressalta que essa solução é útil para diversas indústrias obterem ganhos de agilidade e acelerar processos. Entre os principais setores que se beneficiarão da RA, o executivo da Accenture cita o agronegócio. Uma das aplicações para os agricultores e pecuaristas é um aplicativo

instalado em celulares para identificação, com mais rapidez, de pragas nas plantações. “A Realidade Aumentada tem um potencial incrível para o mercado corporativo”, opina Breno Barros, diretor global de Inovação e Negócios Digitais da Stefanini. O executivo destaca exemplos de aplicações para gestão de vitrines no varejo, e manutenção de equipamentos por indústrias e empresas de energia. Entretanto, Barros considera que esses projetos trazem mais resultados quando combinados com outras tecnologias para digitalização como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial e Business Analytics. “A AR deve ser um complemento de uma solução maior”, acredita o diretor.

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É rápido desenvolver aplicações e experimentar o valor de RA nos negócios Frossard, da Accenture

A Realidade Aumentada deve ser um complemento de uma solução maior Barros, da Stefanini

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Tipos de Realidade Aumentada Existem algumas categorias de tecnologia de Realidade Aumentada, com características específicas. Conhecida como Reconhecimento de Imagem, esta categoria lança mão de uma câmera e de um marcador visual, como um código QR - 2D, para produzir um resultado apenas quando o marcador é detectado por um leitor. A Realidade Aumentada com base em localização ou posição é uma de suas aplicações mais implementadas. Utiliza GPS, bússola digital, medidor de velocidade ou acelerômetro, que pode ser embutido no dispositivo. Esta categoria é bastante utilizada para mapear rotas,

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encontrar empresas próximas e outros aplicativos móveis, centrados em um local. Existe um tipo de Realidade Aumentada que está calcada em projeção de luz artificial em superfícies do mundo real. Aplicativos com estes recursos permitem a interação humana, diferenciando uma projeção esperada ou conhecida, e a projeção alterada, causada pelo usuário. Nesta categoria encaixa-se aplicação que utiliza a tecnologia de plasma a laser para projetar um holograma interativo tridimensional - 3D, no ar. Já o recurso de superposição pode ser aplicado para o comércio da construção e o da decoração. Uma das etapas fundamentais na compra de um imóvel é a visita a uma unidade decorada. É neste momento que a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada permitem que as pessoas se sintam imersas no ambiente. Ao baixar um aplicativo e digitalizar as páginas de um catálogo de produtos – impresso ou digital –, os usuários podem simular virtualmente dentro da sua casa, por exemplo, a disposição de móveis que gostaria de comprar. RV e RA ajudam, também a escolher a cor para as paredes, a partir de uma biblioteca de objetos. Além de poder simular ambientes, esse tipo de tecnologia traz benefícios que vão além da comodidade do cliente, já que economizam materiais, evitam desperdícios e contribuem para o meio ambiente.

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ENTREVISTA || POR IRENE BARELLA

Estímulo à inovaçã C

om inovação contínua e soluções que transformam a vida das pessoas e os negócios dos clientes, a Cisco se manteve atualizada ao longo de seus 35 anos de história. Há tempo se posiciona como uma empresa voltada a mudar a maneira como as pessoas trabalham, aprendem e se divertem por meio da tecnologia e atendendo às necessidades de negócios. Prestes a completar 25 anos no Brasil, a companhia destaca como uma das prioridades globais a experiência do cliente, ou customer experience, oferecendo soluções e serviços que sustentem a jornada digital dos clientes de todos os setores, sempre com o apoio do ecossistema de parceiros. A Cisco também tem investido em aquisições, além de estimular a inovação interna, com o objetivo de expandir as barreiras da tecnologia. Laércio Albuquerque, que está à frente da Cisco do Brasil desde 2016, responde às questões de Infor Channel. Acompanhe.

