Los colores del recuerdo - Parte 1

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9.

14.

CALLE LIBERTAD

catedral (y calle libertad)

BREVE HISTORIA DE AMOR C O N L A L I B E RTA D

C H I H UA H UA E N O B R A N E G R A

TEXTO DE ENRIQUE SERVÍN FOTO GRAFÍAS DE LULY SOSA Y ARC HIVO CONACULTAINAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

67 10.

CANAL DEL CHuVÍSCAR UN RÍO DE SANGRE SIN LLOVIZNA TEXTO DE HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ FOTO GRAFÍA DE FERNAND O VALDEZ

73 11.

casa siglo xix museo de sebastian L A S S E Ñ O R I TA S E N L A FAC H A DA TEXTO DE RENEÉ ACOSTA FOTO GRAFÍA DE ANGÉLICA ESPINOSA Y ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

77 12.

TEXTO DE ALFRED O ESPINOSA FOTO GRAFÍAS DE LULY SOSA Y ARC HIVO LA ANTIGUA PAZ

91 15.

Centro cultural universitario quinta gameros R E E N C U E N T R O E N L A Q U I N TA TEXTO DE ARTURO RICO BOVIO FOTO GRAFÍAS DE LUIS RUBÉN MALD ONAD O, ARTURO RODRÍGUEZ TORIJA Y DAVID LAUER

99 16.

centro cultural universitario quinta gameros V O LV E R A L A Q U I N TA TEXTO DE HUMBERTO PAYÁN-FIERRO FOTO GRAFÍAS DE LUIS RUBÉN MALD ONAD O

107 17.

centro de la ciudad

casino de chihuahua

E S E V I E N T E C I T O C OM O U NA CARICIA IMBORRABLE

LOS SUEÑOS QUE T E C O N TA R O N

TEXTO DE JOAQUÍN ARMAND O C HACÓN FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

TEXTO DE C ÉSAR ANTONIO ANTONIO SOTELO FOTO GRAFÍA DE NAC HO GUERRERO

113

83

18.

13.

centro de patrimonio cultural casa chihuahua

catedral de chihuahua C AT E D R A L TEXTO DE MARIO ARRAS FOTO GRAFÍAS DE FERNAND O VALDEZ Y LULY SOSA

87

CRONOLOGÍA D E U N PAT R I M O N I O I N VA LUA B L E TEXTO DE ERNESTO VISCONTI FOTO GRAFÍAS DE ARTURO RODRÍGUEZ TORIJA Y JORGE JAIME RODRÍGUEZ

125


19.

24.

Cerro del coronel

glorieta francisco villa iglesia de san francisco - mercado reforma-café calicanto

AT R Á S , E N T U M I R A DA , L A C I U DA D TEXTO DE HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ FOTO GRAFÍA DE FERNAND O VALDEZ

133

PA S E O P O R L A C I U DA D TEXTO DE LILLY BLAKE FOTO GRAFÍAS DE ALEJANDRA C HINOLLA Y RAÚL RAMÍREZ "KIGRA"

20.

165

cerro grande

25.

EL MAR RECLAMANTE TEXTO DE GABRIEL BORUNDA FOTO GRAFÍAS DE DAVID LAUER Y OMAR BUSTOS

137

cueva de las monas C I TA C O N E L T I E M P O TEXTO DE ARTURO LIMÓN FOTO GRAFÍA DE ARTURO LIMÓN

21.

182

cine azteca

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ADIÓS CALLES TEXTO DE ALMA MONTEMAYOR FOTO GRAFÍA DE TANIA PETITE

142

la cruz verde O L O R E S Q U E S A LVA N TEXTO DE GABRIEL BORUNDA FOTO GRAFÍA DE LUIS MUÑOZ

22.

189

ciudad deportiva

27.

EL VIEJO DEL CERRO Y EL GIGANTE D E L A C I U DA D D E P O RT I VA TEXTO DE RICARD O COLORAD O FOTO GRAFÍA DE OMAR BUSTOS

148 23.

colegio palmore C UAT R O E STAC I O N E S TEXTO DE MARGARITA MUÑOZ FOTO GRAFÍA DE ARTURO RODRÍGUEZ TORIJA

159

edificio legislativo D E L EY E S Y OT R A S H I ST O R I A S TEXTO DE MARGARITA MUÑOZ FOTO GRAFÍA DE ARTURO RODRÍGUEZ TORIJA

194 28.

ESTACIÓN DE FERROCARRIL CH-P VIAJEROS DEL TIEMPO TEXTO DE MARGARITA MUÑOZ FOTO GRAFÍA DE ARTURO RODRÍGUEZ TORIJA

201


29.

35.

ESTADIO MANUEL M. ALMANZA

hospital central

SIEMPRE PERDEMOS

DE MENTES CANDOROSAS

TEXTO DE DANIEL ESPARTACO SÁNC HEZ FOTO GRAFÍA DEL ARC HIVO DEL ICM

TEXTO DE ALMA MONTEMAYOR FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

207 30.

FERIA DE SANTA RITA T R E I N TA Y C I N C O A Ñ O S TEXTO DE DANIEL ESPARTACO SÁNC HEZ FOTO GRAFÍA DE FLORA C HACÓN

211 31.

FUNDICIÓN de ÁVALOS EL LIBRO DE LOS OFICIOS TEXTO DE HUMBERTO PAYÁN-FIERRO FOTO GRAFÍAS DE LUIS RUBÉN MALD ONAD O Y ARC HIVO LA ANTIGUA PAZ

240 36.

hospital central Ú LT I M O A D I Ó S , A BU E L O M O L Ó N TEXTO DE HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ FOTO GRAFÍAS DE PAVEL TARÍN

245 37.

hoyo del caliche R E C U P E R A R E S PAC I O S TEXTO DE ARTURO LIMÓN

217

248

32.

38.

GRUTAS de NOMBRE DE DIOS

iglesia de san charbel

C R Ó N I C A D E U N R E S C AT E

P U E N T E S , C OM O L A I G L E S I A DE SAN CHARBEL

TEXTO DE ARTURO LIMÓN FOTO GRAFÍA DE DAVID NAVA

222 33.

GRUTAS de NOMBRE DE DIOS M U Y L E J O S D E L PA R A Í S O TEXTO DE RICARD O COLORAD O FOTO GRAFÍA DE DAVID NAVA

229 34.

TEXTO DE ENRIQUE SERVÍN FOTO GRAFÍAS DE DAVID LAUER

251 39.

iglesia de santa rita APUNTES SOBRE L A H I ST O R I A D E U N T E M P L O TEXTO DE MARIO ARRAS FOTO GRAFÍAS DE LIBERTAD VILLARREAL Y ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

HACIENDA EL TORREÓN

257

L A S H I ST O R I A S T R A S L A S PA R E D E S

40.

TEXTO DE C ÉSAR ANTONIO SOTELO FOTO GRAFÍA DE NAC HO GUERRERO

234

iglesia la trinidad AMOR A LA HORA DE MORIR TEXTO DE GABRIEL BORUNDA FOTO GRAFÍA DE ENGELBERT GRIJALVA

261


41.

46.

la antigua paz

museo de la revolución mexicana

E L Ú LT I M O T R AG O DE FELIPE ÁNGELES

EL AÑO 1982

TEXTO DE ERASTO OLMOS VILLA FOTO GRAFÍA DE RAÚL RAMÍREZ "KIGRA"

264 42.

la antigua paz G A NA R BATA L L A S TEXTO DE LILIANA PEDROZA FOTO GRAFÍA DE RAÚL RAMÍREZ "KIGRA"

271 43.

mercado del hoyo VO CES DEL AMANECER TEXTO DE ERASTO OLMOS VILLA FOTO GRAFÍAS DE DE RAÚL RAMÍREZ "KIGRA" Y DE GERARD TOURNEBIZE

275 44.

museo de arte contemporáneo casa redonda L A D E S A PA R I C I Ó N D E L T R E N TEXTO DEHUMBERTO PAYÁN-FIERRO FOTO GRAFÍA DE LIBERTAD VILLARREAL

280 45.

museo de la lealtad republicana casa juárez S E C R ET O S G UA R DA D O S TEXTO DE MARGARITA MUÑOZ FOTO GRAFÍA DE TANIA PETITE

286

TEXTO DE DANIEL ESPARTACO SÁNC HEZ FOTO GRAFÍA DE LUIS RUBÉN MALD ONAD O

293 47.

museo de la revolución mexicana P R I S M ÁT I C O S D E PA N C H O V I L L A TEXTO DE HUMBERTO PAYÁN-FIERRO FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

297 48.

nicte ha SITIOS DE DIVERSIÓN TEXTO DE ERASTO OLMOS VILLA FOTO GRAFÍA DE ALFRED O PIÑA

301 49.

nombre de dios NAC E U N P U E B L O TEXTO DE ERNESTO VISCONTI FOTO GRAFÍA DE HÉCTOR JARAMILLO

305 50.

palacio del gobierno E L FA N TA S M A D E L PA L AC I O TEXTO DE ARTURO RICO BOVIO FOTO GRAFÍAS DE ALFRED O PIÑA Y DAVID LAUER

311 51.

palacio municipal E L E XT R A Ñ O V I A J E D E F E L I P E O R O Z C O Y M O L I NA TEXTO DE RENEÉ ACOSTA FOTO GRAFÍA DE NAC HO GUERRERO

316


52.

57.

panteón de nuestra señora de dolores

PASEO BOLÍVAR PA S E O D E M I S A M O R E S

S E S I O N E S D E L A S O C I E DA D D E P O ETA S M U E RT O S

TEXTO DE ENRIQUE CORTAZAR FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INBA. FOTOTECA C HIHUAHUA

TEXTO DE RENEÉ ACOSTA FOTO GRAFÍA DE ANGÉLICA ESPINOSA

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322

58.

53.

pLAZA DE ARMAS

paraje de los indios C UA N D O E L L A FA LTA E L H UM O E N T R A E N SU S O J O S TEXTO DE GABRIEL BORUNDA FOTO GRAFÍA DE ANGÉLICA ESPINOSA

PLAZA DE PLAZAS TEXTO DE ERNESTO VISCONTI FOTO GRAFÍA DE JORGE JAIME RODRÍGUEZ

355 59.

329

PLAZA ESPAÑA

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CARLOS

el parque palomar

TEXTO DE MARIO ARRAS FOTO GRAFÍA DE LIBERTAD VILLARREAL

E L PA L OM A R , A N T E S Y D E S P U É S

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TEXTO DE ENRIQUE SERVÍN FOTO GRAFÍA DE HÉCTOR JARAMILLO

60.

332

PLAZA MERINO

55.

TA R D E S A L S O L

el parque palomar

TEXTO DE LILIANA PEDROZA FOTO GRAFÍAS DE HÉCTOR JARAMILLO

U NA I N V I TAC I Ó N

363

TEXTO DE LILIANA PEDROZA FOTO GRAFÍAS DE HÉCTOR JARAMILLO

61.

339

PRESA EL REJÓN

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E S P E J O D E SU E Ñ O S

PARQUE LERDO U N N O B L E JA R D Í N TEXTO DE SALVAD OR MARTÍNEZ LICÓN FOTO GRAFÍA DE DAVID LAUER

345

TEXTO DE ARTURO LIMÒN FOTO GRAFÍAS DE DAVID LAUER Y DAVID NAVA

371 62.

PUENTE NEGRO L O S BA R A N DA L E S D E L P U E N T E TEXTO DE HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ FOTO GRAFÍA DE ÓSCAR OMAR SOTO Y ARC HIVO DEL C ENTRO CULTURAL ANTIGUA PAZ

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63.

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QUINTA CAROLINA

TEATRO DE LA CIUDAD

C A M I N O A N OM B R E D E D I O S

C O N VA R A S C O RT I N E R A S SE ARREDRA EL DIABLO

TEXTO DE LILIANA PEDROZA FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA Y DE HÉCTOR JARAMILLO

381 64.

QUINTA CAROLINA LABOR DE TRÍAS TEXTO DE ERASTO OLMOS VILLA FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA Y DE HÉCTOR JARAMILLO

387 65.

QUINTA ZULOAGA LOS SUEÑOS DE LA QUINTA ZULOAGA TEXTO DE ARTURO RICO BOVIO FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

390 66.

RESTAURANTE LA CALESA OJOS QUE NO VEN TEXTO DE JOSÉ ANTONIO GARC ÍA FOTO GRAFÍA DE ENRIQUE RAMOS

394 67.

RESTAURANTE LA CASONA C E N T R O C U LT U R A L C H I H UA H UA TEXTO DE MARIO ARRAS FOTO GRAFÍA DE LIBERTAD VILLARREAL

401

TEXTO DE FELIPE SAAVEDRA FOTO GRAFÍAS DE ÓSCAR OMAR SOTO

411 70.

TEATRO DE LA CIUDAD C O N S P I R AC I Ó N E N E L T E AT R O TEXTO DE ALMA MONTEMAYOR FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

417 71.

TEATRO DE LOS HÉROES UN CORAZÓN ENORME TEXTO DE C ÉSAR ANTONIO SOTELO FOTO GRAFÍA DE ÓSCAR OMAR SOTO Y FOTO GRAFÍA DE ARC HIVO CONACULTA-INAH. FOTOTECA C HIHUAHUA

421 72.

TIENDA ROCK IMPORTS R O C K I M P O RT S TEXTO DE DANIEL ESPARTACO SÁNC HEZ FOTO GRAFÍA DE GERARD TOURNEBIZE

429 73.

UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE CHIHUAHUA, (UACH) CAMPUS I E L JA R D Í N D E E P I C U R O TEXTO DE JOSÉ ANTONIO GARC ÍA FOTO GRAFÍA DE TANIA PETITE

68.

433

TACOS LOS PARADITOS

74.

C R Ó N I C A D E L A D E S C O N O C I DA AV E N T U R A D E L S A N T O TEXTO DE JOSÉ ANTONIO GARC ÍA FOTO GRAFÍA DE ENRIQUE RAMOS

404

UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE CHIHUAHUA, (UACH) CAMPUS I L O S FA N TA S M A S D E L A UAC H TEXTO DE ANTONIO GARC ÍA FOTO GRAFÍA DE ENRIQUE RAMOS

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F OT O G R A F Í A D E A R C H I V O C O NAC U LTA- I NA H . F OT OT E C A C H I H UA H UA . C O D. 2 9 2 8

=

presentación = M A R C O A DÁ N Q U E Z A DA M A RT Í N E Z P R E S I D E N T E M U N I C I PA L C H I H UA H UA , C H I H . , AG O ST O D E 2 0 1 2

L

os colores del recuerdo, dedicada a la fascinante ciudad de Chihuahua, es una obra de la que participo con mucho orgullo. El libro posee la vitalidad y, a la vez, la pausa de esta Chihuahua que tanto amamos. A pesar de las muchas transformaciones de nuestros espacios urbanos, no sólo hemos conservado algunos de los lugares emblemáticos, sino que mantenemos importantes tradiciones orales y narrativas que nos permiten, con la habilidad del recuerdo, el rigor de las fuentes documentales y los recursos del juego, el invento, la creación, volver a invocar cada viejo rincón y darle a nuestra memoria una nueva imagen que evocar sobre la piedra, el cemento, el sol y la grava. Aquí, en el sitio que tienen reservado en nuestro corazón, prevalecen los sentimientos que nos han dado identidad: Valentía, Lealtad y Hospitalidad. En este volumen que me honra presentar, se combinan hombres y mujeres profundamente emparentados con la escritura y la fotografía. Este proyecto nos ha permitido lograr una amalgama sin precedentes, que da cuenta tanto de

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P R E S E N TA C I O N

la vida literaria urbana como del trabajo fotográfico de gente intensa, dedicada, que vive y vibra con el latido de las calles y las historias que esconde la ciudad. Veintitrés escritores y un número similar de fotógrafos aceptaron la invitación del municipio y vertieron su talento en estas páginas. El grupo de autores (de relatos y fotografías) reunidos combina trayectorias artísticas reconocidas en el medio cultural, con talentos nuevos; algunos de los artistas nacieron aquí; otros, por amor y convicción, son ya paisanos y coterráneos. El conjunto nos ofrece visiones diversas, en general colmadas de añoranza, pero llenas de matices que se funden en atmósferas y lugares no muy diferentes a los actuales. Algunas veces las realidades y fantasías retratadas duelen; otras, resultan gozosas. Voces e imágenes, en una forma armónica y con la virtud de adelantar o retroceder el tiempo, nos ofrecen otras miradas sobre algunos de los rincones significativos de nuestra ciudad; se entretejen diferentes momentos de las calles, olores, nombres, recintos, en el imán intenso que nos mantiene ligados a Chihuahua. Después de encontrarnos con ellos en este libro, nuestra caminata por la ciudad no será la misma, y buscaremos intrigados las ideas y detalles que aquí se plasman. Este libro colectivo sobre nuestra ciudad nació como un proyecto muy cercano a los propósitos de esta administración municipal, cuyo lema –sumar– se ha asumido como una tarea inaplazable desde diferentes dependencias de nuestro Ayuntamiento. En efecto, nuestro propósito se ha concentrado en la suma de esfuerzos y voluntades para dignificar y reconocer el rostro de la ciudad, madeja terrenal de añoranzas y esperanzas, veleidosa a veces, pródiga otras; en donde convivimos mujeres, hombres, jóvenes, niñas, niños; un caleidoscopio de etnias, saberes y quehaceres. Quienes habitamos este espacio nos sentimos comprometidos con su presente y su futuro, con el deseo de preservar el alma de esta ciudad, legado de nuestros antepasados y desafío de nuestros descendientes. Todo ello son más de mil razones, sumadas, potenciadas, en las que reside esta herencia, junto al orgullo de sabernos preparados para revivir y honrar los colores del recuerdo y del hoy de Chihuahua. Gracias a todas las personas que han hecho posible que este esfuerzo salga a la luz y recree nuestros ojos, que recorren y aman cada rincón de nuestra capital. Deseamos que el contenido de esta publicación contribuya a refrescar el ímpetu para acercarse de una manera nueva a la ciudad, que germine el ánimo de protegerla, de mirarla y vivirla tal y como es, con sus cambios y sus permanencias. Esperamos que esta obra motive a la ciudadanía chihuahuense a seguir sumando esfuerzos para fortalecer nuestra memoria histórica.

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prólogo = H U B E R M AC Í A S R A M Ó N G E R Ó N I M O O LV E R A M A R G A R I TA M U Ñ O Z

C

uando Álvar Núñez Cabeza de Vaca cruzó estas tierras acompañado por Estebanico, encontró una inmensidad de valles y montañas que no alcanzaba la vista. Estas vacías soledades, áridas y hermosas, los dejaron impresionados por la grandeza horizontal que tienen los desiertos. Nuestra ciudad nació entre dos ríos, el Sacramento y el Chuvíscar; entre la riqueza de las minas de Santa Eulalia, San Guillermo y Santo Domingo, pródigas en oro y plata. Aquí se afincaron los colonizadores detrás de la leyenda que dejó Cabeza de Vaca, buscando las ciudades perdidas de Cíbola y Quivira, las ciudades de oro. No sabían que ese tinte dorado que debió ver Cabeza de Vaca hasta confundirlo con un baño áureo, no era más que nuestro sol, ese sol del que tanto habla Jesús Gardea en sus escritos, que tiene una magia indescriptible casi al ocaso, muchas veces después de una tarde de lluvia, donde todo aparece cubierto de un polvo dorado. Nabacolo-

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PROLOGO

yaba es la palabra que nombraba este sitio, una palabra de origen concho, que significa -según el lingüista y poeta Enrique Servín- “lugar en donde se mezclan dos ríos”. Este libro alumbra nuestro caminar por la ciudad. Es luminoso por donde se le mire. Nos habla de que un importante grupo de creadores supo regalarle a la ciudad una senda de reencuentro con lugares que, ya sea por la vida cotidiana o la falta de atención, se habían quedado en el baúl del olvido. El lector se encontrará con variados sitios y monumentos históricos que a lo largo de los siglos han susurrado leyendas; espacios de convivencia como parques y mercados, a los que el deambular de mujeres y hombres los han llenado de vida; por supuesto, aparecen algunos rincones emblemáticos donde llevar a cabo el célebre ritual de comer; se incluyen, además, templos, teatros, instituciones educativas, lugares que no existen físicamente pero que se mantienen vivos en la memoria colectiva, y por supuesto, sitios que dan testimonio de nuestro patrimonio ambiental. Sabemos que hay algunas omisiones en la gran cantidad de espacios sobre los que podría hablarse, pero no las asumimos con pena o tristeza; ante ellas reflexionamos que es un privilegio habitar en una ciudad repleta de historia y esquinas que guardan anécdotas, leyendas y sueños. Una ciudad, además, con un importante número de escritores y fotógrafos de gran calidad. Preocupante sería que toda una urbe y sus creadores tuvieran cabida en un solo volumen; alentador nos resulta este proyecto donde se conjuntan por primera vez tantas voces y miradas en torno a nuestra Chihuahua, que esperamos siente precedentes para trabajos posteriores. Es un libro que convoca gustoso a la pluralidad, tanto por los escritores y fotógrafos invitados como por los tonos que eligieron para hacer sus relatos. Los hay de registro solemne y humorístico, histórico o fantasioso. Lo mismo sucede con las imágenes seleccionadas, que muestran diversos ángulos posibles, nuevas entradas de luz. Los colores del recuerdo es la posibilidad de habitar nuestros lugares emblemáticos con la memoria, pero también con la ficción. Toda recuperación de las ciudades y sus vínculos fraternos nace de la exclusiva capacidad humana de imaginar. Una ciudad no empieza a ser edificada cuando se ponen los cimientos de una obra, se trazan planos con lo que serán sus avenidas, se apilan los ladrillos para hacer una construcción. Una ciudad nace cuando se imagina. Bien ha dicho Gabriel García Márquez: “La vida no es como la vivimos, sino como la recordamos”. Es por ello que algunos escritores acudieron a sus vivencias de infancia y adolescencia para ponerlas ante nuestros ojos,

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H U B E R M A C I A S - R A M O N G E R O N I M O O LV E R A - M A R G A R I TA M U Ñ O Z

mientras que en otros relatos la imaginación se regodea en ingeniosas historias que colindan con lo fantástico. Otros textos son una mezcla entre hechos reales, leyendas y procesos imaginarios, que nos dejan un fresco aliento literario. Y por supuesto, se encuentran algunos trabajos situados en la crónica histórica, que nos ofrecen importantes datos producto de las serias investigaciones de sus autores. Vale la pena resaltar que Los colores del recuerdo es un documento literario que utiliza a su libre arbitrio hechos reales y los mezcla con la ficción. La mirada de un artista sobre la realidad es la de la nostalgia, por eso quiere recobrar -por medio de las palabras o las imágenes- el tiempo que ha transcurrido inmisericorde, y que sublima al imaginar el otro posible rostro de los acontecimientos y las cosas. El historiador busca en la objetividad niveles de certeza, el artista encuentra en la subjetividad una aproximación a las verdades profundas del mundo. En sus más de 300 años de vida, Chihuahua ha sido protagonista de los tres movimientos más importantes de la vida nacional. Hay en la faz de la ciudad una sonrisa que mira al futuro, por ser un pueblo de mujeres y hombres hechos en la adversidad y el trabajo. Pero también en su centenaria piel hay heridas y cicatrices. La literatura nos permite recuperar de manera integral nuestro ser -sin negar nuestros claroscuros-, todo esto como una forma de reconciliarnos con nuestras calles y plazas, que, a la postre, son los espacios para abrir nuestra mano al prójimo, a nuestro vecino. La literatura y la fotografía son una forma de hacer y construir comunidad. Queremos hacer patente nuestro sincero agradecimiento a los escritores y fotógrafos que participaron de manera generosa en este proyecto, todos ellos ampliamente reconocidos, algunos a nivel internacional, a quienes corresponden enteramente los méritos de este libro. En Los colores del recuerdo estamos ante el fértil encuentro de dos ríos: el río de la luz atrapada por una cámara fotográfica y el río de tinta. En ellos, que los lectores podrán bañarse más de dos veces.

