Amazonas Fatos & Fotos edição nº 31

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Capital R$ R$77––Outros OutrosR$ R$99 Preço: Capital

Ano VI - no 31 - junho/2010 - Amazonas - Brasil

FESTIVAL DE PARINTINS 2010



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Índice 5 Arte nativa valorizada Artistas plásticos

9 Elza Soares em Parintins Emanuelle Araújo

29 Canto da Floresta Boi Caprichoso

31 Paixão

Boi Garantido

14 Bumbás fazem alerta

32 Noite romântica

22 Ilha Tupinambarana

35 David e Robson

25 Multidão vai às praças

40 Movimento social de A a Z

Pirataria e contrabando

Encantos a descobrir

Toada, ritual e magia

Jander Vieira

Vozes bovinas

Naldo Rodrigues

AMAZONAS FATOS & FOTOS

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Editorial

E

stamos em junho de 2010, e em Parintins, no Baixo Amazonas, para o 45º Festival Folclórico. Caprichoso e Garantido, astros do maravilhoso espetáculo que ocorre nesse período, na Ilha Tupinambarana, naturalmente são os focos desta edição. E também da próxima edição, de julho, quando saberemos qual desses titãs arrebatou o título deste ano. Mas é claro que trazemos muitos outros assuntos, em reportagens, artigos e colunas sociais. A Amazonas Fatos & Fotos é, por excelência, uma revista eclética, cujo compromisso é com a pluralidade, especialmente de opinião. Tanto que nossos colaboradores e parceiros comerciais de primeira hora, que apostaram em nosso projeto quando estávamos iniciando e se dispuseram a associar seus nomes, suas histórias profissionais e suas marcas a este veículo, estão conosco até agora. Hão de permanecer, também, porque a cada dia nos esforçamos mais para mantê-los conosco, consolidando relações baseadas no respeito mútuo. A Copa do Mundo de Futebol de 2010, hoje acontecendo na África do Sul, estará em nossas páginas na edição de julho, com certeza. Esperamos que, mostrando um Brasil hexacampeão. De qualquer forma, teremos um grande

painel do caldeirão cultural e étnico que está em ebulição naquele país, com o qual temos – como com todo o continente africano – uma ligação ancestral. As eleições gerais, igualmente, merecerão cobertura ampla daqui para diante, afinal, de uma só vez (mesmo que possa ocorrer em dois turnos), elegeremos presidente da República, dois terços do Senado, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Tanta responsabilidade requer debates intensos, discussões amplas, muita consciência, porque os eleitos serão nossos representantes nos Poderes Legislativo e Executivo federais e estaduais. Ditarão as leis, tomarão decisões, realizarão gastos, enfim, dirigirão nossos destinos por quatro anos. Por ora, entretanto, aproveitemos a magia desta Ilha Encantada. Renovemos nossas energias. Preparemo-nos, com os bons fluidos dos entes da floresta e dos gênios criativos desses incríveis artistas, para lutar os bons combates que virão. Boa leitura! Augusto Sá Nogueira Diretor-Presidente

Expediente

Nossa Capa

Diretor-Presidente: Augusto Sá Nogueira - DRT-AM 110 augusto@revista1am.com.br Jornalista Responsável: Heron Rizzato- DRT-AM 254

Ano VI - no 31 - junho/2010 - Amazonas - Brasil

Preço: Capital R$ 7 – Outros R$ 9

Colaboradores Especiais: Adriana Papa, Cláudio Barboza, Emanuelle Araújo, Eraldo Böechat, Jack Cartoon, Jander Vieira, Júlio Ventilari, Maza Lopes, Naldo Rodrigues, Osmir Medeiros e Zenaldo Mota. Fotografias: Antônio Neto , Augusto Nogueira, Ataide Tenório, Barros, Élcio Farias, Hmailton Bahia, Maza Lopes e Uerlan Monteiro, Zenaldo Mota, William Rezende. FESTIVAL DE PARINTINS 2010

Revisão de Texto Dernando Monteiro (damferr@ig.com.br)

Capa: A magia da arte parintinense Autores: Benedito e Luciano Coelho

Diagramação Idealibre www.idealibre.com.br

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M.A.L Nogueira & Cia. Ltda. CNPJ 05.447.453/0001-84 Insc. Mun. 61.875-01 Todos os direito reservados. Redação e endereço para correspondências: Rua. 54 nº 24 Quadra 139 Conj. Francisca Mendes II Cidade Nova CEP: 69.097-763 Manaus/AM Fone: (92) 3184-0600 e (92) 9116-6111 Site www.revista1am.com.br www.amazonasfatosefotos.com.br Impressão: Gráfica Ampla. Publicidade: Sua empresa, marca ou produto associado a informes publicitários temáticos ou exclusivos e projetos especiais. Contato: revista@revista1am.com.br


arte nativa

Concurso ESTIMULA O TALENTO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS Associação dos Artistas Plásticos de Parintins promove seleção de imagem para ilustração do cartaz do festival folclórico de 2010

Fotos: Augusto Nogueira

Osmir Medeiros

Ivan Freitas, presidente da AAPP

A

capacidade criativa parece ser um dom coletivo em Parintins. Quase todo parintinense tem alguma habilidade artística. Muitos já alcançaram status profissional e vivem de sua arte o ano inteiro. Quando não estão a serviço de Caprichoso e Garantido normalmente têm trabalho em outros festivais folclóricos da região e até de fora dela, ou na construção dos desfiles carnavalescos das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo. É como forma de incentivar esses talentos que a Associação dos Artistas Plásticos de Parintins (AAPP) realiza, entre outras atividades, o concurso “Cartão do Festival”. É um evento amplo, que envolve artistas plásticos membros ou não da AAPP, como os irmãos Benedito e Luciano Coelho, que conquistaram o quarto lugar no concurso com a obra “Magia da arte parintinense”, que ilustra a capa desta edição da Amazonas Fatos & Fotos. Mas o foco social da entidade, como explica o presidente Ivan Freitas, é o trabalho com crianças, jovens, idosos e portadores de necessidades especiais (PNEs), por meio de

Benedito Coelho e a obra feita a quatro mãos com o irmão Luciano

uma série de cursos e oficinas de terapia ocupacional. “Nosso trabalho é bem eclético. Assim como ensinamos as mais diversas técnicas de desenho e pintura, aceitamos todas as pessoas interessadas em aprender um pouco mais sobre artes plásticas ou desenvolver o talento que já possui”, explica. E os irmãos Coelho são bons exemplos dos frutos que esse trabalho da AAPP vem gerando. Benedito, 29 anos, começou a se envolver com as artes plásticas ainda menino, aos 10 anos, como aluno de Ivan Freitas. Hoje é um dos escultores do quadro de artistas do Garantido, trabalha para blocos carnavalescos e escolas de samba e faz decoração de

eventos. Tudo sem deixar de lado os estudos, pois é acadêmico do curso de educação artística da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Parintins. Bruno, o irmão mais novo (21 anos), especialista em desenho a lápis, é acadêmico do curso de química do campus parintinense da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). E, assim como Benedito, é instrutor nos cursos realizados pela AAPP. “O Benedito e o Luciano são talentos natos, que vêm evoluindo cada vez mais e certamente fazem parte da nova geração de artistas plásticos parintinenses”, ressalta Ivan Freitas.

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ESPAÇO URBANO

CARTAZ DO FESTIVAL 2010

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concurso foi de alto nível e correspondeu às expectativas planejadas. Messias acredita que a tela vencedora irá divulgar de forma eficiente, principalmente pela beleza, o festival folclórico. A premiação para o primeiro lugar foi de R$2 mil, o segundo R$ 1mil e o terceiro lugar R$ 500. Mil e quinhentos reais foram distribuídos entre os artistas pelo gasto com kits de pinturas utilizados na confecção das telas. Laurence

Felipe, que é artista do Garantido e participou da disputa pela primeira vez, ficou emocionado com a vitória. Ele nunca imaginou que sua obra saísse de Parintins para o mundo. “Busquei inspiração no meu falecido pai que era artista como eu. Aprendi a pintar graças a ele. Agradeço de coração ao prefeito Bi Garcia pela oportunidade de tornar o meu trabalho reconhecido no mundo todo”, disse Laurence.

