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O PRESBITERIANO CONSERVADOR Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil Julho | Agosto | Setembro 2019

Ano LXXVI  | nos 7, 8 e 9

Guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa  |  Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina

Rev. Edival José Vieira "VIDA

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EDITORIAL

“Aproveitando melhor o tempo para investir na alma” “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação”(1ªTimóteo 4.7–9).

Rev. Roney Pascoto Editor de O Presbiteriano Conservador e pastor da IPC de Limeira, SP

Exercitar a piedade é como treinamento físico — comece devagar e intensifique. O segredo é começar!

Você já percebeu como é fácil perder tempo com coisas desnecessárias? Podemos perder tempo com muitas coisas. Pense por um momento: Quanto tempo você costuma passar assistindo às novelas na TV, aos vídeos do YouTube, às séries na Netflix, jogando no celular, ou lendo fofocas sobre a vida de artistas? Quanto tempo você perde conversando sobre política, sobre futebol e sobre a vida dos irmãos da igreja? Quanto tempo você costuma perder com mensagens no WhatsApp, visualizando imagens no Facebook e nas demais redes sociais? Como vemos, podemos perder muito tempo com muitas coisas... É verdade também que podemos usar o tempo para fazer muitas coisas boas. Como por exemplo, ler excelentes livros, ler bom artigos pela internet, sair de férias com a família, praticar algum esporte, se aperfeiçoar-se em alguma área, fazer refeições saudáveis, reunir-se os amigos, etc... Porém, as perguntas que o texto nos levam a fazer são: O que temos feito para exercitarmos a piedade? Temos investido parte do nosso tempo no viver santo. Por “piedade”, me refiro a um “modo de vida particular”, caracterizado pela “reverência e o respeito” a Deus e, a para com as Suas coisas. A recomendação bíblica é que exercitemos a piedade que “para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida

que agora é e da que há de ser”. Mas como exercitamos a piedade? Exercitamos, pessoalmente, a piedade quando meditamos diariamente a Palavra de Deus; quando falamos com o Senhor ao longo do dia, através da oração; quando nos reunimos dominicalmente com a família de Deus para adoração; quando participamos dos estudos bíblicos; quando lemos bons livros que ensinam as Escrituras; etc. Muitas são as possibilidades para o exercício pessoal da piedade. Por fim, exercitar a piedade é como treinamento físico — comece devagar e intensifique. O segredo é começar! Dificuldades surgirão, obstáculos aparecerão; mas não desista, antes, persevere. Pois, quem desiste, falha em crescer. Não se esqueça: “Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação”. Que tal começar aplicando-se na leitura dos artigos desta nova edição do nosso jornal? Nela o Rev. Jaziel expõe, de maneira sucinta, a relação que há entre as Pessoas da Santíssima Trindade, como luz para nossa relação em sociedade, família e igreja; por sua vez, o Rev. Welerson ensina que “uma Igreja em boa ordem cultua (a Deus) com ordem e decência”. Quão urgente é esse ensinamento para a igreja atual! Temos ainda, testemunhos dos grandes feitos do Senhor em diversas das nossas igrejas – quão encorajadores são; além de um edificante artigo sobre a “vida e o abençoado ministério do Rev. Edival José Viera”. Que Deus o abençoe na leitura deste jornal!

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INFORMAÇÕES PARA ATUALIZAÇÃO NO SITE OFICIAL DA IPCB Graça e paz irmãos pastores e presbíteros, peço gentilmente que envie o mais rápido possível, para atualização no site, as seguintes informações sobre a igreja e ministro: IGREJA:

MINISTRO

- Foto da fachada:

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- Contato: (fone, e-mail, etc)

Eleito: ( ) SIM ( ) NÃO

Presbitério Piratininga BA: IPC Conceição da Feira, IPC de Feira de Santana, Congregação do Senhor do Bonfim, Congregação de São Gonçalo dos Campos, Ponto de Pregação de São Gonçalo dos Campos, Congregação de Conceição da Feira, Ponto de Pregação Fazenda Grande Vista, Congregação Santa Mônica II, Congregação Alto do Papagaio, Congregação do Mocó, Congregação do Portão e MINISTROS ▸

Presbitério Piratininga SP: 1ª, 3ª e 7ª IPCs de SP, IPC de Parada de Taipas, IPC de Vila Continental, IPC de Riacho Grande e MINISTROS ▸

Comissionado: ( ) SIM ( ) NÃO

Presbitério do Paraná: 1ª e 2ª IPCs de Curitiba, Congregação Presbiterial de Cambará, IPC de Pinhais, IPC de São Jorge do Ivaí, IPC de Paranaguá, IPC de Jacarezinho, IPC de Ibaiti, IPC de Ivinhema, IPC de Antonina, IPC de Dourado e MINISTROS

Nome da Igreja:

▸ Presbitério do Paulistano: 2ª, 4ª e 5ª IPCs de SP, IPC de Jd. Marília e

Período da Eleição: Convidado: ( ) SIM ( ) NÃO

Presbitério:

MINISTROS

Contato: (fone, e-mail, etc)

▸ Presbitério Oeste Paulista: Congregação de Pedrinha Paulista, IPC

* Foto do Pastor (pode ser com a família) E-mail para envio das informações: pr.roney.ipc@gmail.com Segue a lista das igrejas e ministros sem as atualizações necessárias: Presbitério Guarulhos: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª IPCs de Guarulhos; 6ª IPC de São Paulo e MINISTROS ▸

Presbitério Bandeirante: IPC de Campinas, IPC do Jardim Caieira, IPC de Pádua Dias; IPC de Itapetininga, IPC de São João da Mata, Congregação de Muzambinho e MINISTROS ▸

▸ Presbitério Centro Oeste: IPC do Cruzeiro do Sul e Congregação, 4ª

IPC de Goiânia e MINISTROS

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Redator responsável Rev. Roney Pascoto Tel.: (19) 3038-1547 Revisão Geral Rev. Reginaldo Vieira Naves

de Birigui, Presidente Prudente e MINISTROS

Presbitério Brasil Central: 1ª, 2ª , 3ª e 6ª IPCs de Goiânia; IPC de Caldas Novas, Congregação do Jd. Curitiba, IPC de Trindade e Congregação de Araçu e MINISTROS ▸

▸ Campo Missionário: Todas as Igrejas e MINISTROS

OBS. 1. As igrejas não citadas estão com suas informações atualizadas. 2. Caso você já tenha enviado tais informações e, mesmo assim, sua igreja apareça na lista, peço a gentileza de enviar novamente. 3. Com a colaboração de todos conseguiremos atualizar todos esses dados com facilidade e rapidez. Obrigado. [Pr. Roney Pascoto]

Capa Leandro Domingues Torres Diagramação Renata Dias de Souza Santos Impressão e Distribuição Silvamarts Gráfica e Editora

Canal Aberto Envie sugestões, reclamações e matérias para: jornalipcb@gmail.com Importante! As matérias para o próximo jornal deverão ser entregues rigorosamente até o dia 30/12/2019.


ARTIGO

Será que na relação intratrinitária teríamos exemplos para uma boa convivência entre os homens? por Rev. Jaziel Campina Cunha Como devo pensar política? Como devo pensar a relação em família? E quanto ao meu trabalho? A preocupação da filosofia política consiste nisto: como nossa sociedade é organizada? Ela tem funcionado? Qual o critério para avaliarmos se funciona bem ou não? A liberdade individual é algo inegociável em uma sociedade, no entanto, creio que esta liberdade para ser vivida de forma responsável deve estar subordinada a mecanismos que delimitem o uso devido desta liberdade, para que não ponha barreiras na liberdade dos outros. Todavia, é óbvio que quando falo de liberdade parto do pressuposto que esta liberdade tem que vir de algum lugar, ou seja, o conceito de liberdade que advogo é uma liberdade que esteja submissa à Lei de Deus. E, por ser assim, o objetivo deste trabalho é ver se temos na relação que há entre as Pessoas da Santíssima Trindade, algo que seja luz para nossa relação em sociedade, família e igreja. Penso que se faz necessário passarmos aos conceitos. Há um conceito interessantíssimo que precisa ser esclarecido: pericóresis. O doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Luiz Carlos Susin, diz que:

O teólogo grego João Damasceno, em seu escrito sobre a Verdadeira Fé, teria tomado a palavra pericóresis, que se pode atualizar por pericorese, de uma dança própria das crianças em momento de brincadeiras. A palavra grega se compõe de três radicais: Peri quer dizer “ao redor”, como periferia ou perímetro. A palavra: coram, de onde provém o meio de pericorese, significa “estar de frente” ou “em face de” como o coro de cantores que fica de frente para a plateia. E, finalmente, a ultima parte- esis- significa “decorrência. Algo que jorra de uma fonte. 1 O termo pericorese, embora pareça sem sentido para nós, tem dentro da Teologia Trinitária um significado de extrema relevância, pois expressa a relação mútua das pessoas da Bendita Trindade. A ideia de pericorese, como já foi citada, vem de uma brincadeira de roda, e nesta brincadeira, uma criança se posicionava no centro e as outras dançavam ao seu redor, só que, aquela que estava no meio, não era excluída da brincadeira, pelo contrário interagia com as outras crianças, então por escolha ou verso recitado, a que estava no centro trocava de lugar com outra criança, e aquela que estava no centro ia para a roda.

em cada ato opera ad extra de cada Pessoa da Santíssima Trindade. A pericorese nos faz entender que, quando Deus age, não é Uma ou Duas Pessoas que estão agindo, mas todas as Três Subsistências da Bendita Mônada.3 Dito isto, cabe aqui uma pergunta:

HÁ RELAÇÃO ENTRE A PERICORESE E A CRIAÇÃO? É claro que sim! Quando o Senhor Deus nos criou estabeleceu uma aliança da criação, nesta aliança Ele deu três mandatos ao homem: Mandato Espiritual, Cultural e Social. Os mandatos que dizem respeito à questão da convivência humana são o cultural e social. É interessante começarmos a nossa análise pela família, pois é a célula mater da sociedade. Como vimos, as Três benditas Subsistências vivem em harmonia, em cada obra feita, não há manifestação egoísta e sim uma manifestação amorosa, de sorte, que cada obra que Um faz, os outros participam, com isto não queremos dizer que não haja distinção formal nas obras de cada UM, ou seja, “Trindade econômica”. Sobre isto, o Dr. Heber Carlos Campos diz o seguinte:

Vejam a triste realidade disto no texto de Ezequiel 22. 9-12 no qual lemos:

Homens caluniadores se acham no meio de ti, para derramarem sangue; no meio de ti, comem carne sacrificada nos montes e cometem perversidade. No teu meio, descobrem a vergonha de seu pai e abusam da mulher no prazo da sua menstruação. Um comete abominação com a mulher do seu próximo, outro contamina torpemente a sua nora, e outro humilha no meio de ti a sua irmã, filha de seu pai. No meio de ti, aceitam subornos para se derramar sangue; usura e lucros tomaste, extorquindo-o; exploraste o teu próximo com extorsão; mas de mim te esqueceste, diz o SENHOR Deus.

