Folha da Rua Larga 33

Page 1

Sacha Leite

Jovens criam portal de notícias na Providência

Um ateliê sempre de portas abertas para o público

Após ser premiado pela Agência de Redes para a Juventude, grupo de jovens da região produziu o site Provisom, que visa divulgar eventos na comunidade e valorizar a cultura local. página B

folha da rua larga

Teresa Speridião traz o perfil do pintor Paulo Dallier. Aos 80 anos de idade, ele é um dos maiores entusiastas do Morro da Conceição, para o qual até compôs um hino. página K

folha da rua larga RIO DE JANEIRO | MAIO – JUNHO DE 2012

cultura e cidadania

Feira de artesanato permanente na Praça da Harmonia

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 33 ANO V

Morador do Morro da Conceição mobiliza vizinhança para festa literária

Carolina Monteiro

Todo segundo sábado do mês é dia de feira de artesanato na Gamboa. Os estandes oferecem roupas, bijuterias, enfeites e compartilhamento de técnicas de artesanato. Moradores avaliam a atividade com uma das raras opções de lazer do página K bairro.

cultura e cidadania

Um prêmio para as iniciativas de inclusão A 3ª edição do Prêmio Rio Sociocultural contemplou 10 vencedores do Rio de Janeiro, em cerimônia realizada no Centro. Organizado pelo Instituto Cultural Cidade Viva e RioSolidário, o projeto dá voz a ações simples e transformadoras. página L páginas F e G

gastronomia

Lielzo Azambuja

Recanto dos Amigos

lazer página 15

Cultura ocupa o Galpão da Cidadania O Ministério da Cultura terá sede, ao longo da Rio + 20, no Galpão da Cidadania. As pautas serão voltadas para discussões em torno do tema sustentabilidade. Toda a programação de shows, exposições e debates será transmitida pelo blog criado para o evento. Ao final, será produzida a página 16 Carta da Cultura Rio + 20.


2 folha da rua larga

maio – junho de 2012

nossa rua

Qual é a sua opinião sobre a revitalização do Beco do Bragança, na Praça Mauá?

espaço dos leitores Sobras de obras viram foco de dengue Laercio Cavalcanti

Sacha Leite

“Com a reforma ficou melhor. Antes disso, era uma sujeira danada. Iluminaram o local, refizeram o calçamento, contrataram pessoal para segurança e limpeza. Tornar-se uma rua de pedestres também ajudou para a tranquilidade do lugar.” Jorge Tori, engenheiro

Sacha Leite

“Os restaurantes da região foram bastante beneficiados. Essas mudanças foram importantes para o bem-estar de quem frequenta a região. No entanto, os edifícios que fazem parte do Beco do Bragança precisam de reforma em suas fachadas.”

Contêiner abandonado impede a passagem de pedestres

Após as obras, a Rua Acre, na altura da Rua Major Daemon, está cheia de desníveis e buracos. Com a passagem dos caminhões pesados, piora ainda mais a situação. A cada dia, o asfalto está mais desnivelado. Além disso, também depois das obras nesse trecho, foram deixados um contêiner e um banheiro químico sem uso. Essa já é a terceira semana que não há mais funcionários desta etapa das obras por lá, prova de que esses materiais foram abandonados no local. Esses materiais formam um sério foco de mosquito da dengue, um crime contra os moradores e frequentadores da região. Liguei para o 1746 e tenho inúmeros protocolos de reclamações, mas nenhuma delas foi atendida. Reclamei quatro vezes a respeito do calçamento. Recebi um SMS informando que o problema havia sido resolvido, porém, de fato, nada foi solucionado até o presente momento. Laercio Cavalcanti

Eduardo Prillwitz, analista de sistemas

Sacha Leite

“O pessoal costumava dar a volta e não passar pelo Beco do Bragança por causa do lixo, mau cheiro, falta de iluminação, piso irregular e insegurança. Agora até sentam nos banquinhos para lanchar e conversar após o almoço. Isso é bom!” Sandro Areias, engenheiro

folha da rua larga Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Pousa, Francis Miszputen, João Carlos Ventura,