Fotos: Hamilton Bahia

C

om 143,7 pontos a tela “União de Caprichoso e Garantido”, do artista plástico Laurence Felipe (foto), 20 anos, é a vencedora do XX Concurso de Telas que escolheu o cartaz do 45º Festival Folclórico de Parintins. Em segundo lugar com 141,5 ficou a tela “Contos, Mitos e Lendas” do artista Eliandro Tavares e em terceiro lugar com 140,9 classificou-se a tela ”Pai da Arte: uma homenagem ao parintinense, Jair Mendes, do artista plástico Marlon Brandão. O concurso aconteceu no dia 24, de abril, no Ginásio de Esportes Elias Assayag. O evento foi uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Parintins por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Juventude, e que contou com a parceria da Associação dos Artistas Plásticos de Parintins (AAPP). Vinte e cinco telas participaram da disputa. Segundo o coordenador da Secretaria de Juventude e Cultura, Messias Amazonas, o


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PERSONALIDADES

NOTAS

A

chegada de Omar Aziz ao posto de governador do Amazonas trouxe à cena política a figura de sua esposa, Nejmi Aziz. A nova primeira-dama iniciou seus trabalhos com determinação, seguindo o propósito firme de Omar: cuidar das pessoas. Nejmi já visitou mais de 30 instituições que tratam da população em vulnerabilidade social, congregou as primeiras-damas dos municípios amazonenses e está visitando o interior ao lado de Omar. Na educação,

tem conversado com gestores, professores, alunos e pais de alunos das escolas da rede pública da capital. Tudo isso, em menos de três meses como primeira-dama do Estado. Neste curto tempo, Nejmi teve seu marco ao liderar uma caminhada de enfrentamento da violência sexual de crianças e adolescentes, no centro de Manaus. Resultado? 50 mil pessoas participantes e o título de a maior caminhada do Brasil sobre o tema. Nejmi está dizendo a que veio!

A gitando a noite Eles são novos, talentosos e estão movimentando a cena eletrônica do Amazonas com a boate Musique Nuit, localizada no Adrianópolis. Os empresários Paulo Oliveira e Antonio Nelson criaram um novo conceito de balada com luxo, confor to e diversificação musical. Toda semana, às quartas-feiras e aos sábados, os dois trazem para Manaus uma atração da música eletrônica. Já tocaram nas pick-ups da casa os DJs Fabrício Peçanha, Gui Borato, Javier Dokser (Argentina), Toni Varga (Ibiza), André Pulse, e outros.

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Proprietários da Musique Nuit Paulo Oliveira e Antonio Nelson

Ulisses Tapajós Neto Ele está no mercado há mais de 30 anos e é nome respeitável no setor de grandes negócios brasileiros. Agora investe seu conhecimento na sua nova empreitada: a Ação Investimentos, empresa que oferece, entre outros serviços, consultoria e curso de como investir no mercado de ações. Ulisses foi destaque, inúmeras vezes, na imprensa nacional principalmente à frente da empresa Masa da Amazônia onde implantou um projeto de ‘Valorização das pessoas e o reflexo desse processo dentro da organização e no mercado’. Com essa proposta, ele aumentou o grau de satisfação dos colaboradores da Masa de 76%, em 2001, para 90% em 2005. Além de investidor da Bolsa, Ulisses é engenheiro químico, formado pela Universidade Federal do Paraná; tem MBA em Gestão de Equipes da Fundação Getulio Vargas; MBA em Gestão Financeira Empresarial pela Universidade do Amazonas; foi conselheiro da Masa da Amazônia Ltda; foi vicepresidente do Sindicato das Indústrias de Materiais Plásticos do Amazonas (Simplast); e presidente da Associação Júnior Achievement do Amazonas.

Emanuelle Araújo DRT: 7352 - DF - jornalista especialista em Metodologia do Ensino Superior e Ciência Política (UnB/DF).

Fotos: Up Comunicação Inteligente

PRIMEIRA-DAMA DO POVO

PERFIL


Expo Eventos Guardiões da Sucesso total Manaus 2010 floresta

O grupo Dulcila vai promover a Expo Eventos Manaus 2010, nos dias 13, 14 e 15 de setembro, que é a maior feira de produtos, profissionais e serviços ligados ao setor de eventos do Estado. No ano passado, a Expo reuniu mais de 20 mil pessoas em três dias e promoveu mais de R$ 300 mil em negócios. Para este ano, está previsto mais de 60 estandes, espaço kids, praça de alimentacão, cursos e workshop sobre o assunto, além de apresentação de pockets-shows, desfiles e sorteios de presentes especiais. Para reservar um espaço nesse evento, telefone para (92) 3658-6312.

Mais de 500 estudantes do projeto ‘Guardiões da Floresta’, da Secretaria Municipal de Juventude (Semjel), participaram de uma caminhada de conscientização sobre preservação do meio ambiente no conjunto Ouro Verde, localizado no Coroado. Ao todo, os adolescentes percorreram mais um quilômetro e plantaram mais de 700 mudas de espécie nativa nas áreas verdes do próprio conjunto. A ação foi coordenada pelo secretário da Semjel, André Souza e os conselheiros tutelares da Zona Leste 1, Sérgio e Ney Barros.

A estreia nacional da peça ‘Mente Mentira’, em junho, no Teatro Amazonas, foi sucesso total de público com ingressos esgotados nos três dias de apresentação. O elenco é formado pelos atores Malvino Salvador, Thiago Fragoso, Fernanda Machado, Zecarlos Machado, Malu Valle, Roza Grobman, Keli Freitas e Marcos Martins. Agora, o espetáculo segue para turnê no eixo Rio/São Paulo.

Bruno; conselheiro tutelar Sérgio; secretário municipal de Juventude, André Souza; e conselheiro tutelar da Zona Leste 1 Ney Barros

Atores da p eça Malvino S alvador Fernanda Machado, Zecarlos Machado e Malu Valle

LANÇAMENTOS

D U P L A Q U E VA I L O N G E Showpada O comunicador de televisão Shalom Benchimol, que é amazonense radicado no Rio de Janeiro, gravou a música ‘Artilheiro do Bem’, de sua autoria, com as cantoras Elza Soares e Tânia Alves. Segundo ele, Elza Soares vai para Parintins, a convite

Elza S o a re s e S h a l o m B e n c h i m o l

da Secretaria Estadual de Cultura (SEC), para conhecer o festival folclórico. Os três estão cheios de planos para executar na Ilha Tupinambarana como gravar um clipe em um barco regional, no rio Amazonas.

Todo ano surge uma novidade em Parintins, durante o festival folclórico. Em 2010, quem vai ficar no topo desse quesito é o Showpada, evento com show do sambista Arlindo Cruz e um festival de chopp e churrasco, que ocorrerá no dia 26 de junho, a partir das 13h, em um complexo localizado próximo à Cidade Garantido. A entrada para a pista do evento é gratuita. Já a área VIP está sendo vendida por R$ 100, com chope e churrasco liberados, além de uma caneca personalizada.