A palavra economia diz respeito ao modo como as coisas são feitas pelas pessoas da Trindade. Embora as três pessoas co-essenciais trabalhem como uma unidade, elas possuem um modus operandi que é próprio e exclusivo de cada uma. Todas essas obras têm a ver com a relação que as pessoas possuem com o mundo criado, seja na esfera da criação, providência ou redenção. O Pai sempre age através do Filho e do Espírito. Dessa forma, o Pai é a fonte de atividade, que opera dentro de si mesmo e por si mesmo. O Filho é o meio pelo qual o Pai trabalha, que opera não por si mesmo, mas faz todas as coisas a mandado do Pai, e o Espírito é o limite de atividade, que opera não de si próprio, mas faz o que é do Pai e do Filho.4

Estas acusações que o Senhor Deus fez denunciava a vandalização do shalom e a fonte que proporcionou tal quebra dos princípios do mandato social e cultural. Vejam:

O modelo para uma família viver em paz é o modelo que existe na Trindade: Amor, comunhão, respeito. Por isso a ação pericorética que é vista na Santíssima Trindade tem muito a nos ensinar.

i. No meio de ti, aceitam subornos para se derramar sangue

Para ilustrar essa “dança”, O Pai Criador, o Filho-Verbo e o Espírito Sustentador estão envolvidos igualmente na obra da criação; todas as três pessoas, que compartilham eternamente a essência da divindade, conquanto distintas e possuindo alguns atributos distintivos ou mais enfáticos, elas participam igualmente (não quantitativamente) em todas as opera ad extra, exceto a obra da encarnação, que pertence unicamente a Segunda Pessoa da Trindade.2

Quando Deus criou o homem, o Senhor estabeleceu os mandatos, de forma bem sucinta, teríamos as seguintes definições: O mandato espiritual envolve um relacionamento com o Deus; o mandato social consistia em Adão se casar com a mulher que Deus lhe tinha dado e gerar filhos para que povoasse a terra; O mandato cultural consistia em Adão trabalhar e desenvolver a terra. Neste mandato reside a ideia do estudo, do trabalho, do desenvolvimento tecnológico. Ao homem foi dada a função de dominar a terra. Porém, essa dominação deveria ser amorosa, não destrutiva, o homem está preso ao seu meio ambiente, destruí-lo, significa destruir a si mesmo.

Pericorese trata de comunhão entre as Pessoas da Santíssima Trindade, de um movimento de amor e graça para com toda a criação. Às vezes uma Pessoa da Santíssima Trindade, pode parecer estar em mais evidência do que as Outras, mas isto não anula o fato de que cada obra tem a participação

As Escrituras nos falam do pecado, com a entrada do mesmo houve a vandalização do shalom. Ou seja, do equilíbrio que havia. O amor e a comunhão, características da Trindade, deveriam ser tomados como modelo pelo o homem no trato para com a sua mulher e a criação, mas, por cau-

O Dr. Heber Carlos Campos diz o seguinte:

sa do pecado, isto se tornou impossível. O pecado entrou no Jardim, corrompendo o perfeito relacionamento do homem com sua mulher. Relacionamento que piorou ainda mais fora do Éden. Houve desequilíbrio na natureza; houve a morte. Então, verificamos que por trás de todo desequilíbrio na sociedade reside o pecado. O mandato Cultural visava o domínio da terra, mas este domínio seria para benefício de todos, domínio que proporcionaria sociedade justa, riquezas para todos e não para poucos, mas por causa da avareza, do pecado social, que fornece estrutura para a opressão, isto não é realidade.

a. Homens caluniadores b. Que derramavam sangue c. C omiam carne sacrificada nos montes d. Cometiam perversidade e. Descobriam a vergonha de seu pai e, abusavam da mulher no prazo da sua menstruação f. Cometiam abominação com a mulher do seu próximo g. O utro contamina torpemente a sua nora h. Outro humilha no meio de ti a sua irmã, filha de seu pai

j. Usura e lucros tomaste, extorquindo-o; exploraste o teu próximo com extorsão Vejam o parecer do Senhor a respeito de tais atitudes: de mim te esqueceste, diz o SENHOR Deus. Estas práticas constituíam em pecado, ou seja, quebra dos princípios que visavam uma boa convivência dos homens, estes princípios naturalmente vindos da parte de Deus refletem àquilo que Deus considera bom, e logicamente, Deus por ser santo não pode aprovar uma coisa e vivenciar outra. Ou seja, aquilo que Deus determinou nos mandatos como conduta moral para família e sociedade é justamente sua revelação de como os seres devem se relacionar, exemplificando de forma pratica sua pericorese para com as criaturas. As Escrituras falam que Deus como Criador e Dono de tudo que há odeia toda forma de injustiça, miséria e pobreza, porque isto vai de encontro ao que Ele experimenta em sua relação pericorética. Será que o Senhor fica inerte diante de todo o mal que acontece na criação? Será que nosso Deus só

1. SUSIN Luiz Carlos. Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. São Paulo-SP Paulinas, 2003. p. 141 2. CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo as Duas Naturezas do Redentor. São Paulo-SP Cultura Cristã, 2004, p. 311 3. Mônada: substância simples, ativa e indivisível. Os Pais Capadócios diziam: Na Tríade, a Mônada é adorada, assim como a Tríade é adorada na Mônada. 4. CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus e os seus atributos. São Paulo-SP Cultura Cristã, 2002, p. 137


e transcendente? Ou também é imanente? Certamente também é imanente. O Senhor se relaciona com seu povo e através das suas atitudes, temos compreensão daquilo que devemos fazer.

O CARÁTER LIBERTÁRIO DO SENHOR Entre os atos pelos quais o Senhor se dá a conhecer, sua identificação com a justiça e punição aos injustos se manifestam claramente nas Sagradas Escrituras. Na narrativa que encontramos em Êxodo 3. 1-22 percebemos de forma clara a manifestação de sua graça, justiça e punição. Eis o texto:

Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe. 2 Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. 3 Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? 4 Vendo o SENHOR que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! 5 Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 6 Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus. 7 Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; 8 por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. 9 Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. 10 Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. 11 Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?12 Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13 Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14 Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. 15 Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração. 16 Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito. 17 Portanto, disse eu: Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu, para uma terra que mana leite e mel. 18 E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egito e lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. 19 Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte. 20 Portanto, estenderei a mão e ferirei o Egito com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois, vos deixará ir. 21 Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. 22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro,

e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios. Deus vê a aflição do povo (versos 7,9) O Senhor diz: “Certamente vi aflição do meu povo”, Ele ouviu o clamor de seu povo, a palavra para clamor é a ideia é clamar por ajuda, por estar muito aflito, a ideia é de trovejar, soar como trovão, por causa da opressão. Por que eles clamavam? O texto responde: Por causa dos seus exatores, a ideia de exatores era de alguém encarregado pelo Faraó para aplicar penalidades e ver se o trabalho estava sendo feito. ver Êxodo 1. 11-14. Deus conhece o sofrimento deles, o texto diz a ideia é de dor física e dor psicológica. Isto hoje é muito familiar a nós, quem não sofre com alguma coisas? O povo no Egito certamente estava experimentando dor física e sua situação era motivo de aflição. No verso 9 diz que Deus via a opressão que os egípcios estavam fazendo. Deus vê o que está acontecendo no mundo; vê a aflição do opresso! Deus toma uma atitude que o diferencia dos falsos deuses. Deus desce e salva o seu povo (versos 8, 10-18) Deus ouviu o seu clamor. Aqui é importante observamos uma coisa: Ao contrário dos deuses falsos, Deus ouve, conhece a aflição do seu povo e toma uma atitude que aqui no texto é descrito pelo verbo descer a ideia é descrever a ação de Deus, é como se Ele deixasse sua morada e viesse para comunicar-se com o homem, no caso para socorrer seu povo, que clamava. Aqui temos uma importante lição: Deus virá socorrer seu povo, Deus ouve o clamor de seu povo, Deus conhece o clamor de seu povo. Quando Deus vem, Ele vem com propósito: Livrar da mão dos egípcios e tirar eles daquele lugar e levá-los para outro. Deus usa seus instrumentos de libertação. Aqui o instrumento da libertação foi Moisés. A Igreja é chamada para ser o agente discursivo que denuncia o pecado e a opressão. Neste aspecto devemos ser instrumento de libertação para o nosso semelhante e não de opressão, Quando estiver na nossa mão que não sejamos mesquinhos e nem opressores. Moisés aqui vai com uma função especifica: Tirar o povo do Egito. Moisés faz uma pergunta a Deus, pergunta que se assemelha as nossas quando o Senhor nos chama para uma obra: Quem sou eu Senhor? Não somos nada, porém o Senhor é tudo! Somos instrumentos da ação de Deus e é isto que o Senhor deixa bem claro tanto para Moisés quanto para cada um de nós: “Eu serei contigo”. E como prova desta companhia, Deus dá um sinal a Moisés de que quando saíssem do Egito, serviriam a Ele e fariam liturgia naquele lugar. Moisés pergunta: de quem falarei? E é aqui que Deus se revela, Ele diz: “EU SOU O QUE SOU”. Ele manda Moisés dizer: EU SOU me enviou a vós. Deus fere o opressor de seu povo e honra seu povo (versos 19- 22). Deus sabia que o faraó não iria deixar ir, até porque foi o próprio Deus que endureceu o coração dele para este fim. Ver: Ex. 4.21; 7.3; 9.12; 10.1; 20, 27; 11.10; 14.4,8. Veja como Deus libertou o povo e levou-o para o fim que havia dito a Moisés. Da mesma forma como Deus libertou seu povo de um local geográfico conhecido, o Senhor nos libertou de uma realidade espiritual terrível. Todavia, esta libertação produzida pelo Senhor nos conduz à verdadeira comunhão que deve ser baseada na relação pericorética que há na Santíssima Trindade. A comunhão entre os homens só pode existir quando os princípios da solidariedade mútua, do querer bem ao outro, estiverem nos corações dos homens. Jesus disse: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7.12), Jesus fala do padrão da boa convivência entre os homens. Será que o Mestre iria falar de como as pes-

soas deveriam viver, se isto não fosse o correto? É logico que não! Ricardo Barbosa de Sousa traz a seguinte reflexão:

O desafio que a Trindade impõe sobre nós hoje é o do resgate das relações pessoais e afetivas entre o homem e Deus, bem como entre o homem e seu próximo. Temos visto que as tendências do mundo moderno apontam para uma direção completamente oposta, negando as bases de uma relação trinitária, criando uma imagem e um conceito do homem e de Deus que negam a revelação bíblia. É neste sentido que a doutrina da trindade hoje tem um caráter absolutamente revolucionário.5 Pois é justamente na relação da Trindade que iremos achar um modelo ideal para a nossa sociedade, um modelo que irá nos incomodar diante de tanta injustiça. A pobreza é uma realidade que é explorada. A igreja precisa denunciar isto como pecado. Todos aqueles que amam a Deus e defendem a verdadeira justiça social, devem regozijar-se na liberdade e procurar remover a causa da pobreza ou, pelo menos, aliviá-la mediante a aplicação do remédio indicado pela Palavra de Deus. Que a injustiça social é escandalosa não há dúvida. YAHWEH se revela como Deus que escuta o sofrimento; que odeia a injustiça; que Liberta o povo da opressão; que criou céus e terra; que providencia alimento para toda a sua criação; que odeia a exploração. YAHWEH se revelou a seu povo lá no Egito dentro de um contexto de opressão.