=

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F OT O G R A F Í A S D E DAV I D L AU E R Y A R C H I V O C O NAC U LTA- I NA H . F OT OT E C A C H I H UA H UA . C O D. 2 3 3 5

ACU E D U CTO

1.

=

el niño del acueducto = A RT U R O R I C O B OV I O

C

hihuahua fue representada en el imaginario popular del siglo xviii como una muchacha sedienta. No sé si la metáfora visual haga alusión a los largos periodos de sequía que siempre ha padecido nuestra población. También la atribuyen a no sé qué personaje legendario femenino que vivió en la época colonial, que iba de puerta en puerta a lo largo del caserío desparramado, con un cuenco en las manos, implorando por “unos sorbos de agua buena”. Dicen que no faltó algún vivo que le vació el contenido de una botella de aguardiente. La crónica no registra si el trueque fue de su agrado o respondió vaciándolo en el rostro del avispado colono. De lo que no cabe duda es de que el problema del agua ya atosigaba a los mineros españoles desde antes de la fundación del Real de Minas de San Francisco de Cuéllar, nombre original otorgado a la ciudad cuando se fijó el sitio en consejo de notables en 1709, por decisión de desempate que ejerció

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A RT U R O R I C O B OV I O

don Antonio de Deza y Ulloa, gobernador de la Nueva Vizcaya. El problema por superar era proveer de este indispensable recurso al crecimiento de la zona minera de Santa Eulalia. Esto, dicho de paso, hace factible que el significado de la palabra Chihuahua sea “entre dos ríos”, como han defendido algunos eruditos. La palabra aparece ya en 1718, cuando se erige en villa bajo el majestuoso nombre de San Felipe el Real de Chihuahua. Dejemos la discusión a los conocedores, porque lo que nos interesa es apuntar que a diferencia de esas culturas y pueblos afortunados que crecieron a orillas de caudalosos ríos, que los llenaron de dicha y fortuna, en estas tierras atosigadas por el sol y amenazadas por el desierto, el líquido vital escasea. Hay que luchar para arrancarlo de las entrañas de la tierra. No habitó en estas latitudes un Tláloc espléndido sino un aguador avaro, sordo a los ruegos de mineros y pastores. Don Antonio de Trasviña y Retes, uno de los notables de aquellos tiempos heroicos con ribetes de epopeya, fue quien, según parece, tiró la primera piedra. Sería más justo decir que se ocupó en 1706, antes del acto fundatorio de la ciudad, de iniciar un transporte de agua con la técnica de canoas desde el río Chuvíscar hasta su hacienda de beneficio, situada en lo que hoy es el centro de la ciudad capital. Es, pues, de suponer que fue uno de los principales consejeros del voto decisivo del gobernador: se estrenaría, según sospechas de suspicaces historiadores, el precedente de las decisiones por influencias. Tampoco deseo quedarme en un ajuste de cuentas con nuestros fundadores. Sabemos que ya en 1738 la Casa de Ensaye de la villa de Chihuahua cobraba una interesante partida en beneficio de los gobernadores de la Nueva Vizcaya para resolver esta grave carencia. Tuvo que intervenir en 1751 el virrey de la Nueva España, Antonio María de Bucareli y Ursúa, conde de Revillagigedo, para que regresaran lo recabado a fin de aplicarlo para construir un buen acueducto de cal y canto. Otro triste antecedente de corruptelas que parecen perseguir a la colonización del Nuevo Mundo. Mucho trabajaron en la construcción de la primera etapa del proyecto dos albañiles: Cristóbal de Villa y Agustín Guijarro; mestizos, al decir de sus contemporáneos, porque no pudieron mostrar documentos que validaran su limpieza de sangre. No obstante, fueron tan efectivos en el trabajo de desbastar las piedras y de acomodarlas con un perfecto sentido de proporción y equilibrio, que pronto los maledicentes se convirtieron en sus admiradores. Al paso del tiempo, cuando ya se veían en pie varias de sus arcadas, no faltó algún minero versado en Historia Antigua que aseveró que seguramente eran descendientes directos de los constructores romanos. Para fortalecer su dicho, adunó que el “de Villa” era una alusión a la

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EL NIÑO DEL ACUEDUCTO

Villa Augusta, construida a las afueras de Roma, y que el apellido Guijarro (o Guijorro, según otras fuentes; esta última versión no predominó porque no era igualmente significativa) era una señal de distinción para quienes durante generaciones se habían ocupado de trabajar la piedra. Huelga comentar que aquel callado artesano, ante los diversos comentarios y preguntas que le hacían, se ocupaba únicamente de alzar los hombros sin emitir palabra alguna. Así transcurrían las horas y las conversaciones. Eran los momentos en que para atajar la fresca de la tarde, después de un día ardiente, los colonos buscaban las sombras de las tapias y los temas adecuados para descansar de la larga jornada del verano. La obra, a paso lento, fue avanzando. En 1768 el acueducto apenas llegaba a los suburbios; para 1786 alcanzaba hasta la Alameda de Santa Rita. ¿Razones? Que en el 68 los alzamientos de los indios habían urgido a echar mano de los gravámenes establecidos para los fundos mineros. Que se habían agotado los fondos destinados a la obra. Que no era el momento político oportuno. ¡Las razones de Estado esgrimidas por los gobernantes de siempre, para no hacer o diferir un proyecto en marcha, son siempre insospechadas y sorprendentes! En 1805, ya en un nuevo siglo y después de un largo compás de espera, se retomaron las obras constructivas. Toda una red de acequias y el concurso de pilas permitieron que el acueducto cubriera todo el Paseo Simón Bolívar. Gracias al esfuerzo de sus habitantes Chihuahua reverdecía. Fue en esta época cuando se vivió una extraña historia que aún se narra, con algunas variantes, en la tradición oral de los chihuahuenses. Sucedió que a medida que iban llegando las incursiones apaches al naciente estado, empujadas por la implacable persecución de las tropas norteamericanas, varias familias indígenas optaron por bajar de la sierra a la ciudad. La historia siempre suele repetirse, con ajustes y modificaciones que el entorno y el momento favorecen. Muchos movimientos migratorios han sido el resultado del asentamiento de grupos más poderosos en un mismo territorio. Chihuahua fue un muestrario de este efecto de impacto y desplazamiento muchas veces. Primero fueron las tribus indígenas que itineraban del norte al sur del continente y orillaban al éxodo a comunidades sedentarias para asegurar su supervivencia. A su turno, los colonizadores españoles hicieron huir a los grupos étnicos que no se dejaron someter y cristianizar. Ahora eran los aguerridos apaches quienes buscaban su propia tierra prometida. Entre los indios que arribaron a la capital en busca de cobijo, venía una pareja de tarahumaras con sus pequeños hijos, niño y niña. Las faldas coloridas de ellas, el taparrabo de manta y la banda alrededor de la frente de

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A RT U R O R I C O B OV I O

los varones, pronto se integraron a la actividad productiva y cultural local. Él se empleó como peón en la construcción de algunas secciones del acueducto, ella aprendió a barrer con escobas de sorgo los frentes de las casas. Los niños eran libres y movían a diversión a los vecinos que veían su jugueteo sin término, desde la aurora hasta la caída del sol. Cuando al paso de los años se acordaran de ellos no faltaría quien dijera que detrás de su apariencia rústica y su piel morena se escondían fuerzas espirituales positivas, quizá ángeles. Otros considerarían que se trataba de espíritus chocarreros, no de entidades cristianas, porque los habían visto cantar en lenguas desconocidas y hacer ritos extraños. Porque lo que aconteció dio para diversas lecturas, no todas armónicas entre sí. Era uno de esos años de secas que parecen maldiciones bíblicas. En contraste con otros en que la lluvia se hace desear, pero al fin arriba. Los animales morían en grupos, nadie quería consumirse en las labores de beneficio de los minerales, que parecían quemar las manos de los mineros. Los ojos y manantiales que alimentaban al acueducto se habían agotado y con mucho esfuerzo sobrevivían los habitantes. Las enfermedades intestinales se multiplicaban y el genio de los pobladores estaba a punto de reyertas continuas. Ni el sabio consejo de los religiosos lograba apaciguar la sensación de un inminente final, de una hecatombe por el fuego. Un día el indio se ausentó y regresó a la semana, acompañado con otros indios rarámuris, tambores, cazos y una cruz de madera. Ante el estupor general de quienes nunca habían visto algo igual, iniciaron hacia el amanecer una serie de cantos y danzas, acompañados del ritmo de los tambores y de los cascabeles en las piernas, ante la estructura de los altos y esbeltos arcos de piedra y cal. No paraban de danzar, pero por turnos acudían al cazo central a beber un denso brebaje. También el niño participaba en el baile con idéntico ritmo y entrega. Colonos curiosos pasaban y se retiraban pronto, algunos santiguándose. Ante el estupor de los pobladores, comenzaron a agruparse las nubes. El indito reía feliz y se encaramó hasta la parte superior de uno de los arcos, donde siguió danzando acompañado de la música de sus mayores. La lluvia llegó de pronto, pero no en creciente ascenso sino de golpe, como si una cortina compacta aterrizara sobre la tierra. Todos corrieron a refugiarse en sus casas, menos los indios que seguían con su rito, postrándose ante su cruz improvisada. A la mañana siguiente el panorama había cambiado. El acueducto y las acequias transportaban abundantes corrientes de agua. Por todas partes se podían ver charcos y lodazales. La sequía había terminado y la alegría volvía a la comunidad chihuahuense. Pero el indito estaba ausente. Se especu-

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EL NIÑO DEL ACUEDUCTO

ló que se había ahogado, que se trataba de un sacrificio pagano, que estaba enfermo y oculto por sus padres. El misterio de su desaparición se preservó, porque en pocos días los tarahumaras regresaron a la sierra. Así eran esos tiempos que presagiaban la modernidad de Chihuahua. Fueron los primeros titánicos esfuerzos por vencer nuestra naturaleza sedienta instaurando una red hidráulica en nuestra capital. El acueducto entraría en funciones hasta fines del siglo xix, para luego erigirse en uno de los principales y disfrutables símbolos estéticos de nuestra identidad.

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A N TIG UO TE ATRO DE L OS H É ROE S

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ENTRE EL FUEGO, FIGURAS Y POLVO = F E LIPE SAAVE DRA

E

ra el día del estreno, necesitábamos estar a tiempo, yo acababa de llegar de Majalca, me intrigaba la obra que íbamos a ver, pensé en mis textos: Miramón el hombre, La perricholi, Don Eloy S. Vallina, Su Alteza Serenísima, hasta me acordé de La amada patidifusa y de Desvaríos de amor para niños que no han tenido tiempo de amar todavía… No ha querido llover y aquí siempre llueve a cántaros. “La poca pluma hace corriente al gallo.” ¡Emma! Alcánzame un gasné dorado con rombos y mis mancuernillas, por favor. A ver qué dice el maestro Saavedra… Que esposa de Paz, no creo… que teatro histórico, que Felipe Ángeles, nomás y no quiera justificar revoluciones, a ver qué pasa en el Teatro de los Héroes, y más, tomándolo como escenario. ¡Emma! ¡Vámonos! Mañana habrá que pedir más dinero para el montaje de Fuenteovejuna que monta Saavedra. El carro ya está listo. ¡Súbete!

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2.


F E L I P E S A AV E D R A

Me he sentido mal… pero bueno, todo sea por cumplirles a éstos. Bajé

pronto, subimos al carro, encendí el aire acondicionado pero todo esto estaba seco y caliente. Le dije a Emma: Hay que pasar por Saavedra. Ella estaba seria, más de lo normal. A ver si el maestro no se está mucho, con lo de su pierna… Uno nada más se da cuenta de que le falta cuando sale de bañarse o cuando chasquea sus muletas en señal de broma agresiva. ¡Mira, Emma, que curioso, se nubló de pronto, va a llover, sirve que se refresca un poco… Baja por la Independencia y llegamos más rápido a la Escuadrón 201. ¿Cómo pueden rendir honor a una intervención bélica tan absurda, dándole ese nombre a esta calle? Esto nada más en México. ¡Mira, éstos no tienen madre, ya tiraron el Hilton y el arco! ¿Ya viste, Emma? Bueno, me bajo por Saavedra rápido y nos vamos al estreno de Felipe Ángeles… ni cuando presenté en el 74 Su Alteza Serenísima hicieron tanto pancho… ¿Pero qué tal pistearon los del grupo de teatro? Ni yo pido París de noche, mucho menos Fajitas de oro… Es más… ¿quién les dijo que existían esas bebidas? Ahora resulta que vamos tan rápido que los semáforos se alinean, bueno, ya empezó a chispear. Ya llegamos. Súbase al carro, maestro, ya vamos tarde… Este Saavedra por todo carraspea. —¿Se boleó, maestro? —¡Ahjm! Sí, Alicia le dijo a Juan que me boleara, y se quedó con el dinero que había echado en el zapato, a ver si mi sobrino termina su ingeniería. ¡No!, si esto es peor que tener un hijo loco en el Tec de Monterrey, licenciado… Me recomendaron mucho la obra de Elena. Yo la conocí en el inba, ella también es de la generación de Carballido, alumna de Usigli. Pero el tema histórico es difícil, no cualquiera, usted lo manejó bien, licenciado, pero a ver qué tal… Que pretende ser tragedia, usted sabe que la tragedia es difícil, muy compleja sobre todo cuando no hay tema, licenciado. Párese aquí en el expendio de la 11 y Mina, gríteles nomás, ellos salen, pídales una de ginebra. —¡Vamos a llegar tarde, maestro! ¡Por favor! ¡Págueles y vámonos! Bajamos derecho hasta el teatro. —¡Miré nomás, maestro Saavedra, está hasta la chingada el teatro! Aquí nos bajamos, qué raro, no había visto este estacionamiento, y con tiples de opereta en la entrada, por lo menos hicieron algo bueno. No te enojes, Emma, nada más estoy viendo. ¡Bájese, maestro! ¡Cuidado con las muletas, no vaya a rayar el carro! La obra estaba por comenzar, bastante oscuro y frío, ahí estaba Fernando Terrazas, se sentó con Saavedra, Emma se fue con Laurita y con Hernández Soto, esta mujer no me avisó, qué raro, nunca hizo eso… Me fui

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E N T R E E L F U E G O , F I G U R A S Y P O LV O

a sentar con el maestro Saavedra, Fernando Terrazas, ahí estaba Alberto Carlos, me tocó en medio de Saavedra y de él. —¿Cómo ha estado, licenciado Fuentes Mares?, ¿dónde dejó a doña Emma?

—me preguntó. —Bien, creo que allá anda con Laurita, Mario Arras y Hernández Soto. ¿Ya terminó Ellos sabían por qué? —En ésas ando —me contestó; le pregunté por la obra, me dijo que era muy buena, y pues… hasta que la vea. Parece que se nubló, ya estamos en agosto y casi no ha llovido… A ver a qué horas empieza esto… Al rato también tiran este edificio, como con el Hilton… Como que se nubló… —¿Por qué aplauden, maestro Saavedra? —Segundo acto, licenciado, ¡ahjm! ¿Se quedó dormido? —¡Por supuesto que no, maestro! Salimos un rato, pero ya estábamos en el vestíbulo, allí presentaron el primer acto, luego dijeron que Elena había escrito la obra para que el segundo acto fuera adentro en el escenario. Ya estaban en pleno litigio con Felipe Ángeles, el actor que interpretaba a Ángeles era muy bueno, había estudiado con Seki Sano, era bueno, lo que no entendí es cómo me quedé tanto tiempo dormido… —¿Sabe?, hasta ahorita va bien el montaje, es aquí mismo donde mal juzgaron a Felipe Ángeles, licenciado, acuérdese, es escenario natural, como quien dice estamos repitiendo la historia —apuntó Saavedra. Entonces me dio una definición sobre lo que era el teatro: —El teatro es el arte colectivo donde se reproducen todas las creaciones y manifestaciones humanas significativas que conforman “la cultura”, por eso el teatro es la reproducción total de la cultura y, por ende, la vida. Le sonreí, le dije que la definición era muy buena, pero no vi el primer acto. ¿Cómo le contesto?, pensé. De pronto estaba todo frío, me peiné el bigote, necesitaba agua, tenía mucha sed, qué raro, ya me andaba sintiendo mal… el teatro estaba lleno, el público me pareció de lo más infantil, ayudando al actor de Ángeles cuando defendía sus causas revolucionarias, el público lo vitoreaba. ¿Cómo es posible que todavía vitoreen la Revolución? Bueno, así son los mexicanos y su precario conocimiento de la historia, pensé. No sé por qué, yo ya andaba sudando frío… Como que se nubló… —¿Este Saavedra por qué se fue a platicar con Siqueiros en el intermedio del segundo al tercer acto? Y lo peor… ¿por qué me deja aquí? ¿Qué no ve que me siento mal? Además, ¿cómo se pone a hablar con él en pleno

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F E L I P E S A AV E D R A

estreno de esta obra, lo van a vetar, ¿qué no sabe que este cuate ya está hasta las manitas con lo de Trotsky? Me quedé cada vez con más frío, yo no podía defender a Ángeles con esos argumentos, bueno, tiene razón al no querer pasar a la historia como un tonto, todo apunta a que se lavaron las manos para demostrar que no querían la presidencia “los revolucionarios”, pero pues cómo no quieren que se piense otra cosa… Al tiempo que terminaba mi reflexión, sentí un codo que aplastaba mi antebrazo, no muy fuerte, pero sentí y vi que lo presionaba con cierta fuerza… Era él, yo lo sabía, ¿por qué se me aparece a mí y no al maestro Saavedra, a Siqueiros o a Alberto Carlos?, “ellos sabían por qué”, ellos eran los que tenían sus ideas, ya medio radicales, ¿yo qué? Me sonrió, lo miré, me tranquilicé, se sintió un extraño lapso de silencio, ahora sabía por qué estaba haciendo un frío inexplicable… entonces me dijo: —Esto ya no se repetirá, José, tú y yo lo sabemos… ¡Mira que juzgarme en un teatro, ¿qué los teatros no son para presentar obras como ésta? No supe qué contestar, me peiné el bigote, volteé para fijarme si veía al maestro Saavedra. Ahí estaba Elena Garro con Fernando Saavedra, Fernando Terrazas, Alberto Carlos, Siqueiros, Felipe Ángeles, todos, mirándome; entonces, comenzaron a reír y a reír, la pregunta era bastante absurda, luego empezó a oler a quemado, había bastante humo, nos tomamos de las manos como niños, y corrimos entre las llamas del teatro, como niños, riendo y corriendo como niños que temían ser alcanzados por la lluvia, afuera estaba lloviendo, adentro ardían los recuerdos, las brasas repicaban como abejas en los oídos, una vez afuera, alzamos la mirada y vislumbramos justo donde estaba el teatro, un gran edificio con fachada de una arquitectura casi irreconocible, se habían ido las brasas, nuestras palabras, y con ellas también el antiguo Teatro de los Héroes… Hace mucho tiempo que no llovía, el viento nos recogió como al polvo, como una pequeña brasa que se extingue en polvo, el viento nos esparció como aquel viejo y anciano polvo del que alguna vez escribió Alfonso Reyes.

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F E L I P E S A AV E D R A

podría hacer nada, pero el perro asqueroso me escupió en el ojo cuando me asomé. Me las pagas, perro… ap: Era de tarde, ya como a las cuatro, en la luminosidad de un pasillo pedía a Luigüi una cerveza, Chuy Ayub me chicoteó con un trapo mojado, se metió al otro lado de la barra, me asomé por el ovillo de pez que forma el pico de la cerveza, yo sabía que ya iba a presentar la obra de teatro mi papá, sabía que ahí no podría hacer nada, pero el perro asqueroso le había escupido a mi cerveza. Me la pagas, perro… ymca: Ya con mi ojo limpio, regresé al auditorio, estábamos esperando para iniciar la presentación, yo esta vez no actuaba, por un lado estaban los actores esperando que terminaran los de la intervención anterior, no sé por qué a la gente le da por empalmar presentaciones… cantantes, café literario, contar chistes, como si fuera teatro de revista pero con un elenco jodidísimo, hasta eso fue el colmo. Sin embargo, yo ponía la música, tenía que estar ahí. Los organizadores se extendían cada vez más con chistes más vulgares que los del mismísimo Dany G., eso no tiene nada de malo… pero, ¡¿en la ymca?! ap: Ya con mi ojo limpio, regresé a la barra, estábamos esperando para iniciar la presentación, yo esta vez no actuaba, por un lado estaban los actores esperando que terminaran los de la intervención anterior, no sé por qué a la gente le da por empalmar presentaciones… cantantes, café literario, contar chistes, como si fuera teatro de revista pero con un elenco jodidísimo, hasta eso fue el colmo. Sin embargo, yo ponía la música, tenía que estar ahí. Los organizadores se extendían cada vez más con chistes más aburridos que los de un cómico venido a menos… pero, ¡¿en La Antigua?! ymca: Mi madre, perdón, la maestra Leonarda estaba encabronadísima, perdón, indignada, no podían iniciar porque los del consejo eran los de los chistes malos… Y como era de esperarse no iba aguantar mucho tal situación, y al finalizar uno de los chistes, que ya habían sobrepasado la media hora de la indicada para la presentación, los interrumpió, con justa razón: ¡o le paran a sus chistecitos o suspendemos la presentación! Al parecer eso sería suficiente, pero con cierto descaro empezaron a abuchear, luego uno de los actores intervino, calmó a la gente, solicitó respeto e inició la presentación con toda regularidad, como si estuviéramos en parroquia. La presentación fue todo un éxito. Lo extraño fue que solicitaron la presencia de mi madre ante el presidente del consejo. Pero ocurrió algo un tanto funesto, al terminar la presentación de la obra, la gente empezó a salir cuchicheando, se rumoraba que alguien había muerto de un infarto en la cancha de tenis… ap: Mi padre, perdón, el maestro Luis Saavedra estaba de lo más relajado, perdón, tranquilo, no podían iniciar porque los organizadores eran los

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AL CÉSAR LO QUE ES DEL CÉSAR

de los chistes malos… Y como era de esperarse no iba a aguantar mucho tal situación, y al finalizar uno de los chistes, que ya habían sobrepasado la media hora de la indicada para la presentación, los interrumpió el señor Carrejo, con justa razón: ¡o le paran a sus chistecitos o suspendemos la presentación! Al parecer eso sería suficiente, pero con cierto descaro empezaron a abuchear, luego uno de los actores intervino, calmó a la gente, solicitó respeto e inició la presentación con toda regularidad, como si estuviéramos en parroquia. La presentación fue todo un éxito. Lo extraño fue que solicitaron la presencia de mi padre ante el señor Carrejo y los organizadores. Pero ocurrió algo un tanto funesto, al terminar la presentación de la obra, la gente empezó a cuchichear, se rumoraba que alguien había muerto de un infarto en la cancha de tenis de la ymca… ymca: Al martes siguiente, cabe hacer notar aquí que la ymca no abre los lunes, mi madre compareció ante el honorable Consejo de ymca, después de un sólido silencio la invitaron a ser maestra de tiempo completo, por su gran compromiso y profesionalismo mostrado el sábado pasado. ap: Al lunes siguiente, cabe hacer notar aquí que La Antigua Paz no abre los domingos por dedicarlos a la familia, mi padre compareció ante el honorable comité organizador y ante el dueño, el señor Carrejo, después de un sólido silencio, lo invitaron a ser miembro honorable de la ap, por su gran compromiso y profesionalismo mostrado el sábado pasado, donde destaparon una chelas y alguien comentó: Definitivamente en la ymca muere más gente que en La Antigua Paz… bien dice la canción que hiciera famoso a Leo Dan y se canta ahí mismo: ¡Esa pared!