Ar lindo Cruz

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boechat@argo.com.br

ECONOMIA

Conexões Metropolitanas

I

nfelizmente nem todo mundo está sabendo que foi criada uma nova região administrativa (2007) dentro do Estado do Amazonas. Conheça-a, vale a pena. Ocorre que apenas a criação, genial, desse novo instrumento de desenvolvimento socioeconômico não garantirá que tudo o que se pretende seja alcançado. Talvez a parte mais importante nesse processo seja o de ‘pensar metropolitano’ e ampliar as possibilidades municipais. Parece algo simples, mas não é, acredite. As pessoas ainda não se deram conta de que a gestão pública se inicia no município, na sede, nos recantos rurais, em qualquer parte de sua comunidade onde quer que ela esteja. Quando olhamos para os municípios ainda não vemos uma integração, mesmo interna, para que se iniciem as discussões sobre temas que envolvam o ‘pensar metropolitano’, conjunto, compartilhado, dividido nas particularidades e multiplicado na consecução dos recursos. É preciso que essas iniciativas partam das dimensões de interesses locais e que se coloquem à disposição todo o arcabouço dessa região para desenvolver políticas que aglutinem recursos para tantos quanto possível, maximizando o benefício em torno dele, a partir de uma gestão compartilhada na Secretaria da Região Metropolitana. Ao se pensar em futuro é razoável acreditar que os prefeitos, vereadores, que mesmos as instituições estarão aptos a produzir ações ou encorajar políticas públicas que possam somar os ideais de benefícios públicos em função dos recursos disponíveis, e que sempre se apresentam parcamente ou até, como já foi no passado, mal utilizado. O que eu chamo de Cone-

10 AMAZONAS FATOS & FOTOS

xões da RMM são fundamentais para o entremear das discussões em torno de todos os assuntos pertinentes à região, uma vez que as demandas de uma cidade são parecidas com as do seu vizinho, e só isso já é suficiente para que ambos se sentem, discutam, promovam, e pleiteiem políticas de grande alcance e resolvam problemas que, para uma única cidade – sozinha e com seus próprios recursos – não seria capaz. Veja este exemplo: a ponte Manaus-Iranduba será uma alavanca gigantesca para o desenvolvimento daquela região, do outro lado do rio, incluindo-se Novo Airão, que parece estar distante, e que com essa conexão passa a estar a menos de 2 horas de automóvel do centro de Manaus; ao mesmo tempo em que, para

Parece algo simples, mas não é, acredite. As pessoas ainda não se deram conta de que a gestão pública se inicia no município, na sede, nos recantos rurais, na sua comunidade Iranduba, estará a 20 minutos. As conexões serão importantes. Ocorre que ao sair da ponte, do lado da Compensa, não foram projetados os corredores urbanos conectando-se esse ponto de restrição ao restante da malha desenhada para o restante da cidade. Também não há conexões para as saídas de cargas indo para a BR-174 e AM-010; ao que parece não estudamos um aumento de fluxo de caminhões e veículos transitando por essas vias, depois das primeiras ações na região como um todo – um aumento expressivo de cargas e pessoas. Outros pontos importantes serão o do porto do Davi, projeto ar-

quitetônico disponível na internet, que poderia ser um excelente foco turístico e comercial, o porto das Lages ou outro no local do Puraquequara para dar espaço à construção naval e, quem sabe, uma conexão na altura da Reserva dos Duques indo em direção leste para abarcar este polo ao fundo da região da Suframa que teria uma conexão interessante leste-oeste, atendendo às demandas de componentes produzidos em Iranduba, Novo Airão, Manacapuru ou mesmo ao fundo do Tarumã – também as peças aportadas no Eduardo Gomes. Enfim, há muito que fazer, e muito que se pensar a respeito dessa nova oportunidade que surge pelas iniciativas do governo do Estado. Esperamos que seu autor, candidato ao Senado, tenha sucesso na sua jornada para ampliar essas possibilidades, incrementar o fundo da região, e promover ainda mais ações públicas visando o bem-estar dessa nova região metropolitana, reunidas pelos desejos, pela floresta, pela educação, pela Saúde, pelo seu futuro, pelo verde, pela vida. Pense metropolitano, adicione verde à sua vVida, e pense vomunitário. Boa semana.

Eraldo Böechat Mestre em administração pública e privada pela Fundação Getúlio Vargas, doutorando em Gestão da Produção, com ênfase em Lean Manufacturing pela Universidade do Minho de Portugal.


POLÍTICA

Vereador ElaiMe indica deputado Souza para receber título

Fotos: Divulgação

O

deputado estadual Francisco Souza recebeu, no dia 8 de junho, o título de cidadão benemérito de Iranduba (distante 25 quilômetros de Manaus), na Câmara Municipal. O autor do requerimento (número 30/2010), que solicitou a entrega do título para o deputado, foi o vereador de Iranduba Francisco Elaime (PSC). “O deputado Francisco Souza merece esse título porque, ele é o único deputado estadual que tem domicílio eleitoral em Iranduba. Além disso, ele foi um dos principais responsáveis pela construção da ponte Manaus/ Iranduba”, comentou o vereador. Ainda segundo o vereador, Souza recolheu mais de 120 mil assinaturas de apoio à construção da ponte. “O deputado também promoveu várias audiências públicas para ouvir a opinião da população sobre o projeto da ponte”, declarou.

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Matrinxã sem espinha

Prefeito Nonato Lopes, deputado estadual Francisco Souza e o vereador Francisco Elaime

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ponto de vista

A

cada dia a aventura de dirigir nas ruas de Manaus tornase pior e o mais grave é que ninguém faz absolutamente nada. A sensação que se tem é de absoluta incapacidade diante de um cenário que mexe com a vida de milhares de pessoas. As autoridades da área parecem ter cruzado os braços à espera sabe-se lá do quê e enquanto isso, os congestionamentos aumentam, as imprudências crescem e os acidentes se multiplicam. A bem da verdade, o trânsito de Manaus nunca foi fácil. Em 1982 ganhei o Prêmio Esso de Jornalismo, da Região Norte, com uma série de reportagens sobre o trânsito de Manaus. Durante quatro domingos o jornal A Crítica, onde trabalhava à época, publicou uma série de reportagens abordando os mais diversos ângulos do trânsito na capital amazonense. A matéria foi uma sugestão do médico Marcus Barros, que à época era diretor do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Ele me levou ao hospital e ao pronto-socorro do UGV, mostrou as vítimas de trânsito e me convenceu da pauta. Naquela época

a violência do trânsito nas ruas de Manaus era realidade. Entrevistei pessoas que ficaram mutiladas, conversei com outras que haviam perdido familiares e amigos, ouvi técnicos de trânsito, dei plantão no pronto-socorro para observar os que chegavam vitimados em acidentes, analisei a situação com sociólogos e psicólogos, além de ter conversado bastante com muitos motoristas de táxi, de ônibus e de carros particulares. Fiz plantão em esquinas, identifiquei os locais de maior perigo e anotei diversos tipos de irregularidades cometidas de forma repetida pelo motorista. Alguns até hoje são frequentes: em Manaus, o motorista costuma entrar à direita ou à esquerda sem dar sinal ou só faz isso quando já virou o carro e da mesma forma, costuma sair do acostamento sem dar sinal. Outra característica local: ao dobrar à esquerda ou à direita o motorista abre um pouco esse movimento, levando o veículo a fazer a curva um pouco mais oval, ao contrário de dobrar de forma direta, como deve ser. Outros exemplos poderiam ser

acrescidos, mas não é o momento, o que se pode expressar agora é uma preocupação extremada com o quadro que a cada dia torna-se pior. Não vai adiantar construir viadutos, passagens de nível ou outras iniciativas caso o trânsito de Manaus não seja administrado da forma que ele necessita. E para administrar esse caos em que o trânsito se transformou, não basta uma visão técnica ou política. É necessário bom senso, técnica e autoridade. Caso contrário o salve-se quem puder de hoje muito em breve dará a Manaus o título do pior trânsito do Brasil. Até hoje guardo o aviso de um motorista que há mais de 25 anos era taxista à época em que escrevi a série sobre trânsito e que nunca havia sofrido um acidente. Disse ele: ”Nunca seja o primeiro a sair quando o sinal abre e nem acelere para passar quando ele está fechando”. Cláudio Barboza Jornalista formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Amazonas e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Fotos: Divulgação

Salve-se quem puder no trânsito de Manaus!