HÁ RELAÇÃO ENTRE PERICORESE E POLÍTICA? Claro que sim! Faz-se necessário definirmos, o que vem a ser política.

É derivação grega a palavra “política”, que em seu sentido original significava “Politikos” que esta relacionada à cidade, porém ao conceito de polis que é mais abrangente do que cidade, entre os séculos 8 e 6 ac. Surgiram na Grécia as “polis”, cidades-estado, estas eram quase que como países atuais, Esparta e Atenas são as mais famosas, inicialmente a palavra política fazia referencia a tudo o que é urbano, civil, público, este significado expandiu-se com a obra Política de Aristóteles (384-322 ac.), onde passou a designar-se política como a arte ou ciência do governo, durante muito tempo passou a designar os estudos dedicados a atividade humana que de alguma forma se relacionam ao governo, porém na atualidade representa as atividades práticas relacionadas ao exercício do poder do estado; sendo assim está intimamente relacionada o conceito de política ao conceito de poder, segundo Bertrand Russerll (1872-1970), filósofo britânico “conjunto dos meios que permite alcançar os fins desejados”. O domínio da natureza pelo homem seria um desses meios o outro é o domínio do homem sobre o próprio homem, o poder político é apenas uma das formas de poder do homem sobre o homem, existe ainda o poder econômico, o ideológico. No poder político é possível valer-se da força como meio para exercer a vontade diante disto este pode ser considerado o poder supremo, para tanto o poder político conta com o apoio da sociedade, onde por intermédio do estado se exercita as punições quando estas são necessárias, ainda pode se destacar no poder político a universalidade e a inclusividade; o poder político possui limites, porém estes variam de acordo com o tipo de Estado, a política tem como objetivo a ordem pública e a defesa do território nacional e o bem social da população, este assunto mesmo não estando explícito nas conversas diárias é fundamental à vida de todos, pois através da política se constrói a vida da população, não podemos ingenuamente nos abster, cabe a população a discussão e pressão dos governantes.6

5. SOUSA Ricardo Barbosa de. O Caminho do Coração Ensaios sobre a Trindade e a Espiritualidade Cristã. 2. Ed. Curitiba-PR ENCONTRO PUBLICAÇÕES 1998 p. 92 6. O que é Política? Disponível em: http://pt.shvoong.com/social-sciences/political-science/1636126-que-%C3%A9-pol%C3%ADtica/ Acesso em: 29 de julho de 2019


Hoje em dia, a concepção do domínio é a que mais nos parece comum. O homem tem inclinação para o domínio, isto em si, não é mal, pois foi o próprio Deus que colocou isto no homem, isto faz parte do mandato cultural, o problema é quando este domínio é opressor. Nos dias de Jesus a situação política era geradora de injustiças, exemplo disto é o que nos é dito a respeito de Herodes.

Ele não hesita tampouco em instituir jogos quadrienais em honra de Augusto, em Cesareia e até mesmo em Jerusalém. Rodeia-se de eruditos formados nas letras gregas, (...) Para satisfazer aos judeus, incrementa a reconstrução do templo e o faz embelezar; por esta ocasião, teve de mandar ensinar o ofício de pedreiro a mil levitas, para evitar que simples operários profanassem os locais reservado aos sacerdotes.7 Eis um exemplo de um governador ímpio. A política é uma benção de Deus, é o meio ordenado para que o estado seja administrado. O problema, poderíamos dizer, não é com o fato de termos homens governando, mas sim, com o tipo de homens que estão no poder. Deus poderia ter criado os homens separados, não dispostos para viver em sociedade, mas não foi isto que Ele fez, sendo assim, a política faz parte de seu plano para o homem, e da mesma forma como a pericorese deve influenciar a sociedade, também deve influenciar a política, até porque o senso de política está presente em Deus. O Senhor governa todas as coisas e estabeleceu leis. Os céus e toda a terra lhe pertencem, sendo assim, Ele é administrador. Com a entrada do pecado no mundo, foram criados alguns mecanismos para que a vida humana tivesse condição de existência, e um desses mecanismos foi o magistrado. Kyper diz: “Pois, de fato, sem pecado não teria havido magistrado nem ordem do estado; mas a vida política em sua inteireza teria se desenvolvido segundo um modelo patriarcal de vida”.8 Não haveria cadeia, nem polícia, nem forças armadas, nada disso teria sentido no mundo onde não houvesse pecado. A Política é algo que Deus colocou no seio de sua criação. Ele criou seres racionais para governar a criação, seres estes que são os vice-gerentes de sua criação, sendo assim, o homem, tanto em estâncias menores como seu lar, quantos em estâncias maiores como uma nação, é chamado para governar, dirigir. A Confissão de Fé de Westminster no cap. XXIII Seção II, diz:

Aos cristãos é licito aceitar e exercer o oficio de magistrado, quando para ele são chamados; na administração da mesmo, como devem especialmente manter a piedade, a justiça e a paz, segundo as leis justas de cada comunidade, eles, sob a dispensação do Novo testamento, e para esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.9 A política é vocação, o problema é quando homens não vocacionados querem governar a criação de Deus, da mesma forma, que é um desastre um homem não vocacionado administrar a Igreja, também é um desastre não vocacionados administrarem cidades. Infelizmente, esta percepção da política como vocação não existe nas mentes da maioria das pessoas e esta deficiência se manifesta na falta de compromisso quando se vota. Até mesmo crentes votam sem seriedade, depois que Deus traz juízo através de maus governantes,

as pessoas ficam sem entender os motivos disto acontecerem e reclamam. Governantes que professam a fé têm como função primordial levar nações ao reconhecimento da soberania de Deus e que elas existem com o propósito de prestar honras e louvores a Deus. Kuper tem a seguinte opinião:

Elas existem por Ele e são sua propriedade. E por isso todas estas nações, e nelas a humanidade, devem existir para sua glória e consequentemente segundo suas ordenanças, a fim de que sua sabedoria divina possa brilhar publicamente em seu bem-estar, quando elas andam segundo suas ordenanças.10 Tudo deve redundar em glória para Deus. A criação não existe independente de Deus. Porém os homens anseiam por eliminar o conceito de Deus da sociedade; já disseram que até que Ele já tinha morrido.11 Por isso, o homem está perdido e nosso mundo está um caos. A Igreja precisa mostrar ao mundo qual o modelo de política correto. “A pericorese é a resposta.” Qualquer política pública que não leve em conta a justiça, equidade, equilíbrio e ordem não pode prosperar. Os homens precisam entender que em Deus é que reside a estabilidade política e a administração voltada para a justiça. A Igreja deve dar o norte para que a sociedade tenha um modelo político que espelhe traços da comunhão que há entre as Pessoas da Santíssima Trindade, pois ela é a melhor comunidade que existe. Qualquer forma de governo que gere opressão, não honra a Deus, é uma afronta aos céus. Através da pericorese como modelo devemos questionar nossas posições, preferências e candidatos políticos. Vejamos um exemplo bem simples: Posso votar ou apoiar um candidato, ou partido, ou programa de governo, que tenha por finalidade algum objetivo que desonre a Deus? Ou então, que provoque mais exclusão social? Sabedor que Deus é contra a injustiça, a opressão, a violência, ao desvio de verbas e a todas as sortes de mazelas sociais que acabam trazendo sobre as pessoas exclusão social levando-as a serem exploradas? Lógico que não! Será que uma comunidade onde há jogo de interesse, desonestidade, injustiça, soberba e domínio opressivo respeita a Deus? E se esta comunidade for a nossa igreja? Será que ela respeita a Deus? E se for a minha família? Será que respeita a Deus? Claro que não!

CONCLUSÃO Deus age na história. Ao homem cabe ver e perceber a extensão deste agir. O homem pós-moderno com seu relativismo e ceticismo não percebe a teleologia da história e por não percebê-la entra no vácuo existencial, cai abaixo da linha do desespero e se agarra aos pressupostos mais absurdos possíveis. Por isso é que as Escrituras dizem que o tolo diz em seu coração que não há Deus (Salmo 14.1). Já imaginastes se o Sagrado não existisse? Se não existisse uma lógica final que desse sentido a tudo? Já imaginastes se não houvesse uma ideia de recompensa ou punição final? Do que adiantaria toda correria? Todo o clamor por justiça dos parentes daquele que foram assassinados? Já imaginastes quão sem sentido é a vida de alguém que acha que encontrou sentido aqui? Enquanto sua vida se enquadrar no sonho encantado cor de rosa, tipo “princesas e príncipes encantados”

ele se iludirá pensando que achou o sentido. No entanto, penso que além de ser uma aposta alta é louca e sem sentido. Sociedade, Pecado e Política. O que estas três coisas têm haver? O homem é um ser social e por natureza agente de interação. Ninguém vive sem interagir uns com os outros. Pecado é algo que é natural em todo ser humano. Não há ninguém que não fora contaminado pelo pecado original e consequentes manifestações: culpa e corrupção Política, “me deixa colocar desta forma” é a arte de estabelecer cosmovisões. Bom, o que se percebe disto? Não há ninguém que não tenha pecado e por natureza o pecado é algo ruim, contrário aos pressupostos divinos. O homem é um ser racional e como tal luta todo instante para que seus pareceres sejam aceitos, suas premissas, sua cosmovisão. Entretanto, a racionalidade do homem é contaminada pelo pecado e desta forma é obvio que sua política manifestará o que ele pensa. Todavia, a questão é que por sermos sociedade organizada, sujeitos de direitos e deveres, por estamos inseridos numa sociedade onde o pecado fora legitimado através de leis que por terem uma origem que vai de encontro as Escrituras, jamais revelarão a boa e perfeita vontade de Deus. Qual é a fonte da ética? A razão? Pensemos: Quem é que pensa? Senão o homem, quem pode duvidar? O homem. Recordo-me o filósofo francês René Descartes: “Penso, logo existo”. Todavia, o homem é perverso, egoísta e outras coisas a mais. Logo, toda ética que provenha unicamente da razão humana será perversa, egoísta e outras coisas a mais. A sociedade que existe na Santíssima Trindade e a ética que há nesta relação é o melhor caminho para o homem. O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. Provérbios 1.7

