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O PRESBITERIANO CONSERVADOR Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil Janeiro | Fevereiro | Março 2020

Ano LXXVII  | nos 11, 12 e 13

Guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa  |  Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina


EDITORIAL

Rev. Reginaldo Vieira Naves Pastor na IPC de Iraí de Minas

O apego doutrinário foi recurso apresentado na época para o êxito na batalha pela fé, o mesmo continua a ser defendido, ardorosamente, nos arraiais conservadores.

ATÉ QUE VOLTE O SENHOR! Na pastoral de 1965 o Reverendo Antonio Gonçalves de Oliveira ressalta que: “Vivendo pela doutrina, estaremos aptos a dar o nosso testemunho de batalhadores em um mundo cruel, que se desvia cada vez mais para longe do caminho de Deus”. Quando essa pastoral foi apresentada, a Igreja Presbiteriana Conservadora contava apenas com 15 anos na batalha pela fé em um mundo cruel, segundo a interpretação do saudoso Reverendo Antônio. Sem dúvida, o mundo continua desumano e a se desviar dos caminhos de Deus, tal qual por ocasião da referida pastoral. Assim como se esperava da igreja de então, um bom testemunho dos fiéis, o mesmo se espera dela na atualidade. O apego doutrinário foi recurso apresentado na época para o êxito na batalha pela fé, o mesmo continua a ser defendido, ardorosamente, nos arraiais conservadores. A presente edição conta, no mínimo com três artigos sobre os 80 anos da Denominação Conservadora; dentre os demais, encontram-se mais três de cunho doutrinário. Até mesmo nos alusivos às datas comemorativas, nota-se nas entrelinhas, as pegadas da igreja nas sendas conservadora. Lá se vão 80 anos nos Campos do Senhor a fazer jus aos ideais de seus fundadores que não hesitaram ao afirmar: “Não é nosso propósito provocar adesões. Nossa aspiração limita-se a encontrar, para nós, um lugar em que possamos ser úteis à causa de Cristo no Brasil, sem sacrifício de nossa tranquilidade espiritual e sem transigir quanto aos princípios que norteiam nossa posição doutrinária. Nosso número é limitado. Contentar-nos-emos, apesar disso, com o crescimento paulatino que corresponder aos frutos da nossa

pregação.” (Refletindo sobre os ideais de 1940 — João Alves dos Santos) Os ventos de doutrinas que emaranhavam as ideias do presbiterianismo independente do final dos anos 30 do século passado fez com que o cenário religioso confessional brasileiro visse surgir a Igreja Presbiteriana Conservadora. Em virtude dos ferrenhos embates entre o liberalismo e a ortodoxia, o zelo pela Sã Doutrina culminou na Denominação Conservadora. Despretensiosa, mas comprometida com a Palavra de Deus, a igreja surgente ergueu o seu estandarte no Brasil em 11 de fevereiro de 1940. Sem remoção dos marcos antigos, a Conservadora chega aos seus 80 anos, fiel ao seu compromisso de batalhar pela fé que, uma vez por toda, foi entregue aos santos. Mais uma vez vale recorrer ao artigo do Reverendo João Alves dos Santos sobre os “ideais de 1940”. De forma esclarecedora, o saudoso ministro afirma, categoricamente, que a alcunha conservadora só faz jus à igreja que se mantem fiel às Santas Escrituras. Enquanto esse estandarte for a divisa de nossa igreja, a batalha pela fé alimentará os seus ideais, como fora em 40, aos 80 e, querendo Deus será em todo tempo, até que volte o Senhor. Para que a Denominação continue a serviço do Reino é preciso que levemos a sério as palavras do Reverendo João Alves sobre a conduta da Igreja. “Para que pudessem continuar tendo vida cristã genuína e pregação fiel, nossos líderes do passado entenderam que precisavam ser conservadores. Daí, o nome que adotaram. Apego à doutrina foi a bandeira da Igreja, como denominação”. Que Deus nos ajude!

Uberlândia, MG

Batismo do Túlio Ricardo Borges de Jesus Foi com muita alegria e imenso prazer que no dia 31 de dezembro de 2019, a irmã Roberta Aryanne Borges de Jesus, após dar suficiente prova de arrependimento foi restaurada como membro da Igreja, que com ações de graças a Deus pela manifestação da Sua graça salvadora, alegrou-se jubilosamente pelo retorno da comunhão com o corpo de Cristo. Em ato contínuo, juntamente com seus pais, Cleidionor José de Jesus e Aldenice Borges Nascimento, apresentou ao batismo Túlio Ricardo Borges de Jesus. Nesta ocasião, foram relembrados os vários momentos difíceis que a Roberta passou durante toda a gestação. Agradecidos ao Poderoso Deus, pelo milagre da vida, a mãe e os avós maternos foram advertidos e exortados a darem ao Túlio todos os preciosos ensinamentos da Palavra de Deus, levá-lo à Igreja com assiduidade e orarem por ele e com ele com perseverança. A celebração contou com a presença dos familiares, irmãos e amigos. Que o novo membro da Igreja Presbiteriana Conservadora de Uberlândia, Túlio Ricardo seja um poderoso instrumento vivo de iluminação para todo o povo de Deus e principalmente para a sua estimada família. [Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes]

Itapetininga, SP Acampamento de carnaval (22 a 25 fevereiro)

Semana da Mulher (09 a 13 março)

Tema: Dons Espirituais (1 Coríntios 12:4)

Segunda-feira: "Bela aos olhos de Deus "( Rev. Claudinei)

Dons: Falar, servir e sinais

Terça-feira: "Ansiedade e Depressão" (Dra. Lívia)

Qual o propósito dos Dons Espirituais?

Quarta-feira: "Comer saudavelmente com prazer" Quinta-feira: "Floresça em graça e sabedoria" (Presb.Davi)

Domingo, dia 29 de dezembro de 2019, foi realizada a Posse do Rev. Claudinei na IPC de Itapetininga-SP. Nosso desejo e oração são de que o Senhor na sua infinita graça e bondade continue capacitando e fortalecendo nosso Rev. Claudinei.

O Presbiteriano Conservador Fundado em 18.02.1940 Fundadores: Rev. Bento Ferraz e Rev. Raphael Pages Camacho

Redator responsável Rev. Roney Pascoto Tel.: (19) 9.8115-6510 Revisão Geral Rev. Reginaldo Vieira Naves

Sexta-feira: "Aprendendo a se maquiar" (Jenni Make, Maissa Make e Larissa Theodoro com direito a sorteio. [Diego Cesar]

Capa Leandro (Tór) Diagramação Renata Dias de Souza Santos Assistente de Edição Rev. Heli Donizetti

Canal Aberto Envie sugestões, reclamações e matérias para: jornalipcb@gmail.com Importante! As matérias para o próximo jornal deverão ser entregues rigorosamente até o dia 30/06/2020.


HISTÓRICO

REV. SEBASTIÃO SALVADOR DA SILVA Rev. Sebastião Salvador da Silva, nasci em 20 de Julho de 1939, em Santa Juliana, no Estado de Minas Gerais. Passei ali minha infância. Morava na zona rural, mais ou menos 20 km da cidade. Sou filho do Senhor Manoel Garcês da Silva e de Dona Maria Abadia de Jesus. Sou o quinto filho de uma família de 12. Éramos muito pobres. Meu pai trabalhava muito para sustentar essa prole; o seu trabalho era da roça, e no período de estiagem trabalhava como carpinteiro. Em 1950 mudamos de Santa Juliana para Indianópolis uma pequena cidade do triângulo mineiro. Não muito distante da cidade de Uberlândia; e, havia ali um grupo escolar que levava o nome do primeiro prefeito: Nelson Soares de Oliveira. Eu pedi para meus pais deixarem-me estudar naquele grupo, sabendo que, iria fazer falta no trabalho da roça e na manutenção da família. Eu insisti até que deixaram, mas, havia um problema, eu não era registrado e não tínhamos dinheiro para pagar o cartório. Minha irmã trabalhava de doméstica e me emprestou Cr$ 15,00 para pagar o registro. Fui matriculado no primeiro ano B, pois, já sabia ler um pouco (muito pouco) e já assinava o nome. Nessa época eu já estava com 11 para 12 anos, por isso me promoveram para o segundo ano. Terminei o curso primário em 1954 e em todas as promoções anteriores obtive nota 10. Não foi possível continuar estudando porque não havia escola pública na região. Voltei para roça, de onde não havia saído, pois, nas horas vagas da escola e nas férias eu estava ali trabalhando com meu pai e meus irmãos. Éramos católicos, muito católicos. Nunca tínhamos ouvido falar de protestantes. Naquela cidade só havia uma igreja, a igreja católica. Fiz a primeira comunhão em 1951, posteriormente confessava e comungava todos os anos por ocasião da semana santa. Cresci assim. Na comunidade que eu morava me escolheram para rezar terços, pois, eu sabia ler, tinha um catecismo católico e, voz boa para tal. Fiz isso por muitos anos, ou seja, enquanto ali moramos. O primeiro contato que tive com os protestantes foi em 1958 quando assisti um dos aniversários do presbítero Benedito Naves Tito, de saudosa memória, porém não foi ali que ocorreu a minha conversão. Trabalhei de diarista para aquele senhor, e ele me falou muito do evangelho. Creio que ele plantou uma semente da Palavra de Deus em meu coração.

nheiro para comprar uma Bíblia; a mulher do vizinho comprou uma e ficou com medo do marido não aprovar a tal compra e, vendeu a Bíblia a prazo para meu pai. Foi nesta Bíblia que encontramos o chamado verdadeiro para a conversão. Eu trabalhava na roça durante o dia e à noite eu lecionava as primeiras letras para os filhos de um sitiante vizinho. Certa noite quando voltava desse trabalho eu parei perto de uma porteira e tomei a decisão por Cristo. Lembro-me desse lugar e daquela hora como os mais importantes da minha vida. O município de Goiatuba abriu um concurso para professores rurais. Eu passei no concurso e, em 1964 fui lecionar em uma escola bem distante de minha casa, fui transferido no fim do ano para outra região. Em 1966 comecei o curso normal que funcionava no período das férias no CTPL "Centro de Treinamento Para Professores Leigos" em Morrinhos-GO. Naquele mesmo ano fui nomeado pelo estado; passei então a ser um professor estadual. Em 1968 passando por Bom Jesus de Goiás encontrei uma das filhas do presbítero Benedito Naves que me convidou para os trabalhos na congregação que existia na fazenda de seu pai. Disse ela que naquele domingo estaria visitando a congregação um Pastor de Goiânia. Fui e encontrei lá o Rev. Casimiro Coelho Bomfim. Após a Escola Dominical eu estava no quintal da fazenda e o Rev. Casimiro procuro-me, não disse nada a princípio, apenas me olhou com aquele olhar penetrante e me perguntou: "Você quer ir para o Seminário?” eu disse que não. Ele me deu um cartão de visitas e disse-me: "Se você resolver, escreva-me". Esse cartão eu ainda o possuo. Esse encontro foi em março, em outubro eu escrevi, em dezembro nós nos encontramos, em fevereiro fiz profissão de fé e no dia 29 desse mês eu chegava ao Seminário. Sofri muito, mudança de cultura, costumes, alimentação, dificuldades em acompanhar o programa de ensino, porém venci tudo, e fiquei ali 7 anos.