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ENGAJAMENTO

Bumbás na luta contra a pirataria e o contrabando

Festival Folclórico de Parintins é espaço para grito de alerta contra esses crimes, que ameaçam empregos de milhares de trabalhadores

A

preservação da natureza e o respeito à cultura dos povos da Amazônia são as principais bandeiras defendidas por Caprichoso e Garantido, mas não são as únicas. Em seus espetáculos, os dois bois-bumbás sempre apresentam uma série de outras questões à reflexão da sociedade. E um dos brados mais fortes desses últimos anos tem sido pelo combate à pirataria e ao contrabando de produtos industrializados, fazendo coro à campanha permanente mantida pela central trabalhista Força Sindical, em parceria com diversas entidades, órgãos e empresas, como a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a Microservice e a Cricket. “O Festival Folclórico de Parintins” é um evento de massas, com repercussão nacional e internacional. Logo, é uma excelente oportunidade de discutirmos questões sensíveis e de grande interesse coletivo. A pirataria e o contrabando são crimes

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Osmir Medeiros

contra a produção intelectual na medida em que usurpam a criação das pessoas, contra o patrimônio público em razão da sonegação de impostos, contra a indústria que deixa de produzir e, especialmente, contra os trabalhadores, que perdem milhares de postos de trabalho”, explica Carlos

Lacerda, secretário de Assuntos Institucionais da Força Sindical. Responsável pelo engajamento de Caprichoso e Garantido no movimento contra a pirataria e o contrabando, o sindicalista lembra que o Polo Industrial de Manaus (PIM) tem sido um dos maiores prejudicados

Sindicalista Carlos Lacerda (à esquerda) entregando ao presidente Lula um CD original de um bumbá parintinense, em nome do movimento contra a pirataria e o contrabando


Fotos: Divulgação/CNTM

Bandeiras do Caprichoso e Garantido, combatendo a pirataria

com esses crimes. E cita como exemplo a indústria audiofonográfica nacional, praticamente toda concentrada na capital amazonense, que responde por cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos: “CDs e DVDs estão entre os produtos mais pirateados e contrabandeados do país. Por aí dá para imaginar o drama social que um possível encerramento das atividades desse segmento industrial pode gerar no Amazonas”. Os próprios bois-bumbás já sofreram enormes prejuízos com o desabamento do volume de vendas de CDs, que antes respondia por significativa parcela dos recursos que arrecadavam. Foi justamente em razão disso, e da opção consciente pela postura próa­tiva em causas socialmente justas, que Caprichoso e Garantido se colocaram à disposição da luta contra a pirataria e o contrabando, incorporando esse tema aos seus espetáculos com mensagens claras e diretas em seus CDs oficiais e mesmo na arena, por meio de artefatos usados pelas galeras. Os pontos de luz que se acendem e apagam nas galeras há quatro anos, em determinados momentos dos espetáculos, no geral vêm dos milhares de isqueiros doa­ dos às duas agremiações pela Cricket (Swedsh Match da Amazônia). Produzidos nas cores azul e vermelho, em quantidades rigorosamente iguais, esses isqueiros trazem invariavelmente a mensagem d e que “pirataria é crime e gera d e s e m prego”.

Isqueiros azuis e vermelhos estão, há quatro anos, entre as principais peças de divulgação da campanha antipirataria no Festival Folclórico de Parintins

Denúncias feitas pela Força Sindical já levaram o governo federal a agir várias vezes, como no caso em que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) pôs freio à importação de canetas da China, que prejudicava indústrias como a BIC, instalada em Manaus

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A mais nova opção para apimentar seus pratos prediletos.


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noite palaciana rão, c o m a n d a d a p o r D o d o r a C a v a l c a n t e e Fabíola M oraes. Já o cer imonial e a organização da noite em torno da filha de Samira e Car los Jr. l e v o u a a s s i n a tura da bambambã Lena Souza Lima.

César e Graça Bandeira

Douglas e Patrícia Akel

Carlos Jr., Gabriela e Samira Carvalho

Helder e Dodora Cavalcante

Irlane Akel, Solange Andrade, Janeth Carvalho e Vânia Atala

Lídia e Geraldo Frota

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Marcos e Andréa Cavalcanti

Kátia e Jaime Sebben

Fotos: Barros

I

nspirado nos palácios da Europa, o cenário da festa de 15 anos de Gabriela Mousse de Carvalho foi um dos quesitos mais deslumbrantes da noite que rolou nos domínios do Le Rêve. A responsável pela megaprodução foi a equipe do Bandei-


ESTILO JV

Quatro décadas

Queridíssimos na cena social, Andréa e Nilton Lins J r. a b r i r a m o c a s a r ã o d o Parque das Laranjeiras. O m o t i v o ? Festejar com um jantar maravilhoso os 40

É pique!

anos do anfitrião. Sandra e o ex-governador Ed u a rd o Braga puxavam o elenco e s trelado que baixou no pedaço para cumprimentar o aniversariante.

Com cardápio preparado pelo Le Lieu, Ângela e Juarez de Lima receberam poucos e bons amigos para jantar. A festança foi armada pelo casal para comemorar os 18 anos do filho João Gabriel. Tudo muito chique, bem no estilo dos Lima.

Juarez, Ângela e João Gabriel de Lima

Andréa e Nilton Lins Jr.

Brenda Braga

Haroldo e Gilce Jatahy

Mosa Alexandre, Charles e Moisa Guerreiro

Márcia e Ricardo Nicolau

Saulo e Regina Furtado

Alessandra Brandão

Emmanuelle e Marcelo Gil

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RIZZATO INDOOR / MÍDIA EXTERIOR

Mídia exterior nas eleições

Daniel Milani Dotoli

e indiretamente à mídia exterior, além dos pequenos fabricantes de camisetas, bonés e outros pequenos brindes, que também tiveram sua atuação restrita na divulgação de candidaturas.

O

repórter Daniel Milani, da revista Marketing, dirigiu 10 perguntas a José de Assis Tito, vice-presidente da Fenapex e do SepexMG, levantando questões relevantes do mercado da mídia exterior. A revista Marketing é editada pela Editora Referência, a mesma que publica o jornal Propmark (Propaganda & Marketing). Vice-presidente da Fenapex (Federação Nacional da Publicidade Exterior) e do Sepex-MG (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de Minas Gerais), José de Assis Tito é um dos porta-vozes da entidade nacional na luta para reverter uma importante medida com relação a partidos e candidatos: a restrição do uso da mídia exterior na campanha eleitoral. Segundo Tito, as regras que proíbem a propaganda eleitoral e que foram impostas sob o argumento da redução de custos deixaram de ter qualquer sentido nas últimas eleições, já que os custos só aumentaram, mesmo sem a presença das placas de outdoor. Os prejudicados foram a cadeia produtiva ligada direta

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Desde quando a Fenapex está empenhada nesse movimento? Em 2006, quando foi proibido o uso do outdoor nas campanhas políticas, todas as lideranças do setor iniciaram de imediato um movimento para o restabelecimento desse direito. Porém, não conseguimos reverter a situação para as eleições municipais de 2008 e dificilmente teremos tempo para que isso ocorra agora em 2010. A nossa única esperança para reverter essa medida a curto prazo está na mão do Supremo Tribunal Federal, já que essa ação pode ser julgada a qualquer momento. E se for acatada, teremos uma revisão da lei eleitoral no que se diz respeito à mídia exterior. Porém, pelo jeito ficará para o pleito de 2012. Por que essa proibição? A justificativa é que as campanhas de mídia exterior aumentavam muito os custos das campanhas. Além dessa preocupação com a redução de custos, havia também o argumento de que a publicidade eleitoral em outdoor facilitava o uso irregular do dinheiro, o famoso caixa 2. Porém, durante a campanha para as eleições de 2008, os custos das campanhas já sem o uso do outdoor foram ainda mais altos que nos pleitos anteriores. Quanto ao caixa 2, ele não é gerado pela mídia exterior, mas sim pela doação do dinheiro para

campanhas eleitorais. Se o candidato declarar de onde veio o dinheiro e o valor recebido para a sua campanha, qual o problema de ele investir onde lhe for mais conveniente? Fora que no projeto de lei que tramita na Câmara Federal para que a autorização do uso de outdoor seja liberada também está o argumento de que a liberdade de informação deve ser preservada. O candidato tem o direito de informar ao eleitor as suas propostas e aspirações no meio que desejar, desde que esse meio seja legal. Quem mais está junto da Fenapex nessa reivindicação? Nós temos buscado com prioridade as próprias lideranças políticas. A ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que está à espera de julgamento no Supremo é do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ). No entendimento do deputado, os partidos pequenos teriam dificuldades de expor suas ideias e seus candidatos da maneira em que a legislação eleitoral está estabelecida no atual momento. Enquanto candidatos e partidos com mais recursos montam estruturas gigantescas na internet, até com marqueteiros contratados no exterior, aos pequenos acabam sendo impostos limites para a veiculação de suas ideias. Os chamados nanicos podem nem ter direito à participação nos debates. Mas a internet não é um meio livre e mais barato até que a mídia exterior, e acessível inclusive aos pequenos partidos e candidatos com menos recursos? Sim, é um instrumento muito importante. Mas se você fizer uma análise mais isenta, o acesso à internet está restrito às classes de maior poder aquisitivo, deixando de fora a grande massa, que é o público base da pirâmide social. Os grandes partidos são conhecidos, seus candidatos são famosos e até as classes mais baixas sabem quem

