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O PRESBITERIANO CONSERVADOR Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil Abril | Maio | Junho 2019

Ano LXXVI  | nos 4, 5 e 6

Guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa  |  Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina

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EDITORIAL

Rev. Reginaldo Vieira Naves Pastor na IPC de Iraí de Minas

Deus fez tudo com entendimento! Tanto na obra criadora como na redentiva. Tudo foi feito com habilidade. Com propósito definido. Para o louvor de Sua Glória.

“Deus fez tudo com entendimento”

Entre anos 2005 e 2007 aconteceu a escolha das sete maravilhas do mundo moderno. Já se conhecia as sete do mundo antigo. Agora são quatorze. Quantas virão ainda? Como aconteceu, é de se concluir que o ser humano continuará usando a sua criatividade, não só para construir, mas também para eleger as melhores criações. Uma vez que a obra transcende à praticidade, vira arte. Schaeffer em seu livro sobre a arte e a Bíblia diz que “Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia”. Tomando doxologia como forma litúrgica destinada ao enaltecimento das grandezas de Deus, entende-se ainda, com mais clareza, a ênfase dada pelo Salmo 19.1 ao apresentar a Criação, não apenas prática, porém, capaz de arrebatar o ser humano ao contemplar a Obra de Deus em sua plenitude. Ainda no livro dos Salmos, o de número 136, o leitor depara com a expressão: “... porque a sua misericórdia dura para sempre...” na conclusão de cada versículo. Misericórdia esta, relacionada ao ser de Deus (bom), à criação (feita com entendimento), à redenção (tirou Israel), ao governo (conduziu seu povo), à compaixão (lembrou-se); em fim, as misericórdias que permeiam os feitos de Deus e, por se renovarem a cada manhã, preservam o seu povo de não ser consumido (Lamentações 3.22). O versículo 5 do mesmo salmo relata que Deus fez com “entendimento”, conforme a Versão Atualizada. Lê-se noutras versões “sabedoria”, “habilidade” como possíveis traduções, isto, ao invés de trazer dificuldades, dá ainda mais expressividade à Obra de Deus. O salmo 139. 14, “usa a expressão “assombrosamente maravilhosa” para descrever a maneira que o ser humano foi formado. Na verdade, tudo que Deus criou, foi chancelado por Ele como “...muito bom...” (Gênesis 1.31). A aprovação de Seus atos criadores não se viu à mercê

do poder de votos para receber selo de qualidade. O próprio Criador, em seu entendimento, fez tudo com um propósito. Por isso, o salmista não vê dificuldade em dizer que os luminares foram criados, porque as misericórdias Deus duram para sempre. Não raras, são as vezes que entendemos misericórdias de Deus ligadas apenas à solução de mazelas emocionais ou espirituais do ser humano, nos entanto, no salmo 136, o fato de Deus criar os Céus, a Terra e exercer o Seu governo sobre a Criação, deve ser compreendido à luz das misericórdias Divinas. O amanhã não acontece porque sempre acontece. Há sempre um propósito de Deus em evidência naquilo que acontece. O Salmista enfatiza que Deus é único que faz grandes maravilhas. No começo destas linhas, quatorze maravilhas feitas pelo ser humano foram referidas, sete da antiguidade e sete da Era Moderna. Com certeza, muitas outras receberiam o mesmo título se fosse realizada nova eleição para tal. Quem garante que daqui algum tempo outras sete maravilhas não serão escolhidas? Deus fez tudo com entendimento! Tanto na obra criadora como na redentiva. Tudo foi feito com habilidade. Com propósito definido. Para o louvor de Sua Glória. Porque a “...misericórdia dura para sempre”. O Reconhecimento por parte das gentes, no que tange às maravilhas criadas pelo ser humano deve ser cultivado, entretanto, o descaso das pessoas com respeito as Obras de Deus deve ser lamentado! Com base nas misericórdias de Deus e no entendimento e crença de que Deus fez, faz e sempre fará tudo com sentimento que convido você, amado (a) leitor (a) a desfrutar das maravilhas de Deus pontuadas nessa nova edição do nosso Jornal. Que o Senhor o abençoe ricamente na leitura deste!

Resoluções

Confederação de Jovens da IPCB São Bernardo do Campo, 18 de maio de 2019. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” I Coríntios 15: 58 Queridos irmãos, com os olhos firmes nas coisas que são eternas, iniciamos os trabalhos dessa diretoria e, alegremente lhes informamos as decisões tomadas no Congresso Administrativo, realizado no dia 20 de abril de 2019, e na reunião da diretoria realizada no dia 18 de maio de 2019: 1. DIVISAS •  Lema Permanente: “a batalhar pela fé” •  Versículo moto para o triênio: I Coríntios 15.58 •  Hino moto para o triênio: Nº 315 do HNC “Serviço do Crente” 2. DIRETORIA: •  Presidente: Virgínia Toni Duarte – Federação Piratininga Sudeste •  Vice-Presidente: Henrique Astorfi da Costa – Federação Paulistana •  1º Secretário: Deivide Fogaça Soares – Federação Bandeirante •  2º Secretário: Misael Pires Fernandes – Federação Centro Sul •  Tesoureira: Jessica Silva Garcia Mendes – Federação Oeste Paulista

O Presbiteriano Conservador Fundado em 18.02.1940 Fundadores: Rev. Bento Ferraz e Rev. Raphael Pages Camacho

3.  NOMEAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS: a.  Departamento Espiritual: Daniela Patrícia Santos Oliveira, Federação Piratininga Nordeste; b.  Departamento Social: Vinicio da Silva Santos, Federação Centro Sul; c.  Departamento de divulgação: Camilla Vieira de Aquino de Mio, Federação Paraná. 4. FINANÇAS Conforme Estatuto das Federações Cap. X, Art. 18, § 1º, as Federações deverão enviar à Confederação 50% de sua arrecadação proveniente das mensalidades das Sociedades Internas. Sendo assim, disponibilizamos os dados abaixo para depósito bancário. Banco Bradesco / Ag 2044 / C/P 100.03.01-6 Jessica Silva Garcia Favor enviar comprovante para o e-mail ou Whatsapp da tesoureira Jessica. 5. INFORMAÇÕES: •  Solicitamos às federações que nos enviem os dados de suas diretorias, com nome completo de cada membro, cargo e e-mail para contato; •  Solicitamos às federações que enviem seu planejamento anual para a diretoria da Confederação; •  Solicitamos às federações que não programem acampamentos no carnaval de 2021 (de 12 a 16 de fevereiro) e reservem a data em seus planejamentos, pois a Confede-

Redator responsável Rev. Roney Pascoto Tel.: (19) 3038-1547 Revisão Geral Rev. Reginaldo Vieira Naves

Diagramação Renata Dias de Souza Santos Impressão e Distribuição Silvamarts Gráfica e Editora

ração está se programando para realizar o Acampa Brasil 2021 nessa data. Colocamo-nos a disposição para qualquer esclarecimento, seja por e-mail ou por Whats App. Que Deus nos use e nos capacite a servi-Lo na Sua obra. No amor de Cristo, Deivide Fogaça Soares, 1º secretário. Contatos: •  Rev. Ricardo, Secretário Executivo. Email: ricardoipc@hotmail.com Whatsapp: (17) 99609-2625 •  Virgínia Duarte, Presidente. Email: vtoniduarte@uol.com.br Whatsapp: (11) 96579-6728 •  Henrique Astorfi, Vice-Presidente. Email: henriqueastorfi@gmail.com Whatsapp: (11) 99309-9112 •  Deivide Soares, 1º Secretário. Email: deivide1609@hotmail.com Whatsapp: (15) 98127-4820 •  Misael Fernandes, 2º Secretário. Email: misaelfp1993@hotmail.com Whatsapp: (34) 99904-2044 •  Jéssica Mendes, Tesoureira. Email: jessicasg91@hotmail.com Whatsapp: (18) 99795-9251

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ARTIGO

A Doutrina da Suficiência das Escrituras por Jonas Chaves da Silva

A doutrina reformada da suficiência das Escrituras ensina que a Palavra de Deus é completa e suficiente. Por esta razão, não há necessidade de acréscimos de qualquer natureza à Bíblia. Esta doutrina confere à Escritura o lugar de honra e autoridade que lhe é devido. Não só isto, mas ressalta a sabedoria e perfeição da revelação divina, uma vez que mostra que Deus revelou de maneira perfeita e completa a sua vontade. O Senhor não nos deu uma revelação parcial, incompleta ou fragmentada. Apesar de a doutrina ser óbvia, já que, sendo Deus perfeito em seu ser e em suas obras, a revelação jamais poderia ser incompleta, muitas são as doutrinas e práticas de determinados grupos pseudo-cristãos que a sacrificam. Pretendo, com este breve estudo, apresentar alguns destes grupos heréticos. Antes disso, irei mostrar o fundamento bíblico-teológico-histórico da doutrina. Desta forma, conhecendo os pilares desta doutrina escriturística e identificando as tendências modernas que prejudicam esta visão ortodoxa da Escritura, poderemos perceber quando a Igreja está, de alguma forma, anulando a suficiência da Palavra de Deus.