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CÉSAR ANTONIO SOTELO

-¡Estás tonto! ¡Por celular! -Se acabó el trabajo para los telegrafistas. -Y para el llamador, ahora cuando toca salida te llaman por teléfono. -Lástima… todos empezamos de llamadores… ¿se acuerdan? -¡Era una friega y pagaban bien poco! Y tenías que salir a llamar a cualquier hora. El tiempo tiene otro ritmo para los jubilados. Se desliza muy lentamente, como goteando; se escurre entre las manos pero sin premura. Ya no hay agobio, no existe prisa por llegar a ninguna parte, pues el destino que espera en el horizonte es mejor verlo en la lejanía. Los años soplan y borran las huellas caminadas. La memoria es el único recurso para resistirse al olvido. -¿Se acuerdan cómo lucía la Avenida Hidalgo los domingos? -Sí, ahora está re fea, toda pelona, sin árboles y con un montón de carros pasando. Da miedo cruzarla. -A ti te da miedo hasta ir al baño… con eso de que no puedes caminar sin tu andador. -Ya estarás, “chavito”. Ya quisieras llegar a mi edad en estas condiciones. -Es cierto, antes la avenida era más bonita. Tenía vida. -¿Ustedes no eran de los que iban al Cine Alejandría? -Yo sí, era muy bonito, con sus arcos en la entrada. -Los arcos todavía quedan. -Sí, son la barda de la casota esa que acaban de hacer. -¡Qué nombre tan raro! -Es que era de los Bolos Issa, unos árabes que vivieron aquí. -¿Y eso qué? -Pues que Alejandría es una ciudad árabe, ¿no? -El Cine Alejandría… hace tantos años que desapareció. -Como todo, como nosotros. -A mí me gustaban las películas mexicanas. -A ti te gustaba ir a ver a las muchachas, ni ponías atención a las películas. -Las de Cantinflas, las de Jorge Negrete, las de Tin Tan… las de Juan Orol. -También pasaban películas gringas… ¿Se acuerdan de Hedy Lamarr? -¿Y ésa quién era, tú? -¡Qué ignorante me saliste! -¡Mira quién habla, el catedrático! -Pos al menos yo sí terminé la primaria en la Ponce, no que tú... -Yo estudié en la Centenario, que era de más catego. -Ésos de la Santo Niño siempre se creyeron “la trompa del tren”. Frente a ellos, el nuevo edificio que alberga a la antigua escuela, horrible, sin personalidad, los observa. En la José María Ponce de León se educó en

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AQUELLOS AÑOS

sus viejas aulas a centenares de niños y niñas ansiosos de abrirse camino en la vida. Generaciones que confiaban en que la educación les ayudaría a salir de la pobreza en que muchas de las familias del barrio vivían. Un barrio de trabajadores, de ferrocarrileros. Un barrio vital, violento, con la violencia que nace de arrebatarle a la vida a golpes lo que todo ser humano merece tener, una vida digna. La antigua Ponce de León formó a hombres valerosos y mujeres esforzadas. Ahora sólo queda una borrosa memoria de ella. Sus muros cayeron, como cayeron los muros del Cine Alejandría. El viejo y enorme álamo que custodiaba el patio de recreo fue el último en perecer, destruido por una tormenta. El tiempo cambió a la Avenida Hidalgo. -Esta plaza del Héroe de Nacozari está cada día más desvencijada. -¡Como nosotros! -¿Qué pasó?, ¡ya ni la burla perdonan! -¿A poco no? -Quedó muy pelona, sin árboles. -¿Se acuerdan de aquella fiesta en esta plaza, cuando se eligió a la reina de la colonia Industrial? -Sí, fue en la época de Soto Maynez. -¡Mentiras! ¡Andan mal! ¡No fue cuando Soto Maynez, fue antes! -Lo que pasa es que ustedes ya no carburan bien. -La fiesta la organizó Pilar Muela, para las fiestas de Independencia. -Es cierto, fue aquí, en la plaza, la noche del 15 de septiembre. -La plaza estaba preciosa. -Toda la colonia estaba aquí. -Yo estaba bien chavito, casi ni me acuerdo. -Los faroles adornando la plaza y la avenida y las flores, la música. -Y las muchachas… todas preciosas. Estela... ¿cómo se apellidaba? ¿Ontiveros? Y Yolanda Borges y Graciela Terrazas. -La más bonita era Lilia Flores. -¡Estás loco, la más bonita era la Muñeca! -Es cierto, llegó vestida de china poblana… Se veía como estrella de cine. -Pero ella no concursó. -Porque no la dejaron. -La más bella fue la que ganó. -Ya ni me acuerdo quién ganó. -Lupita Ortiz. Ganó porque vendió más votos. -Ganó porque era la más hermosa de todas, con su vestido largo y una rosa en las manos. -Tú dices eso porque estabas enamorado de ella.

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CÉSAR ANTONIO SOTELO

-No es verdad, si era más grande que yo, yo era un niño, pero la recuerdo muy bien. -Era muy bonita Lupita, es cierto. -Pero chaparrita, chaparrita. -Se acuerdan cómo decía muy orgullosa “chiquita pero bonita” y se estiraba sobre sus zapatos de tacón alto. -Muy bella Lupita. -Y muy buena mujer. -Cuidó a su madre hasta que la enterró. -¿Hace cuánto que se nos fue Lupita? -Yo ya no me acuerdo, pero murió grandecita. -Yo estuve en su funeral. -¡Se nos están yendo todos, bola de viejos! -Parece mentira que estamos enterrando a todos los amigos. -¡Si seguimos así, ninguno de ustedes va a poder ir a mi funeral! -¡Mira éste, ahora resulta que va a vivir más que nosotros! -¡Ni que fueras Juanito Simental! -¡Pos aunque les pese, soy el más joven de todos! -¡Nos estamos haciendo viejos! -¡Como la colonia Industrial! Desde su soledad, Jesús García, el héroe de Nacozari, contempla la Avenida Hidalgo. ¡Cuántas vidas han pasado frente a sus ojos! ¡Cuántos cambios! Su orgulloso rostro de ferrocarrilero mártir parece nublarse de tristeza cuando piensa en el mundo que frente a él agoniza. La identidad del barrio obrero se diluye en la medida en que el motor que le dio vida ha desaparecido. Ya no existen los Ferrocarriles Nacionales de México. La Casa Redonda es ahora un museo en el que una maqueta intenta dar una idea de lo que antes fue. La estación, con sus murales de Leandro Carreón, está cerrada al público. La colonia Industrial ya no es la misma. Sólo los jubilados resisten, aunque cada día son más pocos. La Avenida Hidalgo, triste sombra de glorias pasadas, lucha por sobrevivir, mientras recuerda aquellos años en que fue el corazón vibrante de una colonia obrera pujante, valiente, ruidosa, dramática y alegre.

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F OT O G R A F Í A D E A N G É L I C A E S P I N O S A

C AF ETE RÍ A PAM PAM

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VIAJE CRONOSCóPICO aL PAM PAM = R E N E É AC O STA

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a persistencia, la tenacidad, la voluntad de permanencia son los principios con los que nuestros antepasados llegaron a estas tierras. En cada ciudad, las calles son como venas por donde corre la memoria de los ríos, los recuerdos del agua, los caminos de la lluvia; pero hay cosas que permanecen, cosas que están ahí y continúan, lugares que aparecen en nuestros sueños. Y si la Catedral es el corazón y las calles son venas, estos sitios son los huesos que con su permanencia han logrado romper la barrera del tiempo y las generaciones; estos espacios como el Pam Pam continúan ahí desde hace décadas. Nos da una ligera sensación a cafetería de los años cuarenta o cincuenta, no por pretensión de la atmósfera, sino por la simple honestidad de sus muchos años de servicio. Y el recuerdo nos transporta. El Pam Pam es parte del corazón del centro histórico. Allí se han dado reunión los periodistas, los intelectuales, los políticos, los artistas. Fotógrafos, pintores, escritores, bailarinas, cantantes, músicos, comediantes, todos

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5.


R E N E É A C O S TA

han tenido un momento en el Pam Pam para discutir las nuevas tendencias, planear sus proyectos, intercambiar ideas. ¿Cuántos poemas se habrán escrito al calor de un café en el Pam Pam? Amores y desamores han tenido lugar entre sus muros. Reuniones de trabajo. Charlas y discusiones álgidas. Hombres y mujeres de varias generaciones han desfilado por ahí, y en sus espejos hemos visto cambiar nuestros rostros. Por el Pam Pam han pasado los escritores Carlos Montemayor, Enrique Servín, José Luis Domínguez, Raúl Manríquez, Rogelio Treviño, Jesús Chávez Marín, Margarita Muñoz, Guadalupe Salas, Lupita Guerrero. Ha pasado gente de teatro como Jesús Ramírez, Sergio Juárez, Manuel Talavera, Víctor L. Ruiz. Pintores de varias generaciones: Benjamín Domínguez, Luis Y. Aragón, Alberto Carlos, Patricia Márquez. Fotógrafos: Nacho Guerrero, David Lauer, Mayra Martell. ¿Qué chihuahuense no se ha citado a tomar un buen café al calor de la charla en el Pam Pam? Si tuviéramos un cronoscopio, una máquina con la que pudiéramos ir al pasado, necesitaríamos dónde colocarlo para ver el ir y venir de la historia de nuestra tierra. Creo que un lugar perfecto para este experimento hipotético sería el Pam Pam. Podríamos ver a los forjadores de la historia de Chihuahua conversando juntos en sus mesas. Veríamos pasar a sus gobernadores, a sus diputados, a los candidatos que llegaron al puesto o a los que se quedaron en el camino, a sus presidentes. Ahí estarían también sus periodistas, sus luchadores sociales, sus empresarios. Podríamos ver platicando con alegría y sobriedad a férreos enemigos políticos. Ahí estarían casados los divorciados, enamorados los abandonados, llenos de estabilidad los empobrecidos. Ahí estaría también una versión más joven de nosotros mismos. Veríamos entrar nuestras figuras más esbeltas, más rozagantes e inocentes, pero también más apasionadas e indolentes. ¿Acaso encontraríamos ahí a los hombres y las mujeres que ya no forman parte de nuestras vidas? Ahí estarían nuestros proyectos nunca realizados, nuestros sueños. Ahí en el Pam Pam volverían sus pasos, nuestros pasos, en reversa, en cámara lenta. Con aquella camisa ridícula de los años ochenta, con aquel peinado fuera de moda. Ahí estarían nuestras lágrimas saliendo del café, en reversa, y volverían a nuestros ojos nostálgicos. Entrarían caminando en reversa aquellos que ya se han ido, los que han muerto y se han llevado su presencia de nuestras vidas. Podríamos detener el cronoscopio y detallarlos nuevamente, para ver sus manos, sus ojos, sus labios vivos. Una nota del periódico de 1993. Un silencio. Un rostro conmovido. Ahí con ellos estarían Rafael Ávila, Carlos Montemayor, Víctor Hugo Rascón Banda, Rogelio Treviño, Alberto Carlos, Isauro Canales, Ignacio Medrano.

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V I A J E C R O N O S C O P I C O E N E L PA M PA M

Ahí con ellos estaría mi padre, con su cabello encanecido, su traje formal, sus ojos buenos y limpios. Aquellos hombres y mujeres que por ser nuestros, nos pertenecen. Ahí, en la vieja cafetería Pam Pam, como en nuestros sueños, siempre sonrientes, en el recuerdo de las cosas que retornan a la memoria. Ahí está la iluminación, la consumación, la paz y el fermento, lo similar a nosotros, lo que fuimos. ¿Y si no se hubieran ido nunca? ¿Y si sus almas aún charlan y conversan tomando un café junto al diario del día, en una Pam Pam mágica y multiversal, una Pam Pam onírica, más allá del sueño éste de la vida, en un lugar más álgido e infinito, donde el sonido repetido de la música se dispersa junto al sonido de la vajilla que se magnifica, se reinventa? ¿Y si sus manos, sus palabras, sus brazos conmovidos, volvieran a encontrarnos ahí, en la cafetería multiversal de una Pam Pam sostenida del amor y del recuerdo, en un más allá, donde las cosas son reconstruidas? Tendríamos de nuevo a los nuestros, que se han ido. Y volverían ahí, un día cualquiera de domingo, a recitar sus versos, con sueños y proyectos nuevos, con nuevas pinturas, nuevas anécdotas para contar y hacernos reír. Los abrazaríamos nuevamente bajo la cúpula estelar de esa cafetería infinita, de esa Pam Pam multiversal, vista con el cronoscopio de nuestras vidas.

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RICARDO COLORADO

La primera descarga aterrizó sobre el cuerpo de aquel hombre de cincuenta y ocho años a cuestas, pero sorprendentemente ninguno de los plomos penetró su corazón, ni siquiera su mano derecha que, a manera de blanco, había puesto sobre su pecho. Y es que los soldados, temerosos de un castigo divino por matar un cura, tiraron a todo menos a matar, por ello hicieron falta dos descargas más de fusilería y un último tiro de gracia que le diera paz a aquel cuerpo que en agonía se contorsionaba sobre el piso de cantera. Ya muerto, y a cambio de veinte reales, un soldado de origen tarahumara de apellido Salcedo, asistido por un machete, le cortó la cabeza a Hidalgo de un solo tajo. A la postre, y a expresa solicitud de los beatos, su cadáver decapitado fue enterrado y velado en el templo de San Francisco de Asís de la ciudad de Chihuahua; y su cabeza, junto con la de Allende, Aldama y Jiménez, por orden de la Corona española fue llevada hasta Guanajuato. Ahí, las cuatro testas tendrían un fin muy alto: cada una de las cornisas de la Alhóndiga de Granaditas. El mensaje era claro: cuando se desafiaba a España se perdía la cabeza (literal). Por ironías de la historia, aquellos hombres terminaron en el mismo lugar donde empezaron. Y así se quedaron, como un recordatorio colgado en lo alto de aquel edificio, hasta que el regente de la ciudad de Guanajuato, don Anastasio Bustamante, haciendo caso a los sentidos reclamos de la alta sociedad guanajuatense, que cansada estaba ya de ver el triste espectáculo que daban los restos de aquellas calaveras, accediera a darles cristiana sepultura en el Panteón de San Sebastián. Así terminó la cabeza del padre de la patria: hecha añicos, comida por los pajaritos, quemada por el sol y deslavada por el viento y la lluvia, para que hasta después de dos lustros y muy lejos de su cuerpo, pudiese ser enterrada en una tumba recóndita donde nadie recuerda nada. Pero la verdad es que la cabeza de Hidalgo, a diferencia de la de sus huestes, no quedó enterrada en un panteón de Guanajuato y ni siquiera fue colgada en una jaula. Su cabeza, estimado lector, tuvo otro fin y otra historia. He aquí el relato que callara la Corona española… Hay un dicho que dice que Dios no les da alas a los alacranes, pero con don Alfonso Iriarte Aranzazú Icaza de Ibargüengoitia en verdad hizo una excepción. Iriarte era un próspero minero cuya familia, descendiente de la estirpe de Hernán Cortés, se adueñó por herencia de la mitad del territorio de la Nueva Vizcaya. El oro, producto de aquellas minas que por doquier tenía regadas la familia de don Alfonso, llegaba a raudales a sus arcas de por sí ya saturadas. Esta cómoda y holgada situación económica, aunada a sus excéntricos gustos, le permitió convertirse en todo un coleccionista o, como quien dice, un gran derrochador, de los de “adeveras”, de esos a los que no les temblaba la mano para comprar cualquiera de sus impulsos.

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EL ALACRÁN CON ALAS Y LA CABEZA DE HIDALGO

Y fue así como, a lo largo de los años, Iriarte se hizo dueño de cualquier cosa valiosa o ridículamente estúpida. El requisito indispensable era sólo que le llamara la atención; como la vez que a cambio de una pequeña fortuna, compró de manos de un estafador las supuestas alas de un hada, las cuales resultaron ser las de una libélula de grandes proporciones, que el gran pillo se dio a la tarea y se tomó el tiempo de decorar con polvos de oro, colocarlas en una hermosa repisa y hacer un largo viaje hasta Chihuahua tan sólo para vendérselas al derrochador del siglo, tal y como si éstas fuesen un gran tesoro. En fin, aquel tipo lo compraba todo. Hecha esta introducción, sólo basta imaginar el día en que cambió para siempre la historia. Era una tarde del martes 2 de agosto de 1811, en el sur del estado de Chihuahua, cuando a las orillas del poblado de Candelillas, donde reinaba don Alfonso Iriarte con su fortuna, el temerario carretero Rodrigo Vizniego de Alcaraz venía guiando una gran carreta con destino a Guanajuato (la misma que traía consigo las cabezas de los mártires de la patria). El calor palaciego que invadía la soleada tarde invitaba a beber cántaros de agua fresca o, en el caso del gordinflón de Rodrigo, a deglutir su fruta favorita: los chabacanos. Su muy amorosa esposa, consciente de la larga travesía por el desierto, ex profeso colocó en un recipiente de barro cerca de dos kilos de esa fruta que a su marido enloquecía y, como era de esperarse, cansado de tanto traqueteo y agobiado por el calor y el antojo, Rodrigo se acordó del itacate que llevaba gracias a su amada y comenzó a zamparse felizmente los chabacanos. Pero quién iba a saber que cuando una de las enormes ruedas del carruaje cayera en un bache, el hombre iba a encontrar la muerte por asfixia gracias a que dos de los huesitos de los chabacanos que felizmente engullía se le quedaron atorados en la tráquea. Muerto el carretero, quedó en su asiento recostado, y los caballos ya más tranquilos siguieron a su antojo y sin prisa por los diferentes paisajes de aquellos lares, así, como si nada hubiera pasado. Como un presagio, o un chiste macabro de esos que juega el destino, los cansados equinos se detuvieron a pastar en el verde jardín de la hacienda de don Alfonso Iriarte. Y, como era de esperarse, los animales al ver aquel verde oasis en medio del desierto, optaron por detener su paso para comer con tranquilidad esos apetitosos pastos. Fue así como una de las mucamas, asustada por la escena que daba ese hombre muerto colgando del carruaje afuera del patio de la casa, interrumpió la siesta de don Alfonso para ponerlo al tanto. Una vez que se colocó su bata y sus choclos, el rico español salió al portal de su hacienda y tras hacer una breve inspección se percató de que la carreta traía un macabro cargamento: un muerto y cuatro cabezas sin sus cuerpos, enjauladas, entre ellas, una muy peculiar que lo llenó de encantó, la del mismo cura don Miguel Hidalgo.

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RICARDO COLORADO

Al ver la cabeza de Hidalgo, Iriarte sintió la imperiosa necesidad de tenerla entre sus haberes como una más de sus rarezas, una pieza única de colección. Aquella situación era tan perfecta, que a don Alfonso no le tomó mucho tiempo urdir su plan, el mismo con el que cambiaría para siempre la historia nacional. Primero despachó a todo el personal por lo que restaba del día; hecho esto, sacó la cabeza del cura y la colocó en un gran sifón con formol; después lo escondió en uno de los sótanos de su propiedad, y de su puño y letra la rotuló con una etiqueta que decía “Cabeza de un héroe, pieza número 45 897”. José Cansino, el joven hijo del molinero que trabajaba en su finca, instruido por don Alfonso dio aviso del hallazgo a las autoridades, pero por aquellas fechas sólo había un policía para todo el pueblo, y para rematar se encontraba enfermo de varicela, así que con acuse de recibo de estar informada, la propia autoridad, carente de medios para sufragar los gastos, aceptó que fuese la misma gente de Iriarte la que guiara hasta Guanajuato el carruaje con el muerto y las ya sólo tres cabezas enjauladas. Y así fue como José Cansino y Pancho Hinojosa, uno de los caballerangos de Iriarte, atravesaron todo el desierto e hicieron entrega del muerto y las tres testas al gobernador de Guanajuato. Pero como era de esperarse, al ver que faltaba la cabeza de Hidalgo, la autoridad indagó a los fuereños con todo tipo de preguntas para saber de su paradero; no obstante, ellos sólo podían responder con la verdad: la carreta la encontraron abandonada con el carretero muerto afuera de su propiedad. La coartada de Iriarte era perfecta, sin huellas y con un aviso legal en el cual se le autorizaba a suplir a la autoridad para entregar la carga. Al gobernador de Guanajuato, de nombre Esteban Horcasitas Pérez de Navarrete, no le quedó más que aceptar aquella versión de los hechos, después de todo esos hombres habían actuado de buena fe a costa de arriesgar su propio pellejo. Tras darle una muy buena pensada al asunto, Horcasitas pidió a los fuereños su absoluta discreción sobre los hechos, ya que a nadie le convenía ventilar que faltaba entre los muertos la cabeza del mismísimo cura Hidalgo. Después, haciendo caso a la orden de la Corona española de colgar las cabezas en un lugar público para que fungieran como escarnio, el gobernador hizo público su desacuerdo con colgarlas en un asta en medio de la plaza de armas, ya que el ejemplo tendría que ir más allá, y sugirió que no había en Guanajuato mejor lugar que “lo más alto de cada una de las esquinas de la Alhóndiga de Granaditas”, un edificio de casi cinco pisos; a esa altura, pensaba el gobernador, nadie, absolutamente nadie, podría corroborar la autenticidad de aquellas cabezas y menos descubrir la falsedad de la que iba a remplazar la del cura Hidalgo.