Foto: Heron Rizzato

O uso da mídia exterior no processo eleitoral foi o principal tema da entrevista concedida por José de Assis Tito, vice-presidente da Fenapex, à revista Marketing, edição de maio/2010, que reproduzimos na integra


RIZZATO INDOOR / MÍDIA EXTERIOR são. Já os nanicos, se usarem a internet como propaganda eleitoral, só irão conseguir atingir as classes mais altas, não irão chegar a todos os eleitores. O mercado publicitário está do lado de vocês nesse projeto? Sim, claro Temos conversado com todas as lideranças do mercado sobre essa reivindicação e elas têm se mostrado unânimes em nos apoiar. Ninguém entende essa proibição. Em um texto, o senhor diz que “tirados os trios elétricos, proibida a exibição de outdoors e minimizada a veiculação de anúncios em jornais e revistas, o que se viu foi a multiplicação de expedientes escusos por parte de candidatos e partidos”. Quais seriam esses expedientes escusos? O que se diz é que com a restrição de alguns meios importantes para a divulgação da campanha eleitoral, alguns atos de corrupção, por parte de cabos eleitorais, cresceram demais, pois os candidatos que não possuem alternativa para chegar aos eleitores ficam à mercâ desses cabos, que nem sempre são confiáveis. Muitos se aproveitam dessa situação e dizem por aí que possuem uma estreita relação com tal candidato, legalmente falando, não existe, assim como não pode existir a compra de votos, mas isso ocorre. A volta do outdoor não poderia gerar abusos, com placas clandestinas espalhadas pelas cidades? Não acredito. A legislação eleitoral, no que tange à fiscalização, é muito forte. Ela pune não só o candidato que colocar um anúncio irregular como também a empresa que colocar essa placa em um local indevido. Por exemplo, quando o uso era permitido, o candidato podia colocar aqueles cavaletes de 2mx2m nas ruas à vontade, desde que esse tamanho fosse respeitado. Aliás, ainda está liberado. Já o outdoor sempre foi distribuído por meio de sorteios. As empresas de mídia exterior forneciam ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de cada Estado o seu número de placas, sendo que apenas 50% delas poderiam ser usadas para a propaganda política. Depois desse processo, as placas a serem usadas nas eleições

tinham que ser distribuídas equitativamente aos partidos, cabendo apenas a realização de sorteios dos locais. Isso sempre foi fiscalizado rigidamente pelo TRE, com direito a uma punição pecuniária para quem desrespeitasse ou, dependendo do caso, até a impugnação da candidatura.

Eu não sei explicar qual das legislações teria mais poder, se a eleitoral ou municipal. Mas acredito que a lei municipal estaria acima da eleitoral, e São Paulo estaria fora da campanha de mídia exterior, o que prejudicaria, principalmente, o planejamento das campanhas dos candidatos à presidência.

A Fenapex também defende a volta do uso de bonés e camisetas pelos candidatos como forma de brinde. As associações ligadas às empresas de produtos promocionais estão juntas com vocês nessa medida? Sim, até porque o argumento do uso da camiseta era de que, teoricamente, você estaria comprovando voto em troca de um presente, o que é de uma fragilidade enorme. Se fosse para comprar voto isso seria em dinheiro, em produtos como materiais de construção civil, o que ocorre muito, ou em troca de favores diversos, não com camisetas e bonés de baixo custo, que são meramente usados para propaganda. Tanto nós como as empresas que fabricam camisetas e bonés promocionais batemos na tecla que tudo que limita a divulgação e a opinião é antidemocrático.

Quais os outros projetos na Fenapex em andamento? Estamos empenhados em um projeto que tramita no Senado para regulamentar a atividade empresarial da mídia exterior e reconhecer a atividade em caráter nacional. A atividade existe, mas como não é contemplada por lei, as legislações que estão por trás da mídia exterior são de caráter municipal, onde cada cidade cria suas leis de acordo com seus interesses específicos, sem ter uma linha mestra regida por uma lei nacional. Acredito que a Lei Cidade Limpa, de São Paulo, teria dificuldades de ser implantada caso existisse uma legislação nacional. Esse projeto está nas não do relator, o senador Jefferson Praia (PDT-AM), que deve dar um parecer a favor, existindo uma tendência de que vá para a votação no plenário ainda este ano. Só não temos certeza que será votado mesmo em 2010 porque em um ano com eleições majoritárias as atividades políticas se restringem bastante.

Na cidade de São Paulo existe a Lei Cidade Limpa. Caso o projeto seja aprovado e a mídia exterior volte a fazer parte do cenário das campanhas, o maior colégio eleitoral do País não poderia usufruir desse benefício, certo?

Superposição continua na cidade e ninguem vê

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OUTROS ENCANTOS

A Ilha Tupinambarana e seus atrativos História, memória, natureza e hospitalidade fazem de Parintins um lugar especial, ao qual sempre se deseja voltar

Fotos: Agecom/Augusto Nogueira

Osmir Medeiros

O

visitante de primeira viagem a Parintins chega, em geral, com as atenções totalmente voltadas para Caprichoso e Garantido, astros de um espetáculo hoje conhecido internacionalmente. Independentemente do real motivo da estada na Ilha ou do período do ano, o que interessa, a princípio, é conhecer o mais possível sobre esse brinquedo que se agigantou ao ponto colocar uma cidade do interior amazonense no calendário de eventos e no roteiro turístico do país. O que pouca gente sabe – e

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quando descobre passa a ter um outro olhar e uma outra relação com o lugar – é que Parintins é terra de vários encantos. Tem história, tem memória, tem atrativos naturais e nuances capazes de envolver a tal ponto que, ao partir, o desejo é de voltar o quanto antes, de preferência para ficar um pouco mais, e mais, e mais. As coisas que marcam são várias. Difícil, por exemplo, passar pela avenida Amazonas e não se impressionar com a catedral da padroeira Nossa Senhora do Carmo. E deixar de notar que a religiosidade – es-

pecialmente a fé cristã-católica – é algo bastante presente na vida parintinense. Na verdade, vem praticamente do início da colonização, com a instalação de uma missão religiosa em 1803, apenas sete anos após a posse da Ilha Tupinambarana pelo capitão de milícias José Pedro Cordovil. Mas é importante lembrar que a teogonia da ancestralidade indígena também é bastante presente, mesmo que não se manifeste em cultos organizados como nas demais manifestações religiosas. Os espíritos dos


elementos e das coisas, que criaram o mundo segundo as mitologias dos tupinambás, sapupés, peruvianas, mundurucus, mawés e Parintins, ainda estão pela Ilha e todo ano gritam ao mundo em defesa da floresta, pelas almas, pelas mãos e pelo gênio criativo dos artistas parintinenses. Ao longo dos 261 anos que conta desde seu descobrimento, em 1749, pelo explorador José Gonçalves da Fonseca, o município foi Vila Nova da Rainha (1803), Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Tupinambarana (1833), Vila Bela da Imperatriz (1848) e finalmente, em 1852, mais precisamente no dia 15 de outubro, tornou-se Parintins. Tem ou não tem história esse lugar? Fique à vontade O amazônida, em geral, é muito hospitaleiro. O amazonense, então, nem se fala. Mas o parintinense diz ‘sai de perto nesse quesito’. Encontrar algum nativo da Ilha que não trate bem a qualquer um, mesmo que o esteja vendo pela primeira vez, é rara exceção. A regra é a amistosidade, espelhada no termo ‘parente’, adjetivo preferido do povo local. Parente daqui, parente dali, rapidamente o forasteiro está em casa, já é mais um. Dê um passeio Andar pelas ruas da área urbana

de Parintins é fácil. Boa parte da cidade é bem plana, convidativa para passeios de bicicletas ou triciclos, que tem aos montes. Um roteiro à parte, que merece ser feito bem cedinho ou ao cair da tarde, é o da orla. A cidade está na margem direita do rio Amazonas, e estar de frente para este rio, vendo o nascer ou o por do sol, dá uma recarga de energia sem tamanho. É bom demais. Para quem tem oportunidade de sair do eixo urbano e visitar as praias do Pacoval, do Marinho, das Guaribas ou das Onças, e ainda lagos como o Macurany e o Uaicurapá, a experiência é única. São lugares que ficam na memória, e com justa razão. Por essas e por outras, parente, é que dificilmente alguém sai da Ilha sem querer contar os dias para poder voltar.