Buscamos uma expansão geográfica para o mercado nacional Albuquerque, presidente da Cisco

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ção Como a Cisco está preparada para atender às tendências tecnológicas? A Cisco investe fortemente em pesquisa e, desenvolvimento e inovação. Aprofundar nossos conhecimentos e ter ideias transformacionais, nos permite ter um vasto portfólio, com soluções e serviços que atendem às necessidades de nossos clientes. Tendências como computação em nuvem, IoT e mesmo Inteligência Artificial têm sido importantes pilares da transformação digital. De maneira geral, todas as indústrias, governos e segmentos da sociedade estão sendo “digitalizados” e os principais motivadores estão associados à busca pela eficiência operacional, aumento de produtividade, melhor experiência de usuários e clientes, utilização dos serviços e produtos e tudo de forma segura. Na parte de computação em nuvem, destaco multicloud, o ambiente de cloud híbrida, que possibilita flexibilidade para adoção de estratégia de aplicações em nuvens privadas e públicas, escalando sua capacidade computacional de acordo com sua necessidade e aproveitando o melhor do que cada solução e provedor podem oferecer para o seu negócio, como se fosse uma única infraestrutura. A Internet das Coisas também é uma realidade hoje. Há uma infinidade de sensores, medidores e muitos outros dispositivos conectados. As aplicações e usos são os mais diversos e não há limites para o possível. Temos trabalhado em

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projetos como “poste conectado” de iluminação pública, instrumentação médica para aplicações hospitalares, salas de aula inteligentes, dispositivos de lubrificação de linhas férreas e muitas outras iniciativas. A Cisco também já está aplicando Inteligência Artificial por exemplo, na área de saúde, com soluções que oferecem novas formas de interação com os pacientes, via robôs. Estamos usando também IA em soluções de vídeo, com assistentes de voz, e recentemente lançamos o primeiro servidor para atender a projetos de IA e Machine Learning. Trata-se de uma tecnologia que se baseia nos servidores Cisco UCS (Unified Computing Systems) e garante uma forma de aprendizado de máquina a partir de redes neurais e grandes conjuntos de dados para treinar computadores em tarefas complexas. Como avalia a infraestrutura de comunicação no País e quais as soluções para melhorias? De forma geral acredito que as operadoras têm investido em infraestrutura e o Governo também está caminhando para buscar melhorias, mas algumas mudanças nas leis também precisam ser feitas para impulsar avanços nessa área, de acordo com a importância que as redes têm hoje. Precisamos expandir geograficamente a cobertura de redes no Brasil e investir em um serviço de qualidade. A Cisco, junto com outras empresas e o governo, está focada em fazer do Brasil um país mais digital e a infraestrutura é o primeiro passo para isso. Qual a tendência das redes? As redes estão mais aptas para receber e atender às demandas de inovações tecnológicas. O IoT é um ótimo exemplo de como a arquitetura se adapta para receber um maior número de acessos e conectividade. A indústria está se atualizando para tornar os processos mais fluidos e a transformação digital um processo mais ágil e natural para empresas, governo e usuários. Esta inovação não pode parar. De acordo com a última previsão da Cisco sobre o tráfego na rede (Visual Networking Index), em 2022 o volume do tráfego IP vai ultrapassar o tráfego de toda a história da Internet. E esse tráfego virá de todos nós, de

nossas máquinas e da maneira como usamos a Internet. Até 2022, 60% da população mundial será usuária de Internet. Mais de 28 bilhões de dispositivos e conexões estarão on-line. E vídeos responderão por 82% de todo o tráfego IP. Portanto, é necessário continuar com investimentos em tecnologias para tornar as redes mais estáveis, rápidas e seguras. E este é um dos principais objetivos da Cisco. Elas estão capacitadas para a explosão de dados esperada? De modo geral, as empresas estão acompanhando os avanços das redes e evoluindo no aumento de capacidade para sustentar a explosão de dados. A Cisco, por exemplo, investe em equipamentos com capacidade de processamento maior e redes mais estáveis e velozes. Podemos dizer que estamos preparados para a explosão do número de dados que veremos nos próximos anos.