BIBLIOGRAFIA SUSIN, Luiz Carlos. Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. São Paulo-SP Paulinas, 2003 CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo as Duas Naturezas do Redentor. São Paulo-SP Cultura Cristã, 2004 CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus e os seus atributos. São Paulo-SP Cultura Cristã, 2002 SOUSA Ricardo Barbosa de. O Caminho do Coração Ensaios sobre a Trindade e a Espiritualidade Cristã. 2. Ed. Curitiba-PR ENCONTRO PUBLICAÇÕES 1998 SAULNIER, Christiane. ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus 6.ed São Paulo-SP. PAULUS 2002 KUPER Abraham. Calvinismo, São Paulo-SP Cultura Cristã, 2002 WESTMINSTER Confissão de Fé Ed. São Paulo-SP OS PURITANOS 1999

SITES http://pt.shvoong.com/social-sciences/politicalscience/1636126-que-%C3%A9-pol%C3%ADtica/

7. SAULNIER, Christiane. ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus 6.ed São Paulo-SP. PAULUS 2002 p.23 8. KUPER Abraham. Calvinismo, São Paulo-SP Cultura Cristã, 2002 p.87 9. WESTMINSTER Confissão de Fé Ed. São Paulo-SP OS PURITANOS 1999 p. 399 10. KUPER, Abraham. Calvinismo, op. cit p. 89 11. Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do final do séc. XIX (1844-1900) foi quem diagnosticou o niilismo como a “doença do século” e o tomou como eixo temático e problema capital expresso na “morte de Deus”. Para responder o que é o niilismo? Explica: “Falência de uma avaliação das coisas, que dá a impressão de que nenhuma avaliação seja possível”. “Niilismo: falta a meta; falta a resposta ao “por quê?”; o que significa niilismo? – que os valores supremos se desvalorizam”. Visto como um longo processo, o niilismo alcança seu auge na morte de Deus. Que marca o momento de constatação da perda de sentido e validade por parte dos valores superiores da cultura no Ocidente. Representa assim, o fracasso de uma interpretação da existência que por muito tempo auxiliou o homem a suportar a dor. Deus morreu! Deus continua morto! E nós o matamos!! Como nos consolaremos, nós, os assassinos dos assassinos? O que o mundo possui de mais sagrado e possante perdeu seu sangue sob a nossa faca. O que nos limpará deste sangue?... Este evento enorme está a caminho, aproxima-se e não chegou ao ouvido dos homens... É preciso tempo para as ações, mesmo quando foram efetuadas, serem vistas e entendidas. Nietzsche e a morte de Deus. Disponível em: http://www.eticaefilosofia.ufjf.br/8_1_giuliano.html Acesso em: 21 de janeiro de 2015


Notas de falecimento

Abadia de Fátima Ribeiro Em momento de muita tristeza fomos atingidos pela informação do passamento da irmã ABADIA DE FÁTIMA RIBEIRO, no dia 10 de julho de 2019. O que nos conforta e nos consola é a Palavra de Deus, que nos assegura que “estar com Cristo é incomparavelmente melhor”; que um dia todos os crentes “estarão face a face com o Senhor, onde não haverá mais morte, nem dor, nem reclamações, nem choro, porque estas coisas serão passadas”. E isto é o que a querida e inesquecível irmã FATINHA começou a experimentar no momento do seu passamento. Ela fez parte ativamente da história da nossa Igreja, sempre com sorriso fácil e ânimo perseverante. Com certeza nossa irmã recebeu do Senhor o: “vinde benditos de meu pai, recebei por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”, “entra no gozo do Teu Senhor”. Aos familiares enlutados, nossas condolências. Ao nosso Deus, Senhor do universo, nossos agradecimentos pela sua graça e misericórdia em permitir que convivêssemos com ela por todo esse tempo. Pedimos as bênçãos do Senhor, como fez Jeremias 31:3a “Com amor eterno te amei, por isso, com benignidade te atrai”. [Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes]

Pedro Xavier Ferreira É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento do nosso irmão Pedro Xavier Ferreira no dia de junho de 2019. O irmão nasceu no dia 02 de julho de 1.952 era casado com a irmã Anilda Daniel Ferreira e viveram juntos por 41 anos cumprindo a determinação de Deus “Até que a morte os separe”. Deixou os filhos Regiane, Geovane, Roseane e Pedro Junior, e netos: Janinho, Emely, Evelyn, Laura, Venicius, Breno e Renan. Membro da igreja desde 1985, atuou como diácono por vários anos, mostrando muito zelo e amor pela igreja de São João da Mata. Muita saudade nos deixou, mas nos conforta em saber que desde este dia já desfruta das Bem-Aventuranças daqueles que desde já morrem no Senhor (Apoc. 14:13 ). Sabemos que não tem sido fácil para a família, mas todos gozam de uma paz que só os crentes podem desfrutar ao verem partir um ente querido. Que Deus os fortaleçam e que este vazio seja preenchido com Espírito de Deus. [Enviado por Luis Mauro Reis]

Vilma Apolinário Vieira

Luiz Valter Costa

Prestes a completar um ano de viuvez, a saudosa irmã, dona Vilma Apolinário Vieira foi chamada à Casa Eterna. Desde o passamento de seu esposo em 24 de abril de 2018 até o dia 04 de abril de 2019, a “tia Vilma” viu seus dias serem consumidos pela saudade, apesar do cuidado mavioso de seus filhos. Tal qual o seu finado esposo “Seu Dudu”, fora assídua às atividades da igreja, tanto na sede como em sua congregação e, na maior parte das programações nos lares. Era evidente sua felicidade quando recebia visitas da igreja em sua casa. Sempre atenciosa e prestativa deixou sinceras amizades, não apenas na igreja, mas pela cidade toda. Foram 78 anos construindo sua história que, certamente, servirá aos seus descendentes como exemplo de vida. Deus lhe deu a graça de ver os filhos dos filhos! Por ordem: Apolinário, casado com Sílvia; Nadir, casada com Orlando; Sílvia, casada com Valter; Silma, casada com Clésio; Israel, casado com Aparecida; José Salvador, casado com Olívia e Ismael, casado com Lurdes. Deus ainda lhe deu a graça de conhecer 16 netos e quatro bisnetos.

Não digo ser a coisa mais difícil, mas, com certeza não é fácil resumir a vida de alguém. Alguns podem dizer que a vida vai da concepção ao passamento, e pronto. Tem quem acha que a história é simplesmente um registro do que não é mais. Na verdade, o que foi continua sendo, e sempre será enquanto houver memória. Por 75 anos o Sr. Luiz viveu e reviveu momentos das histórias de seus dias, que seus familiares e demais queridos hão de manter vivas por longos tempos. É histórico dizer que o Sr. Luiz Valter Costa nasceu em 21 de abril de 1944; que é natural de Pedranópolis, MG; que é filho de Sabino Xavier Costa e de Júlia Correia Ramos; que se casou com Ninfa Maria Alves Costa; que teve dos filhos: Elton, casado com Renata e Luciana, comprometida com José Márcio, e que faleceu em 23 de março de 2019. Todavia, a existência não se resume em dados. Daí ser a história de uma vida bem mais complexa que a nossa limitada compressão do ser criado à “...imagem e semelhança...” de Deus”.

Desde 11 de janeiro de 1941 até 04 de abril de 2019 foram 78 anos que deixaram muita saudade e boas recordações aos que puderam conviver com a estimada irmã Vilma. Que Deus enxugue as lágrimas dos familiares e amigos, enchendo seus corações da certeza que Deus não é Deus de mortos, por isso a nossa distinta irmã se apresentará viva no Dia do Senhor, para o desfrute da eternidade com nosso Salvador e sua Igreja glorificada. [Rev. Reginaldo Vieira Naves]

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”. II Co. 5.1

Dentre tantos valores cultivados pelo Sr. Luiz, cabe destacar o seu acolhimento à Palavra de Deus em sua casa, pelo menos por 18 anos ininterruptos. Desde de 11 de setembro de 2001 a Igreja Presbiteriana Conservadora de Iraí de Minas fez-se presente no lar do Sr. Luiz e família, mensalmente. Além da igreja citada, o Departamento Missionário da Igreja Presbiteriana Conservadora fez uso de sua residência por um ano, aproximado; ocasião em que o Reverendo José Eurípedes e família trabalharam em Araxá. Muito mais poderia ser escrito sobre a prodigalidade do saudoso Sr. Luiz e Família para com a igreja de Cristo, mas, como as palavras sempre deixam a desejar, que Deus conforte a todos com a esperança da Vida Eterna. [Rev. Reginaldo Vieira Naves]

Cruzeiro do Sul, AC

Estudo da Palavra de Deus Durante toda primeira semana de cada mês a IPC de Cruzeiro do Sul no Acre, Vale do Rio Juruá, realiza com um pequeno grupo de irmãos e irmãs reuniões às 17h, para o estudo da Palavra de Deus e oração. No mês de agosto, concluímos o livro de 2ª Tessalonicenses. Contamos com a oração dos amados irmãos em Cristo Jesus. [Evag. Amarizio Teles de Menezes e suas esposa Maria Helena]

Bom e reto é o Senhor; por isso ensinará o caminho aos pecadores. Salmo 25.8


NOTÍCIAS ENVIADAS PELAS IGREJAS

Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! Casamento

Rodrigo e Carolina

Com grande alegria que comunicamos a todos irmãos conservadores o casamento dos membros da igreja Presbiteriana Conservadora de São João da Mata, Rodrigo do Prado Fernandes e Carolina Bitencourt Reis Fernandes acontecido no dia 13 de julho de 2019, no sitio Pantaleão, nesta cidade. Esta cerimônia foi oficializada pelo Rev. Edval Jose Vieira . Ela, filha do presbítero Luiz Mauro e Regina e ele, filho do Sr Vitor Fernandes (em memória) e Ana Fernandes. Que Deus abençoe esta nova família concedendo-lhe todas as condições para honrarem com os compromissos feitos diante da lei, da igreja e de Deus. A igreja recebe de braços abertos mais uma família formada dentro dos princípios bíblicos, juntando a centenas de outras que compõe a família conservadora. Que Deus abençoe as duas famílias que se unem com a união deste casal. [Enviado por Luis Mauro Reis]

Palmares Paulista, SP

Ordenação dos irmãos Héber de Moraes e Isaul Stefen Neto para o diaconato

No livro de Atos está registrado que à medida que a igreja crescia e se desenvolvia, também crescia a necessidade de pessoas chamadas por Deus para cuidar do rebanho. Nesse cenário os apóstolos orientados pelo Espírito Santo enquanto se dedicavam intensamente ao ministério da Palavra deveriam escolher um grupo de seletos irmãos para ajudar nos cuidados das pessoas mais necessitadas. Assim surgiu o ministério do diaconato. Ainda no livro de Atos temos o relato das credenciais necessárias para o exercício dessa importante função. Deveriam ser homens cheios do Espírito Santo, sábios, e de boa reputação. Ainda nos dias de hoje a igreja necessita de homens com as mesmas credenciais para exercerem a liderança na igreja do Senhor, seja na dedicação do ensino da Palavra, como nos cuidados sociais. Pela graça de Deus, no dia 07 de julho a IPC de Palmares Paulista teve a grande alegria de ordenar para o ministério do diaconato os irmãos Héber de Moraes e Isaul Stefen Neto. Nossos irmãos foram eleitos, provados e aprovados para essa tão nobre função. Nosso desejo e oração são de que o Senhor na sua infinita graça e bondade continue capacitando e fortalecendo nossos irmãos para o exercício de sua função, sempre olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé, e, crescendo no conhecimento da sua Palavra. [Rev. Ricardo de Souza Alves, Pastor da IPC de Palmares Paulista]