OS ALICERCES DA DOUTRINA DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS ▪▪ A DOUTRINA NA BÍBLIA A Bíblia é o nosso fundamento, portanto precisamos extrair dela o pressuposto que iremos defender. Podemos considerar o texto de Deuteronômio 4.2, que diz: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando”. O Senhor Deus estava dando instruções ao povo de Israel quando lhes deu esta ordem. E esta ordem é clara e específica: nada deveria ser acrescentado nem diminuído daquilo que ele havia revelado. Semelhantemente, no mesmo livro citado encontramos esta orientação: “Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás” (12.32). Neste caso o contexto é litúrgico. Estes dois textos são parecidos com o que encontramos em Apocalipse 22.19-20, que amaldiçoa aqueles que ousarem acrescentar ou diminuir palavras ao que foi escrito na profecia. Por estes textos podemos deduzir que a Palavra de Deus é suficiente, completa e perfeita, não precisando de acréscimo. Não sendo isto verdade, por qual razão haveria tanta proibição para se adicionar ou subtrair palavras daquilo que Deus tinha revelado? Isso só se explica com a ideia da suficiência da Escritura. Tudo o que Deus revelou é completo, suficiente. Nada precisa ser adicionado. A Bíblia, tal qual a temos em mãos hoje, “é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça...” (2ª Tm 3.16). Estes textos básicos bastam para se provar biblicamente a doutrina da suficiência da Escritura. ▪▪ A DOUTRINA NA HISTÓRIA A doutrina da suficiência da Escritura está amplamente presente no protestantismo histórico-ortodoxo. Estudando os escritos dos nossos antepassados a encontramos claramente. É importante analisar a doutrina historicamente; saber o que nossos irmãos do passado entenderam sobre certas doutrinas é importante para a nossa compreensão dela. Brian Schwertley diz que “desde os tempos dos apóstolos até hoje, a igreja tem crido que a Bíblia é completa, eficiente, suficiente, inerrante, infalível e autoritativa” [1] (grifo meu).

A 6ª seção do primeiro capítulo da Confissão de Fé de Westminster reza o seguinte: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comuns às nações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas” [2]. O ensino é claro. Tudo o que precisamos saber para nossa vida cristã está contido na Escritura. Obviamente nem tudo é igualmente claro. A confissão ensina que aquilo que não está claro pode ser estabelecido por dedução. O que se pode afirmar com certeza, com base em seu ensino, é que não existe nada além da Escritura que tenha peso compulsório sobre os cristãos.

SINAIS DO ABANDONO DA DOUTRINA DA SUFICIÊNCIA DA ESCRITURA Quando a apostasia começa a se manifestar na Igreja, é impossível não se identificar os sinais. Eles claramente apontam para o declínio da Escritura na vida desta. Isto tem sido uma característica do evangelicalismo moderno. Quando as Santas Escrituras não estão no centro da vida cristã, a Igreja padece, cai em um abismo sem fim. A “insuficiência” da Escritura é a tônica da maioria das ditas igrejas cristãs, sejam elas católicas romanas ou “evangélicas”. As duas principais formas de sacrifício à suficiência da Bíblia são a tradição e a crença nas novas revelações do Espírito. ▪▪ A TRADIÇÃO Esta é a marca da igreja romana. Para o catolicismo, a tradição tem peso equiparado com as Escrituras, de maneira que aquilo que é passado ao longo das gerações como ensino verdadeiro, é igualmente autoritativo para os homens, tanto quanto a Palavra. Esta forma de enxergar a tradição invalida a Palavra de Deus, além de torná-la incompleta, pois faz supor que algo é adicionado ao seu ensino. Teríamos uma revelação parcial da parte de Deus, e não poderíamos dizer que a Bíblia é um guia completo para a condução da vida cristã. Os reformadores rejeitaram com veemência esta concepção. Para eles, as Escrituras são a autoridade máxima, na verdade única, em matéria de fé. A Bíblia é a norma norman, à qual todas das demais normas estão submissas. Elas condenam com muita clareza possíveis acréscimos ao seu conteúdo, em textos já mencionados (Dt 4.2; 12.32; Ap 22.19-20). Existe, ainda, no caso do catolicismo, um agravante: as adições são, em muitos casos, acompanhadas de heresias. Algumas de suas doutrinas, que são ensinadas apenas em seus catecismos, encíclicas, bulas papais e outros documentos, não encontram qualquer amparo nas Escrituras. Doutrinas como a mariolatria, a transubstanciação, o purgatório, o limbus patrum e o limbus infantum, a missa, o papa, o celibato do clero e inúmeras outras estão em total desacordo com a Bíblia.

É digno de nota que o problema de uma tradição em pé de igualdade com a Escritura não é apenas propriedade da igreja papal. Muitos evangélicos, por adotarem um sistema rígido de vida, o qual não é também ensinado em parte alguma das Escrituras, caem nesse engano. Eles impõem sobre os seus seguidores uma série de restrições, e acabam usurpando o lugar da Palavra de Deus no direcionamento da vida cristã. Eles “atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens” (Mt 23.4). Nosso Senhor Jesus diz que aqueles que fazem estas coisas invalidam a Palavra de Deus por causa de suas tradições, e acrescenta que estes adoram a Deus em vão (Mt 15.6,9). ▪▪ AS NOVAS REVELAÇÕES DO ESPÍRITO Esta é a segunda perversão da doutrina da suficiência da Escritura. Por sua natureza “miraculosa”, ela tem alcançado grande popularidade, e diversos grupos outrora considerados conservadores, fechados, têm aderido a este movimento antibíblico. Segundo se alega nos círculos pentecostais e carismáticos (que defendem estas supostas revelações), o Espírito Santo continua a conceder dons revelacionais tal qual nos dias dos profetas da antiga aliança e nos dos apóstolos, na nova aliança. Estes dons possuem a mesma natureza que aqueles registrados nas Escrituras. De acordo com esta crença, estes dons devem permanecer na Igreja até a segunda vinda de Cristo. Esta doutrina entra em conflito com a Palavra de Deus. Ela pressupõe a possibilidade de acréscimos não autorizados ao seu sagrado conteúdo. Uma vez que nós dispomos de um cânon bíblico completo e perfeito, não há necessidade de novas revelações. Supondo uma revelação nos dias de hoje, qual seria o conteúdo desta revelação? Seria uma doutrina nova? Se o conteúdo desta revelação fosse contrário à Escritura, obviamente ela não poderia ser aceita. E se ele estivesse em acordo, não seria uma nova revelação, apenas uma exposição do que já está revelado – e isto os fieis ministros do evangelho já fazem. Nas palavras do Rev. Paulo Anglada, tratando da Sola Scriptura, “Se as novas revelações do Espírito ou as tradições humanas ensinam o que já é ensinado nas Escrituras, são desnecessárias; se vão além, devem ser rejeitadas” [3]. Não é apenas por inferência lógica que é possível refutar esta heresia, as Escrituras também não a apoiam. No ensino de Paulo, a Igreja está erigida sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, onde Cristo é a pedra principal (Ef 2.20). Não se pode pôr outro fundamento além do que já foi posto – Cristo (2ª Co 3.11). Todos os textos bíblicos que condenam os acréscimos à Palavra também são suficientes para se refutar a crença nas novas revelações. Além de tudo o que foi dito sobre este movimento, é preciso fazer referência aos resultados desastrosos a que este ensino tem conduzido. Destas experiências subjetivas têm surgido toda sorte de ensinos e práticas bizarras. Talvez o principal indicador disto seja o culto. Vários elementos nocivos a uma liturgia bíblica são introduzidos sem nenhuma autorização. As igrejas estão cheias de pessoas vazias. Não se cresce nem na graça nem tão pouco no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Podemos resumir que tanto as Escrituras quanto as nossas experiências (aquilo que temos visto diante de nós diariamente) atestam que esta doutrina, longe de glorificar a Deus, tem causado escândalo ao evangelho.


CONCLUSÃO Segundo ensinavam os reformadores, uma das marcas da verdadeira Igreja é a pregação fiel da Palavra de Deus. Quando não se tem esta compreensão, o resultado é danoso. A Igreja deixa de ser guiada pelas Escrituras e abre-se o caminho para o subjetivismo e para as inovações mundanas. A Reforma trouxe consigo o entendimento de que a Escritura, e somente a Escritura, deve nortear todas as áreas da vida do homem. Como já foi argumentado, a Bíblia é inspirada por Deus (2ª Tm 3.16), por isso ela é completa, perfeita e suficiente. Nada mais precisa ser acrescido. Deus não deixou faltar nenhum detalhe, nem foi pego de surpresa pelas circunstâncias para precisar conferir autoridade à tradição histórica da Igreja ou a supostas revelações do Espírito.

Hoje, o misticismo, o pragmatismo, o relativismo, o pietismo e o subjetivismo invadiram a Igreja. Estão assolando e devastando as comunidades cristãs, seus cultos, sua doutrina, sua vida. Uma das claras razões para esse caos é a descrença na suficiência da Escritura. Essas pessoas, na verdade, não têm fé suficiente para ficar com a Escritura somente, elas precisam de algo que a complemente. Nós, porém, como herdeiros do pensamento reformado que somos, não entendemos que a Escritura seja insuficiente ou incompleta. Cremos que o Senhor nos deu exatamente aquilo de que precisamos: a completa revelação de sua soberana vontade para as nossas vidas. Precisamos defender a suficiência da Escritura. Para isto, precisamos mostrar a sua natureza transformadora na vida das pessoas. Precisamos colocá-la em seu devido lugar, que é o púlpito.