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podemos dizer que serão quase 30 bilhões de brechas de segurança em potencial. É um cenário que pode se tornar muito preocupante, se não lidarmos com ele da forma correta. A Cisco tem olhado muito para esse cenário e se dedicado a construir um ecossistema conectado com mais segurança, sem comprometer a acessibilidade, agilidade e estabilidade. Em um mundo onde tudo está conectado, incluindo sistemas essenciais como hospitais e serviços públicos, não podemos nos dar ao luxo de permitir que dados sejam corrompidos ou sistemas enfrentem blackout de conexão.

Qual o impacto do modelo de vendas como serviço para a Cisco? Temos visto esses modelos se tornarem forte tendência. A Cisco vem transformando várias linhas de suas soluções com a opção de subscrição e hoje estamos vendo nossas soluções de segurança, colaboração e outras tecnologias, serem adquiridas como serviço. No mercado nacional, parcela considerável das soluções da Cisco já é vendida no modelo de subscrição. Para nós, isso é uma transição de mercado importante e investimos bastante para oferecer essa opção. Para se ter uma ideia, há cinco anos, a receita global de equipamentos da Cisco representava 90% do total; hoje é 65%. Software e serviços vêm avançando e já chegam a 35% da receita global da companhia.

Quais os desafios para o canal promover uma infraestrutura convergente no cliente? O canal precisa conhecer a necessidade do cliente, entender nosso próprio portfólio e ter flexibilidade para se adaptar ao que o cliente precisa. A Cisco tem um programa de certificação e especialização que há anos preza por transmitir conhecimento à comunidade de canal, mantendo-a atualizada, permitindo assim o aprimoramento constante da aplicabilidade da tecnologia. O Programa de Canais da Cisco oferece um caminho de capacitação para que a empresa parceira possa se especializar nas diversas tecnologias e soluções que façam sentido para seu negócio. De maneira complementar, oferecemos uma variedade de conteúdos e treinamentos via portal e junto aos distribuidores. Além disso e em função da diversidade de tecnologias e especialidades, em alguns casos o parceiro é incentivado a aderir a um modelo chamado “Partner 2 Partner”, onde pode, em determinada oportunidade, se unir a outros parceiros que já possuem competência necessária para o caso.

Quais são os desafios de segurança para a rede? As redes vêm vivendo uma evolução ao longo dos anos. Podemos dizer que antes eram mais controladas, mas a conectividade permitiu que o acesso aconteça a qualquer hora, de qualquer lugar. Há muito mais objetos conectados, o que gera um aumento no número de brechas de segurança. Veja, se em 2022 tivermos quase 30 bilhões de dispositivos conectados,

Que ações tem para o mercado local? A Cisco tem uma comunidade de parceiros fortalecida e reconhecida no mercado. Temos inovado com base no nosso plano estratégico e buscamos uma expansão geográfica para o mercado nacional, focando em segurança, canal de colaboração e transformação digital. Todos os nossos distribuidores estão aptos a comercializar nossos produtos e tecnologias.

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Ficar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados é mandatório e urgente, mesmo com a prorrogação de sua vigência. Entre as complexidades do processo, além de mensurar o investimento, está a adaptação do legado

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LEGISLAÇÃO || ROBERTA PRESCOTT

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s empresas que ainda não começaram a se adequar às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) precisam começar logo o processo. Apesar de a data de entrada em vigor da lei ter sido postergada de fevereiro para agosto de 2020, colocar a companhia em conformidade pode ir além do previsto e ter de enfrentar mais dificuldades que o planejado. Entre outros pontos, é preciso estabelecer práticas de segurança da informação para garantir que os dados estejam protegidos e sendo usados apenas para a finalidade consentida pelo usuário. E isto vale para os processos atuais e para o legado, uma vez que a lei cobre não apenas os dados gerados a partir de sua vigência, mas também o que estiver armazenado. Assim, um dos principais desafios para estar em conformidade com a LGPD é adaptar o legado. Companhias com operações na Europa estão adiantadas no processo de adaptação. A Logicalis e a Veeam Software, por exemplo, tiveram de se adequar ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), que entrou em vigor na União Europeia em maio de 2018. “Em função de a nossa matriz ser na Europa e lá já estar valendo o GDPR, estamos praticamente prontos”, diz Jorge Ribkin, country manager da Veeam Software no Brasil.