Certo dia de 1963 passou em minha comunidade um colportor adventista; não tínhamos di-

Enquanto eu estudava trabalhei 5 anos na Igreja de Gopoúva, em Guarulhos e 1 ano na Sétima Igreja em Pirituba. Entrei no ministério, propriamente dito em 1976. O campo de trabalho era imenso, a igreja sede desse campo era em Anhuminhas, era uma igreja rural muito boa, uma congregação em Taquari e crentes espalhados por Birigui, Penápolis, Braúna e uma Congregação Presbiterial de Quirinópolis-GO. Fiquei ali 2 anos e fui transferido para a Primeira Igreja de Goiânia concomitantemente a Congregação Presbiterial de Brasília. Eu fiquei ali 2 anos e fui transferido para as Igrejas de São João da Mata-MG e Pádua Dias-MG.

▪▪ IPC de Santa Fé do Sul

▪▪ Família: Rev Sebastião Salvador, Sally (filha), Paulo André

Em 1962 mudamos para Goiás, "Sertão de Goiás". Naquela comunidade havia algumas famílias espíritas, porém não me influenciaram. Continuei católico.

(filho) e Dinamar (esposa)

▪▪ Formatura

Meu casamento ocorreu em 1976 com a Senhora Dinamar Freddi e tivemos 2 filhos. Essa esposa me acompanhou em todo meu ministério até hoje. Fiquei na igreja de São João da Mata por 2 anos e fui transferido para Palmares Paulista e a congregação de Guatapará. Fiquei nessa igreja por 4 anos e, voltei para São João da Mata, permaneci ali 3 anos e fui transferido para Campinas SP e continuei com o pastorado de Pádua Dias por mais 1 ano. No outro ano continuei em Campinas e pastoreando a igreja de Palmares Paulista até o fim daquele ano, quando fui transferido para a igreja de Bauru e Pedrinhas Paulista. Fiquei naquele campo 6 anos e fui transferido para a igreja de Birigui e continuei com a congregação de Pedrinhas por mais 3 anos. Nesse ínterim pastoreei a Igreja de Santa Fé do Sul pela Comissão Executiva do Presbitério. Fiquei no pastorado da Igreja de Birigui por 8 anos e me aposentei em 2005 por ocasião da Reunião do Presbitério em Muzambinho-MG. Passei um mês parado, e fui convidado pela Missão para pastorear a Igreja de Ouro Preto do Oeste em Rondônia, fiquei ali um ano e meio, e voltei fixando residência em Santa Fé do Sul. Voltei ao ministério ativo e pastoreei a igreja de Santa Fé do Sul por 4 anos juntamente com a congregação de Ilha Solteira. Em 2017 pastoreei a congregação de Ilha Solteira de tempo integral por um ano. Agora, com 81 anos de idade é natural que o corpo fique combalido, contudo, agradeço ao meu Deus de amor que me sustentou e sustenta até agora com uma mente lúcida e meu corpo de pé. Agradeço a Deus, às igrejas por onde passei, aos irmãos que a mim devotaram amizade e amor e à minha família, aos colegas que demonstram apreço e fraternidade, particularmente à Igreja de Iraí de Minas da qual fui membro e a Congregação de Bom Jesus de Goiás que juntas me ajudaram muito no tempo de seminário. Em Cristo Jesus, Sebastião Salvador da Silva.

▪▪ IPC de São João da Mata


ARTIGO

UMA ANÁLISE AUTORAL, HISTÓRICA, POLÍTICA, SOCIOANTROPOLÓGICA E PSÍQUICA DE PRIMEIRA PEDRO Parte 1 de 2

INTRODUÇÃO A primeira carta do Apóstolo Pedro chama-nos à reflexão daquilo que somos em Cristo Jesus. Somos eleitos de Deus, estamos neste mundo como peregrinos. O mundo, ou seja, o sistema que reina no mundo odeia a Igreja de Cristo e tudo o que ela representa. E como tal, persegue os santos. Quando Pedro escreveu sua primeira carta o Império Romano ainda não perseguia de forma oficial o cristianismo, entretanto, já havia discriminação por parte da população contra aqueles que viveram antes um tipo de vida desregrada e agora viviam de forma que agradavam a Deus. A carta fala sobre a perseverança que os santos devem ter, fala sobre o testemunho que os cristãos, apesar de tudo que lhes ocorrem, precisam dar. O entendimento correto de tudo o que acontece é algo vital para o povo de Deus. Desde a criação o Senhor Deus estabeleceu três mandatos para que o homem cumprisse. Com a entrada do pecado, o cumprimento se tornou difícil. Todavia, com a ajuda do Espírito Santo os salvos são capacitados a obedecerem. No que diz respeito à situação politica, socioantropológica e psíquica dos crentes é de suma importância que haja a percepção que a vida cristã nesta terra será uma vida de provas e lutas. O fato de que muitos cristãos não passam por algo semelhante ao que a Igreja no período apostólico e patrístico passou, acabou por gerar uma espécie de desassociação cognitiva entre o que as Escrituras dizem e a realidade que alguns cristãos vivem hoje em dia, ou seja, o fato de viverem em certo bem-estar e paz. Sobretudo quando leem nas Escrituras sobre o sofrimento cristão, todavia, vivem tranquilos. Obviamente não estou sendo contrário a esta bênção que o Senhor permitir que alguns santos tenham hoje em dia. Entretanto, se não tivermos cuidado, viveremos uma espécie de cristianismo “vida mansa” que não se prepara para o embate contra as trevas. Pois bem, tendo dito isto, vamos à análise.

1. Estudos históricos Há importância em identificarmos o autor da carta, seus destinatários? Local e data? Há importância em sabermos qual era a situação política? Antropológica, sociológica e psicológica dos cristãos? Sim! Um dos distanciamentos que o exegeta precisa transpor é o histórico. Se quisermos saber o impacto da mensagem e sua relevância para os santos daquele conturbado período, precisamos entrar neste túnel do tempo e ser um ouvinte original. É vital este transporte. Mais do que nunca a nossa Teologia Sistemática precisa ser extraída das Escrituras e não ser um mero discurso religioso baseado em alguma tradição seja ela qual for, pois muitas vezes tem sido fruto de uma leitura anacrônica. Eis a importância de uma saudável hermenêutica que leve em conta a abordagem triádica: História, Literatura e Teologia. O que propomos? Entrar neste túnel e dentro do possível compreender um pouco da situação política, antropológica, sociológica e psíquica dos santos a quem Pedro escreveu.

por Rev. Jaziel C. Cunha

1.1.  AUTORIA/ PERSPECTIVA ORTODOXA Pela simples observação da introdução do livro o autor se identifica. Todavia, há os que negam a obviedade. Qual a razão de fazerem isto? Se, como veremos, há evidências externas e internas. Penso que a razão de tais questionamentos reside na incredulidade para as devidas evidências. Partiremos do pressuposto que Pedro o apóstolo a quem também se autodenominou como presbítero é o autor da carta. Sobre o uso de tais evidências, há exegetas de renome que sustentam a opinião ortodoxa que defende a autoria Petrina. Kistemaker fazendo uso da evidência externa chega às seguintes conclusões: De acordo com o endereço, Pedro enviou esta epístola aos cristãos que eram “forasteiros no mundo, dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1.1). Esses nomes se referem a regiões que cobrem grande parte da Ásia Menor (Turquia, nos dias de hoje) e indicam que a carta foi lida em muitos lugares. Ela era conhecida nos primeiros séculos? Os pais da igreja afirmam que tinham conhecimento da epístola de Pedro. Por volta de 95 d.C., Clemente de Roma escreve uma carta 1 Clemente para a igreja de Corinto. Nela, oferece alguns paralelos com 1 Pedro. O primeiro exemplo encontra-se na saudação da epístola de Clemente, que tem semelhança notável com a da carta de Pedro: Àqueles chamados e santificados pela vontade de Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Graça e paz do Deus Todo-Poderoso vos sejam multiplicadas em Jesus Cristo. No grego, Pedro usa o mesmo vocabulário: chamados, santificados, graça e paz sejam multiplicadas (1.2). Em seguida, Clemente escreve: “Fixemos nosso olhar no Sangue de Cristo, e saibamos que é precioso ao seu Pai”.2 A alusão às palavras de Pedro “precioso sangue... o sangue de Cristo” (1.19) é inconfundível. Em terceiro lugar, o vocabulário de Clemente contém uma série de palavras que aparecem apenas nas epístolas de Pedro. E, por fim, duas das citações do Antigo Testamento (Pv 10.12; 3.34) em 1 Pedro também aparecem na carta de Clemente (4.8 e lClem. 49.5; 5.5; e lClem. 30.2). Na primeira metade do século II, Policarpo escreveu uma carta à igreja de Filipos. Essa carta tem várias citações de 1 Pedro, como por exemplo: “[Jesus Cristo] a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória” (1.3 e lPe 1.8). Mesmo que Policarpo não mencione o nome de Pedro, a fonte das citações é a epístola de Pedro. Mais para o final do século 2B (185 d.C.), Irineu não apenas cita 1 Pedro 1.8 como também introduz a citação com as palavras: “e Pedro diz em sua epístola”. No século seguinte, Clemente de Alexandria e Tertuliano citam a epístola de Pedro e fazem referência ao nome do apóstolo. O historiador da igreja, Eusébio, observa que Papias, que foi bispo na Ásia Menor (por volta de 125 d.C.), “usou citações da Primeira Epístola de João e, do mesmo modo, também da epístola de Pedro”. Em resumo, as evidências externas mostram que a igreja considerava essa epístola autêntica e apostólica. (KISTEMAKER, 2006. pags. 12-13) Outra metodologia é a evidência interna. Neste