Um grande sinal da negação desta doutrina em nossos dias é o “sumiço” da Escritura na pregação. Substitui-se o conteúdo bíblico por mensagens de autoajuda, discursos que mais se assemelham a palestras motivacionais do que a sermões. Recoloquemos a santa Escritura no seu lugar, é disto que precisamos. Sola Scriptura!

NOTAS [1] SCHWERTLEY, Brian. O Movimento Carismático e as Novas Revelações do Espírito. São Paulo: Os Puritanos, 2000, pág. 47. [2] HODGE, Alexander A. Confissão de Fé de Westminster Comentada. Traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Os Puritanos, 2013, pág. 64. [3] ANGLADA, Paulo Roberto Batista. Sola Scriptura – A Doutrina Reformada das Escrituras. Ananindeua: Knox Publicações, 2013, pág. 98.

Notas de falecimento Fábio Facundo dos Santos

Fábio Facundo dos Santos, membro da Igreja Presbiteriana Conservadora de Uberlândia/MG, foi chamado pelo Pai Celeste à Nova Jerusalém, Cidade Santa, Morada dos Justos, no dia 27 de novembro de 2018. O Salmo 116.15 assevera que: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos.” Que Deus vele por todos os seus familiares e sua ditosa esposa, a confortar seus contristados corações. [Enviado por Rev. Fred Mark]

Luís Paulo A HISTÓRIA DE UM GUERREIRO

“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial.” II Co 5:1-2 Quando eu estava no 5° mês de gestação soube que o coração do meu bebê, Luís Paulo, tinha uma má formação. Por isso fiz todo acompanhamento do nascimento em Ribeirão Preto, no hospital São Lucas - hospital do coração. O Luís nasceu com um problema chamado hipoplasia do coração esquerdo. O lado esquerdo do coração não desenvolveu. Ele nasceu bem, no dia 18 de outubro de 2017, com 50 cm e 3,680 kg. Um bebê saudável e forte. Mas após uma semana precisou passar pela primeira cirurgia no coração. Foi um momento de muita apreensão, mas graças a Deus, correu tudo bem. Mas após um tempo adquiriu uma infecção muito forte, depois sofreu um AVC e mais outra infecção. Também apresentou alguma dificuldade intestinal que o acompanhou durante sua vida. Por conta disso tudo, chegou em casa pela primeira vez exatamente ao completar 4 meses de nascido. Foram 4 longos e difíceis meses, mas de grande socorro de Deus. Enfrentamos muita dificuldade para ele ganhar peso. Em maio, o Luís precisou ser hospitalizado novamente por infecção intestinal, ficou internado uns dias em Guaxupé, mas voltou para UTI alguns dias depois, porque seu quadro agravou. Ficou 15 dias na UTI. Foi acompanhado por uma gastro que decidiu pelo uso contínuo da sonda, pois ele precisa ganhar peso para poder realizar a segunda cirurgia cardíaca. Em junho ele teve bronquiolite e por conta da gravidade de seu quadro clínico, seus pul-

mões, já enfraquecidos, pioraram ainda mais, levando-o novamente para a UTI. Dessa vez o seu quadro agravou bastante, prejudicando mais ainda o seu coração. Foi preciso o uso de oxigênio na recuperação dos pulmões e coração, a fim de que a cirurgia fosse realizada. Ao todo, foram sete internações, fazendo com que o Luís Paulo passasse 177 dias de sua vida internado. Mas a história do meu filho não é só de tristezas e derrotas, mas de muitas conquistas, vitórias, alegrias e pessoas que foram tocadas por Deus para nos ajudarem. Ele teve acompanhamento fonoaudiológico, fisioterapêutico. Agradecemos a Deus a vida da Daniely e da Marcela que cuidaram do meu filho como se fosse delas. Por causa do grande milagre de Deus e cuidado que ele recebeu, pudemos comemorar o seu primeiro aniversário. Foram dias muito especiais. Nossos amigos se reuniram e nos ajudaram a organizar sua festa. Uma festa pequena, com poucas pessoas e muitos cuidados, afinal o Luís Paulo não podia se contaminar. Foi um momento muito especial para nós como família. No dia 10 de novembro de 2018, meu pequeno foi batizado. O rev. Flávio esteve em Guaxupé. O culto de batismo foi em nossa casa mesmo, porque o Luís não podia ficar saindo de casa. Foi o dia de consagrá-lo ao Senhor Deus através do Batismo com a minha promessa de educá-lo nos caminhos de Deus. O Luís Paulo estava crescendo, esperto e muito carinhoso. Mas no dia 30 de janeiro de 2019 foi acometido por uma infecção de ouvido que evoluiu para infecção generalizada. E à 1h15 do dia 31 de janeiro, aprouve a Deus levar meu pequeno guerreiro. Uma dor que carrego comigo todos os dias. No entanto, tenho a gratidão por ter tido o privilégio de ter recebido esse presente do Senhor: cuidar de um bebê tão

especial que aproximou tantas pessoas especiais de mim. Jamais poderei agradecer às fisioterapeutas que estiveram comigo, a fonoaudióloga, a toda equipe da Unimed e do Hospital São Lucas, pessoas que foram a boa mão de Deus sobre nós. Agradeço a Deus pela vida do meu patrão e do escritório onde trabalho. Foram verdadeiros amigos e irmãos nesse período. Agradeço aos irmãos da IPC, aos pastores que se mobilizaram e mobilizaram suas igrejas para me ajudarem espiritualmente e financeiramente. Aos pastores, amigos, irmãos e família que estiveram comigo no dia do velório e àqueles que têm disponibilizado tempo para me visitar. À minha família que se mobilizou tantas vezes para me animar e socorrer. À minha mãe, que me acolheu no momento mais difícil da minha vida e me ajudou a cuidar do Luís Paulo. A minha dor é inenarrável, porém, maior é minha esperança pelo dia em que estaremos juntos de novo no Lar Celestial, promessa de Deus! Maranata! Maranata! [Enviado por Paula Roberta]


NOTÍCIAS ENVIADAS PELAS IGREJAS

Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Quinta de São Paulo, SP

Batizado Recebida pelo batismo no dia 05 de maio, a pequena Rafaela Varela de Almeida Bastos é filha do diácono Leonardo e de sua esposa Débora, e irmã caçula do Miguel. Rafaela nasceu em 27 de março de 2018 e integra o rol de membros menores da Quinta IPC de São Paulo, tendo por celebrante de seu batismo o Pr. André Costa da Silva. A Quinta IPC sente-se alegre com a existência da Rafaela e de tantos outros pequeninos que Deus tem nos mandado. [Enviado por Renata Lima dos Santos]

Salmos 90:1

Jubileu da Sétima IPC de São Paulo “Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres.” Salmos 126: 3 No dia 2 de fevereiro de 2019, sábado à noite, no templo da Sétima IPC de São Paulo, celebramos o culto pelos seus 50 anos de fundação. As dependências do templo estavam tomadas. Irmãos que há muito tempo não víamos estavam comemorando conosco esta data. Dando graças a Deus por este marco tão significativo. Trouxe-nos a palavra, o pastor Moysés Moreira Lopes. Ele dirigiu a igreja na época do lançamento dos fundamentos do templo atual. Tivemos também a agradável projeção de uma montagem com as muitas fotos dos membros do passado e do presente. Também nesta projeção houve a mensagem de pessoas, em especial, falando sobre a igreja. Ao final do culto no salão social; como toda a festa de aniversário pudemos saborear um lanche e o bolo maravilhosos amostra do já notável conhecidíssimo dom culinário, de nossas senhoras. Em verdade, foi “um banquete espiritual”, no qual Deus nos deliciou com manjar dos céus. Por isso damos graças a ele novamente, depois de tantas lutas e desafios vencidos. Agradecemos a Deus por esse jubileu e por suprir nossa igreja em tudo, dando-lhe vigor e beleza. [Eder Rodrigues da Silva]

Confederação de Mocidades Presbiteriana Conservadora

Primeira de Curitiba, PR

Evangelismo de rua No dia 18 de maio o departamento de missões da Primeira Igreja presbiteriana Conservadora de Curitiba realizou o “Evangelismo de Rua”, programação que visa divulgar o Evangelho de Cristo por meio da distribuição de folders com temas importantes para a sociedade. Dessa vez o tema abordado foi “Depressão”. Contamos com as orações dos irmãos para que esse trabalho seja frutífero para a glória de Cristo. [Departamento de Publicação da 1ª IPC de Curitiba-PR]

No dia 20 de abril de 2019 os representantes das Federações de Mocidades se reuniram em Congresso para reorganizar a Confederação de Mocidades Presbiteriana Conservadora, sendo realizado nas dependências do Seminário Presbiteriano Conservador. Além dos representantes das Federações estiveram presentes os secretários executivos das mesmas, o Secretário Executivo da Confe▪▪ Foto Oficial do Congresso da CMPC. deração e vários visitantes, entre eles o Diretor do Seminário, Rev. Djalma Franco, o presidente da Assembleia Geral, Rev. Welerson Alves Duarte e a presidente da Confederação Feminina, Débora Amaro Toni Duarte. Neste Congresso a Diretoria foi eleita e os livros de atas e relatórios das Federações foram examinados. O evento que transcorreu por todo o dia foi de fundamental importância para todos ali reunidos, pois cada um pôde apresentar as atividades realizadas nas Federações e em suas respectivas Sociedades Internas, bem como expor as suas expectativas referente aos próximos anos. Contudo, o que nos deixa mais motivados é o comprometimento que cada Federação assumiu em prestar os serviços ao Reino de Deus. Pedimos oração pela nova diretoria da Confederação, pelas nossas Federações de Mocidades, pelas nossas UMPCs e pelos jovens da IPCB. [Soli Deo Gloria. [Diretoria da CMPC]