A experiência da Logicalis começou em 2017, com a adequação ao GDPR. “Ele e a LGPD são muito semelhantes e pautados em segurança da informação”, conta Rodrigo Suzuki, diretor de segurança da Logicalis. A empresa conduziu o procedimento mundialmente, envolvendo todos os países nos quais atua. No caminho, a multinacional se deparou com diferentes níveis de maturidade em segurança da informação, sendo necessário uniformizar essas práticas. “Mapeamos os fluxos de dados, o conhecimento que tínhamos de quem são os proprietários das informações, entre outros, para fazer um grande inventário, que foi a base para criarmos os dispositivos de proteção que evitassem vazamentos”, explicou Suzuki. A Logicalis, segundo ele, também criou canais para que as pessoas possam solicitar as informações que a empresa tem delas e, também, fazer valer o direito de esquecimento. “Então, quando surgiu a lei no Brasil já tínhamos tudo praticamente pronto, o que nos possibilitou rápida adequação”, disse. A empresa implementou ferramentas de prevenção de perda de dados (DLP, sigla em inglês para data lost prevention), de gestão da informação e de eventos (SIEM ou security information and event management) e Casb – cloud access security broker, entre outras que pos-

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sibilitam configurar regras de proteção de maneira rápida e centralizada, além de permitir a detecção imediata de qualquer utilização indevida dos dados protegidos. Agora, a Logicalis aguarda a definição acerca da Autoridade de Dados para saber como será a jurisprudência no Brasil. Suzuki acredita que as empresas, de forma geral, estão preocupadas em se adaptar à lei, mas não sabem exatamente como começar e o que priorizar. Para ele, um fatorchave de sucesso é a conscientização dos funcionários. A Logicalis treinou os cerca de dois mil colaboradores do Grupo para que tivessem conhecimento do que é dado pessoal, do que pode e não pode fazer; de como proteger a informação etc. “É um processo contínuo de monitoramento e de conscientização das pessoas”, destacou. Difundir o processo correto de coleta, armazenamento e uso dos dados é fundamental para estar em conformidade com a LGPD. Para o executivo, o processo de adaptação à LGPD será semelhante ao que ocorreu com a lei Sarbanes-Oxley que, no início, causou muita preocupação e ansiedade nas empresas, mas depois se tornou algo comum.

Complicadores Com data certa para entrar em vigor, as empresas precisam dar início, o quanto antes ao processo, para se ajustarem às exigências legais. Ribkin, da Veeam, traça um paralelo entre a LGPD e a passagem do ano de 1999 para 2000. “De certa forma, as empresas hoje estão tratando a adequação à LGPD como foi o bug do milênio: investindo muito dinheiro, sem saber se estarão 100% cobertas”, apontou.

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Os especialistas ouvidos para esta reportagem afirmaram ser difícil precisar o tamanho do investimento necessário, pois o montante vai depender da natureza do negócio de cada empresa. “Não tem maneira de mensurar, até porque cada indústria é única. No caso de call center, por exemplo, quando não se falava em LGPD, coletavam-se as informações em gravações telefônicas, fato que não mais pode acontecer. Isto é uma dificuldade”, aponta. Colocar o legado em conformidade com a LGPD deve ser a parte mais crítica de todo o processo. As empresas, ao longo dos anos, coletaram informações e hoje carregam uma massa crítica de dados. No entanto, nem sempre elas têm profundo conhecimento do que efetivamente foi captado dos clientes, onde e como os dados estão armazenados ou quais mecanismos de segurança estão sendo usados. Além disto, há leis que obrigam o armazenamento de determinados dados por certo tempo. Estes dados não podem vazar e nem