Diagramação - Suzy Terra

Mário Margutti, Mozart Vitor Serra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Direção Executiva - Fernando Portella

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Editora e Jornalista Responsável - Sacha Leite

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

Colaboradores - Ana Carolina Portella, André

www.maviartesgraficas.com.br

Barros, Carolina Monteiro, Danielle Silveira,

Contato comercial - Teresa Speridião

Fernando Portella, Lielzo Azambuja, Sandra

Tiragem desta edição: 6.000 exemplares

Amâncio e Teresa Speridião

Anúncios - comercial@folhadarualarga.com.br

Material abandonado é depósito de lixo a céu aberto na Rua Acre

Cristina Cavalcanti

Moradores e frequentadores da região merecem respeito Acho que a prefeitura deveria administrar as etapas de execução das obras no tempo previsto. Além disso, nos lugares onde há intervenção, deveriam implementar passarelas de emergência para que as pessoas continuem usufruindo do direito de ir e vir, garantido na Constituição. A.V.

Redação do jornal Rua São Bento, 9 - 1º andar - Centro Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690 www.folhadarualarga.com.br redacao@folhadarualarga.com.br

A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de documentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico leitor@folhadarualarga.com.br.


Maio – Junho de 2012

PROJETO

cultura e cidadania

Após festa de lançamento, Polo Região Portuária se prepara para eleições de nova diretoria, previstas para 16 de julho PÁG. J

Ângelo Acauã, gerente do Imaculada Bar e Galeria, fala sobre a exposição de Salvador Dalí que a casa abriga até o final de junho PÁG. K

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

Edição Especial

Sociedade discute a importância do esporte na área do Porto Movimentos sociais locais organizam o I Jogos Abertos da Região Portuária, com sede na Vila Olímpica da Gamboa Carolina Monteiro

A abertura do I Jogos voltadas para essa parcela Abertos da Região Portuá- da população”, declarou ria – Morros pelo Esporte, o secretário municipal de realizada dia 4 de maio, no Esporte e Lazer, Romário Instituto Nacional de Tec- Galvão Maia. nologia, indicou que uma Além das lideranças voldas maiores dificuldades tadas para o esporte, havia no setor, de acordo com as interessados na região de lideranças que buscam pro- diversas áreas, por exemmover o esporte na região, plo, a Cultura. “Briguei é a participação da popula- para a Vila Olímpica aconção local. A mesa foi com- tecer. Acho super interesposta por representantes do sante abrir esse diálogo próprio INT, da Cdurp, da com a população, esse caVila Olímnal de nepica da gociação. Gamboa, Queríamos da UPP uma Vila Social, da Olímpica Secretaria e não uma Municipal área de lade Assiszer”, contência Sotou o fotócial e Digrafo Mauretos Hurício Hora, manos e da morador da Secretaria ProvidênMunicipal cia. de Espor“O inte e Lazer, teressante além de Denise Matiole não é simmoradores plesmene liderante tirar as ças locais. crianças das ruas, mas tirá“Temos 14 vilas olímpi- -las da ociosidade”, opinou cas, dois parques, um com- Denise Matiole. Já para plexo esportivo. Precisa- Márcia Acciolli, diretora mos que a população des- do CRAS Dodô da Portela, sas comunidades participe. o I Jogos Abertos significa O Rio de Janeiro possui o fortalecimento da rede grande número de idosos. local: “Nós vamos muito Temos atividades também além dos programas de go-

“O interessante não é simplesmente tirar as crianças das ruas, mas tirá-las da ociosidade”