Resumo dos Trabalhos da Comissão Executiva da Assembleia Geral na Reunião de Abril de 2019 Data e Local: 27 de abril de 2019, nas dependências do Seminário Presbiteriano Conservador Membros Presentes: Presidente: Rev Welerson Alves Duarte; Vice-presidente: Rev Márcio Willian Chaveiro; Tesoureiro: Rev Flávio Antonio Alves da Costa; Representantes: Sínodo Centro Oeste: Revs. Fernando Henrique Voight e Reginaldo Vieira Naves; e o e o Presb. Jorge Valentim Araújo Júnior. Sínodo Sudeste: Revs Antonio Rodrigues de Lima e Maurício Ferreira da Costa Júnior; e Presbs. Jurandir Alves dos Santos e Sidnei Manoel dos Santos. Ausente o Presb. José Jorge Pereira da Silva. Leitura e Aprovação de documentos: Foram lidos e aprovados os seguintes relatórios: 1º) Do Secretário Executivo da Confederação de Mocidades; 2º) Do Secretário Executivo da Confederação Feminina; 3º) Do Redator do Jornal “O Presbiteriano Conservador”; 4º) Do Webmaster; 5º) Do Superintendente do Departamento Missionário; 6º) Do Diretor do Seminário Presbiteriano Conservador; 7º) Do Tesoureiro Geral; 8º) Da Comissão de Auditoria; 9º) Do Professor de Tempo Integral. Correspondências e Solicitações: 1ª) Do Secretário Executivo da Confederação de Mocidades apresentando consulta a respeito da dotação votada para as Confederações; 2ª) Do Presbitério Oeste Paulista solicitando bolsa de estudos para seu pupilo. Bolsas de Estudos: A Comissão Executiva deliberou conceder 50% (cinquenta por cento) de bolsa ao presbitério que solicitou. Outras Deliberações: 1ª) Deliberou que as instituições devem confeccionar seus orçamentos relacionando os pagamentos autorizados, com pelo menos 3 orçamentos, e encaminhar à comissão de auditoria com a assinatura de todos os membros da diretoria.; 2ª) Aprovou o parecer da Comissão encarregada de elaborar parecer do posicionamento da IPCB quanto aos partidos de esquerda; 3ª) Aprovou o novo Regulamento do Seminário Presbiteriano Conservador; 4ª) Aprovou o novo Regulamento do Departamento Missionário; 5ª) Deliberou realizar culto de ação de graças pelos 80 anos da IPCB na 1ª Igreja de São Paulo; 6ª) Deliberou encaminhar consulta a Assembleia Geral se os funcionários de tempo integral podem assumir o pastorado de igrejas locais; 7ª) Deliberou realizar culto de ação de graças pelos 80 ano da IPCB no dia 15 de fevereiro na 1ª IPC de São Paulo e no dia 27 de junho em uma das Igrejas de Goiânia e Curitiba simultaneamente. Estatística: Confeccionou a Estatística. Próxima Reunião: A próxima reunião da Comissão Executiva ficou marcada para os dias 23 e 24 de maio de 2020. Voto de Agradecimento: Foi lançado um voto de agradecimento a direção do Seminário e funcionários pela hospedagem. [Rev Welerson Alves Duarte, Presidente]

Salmo 84.1

Pinhais, PR

▸ Intercâmbio na IPC Pinhais Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. Salmos 133.1 No sábado 10/08, o templo da IPC Pinhais se encheu de alegria ao receber os irmãos das demais igrejas do presbitério para o tradicional Intercâmbio da IPC. Os membros da 1ª e 2ª de Curitiba, IPC de Antonina e IPC de Paranaguá se reuniram aos irmãos da igreja local para ouvirem a palavra de Deus e louvar em nome do Senhor.

▸ 2º Encontro de Casais da IPC Pinhais

Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne. Gênesis 2.24 A IPC Pinhais realizou, no mês de Maio, o 2º Encontro de Casais. O evento tem como objetivo reunir os casais da igreja para louvarem a Deus e ouvir o que a Palavra do Senhor nos diz sobre o matrimônio. A mensagem foi pregada pelo reverendo Iziquiel da Rocha e encheu o coração de todos os presentes de paz e alegria.

▸ SAF de Pinhais comemora 20 anos

Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. 1 Timóteo 2.10 O mês de junho trouxe uma celebração muito significativa para todos os membros da IPC Pinhais. No dia 16/06, a SAF comemorou 20 anos de existência na igreja local. Em todos estes anos foram inúmeras as ações em prol da IPC e da comunidade local. A mensagem foi entregue pelo Reverendo Iziquiel da Rocha e alegrou o caroção de todos os irmãos presentes. [Matérias enviadas por Jean Ceccon]

Quem permanece em mim, e

eu, nele, esse dá muito fruto. João 15.5


8 | O Presbiteriano Conservador | julho, agosto, setembro de 2019

Senhor dos Exércitos, bem—aventurado o homem que em ti põe a sua confiança. Salmos 84:12

Uberlândia, MG

▸ Primeiro Congresso Infantil

▪▪ Boneca Sarita – Irmã Selalhy com as

▸ 23º Aniversário da IPC de Uberlândia

▪▪ Fabricação de Slime – Irmã Lívia

crianças

▪▪ Rev. Clodoaldo de Souza Caldas –

▪▪ Apresentação Musical

Pastor da IPB de Araxá-MG

▪▪ Confecção de laços para o cabelo das

meninas – Irmã Abadia Garcia

▪▪ Fabricação de Cupcake – Irmã

Sandra

Jesus, durante seu ministério terreno, demonstrou a importância da eternidade. Enquanto os fariseus valorizavam e enfatizavam rituais externos e destituídos de significados mais profundos, Jesus veio, para que através da sua Palavra, o pecador recebesse vida em abundância, libertação e pastoreio seguro. O impacto desta mensagem foi tão forte nos dias da Igreja primitiva que nem a mais violenta perseguição foi capaz de impedir os primeiros cristãos de pregarem a Palavra de Deus. Pela graça de Deus, no dia 18 de julho do corrente ano, realizamos o 1º Congresso Infantil, com o tema: CRESCENDO NA PRESENÇA DE DEUS (Lucas 2:52). Foi uma experiência encantadora, pois com a mobilização e ajuda de toda a Igreja local, foi possível semear a Palavra de Deus ao coração de todos os participantes. Iniciamos com um delicioso café da manhã, louvores, história bíblica relacionada ao tema, oficinas de confecção de laços para cabelo com as meninas e slime caseiro para os meninos, almoço, cinema com direito a pipoca, oficina de cupcake, história bíblica contada pela personagem da boneca Sarita, brincadeiras, etc. Foi um dia muito agradável e cheio de surpresas para todos. Que a Palavra do Senhor produza frutos de vida em abundância no coração de cada pequenino e que todos continuem crescendo na presença de Deus.

▸ Missões no Brasil No dia 11 de agosto do corrente ano convidamos para comemorarmos o dia do Departamento Missionário da nossa Igreja a irmã Ruth Dinkins, professora e Deã no IBEL – Instituto Eduardo Lane, em Patrocínio-MG. Filha dos missionários Frederico Dinkins e Frances Dinkins, enviados ao Brasil pela junta de missões do estado de Louisiana/EUA, passando por vários estados brasileiros anunciando o Reino de Deus. Ruth formou-se pelo Seminário Reformado de Jackson, Mississippi/EUA. A irmã Ruth nos anunciou a Palavra de Deus mostrando que nossa missão como missionários está bem mais próxima de nós do que imaginamos. Às vezes se pensa em sair percorrendo longas distâncias para anunciar o evangelho através do nosso chamado, mas o nosso campo de acesso está em nossa própria casa ou até mesmo em nosso ambiente de trabalho, ou vizinhança. O nosso testemunho não pode ser virtual. Temos que irradiar com muita luz nosso caminho dentro da justiça divina e sermos verdadeiros imitadores do Senhor Jesus Cristo. A grande necessidade da Igreja nestes dias é a de um púlpito forte com mensagens bíblicas que provoquem o quebrantamento, confissão de pecados e devoção ao nosso Deus. Isso abrirá as portas para um avivamento missionário que mudará a vida da Igreja atual. Que nos apeguemos firmemente ao Evangelho, na verdade imutável da Revelação de Deus, e que sejamos a verdadeira luz no meio das trevas do deserto espiritual da nossa sociedade. Que o testemunho cristão seja a poderosa marca dos servos de Jesus Cristo na atualidade. Que o Senhor nos ajude. [Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes]

A celebração do 23º ano de aniversário da Igreja Presbiteriana Conservadora de Uberlândia foi realizada com muita gratidão ao nosso Deus. Não é fácil a caminhada, mas gratificante, pois em todo o momento o Senhor está conosco e sempre nos abençoará de forma tremenda. A igreja é pequena, formada por pessoas simples e imperfeitas, mas que aprendem com Jesus e são por Ele transformadas. A igreja é ativa nas ações conjuntas realizadas por meio de discipulados, pregações, estudos e pela Escola Bíblica Dominical (EBD). Na área social tem realizado regular distribuição de cestas de alimentos, roupas e objetos. A organização da igreja foi iniciativa do Departamento Missionário em conjunto com a Igreja Presbiteriana Conservadora de Iraí de Minas/MG, devido ao grande fluxo de seus membros que residiam em Uberlândia com o intuito de estudar e trabalhar. Tal iniciativa visava criar oportunidades para que os membros, especialmente os moradores de Iraí, pudessem ouvir, entre o alarido da cidade grande, as vozes do Evangelho de Jesus Cristo anunciado pelos Presbiterianos Conservadores. As notícias dos feitos de Jesus é a finalidade da Igreja. Divulgá-las, dar a todos a possibilidade de ouvi-las é sua missão. Esse é o sentido de comunicar o que Cristo fez e como isso afeta a vida das pessoas. Agradecemos muitíssimo a presença e disponibilidade do Rev. Clodoaldo de Souza Caldas e sua família, que bondosamente aceitou o nosso convite, para nos trazer a Palavra do nosso Deus neste momento de celebração. O Rev. Clodoaldo, atualmente é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil em Araxá/MG. Que o Senhor Deus em Sua infinita misericórdia abençoe ricamente o ministério pastoral do irmão. A Igreja Presbiteriana Conservadora de Uberlândia é pastoreada desde o seu início pelo Rev. Fred Mark Ferreira Fagundes, que é casado com Lívia Fagundes e pai do André Fagundes e da Lais Fagundes. Roguemos ao Senhor Deus pela Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil, para que ela seja cada vez mais forte e operante no serviço do Reino.