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INFORME PUBLICITÁRIO

Ruas e comércio ganham decoração temática

O clima de festa ocupa todos os espaços de Parintins, uma ilha com aproximadamente sete mil quilômetros quadrados, no centro da selva amazônica, que há 45 anos realiza a maior festa folclórica da região, o festival do boi-bumbá

os milhares de visitantes que se rendem à magia dos bumbás. Garcia definiu ações pontuais nas áreas de segurança, transporte, saúde, trânsito, fiscalização, policiamento, além de campanhas de orientação e estratégias para o 45º Festival Folclórico de Parintins. Os diversos órgãos que integram a comissão organizadora da festa, presidida pelo vice-prefeito Messias Cursino sincronizam as ações. Triciclos caracterizados, viaturas, motocicletas, helicópteros e jet-ski fazem o monitoramento da segurança na cidade e no Bumbódromo. A Polícia Militar tem 900 policiais em atuação nas plataformas policiais, além de cães farejadores na operação contra drogas e armas no período festivo. A Marinha iniciou a ‘Operação Festival’ com vistorias antecipadas em Manaus. Para dar suporte à operação Parintins recebe um navio hospital, navios patrulha, lanchas e jet-ski. No ano passado, o fluxo de embarcações foi pequeno devido a enchente. As ações da Marinha

E

ste ano, a rivalidade de Caprichoso e Garantido se mistura ao clima da Copa do Mundo de futebol. Entre as cores azul, do Boi Caprichoso e vermelha, do Garantido, o verde e o amarelo da seleção brasileira ganham espaço especial na ornamentação de ruas e avenidas. Visitantes chegam de várias partes do mundo para conhecer ou reviver a emoção da festa que este ano ocupa as noites de 25, 26 e 27 de junho na arena do Bumbódromo, palco da disputa do 45º Festival Folclórico de Parintins, onde a criatividade artística dos ilhéus é mostrada para o mundo nas câmeras de televisão e nas lentes fotográficas que convergem para a cidade todos os anos. O anfitrião da festa, o prefeito Bi Garcia, cuidou da estrutura da cidade para mais uma vez receber

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Na Ilha Tupinambarana, comércio já se aquece com a Copa do Mundo e o festival

Fotos: Ataide Tenório e Hamilton Bahia

COPA E BOI-BUMBÁ ESTREMECEM A ILHA DOS PARINTINTINS


INFORME PUBLICITÁRIO contam ainda com viaturas, lanchas, três aeronaves e três navios. O Bumbódromo, que recebeu reforma nas suas instalações, foi inspecionado pela Companhia do Corpo de Bombeiros para determinar o número de pessoas nas arquibancadas do povão. Ao todo 150 bombeiros atuam nos dias de festa. A segurança também é reforçada na orla do Planeta Boi, palco de festas alternativas durante o festival, para evitar acidentes. O aeroporto opera 24 horas e conta com a presença do Cindacta 4, controladores de voos, meteorologistas e técnicos operacionais. No período do festival operam as empresas Gol, Trip e Total, que estão com cerca de 200 voos programados.

Serviços A Eletrobrás investiu seis milhões no reforço de geração e distribuição de energia. Instalando novos grupos geradores para atender a demanda com 22 megas de energia com reserva de 8, que ficarão para a cidade após o festival. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto também planejou os trabalhos antecipados que a prefeitura desenvolve com a compra de um quadro de comando de R$ 11 mil, modernizando o sistema. À Coordenadoria da Vigilância em Saúde cabe a fiscalização no porto, aeroporto, pousadas, hotéis, motéis, matadouro, com atuação da vigilância ambiental. No aeroporto, para atender turistas, trabalham equipes com médicos, enfermeiros, ambulância e vacinadores da H1N1, distribuindo folders e orientando sobre DST/Aids. As aeronaves que chegam de Manaus e Belém são vistoriadas pela Anvisa. Nos hospitais Padre Colombo, Jofre Cohen e Bumbódromo estão de prontidão especialistas nas áreas de neurologia, ortopedia, traumatologia, cardiologia e outras. Para ação de combate e exploração sexual a Secretaria de Assistência Social distribuiu 72 pontos de referência e parceria da Secretaria Estadual de Assistência Social– Seas. A base de apoio funciona na Biblioteca Tonzinho Saunier e na Escola Aldair Kimura, com psicólogos e orientadores.

BUMBÁS LEVAM MULTIDÃO à PRAÇA A magia dos bumbás tomou conta da Ilha Tupinambarana no Dia dos Namorados, 12 de junho, no evento promovido pela Prefeitura de Parintins “O Encontro dos Bumbás”. A festa mobilizou as duas nações que coloriram as ruas da cidade com milhares de torcedores que vestiram azul e vermelho para brincar de boi. Os bumbás receberam toda a logística da prefeitura, que doou trios elétricos e repassou recursos às duas associações que desde cedo reuniram a galera. O prefeito Bi Garcia não escondeu a felicidade pelo sucesso alcançado do segundo ano do “Encontro dos Bumbás”, unindo duas nações na praça Digital, local que marca o início da civilização do povo parintinense. Bi disse que a festa foi promovida pela prefeitura com o apoio do governo do Estado, Ministério do Turismo e o senador Arthur Neto, que mais uma vez conseguiu R$ 1,1 milhão para os bumbás.

O vice-prefeito Messias Cursino disse que a Prefeitura semeou u m a semente que cresce para o f u t u ro. A festa ganhou o reconhecimento de visitantes e de empresários, que parabenizaram o prefeito pela iniciativa. O presidente da Fieam, Antonio Silva, que acompanhou o evento pela primeira vez, disse que investe hoje em Parintins porque Bi Garcia transformou a cidade fazendo crescer a economia com os bois Caprichoso e Garantido. Ele acredita que Parintins trilha pelos caminhos de uma cidade verdadeiramente turística. Para o empresário Braga Neto a festa da prefeitura pode ser considerada como uma festa de confraternização entre duas nações rivais, que se respeitam e mantêm acesa a chama de uma rivalidade saudável, demonstrando a evolução dos parintinenses.

O prefeito Bi Garcia brincou com os bumbás

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Fotomontagem de Frank Almeida sobre fotos de Augusto Nogeuira e Élcio Farias/Vídeo Park

FESTIVAL FOLCLÓRICO 2010

Caprichoso e Garantido apresentam seus temas Bumbás apostam na magia da Floresta Amazônica e na força dos sentimentos para arrebatar o título deste ano

E

m 2010, o Festival Folclórico de Parintins terá seu ápice, como em anos anteriores, com o embate colossal entre Caprichoso e Garantido. Durante as três noites do último final de semana de junho

Osmir Medeiros

(25, 26 e 27), para milhares de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com esse brinquedo de São João, nada mais importará a não ser a performance do seu boi predileto. O bumbá azul e branco tem “O Can-

to da Floresta” como tema. Para o bumbá vermelho-e-branco, o tema é “Paixão”. Conheça nas próximas páginas, nas palavras das comissões de artes das duas agremiações, os conceitos desses temas.