serem usados para outra finalidade, senão a consentida. “Recomendamos investimentos altos para proteger o acesso ao legado. Sistemas de armazenamento com regras claras de segurança e rastreabilidade para garantir que se consiga saber quem acessou a base, o que fez etc. A rastreabilidade é chave para monitorar o legado”, alerta. Outro complicador do legado é que, muitas vezes, as informações antigas não têm o consentimento explícito do dono, até porque isto não era necessário. Como lidar com esta situação? “A empresa tem de garantir que ninguém tenha acesso à informação e, se quiser usar um dado do passado, precisa obter o consentimento. Este é o problema”, assinala Ribkin. Além disto, as empresas precisam estar preparadas para se – e quando – o dono dos dados solicitar o que tem armazenado dele, ou pedir para que seja apagado. Ademais do legado, é primordial que todos os processos da companhia estejam em conformidade com a LGDP. Por exemplo, todas as vezes que houver interação com o cliente, é necessário ter claro o conjunto de informação que pode ser requisitada e como deve ser conduzido o consentimento. Internamente as empresas precisam proteger os dados de forma

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Difundir o processo correto de coleta, armazenamento e uso dos dados é fundamental para estar em conformidade

Suzuki, da Logicalis

O ponto-chave é a anuência do uso dos dados. E nós temos de nos restringir a utilizar somente o que foi consentido Sender, da SND

a evitar vazamentos e impedir acessos não autorizados. Desde que o debate sobre a LGPD ganhou força, advogados têm defendido que a lei deixa mais claro o que pode e o que não é permitido fazer com os dados, conferindo mais segurança jurídica às empresas na hora de criar processos e tratar os dados. O não cumprimento ou o cumprimento incorreto ou parcial da LGPD prevê multas de 2% do faturamento da empresa ou até 50 milhões de reais para cada ato ilícito. Arley Brogiato, gerente-geral da SonicWall para o Brasil, disse que, como fornecedor, vem trabalhando

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com consultores para levar a mensagem ao mercado de que é necessário fazer a avaliação interna dos problemas e riscos. “Vejo que as empresas ainda não começaram, porque veem o prazo ainda longe e porque não sabem o tamanho da dificuldade que terão na organização”, destacou. Para ele, assim como o alinhamento do board com o jurídico, é essencial mapear as informações e apontar quais são os problemas e os níveis de riscos das empresas.

Internamente as empresas precisam proteger os dados de forma a evitar vazamentos e acessos não autorizados

A SND, especializada na distribuição de produtos de tecnologia, informática e games está, atualmente, fazendo a revisão dos processos da companhia e a adequação de sistemas, além de treinamento dos gestores. “Como distribuidor tratamos de negócios com revendas, que são CNPJs e que, em princípio, não estão contemplados na LGPD. Mas isto está mudando cada vez mais; estamos faturando B2C, para o cliente final. Então, acabo tendo os dados do cliente final que, eventualmente, podem ser de pessoa física que é protegida”, contextualiza Claudio Sender, diretor de operações da SND. Sender frisa que um dos focos da distribuidora é saber se está coletando informação que não vai precisar e assegurar a confidencialidade. “O ponto-chave é a concordância do uso dos dados por quem os forneceu. Tem de saber para o que é, e nós temos de nos restringir a utilizar o que foi consentido”, afirma.

Colocar o legado em concordância com a LGPD deve ser a parte mais crítica de todo o processo para as empresas Ribkin, da Veeam

Assim como o alinhamento do board com o jurídico, é essencial apontar quais são os problemas e os níveis de riscos das empresas

Há oportunidades com acesso seguro remoto, proteção das estações de trabalho e firewall de última geração Brogiato, da SonicWall

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LGPD traz oportunidade de negócio A necessidade de as empresas se adequarem para atender aos requisitos da LGPD cria uma série de oportunidades de negócios para os canais, principalmente para quem vende soluções de segurança da informação e presta consultoria. Para Arley Brogiato, gerente-geral da SonicWall para o Brasil, há oportunidades para quem oferece

tecnologia para acesso seguro remoto, contra roubo de credenciais, proteção das estações de trabalho e firewall de última geração. Claudio Sender, diretor de operações da SND, enxerga espaço para desenvolvedores de sistema e consultores que consigam abranger tanto a parte técnica quanto jurídica da nova lei.