Cerimônia de abertura do I Jogos Abertos da Região Portuária, no Instituto Nacional de Tecnologia

verno como o Bolsa Família”, afirmou. Na manhã do dia 5 de maio, teve início a Corrida e Caminhada Comunitária, que contou com a participação de cerca de 200 pessoas, que percorreram mais de 3 km. O evento, que se estendeu por todo o dia, posseguiu até 12 de maio. Todos os atletas receberam medalhas de participação, de terceiro e segundo lugar. Já os primeiros colocados

foram contemplados com um troféu. Os Jogos também reuniram equipes dos morros da Providência, do Pinto e da Conceição para competições nas seguintes modalidades: atletismo, basquete, futsal, futebol de campo, handebol, artes marciais (judô e capoeira) e jogos populares, como queimado, pique-bandeirinha e cabo de guerra. “A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpi-

cos de 2016 marcam uma virada na história do Rio de Janeiro, uma vez que ambos os eventos interferem nas transformações urbanas, políticas e sociais da cidade. O I Jogos Abertos da Região Portuária representa mais uma maneira de integrar as ações das instituições e os moradores do território e promover debates como estratégia para repensar as formas de inserção e de acesso aos direitos

de cidadania e cidade. O evento foi pensado também para descobrir e dar visibilidade aos talentos da região, além de estimular a prática esportiva e os hábitos saudáveis”, esclareceu a gestora social da Secretaria de Assistência Sociais e Direitos Humanos, Jocelene Ignácio.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

Trabalhamos com o Café Orfeu, um dos mais puros grãos do Brasil.

UMA DELÍCIA

Comece o seu dia com um delicioso café da manhã a kilo, na medida certa! Servimos café, chocolate, sucos, salgados, pães e guloseimas para deixar a sua vida mais gostosa.

DA MANHÃ!

Aprecie também o nosso almoço. Gastronomia internacional com um toque caseiro.

DE CAFÉ

Rua da Quitanda, 187 loja A • Centro da Cidade • RJ Tel.: 2253-5810 • www.baroa.com.br


B maio – junho de 2012

cultura e cidadania Jovens da Providência criam site para divulgar a cultura local Valorização de moradores que ajudam a comunidade é uma das marcas do portal Carolina Monteiro

Vencedores do concurso “Agência de Redes para a Juventude”, Alexandra, Thuane, Adílio e Valdeci receberam R$ 10 mil para realizar o projeto que criaram e defenderam para uma banca de especialistas. A ideia era montar um portal de notícias na internet, com informações sobre eventos, história da região e oportunidades de emprego no entorno da comunidade. Lançado há cinco meses, o projeto incentivado já apresenta problemas de sustentabilidade. Um deles é a dificuldade de manter o grupo, que, durante esse período, reduziu-se à metade. Hoje, apenas Alexandra e Thuane

dão continuidade ao trabalho buscando parceiros interessados em colaborar com conteúdo e veicular anúncios no portal. Com a verba recebida, as jovens compraram um retroprojetor, que pretendem compartilhar em eventos da comunidade: “Já emprestamos o equipamento para a UPP social. Dessa forma vamos apoiar diversos eventos que venham a acontecer na Providência”, explica Alexandra. Segundo ela, o site “bombou” logo em seu primeiro mês de funcionamento, com mais de cinco mil acessos, incluindo visitas internacionais dos EUA e Cuba. A jovem conta ainda que um dos fo-

cos do portal é a capacitação: “Muitas vezes, o jovem não sabe como se portar em uma entrevista de emprego. Precisamos fazer algo para melhorar essa situação”, anuncia. Thuane explica que pretendem também, com o site, mostrar a importância cultural do lugar, considerado a primeira favela da América Latina: “Maurício Hora, fotógrafo, Seu Nélio, professor de música, Quinzinho, que organiza os eventos na comunidade de forma voluntária, só por amor, têm que ser valorizados”.