Fotos: Internet

C A P R I C H A N D O N A LO G Í S T I C A

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Fotomontagem de Frank Almeida sobre fotos de Augusto Nogeuira e Élcio Farias/Vídeo Park

CAPRICHOSO O CANTO DA FLORESTA Como expoente da cultura regional, o boi de Parintins encontra no folclore popular a forma prazerosa de exaltar a Amazônia, expressando entre a arte e a criatividade deste folguedo, um mundo fascinante de ritos e lendas, de cantorias e pajelanças, de crenças e danças que se misturam a uma sincronia multicor de cunhãs, guerreiros e vaqueiros. O boi Caprichoso com o tema O Canto da Floresta tem o propósito de fazer de suas apresentações um grande manifesto artístico-musical da vida amazônica, inspirado na magia de seus encantos e produzido na criatividade de sua gente, para fazer da toada um canto de amor em defesa da região, sublimado pela poesia de seus caboclos (1ª noite), pelo ritmo de suas tribos (2ª noite) e pela melodia de seus acordes naturais (3ª noite). Um canto ensaiado na alma parin­ tintin para expressar ao mundo um sentimento de quem, pela história ou pela arte, exalta sua cultura com a mesma determinação com que defende sua floresta. O boi Caprichoso vai levantar este canto. Quando a marujada rufar, mil vozes irão transformar a poesia

da toada em expressão popular de alegria. Braços erguidos irão sincronizar o ritmo da taba entre o lirismo da mata. É o momento de comunhão do homem com a natureza, emoldurado pela sensibilidade do poeta em meio à voz embevecida do trovador. É neste instante que se faz sentir a voz da floresta. O amor, a fé, a tradição, a devoção, a reverência à natureza renascem na poesia da toada para revelar o compromisso de uma gente simples que tem no folclore a arte de celebrar a vida. Os tambores, as flautas, os maracás, os chocalhos que embalam os ritos tribais clamam pelo sagrado direito de viver em paz em suas terras. O murmúrio do rio, o vento que assovia entre as árvores, o cantar dos pássaros, o rugir da onça pintada expressam nessa diversidade de sons uma súplica de preservação. Defender a floresta, valorizando a cultura de sua gente é o nosso cantar. O boi Caprichoso se apresenta, neste festival, decantando a vida amazônica, compartilhando com todos os brasileiros a alegria de brincar boi, entoando belas toadas para fazer desta festa um maravilhoso Canto da Floresta.

jorpam@interlins.com.br AMAZONAS FATOS & FOTOS

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LOGÍSTICA GARANTIDA

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Fotomontagem de Frank Almeida sobre fotos de Augusto Nogeuira e Élcio Farias/Vídeo Park

GARANTIDO “PAIXÃO” Trata-se de um conceito. Uma nova vereda que se abre. Um guardachuva cujas fibras, trançadas com signos estéticos de uma linguagem amazônica, abrigará os espetáculos concebidos para as três noites do festival folclórico de 2010. A cada noite o Garantido trará uma grande Paixão. Na primeira, “Paixão e tradição” apanha a força da herança nordestina que se matizou com o lendário amazônico na brincadeira de boi-bumbá, como ensina a tradição. Na segunda noite, “Paixão e vida” reverencia a Amazônia, a sabedoria e simplicidade da vida cabocla e sua harmonia com o meio ambiente. Na terceira noite, “Paixão e cultura popular” reafirma a importância da contribuição nordestina na transfiguração cultural pela qual passou a Amazônia. Durante 10 anos consecutivos erguemos a bandeira da preservação e do respeito ao bioma amazônico, envidando esforços para que a brincadeira de boi ecoasse pelo mundo, para que o Amazonas se tornasse in-

ternacionalmente reconhecido como o Estado que mais preservou o meio ambiente. Nossa contribuição está devidamente registrada na história. Além de persistir na defesa da biodiversidade amazônica, trabalhamos agora nossos espetáculos enfatizando toda paixão que a Amazônia exerce sobre os povos que nela vivem, paixão pela tradição e pela história desses povos que transformam em arte o seu cotidiano, num cenário natural, paradisíaco, fantástico e belo, onde prolifera o imaginário caboclo, num mergulho antropológico que evidencia o recôndito e inacessível berço dos povos da floresta. Onde residem, ainda intactos a mitologia e o lendário indígena, na construção de um folclore pulsante e comprometido com seu tempo.

jorpam@interlins.com.br


jandervieira@uol.com.br

Simplesmente romântico

O

casamento do Grupo Raman Neves de Comunicação com a Fábrica de Eventos mostrou porque é um enlace perfeito. Mostra do que falo, foi um sambódromo lotado, tribos de gente bonita, organização e decoração idem para celebrar o Dia dos Namorados. O show duplo de Bruno & Marrone e Jorge & Matheus foi impecável. Aliás, o lugar transpirou romantismo durante as apresentações dos artistas. Confira os confetes-com-flashes de JP Lima nos domínios do camarote sobrenomado da coluna.

O presidente do Grupo Raman Neves de Comunicação, Otavio, e sua Iara

Monike e Eduardo Schneider

Ana Beatriz e Elias Novoa

Jorge & Matheus

Karla Angélica e Paulinho De´Carli

Sammya Said

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Cláudia D´Almeida e Paula Soares

Michel Lacerda e Érica Martins

Luciana Bulbol e Felipe Coralini

Larissa Barreto, Karla Teixeira, Ivaneide Dias e Márcia Koga


Fabíola Gadelha e Bruno Amaral

Bruna e Bruno Belém

Racquel Braga e Neto Cidade

Suely Alexandre

As Adrianas: Cidade e Abrahão, alegria total

Michel Lacerda e Érica Martins

Fotos: Jander Viera

O diretor executivo do EM TEMPO, Gutemberg Alencar, e sua Hellen com Bete Dezembro e Daiana Pereira

Aida De´Carli

Bruno & Marrone

Naymê Oliveira, Marilza Mascarenhas, Silvia Rodrigues, Carol Pontes e Emaline Souza

Michele Gândara e José Moura Filho

Tunízia Nascimento, Ana Paula Perrone e seu Gustavo Picanço e Almir Jr.

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DUAS VOZES, DOIS DESTINOS Osmir Medeiros

Caprichoso e Garantido são como as águas dos rios Negro e Solimões: existem pelas mesmas razões, cumprem um só destino, estão lado a lado e coexistem em tenso equilíbrio, mas jamais vão se misturar nem deixar de viver em confronto. Nasceram para duelar, e esta rivalidade é a forçamotriz do espetáculo que encanta, emociona e impressiona m i l h a res de pessoas todos os anos. Em 2010, como nos anos anteriores, os dois bumbás travarão mais uma batalha titânica pelo título do Festival Folclórico de Parintins. Porém, nos dias 25, 26 e 27 de junho, o bumbódromo será palco de uma disputa à parte, envolvendo os cantores David Assayag e Robson Júnior, levantadores oficiais das toadas de Caprichoso e Garantido, respectivamente. David, após 15 anos como rei incontestável da nação vermelha, vestirá a cor azul. Robson, agora ídolo maior, iniciará sua própria saga. São grandes artistas, de belíssimas vozes. Haverá um vencedor?

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zenaldo@diarioam.com.br

aconteceu em manaus

Celebrando a vida com amigos

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colunista ficou emocionado com o carinho e a boa energia recebida de seus amigos e convidados na festa de aniversário, na última segunda-feira, no Morada Buffet. Bufê e serviço nota 10 de Cláudia Pio de Souza, som de Renier Ramos, iluminação de Fábio Souza Lima e concepção da festa de Alex Deneriaz. Eles formam um verdadeiro time de craques em eventos de sucesso.

