Revista Educação Integral Número 6

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Sociedade está palco de nossas crianças, que desde cedo já sabem o prazer que o dinheiro pode proporcionar, mas a maioria delas vão saber o valor do dinheiro somente quando jovens, com seu primeiro salário e dificuldades financeiras (D’Aquino, 2008). No Brasil, a educação financeira é algo que pode ser considerado novo para a maioria. Não é hábito dos brasileiros fazer planejamentos financeiros, falar sobre dinheiro, principalmente com criança. Também, o país mudou de moeda oito vezes em 52 anos (1942 e 1994), seis aconteceram dentro de vinte anos (D’Aquino, 2008, pg.8). Uma instabilidade econômica, por muitos anos, fez parte da vida dos brasileiros que muitos trazem, em suas vidas, reflexos desse passado. “Numa economia sufocada pela inflação, qualquer tentativa de planejamento financeiro tinha resultados frágeis e desanimadores”. D’Aquino (2008, p.9). Consequência herdada do período de inflação foi a ausência de uma educação financeira sólida em nossa formação. E, como não aprendemos, precisamos nos esforçar em dobro para ensinar aos nossos filhos (D’Aquino, 2008, p. 9). Por esses motivos, se falar em educação financeira nos dias de hoje pode ser considerado como algo novo. Segundo Modernell (apud Pereira et al, 2009), o principal marco que propiciou o advento da educação financeira foi o fim da inflação. A partir do Plano Real (1994), as pessoas puderam planejar, entender mais sobre as finanças pessoais, defender das armadilhas do mercado, organizar as contas da família, dentro outros elementos denominados educação financeira. A Constituição Federal, no artigo 208, inciso IV, bem como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), afirma que a ação de educação infantil é complementar à da família e da comunidade. Nesse sentido, é de responsabilidade dos pais a educação os filhos desde

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o nascimento, incluindo também, a educação financeira. A educação faz parte de nossas vidas desde o momento em que nascemos. É através dela que aprendemos as normas de nos interagir socialmente e como agirmos em todos os sentidos de nossa vida. O dinheiro também faz parte de nossas vidas desde o momento em que nascemos e é essencial que aprendemos a conviver com ele equilibradamente. Para Modernell (2011, apud Souza 2012), conceituada como ensinar a viver dentro do seu padrão econômico, eliminando desperdícios, aproveitando oportunidades, valorizando o próprio patrimônio, gerando rendas e focando no crescimento do patrimônio líquido familiar, para que o padrão se eleve num ciclo virtuoso, dentro das suas expectativas e possibilidades, até atingir a independência financeira. Para Hill (2009, apud Souza 2012), a educação financeira pode ser denominada como a habilidade que os indivíduos têm de fazer escolhas adequadas ao administrar suas finanças pessoais durante o ciclo de sua vida. Não nascemos com essas habilidades, elas são oriundas do nosso aprendizado. Na sociedade, o dinheiro é igualado a uma melhor qualidade de vida e segurança. Visto que, quem não possuir o mínimo de conhecimento sobre uma correta administração desse instrumento, passará por diversas dificuldades em sua vida. Kioyosaki (2000), alerta para a importância da alfabetização financeira que, além de aprender e entender as letras, é essencial que se entenda também os números. Gente demais se preocupa excessivamente com dinheiro e não com sua maior riqueza, a educação. Se as pessoas estiverem preparadas


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