CLB Clarice Lispector

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6 Rio de Janeiro: Rocco, 1991. 7 Lembre-se, ainda, o início de “Vestida de preto” (Contos novos. São Paulo: Martins, 1956, p. 7), do mesmo autor: “Tanto andam agora preocupados em definir o conto que não sei bem si o que eu vou contar é conto ou não, sei que é verdade”. A máxima marioandradina sobre o gênero está em O empalhador de passarinho. 8 Estamos traduzindo por automodelagem o termo “self-fashioning”, criado por Stephen Greenblatt (Renaissance self-fashioning – From more to Shakespeare). Chicago: University of Chicago Press, 1980, e apresentado a nós por Beatriz Jaguaribe. Já modelagem terá o sentido de imagem do sujeito de responsabilidade do olhar alheio. 9 “A partida do trem”. In: LISPECTOR, Clarice. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Artenova, 1974, p. 34. 10 Ibidem, p. 32. 11 Memórias póstumas de Brás Cubas (In Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1971, v. I, CXVII, “O humanitismo”, pp. 614-617). Leiase ainda esta passagem do mesmo romance: “Que diz ele [o filósofo Pascal]? Diz que o homem tem ‘uma grande vantagem sobre o resto do universo: sabe que morre, ao passo que o universo ignora-o absolutamente’. Vês? Logo, o homem que disputa o osso a um cão tem sobre este a grande vantagem de saber que tem fome [...] ” (CXLII, “O pedido secreto”, p. 630). 12 “A partida do trem”. Ibidem, p. 45. 13 “Lúcio, estou com saudades de você, corcel de fogo que você era, sem limite para o seu galope”. Jornal do Brasil, 11 de janeiro de 1969 (“Lúcio Cardoso”, texto incluído em A descoberta do mundo; Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, pp. 243-245). 14 Tradução de Clarice Lispector. In Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990, p. 15. 15 Retrato do artista quando jovem. Tradução José Geraldo Vieira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998, p. 287. 16 São Paulo: Perspectiva/Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1978. 17 As duas citações encontram-se em: “Morte de uma baleia”. In: LISPECTOR, Clarice. Visão do esplendor. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975, p. 146. 18 México: Fondo de Cultura Económica,1957, p. 52. Tradução de SS. 19 In Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1990, p. 22. 20 In Onde estiveste de noite. Rio de Janeiro: Artenova, 1974, p. 18. 21 Na coletânea de crônicas e anotações intitulada A descoberta do mundo, lemos “Bichos”: “Quanto a cavalos, já escrevi muito sobre cavalos soltos no morro do pasto (A cidade sitiada. [Rio de Janeiro: A Noite, 1949]), onde de noite o cavalo branco, rei da natureza, lançava para o ar o seu longo relincho de glória. E já tive perfeitas relações com eles. Lembro-me de mim adolescente, de pé, com a mesma altivez do cavalo, passando a mão pelo seu pêlo aveludado, pela sua crina agreste. Eu me sentia assim: ‘a moça e o cavalo’”. 22 Ibidem, pp. 92-4. 23 In Poesia completa, v. I, pp. 165-168. 24 Ibidem, v. II, pp. 962-963. 25 “A partida do trem”, ibidem, p. 38. 26 As duas últimas citações foram tomadas a “Seco estudo de cavalos”. In Onde estivestes de noite, p. 49. 27 Do livro Onde estivestes de noite. Sobre o conto, ver ainda o “Apêndice”, no final deste ensaio. 28 Segundo o dicionário eletrônico Houaiss (Rio de Janeiro: Objetiva, 2002), “armação” (v. verbete) é: “(1) O conjunto de peças que formam a estrutura ou arcabouço de alguma coisa” e “(2) Aquilo que se planeja ou encena com a finalidade de lograr alguém, de obter alguma compensação ilícita etc.” 29 Cf.: “O futuro da tecnologia ameaça destruir tudo o que é humano no homem, mas a tecnologia não atinge a loucura; e nela então o humano do homem se refugia” (“Tempestade de almas”, grifo nosso). 30 “Brasília”. In Visão do esplendor, p. 13. 31 Notar que Clarice na sua relação com o pensamento de origem, manejado pelos nossos principais intelectuais pós-coloniais, rechaça o vocábulo saudade, luso e ocidentalizante, e adota o neutro nostalgia. Joaquim Nabuco, em capítulo de Minha formação (1898), nos dá o melhor exemplo do pensamento de origem, cujo epicentro é a Europa ou o ocidente. Afirma: “De um lado do mar, sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência do país”. Contraste-se a nostalgia da origem das espécies, experimentada por Clarice. 32 Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, pp. 51-6. 33 Ibidem, p. 56. 34 Loc. cit. 35 No episódio, diz-se que nada, absolutamente nada “em mim pudera vencer o fervor / que me impelia a conhecer o mundo, e dos homens os vícios e o valor” (“vincer potero dentro a me l’ardore / ch’i’ebbi a divenir del mondo esperto / e de li vizi umani e del valore”). Tradução de Ítalo Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 1998, p. 178. 36 Em atitude despudorada, sugiro a leitura das páginas iniciais do meu romance Viagem ao México (Rio de Janeiro: Rocco, 1995). 37 Nosso especialista em Hobbes, Renato Janine Ribeiro, esclarece em nota do livro Ao leitor sem medo (Belo Horizonte: Editora da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 1999, p. 254): “A frase que Barthes atribui a Hobbes [...] é quase certamente apócrifa. Não está nas obras inglesas de Hobbes, nem em seus manuscritos da British Library [...]”. Segundo o estudioso paulista, na obra citada, tudo faz crer que se trata de reelaboração pela memória do crítico francês da célebre frase da autobiografia do filósofo: “Minha mãe pariu gêmeos, eu e o medo”. 38 LISPECTOR, Clarice. Seleta. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: Instituto Nacional do Livro – INL, 1975, p. XIV. A frase está no depoimento que ela prestou a Renato Cordeiro Gomes. 39 Le plaisir du texte. Paris: Seuil, 1973, p. 78. Tradução de SS. 40 Para que se entenda, por contraste, o peso e a força do individualismo de Clarice Lispector, razão deste ensaio, leia-se esta passagem de óbvio sentido metafórico, retirada do diário de André Gide. Nela, o escritor francês explica porque se retém, se detém, em favor dos menos hábeis ou mais fracos: “É o caso dessas escaladas de montanha, em que o jovem Gérard surpreendia-se com o meu desejo de

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