Thuane e Alexandra falam das conquistas e dificuldades do portal de notícias produzido por elas

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br

Os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo terão novas redes de água, esgoto, drenagem, gás natural, iluminação pública, energia e telecomunicações. As obras da Operação Urbana Porto Maravilha, executadas pela Concessionária Porto Novo, já começaram a reorganizar o subsolo, o que representa mais segurança, serviços eficientes e qualidade de vida para quem vive e frequenta a região

Saiba mais: www.portomaravilha.com.br e www.portonovosa.com


C

cultura e cidadania

Edição Especial

maio – junho de 2012

Imaculada expõe gravuras inéditas de ícone do Surrealismo Bar e galeria mostra sete obras originais de Salvador Dalí até o final de junho Divulgação

Marcelo Frazão

O bar e galeria Imaculada, em funcionamento há quase dois anos, torna a pacata Ladeira João Homem cada vez mais visitada por todo tipo de gente. Um dos motivos de tal popularidade são as mostras promovidas no local, que, desta vez, abriga obras do mestre do surrealismo Salvador Dalí. Trata-se da 18ª exposição do bar e galeria Imaculada, que, conforme informa em seu site, tem como proposta ser um espaço democrático, aberto a todos que desejam mostrar sua maneira de fazer arte. Segundo o gerente da casa, Ângelo Acauã, as gravuras expostas são

Para Ângelo Acauã, Dalí é um grande provocador e, por isso, está em sintonia com o espírito da casa

fruto da agitada vida noturna do pintor espanhol: “O Dalí, em iní-

cio de carreira, muitas vezes pagava despesas de bar com suas obras”.

Duas imagens, em particular, se destacam no ambiente. Uma delas é a representação de um casal, como ruínas monumentais: “Dalí criou esta peça baseada no Angelus, de Millet, talvez imaginando o vazio entre duas pessoas, um abismo mental. Estudos posteriores com raios-x revelaram que o artista teria começado a pintar um pequeno caixão entre o homem e a mulher, supostamente sua esposa, Gala, mas teria acabado por escondê-lo para tornar o quadro mais comercial”, explica Ângelo. A outra gravura que chama atenção do espectador mostra uma cena em Veneza. O gerente do bar e galeria aponta em qual aspecto considera o Morro da Conceição surrealista: “Outro dia veio uma moradora da Rua do Jogo da Bola, de 45 anos, que nunca havia pisado na Ladeira João Homem”, revela o carioca. Distintivos de bamba do Imaculada: criatividade e contratação de mão de obra local O ambiente peculiar do Imaculada é um capítulo à parte. Quem passa da porta

Gravura autêntica em metal aquarelada, de 1935

da casa, rapidamente percebe a placa “Eike Batista nunca esteve aqui”. Segundo Ângelo, esta é uma brincadeira importada da Espanha: “Quando fui lá, a moda era colocar ‘Ernest Hemingway nunca esteve aqui’. Achei espirituoso e trouxe para cá. Quando o Eike vier, eu risco e troco a personalidade”, brinca. Seguindo o clima de criatividade e descontração da casa, a equipe de comunicação criou plaquinhas nos mesmos moldes das placas de nomes de rua, com referências a sambistas que fizeram a diferença na história da música brasileira. A que mais faz sucesso com os clientes e amigos conta a história do músico Alfredo da Rocha Vianna, o Pixinguinha. Ângelo Acauã fala sobre seu orgulho de trabalhar em um dos berços do samba carioca: “Não foi só na Praça XI da Tia Ciata. A Pedra do Sal é um dos grandes berços do samba

no Rio de Janeiro”. Para ele, quando o visitante se vê de frente para a Ladeira João Homem, tem a sensação de estar acessando um portal do tempo: “De repente, você vê uma vila antiga, que, ao mesmo tempo, tem um bar projetado para o futuro, em sintonia com o Rio de Janeiro que queremos”. Outra curiosidade sobre o lugar é que o Imaculada dá preferência para a população local em suas contratações: “50% dos nossos funcionários são moradores da região. É mais econômico para o próprio colaborador e para nós também”, explica Ângelo. O Imaculada Bar Galeria funciona na Ladeira João Homem, nº 7, de segunda a sábado, das 11h às 22h (segundas-feiras apenas até as 16h).