▪▪ Diretoria eleita para o triênio: Presidente

Virgínia, Vice-Presidente Henrique, 1º Secretário Deivide, 2º Secretário Misael e Tesoureira Jéssica

▪▪ Secretário executivo da CMPC e

presidentes das UMPCs

▪▪ Secretários executivos


6 | O Presbiteriano Conservador | abril, maio e junho de 2019

Louvarei ao Senhor em todo o tempo... Salmos 34:1a

Antonina, PR

Culto em Agradecimento a Deus As Escrituras nos orientam a honrar e reconhecer, dentre nós, àqueles que têm prestados serviços a Cristo e a sua igreja, bem como, dado exemplos de fé e piedade. Por isso, no dia 23 de março os irmãos da Igreja Presbiteriana Conservadora de Antonina estiveram em festa em um culto de agradecimento a Deus pelas sócias honorárias da SAF Ercília Meira Gonçalves (95 anos) e Eli Gonçalves (87 anos). Na ocasião o reverendo Antônio Carlos, pastor da igreja local, pregou sob o tema: “Ajudeis essas irmãs que têm sido protetora de muitos”, baseado em Romanos 16.2, e o conjunto da igreja conduziu os irmãos em louvores a Deus pela sua imensa graça vista na vida de piedade dos seus eleitos. Agradecemos ao nosso Bendito Senhor pela vida das nossas queridas irmãs e pela oportunidade de festejarmos e nos regozijarmos diante Dele. [Rev. Antônio Carlos de S. Lima]

Cruzeiro do Sul, AC

Dia das mães No dia 12 de maio tivemos o privilégio de comemorar o dia das Mães. Foi celebrado um culto com mensagem falando sobre Provérbios 31, que fala da mulher virtuosa. Em seguida, tivemos as apresentações das crianças e adolescentes e um cântico entoado por Francisco Glauber. Ao final, um belo lanche oferecido às Mães e às demais pessoas. [Evag. Amarizio Teles de Menezes]

Aniversário da Igreja No dia 27 de abril a igreja Presbiteriana Conservadora de Antonina esteve em festa agradecendo a Deus pelos seus 76 anos de existência. Nosso Bondoso Deus concedeu a nossa comunidade essa graça de completar mais um ano de luta em defesa da fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos santos. Na ocasião, naquele culto memorável, estiveram presentes conosco irmãos da Primeira e da Segunda de Curitiba, de Pinhais e de Paranaguá formando um grande Coral, sob a regência do Reverendo Jubilado Iziquiel Mathias da Rocha. Na direção da liturgia estiveram presentes o Reverendo Antônio Carlos, o Reverendo Maurício Ferreira, e o Reverendo Ronaldo. O pregador da noite foi o Reverendo Josiel Carlos de Mio, pastor da Igreja de Pinhais, pregando sob o tema: O Verdadeiro Amor de Deus, baseado em Malaquias 1. Após a pregação foi realizada a ordenação do irmão Fábio Pires para o diaconato. Foi uma noite de grandes bênçãos, onde estivemos, como um só corpo, diante do Trono do Senhor nosso Deus, multiplicando as ações de graça, por meio do nosso Redentor Cristo Jesus. [Rev. Antônio Carlos de S. Lima]

Bauru, SP

Parabéns, SAF! Sábado 25 de maio, foi realizado um culto de Ação de graças para comemorarmos os 65 anos da nossa SAF. Compartilhamos essa alegria e vitória que DEUS nos deu com os irmãos e visitantes que estiveram presentes, abrilhantando ainda mais o nosso trabalho. O Pastor da Igreja Rev. Francis fez a parte espiritual, com uma menção bíblica em agradecimento a DEUS pelos anos de existência dessa SAF. Logo após, foi feito uma confraternização no salão Social, que foi decorado com a temática alusiva à data, assim como os parabéns e a degustação do Bolo por todos os presentes. [Maria Luiza Camargo, Dep. Social]

Palmares Paulista, SP

Bodas de Turquesa: Marta Stefen Turco e Paulo César Turco O casamento é, sem dúvida, a mais bela instituição humana criada por Deus. Não há nenhum vínculo humano mais forte e profundo do que aquele experimentado por um homem e uma mulher no casamento. Trata-se de uma união tão íntima e profunda que o autor de Gênesis declara que ao unirem-se o homem e a mulher, ambos se tornam uma só carne. Por isso, é correto afirmar que o casamento é uma união profunda, poderosa e indissolúvel. O casamento é algo tão singular que na epístola aos Efésios, Paulo o usa como exemplo para fazer referência à união entre Cristo e a igreja, e, não por poucas vezes, a igreja recebe o adjetivo de noiva de Cristo. Mas, para que o casamento seja efetivamente uma bênção é necessário que ele esteja alicerçado e edificado em princípios sólidos, sendo o maior deles a Palavra de Deus. No dia 30 de abril tivemos o privilégio de nos reunirmos para celebrar as Bodas de Turquesa dos nossos irmãos Paulo César Turco e Marta Stefen Turco. São dezoito anos de matrimônio dividindo o mesmo teto, a mesma história, os mesmos objetivos e compartilhando as mesmas bênçãos. Nessa ocasião, que contou com a presença dos irmãos de nossa querida igreja, além de vários amigos e familiares, tivemos o privilégio de ouvir a exposição do texto de Provérbios 30:18-19 falando sobre a singularidade e beleza de um casamento regido pela Palavra de Deus. Nosso desejo e oração são para que o Senhor, na sua infinita bondade e graça continue sustentando e fortalecendo a união desse querido e abençoado casal, bem como de seus filhos Paola Stefen Turco e Túlio Stefen Turco. E que o Senhor nos conceda a graça de comemorarmos muitas outras celebrações. [Rev. Ricardo de Souza Alves, Pastor da IPC de Palmares Paulista]


abril, maio e junho de 2019 | O Presbiteriano Conservador | 7

... o seu louvor estará continuamente na minha boca.

Salmos 34:1b

Jardim São Pedro, SP

Aniversário UAPC e projeto estações

Itapetininga, SP

No dia 06/04 de 2019 comemorou-se o segundo ano da união de adolescentes. Foi um momento de gratidão a Deus por 2 anos de comunhão e crescimento. Aconteceu no mesmo evento a abertura do “Projeto Estações”, visando a junção da igreja entre adolescentes, jovens e crianças. Na ocasião, a preletora Célia de Sousa direcionou sua fala às crianças. O Diácono Fernando falou os demais, enfatizando o outono, suas características, suas citações na Bíblia. Frisou ainda importância da Estação para nós. Por fim, discorreu sobre a nossa vida espiritual. Foi uma bênção. [Giovanni S. Da Silva]

▪▪ Acampamento 02/03 a 05/03 Tema:

Aniversário SAF

"Comunhão " I Coríntios 12.12

No ano de 1979 foi fundada a sociedade Auxiliadora feminina da IPC Jd. São Pedro, e no ano de 2019 comemorou-se os 40 anos de sua organização. Preletora e atuante na SAF, Sra. Ondina, trouxe reflexões alusivas à fundação da referida sociedade. Após as reflexões, seguiu-se um almoço magnífico em ação de graças pela comemoração. Até aqui Deus nos ajudou. [Giovanni S. Da Silva]

▪▪ Comemoração "Páscoa " 21/04 teve

Culto e Café da manhã.

Aniversário da Igreja No dia 26 de janeiro de 2019, a IPC Jd. São Pedro esteve em festa por mais um ano de vida que Deus lhe concedeu. Na ocasião, o pastor Flávio trouxe a reflexão no culto de ação de graças; foram entoados louvores a Deus. Após o culto houve uma social com os irmãos. Louvado seja Deus por mais um ano de vida concedido à igreja.

▪▪ Departamento Infantil 12/05

comemoração " Dias das Mães ", as crianças fizeram teatro tema: "jardim".

Chá da SAF A Feminilidade foi o tema abordado no mês de março no chá da SAF. A preletora Jasmine abordou o referido tema com as irmãs, destacando a importância de se trabalhar o do assunto. Foi uma benção. ▪▪ Departamento Infantil 30/03 Tema:

"Jesus, um caminho de luz" João 3.16

REDE DE CASAIS IBGI Atualmente vivemos uma crise em relação a visão cultural a respeito do casamento entre homem e mulher. Essa instituição divina tem sido atacada de várias formas e maneiras em nosso tempo e naturalmente a igreja sofre as consequências desses ataques, com casamentos enfraquecidos, em crise ou a beira do divórcio. Com a finalidade de contribuir para que os casamentos sejam fortalecidos em Cristo, o Instituto Bíblico Graça Irresistível (IBGI) criou uma Rede de Casais para promover encontros durante o ano. Realizamos no último dia 28 de junho o primeiro encontro com a participação de 33 casais, onde tivemos a palestra com base em Gênesis 1 e 2 pelo Reverendo Samy Anderson da Igreja Presbiteriana Fundamentalista em Limeira. Foram momentos agradáveis, edificantes, de comunhão e muita alegria! Teremos o pós encontro no mês de julho, e mais um encontro no segundo semestre. Esperamos que a cada encontro tenhamos mais participações e casamentos fortalecidos, pois casamentos fortalecidos promovem fortalecimento nas famílias e consequentemente nas igrejas. [Rev. Márcio Willian Chaveiro, pastor da IPC do Jardim Caieira e Diretor do IBGI]

▪▪ Aniversário da Igreja 73 anos 19/05

Rev. Ricardo Vasconcelos que celebrou culto em ação de graças, e depois teve confraternização.