Fotos: Barros William Rezende

Helena e Júlio Verne Ribeiro e Hebe Pereira

Gilce Jatahy

Rogério Pina e Carlinhos Cavalcante

A primeira-dama do Estado Nejmi Aziz e Glória Carrate

Adjuto e Diego Afonso

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Veranilde Cunha e Vera Figueira

Ana Paula Henriques

Márcia Martins

Abílio Nery, Marilena Perales e Rui Machado

Cláudia Pio de Souza e Janete Fernandes

Roberto e Ana Leitão

Ana Paula Montenegro e Eliane Schneider


aconteceu em manaus

Josy Tavares, Ana Gorette e Paulo Marinho

Graziela e Francisco Nogueira

Carmen e Ricardo Silva

Eduardo Brandão, Hildebrando Neto e Alex Deneriaz

Therezinha Freitas e Ana Simões Montenegro

Moramay Araújo e Jussara Pordeus

Atila e Denise Benjamin José Henrique e Socorro Coimbra

Cássio Borges, Fátima Loureiro e Hélio Marques

Menga Junqueira, Baby Rizzato e Lúcia Ramos

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maza@gelopeca.com.br

SOCIEDADE

“ARRAIÁ DAS EUROPA”

Alba e Jorge Loureiro

Ana Luiza Loureito Muniz

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Babu, Eliana e Xandy Loureiro Muniz

André e Jorinha Dutra, Andressa Oliveira, Vanessa e Marcelo Lima

Liége Queiroz, Graça Seráfico e Júlia Aguiar

Fotos: César Catingueira

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tradicionalíssimo arraial junino de Eliana e José Maria Muniz aconteceu na sexta-feira passada nos arredores da casa do casal, no Jardim Europa. A caprichosa Eliana transformou o quintal em uma vila espanhola, com direito a pracinha e uma enorme imagem do santo casamenteiro, o Antônio. Palco, banda de forró rachado e, gente! O setor gastronomia? Maravilhoso! Vale lembrar que Babu e Xandy Loureiro fazem parte do quesito, daí é só correr para o abraço! Viva as festas da Eliana e seu povo!!!


SOCIEDADE

Beth Braga e Lígia Caminha

Eduardo Loureiro e Albinha Assis

Lorena, Thales e Jaurícia Loureiro

Lilian e Vanessa Loureiro Fotos: Maza Lopes

Renato e Alessandra Mota Mariza Loureiro

Sérgio, Laura, Cleupe e Alberto Pimenta

Omar Gusmão e Samantha Soares

Martinha, Lucas e Beatriz Pinheiro

Yara Neves

Teka Guerreiro e Chloé Loureiro

Simone e Antonio Carlos Santoro mais Nicea Batista

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bynaldo@hotmail.com

vivendo parintiNs

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arintins social de A a Z fervilha com muitos ventos. Em clicks exclusivos, a coluna destaca personalidades que abrilhantam a badalada sociedade parintinense com o charme e o glamour de suas presenças.

Conceição Vieira e Raimundo Nonato

Hermes e Lana Pessoa

Valmir e Selma Nogueira

Braga Neto e família

Zâmia e Massilon Medeiros, Lins e Francy Monteiro

Emília e Zezinho Faria

Hilarina e José Walmir de Lima

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Alfredo e Joyce Vieira

Yanezza Figueiredo e Fábio Cardoso

Fotos: Naldo Rodrigues e Agência Vídeo Park

Prefeito Bi Garcia e Michele


vivendo parintiNs

Maura e Miciê Braga

Ricardo Viana e Bruno Azedo

Babá Tupinambá, Makoy Cardoso e Juarez Lima

Carmona Oliveira Mayra Cavalcante e Bruna Lobato

Maurício Filho e Maria Azedo

Ozinente e Helder de Jesus

Rocklane Carvalho e Everaldo Inomata

Danielle Hata Lucinho Kimura Rogério e Rosãngela Ozores

Naldo Rodrigues e Tatiane Barros

Telo Pinto

Solara Dias, Dilka Mara e Denise Rego

Tabajarara e Léia

Samantha Sampaio, João e Isabella Albuquerque

& FOTOS Tatiane eAMAZONAS Raissa FATOS Barros, Patrícia de Góes

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adriana_amazonascvb@hotmail.com

TURISMO NO AMAZONAS

DESEJO DE CRIANÇA

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ecentemente a Abeta divulgou uma pesquisa sobre o perfil do turista de aventura, suas característica, preferências, e sabe o que eles descobriram? Não? Nem eu!!! Pois, pasmem, senhoras e senhores com a resposta: Voltar a ser criança, pelo menos a maioria dos entrevistados. Já, em outra pesquisa realizada IMB (Instituto Marca Brasil), o que a maioria dos turistas de lazer quer é a experiência, vivenciar o local escolhido e participar inserido na comunidade. Europa Fantástica: conheça dez países em 15 dias! Já era, acabou. Nos dias de hoje ninguém mais quer visitar uma cidade passando apenas pela sua melhor atração, sem de fato conhecer o local, curtir os melhores lugares, provar a gastronomia. Novos tempos, novos pensamentos, novas necessidades e, principalmente, a necessidade de voltar ao passado. Sentir-se criança novamente, longe de problemas, preocupações, enfim, sentir-se livre. Dentro desse desejo podemos ler implicitamente que esse turista está buscando fuga do estresse, do trabalho, da rotina. Liberdade sem horário e compromissos, sem as responsabilidades do dia a dia. Paz e tranquilidade, união familiar ou somente marido e mulher, namoro. Pode também estar procurando se sociabilizar por intermédio de novas amizades, querendo aventura e excitação, desafios ao ar livre, conquistas ou, simplesmente, a sensação de descobrir novos lugares, culturas e estilo de vida. Enfim, alguma experiência que o remeta ao passado, à infância. Em suma, quando você se propõe

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a sair de férias sozinho ou com a família você é motivado por uma razão implícita que muitas vezes nem você mesmo tem consciência, mas ela está lá, conduzindo sua vontade e atiçando seus desejos. E aqui estamos nós, eu escrevi esse artigo e você decide se eu tenho razão ou não, e a primeira coisa que ocorre no seu pensamento, salvo as exceções que vivem para confirmar a regra, é em sol e praia, pois é o destino preferido dos brasileiros, e pode te remeter à vivência do passado. Quando a sua família passava as férias em Fortaleza ou no Rio de Janeiro. De minha parte, eu já marcava com

As crianças de hoje são um capítulo à parte, pelo menos as que vivem nos grandes centros, pois essas crianças são cada vez mais afastadas de atividades ao ar livre. as minhas amigas de nos encontrarmos depois das festas de final de ano no Posto 04, em Copacabana, e se nós nos aventurássemos até o posto 06 encontrávamos até as “inimigas, antigos afetos e desafetos”. E para o povo que ia para Fortaleza, a praia do Futuro e o Pirata ainda estão lá. Os tempos passaram, constituímos família, alçamos voos longínquos, conhecemos novos destinos, fomos à Disney mas, uma hora ou outra, pegamo-nos de volta a passar férias em algum lugar de nossa infância. As crianças de hoje são um capítulo à parte, pelo menos as que vivem nos grandes centros, pois essas crian-

ças são cada vez mais afastadas de atividades ao ar livre. Não vou me ater a comentar, visto que isso indica que no futuro essas mesmas crianças não terão memória afetiva de práticas ao ar livre, logo o turismo de aventura terá vida curta. Então, por favor, levem seus filhos para o parquinho e para qualquer sítio, fazenda ou cidade do interior... e brinquem com elas, pelo amor de Deus. Façam com que elas tenham memórias de infância saudáveis e ao ar livre. E, por último, apesar de buscar aventura, é mais que imprescindível obervar que o turista de lazer e ecoturismo quer segurança. Aliás, essa preocupação não é apenas do turista, é uma preocupação de qualquer cidadão, em especial o brasileiro, que paga seus impostos para ter um mínimo de retribuição por parte do Estado, principalmente no item segurança pública. Feita essa observação, convém lembrar que, não é porque o turista quer aventura que ele vai esquecer a segurança. Resumindo, somos guiados por nossos desejos muitas vezes inconscientes e muitos deles formados ainda na infância e adolescência, então tratem de cuidar bem de todas as crianças, proporcionando experiências ao ar livre para que o nosso turismo continue saudável por muitos séculos ainda.

Adriana Papa Administradora e diretora executiva da Amazonas Convention & Visitors Bureau.


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