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GESTÃO || EDILEUZA SOARES

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1.958h

Brasil espera uma

Empresas defendem mudanças no sistema tributário brasileiro - considerado um dos mais complexos -, para reduzir gastos, insegurança jurídica e impulsionar a economia

Ranking do tempo gasto com pagamento de impostos Por ano

168h

201,7h

240,5h

291h

12h 1º Emirados Árabes

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62º Rússi a

96º China

121º México

149º Chile

189º Brasil Fonte: Banco Mundial/CNI

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simplificação do sistema tributário brasileiro é apontada pelo setor empresarial como uma das medidas mais urgentes para impulsionar a economia e aumentar a competitividade do País. Depois do tema espinhoso da previdência, analistas de mercado acreditam que a Reforma Tributária deverá fazer parte das próximas prioridades do atual governo. Não se sabe ainda como o novo governo pretende conduzir a reforma tributária. A equipe econômica poderá alinhavar um projeto novo ou trabalhar em cima da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 293/04, aprovada em dezembro de 2018 por uma comissão especial da Câmara dos Deputados. O texto apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) propõe eliminar oito tributos federais (IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins, Salário-Educação e Cide-Combustíveis), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). Com essas extinções, por outro lado, seriam criados dois tributos. Um sobre valor agregado, de competência estadual, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), e o outro sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), na esfera federal.

Por que a reforma tributária é necessária? O sistema brasileiro de tributação é um dos mais complexos e de difícil interpretação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o País conta com aproximadamente 390 mil regulamentações sobre tributos e mais de 30 regras com atualizações diárias. Acompanhar todas essas legislações gera uma despesa anual para as empresas da ordem de R$ 65 bilhões, segundo cálculos do IBPT. “As empresas precisam investir muito em profissionais e tecnologias para operar em conformidade com as exigências do fisco”, confirma Leonel Siqueira, gerente tributário da Synchro, provedora nacional de soluções fiscais. Para ele, o sistema atual de arrecadação é uma

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É difícil explicar para outros países como funciona o sistema brasileiro D’Arco, da Panalpina

trava para o desenvolvimento, principalmente pela sua complexidade legislativa, regimes de exceções, multiplicidade de regras. Outra barreira é o peso dos tributos. Em 2018, a carga tributária representou 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB - soma dos bens e serviços produzidos no País), ante 32,62% em 2017. As estimativas são do Tesouro Nacional, que informou que o indicador é o maior desde 2010, quando o órgão começou a calcular o índice. “Nosso custo tributário é imenso quando comparado com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, avalia a advogada tributá-

Investidores sempre calculam os custos antes de viabilizar negócios no País Ana Carolina, do PGLaw

Impacto da tributação em TIC Empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) são a favor de uma reforma tributária que facilite a arrecadação de impostos e que esteja alinhada com os negócios da Era digital. “O Brasil é um labirinto de impostos com encargos altos. Precisamos de uma reforma para simplificar o pagamento de tributos”, enfatiza Francisco Camargo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). Os encargos com mão de obra são muito elevados no Brasil na comparação com outros mercados. “O custo por hora de programação em Portugal, por exemplo, é mais baixo do que aqui”, informa. Outro problema que atrapalha o setor é o conflito na tributação de software; uma briga antiga na

Justiça por causa da bitributação dos aplicativos comercializados pela internet. Os estados querem cobrar ICMS desse produto e os municípios o ISS. “Hoje as empresas têm muita dificuldade para entender a legislação brasileira”, analisa Fabio Rodrigues, diretor da Systax, empresa de inteligência fiscal. Ele cita o caso do e-commerce que, a partir de 2015, passou a recolher o ICMS pela alíquota de origem da compra e não mais pelo local onde a loja virtual funciona. A expectativa de Rodrigues é que a reforma tributária torne os processos mais simples, transparentes e de fácil interpretação; algo desafiador para o governo, que terá de conciliar os interesses diversos das três esferas: federal, estadual e municipal.