tipo de evidência há uma análise na composição do discurso. Kistemaker faz a análise e chega as seguintes conclusões: As epístolas de Pedro testemunham que o apóstolo é o autor pois, na saudação, o escritor se identifica como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” (1.1). O autor também fala com autoridade e observa que é testemunha ocular do sofrimento de Jesus (5.1). Então, na segunda epístola, o autor declara: “Amados, esta é agora a segunda epístola que vos escrevo” (3.1). E, por fim, Pedro menciona Silas e Marcos e, assim, faz referência aos ajudantes apostólicos cujos nomes eram bem conhecidos na igreja primitiva (ver At 15.22,37; 12.12). Outra fonte de evidência intema é Atos, onde Lucas registrou alguns dos sermões de Pedro de forma resumida. Pedro pregou para a multidão reunida em Jerusalém para as comemorações do Pentecoste (At 2.1440), dirigiu-se ao povo que foi ao Pórtico de Salomão (At 3.11-26), falou diante do Sinédrio (At 4.9-12; 5.29-32), pregou na casa de Cornélio (At 10.34-43) e participou do concilio de Jerusalém (At 15.7-11). Os paralelos entre os sermões de Pedro e sua epístola são notáveis. E. G. Selwyn observa: “Poucos poderiam sugerir que os paralelos de ideias e frases entre os discursos e 1 Pedro são baseados numa leitura de S[ão] Lucas da Epístola”. As evidências, tanto externas quanto internas, apóiam a autoria apostólica de 1 Pedro. (KISTEMAKER, 2006. p. 13) Além de Kistemaker, temos também Carson, Moo e Morris que dizem também o seguinte: “A carta afirma ter sido escrita por Pedro, apóstolo de Jesus Cristo (1.1); o autor é um presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo (5.1)” (CARSON, MOO E MORRIS, 2004. p. 467). Temos também a posição de Gerhard Horster que diz: “A informação que a carta dá sobre si mesma é clara: Pedro, o apóstolo de Jesus Cristo, é o seu autor.” (HOSTER, 1996. p. 162). Utley diz: Evidência interna para o Apóstolo Pedro 1. Afirmada em 1.1 2. Alusões às palavras e experiências da vida de Jesus e os Doze (i.e. testemunha ocular de 5.1) a. Exemplos tirados de The First Epistle of St. Peter [A Primeira Epístola de São Pedro] de E. G. Selwyn, 1946 (1) 1.3 João 21.7 (2) 1.7-9 Lucas 22.31; Marcos 8.29 (3) 1.10-12 - Lucas 24.25ss; Atos 15.14ss (4) 3.15 Marcos 14.29,71 (5) 5.2 João 21.15ss b. Exemplos tirados de The First Epistle General of Peter [A Primeira Epístola Geral de Pedro] de Alan Stibb, 1971 (1) 1.16 Mt 5.48 (2) 1.17 Mt 22.16 (3) 1.18 Marcos 10.45 (4) 1.22 João 15.12 (5) 2.4 Mt 21.42ss (6) 2.19 Lucas 6.32; Mt 5.39 (7) 3.9 Mt 5.39 (8) 3.14 Mt 5.10 (9) 3.16 Mt 5.44; Lucas 6.28 (10) 3.20 Mt 24.37,38 (11) 4.11 Mt 5.16 (12) 4.13 Mt 5.10ss (13) 4.18 Mt 24.22 (14) 5.3 Mt 20.25 (15) 5.7 Mt 6.25ss 3. Palavras e frases similares aos sermões de Pedro em Atos a. 1.20 Atos 2.23 b. 2.7,8 Atos 4.10,11 c. 2.24 - Atos 5.30; 10.39 (esp. uso de xylon para cruz) d. 4.5 Atos 10.45 4. Comparações missionárias contemporâneas do primeiro século a. Silvano (Silas) 5.12 b. Marcos (João Marcos) 5.13 B. Evidência externa para o Apóstolo Pedro 1.


Aceita cedo e amplamente pela igreja primitiva a. Fraseologia similar, possivelmente citações da Letter to Corinthians [Carta aos Coríntios] de Clemente de Roma (95 A.D.) b. Fraseologia similar, possivelmente da Epistle of Barnabas [Epístola de Barnabé] (130 A.D.) c. Aludida por Papias, o Bispo de Hierópolis (140 A.D.) numa citação de Eusébio d. Citada por Policarpo em sua Epistle to the Philippians [Epístola aos Filipenses] 8.1, mas não menciona I Pedro de nome (ele morreu em 155 A.D.) e. Citada por Irineu (140-203 A.D.) f. Citada por Orígenes (185-253 A.D.). Orígenes acreditava que I Pe 5.13, onde Pedro chama Marcos “meu filho”, significa que ele escreveu o Evangelho de Pedro. g. Citada por Tertuliano (150-222 A.D.) (UTLEY, 2014. pags. 153-154) Apesar das evidências externas e internas há os que contrariando a obviedade da autoria, nega-a. Carson, Moo e Morris elenca os argumentos daqueles que se opõe a autoria Petrina. Eis os argumentos: Eles ressaltam o grego excelente, que acreditam não poder ter sido escrito por um homem “iletrado e inculto” (At 4.13) (...) o emprego da tradução Septuaginta do Antigo Testamento é inconsistente com um autor Galileu. (...) Afirma-se que a carta é por demais dependente da autoria paulina para poder ter sido escrita pelo apóstolo Pedro. (...) Não há nenhum indícios de conhecimento dos acontecimentos da vida de Jesus, o que teria sido natural numa carta escrita por Pedro(...) Há quatro trechos que se referem a perseguição ( 1.6; 3.13-17; 4.12-19; 5.9) e afirma-se que isso pressupõe uma perseguição como aquela sofrida sob Domociano de Trajano. Desconhecemos qualquer perseguição como essas durante a vida do apóstolo. (CARSON, MOO E MORRIS, 2004. p. 468-470) Passaremos a demonstrar como os estudiosos que não aceitam a autoria Petrina argumentam. E o que será percebido é que às vezes adotam um ou outro destes critérios que Carson, Moo e Moris levantaram. Pois bem, vejamos: Gabarrón diz “apesar dos dados sobre o autor presentes na carta, sua identificação com o apóstolo é controvertida.” (GABARRÓN, 2003. p 04). Feldmeier apoiando-se nestes argumentos levantados por Carson e os demais e adotando a ideia da pseudoepigrafia, identifica o período que a carta começou a ser questionada, ele diz: “apesar da clara identificação do autor, a autoria de Pedro é questionada desde o inicio do sec. XIX.” (FELDMEIER, 2009. p. 42) Bull chega a dizer o seguinte: “ A 1 Pd reivindica, no pré-escrito, ter sido redigida pelo apóstolo Pedro. Essa reivindicação também foi amplamente aceita na Igreja antiga. Toda uma série de indícios, contudo, indica que se trata de um escrito pseudoepígrafo” (BULL, 2009. p. 131). Bornkamm falando sobre a autoria da carta diz o seguinte: “O nome de Pedro aí é um pseudônimo, tendo sido a carta escrita durante o reinado de Domiciano (81-96 d.C)” (BORNKAMM, 2003. p. 137). Gnilka diz:

Em nossa pesquisa, partimos do pressuposto de que essa carta não pode mais remontar imediatamente a Pedro, mas foi elaborada fazendo-se apelo a seu nome, o que também implica situá-la anos depois de sua morte. (GNILKA, 2006. p. 197) Vimos que a questão da autoria tem sido negada por alguns e estes se baseiam ou em um ou em outros argumentos mencionados por Carson e os demais. Observem que a fala de tais exegetas se baseiam em critérios subjetivos. Ainda sobre a negação da autoria Petrina Hörster falando a respeito de Kümmel diz: Por isso, a primeira carta de Pedro é, sem dúvida, um escrito pseudônimo, mas a pseudonímia só é exercida no âmbito da carta, e mesmo aí, com muito cuidado. Ele considera essa carta uma obra de autor cristão desconhecido do primeiro século (90-95), que queria honrar o apóstolo Pedro e fazer uso da autoridade dele no cabeçalho da carta. Por que Kümmel rejeita o apóstolo Pedro como autor? Visto que no NT os apóstolos Pedro e João — ex-pescadores do lago Genesaré — foram considerados homens iletrados (At 4.13), e que essa carta foi escrita em linguagem de uma pessoa muito culta do mundo helenístico, seria impossível imaginar que Pedro tivesse essa capacidade literária. Além disso, a carta, em vários aspectos, teria inclinações para as posições do apóstolo Paulo, o que não seria de se esperar em virtude da tensão que havia entre os dois apóstolos (cf. Gl 2.12ss). Finalmente, argumenta Kümmel, não é possível perceber na carta que o autor acompanhou a Jesus por três anos pela Palestina. Também a situação de perseguição, anunciada por 1 Pedro, só teria ocorrido ao final do primeiro século sob Domiciano. (HOSTER, 1996. p. 162) Como fora dito antes, a posição adotada neste trabalho é que Pedro foi sim o autor da carta, pois cremos que os motivos que foram elencados contra a autoria são descabidos. Tendo dito isto, é necessário pesquisarmos um pouco sobre quem foi este Pedro que escreveu a carta que leva o seu nome. Quem foi este Pedro? Gnilka diz: Chamava-se Simão. O equivalente hebraico Schimon. Tinha, pois, o nome de um dos filhos de Jacó e patriarca de Israel (Gn 29.33). Com efeito, desde Aristófanes o nome Simão encontra-se também entre os gregos, onde é testemunhado em inscrições. Assim, é legitima a pergunta acerca de qual pano de fundo foi determinante para a denominação, se o judaico ou o grego. Provavelmente o judaico. Contudo, é preciso lembrar que seu irmão chamava-se André e tinha, portanto nome grego (Mc 1.16) Sem dúvida era judeu, proveniente de família judaica. Por ocasião do “incidente de Antioquia”, Paulo dirige-se a ele desta forma: “Se tu, sendo judeu” e prossegue, incluindo a si mesmo: “Somos judeus de nascimento e não pecadores da gentilidade” ( Gl 2. 14-15). Esse pano de fundo de aproximação à cultura grega torna compreensível por que Simão, mais tarde, como cristão, é mais aberto aos pagãos do que muitos de seus contemporâneos. (GNILKA, 2006. p. 23)