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Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Mateus 22:37

Uberlândia, MG

Ordenação de Oficiais – Uberlândia/MG

Novos Membros

Paulo recomenda a Timóteo que pregue a Palavra, porque ela de fato é útil para a correção: "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2Tm 4.2). Em outro lugar, Paulo insiste com Tito para que repreen- ▪▪ Ordenação de Oficiais. Da esquerda para a direita: Presbítero Ozéias, Presbítero Israel, da os falsos mestres a fim de que Rev. Fred, Diácono Guilherme, Diácono eles tenham uma fé sadia: "PortanFrancinei, Rev. Reginaldo; Presbítero to, repreende-os severamente para Joaquim e Presbítero Saulo. que sejam sadios na fé”. (Tt 1.13). Judas escreveu com este propósito: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3). Foi neste contesto de recomendações e propósitos que realizamos no dia 05 de agosto de 2018 a or- ▪▪ Ordenação de Presbítero: Israel denação de novos oficiais para servirem ao Senhor Jesus na nossa Igreja em Uberlândia. Foi ordenado Presbítero, o irmão Israel Vieira Naves, que participou ativamente na iniciação da Igreja Presbiteriana Conservadora de Uberlândia, desde a sua construção em 1996, ele e toda a sua família. Ainda membro da nossa Igreja em Iraí de Minas/ MG, ajudou a liderar os mutirões das etapas de edificação das estruturas atuais da nossa Igreja. Na mesma cerimônia, foram ordenados ao diaconato: Francinei Aparecido da Silva e Guilherme de Oliveira Tavares. “O Senhor Jesus ▪▪ Ordenação de Diáconos: Francinei e Guilherme Cristo, como Rei e Cabeça de sua Igreja, foi servido que nela houvesse socorros”. Ao olharmos para o livro de Atos 6.1-6 vemos, que tendo crescido o número de discípulos, e havendo suscitado uma murmuração dos gregos contra os hebreus porque suas viúvas eram desprezadas no serviço diário, os doze, convocando a multidão dos discípulos, convidaram a que escolhessem dentre si sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de Sabedoria, a quem constituíssem sobre esse negócio. Diz a Escritura que este discurso agradou a toda a multidão e que, eleitos sete homens, foram estes apresentados aos apóstolos, que orando, lhes impuseram as mãos. Tal foi a origem do diaconato na Igreja Cristã. Em cumprimento a esta orientação bíblica, a cerimônia de ordenação e investidura para o ofício do diaconato dos irmãos ocorreu em um clima de muita alegria. Desejamos aos irmãos toda capacidade e disposição, para o exercício dos seus ofícios, tão importante no Reino e especificamente na Igreja do Senhor Jesus em Uberlândia. Que Deus os ajude! Os nossos agradecimentos ao Rev. Reginaldo Vieira Naves e ao Presbítero Joaquim Odilon Fernandes pela prestatividade de sempre. [Enviado por Rev. Fred Mark]

O dia 12 de agosto de 2018 foi uma data muito especial para a nossa Igreja. Os queridos irmãos Fábio Facundo dos Santos e Maria Abadia Borges dos Santos, foram recebidos como membros da Igreja após o batismo e a pública profissão de fé. O oficiante da cerimônia foi o Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes, auxiliado pelos Presbíte- ▪▪ Transferência: Roalie ros Saulo de Tarso Ribeiro dos Santos e Ozéias Henrique Fernandes. Nossos irmãos foram recebidos com muita alegria, pois a cada dia Deus nos dá prova de suas poderosas bênçãos para com sua Igreja. Nossos parabéns e a nossa oração para que o Espírito Santo ilumine ▪▪ Novos Membros: Batizado do Arthur nossos irmãos para que cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. No dia 30 de setembro de 2018, recebemos com júbilo no coração, por transferência da Igreja Batista Tradicional, a pedido, a irmã Rosalie Maria Boaventura de Araújo. Agradecemos ao nosso Deus que nos abençoou com a presença e o ▪▪ Batismo e Profissao de Fé: Fabio e Maria precioso trabalho da irmã em nosAbadia sa Igreja. Deus seja louvado!!! Foi com muita alegria e imenso prazer que no dia 31 de dezembro de 2018, o Arthur Teodoro Queiroz da Silva Santos foi apresentado para ser Batizado. Nesta ocasião, contamos com a presença dos familiares, irmãos e amigos. Oficializou a celebração o Rev. Fred Mark. Que o Arthur seja um instrumento vivo de iluminação para todo o povo de Deus. Que o Senhor Deus prepare sempre o seu caminho com as preciosas orientações da Sua Palavra e de sua família, Stephany Queiroz Nogueira (irmã), Eliana Maria Queiroz (mãe) e Matheus Henrique Queiroz Nogueira (irmão). [Enviado por Rev. Fred Mark]

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Salmos 103:1,2

Ordenação de Diácono na Jardim Caieira (Limeira, SP) A instituição do diaconato surge em função de uma necessidade social na igreja em Jerusalém que leva os apóstolos a propor que escolhessem 7 homens cheios do Espírito Santo, sabedoria e de boa reputação, para que servissem as mesas, pois as viúvas dos helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária (At 6. 1-7). Esses homens com seus dons exercidos criariam condições estruturais para os apóstolos desenvolverem o que foram chamados para fazerem, pregação e oração. Sendo assim, os diáconos servem a igreja no aspecto social dando aos pastores e presbíteros condições para exercerem adequadamente seus ofícios. Contudo, diácono não é apenas para essa função social ou ordem dentro do templo, mas podem e devem ser estudiosos da Palavra como foi Estevão, que se destacou como teólogo, apologeta ao ponto de ser o primeiro mártir da igreja cristã ao expor as Escrituras perante o Sinédrio em Jerusalém (At 7)! No dia 30/06 tivemos a grande alegria de ordenar ao diaconato o nosso irmão Leandro Gomes de Freitas, que após passar pelo período de prova como ordena a nossa Constituição e Ordem e a Escritura (1Tm 3.10), foi avaliado e aprovado pelo conselho da Igreja Presbiteriana Conservadora do Jardim Caieira. Louvamos a Deus pela vida de nosso irmão e rogamos que ele, juntamente com a mesa diaconal seja uma bênção no meio da igreja local, para a glória de Cristo e edificação do seu corpo! [Rev. Márcio Willian Chaveiro, Pastor da IPC do Jardim Caieira, Limeira]


abril, maio e junho de 2019 | O Presbiteriano Conservador | 9

O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança.

Salmos 25:14

Limeira, SP

Batismo de Infantil

2ª Amostra Bíblica

“Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência” (Gn 17.7) No dia 02 de junho a Igreja Presbiteriana de Limeira esteve em festa e imensamente grata a Deus em virtude de mais um dos seus maravilhosos atos para conosco. Além da alegria pela conclusão da primeira etapa da reforma do nosso templo, ficamos quase que quem sonha ao contemplarmos quatro casais consagrando seus filhos ao Senhor pelo batismo, a saber, os pais: Carlos e Vânia consagrando seu filho Davi; Pr. Roney e Léia consagrando sua filha Sofia; Pb. Adelson e Cristina consagrando sua filha Liz; Luiz e Fernanda consagrando seu filho Arthur. A cerimônia foi realizada pelos pastores Rev. Edival e Rev. Roney. Rogamos a Deus graça, piedade e sabedoria a esses pais para que a criação e a educação dessas crianças sejam para sua honra e glória. (IPC de Limeira – Conselho)

“O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez” (Sl 78.3) Na noite de 08 de junho, na Igreja Presbiteriana de Limeira, a Liga Juvenil realizou a Segunda Amostra Bíblica. Atividade foi totalmente conduzida pelas nossas crianças e adolescentes, que acompanhadas de seus pais e líderes da Liga (Juliana e Gil) mostraram criatividade e dedicação na criação de maquetes sobre diversas histórias bíblicas. Na ocasião, as maquetes foram expostas e seus criadores puderam explicá-las, contando assim o significado de cada uma. No final houve uma deliciosa confraternização e cada participante recebeu uma linda medalha! Que o Senhor continue abençoando nossa Liga Juvenil. (IPC de Limeira – Conselho)

Ações de Graças a Deus “Graças te rendemos, ó Deus; graças te rendemos, e invocamos o teu nome, e declaramos as tuas maravilhas” (Sl. 75.1) As palavras do salmista descrevem bem o sentimento que motivou a Igreja Presbiteriana Conservadora de Limeira a se reunir no dia 1º de junho para render graças a Deus pela conclusão da primeira etapa da reforma do seu templo. Foi um longo período se preparando para tamanho feito. Que ao contemplá-lo concluído não houve dúvida de que se não fosse pela graça do Senhor, nada do que foi, seria possível. Na ocasião festiva contamos com a presença de diversos irmãos e amigos, dentre eles o Rev. Edival José Vieira que nos trouxe a Palavra de Deus, que acompanhado da sua esposa e parte da família muito nos alegrou. Tivemos ainda a participação do Coral da Família Palma, do Conjunto Êxodo e conjunto formado pelas crianças da igreja local. Agradecemos imensamente ao nosso Senhor por tudo o que nos concedeu até aqui; agradecemos a todos que se dirigiram ao nosso templo para agradecer a Deus conosco; agradecemos a todos os irmãos que estiveram envolvidos nessa reforma, doando-se com trabalhos, ofertas, incentivos e orações. Que o nosso bom Deus abençoe ricamente a cada um! (IPC de Limeira – Conselho) Mais fotos da primeira etapa da reforma do templo Limeira, SP


REFLEXÃO

Quais os deveres dos Presbíteros? Reflexões sobre 1 Pedro 5. 1-4 Nestes versos, Pedro se dirige especificamente aos que têm responsabilidades especiais na Igreja. Barclay falando a respeito da função do cargo de ancião traz as seguintes considerações: “A função de ancião tem um pano de fundo judeu. Os judeus fazem remontar a origem da função de ancião aos dias em que os filhos de Israel estavam atravessando o deserto rumo à Terra Prometida.” (BARCLAY, data não informada, p. 150). Quais as funções que as Escrituras estabelecem nestes versos para os presbíteros? Lembrando sempre que o pastor da igreja também é um presbítero.