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EL ALACRÁN CON ALAS Y LA CABEZA DE HIDALGO

Hecho esto se celebró una gran ceremonia y, con bombo y platillo, los hombres de Iriarte tuvieron trato de héroes. Así mismo, por la importancia histórica del edificio, lugar donde se gestó el primer enfrentamiento independentista encabezado por las huestes del mismo Hidalgo, nadie objetó nada. Ante los ojos de la Corona, todos aquellos hombres de Chihuahua fueron dignos de trascender en la historia. Fue así como el astuto gobernador capitalizó los hechos para su milpa y fue nombrado conde de Revilla. Don Alfonso se hizo de una pieza de colección suprema y, junto con su gente, se inmortalizó como patriota; por su parte, Rodrigo, el pobre Rodrigo Vizniego de Alcaraz, a quien tanto le gustaban los chabacanos, se quedó enterrado y sin cabeza en un panteón municipal, y su viuda, su hermosa y joven viuda, se matrimonió dos meses después con el joven abarrotero que le vendía los chabacanos.

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7.

C ÁRC E L MU NIC I PAL

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EPIDEMIA EN LA CÁRCEL = A L M A M O N T E M AYO R

F

ue el coronel Hugo de O’connor quien en abril de 1776 envió a la cárcel de Chihuahua a cincuenta indios tarahumaras, acusados de sospechosos de complicidad con los apaches; y con esta acción, directa o indirectamente, habría de causar el problema. Detrás de las casas del ayuntamiento (donde se ubicaban las oficinas de la autoridad), estaba la cárcel de Chihuahua, en el centro de la villa, junto a la alhóndiga, en la cual se hacía acopio de granos para evitar la escasez y garantizar la subsistencia de la población. La cárcel estaba sobre la calle Real, que era considerada la principal de la villa, a la que después se llamó de la Libertad, precisamente porque por ahí salían libres aquellos que habían cumplido su condena. Se encontraba en mal estado y el espacio que ocupaba era insuficiente, porque recibía también a delincuentes de pueblos cercanos. Por eso se acostumbraba soltar a los reos menos peligrosos para poder ingresar a otros. El presupuesto era tan escaso que con frecuencia se recurría a la caridad pública para alimentar a los presos.

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EPIDEMIA EN LA CÁRCEL

La campaña contra los apaches se intensificó en 1775, cuando en el norte de la Nueva España el coronel Hugo de O’connor era inspector de presidios, esas fortalezas erigidas para luchar contra los indios bárbaros. A los apaches no era común que los tomaran prisioneros, más bien los mataban en los combates; pero a los tarahumaras, que eran menos agresivos, con frecuencia los privaban de su libertad. Por eso O’connor los envió a la cárcel de la villa de Chihuahua. Esa vez no se liberó a ningún preso para hacer lugar, lo que hizo que, súbitamente, la población de cautivos aumentara de cuarenta a noventa personas, propiciando condiciones de hambre y miseria. De origen irlandés, el comandante y caballero de la Orden de Calatrava, Hugo de O’connor, tenía por lo menos tres años de experiencia en el manejo de presidios cuando llegó a Nueva Vizcaya, en 1771. No era un militar común: poseía una capacidad de observación propia de un científico; una facilidad para diseñar planos de edificaciones que lo asimilaba a un arquitecto y un sentido del humanismo que lo inclinaba a denunciar los abusos y procurar la justicia. Al llegar, lo primero que hizo, en sólo tres meses, fue recorrer las distintas regiones haciendo un recuento de las correrías apaches en los años recientes: robo de caballadas y muladas, muerte de pobladores, destrozos de muebles, etcétera. Aparte de las correrías en Chihuahua, O’connor hizo recuento de los destrozos en las provincias de Coahuila, Sonora, Nuevo México y Texas. Después de elaborar un diagnóstico, en abril de 1772 hizo una serie de propuestas que básicamente consistían en construir nuevos presidios; aumentar el número de plazas militares en ellos, y crear cuatro compañías volantes de cien hombres cada una. Estas propuestas se hicieron realidad y produjeron “felices efectos”, pues permitieron a O’connor trazar las rutas que debían seguir las escuadras o tropas de los diferentes presidios, entre los que destacaban los de San Buenaventura, Janos y el Carrizal. O’connor activó el comercio en las poblaciones aledañas a los presidios, pues impidió que los capitanes continuaran vendiendo ellos mismos los productos a la tropa, a manera de tienda de raya. Realizó una minuciosa descripción de las tribus apaches que hostilizaban la frontera, precisando nombres y parajes en los cuales se ubicaban. Señaló las costumbres y estrategias de guerra de los indios, sus movimientos según las estaciones del año, su tipo de vestido y de armas, así como sus formas de vigilancia, y propició pactos de paz con algunos grupos. O’connor se dio cuenta de que la guerra se perdía, entre otros motivos, porque los indios, como guerreros, eran superiores a los militares que los

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A L M A M O N T E M AY O R

atacaban, por eso escribió en su célebre informe: “No puede observarse otra disciplina para ofender a los indios que la misma suya: consiste ésta en ser hombres diestros a caballo: saber disparar una escopeta, manejar una adarga, correr con aguante muchas leguas de día y de noche, sufrir sol, sereno, agua y nieves, sin otro alimento a veces que un poco de pinole, ni más tienda de abrigo que la que ofrezca un capote [...]”. En poco más de cinco años, O’connor logró contener a los apaches y “restablecer el honor de las armas del Rey”. En 1776, cuando estaba próximo a abandonar la Nueva Vizcaya, envió a los cincuenta tarahumaras a la cárcel de la villa. Había sido un año muy seco y al iniciar el mes de mayo el calor se sintió muy fuerte en la villa de Chihuahua y en especial en la cárcel. En aquel espacio tan reducido, los prisioneros no sabían si mantenerse apiñados en la enrarecida sombra de los calabozos, o si salir al patio a tomar una bocanada de aire, a riesgo de calcinarse con los inclementes rayos del sol. Era común que en época de calor los internos de la cárcel padecieran enfermedades gastrointestinales, por ello cuando se presentaron en ellos síntomas de náuseas, diarrea, fiebre y mareo, no hubo mayor preocupación entre las autoridades, hasta que empezaron los fallecimientos y el médico de la villa puso nombre a la enfermedad: se trataba de una epidemia de tifoidea o peste. El 22 de mayo de ese año de 1776, el síndico procurador informó al Cabildo de Justicia y a las autoridades de la villa que “de los noventa y un presos recluidos en la cárcel, veintiséis están enfermos de tabardillo o peste”. Entre los enfermos había dieciséis tarahumaras, ocho apaches y sólo dos “de razón”. El síndico expresó su preocupación de que los vecinos de las casas contiguas se contagiaran. Las autoridades dispusieron que se avisara a los señores jueces y al capitán comandante de la villa, para que tomaran providencias. Pero el tiempo seguía su curso y nadie parecía dispuesto a tomar medidas. Los presos se morían uno a uno, de a poquito, en medio de la inmundicia, mientras el terror se apoderaba de los habitantes de Chihuahua. Enterado del suceso, el coronel Hugo de O’connor se trasladó a la villa cuando el número de prisioneros muertos era de aproximadamente veinte. Estaba acostumbrado a actuar bajo presión y no titubeó: al llegar a la cárcel, y después de observar la situación, tomó de inmediato la decisión que los jueces y el comandante de la villa no se atrevían a tomar: ordenó a los guardias que liberaran a todos los prisioneros que estuvieran en condiciones de trasladarse por su propio pie. Sólo se mantuvieron recluidos los enfermos graves. A los tarahumaras que él había pedido ingresar a la cárcel, que eran la mayoría, se les auxilió para llegar a sus comunidades, y los demás tomaron distintos rumbos. Días después de la liberación, uno de los integrantes del Ayuntamiento realizó una visita a la cárcel, y al cerciorarse de que en ella

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EPIDEMIA EN LA CÁRCEL

no había más que unos cuantos presos convalecientes, lamentó profundamente que O’connor los hubiera liberado. Meses después ese mismo personaje escribió: «No sería extraño que los tarahumaras liberados hayan reincidido en sus excesos y que unidos a los apaches, les sirvan de fieles espías y auxiliares, para cometer los crueles estragos que continuamente estamos experimentando». Evidentemente no eran pocos quienes pensaban que todos los presos debían haberse podrido en la cárcel, y acusaron a O’connor de debilidad y negligencia. Pero si se tiene la curiosidad de leer algunos párrafos del informe del comandante sobre el estado de las Provincias Internas del norte de México, fechado en julio de ese año de 1776, se verá que sólo fue coherente con sus propios principios: En la provincia de Nueva Vizcaya viven diversos pueblos, las naciones de la Tarahumara Alta y Baja, que a título de aliados de los apaches cometen muchos daños […] pero estos excesos provienen del ningún arreglo en las poblaciones y de la vejación con que se les trata, pues estando en la ley que los mandamientos que se libren sean para la tercera parte de los indios se cometen excesos, de modo que hay vez que ninguno queda en el pueblo para atender a las familias de los ausentes. Si los tarahumaras liberados eran o no cómplices de los apaches, eso no se supo; lo que sí quedó claro fue la congruencia de Hugo de O’connor y su solidaridad con los tarahumaras durante la terrible experiencia de la epidemia en la cárcel de la villa de Chihuahua.

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C AL L E AL DAMA

8.

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LA GAVIOTA = F E L I P E S A AV E D R A

E

ran las diez u once de la noche, ya llevaban algunas cervezas, Mario Humberto Chávez estaba en La Gaviota, era de esperarse, era viernes, estaba veraneando y era una noche fresca, de ésas en las que en Chihuahua huele a tierra mojada y uno no sabe dónde llueve. Habían comprado tequila, antes cerveza, la plática era atropellada, pero nada extraño, así les gustaba platicar entre cultura y juerga estudiantil, una que otra plática soez, pero esporádica. Al cabo de un mes, aquella noche de viernes había desencadenado un acoso sin sentido, Marcos había contado algo mal… Gerardo, Fernando y Luis fueron a buscarlo. Llegaron y tocaron a la puerta, abrió su señora, los invitaron a pasar, la visita no duró mucho, pero era la consecuencia de lo que había ocurrido en plena calle Aldama, afuera de La Gaviota. La señora no sabía el porqué de su presencia, parecía de lo más normal, entonces los sentó en la sala y llamó a Pancho. La plática transcurrió formal y tensa… Mira, Pancho, ya lo has ido a buscar

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F E L I P E S A AV E D R A

con mucha gente, con tu raza, Luis no quiere pedos, pero tú lo has ido a buscar a su casa ya varias noches, no lo has encontrado, pero ahí está Leonarda con los niños, según tú llegas en las noches a amedrentar o a enfrentar a Luis… Pero no solo, con mucha raza. Si lo que quieres es darte unos chingazos con Luis porque te cae gordo, está bien. ¿Tú cómo ves, Luis? ¿Te rajas con Panchito? Nadie se va a meter, ni yo, ni Fernando ni nadie, pero ya estuvo, aquí traigo el cuete. Gerardo dejó entrever una súper treinta y ocho especial entre su axila y su chamarra. Luis asintió, para él ya había sido demasiado por una cosa en la que él no tenía que ver. Luis explicó que aquello no había sido un ardid. Tu hermano Marco la regó al ir a calentársela a Mario Humberto de a gratis. Yo me bajé a separarlos, no debió madrugarlo, un puñetazo sin avisar no se le propina a nadie a menos de que te estén provocando directamente, Mario Humberto es más alto que Marcos y estábamos afuera de La Gaviota, ¿qué esperabas? Un mes atrás, a las diez u once de la noche, ya llevaban algunas cervezas, Mario Humberto estaba en La Gaviota, era de esperarse, era viernes, el lugar estaba a reventar, y el maestro Saavedra y Mario Humberto eran los propietarios, estaba veraneando y era una noche fresca, de ésas en las que huele a tierra mojada y uno no sabe dónde llueve. Habían comprado tequila, antes cerveza, la conversación era atropellada, pero nada extraño, así les gustaba: entre cultura y alguno que otro tema soez… En ésas, Fernando retomó un hilo absurdo para hacer, como le gustaba, la plática más intensa; la cosa iba para ver quién era más gallo, Marcos o Mario Humberto… Ese viernes subieron al volkswagen Luis y Leonarda, Raymundo, Fernando y Marcos… Salieron rumbo a La Gaviota, estaba en la mera Aldama; al pasar, las luces del vocho y las mercuriales iluminaban las piernas enteras, y más, de las muchachas que salían a esas horas, vestidos entallados soportados por tacones del doce apuntalaban piernas fuertes y musculosas, era usual que se dejara ver la entrepierna y de espaldas las pantaletas, aquello era un desfile de mujeres impresionantemente altas, voluptuosas, vestidas a la sazón de la época, era una zona de mariachis, puestos de tacos, de hamburguesas, había gente caminando y visitando las cantinas, donde pululaba el humo de cigarrillos y fritangas, había quienes asistían a ver el festín en auto, algunos de pasada rápida con cierto temor a ser vistos, unos más pertenecían al lugar de manera natural, otros simplemente amaban el folclor de la Aldama… Llegaron a La Gaviota, le mandaron a hablar a Mario Humberto, salió con naturalidad, afuera estaba su socio y amigos, nadie sabía, pero Marcos tenía algo en mente, al bajar del auto, se abrió y acertó tremendo puñetazo

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L A G AV I O TA

sobre el rostro de Mario Humberto, quien quedó ensangrentado y sobre todo desconcertado… Marcos intentó sorprenderlo nuevamente, pero Mario Humberto se adelantó, lo tomó por las orejas y lo hincó como a párroco en iglesia, luego propinó con saña tremendo golpe sobre su rostro. En la confusión los parroquianos pensaron que había más agresores, Mario Humberto se acercó a la puerta de La Gaviota y exclamó: Aquí hay bronca, vénganse… Luis ya había bajado del vocho, entonces, como de un panal de avispas, salieron muchachas de vestidos entallados soportados por tacones del doce que apuntalaban piernas fuertes y espaldas musculosas, también algunos hombres altos y fornidos, algunos hasta con bigote, Mario Humberto alzó la voz, ¡a Luisito no me lo toquen! Aquello se convirtió como en una sopa que estuvieran moviendo con un enorme cucharón… Marcos, golpeado, y Luis, intacto, subieron al auto… todos arriba, arrancaron velozmente y se fueron, era una noche fresca, de ésas en las que huele a tierra mojada y uno no sabe dónde llueve, así ocurrió en la bendita Aldama, donde el maestro Saavedra quería que algún día arrojaran sus cenizas.

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F OT O G R A F Í A S D E A R C H I V O C O NAC U LTA- I NA H . F OT OT E C A C H I H UA H UA . C O D. 5 6 3 6 Y LU LY S O S A

C AL L E L I BE RTAD

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BREVE HISTORIA DE AMOR CON LA LIBERTAD = E N R I Q U E S E RV Í N

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a relación de un espacio y un individuo la construyen momentos específicos, experiencias que van más allá de lo ordinario. Hay un filtro para cribar esos momentos: la memoria. La calle Libertad de la ciudad de Chihuahua (sobre todo el tramo que va desde Palacio de Gobierno hasta la Plaza de Armas) me deparó algunos de esos momentos. El primero fue hace muchísimos años. La sirena era entonces para mí tan sólo dos cosas: la imagen que aparece en el juego de la lotería mexicana y, antes que nada, la tienda a la que me llevaban de niño a comprar útiles para la escuela y juguetes para el recreo. Yo era un niño. Ignoraba por completo las virtudes y magias de las otras sirenas, los seres maravillosos que flotan entre las espumas chorreantes al pie de acantilados que nunca existieron. La sirena de la lotería, por su parte, era una imagen muy simple, bella, esquemática como una letra o como el cuello de un cisne rojo: una sirena de pueblo que volteaba a ver hacia arriba y que parecía estar contemplando

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E N R I Q U E S E RV Í N

al sol. Pero había algo triste en ella, algo demasiado nostálgico. La tienda que se llamaba La Sirena, en cambio, era una animada cueva de Alí Babá, repleta de cintas, telas, plásticos, cuadernos, moños, botones, carritos, esferas, trompos, baleros, aviones y pelotas de todos los colores. La mercancía colgaba hasta del techo y verla era como contemplar un abundante sistema solar. Cuando yo acudía hasta allí, de la mano de algún familiar, siempre salía cargando con algún juguete (recuerdo, por ejemplo, un chango de baterías que al caminar prendía los ojitos y que se convirtió en el terror de mi hermana pequeña, hasta que me dijeron que la iba a traumar y me forzaron a apagar para siempre a mi pequeño espantajo). Una tienda increíble, con anaqueles de viejas maderas, barnizadas y vueltas a barnizar, que en todas partes dejaban ver la pátina, el aire de lo que ya tiene mucho tiempo existiendo. Quedaba en la calle Libertad, en pleno centro de la ciudad. Una calle central, conocida por todos, importante para el comercio, dotada de historia, según habría de enterarme después. Pero yo no sabía leer todavía. Y un día, paseando por esa calle junto a mi padre, me fijé en un letrero amarillo que me ha de haber parecido lo suficientemente bonito o, por lo menos, simétrico. “¿Qué dice allí, papá?” “Kodak”, me contestó, y me explicó la secuencia de cada una de las letras. Es el primer recuerdo que tengo de una palabra escrita. Y la calle Libertad era un río de carros bombachos, grandotes, hechos de láminas firmes y de anchas molduras plateadas. Demos ahora un brinco hasta más o menos una década más tarde, que en ese tramo de la vida implica cambios profundos, irreversibles, casi impensables después. Hace años que aventé a la basura todos mis juguetes, voy a la secundaria, me siento dueño del mundo. Y cada sábado por la tarde, o incluso cada tarde de cada día, me junto con los amigos para dar una vuelta a ver gente en la calle Libertad. Que ahora es simplemente “la Líber”. En efecto, la Líber es el lugar donde te encuentras a los amigos, donde saludas, platicas; donde te pones de acuerdo. De carro a carro, o estacionados, en la banqueta, si es que tienes suerte para encontrar un lugar. Es también, ya se entiende, el lugar del ligue. Como la calle no está todavía cerrada, sino que incluso aún conserva el tráfico en dos sentidos, los conductores dan vueltas y vueltas en “u” rodeando apenas el Palacio Federal (creo), o bien siguiendo la cuadra en dirección de la calle Victoria (también creo), para poder regresar al circuito de la visibilidad colectiva. Una sonrisita, un guiño, una mirada que dure más de lo estrictamente usual es señal inequívoca de que le gustaste a alguien y, por supuesto, justifica los litros de gasolina que implican diez, o quince, o más vueltas a la calle Libertad. Allí pueden nacer amistades, encontrones sexuales, matrimonios, duraderos o no.

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B R E V E H I S T O R I A D E A M O R C O N L A L I B E RTA D

Como en todas partes, las coincidencias ocurren. En una ocasión en la que paseábamos Carolina González y, otros amigos y yo por la Líber, descubrimos a unos extranjeros que presenciaban azorados el interminable desfile de jóvenes. Nos detuvimos a platicar con ellos, porque Carolina había estudiado en los Estados Unidos y Europa, y por lo tanto quería practicar su inglés o su francés. Los fuereños resultaron ser, precisamente, parisinos, y nos comentaron que al planear su viaje habían decidido no pasar por Chihuahua, pero que en el último momento alguien les recomendó hacerlo y les dio la dirección de una chihuahuense que había estudiado en París. Desafortunadamente, nos dijeron, al llegar a Chihuahua se dieron cuenta de que habían perdido la dirección. Recordaban, eso sí, el nombre de la lugareña: se llamaba Carolina González. Risas. Incredulidad. Cosas de una ciudad que todavía no había crecido demasiado, supongo. Entonces sucedió una primera agresión en contra de aquel movimiento provinciano, juvenil, ingenuo, casi libertario. Luego se decidió convertir aquel tramo en una vialidad de un solo sentido. El orden vial quedó organizado de tal modo que complicaba las maniobras necesarias para permitir el flujo continuado de los vehículos. Esto, a su vez, limitó el número de vueltas que uno podía dar. La Líber comenzó a perder brío. El tráfico se volvió lento, aguado. Los viajes a la Líber terminaron por parecer aburridos. La calle sufrió diversas agresiones; se cambió el piso de cantera por uno de cemento. Sin crítica, sin consulta, en el contexto de un ciudad sin ciudadanía. A pesar de ello, sigue allí. Manteniendo los espacios, modificados, de las antiguas tiendas; sigue ofreciendo solaz, diversión, posibilidad de encuentro a tantas nuevas generaciones. Para mí, sin embargo, ya era demasiado tarde. Para mí, de hecho, la Libertad había muerto. Y claro, yo, premoderno, provinciano, primitivo, para entonces ya pensaba en la otra libertad, y la amaba.

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F OT O G R A F Í A D E F E R NA N D O VA L D E Z

C ANAL DE L C HU VÍ S CAR

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UN RÍO DE SANGRE SIN LLOVIZNA * = HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ

A river is more than just a river simon ortiz

mi hermanito y yo muchas veces regresamos a pie de la iglesia a veces por la colón a veces por la universidad y a veces por otras calles que nos gustan de ida es diferente porque nos gusta tardarnos lo más posible para llegar cuando el servicio ya se esté acabando y si mi mamá nos regaña entonces le decimos que mejor nos dé para el camión una vez de regreso nos fuimos por las vías del tren pero antes de llegar al puente de la industrial unos muchachos nos corretearon y nos apedrearon nosotros corrimos hasta el puente negro y de pura suerte no nos descalabraron cuando bajamos por la universidad llegamos hasta la rampante y por ahí a veces bajamos al canal chuvíscar en donde nos gusta caminar bajar es fácil a veces para subir se pone muy resbaloso este río casi siempre está muy chiquito y huele medio feo aunque a veces cuando llueve nos ha tocado verlo casi desbordarse por eso si está lloviendo mejor no nos metemos caminamos entonces por la orilla de arriba hasta el puente peatonal verde ahí subimos * * Nota de los editores: En este texto el autor deja intencionalmente sin signos de puntuación ni mayúsculas el relato.