da redacao redacao@folhadarualarga.com.brr


D

cultura e cidadania Edição Especial

maio – junho de 2012

Cliques Rua Larga

artigo

Carolina Monteiro

Caso Cachoeira O “Caso Cachoeira” será uma das pautas principais da Rio + 20, mas especialistas acreditam que só na Rio + 40, após se ouvir o Ali Babá, essa questão será concluída por decurso de prazo. Afinal, fica difícil acreditar que uma cachoeira não termine em outra coisa que não seja... água. Todos nós somos personagens de uma novela cotidiana, autenticamente brasileira, de final feliz. A sessão começa quando uma poderosa gravata doutora em letras públicas e privadas verifica o funcionamento da descarga (marca Delta) do Planalto e abre a válvula da Central de Personagens Inimagináveis – a CPI da Cachoeira. Inicia seu discurso sob os holofotes das TVs no instante em que todo o país se concentra nesse tema, como se interessasse a toda a população. As pizzarias “nunca na história deste país” venderão tanta pizza. Até o Fernando Collor vem se assustando com os fatos. O que uma grande parte da população gostaria mesmo de ver é a bela Andressa Mendonça, primeira-dama da Cachoeira, posar nua para a Playboy em pleno Pantanal, rodeada de jacarés de todos os partidos. Mas ela não aceitou, disse que guardará sua nudez para se banhar depois, quando seu amor deixar as grades da prisão. Lindo! Um toque romântico nessa novela, prevista pelos esportistas para terminar na mesma época da aposentadoria do Neymar. Muita água vai rolar na Cachoeira. Afinal, ela abastece muitos rios que alimentam centenas de pessoas às margens da sociedade. A Cachoeira gera empregos e renda, conduz peixes graúdos, médios e lambaris aos balcões do mercado. Abarrotam também as lanchas compradas pelo Ministério da Pesca. É muita água, fundamental à manutenção da política brasileira. O “Caso Cachoeira” será discutido na Rio + 20, pois envolve água e bichos. Preservar ou não, legalizar ou não esses pontos de sorte e azar que deveriam ser tombados como patrimônio, na categoria: intangível. Os bicheiros são personagens, líderes da maior festa de rua do planeta – o Carnaval. Dizem que eles são contraventores (contra os ventos da lei), mas estão aí fazendo bodas de ouro: são presos, soltos, presos... Por que não se legaliza o Bicho como a Sena, a Quina e outros jogos públicos? Senhores da CPI, o caso é grave e dói. Diante do silêncio das informações, o procurador procura a dor e não acha. O senador apenas acena para ela. O governador de Goiás governa a dor nos bastidores. O vereador a venera e o deputado fica “putado da vida” por não usufruir dessa lagoa de promiscuidade. Márcio Thomaz Bastos, advogado de defesa ecológico de Cachoeira e também dos bichos, inclusive de outros tubarões e lulas, acredita que tudo terminará bem e a queda será apenas de algumas gotas d’água, se comparada às Cataratas do Iguaçu. A diferença da famosa cachoeira para essa são as cataratas, neste caso estão nos olhos, onde tudo o que se vê é meio amarelado e nublado. Pausa. Fico me perguntando: por que escrevo tantas bobagens? Em certos momentos, é a única coisa que sobra, depois de tantas verdades explícitas, ditas todos os dias, sem nenhuma repercussão. Mas uma coisa é certa, as redes sociais se ampliam, mais pessoas se conectam, denunciam, promovem abaixo-assinados. Adiante, com certeza, uma imensa cachoeira provocará o transbordamento de rios em toda a parte e esta enchente construirá um Brasil melhor. Afinal, as pessoas de bem são em número maior e a cada dia se conscientizam mais. fernando portella cottaportella@globo.com