Onde ele nasceu e qual a causa desta informação ser tão importante para derrubar o argumento antipetrino que diz que Pedro não poderia escrever um texto tão profundo e eloquente? Ironicamente o argumento mencionado logo acima foi o de Gnilka que tem uma posição antipetrino. Depois de falar que Pedro tinha nascido em Betsaida baseado em João 1.44, faz as seguintes observações a respeito da cidade onde Pedro nascera: A população era miscigenada. Judeus e sírios viviam ali misturados. Quem havia crescido em Betsaida, terá não somente compreendido o grego, mas também se terá habituado à cultura grega mediante o comércio com estrangeiros. (GNILKA, 2006. p. 27) É curioso estas informações, pois desfazem o mito sobre a capacidade de Pedro falar e compreender o grego. Sobre a vocação de Pedro e como o Evangelho de Marcos 1.16-20 a registra, Gnilka fala em três traços, no presente trabalho irei mencionar o primeiro, ele diz o seguinte: Em primeiro lugar, trata-se da iniciativa autorizada de Jesus. Quando Ele caminhava junto “mar da galileia” seu olhar seletivo caiu sobre Simão e André. Seu apelo soa-lhe como uma ordem: “Vinde cá, segui-me!”. O próprio Jesus vai em busca de seus discípulos, e não o contrário. Enquanto no tirocínio rabínico o aluno escolhia seu mestre, certamente aquele de quem ele esperava aproveitar-se ao máximo, no discipulado de Jesus o Mestre vai ao encontro do discípulo. (GNILKA, 2006. p.39) Pedro responde o chamado de Jesus de forma incondicional, pois isto é a exigência do chamado, da mesma sorte, como Elias chamou a Eliseu e este deixou o seu trabalho e seguiu o profeta. Pedro deixa seu trabalho de pescador e se torna agora um pescador de homens. Fazendo uma síntese da vida deste apóstolo o site: a Bíblia.org traz as seguintes informações: O seu nome verdadeiro e original era Simão, que aparece às vezes como Simeão. (Atos 15,14; 2 Pedro 1,1). Ele era o filho de Jonas (Johannes) e nasceu em Betsaida (João 1,42, 44), uma cidade ao lado do Lago de Genesaré, posição de que não pode ser estabelecida com certeza, mas que normalmente se diz que fica no extremo norte do lago. O Apóstolo André era seu irmão, e o apóstolo Filipe veio da mesma cidade. Simão Pedro se estabeleceu em Cafarnaum, onde vivia com sua sogra (Mateus 8,14, Lucas 4,38). De acordo com Clemente de Alexandria Pedro era casado e tinha filhos (Stromata, III, VI, ed. Dindorf, II, 276). O mesmo escritor diz que de acordo com à tradição a mulher de Pedro sofreu o martírio (ibid., VII, xi ed. Cit., III, 306). (disponível em http://www.abiblia.org/ver.php?id=1546 acessado em 30 de outubro de 2019) Tendo considerado isto. Passemos agora a tecer algumas considerações sobre o local e a data numa perspectiva ortodoxa, todavia, também mencionando a perspectiva não ortodoxa.

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MEDITAÇÃO

Ministério Pastoral

O CHAMADO DE DEUS PARA UM HOMEM VIVER, SOFRER E MORRER PRAZEROSAMENTE POR AMOR A CRISTO E AO EVANGELHO

de Deus. E fazer a glória do Senhor ser conhecida em todo o mundo, por meio da fiel pregação do Evangelho revelado nas Sagradas Escrituras.

por Rev. Marco V. Ribeiro “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, desde que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” Atos 20:24

INTRODUÇÃO O ministério pastoral é um dom, uma dádiva de Deus concedida à sua igreja. Segundo Paulo, Deus ao dar o dom do pastorado visa ao “aperfeiçoamento dos santos”, “a edificação do corpo de Cristo”, “à unidade da fé”, ao “pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita maturidade cristã, a estatura, a semelhança de Cristo Jesus nosso Senhor”. A semelhança de Cristo é o alvo último e supremo do trabalho ministerial. A disposição do ministro de viver, sofrer e morrer prazerosamente do ministério tem como motivação o amor a Cristo e sua glória revela no santo Evangelho. Visa também livrar a igreja das falsas doutrinas, da artimanha de falsos mestres que querem conduzir crentes ao erro, promover o crescimento na verdade, no amor e naquele que é a cabeça, Cristo. Proporcionar à igreja de Cristo uma estrutura harmoniosa, que conduz ao devido funcionamento de cada parte, consolidar a verdade do evangelho de Cristo, e promover o amor e a unidade entre as ovelhas do rebanho

Para o bom desempenho desse nobre e sublime chamado, o ministro deve ser um homem desapegado de si mesmo, de honras, de reconhecimentos, de posições, de glórias, confortos, de dias tranquilos, e da própria vida, mas, precisa necessariamente ser um homem completamente tomado pela paixão da glória de Deus, movido por um profundo, intenso e crescente amor por Cristo Jesus e sua supremacia. O propósito deste artigo é provocar uma reflexão bíblica sobre a disposição de o ministro viver, sofrer e morrer prazerosamente por amor a Cristo e ao Evangelho da graça de Deus. Abordarei o assunto desenvolvendo sete tópicos que seguem: 1 – O Amor do Ministro por Cristo e o Trabalho Pastoral, 2 – O Fim último e principal do trabalho ministerial: a Glória de Deus, 3 – A Humildade do Pastor no desempenho do trabalho ministerial: Servindo a Cristo e a igreja com alegria e prazer, 4 – A Vida de oração do Pastor – Uma doce e agradável comunhão com Cristo, 5 – O trabalho ministerial e a centralidade do Evangelho de Deus: A Cruz de Cristo, 6 – O Ministério Pastoral e a Escritura Sagrada: o Estudo do Ministro, 7 – O Ministério e o poder de Deus na pregação: Prontos para a vida e para a morte em nome de Cristo. Por fim a aplicação e conclusão, onde procuro oferecer princípios bíblicos e práticos tanto para a igreja como para o ministro, buscando com isso conformar-nos à imagem de Cristo.

O AMOR DO MINISTRO POR CRISTO E O TRABALHO PASTORAL “A maior prova do nosso amor a Cristo é a obediência às leis de Cristo... O amor é a raiz; a obediência é o fruto”. (Matthew Heny).

“A medida de nosso amor pela igreja que pastoreamos pode ser em grande parte determinada pela frequência e intensidade de nossas orações em favor dela.” (R. Baxter). O Ministério Pastoral é um dom sublime, um chamado glorioso, uma vocação sobremodo excelente. Naturalmente, por sua elevada natureza, traz aos chamados e vocacionados, grande responsabilidade diante de Deus, a urgente necessidade de seu exercício para com o rebanho de Deus, a busca incansável pelas almas perdidas (os eleitos de Deus) e glorificação do nome de Deus. Contudo, o desempenho desse sublime mistério, não pode ser motivado por objetivos outros, se não pelo intenso, fervoroso e crescente amor por Cristo Jesus. É admirável lermos o conselho que Pedro dá aos Presbíteros sobre como pastorear o rebanho de Deus; ele escreveu: “Aos presbíteros que há entre vocês, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e, ainda, coparticipante da glória que há de ser revelada, peço que pastoreiem o rebanho de Deus que há entre vocês, não por obrigação, mas espontaneamente, como Deus quer; não por ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas sendo exemplos para o rebanho. E, quando o Supremo Pastor se manifestar, vocês receberão a coroa da glória, que nunca perde o seu brilho.” (1 Pedro 5:14). Mas, antes desse conselho admirável, Pedro precisou responder de coração a essas três perguntas de Jesus – “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?” Por três vezes Pedro respondeu que sim, Jesus então, por três vezes repetiu: apascenta, pastoreia, apascenta as minhas ovelhas. O amor de Pedro por Cristo foi a resposta para o seu bom pastoreio. Foi a chave mestra de seu ministério feliz e bem sucedido. Foi o que o capacitou a viver, sofrer e morrer prazerosamente em nome de Cristo. Pastores que amam a Cris-


to, assim como Pedro, são pastores alegres, que gostam do seu trabalho; não fazem por obrigação, por pressão, pela expectativa da igreja, por medo do fracasso ou da repreensão Deus. Mas o fazem por amor e cheios de alegria em Cristo. Há neles uma disposição interior, um impulso que vem alegremente de seu interior. Eles querem fazer o trabalho ministerial, isso é a sua alegria. Essa alegria ministerial se torna uma obrigação para pastores que amam a Cristo – um fardo leve e um jugo suave.

ele. É um homem que tem todo o seu ser entregue totalmente a Cristo, os seus pensamentos são exercitados no conhecimento de seu Senhor, as suas palavras destilam a sublimidade da pessoa de Cristo, a sua vontade é escrava de Cristo, suas emoções explodem na exaltação do Senhor Jesus: “Aquele que foi manifesto na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregados entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.”.

Não são motivados pela ganância ao dinheiro, mesmo que precise desse para sua manutenção e de sua família, mas o dinheiro não é a sua motivação, se assim o fora, sua alegria não seria Cristo, mas as coisas que o dinheiro poderá lhe dar, o tamanho de seu salário, o poder de compra, como se ouve muito hoje. Isso é ser mercenário. Mas ao contrário, o Pastor que ama a Cristo, ama o ministério, ama as ovelhas que lhes foram confiadas, e é movido e recompensado intrinsecamente ao ver a graça de Deus fluir através dele para os outros. Quando o gozo do ministro ao seu trabalho é motivado por uma disposição alegre no ministério, Cristo é honrado e o rebanho se sente amado por Deus.

Seu maior desejo é que a sabedoria e a vontade do Senhor Jesus o governem completamente. Para tanto, pastores assim, reúnem todas as suas forças, e convocam todos os seus recursos, dispõem todas as suas habilidades e depositam todo seu entendimento, toda a sua alma, todas as áreas de sua vida a servirem a Cristo como o seu único alvo legítimo. Para este pastor o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Pois, nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor (Rm 14.7,8).

O amar a Cristo mais do que qualquer outra coisa é o segredo do sucesso e do bom desempenho do ministério pastoral. O estudo, a oração e o cuidado do rebanho, são ações que fazem parte de seu ministério, prioritariamente a pregação fiel da Palavra de Deus. Contudo, se tais atividades forem realizadas apenas como obrigação, parafraseando as palavras do Apóstolo Paulo: “serão sem proveito, como bronze que soa ou como o címbalo que machuca os ouvidos”, “de nada adiantarão”.