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HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ

y cruzamos el puente o continuamos hasta la colón o de plano hasta el puente negro aunque está más difícil porque está lleno de yerbas y piedras caminar por el canal es como estar en otra parte como hundirse pero sin dejar de tener contacto con el cielo todo lo demás desaparece es como si no hubiera ciudad sólo esas paredes de concreto lisas por donde podemos correr y resbalarnos el otro día regresábamos de la iglesia y decidimos subir en el puente verde atravesar la calle pasar por el banco redondo y luego cruzar el baldío rumbo a la colón al acercarnos al banco pudimos ver los hoyos que había en los vidrios habíamos oído en las noticias lo que había pasado que unos guerrilleros habían asaltado tres bancos al mismo tiempo pero en este banco había unos soldados que les dispararon y mataron a una mujer que se llamaba avelina nos acercamos a las ventanas para ver de cerca los agujeros y muy despacio le dimos vuelta al banco ese día ya era tarde y no había nadie de seguro los dos estábamos pensando lo mismo en ella en los agujeros en su cuerpo y si había habido más muertos o heridos y en los agujeros en sus cuerpos al pensar eso creo que los dos sentíamos algo extraño como si esos agujeros pudieran también ser parte de nosotros yo me acordé del juego que jugábamos cuando éramos más chiquitos y a nuestras camisetas les salían agujeros en la panza si alguien en la escuela nos llegaba a ver les diríamos que nos habían balaceado y por eso las camisetas estaban llenas de hoyos nos reíamos entre nosotros porque era un juego pero esto era diferente avelina había muerto y nosotros estábamos ahí viendo los vidrios quebrados por las balas de los soldados nosotros no teníamos dinero en ese banco mi mamá estaba ahorrando en el banco capitalizador y ahí nos habían regalado a nosotros una caja fuerte en miniatura con combinación y todo pero casi nunca teníamos nada qué echarle en la mañana después de comer en casa nos íbamos al desayunito porque no se nos quitaba el hambre con nada después a la hora del recreo nos la pasábamos en la canchita de básquet nada más mirando lo que los otros niños compraban mi hermanito desde entonces se ponía muy vivo y vendía los artículos escolares que nos regalaba mi tía esther una vez fuimos a un súper nada más a ver y cuando salimos me enseñó un yoyo que se había robado sin que yo me diera cuenta mi mamá una vez se puso a ahorrar para comprar un montón de chuletas del siete y cuando finalmente pudo comprarlas nos dijo a todos ándenle ahora sí vamos a comer carne hasta hartarnos decidimos regresar al canal así que cruzamos la calle y nos deslizamos hacia abajo creo que no dijimos nada ni cantamos canciones como lo hacíamos a veces hasta se nos olvidó lo mucho que nos divertía jugar a adivinar el año de los carros viendo la forma de los focos o a descubrir placas de otros estados íbamos pensando en avelina que hacía unos días caminaba y hablaba y se reía y que ahora quién sabe dónde estará en la iglesia dicen que el alma se separa del cuerpo y que si uno ha obedecido la ley de dios entonces se

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UN RÍO DE SANGRE SIN LLOVIZNA

va al cielo y si no ha obedecido pues al infierno yo creo que cuando me muera me voy a ir al infierno por los sueños que tengo y porque pienso muchas cosas de las que me daría vergüenza hablar así que mejor me callo el otro día soñé que entraba a la iglesia y que habían movido las bancas hacia los lados en el centro había dos ataúdes me acerqué para ver quién estaba adentro y vi a dos mujeres de la iglesia que me gustaban mucho al final me metí en uno de los ataúdes y cerré la tapa creo que nosotros no pensamos que alguien como avelina se haya ido al infierno a veces se me afigura que el infierno es aquí porque las imágenes de las llamas me persiguen a todas partes mientras vamos caminando por el canal cuando llegamos a alguno de esos túneles que descargan el agua gritamos muy fuerte avelina y escuchamos como muchos ecos que se pierden poco a poco llegamos a la colón y sin decir nada seguimos caminando rumbo al puente negro nadie nos dijo nada de avelina ni en la casa ni en la escuela así que tenemos que imaginarla para nosotros era como una niña muy valiente que hizo algo que muchos otros no hacen porque tienen miedo parecida a la mujer que nos dibujan en la portada de los libros de texto agarrando con fuerza la bandera pero no tan grande al llegar al puente negro nos salimos de la orilla del río y subimos hasta las vías del tren caminamos por las vías hasta la estación abandonada y de ahí a la juárez le digo a mi hermanito que para otra vez deberíamos caminar por el canal para el otro lado más allá de la universidad irnos temprano para caminar hasta que se acabe el concreto hasta llegar a la presa chuvíscar él sólo me mira y no me dice nada subimos por la pacheco podemos ver la coca luego el hotel pacheco y la cooperativa de los camiones pero ya no decimos nada creo que sentimos que las palabras se nos han quedado muy atrás

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F OT O G R A F Í A D E A R C H I V O C O NAC U LTA- I NA H . F OT OT E C A C H I H UA H UA . C O D. 2 5 7 5

C ASA SIG L O XI X MU SE O DE SE BASTI ÁN

11.

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LAS SEÑORITAS EN LA FACHADA = R E N E É AC O STA

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adie lo sabe de cierto, en realidad nadie lo sabe. En 1920, cuando la Revolución ya estaba descendiendo, aquel lugar se convirtió en una división de centros comerciales donde mi bisabuela vendía dulces caseros y especias. Ahí creció mi abuelo, Atanasio, quien junto con sus hermanos Pedro y Micaela, que eran los mayores, y Atalejo y Edelmiro, que eran los gemelos, ayudaba a mi bisabuela. Mi abuelo decía que bajo el frío cercano al 2 de noviembre de ese año, mi bisabuela mantuvo la tienda abierta todo el día y hasta entrada la noche, porque las señoras llegaban a comprar la hoja para tamal, el comino, la pimienta, los chiles secos y los dulces, para poner en sus altares para sus muertos. Mi abuelo Atanasio ayudaba cuidando a los más chicos, mientras que Pedro y Micaela movían y cargaban los costales, llenaban los guajes y llevaban el mandado a la casa de las señoras. Como mi bisabuelo había muerto en 1917, mi bisabuela no podía darse el lujo de detenerse, ni de cerrar a la hora

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de todos los días. Aprovechaba esas ocasiones y se granjeabaa la comunidad católica de la catedral, para que las señoras de la caridad compraran sus ingredientes en la tienda. Aquella vez, recuerda mi abuelo que los gemelos estaban insoportables. Eran demasiado pequeños y molestos para tenerlos en el comercio ayudando, y demasiado grandes para tenerlos encerrados en el corralito. Según mi abuelo, él tenía ocho años y los gemelos tenían tres. Los gemelos insistían en ayudar. Jugaban a que trabajaban dándole vueltas al molinillo, pasando chiles de un costal a otro, barriendo donde ya estaba barrido y ensuciándolo todo. Ese día jaloneaban un costalillo de harina, mientras la gente entraba y salía del negocio, sin fijarse en ellos. Un cliente tropezó con Atalejo y provocó que rompiera el costal y quedaran todos polvorientos. Mi bisabuela enfureció y sacó a Atalejo, a Edelmiro y a mi abuelo, con jaloneos furiosos y empujones, al patio central que compartían los establecimientos. —¡Ay de ti que hagan otra travesura! Mañana tempranito vamos a misa para que le pidan perdón a Dios por andar tirando la harina. Mi bisabuela era una mujer determinada. Regresó al negocio, azotando el portoncillo de madera desvencijada que comunicaba las bodegas y al patio central. Ahí estuvieron mi abuelo y los gemelos regañados, hasta que salió la luna. Mi bisabuela, Pedro y Micaela estaban haciendo las cuentas y poniendo las cosas en orden para cerrar, cuando Atanasio vio a una mujer en el patiecito del fondo. —Quédense aquí —les ordenó a Edelmiro y a Atalejo que no se querían quedar en paz. Se acercó paulatinamente. Escuchaba el llanto de la mujer desde el pasillo. Se fue acercando poco a poco sin hacer ningún ruido. El llanto de la mujer se oía cada vez más desesperado y las hojas secas del árbol que estaba en el fondo, en el patio de tierra, eran traídas por el viento. Atanasio se cuidó de no pisarlas para no hacer ningún ruido. Todo estaba tan oscuro, apenas se iluminaba un poco por la luz de la luna llena. Cuando se asomó con cuidado, desde una esquina de la puerta arqueada, buscó a la mujer entre las sombras de los escombros y tiliches que abandonaban en el patio. Recuerda mi abuelo que al voltear a ver el árbol, vio el cuerpo de la mujer colgando de una de las ramas. Vestía como las mujeres de épocas pasadas. Atanasio se quedó inmóvil y vio que el rostro de la mujer abrió los ojos. Mi abuelo soltó un grito y a tropezones en la oscuridad se fue corriendo. Los gemelos lo vieron lleno de pánico y comenzaron a gritar los tres, mientras Atanasio golpeaba con desesperación la puerta. Aterrorizados, no dejaban de gritar. Mi abuelo estaba pálido. Edelmiro y Atalejo no dejaban de llorar al ver a mi abuelo en ese estado. Estaban muy asustados. Pero nadie les abrió la puerta.

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Recuerda mi abuelo que un temblor helado lo hacía sudar. No quería voltear hacia el pasillo que conectaba con el patio. No quería voltear a ver. Pero su madre no les abría la puerta. Cuando se decidió a voltear, aún aterrorizado por la visión espectral, y sus hermanos aferrados a sus pantalones, miró en la entrada del pasillo del patio trasero la figura de la mujer, ahí parada, viéndolos, sin decir nada. Cuando mi bisabuela fue a sacarlos del patio, los gemelos estaban temblando y tenían la cara llena de lágrimas y mocos secos. Mi abuelo estaba todo mojado de sudor y temblaba, estaba en shock. Mi bisabuela lo sacudía y le preguntaba, pero Atanasio estaba mudo. Atalejo no dejaba de llorar y de aferrarse temblando al cuerpo de Atanasio. Solo Edelmiro alcanzó a responder: —Ahí, mamá, la señora muerta nos está viendo. Dile que no nos vea. Que ya deje de mirarnos. Esa noche apenas pudieron dormir. Mi abuelo estuvo vomitando amargo, sufrió una diarrea y tenía una especie de fiebre que hizo a mi bisabuela arrepentirse de no abrirles cuando los escuchó desde el establecimiento. Aún ya muy vieja, mi bisabuela recordaba el hecho con un sentimiento de culpabilidad. Al paso de los años, hubo varios testimonios de la aparición. En 1924, algunos dijeron haberla visto llorando, atravesando las divisiones de los muros de la casa, con un niño pequeño en brazos. Al crecer los gemelos dijeron ver el rostro de la mujer asomándose desde una de las ventanas altas de la casa, que estaban dispuestas como tragaluces, y a los que nadie podía llegar para asomarse desde el patio. Solo podía verse su rostro espectral con los labios amoratados y enfermos, mostrando unos dientes podridos. Por un tiempo largo, la casa que había sido adecuada para establecimientos cayó en desuso y se llenó de palomas, perros y gatos. Pronto se volvió un refugio para malvivientes que se quedaban a pasar la noche entre los escombros del lugar. Varios llegaron a afirmar que el rostro que se ve en los bustos de los mascarones en la fachada es el mismo rostro de aquella mujer. A veces se escuchaba también el llanto de un niño pequeño. Tiempo después, ni los adictos ni los parias accedían a meterse a dormir en la casa. Algunos dicen que era el espíritu de una mujer revolucionaria que trabajaba para la finca antes de la Revolución y que al morir en la lucha regresaba a la casa donde fue cruelmente explotada, movida por el rencor. Otros dicen que es el espíritu de la señorita Terrazas, quien se colgó del árbol que estaba en el patio trasero de la casa; cuentan que murió de amor por un caballerango sin riquezas ni clase y que ante la dura oposición de su padre, Juan Terrazas, su desesperación encontró su última salida colgándose entre las ramas del árbol. Según esta versión, los rostros que se ven en la fachada fueron un homenaje póstumo de su padre. Muchos cuentan que en realidad no era la hija del terrateniente, sino una humilde mujer que trabajaba como ama de casa, con quien el patrón tuvo

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una tórrida aventura que dio como fruto a un hijo débil, con una salud frágil. Para evitar las malas lenguas, ocultó la relación y no dejaba que nadie los viera. Esto no impidió que ambos murieran de cólera morbus poco después de que había sido terminada la casa. Sin familiares en el mundo a quien pudiera entregarles el cuerpo de la mujer y del crío, el terrateniente los enterró a ambos en el patio trasero de la casa, bajo el árbol, cerca de donde estaban los establos. Nadie lo sabe de cierto, nadie puede saberlo en realidad.

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CÉSAR ANTONIO SOTELO

cen que fue intencionado, que alguien provocó un corto en la caja de fusibles. Ésas son habladurías, el edificio estaba muy viejo y de seguro los cables o alguna conexión ya estaba mal. ¡Pero si lo acababan de remodelar! ¿Y tú por qué sufres tanto? ¡Ni siquiera eres socio! Es cierto, siempre entrabas de “colado” con alguien. De invitado. Es lo mismo. No. No es lo mismo. De todas formas a mí ya no me gustaba venir, cada vez estaba más aburrido. ¡Y eso que a ti no te traían todos los domingos a comer! Mi papá ya estaba pensando en salirse. Decía que no valía la pena. Que además ya cualquiera entraba. Las voces se perdían en el tumulto. Tú no escuchabas. No te importaba. Querías acercarte, querías mirar con tus propios ojos el desastre. Tal vez porque tenías pocos años o tal vez porque te sobraba imaginación, pero algo en el fondo de tu mente sentía que ese momento debía grabarse para siempre. Que algo de ti mismo y de lo que tú eras ardía en ese momento. Dejen actuar a los bomberos. Retírense, que es peligroso. Somos de El Heraldo, déjenos pasar. No es posible, el edificio podría caer en cualquier momento. Resistirá, es de los de antes. Fíjense en esos muros de piedra y ladrillo. ¿Cómo es que no pueden detener el fuego? El interior es de madera y las alfombras arden rápidamente. ¿Hay heridos? ¿Había gente adentro? ¿Y la policía qué hace? En este país nada se hace como es debido. Los bomberos han de haber llegado demasiado tarde, por eso no pueden parar el incendio. Por suerte es el día en que se cierra, no había ni empleados ni socios. Esto parece muy sospechoso. ¿No será que hicieron lo que con el Teatro de los Héroes? Por fin has llegado. Desde tu posición, delante de la muchedumbre curiosa que te empuja, puedes ver perfectamente la fachada principal. Las llamas salen de las ventanas del piso superior -¿o ya no había llamas, sólo humo?-. La puerta había desaparecido y mirabas la majestuosa escalera de madera blanca -de encino canadiense, dicen, ¿o era de cedro?-, con sus dos brazos que conducían al salón principal, abrasarse envuelta en implacables ligaduras de fuego que la consumían sin piedad. La imagen de la escalera en llamas se queda en el fondo de tu cerebro. ¿La viste arder o sólo fue tu febril imaginación? ¿O es que siempre quisiste verla arder, como en una película, como el incendio de Atlanta que tanto te impresionó? Lo que el viento se llevó… lo que el fuego se llevó… Las chicas bajando la escalera con sus vestidos largos, sueltos, estampados… plena moda setentera. Arriba, custodiado por las miradas de las soberanas que en el pasado ostentaron la corona de la flor de lis, el salón principal -te parecía enorme, ¿recuerdas?- esplendía de luces, joyas, flores, cristal. Mirabas asombrado la pequeña tribuna que antaño sirvió para

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que la orquesta amenizara los saraos -pequeña debía de ser la orquesta, pensaste al mirar el tamaño de aquel saliente que dominaba las mesas-. ¿Cómo serían los bailes en la época de don Porfirio? ¡Tonto! Don Porfirio no estuvo aquí. ¡El tonto lo serás tú! ¡Claro que estuvo! Vino a una entrevista con un presidente gringo, mi abuelo me lo contaba. Pero el banquete de recepción que le dieron no fue aquí, fue en el Teatro de los Héroes. Sí, ahora resulta que el teatro era para bailes. Cállense que nos están mirando y acuérdense que a nosotros nadie nos invitó. Cómo no. Yo soy amigo del primo de la novia. Vámonos, que ese tipo parece que nos descubrió. Espera, quiero ver cómo se ve la calle desde esos ventanales. ¡Están cerrados! ¿Además, cómo se va a ver? ¡Es la misma calle, por la que entramos! Pero desde aquí todo se ve diferente… Generaciones de chihuahuenses bailaron, comieron, fumaron -se podía fumar en los edificios-, cerraron negocios, se enamoraron en estos salones. La burguesía en pleno, las buenas conciencias de Chihuahua formaron un núcleo que defendía las tradiciones, las costumbres, los valores y la moral. Ahora ese mundo se acaba. El mundo de tu abuelo, aquel en que la palabra dada era el contrato más firme, cuando el valor de un hombre no lo daba su fortuna sino su educación. Un mundo de reinas de oropel y de honrados caballeros: ilustres comerciantes, esforzados ganaderos, gente que en su mayoría se habían hecho a sí mismos y que manejaban a su ciudad con mano dura envuelta en guante de seda. Quieres llorar y no sabes por qué. Es una tontería. Pensabas -¿piensas?- que los mundos no se acaban con un incendio. Que todo, o casi todo, renace de las cenizas. ¡Qué poco sabías entonces de la vida! El Casino de Chihuahua de tu adolescencia ya no existe. Desapareció y no por el fuego. Los sueños que te contaron de una ciudad alegre y confiada, la vida tranquila y sencilla, ese microcosmos en donde todos se conocían -para bien o para mal- y en donde nada malo podía pasar murió. Cada día, cada año, sin darte cuenta, tú mismo lo fuiste acabando. Todos lo fueron liquidando. ¡Llora ahora lo que debiste haber llorado entonces! La memoria se pierde. El casino sigue en pie, mera fachada, en la calle Victoria. Su interior es otro. Su vida ya no es la misma. Porque tú ya no eres el mismo. Ni los demás. Los sueños se mueren en una hoguera incombustible y jamás podrán ser reconstruidos. Por eso, el Casino de Chihuahua permanece como alegoría de un pasado glorioso que nos contaron y del cual ya casi nadie se acuerda.

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MARIO ARRAS

ves. Diseñada la fachada principal, a base de tres cuerpos marcados por tercios de columna, muestra aplicaciones de carnosos tallos, hojas y frutas. Los fustes del primer cuerpo están labrados como caña estriada con brazales de florería en ambos extremos; en el segundo, los fustes dan idea de columnas salomónicas con follaje en diagonales en la parte central. El tercero lleva en el fuste una parte de estrías y luego, en espiral, tres gruesas guirnaldas. En los intercolumnios, sobre ménsulas muy elaboradas, se encuentran los nichos con las esculturas exentas de los doce apóstoles. Al centro de la fachada principal, la gran puerta queda enmarcada por un arco seisavado de medio punto cuya clave es una tiara con las llaves de San Pedro; arriba le sube un gran óculo octagonal y sobre éste un marco mixtilíneo abriga a San Francisco de Asís, apostado entre los apóstoles Santiago el Mayor y Bartolomé. En la heredad, a cada uno de seis hermanos tocaron cuatro nichos con sus respectivos animales, valor calificado que alcanzó equidad con el lote de bienes inmuebles otorgados al hermano séptimo. Así quedó el sorteo del ganado: Primer cuerpo San Juan Apóstol cáliz San Pedro llaves San Matías Apóstol hacha Santiago el Mayor venera Segundo cuerpo San Andrés Santo Tomás San Simón San Mateo

cruz de aspas escuadra sierra monedero

Tercer cuerpo San Felipe Apóstol cruz alta San Bartolomé cuchillo Santiago el Menor mazo San Judas Tadeo lanza De vasto estilo y mayor espíritu religioso, la excelente fábrica adquiere visos de eucaristía conforme los espacios alcanzan sus acabados: un cañón de piedra de tres niveles con techo de bóveda, piso de madera, cimborrio con linternilla y dos torres muy esbeltas arregladas por tres cuerpos de sección cuadrada, y el altar mayor de cantería, que abrigan las hornacinas de Bartolomé y Santiago. Éstos son algunos apuntes para la historia de Catedral, y son la razón de mi amor por ustedes, los Arras: madre, padre, hermanos, hermanas, tíos y sobrinos, y de enormes dimensiones para Marcelo. =

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ALFREDO ESPINOSA

quier noción, por mínima que fuera, de uniformidad y estética. Era insoportable y doloroso mirar los rótulos de pintura acrílica sobre la cantera, la propaganda partidista pegada sobre ella, los cartones fosforescentes sobre los vidrios de unos aparadores que mostraban con desarreglo los productos que ofrecían. La luz neón y los nombres en inglés de las tiendas remedaban torpemente el orden y la pulcritud de ciertas tiendas gringas. La calle, con un pretendido aire de antigüedad, padecía unos minúsculos kioscos de fierro fundido con remates de cobre, tan pequeños que parecían hongos, como si fuera la intención perpetrar un golpe demoledor a la disciplina estética que —según Fabián— había sido negada al espíritu de los chihuahuenses. Mirándolos, Fabián tropezó con los pequeños pedestales sobre los cuales se erigían los botes de la basura y, un poco más adelante, encerrados tras enormes rejas de apariencia antigua, como en nichos, las subestaciones eléctricas y sus transformadores. Perdido entre los pedestales para la basura se alzaba el apache Teporaca, un antepasado glorioso cuya miniatura remedaba, acaso, la importancia que se les otorga a los indios vivos. A lo largo de la calle habían sembrado arbotantes tan chaparros cuya desproporción hacía suponer un error severo de la perspectiva tomada, pensó Fabián, de la postal panorámica de un lugar alejado y desconocido de donde, seguramente, habían sido copiados y adaptados, sin compasión, a este paisaje atribulado. Los teléfonos públicos colgaban de mamotretos que sostenían una pequeñísima sombrilla igualmente inútil y fea. Sin embargo, el atractivo de la calle Libertad no se cifraba en su ingrata solución arquitectónica, ni en la violencia del choque entre los estilos y las épocas insinuadas grotescamente, sino en la frescura de sus gentes. Por esta calle no caminaba la aristocracia sino los jóvenes de origen rural, recién avecindados en la ciudad, que aún no perdían del todo el modo áspero, directo, torpe y austero de su lenguaje, ni tampoco sus maneras de vestir imitando a los ganaderos o por lo menos a los participantes de un grupo folclórico norteño, y a los que más tarde Fabián supo que se les llamaba cheros; los cholos indolentes, jóvenes marginados vestidos con ropas sencillas y opacas (sus cuerpos flacos y desgarbados parecían flotar en el interior de unos pantalones guangos y tumbados, detenidos milagrosamente en algún lugar de sus caderas escurridas, y unas camisas extra large), pelo corto peinado hacia atrás, con paliacates en la frente y tatuajes en los brazos; las muchachas de la maquiladora, conspiradoras y ruidosas ante los piropos, dispuestas a afirmar su reciente emancipación paseando impúdicamente su juventud olorosa a queso y jalapeños curtidos debido al consumo de esa comida detestable que son los trozos de tortilla dura y grasienta llamada nachos, churros con cajeta y salchichas embarradas de mayonesa, mostaza

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y catsup; tarahumaras pidiendo kórima * o jugando súper nintendo; niños tropezando con los pisos imitación cantera mal colocados, parejas que con arrumacos desaparecían al mundo con sus besos prolongados y sus ojos cerrados. 2.

