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Imperatriz e a visibilidade das escritoras
autoras e suas obras. O depoimento transmite um pouco da luta das mulheres na busca por visibilidade e valorização no ambiente literário.
“Precisa de um investimento tanto financeiro, quanto de engajamento por parte dos movimentos sociais e das próprias mulheres escritoras, precisamos de união”. Esse é o pensamento da professora e membro da Academia João Lisboense de Letras, Natividade Silva, quando se trata do que pode ser feito para uma maior visibilidade das mulheres na literatura. Para Tereza, que foi a quinta mulher a entrar na Academia Imperatrizense de Letras (AIL), apesar da pouca quantidade de mulheres dentro da instituição, a AIL acolhe bem mulheres escritoras.
Enquanto Hyana, que foi uma das vencedoras da última edição do prêmio literário da Academia Imperatrizense de Letras, acredita que apesar de não ser proposital, a AIL ainda é carente da representatividade feminina e acha que essa questão precisa ser melhorada para que as mulheres sejam cada vez mais visíveis na Instituição “eu acompanho a Academia de perto. Eu sei de um esforço que eles fazem pra que haja uma maior representatividade”, destaca a escritora.
Quando o assunto é premiação, a invisibilidade feminina também está expressa e pode ser refletida na pouca quantidade de mulheres que foram agraciadas
Conheça
com reconhecimento sobre seus escritos. Desde a primeira premiação do Prêmio Nobel de Literatura, em 1901, apenas dezessete mulheres ganharam distinção até hoje, uma quantidade de 14,3% de 119 premiados no total. No Brasil, por exemplo, existem muito mais prêmios literários nacionais com nomes homenageando escritores homens. Voltando à Imperatriz, quando perguntada sobre o que a cidade e a AIL poderiam fazer para ajudar na visibilidade feminina, Bom Fim responde que a mulher não tem que esperar fazerem algo, precisa fazer o próprio movimento em busca de mudança. “A gente tem que fazer de tudo um pouco, como for, no seu estilo, no seu jeito, a gente tem que fazer e não tem de dizer que vai fazer, tem que dizer que fez, essa é a diferença”, acredita. Em Imperatriz, apesar da existência de projetos voltados à leitura infanto-juvenil e adulta, ainda são tímidos os projetos voltados ao apoio e à visibilidade da escrita feminina, o que acaba não ampliando ou estimulando o espaço feminino na produção da literatura no município. Em uma pesquisa realizada pela reportagem, com dezesseis pessoas, para saber quais escritoras maranhenses já leram, a maioria respondeu que menos de cinco, apenas uma respondeu que já leu mais de vinte. Quando perguntadas quais conhecem de nome, a maioria não sabe e a mais referenciada foi Maria Firmina dos Reis.