69 ANOS DE UNIÃO CONJUGAL! Na IPC do Jardim Caieira em Limeira realizamos em todo último domingo do mês, após o culto, um ato de agradecimento a Deus pelos aniversários de casamentos, conquistas acadêmicas ou profissionais. É uma maneira didática e bíblica da igreja aprender que andar na aliança envolve aspectos sociais e culturais e não apenas o aspecto espiritual. Caminhar com o Senhor envolve a totalidade da nossa existência! Neste último domingo de junho (30/06) tivemos um ato de agradecimento pelos aniversários de casamentos dos nossos irmãos Anderson e Ester (3 anos de união conjugal); Jair e Cássia (4 anos), todavia, o destaque merecido deste mês é para os nossos anciãos Antônio Graziano (87 anos de idade) e Maria Cândida (87 anos) que comemoraram 69 anos de união conjugal! É algo cada vez mais raro em nosso tempo e por isso destacamos esse fato, pois serve de bom exemplo para a nossa igreja e denominação, que ao olharem uma relação tão duradoura como esta, possam se sentir estimulados no Senhor a lutar para a preservação de seus casamentos. Louvamos a Deus pela vida de nossos amados, tanto os que estão começando a vida conjugal, como os dois primeiros casais, como estes dois irmãos mais experientes que estão no final de suas peregrinações juntos! [Rev. Márcio Willian Chaveiro, pastor da IPC do Jardim Caieira – Limeira]


julho, agosto, setembro de 2019 | O Presbiteriano Conservador | 9

Bem—aventurado o homem cuja força está em ti

Salmos 84:5

Sexta de São Paulo, SP

▸ Ação de Graças: 50 anos da 6ª IPCB de São Paulo

▸ Bodas de Rosas

Dia 30 de março de 2019 foi um dia de agradecimento ao nosso Deus por nos conceder momentos preciosos de íntima adoração, em várias ações, na presença de irmãos das nossas Igrejas Conservadoras de São Paulo reunidos na querida 6ª IPCB de São Paulo. Neste dia foi realizado o Culto de Ação de Graças pelos 50 anos de organização da sexta Igreja Presbiteriana Conservadora de São Paulo, sendo o culto conduzido pelo Rev. Sérgio Muniz Gomes e Rev. Antônio Rodrigues de Lima. A sexta Igreja Presbiteriana Conservadora de São Paulo completou 50 anos em 2019 e cabe aqui algumas reflexões sobre o empenho e os trabalhos de muitos irmãos para que a Igreja pudesse ser relevante e permanecer até os dias atuais. Pensemos sobre o hoje e roguemos a Deus para que continuemos firmes e constantes; que a Palavra de Deus continue sendo plantada como foi até agora.

O Presbítero Valter Alves Poncidonio e sua esposa Lilian Poncidonio comemoraram 17 anos de união, Bodas de Rosas! E em cada rosa haja pétalas de dedicação, paciência, respeito, amor, carinho e principalmente a vontade do ideal em comum, buscando sempre na presença de Deus manter um lar firmado nos retos caminhos do Senhor. A renovação de votos foi conduzida pelo Rev. Sérgio Muniz Gomes; o casal contou com a alegria de celebrar esta data juntamento com seus dois filhos, Sara e João e ainda com todos os irmãos presentes. Rogamos ao Senhor que continue a guardar e abençoar a vida deste casal e pedimos ainda que lhe dê a disposição e alegria de continuar a servir a Deus e Sua Igreja por toda a vida. Agradecemos a Deus por todas as grandes bençãos que nos tem dado e por todos os anos de lutas e vitórias.

▸ Homens a serviço de Deus e da Igreja

▸ Dia das Mães

A Palavra de Deus nos mostra a importância de termos homens que estejam à frente, juntos com a liderança, para suprir e orientar a Igreja de Deus. O Apóstolo Paulo, na sua primeira carta a Timóteo, roga a ele a advertir e aconselhar o povo de Éfeso pra manter a fé e a boa consciência; e assim nos indica o primor das qualificações necessárias para estes homens. Neste mesmo dia tivemos, dentre os atos de honra e glória a Deus, a ordenação para o presbiterato do irmão Valter Alves Poncidonio que, após ter passado pelo período de prova e ter o testemunho de toda a Igreja e de que é realmente qualificado para esse ofício, tomou posse de seu ministério para honra e glória do Senhor Jesus. A cerimônia de ordenação foi realizada pelo Rev. Antônio Rodrigues Lima. Também tivemos a renovação dos votos de todos os oficiais da 6ª IPCB de São Paulo com a releitura do termo de compromisso; o nosso desejo é que o Senhor lhes conceda graça e misericórdia para o exercício deste mister.

No dia 12 de maio a 6ª IPC de São Paulo ofereceu uma manhã especial em homenagem ao dia das mães. Logo após a devocional, ministrada pelo Rev. Antônio Rodrigues de Lima, foi realizado um delicioso café da manhã que contou com a participação de todos membros da Igreja. [Enviado por Rinaldo Milito]

“...O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram. Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.” Salmo 78.3-4


HISTÓRICO

Rev. Edival José Vieira, sua vida e ministério

▪▪ Diploma de Bacharel em nosso Seminário

▪▪ Dia do Casamento

Nascimento e infância - Nasci no dia 18 de agosto de 1946, portanto, completei 73 anos de idade. Meus pais, José Joaquim Vieira e Angelina Maria Vieira, ambos falecidos, tiveram três filhos, eu sou o do meio, o primogênito Nelson José Vieira e a caçula Cacilda Vieira, já falecida. Nasci na fazenda de meu avô paterno, Joaquim Benedito Vieira, na conhecida Serra da Barba de Bode, município de São João da Mata, MG. Com a morte de meu avô, a sede da fazenda ficou para meu pai, onde passei minha infância, cresci, até a minha ida para o Seminário. Vida estudantil (primária) – Fui alfabetizado, juntamente com o meu irmão Nelson, na Escola Rural Pedra do Navio, que funcionava na casa da fazenda do sr. João Garcia Neto. Nossa primeira professora era a filha do referido fazendeiro e se chamava Antonieta Garcia. O primeiro ano do chamado Curso Primário, eu e o meu irmão o fizemos na escola rural Adolfo Simões, no Bairro Barba de Bode, cuja professora se chamava Paula Simões Faria, falecida recentemente. No segundo ano, passamos a frequentar o Grupo Escolar Cônego Paulo Monteiro, em São João da Mata, cerca de seis quilômetros, indo à pé todos os dias. Para cursarmos o terceiro ano primário e para a minha irmã Cacilda iniciar sua fase estudantil, meus pais decidiram se mudar para São João da Mata, onde passamos apenas um ano e retornamos para a fazenda. Conclui meu curso primário quando tinha 16 anos de idade, indo para S. João da Mata, a cavalo, todos os dias. Terminado o curso, por falta de outros cursos de graduação no Município, continuei ajudando meus pais nas lides do campo, cuidando do gado, e como bom mineiro, tirando leite, fazendo queijos, manteiga e rapadura. De serviço no campo, aprendemos a fazer quase tudo, com o pai empreendedor que tivemos. Gostava muito de ler e tinha muita facilidade de gravar na memória o que lia. A minha professora do quarto ano primário, que assinou o meu primeiro diploma, com a nota 10, a Neide de Castro, me disse no encerramento do curso: “ meu jovem, você precisa sair de S. João da Mata, você precisa continuar estudando”. Certa feita, ela mesma já havia me dito: por que você não estuda para pastor. E ela era uma católica romana fervorosa! Apresentação no quartel – Em 1965 me alistei para servir o exército, mas com o propósito único de tirar a indispensável carteira de reservista, pois já tinha o desejo de ir para o nosso Se-

▪▪ No seminário em Covenant, em Saint Louis, EUA, em 1994 para

conclusão de mestrado

minário, onde já estavam estudando meus três primos, Saulo, Ivandir e Mesaque. Fui aprovado e chamado para servir no quartel de Pauso Alegre. Só permaneci lá por dois dias, confirmando assim que Deus tinha outro propósito para a minha vida. Ele usou o presbítero da minha igreja Clóvis Alvim, que tinha influência com um comandante de dentro do quartel, o qual me dispensou. O motivo do pedido de dispensa foi : ida para o seminário. Herança religiosa, vocação e ida para o seminário – Tive o privilégio de nascer e crescer dentro de um lar de vida e práticas cristãs. Meu pai, homem severo na educação, porém muito cuidadoso das práticas cristãs como leitura quase diária da Bíblia, oração em família, e frequência aos cultos. Quando criança, frequentava a IPC na Fazenda Boa Esperança, do presbítero José Alvim Pereira. Quando o templo foi construído em São João da Mata, era para lá que tínhamos que percorrer os seis quilômetros todo domingo, ora a pé, ora a cavalo e até que foi possível, de Jeep ano 54. Meu avô Joaquim Benedito Vieira era presbítero da igreja, juntamente com o irmão José Alvim Pereira, desde a sua fundação em 1942. Eu era ainda garoto quando meu pai foi eleito presbítero e neste ofício serviu por mais de 40 anos. Via e admirava a dedicação dele na maneira como encarava a obra de Deus. Nem chuva, nem enchente o impedia de ir à igreja; em muitas épocas ele era o único presbítero na igreja e tinha que pregar todos os domingos, quando as visitas dos pastores aconteciam a cada seis meses. Me lembro de algumas vezes, quando ele demorava chegar do culto após fortes chuvas, minha mãe mandava eu e meu irmão até um determinado ponto da estrada onde havia uma perigosa ponte, temendo que a enchente pudesse ter-lhe causado algum perigo; o que graças a Deus nunca aconteceu. Ele possuía pouco preparo como pregador, porém muito zelo e dedicação no que conseguia fazer. Tenho absoluta convicção que isto me marcou profundamente, e Deus usou este testemunho para despertar minha vocação para o ministério sagrado. Outra evidência de vocação ministerial, é que eu gostava de ouvir sermões, especialmente do grande orador, Rev. Carlos Pacheco. Quantas vezes eu memorizava e repetia, para mim mesmo, em momento a sós, trechos da pregação dele, inclusive tentando imitar sua voz e gestos. Certa vez, andando a cavalo atrás