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ria Ana Carolina Monguilod, sócia do escritório PGLaw, professora do Insper (Ensino Superior em Negócios, Direito e Engenharia) e pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas Projetos. O Brasil ultrapassa a média de países da América Latina e do Caribe. A advogada menciona o exemplo do Chile, com carga tributária de 20,4% (em 2016), enquanto o Brasil registrou índice de 32,29% do PIB. Hoje o País tem um contencioso tributário estimado em R$ 4 trilhões, segundo o Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), envolvendo cobranças de impostos contestados na justiça por empresas. São ações que geram insegurança jurídica, incertezas para o mercado e atrapalha os investimentos no país, segundo a advogada. “Os investidores vão sempre calcular o custo do Brasil antes de viabilizar negócios aqui”, ressalta Ana Carolina.

Custo da complexidade A burocracia excessiva do sistema tributário brasileiro reduz a competitividade e o crescimento econômico. “É muito difícil explicar para as áreas tributárias de outros países como funciona o sistema brasileiro”, conta Marcelo Caio D’Arco, presidente da operadora logística Panalpina Brasil, fornecedora de soluções para cadeia de suprimentos, com sede na Suíça. Os pares do executivo em outros países não conseguem compreender a cobrança de impostos em cascata nem a matemática aplicada para alíquotas de ICMS, com variação por estado. Por isso, a gestão tributária da Panalpina no Brasil exige uma equipe 30% maior que a de outros países. “Os gastos com essa estrutura poderiam ser aplicados para desbravar novos negócios aqui”, pontua D’Arco. Estudo do Banco Mundial sobre Doing Bu-

3 perguntas para Bruno Lobo Diretor-geral da Commvault no Brasil, empresa de soluções de backup, recuperação, arquivamento e gerenciamento de dados em nuvem.

Leia a íntegra em www.inforchannel.com.br

Há grande investimento para operar em conformidade com as exigências Siqueira, da Synchro

siness, que mede a regulamentação do ambiente de negócios, revela que o Brasil é o país onde as empresas perdem mais tempo com pagamento de impostos. Dados do levantamento publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o Brasil é o último da fila nesse quesito, ou seja, ficou na 189ª posição na classificação global. O relatório mostra que empresas do Brasil gastam por ano 1.958 horas com a gestão de pagamentos dos impostos. Esse tempo é quase o dobro da Bolívia, penúltima colocada, e seis vezes a média de 332 horas registrada nos países da América Latina e Caribe, de acordo com a CNI.

O que há de mais atual em termos de gestão de dados? A tendência mundial em gestão de dados consiste em uma plataforma convergente definida por software. Esta é capaz de consolidar e simplificar mais de sete disciplinas de gestão de dados em uma única plataforma, o que inclui backup, replicação, disaster recovery, snapshots, arquivamento, search e compliance. Qual é a capacidade total que o mercado tem para armazenar dados? O mercado de armazenamento global está em torno de 1.500 Exabytes. Este mercado está preparado para crescer de acordo com a demanda dos clientes. O ponto fundamental será aplicar as tecnologias já disponíveis para redução e ativação desses dados, trazendo mais inteligência e valor. A transformação digital passa pela inteligência de dados? A grande maioria das empresas não aproveita o potencial dos seus dados. Pelo contrário, multiplicam e duplicam esses dados em uma escala exponencial, sem gerar, portanto, valor algum para o próprio negócio. A oportunidade que está à porta dessas mesmas empresas é a de ativar o potencial dos dados existentes e reduzir o volume dos dados redundantes.

Foto: divulgação

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