OS PRESBÍTEROS DEVEM PASTOREAR O REBANHO DE DEUS (VERSO 1-2 A) Pedro começa o verso reconhecendo que entre os santos havia presbíteros, isto é importante, pois já demonstra que na Igreja havia uma pluralidade de presbíteros, ou seja, um conselho. Se alguns atentassem para isto veriam que a ideia de não se ter presbíteros na igreja atenta contra a ordem estabelecida nas Escrituras. Pedro chama-os a responsabilidade. Kistemaker em seu comentário diz: Seguindo o exemplo dos presbíteros de Israel que governavam as sinagogas, os presbíteros na igreja primitiva serviam de liderança para as congregações (At 11.30; 21.18). Os apóstolos nomeavam presbíteros em todas as igrejas (At 14.23), e os ajudantes apostólicos eram instruídos a fazer o mesmo (Tt 1.5). Os apóstolos incumbiam os presbíteros de oferecer cuidado espiritual para os membros da igreja através do ensino e da pregação da Palavra; de guardar a pureza da fé cristã advertindo o povo de Deus sobre falsas doutrinas; e de promover a paz e a ordem dentro da igreja, servindo de exemplo através de seus próprios lares (vs. 1-4; At 20.28; Ef 4.11-13; lTm 5.17). Paulo dá a Timóteo e Tito uma lista de qualificações para os presbíteros (ver lTm 3.2-7; Tt 1.7-9). (KISTEMAKER, 2006, p. 254) Pedro usa um verbo parakalw/ “rogar, exortar, encorajar”. Presente do indicativo. Eles deveriam fazer isto de forma constante. Pedro se identifica como sumpresbu, t eroj kai. ma, r tuj “copresbítero e testemunha dos sofrimentos de Cristo”. Mueller em seu comentário diz o seguinte: Em primeiro lugar, ele é testemunha dos sofrimentos de Cristo. A palavra martys (testemunha) pode significar duas coisas aqui: a) testemunha no sentido de alguém que esteve presente a um acontecimento, podendo assim testemunhar dele (uma testemunha ocular). No caso de Pedro, pode-se dizer que ele testemunhou, nesse sentido, a paixão histórica de Cristo, que é do que se fala aqui. b) testemunha no sentido de alguém que fala de uma coisa, que dá testemunho dela diante de outros (um mártir é alguém que morre pelo testemunho que dá); nesse sentido, o termo não implicaria em participação histórica no evento. O mais natural aqui parece ser que Pedro está dizendo que presenciou a paixão de Cristo, dando agora testemunho da forma como Ele sofreu e da reação

por Rev. Jaziel Campina Cunha

que teve, que tanto impressiona (cf. a descrição em 2.21-25). ( MUELLER,1991, p. 254) Pedro foi testemunha dos sofrimentos de Cristo. Além disto, Pedro também diz que é “koinwno, j \ ” parceiro, companheiro com eles da Glória que está sendo revelada. “mellou,shj avpokalu,ptesqai” (particípio presente ativo+ infinitivo presente passivo) Importante fazer menção da relação que Pedro faz. Pedro se identifica com eles, o próprio Pedro também sofria perseguição. Pedro no verso 13 do cap. 4 disse que na revelação da glória de Cristo eles estariam alegres, exultando. O cristão precisa entender isto: Sofrer por Cristo é ser coparticipante dos sofrimentos de Cristo e todo aquele que é identificado desta forma participa da glória que está e continuará sendo revelada até que chegue a sua forma plena. Pedro nos versos posteriores dá uma série de explicações sobre o trabalho dos presbíteros na Casa de Deus. O primeiro a ser considerado é o de pastorear. Nestes versos é necessário observarmos algumas conclusões: A igreja é governada por uma pluralidade de presbíteros (conselho). Esta pluralidade de presbíteros é quem pastoreia a Igreja de Deus. Pedro usa o verbo poima,nate “pastorear” este verbo é um imperativo aoristo ativo. A ideia é de um pastoreado que deve ser feito de forma completa, plena e ativa. A figura do pastor é algo recorrente nas Sagradas Escrituras. O salmo 23 diz: O Senhor é meu pastor. Qual o sentido que esta figura de linguagem evoca no mundo antigo? Lurker em Dicionário de Figura e Símbolos Bíblicos diz: A apreciação do pastor, que leva o rebanho às pastagens e o protege de feras das selvas, evidencia-se pelo fato de que nas titularias de reis o oriente antigo a palavra pastor é uma das mais usadas. As insígnias dos reis egípcios, o açoite e o cetro, eram originalmente o sinal característicos dos pastores, o abana-mosca e o cajado de pastor. Visto que o rei é, segundo antigo sentir, representante terreno da divindade, também esta é vista na figura do pastor. Nas artes mesopotâmicas e gregas encontra-se a imagem do pastor, que carrega aos ombros um cordeiro ou um bezerrinho. ( LURKER, 1993, págs. 174-175) A atitude de um pastor em relação a sua ovelha é de proteção e cuidado. O próprio Davi em certas ocasiões lutava contra animais selvagens para não deixar que nenhuma de suas ovelhas se perdesse. Era costume em Israel que mesmo quando uma ovelha não pudesse ser salva das feras, o pastor deveria trazer um pedaço dela para mostrar que lutou por sua ovelha. As Escrituras descrevem o cuidado que os presbíteros devem ter pelo Rebanho de Deus. Ver Atos 20. 28-31 Pedro usa o termo carinhoso para se refere aos santos de Deus “poi, m nion tou/ qeou/ ” rebanhozinho de Deus. É um termo carinhoso e significa o rebanho precioso de Deus que foi comprado pelo seu Sangue. Por ser tão precioso este rebanho precisa ser pastoreado, alimentado e protegido. Holmer em seu comentário diz:

A tarefa dos pastores consiste em apascentar. O foco está nas necessidades do rebanho. Apascentar é regido pela pergunta: de que a igreja precisa para um bom desenvolvimento e para ser protegida de perigos? Um verdadeiro pastor pode se esquecer de seus próprios interesses por causa das carências do rebanho e de cada uma das ovelhas que lhe foram confiadas, e o mesmo vale para um ancião no tocante à igreja que lhe foi confiada. (HOLMER, 2008, p. 67)

OS PRESBÍTEROS DEVEM TER AS MOTIVAÇÕES CORRETAS (VERSO 2b – 3) Quais as motivações corretas que um presbítero deve ter? Como ele deve pastorear o rebanho de Deus? O texto nos dá informações antitéticas, ou seja, proibições seguidas da maneira correta de ser portar. A primeira informação: mh. av n agkastw/ j “não por constrangimento, necessidade, forçado.” Mas, (conjunção hiperodenativa) “e` k ousi, w j ” voluntariamente. Holmer em seu comentário diz “ Pedro refere-se à falta de disposição para cooperar. Há uma forma de cumprimento do dever que não traz alegria para ninguém.” (HOLMER, 2008, p. 67). A segunda informação: mhde. aiv s crokerdw/ j “não porém, por ganho vergonhoso”. Mas, (conjunção hiperodenativa) proqu, m wj “prontamente, zelosamente” A palavra é extremamente forte e expressa entusiasmo e zelo devotado. Holmer em seu comentário diz: Os anciãos, como bons pastores, devem estar realmente empenhados pelo rebanho, tendo em vista o bem das ovelhas, e não mirando a lã delas. O significado básico do termo grego prothymos (= disposto), expressa: inclinado, com simpatia, com dedicação, com zelo, com gosto. O bem e as angústias dos outros ocupam, portanto, o foco, e o motivo é a determinação de servi-los. (HOLMER, 2008, p. 67). A terceira informação: mhd w` j katakurieu, o ntej tw/ n klh, r wn “nem como dominadores dos que vos foram confiados”. Mas, (conjunção hiperodeanativa) vos tornado modelos do rebanho. O verbo tornar no original é um particípio com sentido imperativo presente, ou seja, é uma ordem que Pedro dá aos presbíteros e esta ordem precisa ser obedecida de forma constante. Holmer em seu comentário diz: O termo grego para o que lhes foi distribuído na realidade significa “sorteio”. Em seguida passa a significar: o que foi sorteado, a herança, o quinhão sorteado. No presente contexto refere-se com certeza à igreja, respectivamente à área de tarefas confiada a cada um dos anciãos. Duas coisas repercutem nessa palavra: que se trata de algo grandioso e que eles não o buscaram por si, mas que lhes foi atribuído. Não como aqueles que se fazem senhores sobre o que lhes foi distribuído significa textualmente: “olhar de cima para baixo”, depois “oprimir”, “subjugar”. Os anciãos devem conduzir a igreja, e nessa função também exercer a disciplina eclesial. Nessa posição de liderança reside o perigo do abuso, devido à pulsão humana pelo poder. Existe um abuso da liderança, um senso equi-