PAULO, UM EXEMPLO DE AMOR A CRISTO “este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel. Pois eu mesmo vou mostrar a ele quanto deve sofrer pelo meu nome.” (Atos 9:15,16). “Um ávido defensor da graça soberana de Deus. Ele fora salvo pela graça soberana; fora instruído sobre a graça soberana; pregava a graça soberana; escreveu sobre a graça soberana; e viveu a graça soberana. Sua vida estava imersa na graça soberana.” (Steven J. Lawson). Paulo se destaca como um homem que foi completamente transformado por Deus e foi obediente ao seu chamado. Ele amava ao Senhor Jesus acima de todas as coisas e se dispôs completamente ao serviço e amor à causa do Evangelho. Sua vida é hoje um exemplo de fé, serviço e resiliência para todos os pastores dos dias atuais. Em sua carta aos filipenses encontramos a seguinte declaração: “Mas o que, para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo.” (Filipenses 3.7,8). Foi um homem completamente tomado pela paixão da glória de Cristo Jesus. Tinha consciência que a supremacia de Cristo é admirável, é muito admirável, é a mais admirável, é sempre admirável, é totalmente admirável. Paulo amava a Cristo, e seu amor era tão grande pelo Senhor, que ele estava pronto em toda e qualquer situação da vida a sofrer e a morrer pelo Senhor. Assim, como o apóstolo Paulo, o Pastor que ama a Cristo vive, sofre e está pronto a morrer por

Um homem dedicado a fazer a glória do Senhor Jesus conhecida em todo mundo “O alvo do trabalho pastoral: a glória de Deus. O centro do trabalho pastoral: a cruz de Cristo. A alegria do trabalho pastoral: a ressurreição de Cristo. O poder para o trabalho pastoral: o dom do Espírito Santo. A arma para o trabalho pastoral: toda a Palavra de Deus. O instrumento do trabalho pastoral: um homem queimando de amor por Cristo. O público do trabalho pastoral: O mundo.” “Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.”(1 Coríntios 10:31). Como resumir a vida e o ministério de um homem que ama ao Senhor Jesus? Este homem deseja primeiro e acima de qualquer a coisa, a glória do Senhor Jesus Cristo, e, portanto, ele se dedica intensamente, exclusivamente, exaustivamente, notoriamente a conhecer e reconhecer Cristo como seu único Senhor, seu Deus, seu Salvador e Rei, o bem maior da sua vida. Ele cultiva a sua mente e o seu coração no conhecimento de Cristo e no esplendor de sua glória revelada nas Escrituras e em toda a criação; glorifica-o em toda a sua vida e atividades ministeriais, crendo nele, confessando-o diante dos homens, louvando-o, defendendo sua verdade. Ele pensa em Cristo em todo o tempo, o tempo todo medita sobre Cristo, em suas palavras, em seus nomes, em suas obras, dia e noite, noite e dia, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza lembra-se de Cristo. Cristo é altamente apreciado por ele, honrado, adorado. O seu porto seguro, quer na vida, quer na morte, Cristo é a sua única esperança, alegria, deleite, comunhão e regozijo. Um homem que deseja ver o Reino de Cristo dominando sobre tudo e todos “Minha alma estava neste dia, de quando em quando, docemente posta em Deus: ansiei estar com ele para que pudesse contemplar sua glória. Ah, que o seu reino venha a este mundo; que eles possam todos amar e glorificar a Deus pelo que ele é em si mesmo e que o bendito Redentor possa ver sobre o labor de sua alma e ficar satisfeito. Ah, vem, Senhor Jesus, vem depressa! Amém.” (David Brainerd). É um homem que tem zelo pelo nome de Cristo, por isso, o invoca do mais alto céu, suplicando para que seu nome seja santificado em sua vida,

sua vontade seja feita nos céus e na terra, e que seu reino domine sobre tudo. Curva-se diante da majestade de Cristo, rendendo-lhe todo o louvor, adoração e agradecimento. Ao Senhor Jesus Cristo, ele dedica toda a obediência e submissão do homem todo; busca incansavelmente agradar ao Senhor Jesus em tudo, se entristece quando ele é ofendido, desprezado, zombado e não crido pelos homens. Anda com seu Senhor humildemente; sua vida destaca tanto Cristo, que tal ministro desaparece na luz gloriosa de seu Senhor. O pastor verdadeiro foi chamado e enviado à igreja de Cristo para edificar o reino de Deus nos corações de seu povo, manifestar, por meio da pregação fiel do evangelho, a obra salvadora de Deus, em Cristo, para todo o mundo. Por isso, o Pastor satura o seu coração, os corações de suas ovelhas, as suas pregações, os seus estudos, os seus ensinamentos, as suas palestras, os seus escritos, a sua evangelização da glória de Deus. E clama diariamente, continuamente até que toda a vida espiritual, toda a vida social, toda a cultura, todas as classes, todas as ruas, becos, vielas, todas as profissões sejam tomados de toda a glória de Deus. Por isso ele abre mão de todas as suas posses e de todos os seus planos, de toda a sua vida, pela realidade da expansão da glória de Deus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Amar a Cristo e glorificá-lo no ministério pastoral e em nossa vida é nosso dever. Contudo, devemos estar conscientes de que isso não é simples. Há uma forte inclinação em nosso coração que desperta outros sentimentos, que muitas vezes não correspondem à vontade de Deus e nem estão de acordo com os seus propósitos. Amar a Cristo sobre todas as coisas e desejar a sua glória como nosso alvo final implica ódio para com o pecado, medo de desagradar a Deus, esperança nas promessas de Deus, prazer e contentamento na comunhão com o Senhor, desejo pela revelação gloriosa e final do Filho de Deus, alegria extrema na redenção que ele efetuou por nós, tristeza e profunda contrição por falharmos no amor a Cristo e a sua glória, gratidão pelas muitas bênçãos imerecidas que nos foram dadas nele, zelo pelos propósitos de Deus, ter fome e sede de justiça. Nosso dever e maior prazer para com Deus é que todo o nosso ser se adeque apropriadamente à sua realidade e, assim, brilhe em nós a sua glória. Fé, amor, perseverança, santificação, esmero e grande diligência na vida cristã se farão necessários, pois, precisamos subjugar o velho homem que ainda temos que fazer morrer em nós a velha natureza que tenta promover em nossos corações a imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria. Mas nos revestirmos como eleitos de Deus, santos e amados, cheios de compaixão, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência. Segundo à imagem daquele que nos criou. Amado colega de ministério o que a igreja que você pastoreia está vendo em você? Cristo? Os seus esforços nos ministério são realizados por amor a Cristo e sua glória, ou tem outras razões particulares diferentes das de Cristo? Suas pregações exaltam a supremacia de Cristo, a sua sublimidade, a sua grandeza e glória? O que seus filhos e esposa veem em você no dia a dia de seu lar? Cristo? Seu anseio por ele é percebido por todos que estão ao seu redor? Cristo e somente Cristo tem tomado o centro de sua vida? Pensemos nisso, pois talvez a apatia da nossa igreja, seja por causa de uma imagem opaca de Cristo que temos passado para nosso rebanho.


A IGREJA FOI CONVOCADA POR DEUS (JUDAS 3, 4) Sermão pregado no Culto dos 80 anos da IPCB por Rev. Welerson Alves Duarte

INTRODUÇÃO Judas, o irmão de Jesus, escreveu esta carta com o objetivo de prevenir as igrejas contra os falsos mestres que já se infiltravam sutilmente nela. Muito embora seja esta carta uma das mais negligenciadas no NT, Judas traz uma importante contribuição à igreja cristã de todas as épocas. Entre outras coisas, Judas alerta sobre as consequências de se abandonar a verdade e convida a cerrar fileiras contra toda deturpação moral e doutrinária. Com base no texto lido queremos hoje falar a respeito do fato de que a Igreja foi convocada por Deus. Em primeiro lugar a Igreja foi Convocada para uma guerra. Não fomos chamados para o descanso, pelo menos não ainda, este virá na vinda de Cristo. Alguns parecem viver como em um resort ou spa. Estes buscam uma religião vida mansa. A igreja na terra é chamada de militante, está em um campo de batalha. O descanso virá naquela igreja que é chamada de triunfante, uma vez encerrado nosso tempo nesta terra haverá então descanso das fadigas provocadas por esta guerra de acordo com Apocalipse 14.3 Esta guerra não é travada com armas, violência ou perseguição. Não é uma luta contra a carne, contra pessoas, mas contra principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes, como nos diz Paulo em Efésios 6.12. Esta é uma guerra travada no campo das ideias, uma oposição através da pregação, do argumento; batalhar significa contender. Esta é uma guerra que se trava com ensino, exortação, admoestação e vida piedosa. Ela envolve o reconhecimento do erro, a clarificação da verdade, a refutação e repreensão de falsos mestres. Fica claro pelo texto que Judas considera essa batalha como parte integrante da vida cristã e não algo pontual. Batalhar significa esforçar-se sem qualquer distração para alcançar um alvo. Significa abnegação, a fim de transpor obstáculos, evitar perigos, e, se necessário, aceitar o martírio. O termo “batalhar” significa literalmente “agonizar”. Mas, pelo que se luta nessa guerra? A Igreja foi Convocada para uma guerra pela fé que foi dada de uma vez por todas. Esta guerra é pela fé, ou seja, pelo conjunto de crenças, de doutrinas reveladas no Evangelho, portanto é uma luta pela verdade. Deus dá, pela obra do Espírito Santo no pecador, a fé salvadora e esta envolve o reconhecimento dos seus pecados, o arrependimento e confissão dos mesmos e a fé na obra realizada por Cristo Jesus. Esta fé vem pelo ouvir da Palavra e esta Palavra é o conteúdo da fé. É por esta fé, o conteúdo revelado por Deus em sua Palavra que batalhamos. Estas verdades foram dadas por inspiração do Espírito Santo de uma vez por todas, ou seja, não há novas revelações, elas foram dadas de forma definitiva e dadas aos santos, ou seja, à igreja, ao corpo de Cristo. Estas verdades são constantemente atacadas. A pseudociência ataca a verdade da fé com teorias como o evolucionismo, o liberalismo teológico