La plaza de la Catedral era un lugar mágico; un premio a quienes habían tolerado a la insufrible calle Libertad. La arquitectura de los edificios que la rodeaban resultaba sin lugar a dudas un atractivo. Fabián recuperaba en ese espacio un aliento necesario para permanecer en Chihuahua. Acudía a él porque en ese espacio recobraba el hechizo arquitectónico necesario para sobrevivir; y ese asombro lo remitía a un Coyoacán endomingado, en que los defeños clasemedieros, intelectuales y artistas, retornaban a la provincia los fines de semana. Pero no sólo la nostalgia lo llevaba a ese espacio sino también una suerte de contemporaneidad; la plazuela de la Catedral era un espacio natural de la posmodernidad en donde convivían tarahumaras con turistas europeos, sirvientas y señoras que asistían a misa entre los mensajes de predicadores iluminados, rancheros que desembocaban en la ciudad para reencontrarse con sus muchachas que habían abandonado el campo jaladas por la oportunidad de trabajo en las maquiladoras; boleros, boy scouts, limosneros, viejos y desempleados. Espacio plural y fragmentado de bullente cosmopolitismo. Se recordó tomando café con sus amigos, un domingo por la tarde, registrando notas inútiles y siempre perdedizas sobre las servilletas, mirando las actitudes de las gentes -como ahora- con el propósito de alimentar alguno de sus personajes invariablemente reelaborados en su imaginación. Para los escritores -y él hasta ahora lo era en ciernes e inédito- la vida que pasa a su lado es susceptible de ser literaturizada. Piensa con un lápiz en la mano -le decían los más adelantados en el oficio-, apunta todo aquello que percibas y que te haga prender el foquito rojo de la creación. Apúntalo aunque no sepas para qué te pueda servir. De esas notas Fabián había llenado varios cuadernos, “de esa pedacería recogida de la vida, y de los sueños convertidos ya en añicos”, conservándolos inéditos hasta ahora. Estaba convencido de que en las páginas policiacas se escribía la verdadera biografía de las sociedades, cuya impresión se lograba nítidamente utilizando esa tinta perdurable que es la sangre, el horror y la muerte. Cada día trotaban los caballos del Apocalipsis ensombreciendo la vida y encabezando las ocho columnas de los periódicos, cada día se sumaba una escena *

Kórima, en el idioma tarahumar, significa “compartir” (lo que se tiene y lo que se es). N. de los E.

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cada vez más escabrosa como si al asombrar en sus tragedias, desearan aparecer en los encabezados de los diarios. La colección de estos personajes y sus revelaciones –alimentados con sucesos en apariencia intrascendentes pero poseedores de una escondida siniestridad que asomaba sus dientecillos en actos simples y cotidianos–, que con paciencia de anticuario o de entomólogo había logrado concretar Fabián, se fundían en un solo individuo capaz de apropiarse de todo ese lento trabajo con la finalidad de respirar, de pronto, y de vivir por sí mismo los caminos de su drama personal, o de la desgracia que otros ya maquinaban contra él. 3.

Sentado en su banca preferida, ajeno a cualquier otro movimiento, Fabián miraba a las palomas. Reconsideraba las ideas y sentimientos que hasta hacía unos minutos le habían provocado. Odiaba la mansedumbre de las palomas, siempre dispuestas a participar en la repugnante parafernalia religiosa con tal de alcanzar el puñado de arroz que les arrojaban a los novios, las migajas de pan que caían de las manos temblorosas de los viejos, y sobre todo esa miseria de maíz o de pepitas con la que los piadosos rociaban el suelo, a su alrededor, para darse la oportunidad de sentirse momentáneamente un San Francisco de Asís. —Barata, barata su foto instantánea. Odiaba el domesticado pacifismo de las palomas, esa extrema tolerancia de habitar los campanarios, espantarse en cada llamada a misa y retornar de nuevo a ese incómodo palomar; esa complicidad de revestir a la Catedral de Chihuahua con un hálito espiritual y un toque de santidad. Odiaba ese vuelo torpe y obligado para evitar los pisotones al ser perseguidas por los niños, ese insoportable folclor de utilería para turistas y para los enamorados locales, esa mansedumbre con la que actúan a la solicitud del fotógrafo. 4.

Ahí está Antonio Deza y Ulloa, petrificado en la plaza de la Catedral, vestido a la usanza española del siglo xviii, en una actitud resuelta, estirando el brazo derecho hacia el frente y dirigiendo el índice hacia la tierra. La mirada hacia lo alto, firme, con el libro de la fundación de la ciudad de Chihuahua en la mano izquierda replegada al pecho, cercano al corazón. Dialoga con el ángel. Un hermoso ángel libre y alado que apoya su pie desnudo sobre una roca. La roca de la Catedral, entre sus dos torres. El ángel mira hacia lo alto y hacia allí apunta su índice decidido como señalando el verdadero reino de los hombres. El cielo no, parece empeñarse el fundador, aquí en la tierra. Mira la Catedral y le parece de pronto un enorme, bellísimo mausoleo, un ejemplo de soberbia arquitectura que se erige en plena alabanza a lo

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muerto. Los santos desde sus nichos cargan y muestran los objetos de su martirio. No cabe duda que la teología judeo-cristiana se apoya y se sostiene por la culpa y el castigo; por la sangre y la muerte. Acaso ésas sean las razones de su perdurabilidad. Mira de nuevo ese combate permanente, irreconciliable, entre el ángel y el fundador, y mientras se eterniza el desacuerdo, en la calle los predicadores de las otras sectas dan su testimonio. Dicen que han salido de la oscuridad a la luz y que se han comprometido con Dios a dar fe de ese pequeño milagro; que era un desierto su corazón en el que la palabra de Dios ha hecho brotar agua nueva. La tarde calurosa de Chihuahua no parecía perturbarse con las noticias de eminentes catástrofes y de las bondades de las buenas nuevas ofrecidas por Dios a través de las palabras de los predicadores. La mayoría de las personas pasaban sin detenerse, indiferentes, pero algunos movidos por la curiosidad o por un impulso desconocido se detenían. Las campanas de la Catedral llamaban a misa, los niños perseguían a las palomas, los vendedores ambulantes esperaban pacientemente. Fabián observaba que los predicadores se acompañaban en pequeños grupos, que mientras el orador intentaba contagiar su fe, los demás cantaban alabanzas aplaudiendo con un ritmo magnético, caminando en busca de los que, cerrados ya los ojos y abierto el corazón, recibían esas voces esperanzadas. Lo rodeaban con un círculo estrecho y pedían con una avalancha de oraciones que lo salvara, que llenara el vacío de su pecho con su presencia todopoderosa. La persona había tenido un encuentro personal con Dios y lo constataba con una emoción desbordada en lágrimas de arrepentimiento y de gozo. Al abandonar la plaza, Fabián pasó cerca de la puerta de la Catedral y escuchó la voz del sacerdote hablar con Dios. Todavía a sus espaldas, oía los cánticos de los predicadores. Fabián se convenció de que vivíamos, quizá sin darnos cuenta, un retorno al politeísmo al poseer cada persona, cada religión, cada secta, su particular visión e interpretación de Dios. Dios, se dijo Fabián, es la certeza fragmentada.

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En el umbral aparece un distinguido caballero vestido de riguroso y fino casimir, sobretodo obscuro, frente amplia, ancho y arreglado bigote, un bastón de caoba en una mano y un habano en la otra. Entrecierra los ojos para acostumbrarse a la penumbra y camina con seguridad hasta el centro de la estancia. En lugar de accionar el interruptor de la luz, deja que la densidad del espacio se aclare gradualmente. Inhala ansioso su puro y va deshebrando sus dulces aromas mientras gira a contemplar los accesos a las habitaciones laterales, a la escalera. Como de pasada roza los detalles de la ornamentación, los abundantes y barrocos detalles de la carpintería de las puertas, los estucados, las pinturas, los vitrales. Mitiga apenas un suspiro mientras conversa consigo mismo: “Mi quinta”, luego corrige: “nuestra quinta”. Una acidulada nostalgia lo recorre y trepa por los muros y techos altos del edificio. Vibrar al unísono. Confusión personaje-espacio arquitectónico, espacio-personaje. Entonces sucede lo esperado: del rincón más obscuro emerge una figura femenina, envuelta en blanco ropaje de amplios y numerosos holanes. Una cabellera rubia roza los hombros desnudos. Ataviada de fiesta se desliza suavemente hacia el caballero que se vuelve a mirarla con deleite y sin sorpresa. —¡Acudiste a la cita, mi amada Elisa! —Así te lo prometí, Manuel, y tú sabes de mi honda devoción por ti y por nuestros hijos. —Te ausentaste demasiado pronto de mi vida, queridísima esposa, cuando apenas teníamos doce años de dichoso matrimonio y dos angelitos que vinieron a llenar nuestras vidas. —Lo sé, mi amor, pero así estaba escrito por el Arcano. Nuestro amor era tan pleno que debíamos pasar por la prueba mayor. —Sí, la de la separación en este mundo finito por el abismo de la muerte. Pero ha sido terriblemente doloroso para mí y fue por buscarte en alguna forma que viajé a vivir con nuestros hijos por tres años en Francia y Alemania. —Ciertamente. El viaje que teníamos planeado hacer juntos cuando sobrevino mi partida. De todo me he dado cuenta. Estuve junto a ti cuando me hablabas a solas durante todo el recorrido, en esos momentos sin eco de la noche cuando nuestros hijos descansaban mansamente. También cuando acariciaste la loca idea de construir esta mansión en recuerdo mío. ¡Siempre fuiste tan tozudo! Nada, ni mis ruegos, eran capaces de hacerte cambiar alguno de tus acariciados proyectos. —Perdóname, mi amor, pero necesitaba conservar un lazo contigo que en vez de diluirse con el paso del tiempo se fuera consolidando día con día. Ocuparme de pensar en cuáles serían tus gustos, los detalles de un hogar que tú habrías querido, un monumento a nuestro eterno amor que Enrique, Elisa y todos nuestros descendientes pudieran contemplar y contemplarnos en él.

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—Y finalmente las malas lenguas lo atribuyeron a un pretendido romance entre tú y Rosa, la nieta de don Luis. ¿Ya ves que las mejores intenciones las distorsionan las malas conciencias, como siempre te dije? —Aun así lo volvería a hacer una y mil veces, para tenerte cerca, dentro de mi vida, unida a mí para siempre. Fue mi canto de Orfeo en los infiernos de la separación, mi trabajo de orfebre que construye para ti un sitial, una corona a tu adorable recuerdo. Por eso busqué un modelo ideal en la Francia de tus sueños, conseguí al arquitecto colombiano que lo haría posible, lo envié a estudiar la mansión en Francia, discutí por horas con él todos los detalles, me ocupé de hacer juntos la selección de los operarios: cantereros, ebanisteros, herreros, pintores, albañiles. A la vez hice los pedidos de las piezas principales, esculturas, fuente, medallones y demás, a París, a Italia, a Nueva York, según donde fuera encontrando pronta respuesta. —Sabías, Manuel, que estabas construyendo en la inminencia de un movimiento armado contra don Porfirio e incluso continuaste cuando ya había iniciado… —¿Y qué más podía hacer? Mi vida estaba consagrada a dejar este fruto de amor para quedar tú y yo juntos en el tiempo divino y humano. Y como ves, amada esposa, aquí estamos, en este relicario de mis recuerdos contigo, en este templo que revive nuestra unión sacramental, donde nuestras noches de pasión se encuentran reflejadas en el abrazo del rococó con el art nouveau, hasta la fidelidad a los principios morales y religiosos que guiaron nuestro matrimonio estampados en columnas y esculturas del neoclásico. —Siempre fuiste para mí, Manuel, el mejor de los amantes, esposo atento a todos mis deseos, padre admirable, un hombre cabal que jugaba con los símbolos para crear alrededor nuestro una atmósfera mágica. Por eso te amé sin límites. Por eso se me concedió estar atenta a tus acciones todos estos años. —Sabrás entonces que se espera de un momento a otro la llegada de Villa y sus dorados, y que aunque sabía que debería partir fuera del país con nuestros hijos, quise antes concluir la obra. Sé que esta lucha que llaman la Revolución podría propiciar que nuestra quinta, la Quinta Elisa, llegue a ser ocupada por los levantados, pero confío en que el amor y la belleza que la envuelven la haga invulnerable a todo daño. Desde El Paso, a donde me iré a residir al igual que otras distinguidas familias chihuahuenses, estaré atento a todo lo que suceda aquí. Pediré a lo Alto que proteja nuestro santuario y algún día, pasados estos días aciagos, tal vez regrese a ocuparlo con todos mis recuerdos. Ambos guardan silencio por un rato. Se miran largamente, atesorando imágenes de la eterna juventud de ella y de la madurez que ya se anuncia en su esposo. Se sonríen en un duelo de promesas no expresadas. Manuel teme desviar la mirada por un mínimo instante y que al regresarla Elisa ya se haya sumergido nuevamente en las sombras. Ella lo contempla con adoración, casi

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H U M B E R T O P AYÁ N - F I E R R O

día semejante. La fecha de la celebración estaba más próxima y me sentía perdido -caminando de la sección de perfumería a la de ropa-, sin encontrarme para decidir. Así de perdido me sentía cuando soltaba frases imprecisas: “no tenemos tiempo para nosotros”, “nos agota el estrés de lo cotidiano”, “tú y yo tenemos demasiado trabajo”, “los niños no dejan hacer nada”. Y digo frases imprecisas porque ninguna me convencía lo suficiente para tranquilizarme. Lunes o martes. Desde temprano se dirigió hacia las oficinas de la Quinta Gameros. Durante la noche anterior, la feliz idea lo sostuvo en vela. “Influencias de la luna.” Así se lo contaba a sí mismo. Solicitó, como adolescente nervioso, que le permitieran realizar la sesión fotográfica de su boda en los jardines de la quinta. La desvelada estaba funcionando: le detalló a la encargada que en esos jardines, durante la presentación de un libro, ellos se habían conocido allí. Y que esos jardines, llenos de rosas… Cuando entré a la librería, todavía me sentía perdido. En varias ocasiones, había llegado ahí con otro ánimo; con la certeza de llevar conmigo lo que a ella le gustaba. El libro era un agregado mío, parte de mi gusto solamente. Tal vez, revisando los títulos, pudiera disipar mi desazón. O que algo pasara. Más tarde, regresé a mi oficina con las manos vacías. Otro día. En el estudio fotográfico, los atendió una de las dueñas. Se trataba de dos hermanas que habían establecido un negocio cuya prosperidad se basaba en la férrea disciplina, el trabajo honesto y el trato discreto. Esa mañana, se adivinaba que sólo una se encontraba porque los dejó solos, un momento, en el pequeño recibidor. Lo que sucedió después, la novia lo ha platicado como “el verbo que dio principio a la creación de ese día”. Por la tarde, recibí una llamada para recordarme que me esperaban en la conferencia. La había olvidado completamente. Hacía mucho tiempo que ya no asistía a actividades obligadas o muy comprometidas. En realidad ya no asistía a nada. Nuestros dos lugares de convivencia o divertimento eran los restaurantes y los cines (un claro síntoma de aislamiento aprendido desde los inicios de la violencia que, después, se generalizó en el país). En este caso, eran viejas amistades a las que me unían mis años de soltería. La mesa redonda de los solitarios (como nos identificábamos) se reunía para asistir a una conferencia. Llegué temprano. A la entrada tenían una muestra de diversas publicaciones locales. Ahora sí había pasado algo: un libro sobre la Quinta Gameros.

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V O LV E R A L A Q U I N TA

Jueves, tal vez. Él asegura que ahí mismo, en el recibidor, empezó a buscar, con naturalidad, su posición entre su novia y la dueña; que localizó la cámara; y que se giró a sonreírle a su novia para darle la espalda a la dueña. Él no le ponía atención a la dueña; su mirada traviesa se centraba en el rostro de su novia (ella así lo recuerda aunque lo ha platicado de muchas maneras). La novia recuerda que no podía ponerle atención a la dueña; que sus sorprendidos ojos trataban de alertar a su novio de que atrás de él estaba la dueña y arriba de ella el ojo vigilante de la cámara. En cuanto salieron del estudio, ella inició, por primera vez, caminando hacia el auto, con la recreación de las historias. “Me tenías de nervios. ¿Cómo se te ocurre hacerme eso? Me dieron ganas de salir corriendo, de dejarte ahí solo con tu pene erecto fuera del pantalón.” Y ya en el auto, ella le acarició su ego: “¡Me tenías toda mojada, toca!” Mientras empezaba la conferencia, bromeaba con mis compañeros. Apartamos nuestros lugares. Por supuesto, el mío en la orilla más cercana a la salida. En cuanto iniciaron las presentaciones, le dije a mi amigo que me iba a retirar temprano. Hizo una mueca de dolor. “No se vale, viejito, te hemos esperado mucho tiempo”, me susurró. A pesar de mis prisas por revisar el libro, empecé a disfrutar del momento. Mi mente vacilaba entre las palabras del conferencista y las posibilidades que entrañaba nuestra celebración. Me imaginaba una cena. Luego, el libro de la quinta. Leí los datos de la portada: Centro Cultural Universitario/Quinta Gameros/Esplendor de un siglo. Sin pensarlo más, hice el intento de levantarme. Mi amigo me detuvo del antebrazo, se acercó más y me dijo que no los olvidara. “Ya sabes, hay vino en mi casa al terminar la conferencia.” Sábado, sin duda. Esa tarde de primavera -desde el trayecto en auto del estudio a la quinta para continuar con la sesión-, parecía que los novios ensayaban los pormenores de su noche de luna y miel. Entre ellos, para contarse sus historias, no escatiman ningún recurso, incluyendo lo cursi. La fotógrafa se había adelantado, pues deseaba medir los espacios del jardín. Desde la verja de la entrada principal, los novios vieron a la fotógrafa observando detenidamente a su alrededor. Caminaron hacia ella. En ese breve trayecto, lo único que se le ocurrió para que ella se relajara fue decirle que él no llevaba ropa interior y que su erección se iba a notar mucho a través de la tela del pantalón. Durante las pausas para desplazarse de un lugar a otro, el juego erótico -a través de caricias furtivas, de frases susurradas frente a la cámara- convirtió la sesión -siguiendo con lo cursi- en un preludio fantasioso de dos horas. La fotógrafa, a veces, apartaba su vista de ellos para sugerir otro lugar. Y después de las tomas en las escalinatas posteriores de la quinta, se alejó hacia un apartado lugar del jardín creyendo que la novia estaba al inicio de un orgasmo bajo su luminoso vestido.

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Arquitectura en la colonia Universidad, hemos partido mi sobrina y yo rumbo al centro. -¿A dónde quieres ir? -me preguntó Sandra. -Llévame primero por los antiguos rumbos de mi infancia -le digo e inmediatamente me pongo a indicarle hacia dónde dirigirnos. Unos minutos después entramos por el inicio de la calle Ojinaga y avanzamos al rodar lento del automóvil, según mi petición. Atravesamos la calle Quinta y la Tercera, cruzamos la Avenida Independencia y le pido a mi sobrina manejar aún más calma, después dar vuelta por la Segunda, subir hasta la calle Morelos, continuar hasta la Allende, de allí ir hacia la calle Cuarta, regresar para tomar la Aldama, volver por nuestros pasos para transitar un tramo por la Independencia y enterarme de que pronto por allí se harán interesantes modificaciones. -¿Y ahora? -me pregunta Sandra. -Pues ahora regrésate al punto de partida cuando puedas, una vez más, cuando lo permitan las señalizaciones del tránsito. Así que hicimos de nuevo ese recorrido algo laberíntico propuesto por mí para que pudiera contemplar un tramo de la calle Victoria, después otra vez por la Aldama, asomarme a las callejuelas Tercera y Quinta e ir nuevamente a la Ojinaga para contemplar esas fachadas, los pálidos colores de las paredes, descubrir un detalle. Mi sobrina maneja en silencio, sonriente, con displicencia, mientras subimos, bajamos y recorremos la calle Allende, la Gómez Farías, damos vueltas, nuevos retornos, el asfalto de las calles, el olor del vientecito del otoño, escuchar los leves ruidos pasajeros de esta mañana provinciana, acariciar las sensaciones, contemplar los cambios. -¿Ahora a dónde? -pregunta ella. -Pues vayamos a tomarnos un café, a merendar algo, Sandra, tú invitas, y que sea un lugar que yo no conozca. -Muy bien -acepta mi sobrina-, ya sé a dónde, te gustará. En cada regreso a esta ciudad, junto con las nuevas imágenes que se me llegan a ofrecer, aún conservo muchas anteriores con la pátina de lo imborrable. Todo cambia y se transforma continuamente, pero así lo hace también la piel de nuestro corazón por aquello que fuimos aprendiendo a amar y que jamás olvidaremos, porque la coraza de esa piel se hace más resistente, más dura, más apropiada y segura para conservar invictos todos aquellos instantes que por nada podrán encontrar la puerta del escape, ya que no existe: ésa no tiene forma ni llave, no la construimos ni pensamos hacerlo, pues sólo está permitida la entrada a las nuevas percepciones, a las recientes imágenes que serán el inicio de futuros recuerdos y quizá de gratas nostalgias.

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ESE VIENTECITO COMO UNA CARICIA IMBORRABLE

-Allí, en uno de los costados del corazón de la ciudad de Chihuahua, existe ese barrio que nunca llegó a tener un nombre, como tampoco un centro ya que pertenecía precisamente al centro de la ciudad -le comento a mi sobrina mientras revisamos el menú que nos ha traído uno de los encargados del restaurante La Casa, a quien le he pedido de entrada un café negro-, y de esa parte sus habitantes se dirigían hacia otros rumbos, puesto que no tenían límites sus fronteras, por ello, estoy seguro, cada uno de los moradores opinaba que el centro de ese barrio sin nombre estaba en el sitio mismo desde donde cada quien partía para sus quehaceres cotidianos y a donde regresaba cada noche para el merecido y necesario descanso. -Allí estuvo entonces tu centro, de donde partiste. -Sí, allí. Y allí sigue estando, es el principio, qué duda cabe, aunque aquella casa de la infancia ya no exista, la derrumbaron hace años y posteriormente hubo un solar vacío por mucho tiempo. En alguno de mis regresos y recorridos a pie por esos rumbos me decidí a entrar y caminé por todo ese espacio ya de nada, de aire y silencio. Ahora, lo hemos visto, hay varios comercios, quizá transitorios; estoy seguro de que en un tiempo, cuando vuelva otra vez, ya toda esa parte habrá cambiado, se levantará algo distinto. El mesero se acerca con mi taza de café negro y para tomar nuestros pedidos, los apunta y se retira hacia donde está la cocina para que se haga la preparación. Mi sobrina aguarda por aquello que estoy dispuesto a comentarle al terminar de poner las tres reglamentarias cucharadas de azúcar al café, probarlo y encender un cigarrillo, ya que el mesero ha dicho que no hay problema. -Aquella casa blanca: era de muros altos y estaba en la esquina de la Ojinaga y la calle Segunda. Tenía un número trece en torno a un gato negro con el lomo alzado que mi padre había colocado a un lado de la puerta de entrada. Era la casa paterna, la que había comprado don Armando, el hermano de mi abuela doña Sara, donde se instalaron con mi bisabuela Tere en el principio del 1900. En esa casa nació mi padre, tu abuelo. Y allí, llegado el momento, nací yo. Mis hermanos, Miguel Ángel, tu papá, y tu tía Lourdes nacieron en algún hospital o quizá en la Maternidad La Luz, pero a mí me tocó nacer en esa casa: en la última recámara del costado que daba a la calle Segunda, mamá me dio a luz, no hubo tiempo de llevarla a otra parte, tuvo que venir el doctor Leal en su ayuda y en la mía. Después, muchas veces mamá y papá me dijeron que el doctor Leal me alzó y estuvo dándome de nalgadas porque no lloraba, así que a darme más fuerte para que finalmente soltara el alarido. Allí nací, aunque después tuvieron que registrarme también en la Maternidad La Luz, que quedaba por la Avenida Ocampo, a la altura del Parque Lerdo, no sé si aún siga estando allí.