do gado em uma curva da estrada, fui pego no frago por um vizinho, imitando o Pacheco, num trecho de sua pregação; e ele perguntou, mais ou menos assim – me lembro até hoje: “Uai rapaiz, que que deu nocê, falano ai suzinho ”! Confesso que fiquei com muita vergonha, e não sabia o que responder. Também, apesar da timidez, gostava de participar de peças teatrais, na escola e na igreja. Decorava tudo e repetia em voz alta para mim mesmo. Eu levava para a escola um Novo Testamento entre meus pertences, quando a professora citava um episódio bíblico, eu abria e lia a passagem referente. Minha ida para o Seminário aconteceu no dia 04 de março de 1966, quando eu e meu tio Augusto Fonseca subimos na carroceria de um caminhão que transportava leite para Pouso Alegre, carregando a minha mala de fibra; lá passamos a noite num pequeno hotel e no dia seguinte tomamos ônibus para São Paulo e chegamos ao Seminário. O Diretor, quem era! O Rev. Carlos Pacheco. Aquela chamada casa de profetas se tornou a minha segunda casa por longos dez anos. Quatro anos no curso Propedêutico, três anos no curso Pré-Teológico e três anos no curso Teológico. Enfim, em Dezembro de 1975, peguei meu diploma de bacharel em teologia. Licenciatura e campo de trabalho – Fui licenciado pelo então Presbitério do Centro reunido em Irai de Minas em Janeiro de 1976. Me foi atribuído o campo de Bauru, incluindo a igreja desta cidade e mais três congregações presbiteriais, nas cidades de Iacanga, Bariri e Dracena. Nestas, as visitas eram esporádicas. Meu tutor foi o Rev. José Carlos Barbosa. Minha primeira residência em Bauru foi uma salinha ao lado do púlpito da igreja, cujos móveis eram uma cama de solteiro, uma cadeira, quatro caixas superpostas onde guardava meus livros e um varal na parede onde pendurava os cabides com as roupas. Tomava meu café da manhã na casa do zelador da igreja, sr. Elias Faria e as demais refeições na pensão da D. Sofia, e posteriormente na residência do sr. Zuza, membro da Igreja. Como já estava noivo, eu e Celenir decidimos nos casar, cuja cerimônia se deu no dia 03 de Julho de 1976, na Primeira IPC de Goiânia, onde ela era membro. Retornando a Bauru, casado, nossa residência foi os dois cômodos antes ocupados pelo zelador, quarto e cozinha, e o banheiro fora, o mesmo usado pela igreja. Como o Conselho teve que dispensar o zalador para ocuparmos


sua residência, eu e Celenir passamos a zelar do templo. Os vizinhos que não conheciam a história, perguntavam se eu era o novo pastor ou o novo zelador da igreja, e resposta era: as duas coisas. Foi uma experiência incrível, que nos faz lembrar com saudades! Ordenação e campos de trabalho – Fui ordenado pelo mesmo Presbitério, reunido na própria igreja de Bauru, no dia 07 de Janeiro de 1977. Na distribuição dos campos, o Presbitério me confiou o mesmo que já estava servindo. Assim cumpri dois anos em Bauru, com experiências marcantes como primeiro campo de trabalho e como recém-casado. 1978 a 1988 -Campo de Goiás – No começo de 1978 o Presbitério transferiu-me para Goiânia, atribuindo-me o pastorado da Segunda IPC, no Bairro Capuava e mais a Congregação do Setor Urias Magalhães, em cujo Bairro fixei minha residência. Naquele mesmo ano a Congregação se transformou em Terceira IPC, e por cinco anos seguidos fui o pastor desses dois campos. Nesse período abrimos quatro congregações locais, pela Segunda IPC, as congregações de Trindade e Jardim Nova Esperança, e pela Terceira e Primeira IPCs, as congregações do Conjunto Cruzeiro do Sul e Bairro Nova Suiça. Além de todos esses trabalhos na Capital Goiana, eu tinha que visitar esporadicamente três congregações no interior do Estado, em Rubiataba, Rialma e Gurupi, esta há seiscentos quilômetros de Goiânia. E como se não bastasse, em 1981, quando a Primeira IPC de Goiânia ficou sem pastor, o Presbitério me atribuiu mais aquele campo. Naquele ano, eu era o único pastor de todo o campo de Goiás. No ano seguinte chegou o Rev. Djalma Franco para nos ajudar e depois, os Revs. Sebastião Salvador e Antonio Gonçalves de Oliveira. Além da assistência aos diversos campos de trabalho, fizemos programa de rádio por longo período e por dois anos dirigimos na Rede Bandeirante de Televisão, transmissão local, o programa Encontro com Cristo. 1983 a 1985 - Segunda IPC de Goiânia – Tendo sido eleito pela Segunda IPC, passei a residir no Bairro Capuava. Nesse período, foram organizadas em igrejas as congregações de Trindade

▪▪ Rev. Edival, esposa e filhas

e Jardim Nova Esperança e eu me tornei o pastor das três, por três anos. 1986 a 1988 -Terceira de Goiânia – Fui eleito novamente pela Terceira IPC e voltei a residir no Bairro Urias Magalhães, na residência própria que Deus nos deu. Nesse período, abrimos uma congregação no Bairro Maria Dilce, hoje a Sexta IPC de Goiânia. No final desses três anos, encerrou nossa passagem pelo chão goiano. Foram onze anos de ministério no Brasil central. Deixamos para trás abençoados frutos, mas carregamos aquilo que Deus havia nos dado de mais precioso naquela abençoada terra: a esposa Celenir, e as três joias preciosas, as filhas Valdine, Vanessa e Vanyse. 1989 a 1994 – São João da Mata - Fui eleito pela IPC de São João da Mata e retornei à minha terra natal vinte e três anos depois. Por seis anos batalhamos junto da nossa gente e do nosso povo cristão. No segundo ano em São João da Mata, comecei dar aula em nosso Seminário, viajando toda semana para São Paulo. Nesse mesmo período, aproveitando as idas para São Paulo, iniciamos e terminamos o curso de Mestrado em Antigo Testamento, oferecido pelo Centro de Pós-graduação Andrew Jumper. Como nossas filhas cresceram e necessitavam de faculdades para prosseguirem seus estudos, Deus abriu as portas de outro campo de trabalho, onde essa necessidade pudesse ser suprida. 1995 a 1998 – Limeira - Fui eleito pelas duas IPCs de Limeira, Jdm. Nova Itátia e Jdim. Caieira. Foram quatro anos muito abençoados, dividindo o tempo com duas dinâmicas igrejas e mais programa no rádio. De Limeira continuei indo ao Seminário semanalmente para as aulas. 1999 a 2003 – Primeira IPC de São Paulo Eleito pela Primeira Igreja de São Paulo, lá permaneci por cinco anos, no pastoreio da igreja e da sua congregação na Vila Santa Catarina, e dando aulas no nosso seminário. 2004 a 2006 – Segunda IPC de Goiânia – “Eu voltei ...”, “não deu para segurar a barra...”. Fui eleito pela Segunda IPC de Goiânia e retornamos ao Bairro onde já havíamos morado antes. Foram mais três anos de batalha firme na fé.

▪▪ Família reunida com genros e netos

Nesse tempo projetamos o novo templo, que aquela igreja construiu e inaugurou mais tarde. Depois de três anos naquele pastorado, dois fatores me fizeram sair de novo de Goiânia: recebi um convite da direção do Centro de Pós-graduação do Mackenzie para fazer o curso de Doutorado em Ministério que ia começar no Brasil, e juntamente com o convite, me foi oferecida uma bolsa de estudos para fazer o curso. Na mesma ocasião, recebi um convite de liderança da nossa igreja para ser professor de tempo integral em nosso Seminário. Entendi que Deus queria me levar de volta para São Paulo e me usar em outro tipo de ministério. 2007 a 2009 – Seminário – Tendo sido nomeado pelo nosso Sínodo para professor de tempo integral do Seminário e Diretor do Departamento Missionário da nossa Igreja, fomos residir na chamada Casa da Missão, em Riacho Grande. Ao mesmo tempo que executávamos essas funções, estávamos cumprindo os módulos do curso de doutorado em ministério. As experiências que tivemos nestes três anos com essas novas funções foram muito gratificantes e prazerosas. Todo o tempo que servimos o seminário como professor foram dezessete anos 2010 a 2019 – São João da Mata – Eu gostava muito do que estava fazendo no Seminário e na Missão, mas dois fatores me fizeram entender que Deus me queria de volta em na minha terra natal: minha mãe, viúva, residia só em São João da Mata e a carência de cuidados familiares se tornava cada vez mais evidente; outro, a nossa igreja nesta cidade na ocasião estava sem pastor e fui procurado pelo seu Conselho se aceitava pastoreá-la. Não tive dúvidas do chamado de Deus e retornei. Minha querida mãe nos deixou já há três anos, mas a igreja continua nos dando o prazer de ser o seu pastor, e dez anos já se passaram na batalha da fé uma vez dada aos santos; somados os seis anos do pastorado anterior, são dezesseis anos, o mais longo que já exerci numa igreja. Com a graça de Deus, daqui consegui concluir meu curso, visando o aperfeiçoamento do meu ministério. O que tem pela frente, só Deus o sabe. Até aqui nos ajudou o Senhor.

▪▪ Presbiteriano Conservador de 1945 com o avô paterno. O

terceiro da esquerda para direita, na terceira fila, em pé

O que representa a IPCB para o senhor?

Qual conselho o sr. deixa aos novos pastores?

A IPCB representa muito para a minha vida como um todo. Aquilo que tenho, aquilo que sou, Deus me concedeu através dela. A minha herança cristã especialmente, começando por meu avô, que se converteu pelo ministério dela. Quando nasci, meus pais já eram membros dela. Nela fui batizado na infância, pelo seu fundador, Rev. Rafael Pages Camacho. Nela recebi as primeiras lições da Escola Dominical e participei dos primeiros cultos que guardo na memória. Nela cresci e fiz a minha profissão de fé quando jovem. Ela me enviou e me sustentou no Seminário por dez anos. Nela me casei, e com uma membro dela. Nela batizei as minhas três filhas e nela as três foram casadas. Nela foram batizados os meus cinco netos. Ela apoiou-me e ajudou-me nos cursos que fiz para aperfeiçoar meu ministério. Nela eu exerço o pastorado por quarenta e três anos, nove deles como jubilado. Só tenho que ser grato a Deus por ELA.

Como é um conselho só, então vamos ao que julgo ser o principal, considerando que a tarefa número um de um pastor é alimentar o rebanho de Deus: “pastores! sirvam a cada semana uma balanceada e nutritiva alimentação ao seu rebanho, usando as ferramentas da exegese colocadas nas mãos de vocês pelo Seminário, e preguem, preguem, preguem expositivamente a Bíblia. Para isso, não parem de ler e de estudar”.


PALAVRA DO PRESIDENTE

Uma Igreja em boa ordem cultua com ordem e descência (Parte 2) I Coríntios 14.40 No último número do nosso jornal começamos a considerar sobre o fato de que Uma Igreja em Boa Ordem Cultua com Ordem e Descência. Prosseguiremos agora falando a respeito das partes do culto.