ataca com a crítica ao texto bíblico como se este não fosse inspirado por Deus e inerrante. Nos últimos dias a verdade foi atacada de forma direta, já que indiretamente isto tem acontecido todos os anos, por escolas de samba vituperando a Cristo. Qual é o papel da igreja em meio a estes ataques? Rejeitar veementemente tudo o que não se enquadrar no padrão de fé que de uma vez por todas foi ensinado pelos Apóstolos. Uma das razões pelas quais a igreja evangélica brasileira tem sido invadida, minada, estragada e dividida por tantos ensinamentos estranhos ao evangelho de Cristo é o espírito da nossa época. O espírito de tolerância com o erro, o espírito pragmático, o desejo de ser relevante tem mundanizado a igreja e retirado dos púlpitos a combatividade necessária para exortar a igreja contra os males tanto doutrinários quanto práticos. Os fundadores de nossa denominação conseguiram enxergar este perigo tanto que tomaram este texto como sua divisa. Mas, qual é o grande problema em não se combater o erro? Isto nos leva ao ponto seguinte: A Igreja foi Convocada para uma guerra contra o pecado. O problema enfrentado pela comunidade a quem Judas escreve era um ensino corrompido a respeito da graça. Alguns homens, mestres itinerantes ou membros da igreja, se introduziram sorrateiramente, ou seja, fazendo-se passar por cristãos, tendo uma conduta e ensino que demonstravam iniquidade, pois entendiam que a graça de Deus lhes permitia entregar-se à liberdade sexual desenfreada. A graça, que significa o amor perdoador de Deus através do qual o pecador recebe liberdade para servir a Deus e expressar gratidão, era vista por eles como liberdade não para honrar a Deus mas para satisfazer suas paixões sexuais. Este comportamento nega na prática o senhorio de Cristo sobre suas vidas. Ao transformar o efeito da obra graciosa de Jesus em favor dos pecadores numa vida licenciosa e libertina, esses indivíduos acabavam por negar-lhe a soberania e o senhorio. Paulo diz o seguinte em Tito 1.16: No tocante a Deus, professam conhecê-lo, entretanto negam-no por suas obras, por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra. A verdade é que todo desvio da verdade bíblica redunda em prática pecaminosa. Judas como pastor e mestre observa o desenvolvimento de algo perigoso dentro da igreja. Sente que precisa alertar os membros para estarem preparados e fazerem oposição àqueles que se introduziram na comunidade cristã. Ele lhes lembra nos versículos seguintes que Deus trará juízo contra os que insistem em viver na prática do pecado. São citados os que saíram do Egito (5), os anjos caídos (6) e os habitantes de Sodoma e Gomorra e circunvizinhança (7). Da mesma forma que estes sofreram juízo os dissimulados dos dias de Judas também receberão o justo juízo de Deus (15).

Eles são chamados de sonhadores alucinados que rejeitam o governo e difamam as autoridades, de seguidores do caminho de Caim, do erro de Balaão e da revolta de Corá, entre outros. Concluimos dizendo que estamos há 80 anos, pela graça do Senhor e apenas por sua graça, batalhando pela fé. O Rev. João Alves dos Santos diz no livro A Questão Doutrinária que “O preço da pureza doutrinária, até onde ela pode ser alcançada e mantida, ainda é a eterna vigilância ou, como alguns a chamam, a eterna “intolerância”. Nossa igreja não pode abrir mão dela, se quiser continuar “conservadora”. Estamos prontos a batalhar pelas verdades reveladas nas Escrituras? Estamos prontos a manter nossos símbolos de fé e as práticas que nos identificam como denominação? Estamos prontos a não remover os marcos antigos? Encerramos citando as palavras do Rev. Edival José Vieira no início da pastoral de 1997: “continuamos na trilha de nossa denominação, no propósito de manter essa bandeira içada num lugar de destaque, testemunhando, dessa forma, que continuamos na batalha da fé que uma vez foi dada aos santos. Entendemos que essa bandeira não pode ser substituída e nem a nossa batalha pode mudar a sua ênfase. Não é tempo de mudarmos os marcos antigos (Pv 22:28), mas é tempo de firmarmos cada vez mais estes marcos (Is. 54:2); não é tempo de cavarmos novos poços à procura de uma nova água, mas é tempo de tirarmos os entulhos dos antigos e nos abeberarmos da antiga água (Gn 26:18,19); não é tempo de procurarmos novos caminhos para a Igreja, mas é tempo de permanecermos naquilo que aprendemos e de que fomos inteirados, sabendo de quem o temos aprendido (II Tm 3:14); não é tempo de mudanças de alicerces (Ef. 2:20; I Co 2:11), mas é tempo de construirmos sobre os alicerces antigos estabelecidos pela Palavra de Deus e considerados pelos fundadores da nossa Igreja, em 1940. A opção dos fundadores em 1940 não foi por mais uma nova denominação, mas foi por uma nova causa, boa, justa e necessária, no contexto religioso de então. Escolheram a carta de Judas como texto norteador desta causa, cujo moto é batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v. 3). Constatando que esta causa continua sendo boa, justa e necessária no atual contexto religioso em que vivemos, não há como desprezá-la. Perder de vista os princípios originais é entregar a nossa amada Igreja aos perigos das inovações, os quais têm ruído os alicerces de várias igrejas de linha Reformada. Temos um lema, temos uma marca denominacional, temos uma bandeira e isto não pode ser descaracterizado. Estes cinquenta e sete anos (agora 80) de batalha pela fé já foram suficientes para que todos nós tenhamos a certeza de que foi Deus quem levantou esta causa, e a tem sustentado até hoje e a tem usado como um instrumento de bênção na expansão de Seu Reino.” Fomos convocados para uma batalha pela fé e contra o pecado. Somos agentes do Reino. Sigamos firmes neste chamado. Deus nos abençoe. Amém.


NOTÍCIAS ENVIADAS PELAS IGREJAS

Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras. Departamento Missionário em Cambuí MG

Louvado seja o nosso Deus pela sua bondade em nossa Congregação Nesse ano queremos agradecer a Deus pelos Seus feitos em nossa Congregação. O Senhor sempre foi bondoso conosco, mas, esse ano em especial crescemos um pouco mais em graça e conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (1Pe 3:18). Grandes coisas fez o Senhor por nós por isso estamos alegres (Sl 126:3). No dia 27 de julho tivemos a primeira programação com as mulheres, que foi uma bênção! A nossa irmã Regiane Moreira Almeida nos trouxe uma reflexão no livro de Atos 12:9-19 onde aprendemos que devemos interceder uns pelos outros como a igreja primitiva intercedeu por Pedro quando estava preso. Porque o Senhor ouve as nossas orações e responde, da mesma forma que o Senhor livrou Pedro das algemas da prisão, livrou o nosso irmão e presbítero Gedeir Oliveira das algemas da doença que o acometia. Nesta reunião decidimos realizar mensalmente nossa programação e assim o Senhor nos agraciou e fizemos em agosto dois encontros: 1. uma tarde de oração quando oramos umas pelas outras e falamos do que o Senhor havia realizado em nossas vidas em resposta às nossas orações e 2. uma gincana sobre o livro de Judas, onde aprendemos juntas que devemos ter sabedoria, edificar a nossa fé em Cristo, orando sem cessar, andar no amor de Deus esperando a volta de Jesus, ajudando os que têm dúvidas, salvando-os do fogo, nos entristecendo e odiando as atitudes dos que desobedecem ao nosso Deus. Em outubro tivemos pela graça do nosso Senhor um estudo no livro de Rute, aprendemos que devemos deixar pai e mãe ao casarmos. A mulher deve ser decididas, persistentes, fieis a Deus e aos irmãos em Cristo, confiantes na Providência divina, não ser queixosas, ser trabalhadoras em casa e na obra, dispostas, frutíferas, aproveitar as oportunidades com discernimento, aceitar o Decreto de Deus para sua vida, conhecer a Vontade de Deus, saber discernir conselhos, ser corajosas, transparentes e falar a verdade. Em novembro tivemos um momento de comunhão e diversão. Fomos a um restaurante numa cidade vizinha onde saboreamos uma deliciosa pizza e trocamos presentes, foi muito divertido e agradável. Temos sido edificadas em nossas programações. Temos estudado as Escrituras Sagradas juntas, orado juntas, afinado nossa amizade. Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! (Sl 133:1). No dia 26/05 o Rev. Antônio Rodrigues de Lima veio pela primeira vez em nossa congregação nos ensinar na EBD e culto solene, louvado seja Deus pela Sua providência. No dia 14/07 o Rev. Antônio, acompanhado de sua esposa Lúcia, veio nos agraciar com instrução na EBD e culto solene. Engrandecido seja nosso Senhor pelo seu amor para com os Seus filhos. No dia 21/07 recebemos o Rev. Vitor de Paula e sua esposa Iza de Paula que veio nos edificar ensinando na EBD e ministrando a Palavra do Senhor no culto solene. No dia 08 de setembro recebemos a visita dos irmãos da Primeira Igreja de Guarulhos. O Rev. Sandoval Santos Magalhães acompanhado de sua esposa Regina e o conjunto de jovens Ebenézer nos abençoaram ricamente, na nossa EBD tivemos uma aula enriquecedora com o Pr. Sandoval. A irmã Regina, em nome da Primeira Igreja de Guarulhos, nos presenteou com 15 livros para iniciarmos a nossa biblioteca. À tarde todos os irmãos foram evangelizar a localidade próxima à nossa congregação, numa demonstração do amor e providência do nosso Senhor em nossas vidas. O culto solene ministrado pelo Pr. Sandoval foi muito edificante para todos nós com louvores entoados pelo conjunto Ebenézer e toda congregação, foi divino! Ainda em setembro no dia 22/09 o Rev. Antônio Rodrigues de Lima e sua esposa Lúcia vieram novamente nos prestigiar com estudo na Confissão de fé de Westminster, culto de ação de graças pela restauração da saúde do nosso presbítero Gedeir Oliveira e culto solene, a bondade do Senhor não tem fim. Também podemos ver a benevolência do Senhor na realização da primeira palestra sobre a família ministrada pelo Reverendo Flávio Antônio Alves da Costa com o tema: As Bases do Casamento. Os casais presentes foram fortalecidos no amor e na união com seu cônjuge e com Cristo. Compreendemos que: devemos deixar pai e mãe, ter compromisso, confiança, união e intimidade entre o casal, e que um completa o outro na vida conjugal. Estamos provando a bondade de Deus em nossas vidas (Sl 34:8) Em outubro fomos agraciados com a segunda palestra sobre a família ministrada pelo Seminarista Wanderley Bueno Camargo com o tema: O Papel do Marido no Casamento, aprendemos que o esposo deve amar incondicionalmente sua esposa, cuidando, protegendo e provendo as necessidades dela. Estamos edificando nosso casamento na Rocha (Mt 7:24). Em novembro o Senhor nos concedeu mais uma palestra sobre a família com o tema: Feminilidade e Submissão Feminina ministrada pelo Seminarista Michel da Silva Miranda, quando aprendemos o que é o movimento feminista e que esse movimento é totalmente contrário à Palavra do nosso Deus e que devemos nos afastar de qualquer ideologia do feminismo e que o marido é autoridade na vida de sua esposa e que devemos ser submissas a ele sempre. Que o Senhor continue nos edificando, nos fazendo crescer em graça e conhecimento de Sua Palavra. Ainda em novembro o Senhor nos levou ao culto de aniversário do Seminário Presbiteriano Conservador, uma bênção! Ficamos como quem sonha ao poder conhecer o local onde os nossos seminaristas aprendem a Palavra do nosso Deus. Quanta bondade do nosso Deus para com os seus eleitos. Para finalizar o nosso ano abençoado tivemos em dezembro no dia 20 a nossa confraternização numa pizzaria, onde pudemos estar reunidos em comunhão, fizemos amigo declarado, conversamos, nos alegramos no Senhor! Foi um ano abençoado por Deus. E agora a oportunidade de podermos compartilhar as bênçãos recebidas das mãos do nosso Senhor com os irmãos por meio do jornal da nossa denominação nos deixa ainda mais felizes e gratos pelo amor e providência de Deus e beneficência dos nossos irmãos dispensados à nossa congregação. Ao Reverendo Flávio que é nosso Pastor que tem nos edificado e cuidado de nós, aos seminaristas que se disponibilizaram a nos ensinar a Palavra do nosso Deus, aos pastores que nos visitaram e contribuíram com a nossa edificação, aos irmãos que nos visitaram e nos ajudaram em oração. Enfim estamos gratos! A nossa oração é que o Senhor continue abençoando a IPCB e que possamos crescer em graça, conhecimento e obediência a Deus. A Deus toda honra, toda glória e todo louvor!

Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia.

O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras. Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.

Salmos 145:8-10

Salmo 145.17


10 | O Presbiteriano Conservador | janeiro, fevereiro e março de 2020

Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome... Salmo 145.1

Sexta de São Paulo

Mais um ano que se finda e até aqui nos sustentou o Senhor! Dia 29 de dezembro de 2019 foi realizado o culto noturno para Honra e Glória de Deus que foi marcado com imensa gratidão a Deus pelos membros da 6ª IPC com a posse do Rev. Antônio Rodrigues Lima como pastor da nossa amada igreja para o ano de 2020. Na ocasião o Presbítero Marcos Poncidônio leu a carta onde foi dada a posse ao Pastor. Também tivemos, através do Rev. Antônio Rodrigues de Lima, a posse das diretorias das sociedades internas e dos professores da EBD. A igreja se coloca em posição de intercessão, a fim de que o nosso Deus, que domine e controle todas as coisas, nos favoreça, pois assim foi que a igreja primitiva agiu. Ao Rev. Antônio, rogamos a Deus que continue o abençoando ricamente com sabedoria, entendimento e humildade e que continue agindo com o costumeiro primor no seu ministério. Que Deus abençoe e guarde a sua vida assim como a vida de sua esposa Dona Lúcia e das meninas Letícia e Laura que muito o têm ajudado. A ti, DEUS, seja toda Honra, Glória e Louvor. Amém.

▪▪ Irmão Rinaldo R.Milito, irmão Guilherme

Poncidonio, irmão João Queiroz, irmã Natália Queiroz e Presbítero Cristiano C. Mendonça.

▪▪ Presbítero Roque A. Queiroz, irmã Lúcia R.

Lima, Irmã Lílian Poncidonio, irmã Andresa Carvalho e irmã Solange Poncidonio.

▪▪ Posse do Reverendo Antônio Rodrigues

Lima. Nas fotos com o Presbítero Marcos Poncidonio

Culto de Ação de Graças pelos 50 anos da IPC Palmares Paulista e 80 anos da IPCBs O Salmo 78.4 diz: “... contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.” Pela munificente graça de Deus, tivemos o imenso privilégio de reunir o povo amado do Senhor para celebrar os 50 anos de existência da IPC de Palmares Paulista e os 80 anos de nossa querida e amada denominação. Foi uma oportunidade para olharmos para os grandes feitos do Senhor ao longo da história, rendendo graças pela sua imensa bondade, e ainda, contar à nova geração os louvores do Senhor, seu poder e maravilhosos feitos. O culto de ação de graças aconteceu no dia 15/02, e contamos com a presença do Pb. Jurandir Alves dos Santos, como pregador da noite falando sobre a Igreja de Deus, coluna e baluarte da verdade. Nessa ocasião, tivemos a imensa alegria de apresentar à igreja o pequeno RAUL BIAGI, filho recém-chegado do casal Maithana da Silva Biagi e Jéter Biagi. Oramos por ele, e por sua família, pedindo que a boa mão do Senhor os conduza e abençoe concedendo graça e sabedoria. Foi uma noite memorável de cânticos, hinos, orações e, principalmente, pregação da Palavra do Senhor. Após o culto, tivemos uma maravilhosa exposição de fotos antigas que recontaram a história da trajetória de nossa igreja até aqui, das famílias que participaram da sua formação, dos vários pastores que por aqui passaram, e até mesmo, dos patriarcas e matriarcas que já partiram para o reino celestial, deixando a sua contribuição e muitas saudades em nossos corações. Como diz o Salmo 78, não podemos perder a oportunidade de contar à geração presente e futura os grandiosos feitos do Senhor, a fim de que nele coloquem a sua confiança. Parabéns IPC de Palmares Paulista pelos seus 50 anos. Parabéns IPCB pelos seus 80 anos. Que essa data se repitam por muitos e muitos anos, até o dia em que seremos reunidos com o Senhor da igreja. Soli Deo Gloria! [Rev. Ricardo de Souza Alves]

Limeira, SP

Gratidão pelos 80 anos da IPCB “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133.1) No dia nove de fevereiro, do corrente ano, os Presbiterianos Conservadores de Limeira experimentaram algo grandioso. Ambas as igrejas (IPC do Jd. Nova Itália e a IPC do Jd. Caieira) se uniram para oferecer a Deus, um Culto de Gratidão pelos 80 anos da nossa amada IPCB. Foi um dia edificante, de muita festa e que, sem dúvida, ficará na memória de todos nós. Pois como disse o rei Davi: “Como é bom e agradável ‘viverem’ unidos os irmãos!”. O local escolhido para o dia festivo foi o Templo do Jd. Nova Itália que esteve repleto de irmãos. Na ocasião pudemos, durante a EBD, ouvirmos o Rev. Márcio Willian Chaveiro, Pastor da IPC do Jd. Caieira, que com muita sabedoria e autoridade lecionou sobre “Os Perigos do Movimento Coaching” (movimento que tem influenciado muitos “cristãos”, em especial os de internet e os gananciosos). No culto litúrgico ouvimos o Rev. Roney Pascoto, pastor da IPC do Jd. Nova Itália, que expôs o texto Gálatas 1.6-9, sob o tema: “Em Defesa do Verdadeiro Evangelho”; a liturgia foi conduzida pelo Rev. Márcio. O louvor foi conduzido por membros das equipes de músicas de ambas as igrejas e contamos com a participação especial do Conjunto Êxodos. Foram momentos de grande alegria, comunhão, edificação, gratidão e louvor a Deus. Que graciosamente nos tem mantido a 80 anos fieis ao Evangelho de Cristo. Que assim sejamos mantidos para glória do nosso Senhor! Agradecemos aos Conselhos das duas igrejas e com eles a toda a sua membresia que não mediram esforços para que este culto fosse realizado. [Pr. Roney e Pr. Márcio]


janeiro, fevereiro e março de 2020 | O Presbiteriano Conservador | 11

Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável. Salm 145.3

Palmares Paulista, SP

Profissão de fé: Rebeca Biagi

No Evangelho de Mateus 10.32 diz: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Pela graça de Deus, no dia 29 de dezembro de 2019, tivemos a alegria de testemunhar a pública profissão de fé da nossa irmã Rebeca Biagi. A profissão de fé é a declaração pública de alguém que deseja viver dentro de uma aliança de vida, obediência e amor com o Criador. Essa aliança maravilhosa e bendita consiste na promessa de Deus em cuidar, proteger e abençoar, e nós, na qualidade de povo seu, prometemos pertencer a Ele, vivendo em obediência à sua Palavra, honrando e glorificando seu Santo nome. Nosso desejo e oração é que nossa irmã Rebeca continue crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus, a fim de proclamar as virtudes daquele que a chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Foi uma linda noite de louvor, adoração e comunhão. Que o Senhor nos conceda a graça de amá-lo, servi-lo e honrá-lo a todo o momento, e de ver muitos professando sua fé, seu amor e obediência ao nosso Deus, o único que é digno de adoração. [Rev. Ricardo de Souza Alves, Pastor da IPC de Palmares Paulista] Paranaguá, PR

Formatura

Gabriel Espíndola, há 19 anos Deus nos deu a responsabilidade de educar e criar você nos caminhos do Senhor. Até aqui Ele nos trouxe e sustentou. Filho, mantenha sua fé e confiança no Senhor, que Ele te ajudará a atingir todos os seus sonhos. Parabéns pela sua formatura em Técnica em Mecânica. Um abraço de seus pais Heverton e Márcia e de toda família Espíndola. [Heverton Espíndola]

Congresso da Confederação Feminina No dia 07 de setembro a Confederação Feminina promoveu seu congresso ordinário nas dependências da Igreja do Riacho Grande. O pregador foi o Rev. Givaldo de Jesus Santana, pastor da Congregação Presbiterial de Birigui. Neste congresso foi apresentado o livro com os Estatutos e modelos de documentos para as Sociedades Internas, Federações e Confederações. Os interessados podem solicitar à diretoria da Confederação. A nova diretoria ficou assim constituída: Márcia Helena Petravícius Bomfim, presidente; Enilza Lino dos Santos Batista, vice-presidente; Edna Silvana Vieira, primeira secretária; Jane Mari Correia Peres, segunda secretária; Sandra Regina Bueno Franco, tesoureira. Agradecemos ao Conselho da Igreja do Riacho Grande e à SAF local pela hospedagem e ao Rev. Givaldo por aceitar o convite para ser o nosso preletor. A Deus toda Glória. [Pela Confederação, Rev. Welerson Alves Duarte, Secretário executivo]