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-¿Y por eso quisiste dar vueltas y vueltas por esas calles? -mi sobrina se ríe, en esa su forma escandalosa acostumbrada- ¿Para buscar el recuerdo? ¿Para quejarte de aquel grito tuyo? -Nada de eso -le digo, sonriendo y con convicción-: Debió haber sido un grito de gozo, de triunfo. Y no, no necesito esforzarme en la búsqueda de los recuerdos: ellos vienen a mí con frecuencia, incluso en los sueños. Te contaré que allí estoy en algún sueño nocturno cualquiera, actuando esas cosas absurdas que hacemos al dormir, y de pronto la intención cambia, se convierte en algo distinto, por alguna extraña razón percibo el soplo del viento, un airecito tranquilo y dulce como una conocida caricia; me doy cuenta, en el sueño, de estar en algún sitio perteneciente a la geografía del inconsciente, pero que allí cerca se encuentran las calles de la ciudad de Chihuahua. Entonces mi mente nocturna deja atrás la motivación primera, se desvanece todo lo anterior, sea una pesadilla o algo placentero, me aparto de aquel sueño para dirigirme a uno nuevo, y comienzo a caminar para entrar a esas calles que conozco, que sé que están allí a la vuelta de cualquier neblina o escaparate con la intención de distraerme, pero sin conseguirlo, pues yo tengo que ir hacia allá, apartarme de esos misterios transformados para llegar a donde quiero. -¿Y lo consigues en tus sueños, logras introducirte? -A veces tengo la edad de un niño pequeño, otras soy un adolescente o allí estoy con mi edad, pero la parte escenográfica es con frecuencia la del pasado: aquellas calles, las antiguas fachadas de las casas, las paredes exteriores, tal vez con esos colores que existieron en la etapa cuando mi memoria los atrapó para guardarlos como a una brillante presa de la que he sido incapaz de desprenderme, y supongo que no lo pretendo. El mesero de La Casa nos trae aquello que hemos pedido y los coloca sobre la mesa: chiles rellenos de carne molida, jugo de naranja y molletes para Sandra, y un croissant con mantequilla y mermelada para mí. -¿Sólo pediste eso? -pregunta mi sobrina- ¿No vas a querer algo más? -Por ahora nada -le digo-, ya me desayuné antes con la tía Chacha, ¿qué te crees?, tempranito: esas enchiladas de chile colorado con queso que sólo ella prepara, frijolitos refritos a un lado y café Combate recién hecho. Entre ella y yo es un ritual, una tradición, y nunca me la pierdo -apago el final de mi cigarrillo en el cenicero y las hebras de humo forman extrañas figuras antes de disolverse-. Y sí, Sandra, lo consigo la gran mayoría de las veces, abandono el sueño anterior y entro a las calles de mi ciudad. En esas ocasiones despierto con nuevos ánimos, la moral en alto y aún percibiendo claramente ese vientecito del cual se deja acompañar el otoño. Antes, en el pasado,

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muy frecuentemente escuchaba decir a la gente que la ciudad de Chihuahua tenía únicamente tres estaciones: el invierno, el verano y la del tren. Pero, ya ves, en mi memoria quedó grabado el otoño. Andá, piba, a saber por qué. Aunque eso es sencillamente porque existe el otoño y porque también la primavera tiene su lugar y temporada. Ya que en esta ciudad existen las cuatro estaciones de la vida y del arte de Antonio Vivaldi, e incluso aquella quinta estación que Shakespeare menciona en alguno de sus dramas, precisamente la estación de la esperanza, esa que tiene cabida ya sea en el aplastante sofoco de los cuarenta grados o en la helada que cala hondo a pesar de la bufanda, del abrigo y especialmente en las desventuras. No por nada al emitir el voto definitivo a favor para la fundación de Chihuahua junto al río Chuvíscar, con el nombre de Real de Minas de San Francisco de Cuéllar, el cura José García Valdez dijo: “Porque Dios no puso a Adán entre quiebros y peñascos, sino le concedió por casa un paraíso abundante”. En aquel tiempo de mi infancia era una ciudad pequeña, apacible y llena de encanto. Lo último no lo ha perdido, claro, pero ahora es ésta a la que tú de alguna manera viniste en pos de tus orígenes y recuerdos sembrados por mi hermano y tu mamá, por tu abuela Pita y tu tía Lourdes, y quizá algo por mí. Ya no es una ciudad nada pequeña, pues se ha extendido hacia todos los puntos cardinales y sufre las consecuencias y atrocidades del nuevo siglo. Pero el encanto permanece y sigue siendo valiente, leal y llena de hospitalidad, teniendo muy en cuenta que su mayor grandeza está en sus habitantes. -Cuéntame de tus recuerdos, de tu ciudad, de tu barrio sin nombre. -Mira, yo tengo recuerdos hasta de mis primeros años, borrosos y todo lo que quieras, e incluso inconexos, pero en mi memoria me encuentro muy pequeño ante la puerta abierta de la casa y mirando hacia afuera, esto viene acompañado con el escuchar la guitarra y la voz de aquel ciego que desde muy temprano se aposentaba en la esquina de la calle Ojinaga y la Segunda a desgranar las canciones de la Revolución y otras aún más lejanas. La gente pasaba y le dejaba monedas en el sombrero posado en el suelo y él, invicto en sus ideales, continuaba con su Valentina, con la Jesusita y esa Adelita que siempre hace vibrar, y con aquellos corridos de antaño que relataban la toma de Zacatecas y los combates de Celaya, que daban señas de pasadas hazañas. “Corre, corre, maquinita, / no me dejes ni un vagón, / nos vamos para Celaya, / a combatir a Obregón”, cantaba en esa esquina de la calle Ojinaga el viejo revolucionario acompañado de su guitarra. Mucho tiempo atrás, siglos, esa calle en memoria de Manuel Ojinaga, un leal combatiente contra el imperio francés y a quien Benito Juárez nombró gobernador de la entidad, en sus cuadras primeras se llamaba “del Teatro”, y después, en 1860, el tramo en donde estuvo mi casa de la infancia fue conocido como

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Calle del Ángel. Sí, así precisamente: del Ángel. Qué maravilla, ¿no? Sí, esos trazos de la ciudad tuvieron otros nombres iniciales, por ejemplo la dedicada a José María Morelos y Pavón tuvo en un tiempo el de “Calle de las Golondrinas”, la de Ignacio Allende en una parte fue la “de la Res” y luego “la de San Felipe”, y más arriba antes del trazo definitivo fueron señaladas con los nombres de “Los obreros”, “La cerrada” y el magnífico de “Calle del Fénix”. Pero luego se instauraron los definitivos y ya en mi niñez las mencionábamos confianzudamente con el trato que da lo cotidiano. Eran calles seguras y nobles, tanto que una vez, quizá a los cuatro o cinco años, ante la puerta abierta me eché a caminar. -A descubrir el mundo, tío, a curiosear. -Date nomás cuenta, era una época en que las puertas no se cerraban con llave ni se ponían candados. Y la de la casa estaba abierta y por allí me fui por esas calles amplias y largas, pues así me lo deben haber parecido a esa edad, y así siguen siendo a veces en algunos sueños, te lo confieso: amplias, extensas, sin final. Pero ve tú a saber por dónde me llevaron mis pequeñas piernas aquella vez, qué rumbo tomé hasta llegar al parque de la Independencia y el Paseo Bolívar, ¿el Abraham González? Creo que así se llama, pero nunca lo he confirmado. Allí alguien me encontró asomándome a la fuente en su centro, esa persona me devolvió a la casa, donde supongo todos estaban asustados por mi desaparición. Quizá ésa fue mi primera escapada. Era otro tiempo, el de la ciudad tranquila y comunitaria. Mira, sobrina, te expondré el panorama de entonces: allí en la “manzana” de mi casa existían tres cantinas, una de ellas estaba en la esquina de la Ojinaga con la Independencia, quién sabe cómo se llamaba, no lo recuerdo; la otra estaba en la calle Segunda, en la acera de enfrente adonde yo nací: era el Tony’s Bar, que todavía existe, y después, hacia abajo, estaba un bar angosto y alargado en la esquina de la Segunda y la calle Aldama, con entradas por ambas calles, de ella no sé, la memoria falla, si el dueño era uno a quien le llamaban el Concheño, o ése era el dueño de la cervecería de más adelante por la Aldama, rumbo a la Independencia. ¿Te das cuenta? Cuatro cantinas, en el pleno centro, a tres cuadras de la Catedral y la plaza y el Palacio de Gobierno, pero tranquilas y discretas, según mis recuerdos jamás hubo allí un escándalo mayúsculo, pues todo estaba en regla. No, por supuesto nunca entré a ninguna en aquel tiempo, sólo lo pude hacer mucho después, en uno de mis regresos, y fue al Tony’s Bar, motivado por la curiosidad y el recuerdo, pues mi papá me bromeaba diciéndome que yo había nacido en ese local; imagínate, que mi mamá y él escucharon allí mis gritos y fueron por mí para integrarme a la familia. Y sí, entré al Tony’s Bar y contemplé el impresionante homenaje kitsch que le tienen en ese lugar a Marilyn con

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miles de objetos. Después, en cada uno de mis siguientes regresos y en mis solitarias caminatas por esos rumbos, hay un momento necesario para mitigar la nostalgia, el calor o el frío, volver a entrar por un whisky y pedir la botana de carne machaca en trozos. -Pues ni modo, a pasar lista en el lugar en que te dijeron que naciste. -Pues sí, así parece, pero en ocasión de cualquier viaje, aunque sea de entrada por salida, con el tiempo ajustado, me doy mi escapada para venir a dar mis caminatas por mis antiguos lugares. Y, ¡épale, Sandrita!, que en mi relato comencé saltándome el inicio de mis visitas, pues al principio está el contemplar la Catedral, mirarla desde lejos y después entrar por la puerta del costado izquierdo, como antes tantas veces lo hice, donde allí afuera, en el pórtico, había una anciana que vivía de las limosnas, custodiada siempre por siete perros famélicos. Ése fue un recuerdo que se me quedó muy grabado; al pensar en mi ciudad, al recordarla, ella y sus perros siempre venían a mí de inmediato. Apenas ayer lo hice nuevamente, volví a cruzar el atrio y me encaminé hacia esa puerta. Sí, por supuesto: una anciana estaba en ese lugar, sin duda otra, lógico, distinta, pero como si hubiera heredado las antiguas ropas, el antiguo chal descolorido, quizás las anteriores arrugas. Y por allí, cercana a ella, dormitaban o se rascaban el lomo unos tres perros famélicos. ¿Descendientes de aquellos de mi infancia? Hay cosas que no cambian nunca aunque cambien aparentemente, para parafrasear a Lampedusa y su personaje de El Gatopardo. Este país y todos sus estados aún tienen lunares que son en muchos aspectos la suma de varias deudas contraídas con la población. Qué le vamos a hacer, hay esa quinta estación del año que sigue alargándose a través de los años. De allí voy a la plaza a que le den grasa y brillo a mis zapatos, la mejor manera para internarme en mi viejo barrio, ése sin un nombre, el que en la calle Victoria tenía dos cines, el Alcázar y el Plaza, siempre atestados en los domingos. Al primero lo separaba de la esquina un restaurante, El Internacional, que en una parte descubierta expendía aguas frescas, nieves y refrescos, y en su costado, sobre la banqueta de la calle Segunda, se ponía un puesto de periódicos y revistas. -¿Allí comprabas tus pasquines de El pequeño sheriff, del que tanto has hablado? -Claro, semana a semana, una de mis iniciaciones en la lectura, pues eran buenísimos. Enfrente de eso estaba el Cine Plaza, inmenso, pintado en color crema, ya también desaparecido, al igual que el Alcázar. Y pues de allí sigo caminando hacia arriba por la estrecha Segunda hasta llegar a la calle Aldama, donde existió un edificio en la esquina que en la planta baja exhibía los automóviles de moda, mientras en el piso de arriba funcionaba una de las estaciones de radio de la localidad donde comenzó la difusión de

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muchos talentos musicales del terruño. Enfrente estaba el restaurante Bohemio, el de mi tío abuelo Armando Rubí y mi abuela doña Sara, frecuentado sobre todo por la población extranjera, franceses, alemanes, ingleses, españoles y de otras naciones, aunque por supuesto también lo visitaron personalidades locales de enorme prestigio, como don Francisco R. Almada y don León Barri. Entre las anécdotas del restaurante se cuenta que tuvo dificultades con el gobierno y los poderosos antes de la Revolución, ya que para sus necesidades utilizaba la carnicería de un tal Pancho Villa, que estaba cuadras arriba, por la Segunda, en un sitio perdido en el viento del tiempo, pero aquel problema se resolvió pacíficamente y cuando el general Villa fue por cortos meses gobernador del estado, acudió ciertas veces con algunos de sus Dorados y el magnífico Felipe Ángeles. También pasó por ese lugar Arturo Tolentino, el brillante músico, quien a no dudar utilizó el piano para deleitar sorpresivamente a los comensales con su famosa Ojos de juventud. “Ojos de juventud / la vida a mí me dio / para llorar, para llorar tu amor…”. Aunque Tolentino había nacido en Coahuila era un chihuahuense de corazón, aquí dejó muchas vibraciones esparcidas como talento. Es posible que en el aire, en lo que contemplamos como vacío, queden partículas del espíritu o fantasmitas que sin darnos cuenta se nos adhieren y nos señalan senderos a continuar. Acá, en otras ocasiones, he tenido oportunidad de escuchar a nuevos grupos musicales, con sus temas de acuerdo al tiempo presente, como el grupo Go Johnny Go de rock en español, y también al grupo Vertical y sus letras pegajosas de concepción moderna. En fin, sigo con mi caminada memoriosa para ti. Pidamos otro café y encenderé un cigarrillo más para que su humo sea como mi bolita de cristal del pasado. Así que subo por la calle Segunda y mirando hacia la derecha, en la esquina con la Ojinaga, frente a mi casa, había entonces una farmacia, enseguida existía algo así como una clínica y unos consultorios, según mi frágil memoria, pero más allá estaba la casa de la familia del doctor Leal, y más y más casas familiares en ambos lados de una larga cuadra hasta llegar a la Avenida Ocampo, donde hacia el mediodía, en las tardes, por allí bajaban las chicas del Colegio América con sus uniformes azules y sus sonrisas inquietantes. Era un desfile deliciosamente digno del recuerdo de los primeros enamoramientos platónicos, al que yo le daba el paso nerviosamente para luego cruzar la Ocampo y seguir mi camino hacia el Instituto Regional, donde estudié la primaria. Aunque más adelante quedarían otros recuerdos que contarte, debemos regresar y dejarlos para otra ocasión. Así pues, mirando de mi vieja y ya inexistente casa hacia la izquierda, enseguida estaba el hogar de una señora para mí siempre misteriosa, una señora grande viviendo puertas adentro, después seguía una casa dividida en la parte baja y el piso alto en el cual, por una larga

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escalera que nacía desde la entrada, laboraba una señora en su oficio de costurera. Ella tenía una hija menudita, atractiva y silenciosa, y un hijo de mi edad, también bastante reservado. Ellos eran los Llerena. Enseguida estaba la casa Castorena, espaciosa, muy interesante para mí, abajo, al frente, tenía una oficina, nunca supe su función y jamás vi su puerta abierta. Los Castorena formaban una familia numerosa: muchas tías, muchas hermanas, parientes y un chico, Pedro, de mi edad. Puedo recordar que en las épocas calurosas, algunas familias de esas calles sacaban sus sillas a la banqueta para refrescarse en el principio de las noches, entonces yo jugaba con Pedro Castorena y el chico Llerena, inventábamos ficciones de la señora misteriosa a un lado de mi casa, pues a ellos también les parecía extraño no saber nada de ella. Pero dentro de mis memorias, unos años más tarde esos amigos ya no estaban, se habían cambiado a otra parte, quizás a otra ciudad. Yo tuve una enfermedad que me encerró en casa y me abrió las puertas a la lectura. Ya eso te lo he contado muchas veces, no lo voy a repetir. Ahora sigo con mi relato, pues enseguida de la casa Castorena estaba en la esquina esa cantina de nombre olvidado. A la vuelta, en la Independencia, estaba un sitio de taxis, creo que era el sitio número Uno; se les llamaba por teléfono y allá iba uno de ellos a recoger a las personas para llevarlas a donde se deseaba. Enfrente, en la otra acera, estaba el restaurante Acrópolis, con un cierto estilo griego, donde acudía la gente después de las funciones del Cine Colonial, a unos pasos adentro de la calle Ojinaga. Qué lujo, con el Colonial ese barrio tenía los tres mejores cines de la ciudad; a ellos fui cantidad de veces, pues era otra de mis pasiones. Pero la más firme, como una enfermedad verdadera, pertenecía a la literatura, desde entonces, la que me hacía ir calles abajo por la Independencia e internarme en la Librería Kazan que estaba ya casi para llegar a la Victoria, antes de una cafetería en la esquina. Esa librería era silenciosa, oscura, pero con una atrayente luz para mí, cual imán poderoso al cual acudía desde antes de terminar la escuela primaria y entrar al Instituto Científico y Literario. Ya desde mi primer regreso fue una desilusión no encontrar la Kazan; con excepción de Mague Muñoz, la poeta de la ciudad, nadie a quienes que les pregunté recordaba esa librería. Yo sí, todavía. Allí regreso muchas veces en mis sueños, a su interior, a aquellos libros, luego vuelvo corriendo a mi casa, entro y salgo para envolverme en ese vientecito de otoño que me lleva por la calle Segunda, y en la carrera pasar a un lado de donde estaba la central de teléfonos, en la calle Morelos, en un edificio cuadrado de un amarillo oscuro opaco, les silbo a las chicas telefonistas, todas ellas bellas aunque algunas fueran altas y otras bajitas, unas delgaditas y dos o tres rellenitas, todas mis amores de infancia; en la otra esquina está la casa de las señoritas Luján,

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piadosas y eternas damas de alcurnia, siempre vestidas de negro, con una apacible sonrisa en sus labios; justo enfrente la casa de la familia Manjares con aquellas hermosas señoritas, una de las cuales fue madrina de mi hermana Lourdes, quizá esa que levanta la mano, me saluda y me ve seguir corriendo para llegar a la calle Allende, donde me encuentro con mis amigos del barrio, con mi amigo Octavio que era fanático de la lucha libre y las canciones rancheras, junto con él y la palomilla, donde no faltaba Jaime, una mole pesada desde entonces, obligatoriamente noviero, con su sonrisa en technicolor, y nos ponemos a planear alguna travesura frente a la zapatería de un azul luminoso del buen Tacho; vemos pasar al profesor Montes, con quien tomé clases de contabilidad en su Colegio Progreso y aprendí a escribir a máquina con todos los dedos por las lecciones de su esposa, la maestra Lucina, lo cual me sirvió para mis primeros intentos de cuentos, desastrosos, especiales para la basura y el olvido. Pero por ahora allí estoy, junto a ellos, se ha integrado Bustillos, quien vive en una casa donde reciben estudiantes de ciudades cercanas, entre todos buscamos conciliar una decisión de nuestros próximos pasos: ir a pedir prestada la cancha deportiva del colegio para señoritas de la calle Gómez Farías; ir a la tienda de la Independencia, La Suiza, cuyos dueños, que son orientales, fabrican el refresco Mission; comprar golosinas en la pequeña tienda de don Marciano; comentar sobre “La hora azul” con música de Lara, que se transmitía desde el Hotel Hilton, pues todas las familias escuchaban el programa el domingo; subir la cuesta hasta llegar al Paseo Bolívar, de allí ir al Parque Lerdo, pero antes pasar a fisgonear esa casa art nouveau que se construyó en la Revolución y que es hermosísima. Allí estamos, allí estoy en mis sueños e iremos a uno u otro lado, partiremos en pos de la aventura y luego despertaré. Pero yo sé que siempre volveré, en la realidad, en los sueños, para recordar esas calles como eran o verlas de nuevo en sus transformaciones. Como ahora, mi querida sobrina, siempre recuerdo esa letra de Homero Manzi que dice: “Barrio, barrio, / que tenés el alma inquieta / de un gorrión sentimental. / Viejo, barrio, / perdoná si al recordarte se me sale un lagrimón / que al rodar en tu empedrado / es un beso prolongado que te da mi corazón”. Eso lo escuchaba todos los sábados en un programa de radio sobre tangos, allí en mi casa, esa que ya no existe en las calles Ojinaga y Segunda. En esa casa se lo escuché a mi padre muchas veces, con su hermosa voz de barítono, a veces haciendo dúo con mi hermana Lourdes. -Infancia es destino, tío, eso dicen. Te fuiste de aquí muy joven, a buscar tus horizontes, a encontrar tu vocación y a casarte con mi tía Nilda, que salió de la Argentina para que pudieran encontrarse. -Sí, me fui, un niño entrando en la adolescencia, pero ese niño no pudo dejar atrás esta ciudad, porque la ciudad nunca se alejó de su corazón.

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-Has vuelto de nuevo y lo has hecho también con este relato. Gracias. Ahora hay que pagar lo que consumimos aquí, en La Casa de la calle Morelos, al lado poniente de tu barrio, ese que no tuvo nombre, pero no importaba, tío, tenía corazón. -Pues sí. Vámonos. Y llévame de nuevo por allí. Sigamos ese vientecito del otoño, ése, el de la quinta estación del año.

