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Ouniverso da Fanfiction em Imperatriz

A Fanfic pelo olhar dos fanfiqueiros

Janayna Sousa

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“Neste ano já li mais de 100 histórias. Gosto muito de romances, suspense policial, dupla identidade. São tantas as minhas histórias favoritas. E eu já acompanhei uma que a escritora demorava postar e eu ficava muito tensa esperando. Às vezes até começava a criar versões do que tinha acontecido na minha cabeça”.

Clara Teles

“Eu tenho 19 anos e gosto muito de ler fanfics repetidas. Sempre que estou sem ter o que fazer, leio. Já foram 50 fanfics só nesse ano. Eu consigo viajar nas histórias, a minha favorita é Stupid Wife, o triste é que é inspirado em pessoas reais que não estão juntas. Gosto de ler romances e meu aplicativo favorito é o Wattapad.”

Ana Maria Conceição do Nascimento

“Eu estou no segundo período de jornalismo, comecei a ler HQ e depois, aos 12 anos, me apaixonei pelo mundo das fanfics. Os romances clichês me prendem porque eu imagino viver um amor avassalador. Nunca me arrisquei escrever, mas todo final de semana eu tô viajando em uma história.”

Isabella Franco

“Aos 14 anos comecei a escrever fanfics, era muito fã de One Direction e lia muitas histórias sobre eles e, em certo momento, decidi eu mesma escrever sobre eles. A fic une pessoas. Estou em um grupo de WhatsApp com algumas meninas que nunca vi, cada uma é de um lugar diferente do Brasil e, por sermos apaixonadas pela mesma história, nos tornamos best’s “

Ayrton Souza

Em Imperatriz, duas jovens que são apaixonadas por teorias e versões de séries, filmes e livros, uniram-se para construir um podcast voltado para comentar seus pontos de vista de algumas obras. Artemisa Lopes, 26 anos, e Laura Zacca, 27 anos, são formadas em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) de Imperatriz, e comandam o podcast “Luna SolisCast”. O podcast pode ser ouvido pelo Spotify e os episódios saem todo sábado às 19h30 da noite.

Para Artemisa Lopes, a fanfic é uma forma de se expressar e é feita para outras pessoas que admiram a mesma obra. “A fanfic é uma ficção de fã para fã”, afirma ela que desde muito nova amava ler e às vezes até se arriscava a escrever sua própria versão das histórias que lia. Os leitores de fanfic, em sua maioria, possuem um senso crítico e acreditam que sempre têm como melhorar um conto. “Eu acredito que desde pequena a pessoa já mostra a profissão que quer seguir, ou suas aptidões. E eu sempre tive a letra muito bonita e gostava de ler e escrever. Tudo isso me levou a área de Comunicação”, complementa Artemisa.

Assim como Artemisa, que começou nos aplicativos de fanfics, como o Wattapad, e hoje produz podcast voltados para esse mundo da literatura, sua parceira Laura, que também lia e escrevia fanfics, está produzindo o seu primeiro livro: “Faltam dois capítulos que eu estou postergando. Eu comecei na faculdade e fiz uma pausa e depois mudanças na obra”, declara. O livro que está sendo produzido pela jornalista é um conto com um pouco de mitologia, deuses e semi-deuses com poderes.

Do mesmo modo que Laura e Artemisa, Renata Rodrigues, 19 anos, estudante de jornalismo da UFMA, considera que “dá seus pulos na escrita”, como ela mesma afirma. A escrita desse gênero digital parte do desejo de criar seus próprios enredos a partir de histórias já existentes. Por conta da correria, Renata não tem escrito muito. Mas algumas de suas fanfics possuem 77 mil visualizações no Wattapad. É uma coletânea de oneshots - histórias curtas - sobre a série adolescente americana Teen Wolf.

Cada leitor tem suas peculiaridades nas escolhas de leitura. Renata gosta de um estilo que chama de healing - cura. Um tipo de história que começa com personagens machucados, tristes ou amargurados e no decorrer da história encontram a cura e a felicidade. No final da história, não é difícil falar sobre o gênero das fanfics, na verdade não há dificuldades em encontrar fontes. Os fanfiqueiros estão em todos os cantos. Apenas, muitas vezes, adormecidos ou provando de outros gêneros literários. Mas é só falar de fanfic que eles se empolgam novamente e voltam a sorrir, porque ler e escrever esse gênero faz parte da essência de cada um.

“Eu gostava muito de ler histórias sobre o Bem 10, quando pequeno, e quando eu falava de fanfic com amigos homens, eles não viam muito bem e sempre rendia piadas, mas aí a gente começava a inventar histórias sobre as coisas que gostávamos, e de repente, não tinha mais essas piadas. Todo mundo se envolvia na brincadeira.”

Ana Gabriela Fonseca

“Indicaria o Wattpad. Gosto muito de romances que se passam em um ambiente, que sou fascinada, amo Rare as Blue, porém ainda tá em andamento. Ela é sobre fórmula 1, por eu saber tudo da vida dos pilotos, do local onde eles estão, da atmosfera de competições, consigo me sentir lá dentro. Além do que quero trabalhar com a área esportiva, consequentemente aprendo mais sobre os termos e até mesmo sobre a vida pessoal dos pilotos.”

Elizangela Almeida

“Eu já tentei ler por meio de vários sites ou aplicativos, mas o que mais me prendeu foi o wattapad. Gosto de ler hot, sobre lobisomens, LGBTQIA+, terror, cientifico e de zumbi. A última fanfic que li é com os personagens do anime Haikyuu, ocorre em Tóquio. Os protagonistas principais são o Kenma e a S/n, uma estudante universitária. Eu amei ler essa história.”

LITERATURA PRETA

A escrita e literatura negra no Maranhão: os desafios enfrentados pelos escritores e os processos de resistência e de reconhecimento a partir escrita própria