vocado quanto ao cargo. Ao senhorear sobre os demais, os servidores da igreja se portam como senhores, privam Deus da honra e posição de domínio que lhe cabem e impõem inferioridade aos membros da igreja. (HOLMER, 2008, págs. 67-68). Nestas três informações vemos o que Deus requer do conselho da igreja, como cada um deve se portar em relação ao povo de Deus. O vocacionado para o presbiterato quer seja a docência (ministro) ou regência (presbíteros). Tanto um quanto o outro precisam entender que o presbiterato não deve ser procurado por necessidade, não pode ser exercido de maneira forçada. Aqui reside uma advertência a tantos que querem ocupar o cargo sem serem vocacionados. O presbítero precisa ser um homem zeloso pelas coisas do Senhor. Quantas e quantas histórias são mencionadas de homens que são presbíteros e não têm o mínimo de zelo pela obra do Senhor, são desleixados. Cuidam da casa de Deus de forma relaxada, não têm apego à doutrina, não têm amor pelo corpo de Cristo, usam de politicagem dentro da igreja. Transformam a Casa de Deus no covil de lobos. O presbítero não é o dono da igreja, ao contrário, é servo dos servos de Deus. O presbítero é modelo para o rebanho. O povo precisa ver no presbítero um homem que preza pela doutrina, que vive a vida cristã, que batalha pela pureza litúrgica, que ama o Seu Deus. Para ser presbítero precisa ser maduro na fé, precisa amar Deus acima de qualquer coisa: mulher, filhos, mãe e pai. Para ser presbítero precisa ser modelo, precisa ser alguém que o povo deseje ser igual. No salmo 23 temos a descrição do papel do pastor. E do uso que faz do bordão e cajado para defenderem as ovelhas. O bordão – Vara usada pelo pastor para conduzir suas ovelhas pelo caminho correto. A ovelha deve estar pronta a receber a correção do seu pastor. A ovelha não enxerga tão bem, ela se perde fácil e muitas vezes podem desviar do seu rumo. A vara ou bordão é usado para trazer a ovelha de volta ao caminho indicado pelo pastor. O Cajado – É o bordão de pastor, com a ponta superior arqueada. O pastor de ovelha usa o seu cajado para trazê-la de volta ao seu senhorio. Os presbíteros exercem a função de pastores do povo de Deus. Aos apóstolos e consequentemente aos presbíteros da Igreja, Deus confiou às duas chaves do Reino. O Catecismo de Heidelberg nas suas perguntas 84 e 85 diz: Como se abre e se fecha o reino dos céus pela pregação do santo Evangelho? R. Conforme o mandamento de Cristo se proclama e testifica aos crentes, a todos juntos e a cada um deles, que todos os seus pecados realmente lhes são perdoados por Deus, pelo mérito de Cristo, sempre que aceitam a promessa do Evangelho com verdadeira fé. Mas a todos os incrédulos e hipócritas se proclama e testifica que a ira de Deus e a condenação permanecem sobre eles, enquanto não se converterem. Segundo este testemunho do Evangelho Deus julgará todos, nesta vida e na futura.

Como se fecha e se abre o reino dos céus pela disciplina cristã? R. Conforme o mandamento de Cristo, aqueles que, com o nome de cristãos, se comportam na doutrina ou na vida como não-cristãos, são fraternalmente advertidos, repetidas vezes. Se não querem abandonar seus erros ou maldades, são denunciados à igreja e aos que, pela igreja, foram ordenados para este fim. Se não dão atenção nem a admoestação destes, não são mais admitidos aos sacramentos e, assim, excluídos da congregação de Cristo, e, pelo próprio Deus, do reino de Cristo. Eles voltam a ser recebidos como membros de Cristo e da sua igreja, quando realmente prometem e demonstram verdadeiro arrependimento. Para poderem exercer seu chamado de forma correta os presbíteros precisam ter motivações corretas (HEIDELBERG, 1999, p. 64)

OS PRESBÍTEROS DEVEM SER APROVADOS POR DEUS (VERSO 4) Apesar do texto não fazer menção da palavra “aprovado”. Ela está implícita dentro da lógica do verso 4. Afinal de contas, o presbítero não poderia ter aquilo que nos é dito no verso, se não fosse aprovado. O verso afirma duas verdades inquestionáveis da fé cristã. Cristo irá se manifestar. Cristo irá galardoar seus servos. Pedro chama o Senhor de avrcipoi,menoj “Principal pastor” este termo denota muito mais de que o chefe de todos os presbíteros; como bom pastor Cristo se sacrifica pelas suas ovelhas, Ele é o protótipo de todo o ministério pastoral qualificado. Kistemaker em seu comentário diz: “Os pastores não devem jamais se esquecer de que prestam contas diretamente a Jesus, que, nesse texto, recebe o título de Supremo Pastor.” (KISTEMAKER, 2006, p. 262) Quando o principal pastor vier todos os santos estarão diante Dele e prestarão contas. Como o nosso texto foca em cima dos presbíteros. O texto diz que os presbíteros irão prestar conta a Ele. A prestação de contas subjaz dentro da própria estrutura de argumentação de Pedro. Pois não há como receber o prêmio sem antes ser julgado. Pedro diz que Cristo irá se manifestar “fanerwqe,ntoj” particípio aoristo ativo. Nesta manifestação Cristo julgará a conduta ministerial de cada presbítero. Aqui reside algo importante que todo presbítero (docente ou regente) precisa perceber. Ele prestará contas diretamente a Jesus o principal pastor. A Igreja é Dele. Imaginem a seriedade que é isto. Quantos presbíteros serão envergonhados neste dia e quantos serão honrados neste dia. Quantos deixaram de fazer o que é correto para agradarem a pessoas que muitas vezes envergonhavam a igreja de Cristo com seus procedimentos errados. Quantos serão envergonhados, pois usaram de má fé em concílios para prejudicarem colegas. Quantos serão envergonhados por terem abandonado a sã doutrina por causa de certa quantidade de membros que muitas vezes não passavam de joio. Quantos adulteraram a liturgia em suas igrejas para agradarem a jovens rebeldes que não queriam nada com o Senhor. Quantos trataram a Casa de Deus como se fosse algo sem nenhuma importância.

Quantos subiram aos púlpitos sem liturgia, sem sermões. Quantos preparam seus sermões, suas liturgias de última hora. Quantos? Cada presbítero precisa ser consciente de seu papel. Se Deus vocacionou o irmão para o presbiterato, o irmão possui uma missão a ser cumprida. Quando o presbítero faz o que é correto diante de Deus, quando defende o rebanho do Senhor dos lobos, dos inimigos da fé, dos inimigos da verdade. Quando o presbítero faz isto, pode ficar certo que quando o Senhor se manifestar irá receber o galardão do seu trabalho. Pedro diz komiei/ s qe “recebereis” futuro do indicativo. Quando Jesus vier, seus copastores receberão da parte do Senhor o seu prêmio, a saber, uma coroa de glória que nunca desvanecerá. Pedro usou o adjetivo av m ara, n tinon “imarcescível” a ideia deste adjetivo é relativa a uma flor de amaranto, assim chamada por que nunca murcha ou seca e, quando cortada, revive ao ser molhada com água; assim, é o símbolo da perpetuidade e imortalidade. Mãos hábeis formavam uma coroa feita dessas flores, e a coroa era dada ao vitorioso como prova de sua glória. Mueller em seu comentário diz o seguinte: Há uma parábola de Jesus que é significativa neste contexto, Mt 24.45-51 (o servo a quem o Senhor confia os seus conservos, no tempo da espera escatológica, para que lhes dê sustento). A palavra amaranti- non (imarcescível) lembra 1.4, onde a herança futura dos cristãos é descrita como “imarcescível” (a palavra gr. é ligeiramente diferente). O significado é que a glória que os crentes vão receber “não passa” como a glória das flores e das realizações humanas (1.24). Nada pode tirar seu esplendor, pois ela não está sujeita a qualquer das forças que dominam este mundo. (MUELLER,1991, p. 257) As Escrituras nos informam que Paulo perto de morrer disse: Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. 2 Timóteo 4.8.

APLICAÇÕES Deus vocaciona homens para diferentes funções; a uns Ele vocacionou para tomar contas dos seus santos. Estes homens precisam tomar contas do rebanho de Deus com zelo, com boa vontade e sendo modelo para os santos. O presbítero para executar sua função precisa ser uma pessoa experimentada, não neófita, para que não caía nas armadilhas do diabo. O presbítero precisa tomar cuidado para que não se orgulhe. O conhecimento é dado para o serviço e não para autopromoção. O presbítero deve entender que irá prestar contas do rebanho confiado a ele pelo Senhor Jesus. A maneira correta de tomar conta do rebanho de Deus é aplicar a Lei de Deus de forma imparcial visando os preceitos mais importantes. Ver Mt 23.23 A igreja precisa reconhecer nos seus presbíteros: homens vocacionados para a condução do rebanho de Deus e obedecê-los enquanto eles forem fiéis e leais as Escrituras.