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ERNESTO VISCONTI

vieron la necesidad de crear en el lugar un colegio para los hijos de los españoles e indígenas -tarahumaras y chinarras-, iniciando la edificación en 1717 del templo de Nuestra Señora de Loreto, apenas un año antes de que el Real fuera declarado Villa de San Felipe el Real de Chihuahua. El colegio ocuparía casi una hectárea y media, incluyendo las superficies que hoy ocupan el Palacio Federal, la calle Libertad, el Palacio de Gobierno, la calle Aldama y la Plaza Hidalgo, la cual fue ocupada como huerta. La iglesia de Loreto tendría dos fachadas, una principal hacia la actual Avenida Juárez y una lateral hacia la calle Libertad, con una plazoleta hacia la Juárez que se denominó Plaza del Colegio o Plaza de los Ejercicios. La huerta -hoy Plaza Hidalgo- se denominaría Plaza de San Felipe. Contaba además con una capilla interior, la capilla de San Pedro. En el edificio serían presentadas las primeras obras de teatro realizadas en la villa. Frente a la fachada principal, la sección izquierda del templo contenía lo que a futuro sería el calabozo de don Miguel Hidalgo, que, visto por la calle Libertad, correspondía a la sección derecha del edificio. Antes de que los jesuitas concluyeran la construcción, el rey Carlos iii ordenó la expulsión de esa congregación de todos los dominios de España, así como la incautación de sus bienes por parte de la Administración de Temporalidades. Dicho organismo, por órdenes del virrey conde de Revillagigedo, entregó el colegio al tesorero de la Real Hacienda en 1786 para instalar ahí el Hospital Real Militar, a cargo de Teodoro de Croix, comandante general de las Provincias Internas, quien lo acondicionó para, además, alojar cien soldados, indios infidentes, reos militares y doscientos caballos, destinándose la iglesia al interés castrense. En abril de 1811, veintidós reos insurgentes fueron llevados a la villa. Diecinueve fueron ejecutados al poco tiempo, incluyendo a Hidalgo, cuyo juicio fue de los que más demoraron; él fue el penúltimo en ser fusilado. Tras un proceso judicial prolongado, le siguió Ramón Garcés, el 30 de julio de 1812, mientras que Mariano Abasolo fue desterrado y Pedro Aranda sentenciado a diez años de prisión. Estos dos últimos fueron los únicos sobrevivientes de aquellos insurgentes. En 1828, por decreto del Congreso Nacional, se dispuso entregar al gobierno de Chihuahua los terrenos que ocupara el colegio, lo cual se realizó hasta el 18 de enero de 1834. Así, el inmueble tuvo varios usos: cárcel municipal, cuartel de tropas permanentes y hospital militar. Siglo xix: Casa de la Moneda

Entre 1841 y 1896, parte del inmueble de Nuestra Señora de Loreto fue ocupado en arrendamiento para que funcionara allí la Casa de la Moneda,

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C R O N O L O G Í A D E U N P A T R I M O N I O I N VA L U A B L E

bajo condición de preservar la parte de la construcción que fuera el calabozo de don Miguel Hidalgo y su escalera de caracol. Benito Juárez había asentado los poderes de la Unión en Chihuahua. Entonces ordenó la Secretaría de Hacienda vender algunos bienes, dada la urgencia económica, incluyendo el antiguo colegio de jesuitas, pero a excepción de la Casa de la Moneda. Este espacio fue concesionado al Banco de México siempre y cuando conservaran la torre y el calabozo donde estuviera el Padre de la Patria. En 1878, el gobernador Ángel Trías Ochoa ordenó comprar de nuevo para el estado la propiedad a don Agustín Cordero Zuza, con objeto de construir el Palacio de Gobierno y un monumento conmemorativo a Hidalgo, por lo cual mandó demoler el edificio, excepto la Casa de la Moneda y abrir las calles de la Libertad, Vicente Guerrero y Juan Aldama, que estaban obstruidas. Los arrendatarios de la Casa de la Moneda, dueños y directores del Banco Mexicano S. A., la tuvieron en concesión durante cinco años, cumpliendo con la condición de conservación del calabozo de Hidalgo. Al término de ese periodo debían devolverla al estado, al cual, en abril de 1883, el gobierno federal le compró el edificio por la cantidad de cincuenta mil pesos. A finales de junio de 1896, cuando la Casa de la Moneda se cerró, se mantuvo en función la primera Oficina Federal de Ensaye; mientras tanto, la Secretaría de Hacienda tenía dispersas y en locales rentados todas las oficinas dependientes de la Federación. Siglo xx: Palacio Feder al

En 1905 el gobernador Enrique C. Creel solicitó al presidente Porfirio Díaz la construcción de un inmueble en el cual se albergaran todas las oficinas desperdigadas, para brindarle el servicio al público en un solo lugar. Díaz accedió y canalizó la petición de José Yves Limantour, secretario de Hacienda, quien designó el área de la Casa de la Moneda para edificar el Palacio Federal. Fue necesario que el Ayuntamiento de Chihuahua cediera a la Federación el terreno conocido como Plazuela de los Ejercicios, de la hoy Avenida Juárez. Así el Palacio Federal albergó siete oficinas: administración local de Correos, Telégrafos, Oficina Federal de Ensaye, Dirección Federal de Educación, Pagaduría Civil Federal, Alfabetización, Agencia del Ministerio Público Federal, Agencia de Minería, cajas de apartado postal, Jefatura de Hacienda, Renta del Timbre, Terrenos Baldíos, oficinas administrativas de la Quinta Zona Militar -antiguamente Segunda Zona Militar- y, desde luego, el museo de sitio del calabozo o prisión del padre Hidalgo. El Palacio Federal fue diseñado por el arquitecto Mariano M. del Campo y construido por el arquitecto William A. Bird, a quien se le pagaron

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ERNESTO VISCONTI

cuatrocientos treinta mil pesos por la obra, que debía realizar en un plazo de dos años, aunque se llevó a cabo entre 1906 y 1910. La demolición de la antigua Casa de la Moneda había iniciado a principios de 1908, bajo la dirección del ingeniero Matías Babinsky, por cuya negligencia, cuenta la historia, se perdió el muro con las décimas de Hidalgo. La construcción fue inaugurada el 16 septiembre de 1910, con ceremonia presidida por el gobernador José María Sánchez, en representación del presidente Díaz. Sin embargo, la instalación de sus oficinas fue postergada hasta el 25 de marzo de 1911, pues aún no se había dotado del mobiliario necesario. El edificio de tres niveles es neoclásico, con columnas y pilastras del orden toscano, y 5 221 m2 de superficie construida, con una altura promedio de más de catorce metros y medio sobre el nivel de la calle. La construcción se caracterizó por la sobriedad de adornos en los detalles y la apariencia majestuosa, por lo cual es uno de los monumentos arquitectónicos más representativos de la época porfirista en el estado de Chihuahua. En términos de novedad, realmente fue insólito el domo vitrado del foyer de pasos perdidos en el patio central; aún hoy sigue siendo grandioso. Es indudable la intención monumental que existe en la composición y el lenguaje arquitectónico, así como la armonía lograda. El proyecto original contemplaba cuatro estatuas, alegorías de bronce, adornando la escalera (la independencia, la paz, el comercio y la industria), pero nunca se pusieron o jamás llegaron. Según una versión no oficial, el gobernador Enrique C. Creel decidió colocarlas en cada esquina de los jardines de la Plaza Hidalgo, donde hoy se encuentran las alegorías al comercio, la minería, la agricultura y la industria. Múltiples acontecimientos históricos se han desarrollado en nuestro Correo de Chihuahua o Palacio Federal. Sirvió, por ejemplo, durante cuatro meses como despacho del traidor Victoriano Huerta, siendo jefe de la División del Norte en 1912 tras la derrota de la sublevación orozquista, y sirvió también, un año después, como prisión de don Abraham González, en las oficinas de la Segunda Zona Militar. En este lugar se instaló la primera línea telefónica, estableciendo comunicación con el Banco Nacional Mexicano, de Avenida Independencia y calle Victoria, en mayo de 1914; ésta fue la primera llamada local en la historia chihuahuense. Por la disminución de su uso y función, a causa de la sustitución de los medios electrónicos, las oficinas de Correos y Telégrafo que se hallaban en el edificio se tornaron obsoletas. Así, a partir de los años sesenta, el otrora palacio se empezó a quedar solo y a deteriorarse marcadamente. Cuando el edificio cayó en desuso, en los años ochenta, albergó los separos de la Judicial Federal en el segundo piso, además de las oficinas del Instituto Nacional de Antropología e

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C R O N O L O G Í A D E U N P A T R I M O N I O I N VA L U A B L E

Historia. El bajo número de oficinas y lo reducido de sus espacios, a la par del desarrollo y crecimiento de la demanda de los diversos servicios, obligaron a cambiar de lugar. En cuanto al calabozo de don Miguel Hidalgo, quedó bajo la jurisdicción del Instituto Nacional de Antropología e Historia (inah), y se dispuso que un guardián se encargara de atender a los visitantes. Así mismo, de las estelas o monumentos que señalan la ruta de Hidalgo o de la Independencia -de capitel zoomorfo, cabeza de águila-, y que se hayan desde la ciudad de Monclova, Coahuila, hasta la puerta del calabozo -antiguamente situada en la parte posterior del Palacio Federal-, la correspondiente fue colocada en 1960 por la Secretaría de Educación Pública y retirada en 2005 para la restauración del inmueble; volvió a su lugar inicial en el 2008; no obstante el acceso original al calabozo fue clausurado con el remozamiento y cambiado al costado correspondiente a la calle Vicente Guerrero, que hoy señala una pared ciega. Siglo xxi: Casa Chihuahua

Sociedad civil y gobiernos vieron con simpatía la necesidad de perpetuar el papel del edificio como museo obligado por haber sido la prisión del padre de la patria, que permitía, además, convertirlo en un centro de promoción cultural multifacético para Chihuahua. Así, en 2003 se le solicitó al gobierno federal el inmueble en comodato para la entidad; en diciembre de ese año, el Congreso del Estado autorizó la constitución de un fideicomiso público denominado Casa Chihuahua, Centro de Patrimonio Cultural, formalizado legalmente el 1 de mayo de 2004, con la participación de los gobiernos federal, estatal y municipal, además de la iniciativa privada. Así, la restauración del inmueble, iniciada en 2005, fue concluida en noviembre de 2006. Este proyecto es hoy un modelo a nivel nacional. No solamente brinda al público una amplia gama de ofertas culturales: exposiciones permanentes y temporales, actividades artísticas, académicas, etc., sino que es un espacio orientado hacia el resguardo, la conservación, el registro, la adquisición y difusión del patrimonio histórico, arqueológico, etnológico, artístico y natural del estado, con acervos y bancos de información sobre el patrimonio que pueden ser consultados. Además, atestigua el paso de centurias y sucesos invaluables para entender parte de nuestro legado y nuestro desafío actual.

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F OT O G R A F Í A D E F E R NA N D O VA L D E Z

C E RRO DE L C ORONE L

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ATRÁS, EN TU MIRADA, LA CIUDAD = HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ

Cerro situado al oriente de la ciudad de Chihuahua, con una altura de 1 712 m sobre el nivel del mar. Se le llamó primitivamente Cerro del Coronel y Zubiate por una mina que allí denunciaron en 1 718 el Coronel Orozco y Molina y D. José de Zubiate

V

francisco r. almada

oy subiendo por el lado derecho del cerro, rumbo al Ojito. Los ruidos de la ciudad se hacen más presentes; pienso que ella sube conmigo, que no puedo dejarla atrás. Escucho los ladridos de los perros y los motores de carros y camiones como si vinieran persiguiéndome. Las piedras se mueven mientras avanzo y su ruido es como de cristal, limpio, claro, dejando caer ecos pequeñitos que se pierden hacia abajo. Así llegan a mí las palabras de mi mamá que apenas alcancé a escuchar mientras cruzaba la puerta: “Cuando regreses me alcanzas en la Conasupo para que me ayudes con las bolsas del mandado”. Esas palabras y todos los demás ruidos giran en mi mente, se confunden. Pasé por enfrente de la mina pero no quise detenerme. El otro día Pupis y yo vinimos y para entrar tuvimos que arrastrarnos todo el tiempo; como no llevábamos linternas, tuvimos que regresarnos muy pronto. Poco después está el promontorio donde por un tiempo estuvo vivien-

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19.


HÉCTOR CONTRERAS LÓPEZ

do una familia. Subo hasta el Ojito y siento que soy la pupila; que alguien podrá mirar desde lejos y que percibirá una pupila, pero soy yo, que estoy sentado, mirando toda la ciudad. El viento lo acalla todo, roza las aristas de las rocas, trae polvo gris desde la sierra que está hacia el este, donde dicen que por las noches bailan unas bolas de fuego. Voy subiendo de nuevo, al moverse una piedra un ciempiés se desliza con rapidez sobre sus patas, buscando refugio en otra roca. Junto con las piedras que se reacomodan bajo mis pies alcanzo a ver un frasquito vacío de tinta negra. Siento la ciudad a mi espalda y hacia adelante, el cerro se aleja poco a poco a medida que avanzo. Escucho los gritos de un grupo de niños que juegan futbol en las canchas de la 51; parecen monitos de juguete, como los carritos que mi papá me iba a comprar en el Palacio de Gobierno, mientras los observábamos desde el tercer piso, estacionados en el patio central. En muchos de mis sueños encuentro una entrada secreta a unas cavernas, localizada casi siempre a la altura del Ojito; la entrada es un descenso que casi siempre me lleva a unas cámaras enormes iluminadas por una luz cuya fuente no alcanzo a descubrir. Sigo avanzando y por fin puedo ver con claridad los tres segmentos que forman la cima. En el centro, un poco escondido, hay un agujero por el que se puede descender a una cueva que está más abajo y que mira hacia La Mesa, hacia Aldama. Prefiero bajar por un costado y contemplar la cueva desde abajo, subir poco a poco por la grieta inclinada que está a su costado. Me detengo frente a la cueva y al levantar la mirada veo que hay un búho parado en la orilla; es un animal grande y por su actitud e inmovilidad me vienen a la mente los animales disecados que alguna vez vi en casa del señor Escalera, mientras acompañaba a mi mamá que iba a inyectarlo. Me surge un deseo muy fuerte de tocar ese animal, así que empiezo a escalar por la grieta. Los sonidos han quedado del otro lado, aquí sólo el viento se deja escuchar como una antigua caricia de piedra. Se puede ver el río Chuvíscar avanzar y doblar hacia el oriente. Llego por fin a la cueva y el búho no se ha movido. Me acerco muy lentamente para tocarlo, pero al extender mi mano el ave sale volando. Desciendo lo más rápido que puedo por la grieta y veo que está dando vueltas sobre las rocas. Tomo una piedra como por no dejar, apunto y disparo. La piedra impacta al búho, que se desploma, cayendo pesadamente no lejos de mí. Todo se detiene. Hay un silencio total a mi alrededor; siento que la sangre me sube a la cara. Me niego a creer lo que ha pasado; volteo a todas partes como buscando respuestas, pero todo sigue en silencio. Busco al animal, lo tomo de las patas y lo llevo conmigo a casa. No hay descenso, de repente estoy en el lavadero tratando de quitarle las plumas, pero como veo que no es fácil, lo dejo ahí para cuando vuelva de ayudar a mi mamá con el mandado. Voy caminando

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AT R Á S , E N T U M I R A D A , L A C I U D A D

por la calle Coronado hacia el Parque Urueta, pero avanzo como si fuera flotando por una calle desconocida; todo me parece extraño y escucho los ruidos como si vinieran de muy lejos; atrás, alejándose, queda el cerro. Paso como si nada por la tiendita donde rentábamos las historietas de Kalimán y Memín Pinguín. Al llegar a la tienda de Conasupo, que está en el parque, entro para buscar a mi mamá, pero no la veo por ninguna parte. Me pierdo entre los pasillos, dando vueltas hasta marearme; salgo y sigo buscándola como si pudiera estar escondida detrás de algún árbol o del puesto de sodas. Me duele la cabeza y me dan unas ganas de vomitar que no puedo aguantarme y dejo salir, como si fuera un volcán, un líquido amarillento y pegajoso que me quema la garganta; escupo, me limpio con la camisa. No se me ocurre otra cosa que recostarme cerca de la entrada de la tienda, pensando que mi mamá pudo haber ido al súper y que de regreso pasará por aquí. Hay personas que pasan y me miran, pensarán que estoy drogado. El dolor de cabeza y el mareo persisten, me envuelven, no existo sino en ellos. Cierro los ojos. El vuelo del búho aparece en círculos que se van cerrando poco a poco. Alguien me habla; al abrir los ojos veo a Abraham, compañero de la escuela. Me pregunta qué hago ahí tirado y le cuento lo que me pasa. Me ayuda a levantarme y me lleva a su casa, que está a dos cuadras. Es por aquí donde, cuando éramos niños, mi mamá nos traía a consultas con el doctor Conde. El trayecto me parece larguísimo; Abraham me dice cosas de la escuela que no entiendo. Su mamá nos recibe en su casa; al verme me conduce a un sofá y me ayuda a recostarme, luego me trae un vaso de agua y unas pastillas. Veo dentro de mí, una y otra vez, el momento del impacto; todavía no lo puedo creer. Lancé la piedra con coraje, pero pensé que no iba a atinarle y que el ave seguiría su curso por los aires y que subiría más y más. Oigo que van a llamar un taxi, me despido, doy las gracias, me suben a un carro de sitio que poco después me deja en mi casa; el chofer me abre la puerta y se va sin cobrarme ni decirme nada. Me voy directo a mi cama; me siento mejor, pero la casa se me figura desproporcionada, como si la hubieran estirado de las esquinas. Lejos oigo la voz de mi mamá. Me acuerdo del búho y voy a buscarlo al lavadero. Ahí está, inmóvil, semidesplumado; lo meto en una bolsa junto con sus plumas y lo tiro en el bote de basura del baño. Regreso a la cama y ahí me quedo con los ojos bien cerrados. Pienso en lo que le voy a decir a mi mamá cuando se dé cuenta que ya regresé y me pregunte por qué no fui a ayudarla con las bolsas del mandado.

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GABRIEL B ORUNDA

A las diez de la mañana coincidió en la tienda con Maruca, la comadre, con ella arrastraba una amistad que se había iniciado en los tiempos en que los mocos escurrían por el frío y no se quitaban con nada. —¿Ya sabes lo que andan diciendo? —seño Sofía se puso en guardia contra las maledicencias de la gente. —¿‘Ora qué dicen, tú? —Que’sque va a explotar el cerro y se va inundar todo Chihuahua. —¿Y cuándo? —preguntó alarmada Sofía. —Dicen que para septiembre. Llegaron otras mujeres y la preocupación adquirió proporciones de pánico, faltaban tres meses, habría que ir buscando casa en otro lado, quizá en Aldama. Martha y yo nos conocíamos desde hacía mucho tiempo, desde que teníamos diez años íbamos en parvada al Cerro Grande mis amigos de entonces: el patotas, el cacharpas, el zorrillo, el Héctor, el tibur, el Mario y el Valdivieso y las amigas Lupe la gorda, Lupe la flaca, Lupe la pecosa, Mayra, Malena, la sopas, la pelos, Rosana, la nahuala, ella y yo, acostumbrábamos subir llevando salchicha, panes, chiles jalapeños, un tarro chico de mayonesa y sodas o agua. En esos ascensos descubrimos las caricias y una cueva, a decir verdad no sé si primero fue la cueva, pero el orden del descubrimiento no es tan importante. El asunto es que en la cueva había un charco permanente de agua más o menos cristalina de unos cincuenta centímetros de alto y unos dos metros de ancho. Aquella noche de junio, estábamos Carmela y yo sentados juntos en la esquina del callejón, lugar ideal para besos inéditos por la falta de luz, pero peligroso, pues Martha vivía en esa calle; en lo íntimo de la oscuridad me contó que ya habían encontrado casa en Santa Isabel; su mamá, como mis padres, era de allá. —¿Y por qué se van? —Pues por el cerro. —No entiendo. —Pues porque el cerro va a explotar en septiembre y todo se va a inundar. No supe qué decir, era una idiotez del tamaño del mundo, pero no lo quise poner en duda, me importaba ella, su amistad, nuestra furtividad romántica, ni ella era mi novia ni yo era su novio. Una semana después vendieron la casa a un señor de Guadalajara que se arriesgó a comprar, por supuesto más barata de lo que era, pero a sabiendas de que toda la colonia se inundaría. Luego se marcharon los Santana, el papá era ferrocarrilero y tenía una casa en La Junta, pidió su cambio, aunque no vendió la casa, esperaba que, pasado el episodio de la reventazón del

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MAR RECLAMANTE

brazo de mar, las aguas bajaran y él y su familia pudieran regresar. La mamá de mi amigo Rogelio lloraba porque su esposo era un pirujo incrédulo, que por andar en sus pirujeses no había buscado cliente para la casa ni se había preocupado de buscar alguna en Aldama o ya de menos en Santa Eulalia. Don Nabor, ya a medio embriagar, llegaba de su turno en el ferrocarril y cuando le empezaban a decir lo del Cerro Grande sólo se enojaba y les decía: “Bola de viejas pendejas, ¿de qué les sirvió estudiar? ¿Cómo se les ocurre que va a ver un brazo del mar que viene desde Mazatlán?” Fue ahí donde Martha cometió un error: “¡Yo he visto el hoyo, cuando subí con Néstor!” (ése soy yo) “hasta encontramos una cueva, ahí existe una como alberca, hasta nos metimos a refrescarnos”. El asunto se estaba poniendo feo y me fui rápido, sin despedirme. Realmente esperaba que el papá, don Nabor, no preguntara cómo es que nos metíamos, si estábamos vestidos o desnudos, por qué llevábamos traje de baño al cerro y con qué permiso se iba conmigo. Al otro día me reclamó mi falta de apoyo, aquel viejo maquinista no creyó que hubiera agua en la punta del cerro. Sólo pude pensar en el desperdicio que era que estudiaran estas muchachas, por bonitas que estuvieran y en mi suerte buena, ya me veía traspasado por un disparo reparador de honras. El señor de Guadalajara y otros que llegaron trajeron a un geólogo más falso que una moneda de tres pesos, y les explicaban a los pobladores de la Rosario, la Dale, el Cerro de la Cruz y la Díaz Ordaz que Chihuahua desaparecería y volvería a ser el mar que siempre había sido, porque toda el agua que venía desde Mazatlán reventaría y se vertería por el enorme cráter que se estaba formando en la punta del Cerro Grande. —¿Cuál cráter? —me preguntó Lupe la flaca. —Apenas la semana pasada subimos y no había nomás que la tinajita de la cueva. —Seguramente habrá otras cuevas —dije con una cara de duda enorme. Total, ese día se vendieron como veinte casas. Llegó la fecha de la gran erupción de agua, las calles de las colonias se llenaron de personas en procesión, se decía que hasta el Obispado había vendido las iglesias de las colonias, la gente salía a las calles y lloraba. Un pastor de la iglesia de la Santa Muerte dijo que sólo con el sacrificio de una virgen de quince años se conjuraría el mal. Yo vi a mi vecina que le acababan de festejar sus quince antes de tiempo por si nos moríamos ahogados. Pensé que en toda la colonia no habría virgen alguna. Ese día don Nabor llegó temprano y sin haber bebido y recordó la conversación de Martha y todas las preguntas del mundo se le agolparon, supo que su hija ya había dado el mejor de sus tesoros, pero haciendo de tripas corazón le exigió que lo llevara hasta aquel lugar.

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GABRIEL B ORUNDA

—No vaya, don Nabor, se va a morir —recomendaban algunos vecinos. De pronto una vieja empezó a llorar por Martha a grito pelado. Me entró miedo, creí que el viejo maquinista mataría a Martha y luego seguiría conmigo; pero no, la vieja creyó, y luego muchas más, que iba a echar a Martha por el cráter para calmar al dios de la naturaleza. Cuando llegaron casi al nacimiento de la cuevita, Martha pisó un piedra boleada y rodó como cien metros por la cara este del cerro, fuera de la vista del papá; no la hallaron y, aunque el viejo era masón, aseguró que su hija se había sacrificado para salvar a Chihuahua. Fueron días y días de novenarios y procesiones, me parecía ridículo el asunto, sabíamos que no había un gran agujero en el cerro, que Martha no era virgen, que el agua de la tinajita si estaba salada era por los meados de los que nos metíamos ahí, pero no porque venía desde el Mar de Cortés. En fin, Martha murió, se condenó el agujero que conectaba a Chihuahua con Mazatlán, y la ciudad se salvó. Dicen que el espíritu de Martha se aparece por las noches. Unos tapatíos se quedaron con una gran cantidad de casas y terrenos, muchos dicen que estaban en contubernio con las autoridades. Yo la verdad sí quisiera que Martha se apareciera y me platicara cosas sobre el lugar en que ahora está, pero nunca la he visto, dicen que soy muy incrédulo, será por eso.

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