1. QUAIS AS PARTES QUE COMPÕE O CULTO Uma das dificuldades do culto hoje é que não temos no Novo Testamento prescrições claras sobre como deve ser o culto. No Antigo Testamento temos estas prescrições, porém, ainda que muitas ainda sirvam como princípios já não servem como prática pois tinham como propósito apontar para a vinda de Cristo, o que já aconteceu. Ainda que o Novo Testamento não traga prescrições claras traz os elementos que devem fazer parte do culto, elementos estes que são aquelas atividades determinadas pelas Escrituras nas quais o povo de Deus reunido se engaja com o propósito de adorá-lo (SI 96.9; 99.9), render-lhe graças e louvor (SI 100.4; 30.4; 33.2), dar a conhecer as suas petições (Is 56.7; Fp 4.6), edificar-se internamente (Rm 14.19; ICo 14.3; Ef4.l6), e anunciar o evangelho ao mundo (ICo 14.24-25). Na determinação do culto e dos elementos que o compõem, devemos recorrer às Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé e prática, lembrando sempre que a essência do culto no Antigo e no Novo Testamento é a mesma. Todos os princípios e elementos do culto público mencionados no Antigo Testamento e que são confirmados no culto público revelado no Novo Testamento, quer por preceito, exemplo, ou inferência legítima, podem e devem ser utilizados para o serviço a Deus (Hb 9.1-22; Cl 2.16-17). Nem todas as atividades realizadas pelos seres humanos são próprias, adequadas ou eficazes para estes fins elevados. Embora muitas dessas atividades não sejam intrinsecamente erradas em si mesmas, elas não cabem no culto prescrito por Deus. Por este motivo, o próprio Deus nos revelou em sua Palavra quais os elementos apropriados para o seu culto, que são assim definidos por nossos símbolos de fé: • orações • leitura da Palavra de Deus • pregação da Palavra de Deus • cantar salmos, hinos e cânticos espirituais ou sagrados • celebração da Ceia (quando houver) • ministração do batismo (quando houver) • juramentos religiosos • votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais • ofertas.1 1.1 A Oração no Culto Público Orar deveria ser algo simples, porém a o misticismo presente no ser humano associado à falta de conhecimento bíblico torna necessária a apresentação de esclarecimentos a respeito da oração. Orar a Deus é apresentar, pelos méritos de Cristo, nossas súplicas e interseções, nossa confissão de pecados e nosso louvor e ação de graças. No culto a oração é instrumento importante em cada uma de suas partes. No início do culto a usamos para invocar a presença de Deus tomando assim consciência que estamos diante do Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra. Esta oração deve nos levar à reverência. No momento de contrição somos lembrados que as iniquidades fazem separação entre nós e Deus e que, portanto, não é possível adorar a Deus em pecado. Através da oração confessamos nossas faltas e rogamos a Deus o seu perdão. Oramos apresentando a Deus nosso louvor, exaltamos o Seu nome e os Seus grandes feitos e manifestamos nossa gratidão pelo que tem feito por nós. A oração intercessoria, muitas vezes negligenciada, tem como objetivo rogar a Deus, pelos enfermos, desempregados, aflitos de modo geral, pela nação e seus governantes, pela igreja, pela

obra evangelística e pela vinda de Cristo. Este é um momento importante quando lançamos sobre Deus as nossas ansiedades. Oramos ainda rogando a Deus que fale conosco através da sua Palavra e depois oramos renovando nossos compromissos diante de Deus e rogando poder para aplicar a Palavra que acabamos de receber. Assim, ao longo de todo o culto falamos com Deus Pai, dirigidos e capacitados pelo Espírito Santo e sendo mediados pelo Filho. 1.2 A Leitura da Palavra de Deus no Culto Público É inquestionável a importância da Palavra de Deus no culto. Ela é a regra infalível de fé e prática. Só ela pode nos orientar acerca da necessidade de invocação do Senhor e da reverência de nós exigida. Só ela pode nos apontar os pecados e demonstrar a necessidade de arrependimento e súplica de perdão e só ela nos lembra que em Cristo somos perdoados. Só a Palavra de Deus nos fornece o modo adequado de louvar e agradecer a Deus e só através da Palavra podemos ser alimentados. A Bíblia ocupa lugar central na adoração pois é a Palavra de Deus viva, eficaz, inerrante e autoritativa. Impossível a adorar a Deus sem a instrução da Sua Palavra. 1.3 A Pregação da Palavra de Deus no Culto Público Praticamente todos os livros que tratam a respeito de pregação enfatizam que a Igreja de nossos dias sofre com um declínio da pregação. Em muitas igrejas ela vem sendo substituída por muitas outras atividades como testemunhos, discursos, músicas, etc. Na década de 70 Dr Martyn Lloyd-Jones dizia que a pregação era a tarefa primordial da Igreja e explicou que enfatizava isso por causa da tendência de desprezar a pregação substituindo-a por outras atividades. Infelizmente de lá para cá a situação não melhorou. Na década de 90 John Timmerman disse que em muitas igrejas, o sermão é uma ilha diminuindo cada vez mais em um mar turbulento de atividades. A pregação da Palavra é central e inegociável para uma adoração autêntica. A pregação é uma das marcas da verdadeira igreja. John Stott disse que pregar é indispensável ao cristianismo. Mas, se pregar é essencial de que tipo de pregação estamos falando? Estamos falando da pregação expositiva. Há, sem dúvida, uma crise na pregação contemporânea. Muito do que acontece em púlpitos evangélicos hoje não é pregação. Pregar não é dizer coisas interessantes sobre Deus, ou apresentar um discurso religioso ou ainda narrar uma história. Pregar também não é trazer uma mensagem de autoajuda. Em todos os casos citados a força declarativa da Escritura é enfraquecida. Um dos primeiros passos para resgatarmos a pregação cristã autêntica é definir o que queremos dizer quando usamos o termo pregar. Podemos dizer em linhas gerais que pregar é ler o texto, explicar o texto e aplicar o texto. Creio que uma boa ilustração para pregação é encontrada em Neemias 8.8. Ali diz que Esdras tomou o livro da lei o leu e deu claras explicações de maneira que o povo entendesse. Explicar é expor o texto, analisá-lo e tornar claro o seu significado. Este é o cerne da pregação expositiva, ou seja, ler a Palavra de Deus e em seguida explicá-la às pessoas de modo que elas entendam. Quais as características da pregação expositiva? A Pregação Expositiva primeiramente é aquele tipo de pregação cristã que tem como propósito central a apresentação e a aplicação do texto Bíblico, é aquela em que todos os outros interesses são subordinados à tarefa central de apresentar o texto bíblico, aquela em que o texto da Escritura tem o direito de estabelecer tanto o conteúdo quanto a estrutura do sermão, e aquela em que o pregador tem o dever de mostrar com clareza como a Palavra

Rev. Welerson Alves Duarte Presidente da Assembleia Geral e Pastor da Igreja de São Bernardo do Campo em São Paulo

de Deus estabelece a identidade e visão da igreja como povo de Deus. A pregação expositiva prima pela exatidão exegética. Não haverá um pregador verdadeiro se tudo o que ele disser não estiver fundamentado em exatidão exegética. Pecamos quando pregamos aquilo que imaginamos ser o que a Escritura ensina e não o seu verdadeiro significado. Não se pode chegar diante da congregação e dizer que Deus disse o que na verdade ele não disse. É preciso fugir da Superstição – Ficar procurando significados ocultos (numerologia, por exemplo); e da Alegoria – Um exemplo de alegoria pode ser visto em um sermão que toma por base Gênesis 24 e diz que Abrãao é Deus, Isaque é Cristo e o servo de Abraão é o Espírito Santo. Rebeca é a Igreja e os camelos são as bençãos espirituais com as quais o Espírito Santo conduz a Igreja até Cristo. A pregação expositiva deve ter uma estrutura clara. Os ouvintes precisam conseguir acompanhar o que falamos e posteriormente lembrar do que pregamos. Isso só será possível se a estrutura for clara. Para que uma estrutura seja clara é preciso que ela tenha unidade, ordem e proporção. Unidade significa que todas as partes da mensagem se mantem unidas, ou seja, não são vários pequenos sermões dentro de um; Ordem significa que o sermão é formado de ideias distintas que seguem umas as outras, em uma cadeia lógica que conduz a um clímax; Proporção significa que cada ideia tem o seu devido lugar, as coisas insignificantes não são magnificadas e as importantes não são menosprezadas. A pregação expositiva precisa ter uma aplicação Penetrante. Stuart Olyott usa a figura de um alfaite para ilustrar o lugar da aplicação no sermão: No trabalho de um bom alfaiate não há falhas na textura (exatidão exegética). O material (conteúdo doutrinário) é de alta qualidade. O tecido tem um padrão atraente (estrutura clara). Porém seu trabalho não para aí. A roupa tem que estar na medida do cliente. O material a ser usado no sermão é o mesmo, mas a aplicação leva em consideração as necessidades dos ouvintes. Uma das características mais distintivas da pregação reformada diz respeito ao seu conteúdo bíblico e cristocêntrico. Em tempos em que a pregação tem como conteúdo promessas de cura e prosperidade, especulação filosófica, etc, é sem dúvida relevante indagar qual deve ser o conteúdo da pregação. A pregação deve ter um conteúdo bíblico. Os reformadores pregaram a Bíblia, toda a Bíblia e só a Bíblia. Foi o conteúdo bíblico que conferiu autoridade a pregação deles. Para os puritanos pregação verdadeira sempre foi exposição da Bíblia. Pregação bíblica é pregar a mensagem da Bíblia, a partir da Bíblia e no contexto em que a Bíblia a coloca. A pregação deve ser cristocêntrica. A pregação reformada é particularmente cristocêntrica. Os reformadores pregavam a Bíblia toda tendo Cristo, sua pessoa, obra e reino como tema central. Spurgeon certa vez em uma ilustração disse que assim como de cada cidade, vila ou povoado há um caminho para Londres, assim também de cada texto bíblico há um caminho para Cristo. Van Groningen disse que a Bíblia tem três linhas que a percorrem toda: Reino, Aliança e Mediador. O Reino corresponde ao povo de Deus, a Aliança é o meio através do qual Deus se relaciona com este povo e o Mediador é aquele através de quem a aliança é firmada. Em todas as passagens bíblicas pelo menos um dos temas está presente de modo que a partir deste se consegue chegar aos demais chegando, portanto, sempre ao mediador que é Cristo. Estes são os primeiros elementos que precisamos considerar e por certo estão entre os principais no ato de cultuar a Deus: Oração, leitura da Palavra e pregação. No próximo número trataremos a respeito do lugar da música no culto público.

1. Veja Confissão de Fé de Westminster, XXI. 5. Veja também: Fp 4.6; lTm 2.1; Ef 5.19; SI 100.2; Cl 3.16; 2Co 8.1-9.15; 2Tm 4.2; Lc 4.16; At 15.21; 20.7; Dt 6.13; Ne 10.29; Ec 5.4-5; Jl 2.12; Mt 9.15; ICo 11.23-29; At 20.7)


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