O presbítero não é o dono da igreja, ao contrário, é servo dos servos de Deus. O presbítero é modelo para o rebanho. O povo precisa ver no presbítero um homem que preza pela doutrina, que vive a vida cristã, que batalha pela pureza litúrgica, que ama o Seu Deus. Para ser presbítero precisa ser maduro na fé...


PALAVRA DO PRESIDENTE

Uma Igreja em boa ordem cultua com ordem e decência I Coríntios 14.40 A IPCB promoveu um encontro de líderes no ano de 1996 quando, dentre outros assuntos, discutiu-se acerca da liturgia. Este encontro produziu um documento que no ano seguinte foi ratificado pelo Sínodo em sua XII Reunião Ordinária como segue:

Rev. Welerson Alves Duarte Presidente da Assembleia Geral e Pastor da Igreja de São Bernardo do Campo em São Paulo

Quando realmente nos conhecemos e conhecemos a Deus, sabemos que temos que depender totalmente da direção divina a fim de saber como cultuá-lo.

A liturgia são as diversas partes de que consta o culto a Deus. O culto, em conjunto ou público, é o encontro de Deus com o Seu povo. Crentes vêm a Seu convite e são bem-vindos à Sua presença. Deus fala através da invocação, da leitura da Palavra, do sermão e da bênção. Os fiéis respondem com cânticos, oração e confissão de fé. O culto litúrgico é o momento no qual se estabelece uma relação vertical - entre Deus e o adorador - diferenciando-se das demais reuniões do povo de Deus, como escolas dominicais, estudos bíblicos, palestras, debates, comemorações, etc., em que essa relação é essencialmente horizontal - entre uma pessoa e outra. O princípio regulador do culto é o estabelecido na Palavra de Deus e não nas intenções do adorador, ainda que sinceras, como bem afirma Calvino: ‘Deus não só considera infrutífero, mas também abomina totalmente tudo que não está de acordo com a Sua vontade’, e, ainda, como preceitua o capítulo XXI da nossa Confissão de Fé, itens I e II: ‘A luz da natureza mostra que há um Deus, que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas, o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo, e é tão limitado pela Sua própria vontade revelada, que Ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a Ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem deve, depois da queda, ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro, senão unicamente a de Cristo.’ O líder do culto litúrgico deve ser sempre uma pessoa qualificada para tal, conduzindo toda a liturgia no sentido de estabelecer o relacionamento vertical - entre Deus e o homem, e o homem e Deus. Tal dirigente deve conduzir todos os componentes da liturgia, fazendo convergir tudo para a parte central do culto: a mensagem. À luz desse princípio, devem ser evitadas algumas práticas inadequadas à liturgia, como: avisos, agradecimentos, testemunhos, destaques ou apresentação de visitantes, etc., práticas essas que devem ser feitas após o culto, ou, de preferência, antes do seu início. Devem ser evitados ainda os ‘espaços para apresentações especiais’ que representem liturgia paralela à do dirigente do culto. Os elementos essenciais da liturgia são os seguintes: chamada à adoração; contrição (confissão de pecados); cânticos de louvor e gratidão; oração intercessória; instrução (mensagem bíblica); dedicação (resposta à mensagem); bênção apostólica. Obs. Orações específicas devem ser oferecidas como parte ou preparação desses elementos essenciais.1 Tomando como base este documento que representa a posição oficial da Igreja consideremos a respeito do Culto. 1. O que é Culto

Notas: 1  LIVRO DE ATAS. Volume 4, pp. 7, 9. (https:// www.ipcb.org.br/index/ digesto/) 2  GARCIA, Víctor M. S., Música y Alabanza: In: Reveista Teológica, México: Vol. IX, no. 31-32, 1978, p. 47 3  Calvino, João, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, Vol. 1, p.195 4  Calvino, João, The Necessity of Reforming the Church. Dallas: Protestant Heritage Press, 1995 5  A Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 17ª Edição, 2011, p. 168 6  HODGE, A. A., Confissão de Fé de Westminster Comentada. São Paulo: Os Puritanos, 2ª Edição, 1999, p. 369.

De acordo com o documento supracitado “Culto, em conjunto ou público, é o encontro de Deus com o Seu povo. Crentes vêm a Seu convite e são bem-vindos à Sua presença. Deus fala através da invocação, da leitura da Palavra, do sermão e da bênção. Os fiéis respondem com cânticos, oração e confissão de fé”. Dentro desta linha Vítor M. S. Garcia diz: “em essência o culto é um encontro de Deus com seu povo no qual se estabelece um diálogo: Deus fala à sua igreja por meio de sua palavra e a congregação expressa sua adoração ao Senhor mediante as orações, oferendas e hinos”.2 Assim, podemos dizer que Culto é a resposta reverente e adoradora que só é possível em virtude da graça de Deus que nos capacita para tanto. No culto a alma que conhece a Deus deseja dialogar com ele; mesmo que este diálogo, por alguns instantes, consista num monólogo edificante no qual Deus fale por meio da sua Palavra. Em suma, o culto coroa a nossa relação de amor e obediência a Deus. Temos prazer em cultuar porque sentimos alegria em conviver com o Senhor. É preciso ainda destacar que o “culto litúrgico é o momento no qual se estabelece uma relação vertical - entre Deus e o adorador - diferenciando-se das demais reuniões do povo de Deus, como escolas dominicais, estudos bíblicos, palestras, debates, comemorações, etc., em que essa relação é essencialmente horizontal - entre uma pessoa e outra”.

Diante do exposto podemos concluir que o culto precisa seguir determinados princípios uma vez que ele é um encontro com o Deus santo e é uma resposta reverente. Ninguém além do próprio Deus pode determinar o modo adequando de se cultuar. João Calvino ao final de uma aula sobre o profeta Daniel orou assim: “Deus Todo-Poderoso, visto que sempre e de maneira desgraçada nos perdemos em nossos pensamentos e, quando tentamos te adorar, não fazemos nada a não ser profanar a pura e verdadeira adoração de tua divindade e somos mais facilmente levados a superstições depravadas, permite, pois, que permaneçamos na obediência pura de tua Palavra e nunca nos desviemos para lado algum...”3 Nossa natureza pecaminosa nos inclina a buscar um culto que seja antes agradável a nós do que a Deus. É por esta razão que ao longo do tempo tantas coisas estranhas ao culto público foram e ainda são acrescentadas ao mesmo. Calvino disse: ... a regra que distingue entre o culto puro e o culto corrompido é a aplicação universal, a fim de que não adotemos nenhum artifício que nos pareça apropriado, mas atentemos para as instruções do Único que está autorizado a legislar quanto ao assunto. Portanto, se quisermos que Ele (Deus) aprove o nosso culto, esta regra, que Ele impõe nas Escrituras com o máximo rigor, deve ser cuidadosamente observada. Pois há duas razões pelas quais o Senhor, ao condenar e proibir todo culto fictício, requer que obedeçamos apenas à Sua voz: primeiro, porque não seguir o nosso próprio prazer, mas depender inteiramente da Sua soberania, promove grandemente a Sua autoridade. Segundo, porque a nossa corrupção é de tal ordem, que quando somos deixados em liberdade, tudo o que estamos habilitados a fazer é nos extraviar. E, então, uma vez desviados do reto caminho, a nossa viagem não termina, enquanto não nos soterremos numa infinidade de superstições...4 Quando realmente nos conhecemos e conhecemos a Deus, sabemos que temos que depender totalmente da direção divina a fim de saber como cultuá-lo. Sobre isso a Confissão de Fé de Westminster diz o seguinte: “A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras”.5 Ao comentar este trecho da Confissão de Fé, A. A. Hodge diz: Já vimos no capítulo i., que Deus nos deu nas Sagradas Escrituras uma regra de fé e prática infalível, autoritativa, completa e perspícua. Que “todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias, para sua própria glória e a salvação, a fé e a vida do homem, ou é expressamente manifestado na Escritura ou pode, por consequência boa e necessária, ser deduzido da Escritura”. Por isso, necessariamente segue-se: visto que Deus prescreveu o modo como devemos aceitavelmente adorá-lo e servi-lo, é uma ofensa e um pecado contra ele que negligenciemos seu método ou, em preferência, pratiquemos o nosso próprio ... visto, porém, ser depravada a natureza moral do homem, bem como pervertidos seus instintos religiosos e suas relações com Deus interrompidas pelo pecado, é por si mesmo evidente, que se faz necessária uma explícita e positiva revelação, não só para comunicar ao homem que Deus de forma alguma admitirá seu culto, mas também para prescrever e os princípios e os métodos segundo os quais este culto e ministério poderão ser prestados. Como demonstramos anteriormente à luz da Escritura ... toda forma de culto próprio, de atos e forma de culto estabelecidos pelo homem, são abomináveis para Deus.6 Por tudo isso pode-se perceber quão sério é o culto que prestamos a Deus e quão necessário é que se atente para o ensino da Escritura afim de não incorrer em pecado uma vez que cultuar a Deus de uma forma inaceitável é tão pecado quando não o cultuar. No próximo artigo prosseguiremos neste assunto abordando as partes que compõe o culto.


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