80 ANOS DA IPCB No dia 29 de fevereiro, nas dependências da 1ª Igreja de São Paulo foi celebrado um culto em ação de graças a Deus pelos 80 anos de fundação da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil. Na ocasião tivemos a participação do coral e orquestra do Presbitério de Guarulhos e foi pregador o Rev. Welerson Alves Duarte, presidente da Assembleia Geral. Ocuparam o púlpito além do pregador o Rev. José Paulo Brocco, pastor da igreja local e secretário permanente da Assembleia Geral, Rev Flavio Antônio Alves da Costa, presidente do Sínodo Sudeste e Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes, presidente do Sínodo Centro Oeste. Com a graça de Deus tivemos uma boa participação de irmãos de nossas igrejas da Grande São Paulo e de Igreja irmãs. Que o Senhor continue abençoando nossa Igreja, que seus membros sejam dedicados no serviço do Reino através da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil. [Rev. Welerson Alves Duarte, Presidente da AG da IPCB]

São Bernardo do Campo, SP

Batismo Infantil

No último dia 15 de dezembro a Igreja Presbiteriana Conservadora de São Bernardo do Campo ganhou dois grandes presentes. Tivemos a bênção dada pelo nosso Senhor de receber pelo batismo a pequena Clarice Franca Zoccatelli, filha dos nossos irmãos Diác. Alex Zoccatelli e Juliana Veira Franca Zoccatelli e a pequena Alice Bernardi Trofino filha dos nossos irmãos Marcos Santos da Silva e Elen Lopes Santos. Foi um dia de grande alegria para todos nós quando pudemos celebrar como família cristã a bênção de Deus sobre estas famílias e consequentemente sobre nossa igreja. Que Deus abençoe a Clarice e a Alice dando-lhes o desenvolvimento físico e espiritual, aos pais para que tenham condições de cumprir com os compromissos que assumiram por ocasião do batismo de suas filhas e a todos os que com elas conviverem para que sejam instrumentos de bênção na vida delas. A Igreja Presbiteriana Conservadora de São Bernardo do Campo se alegra com toda a família. [Rev. Welerson Alves Duarte] Cruzeiro do Sul, AC

Semana de oração

Em toda primeira semana de cada mês, nós da IPC de Cruzeiro do Sul, no vale do Juruá, nos reunimos para ler a Bíblia e orar. É um pequeno grupo que se reúne, mas vale muito, pois conhecer mais de Deus a cada dia é muito bom. Neste ano não vai ser diferente, nós encerramos fevereiro lendo 1ª João 1. Destacamos o versículo 3: "o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo." [Evang. Amarizio e sua esposa Maria Helena]


PALAVRA DO PRESIDENTE

UMA IGREJA EM BOA ORDEM CULTUA COM ORDEM E DECÊNCIA (Parte 3) I Coríntios 14.40

Rev. Welerson Alves Duarte Presidente da Assembleia Geral e Pastor da Igreja de São Bernardo do Campo em São Paulo

No último número do nosso jornal falamos sobre o lugar da música no culto e pudemos ver quão importante é escolher a música adequada com a letra adequada. Queremos destacar que o momento de cântico, chamado por alguns de momento de louvor (algo que empobrece em muito o significado da palavra “louvor”), não é o lugar adequado para as chamadas ministrações que acabam por criar uma liturgia paralela. Dando sequência às nossas considerações sobre o fato de que Uma Igreja em Boa Ordem Cultua com Ordem e Decência, trataremos neste texto a respeito do lugar dos sacramentos no culto.

Por fim, ao consagrar a Deus nossas ofertas demonstramos desprendimento dos bens materiais e disposição em investir no que é eterno. Em Gálatas 6.6-8 Paulo demonstra a diferença entre investir no que é temporário e investir no que é eterno.

1.5.  O Lugar dos Sacramentos no Culto Público

2.1.  O Culto como Entretenimento

Os sacramentos são elementos de adoração, são sinais e selos do pacto da graça, que solenemente envolvem os cristãos no serviço de Deus em Cristo de acordo com a Sua Palavra. Os sacramentos são dois, o batismo e a Ceia. O batismo é a admissão solene na Igreja visível administrado aos crentes adultos e aos filhos de pais crentes. A Ceia do Senhor sela os benefícios de Cristo aos verdadeiros crentes, nutre-os espiritualmente e permite que eles se envolvam e cumpram todos os deveres que devem a ele, e é um vínculo e penhor de sua comunhão com ele, e com a igreja. Os sacramentos incorporam em si mesmos todo o verdadeiro culto bíblico: são ordenados por Deus, cuidadosamente prescritos por Sua Palavra, e administrados de acordo com Seu mandamento. Se administrados de forma não bíblica tornam-se inválidos ou mesmo prejudiciais (1 Coríntios 11:29). Os sacramentos são solenes e santas ordenações para o benefício da Igreja; eles são celebrados no culto, são acompanhados pela Palavra e pela oração. Eles são administrados por aqueles que receberam autoridade para fazê-lo na Igreja. Os sacramentos são um meio de proclamarmos a fé em Deus, de sermos lembrados da aliança que Deus tem conosco, renovarmos os nossos compromissos de fidelidade e recebermos do Senhor as bênçãos prometidas aos seus participantes.

O culto como entretenimento é aquele que tem como objetivo fazer aquilo que agrada às pessoas fazendo com que voltem. Pesquisas indicam que cerca de 79% das pessoas declaram que seus maiores gastos estão na área do entretenimento. Isto mostra quão importante é para o homem moderno tal área. Sendo assim, nada melhor do que oferecer diversão às pessoas para que elas queiram voltar. No entanto, um culto assim, além de ser centrado no homem e não em Deus não permite a reflexão, meditação, confissão de pecados, etc.

1.6.  O Lugar dos Votos no Culto Público Os votos no culto normalmente se referem à ordenação de oficiais, porém há também um sentido em que a cerimônia de invocação da bênção matrimonial é um culto, ainda que não siga a liturgia do culto público, sua relação também é vertical. Nos votos assume-se um compromisso formal com Deus e sua igreja, no caso de ordenação de oficiais, e com Deus e o cônjuge, no caso da cerimônia matrimonial. Neste momento é preciso lembrar o que Salomão diz em Eclesiastes 5.5: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras”. Isto não quer dizer que a solução esteja em nunca fazer votos, mas em fazer aqueles que Deus nos chama a assumir e na Sua graça cumpri-los. A Confissão de Fé de Westminster diz no item III do capítulo XXII: “... É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa, que seja exigido pela autoridade legal”.1 Votos são uma importante e significativa parte da nossa adoração, pois através deles declaramos nosso compromisso de serviço fiel ao Reino.

1.7.  O Lugar das Ofertas no Culto Público

Notas: 1. Confissão de Fé, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 182 2. Johansson, C., Discipling Music Ministry. Peabody, Mass.: Hendrickson, 1992, p. 50 3. Reeder, H. L., A Revitalização da sua igreja segundo Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011, p. 120

Através das ofertas o povo de Deus primeiramente manifesta sua gratidão ao Senhor por sua providência ao suprir suas necessidades. Ao invés de atribuir à sua força e capacidades o suprimento das necessidades, reconhece-se que tudo que se tem vem da mão graciosa do Senhor. Em segundo lugar, com as ofertas reconhecemos que Deus é Senhor sobre as nossas vidas e, portanto, verdadeiro dono de tudo o que temos. Ao consagrar em adoração parte do que de Deus recebemos, declaramos que tudo o que temos pertence ao Senhor. Assim, ao ofertar não estamos dizendo que uma parte do que temos pertence ao Senhor e que a outra pertence a nós podendo assim fazer dela o que quiser, não, ao consagrar parte do que temos ao Senhor declaramos que aquela parte não será administrada por nós a serviço do Reino e que o restante administraremos de modo que Deus seja glorificado.

2.  TIPOS DE CULTO Para considerarmos sobre os diferentes tipos de culto contemporâneos tomaremos por base o encontrado no livro “A Revitalização da Igreja Segundo Deus” de Herry L. Reeder III.

2.2.  O Culto como Instrumento de Edificação Sobre este tipo de culto Calvin Johansson disse o seguinte: A autoindulgência individualista é geralmente demonstrada por membros descontentes que creem que não estão sendo “alimentados” no culto. O culto existe, dizem eles, “para me alimentar” – isto é, “para me agradar”. O prazer que sentem no culto torna-se o teste de sua validade. Porém, o adorador que está sempre calculando o que está “levando” do culto está perdendo a essência do culto: a adoração não é introvertida. Ela é extrovertida – damos a Deus quando celebramos seus atos. Essa é a essência do culto. Quando a gratificação pessoal é o objetivo do culto, o culto é invalidado. Sair do culto com a pergunta: “O que estou levando da igreja hoje?” é interpretar mal a natureza do culto.2 Se no modelo entretenimento o foco é geral, no edificação o foco são os crentes. Neste modelo, assim como no anterior, pensa-se muito pouco em glorificar a Deus porque o foco são as pessoas.

2.3.  O Culto Evangelístico Para alguns o foco do culto deve estar nos incrédulos, pois entendem que o principal propósito do culto é alcançar os incrédulos para Cristo. No entanto, o propósito principal do culto é a exaltação de Deus. Se Deus é de fato exaltado os crentes serão edificados e o evangelismo ocorrerá na medida em que os incrédulos virem que Deus está no meio do seu povo. Se o propósito maior da Igreja é a evangelização, o que ela fará no Novo Céu e Nova Terra? Diante disso parece ficar claro que o fim principal da Igreja é adorar ao Senhor.

2.4.  O Culto Executivo Planejar é muito bom e necessário. O grande problema é quando o planejamento ou a execução dele se torna um fim em si mesmo. Segundo Harry L. Reeder o culto executivo é aquele em que o culto se torna uma reunião de acionistas, com o pastor como presidente da assembleia e os presbíteros como o conselho de diretores.3 Este culto nada mais é do que o cumprimento de tarefas que precisarão constar no relatório no final do ano.

2.5.  O Culto Educativo Neste modelo de culto o objetivo primordial é ensinar. Aqui a única parte do culto que importa é a pregação. Claro que o ponto alto do culto é a pregação, porém todas as demais partes são importantes, inclusive contribuindo para que a pregação seja mais bem recebida e aplicada. O culto além de ter as partes que encontramos na Escritura precisa ter o propósito correto, ou seja, a glória do Senhor. Deus nos permitindo, no próximo número abordaremos a questão do dirigente do culto.


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