Trapiches, estruturas de antigos armazéns, foram encontrados sob o calçamento da Rua Sacadura Cabral. Moradores e frequentadores da região querem saber como esses vestígios vão ser encaminhados, já que a rua será recoberta. Sacha Leite

João da Baiana, representado no grafite na rua homônima, era frequentador assíduo das rodas de samba na Pedra do Sal e compôs, ao lado de Donga, a canção Pelo Telefone, primeiro registro fonográfico da história do samba.


cultura e cidadania

E

Edição Especial

maio – junho de 2012

Como resistir às obras na cidade Prefeitura responde às dúvidas de empresários proprietários de lojas na Praça Mauá Carolina Monteiro

Comerciantes: O gabarito da Rua Camerino será alterado? Isto é, poderão ser construídos prédios com mais de quatro andares (limite máximo previsto no gabarito atual)?

clarece que, somente com o fechamento total da rua, será possível cumprir o cronograma de obras de maneira ágil, uma vez que vários serviços serão executados simultaneamente”.

Porto Maravilha: Não será permitido elevar o gabarito na Rua Camerino. Nessa área, não há permissão para venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), o que significa que não é possível construir acima do que hoje é permitido. A rua está inserida na área do Projeto Sagas, instituído pela Lei nº 971 e regulamentado pelo Decreto nº 7351.

C: Há contrapartida prevista para o empresário que terá o funcionamento de seu negócio impedido por mais de 20 dias?

C: No futuro, haverá circulação de ônibus na Rua Camerino? Se sim, está prevista a implementação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) nesta via? PM: Não, o BRT não passará na Rua Camerino. A rua, no entanto, terá uma estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que integra a Linha 4 (Central, Duque de Caxias, Itamaraty, Camerino, Santa Rita, Candelária, Buenos Aires). O VLT do Centro traz para a cidade o conceito de transporte público integrado, conectando estações de metrô, trens, barcas, BRT, redes de ônibus convencionais e aeroporto. A integração vai melhorar o trânsito da região central da cidade, em planejamento voltado à redução da circulação de ônibus na área. O sistema terá 42 estações, seis linhas e 30 km em vias. A distância média entre as estações é de 400 metros. Cada vagão comporta até 450 passageiros, e o tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar de 5 a 15 minutos, de acordo com

Comerciantes tiram suas dúvidas a respeito do andamento das obras na região

a linha. As ruas da Região Portuária já começaram a ser preparadas para receber o novo tipo de transporte. A previsão é de que a primeira etapa de instalação do VLT seja concluída em 2014, para a Copa do Mundo, com duas linhas em funcionamento (1 e 3). As outras quatro (2, 4, 5 e 6) entram em operação até 2016, para o movimento dos Jogos Olímpicos. C: Qual é o prazo de conclusão das obras nas ruas Camerino e Sacadura Cabral? PM: A previsão é de conclusão em junho. Achados arqueológicos na Rua Sacadura Cabral forçaram a redução do ritmo das obras, por conta das pesquisas, mas as equipes estão sendo reforçadas para que a chamada fase 1 do Porto Maravilha tenha o calendário cumprido. Comerciantes: Qual é o prazo para conclusão das obras na região?

PM: Na fase 1, que compreende 350 mil metros quadrados, entre as ruas Camerino, Sacadura Cabral, Avenida Venezuela, Rua Barão de Tefé, Praça Mauá e Morro da Conceição, o prazo é o mês de junho. Em toda a região do Porto Maravilha, com seus cinco milhões de metros quadrados, o prazo é o primeiro semestre de 2016. C: Haverá exposição dos artefatos arqueológicos encontrados na Av. Barão de Tefé? PM: O Cais do Valongo e da Imperatriz será transformado em memorial a céu aberto, para que possa ser visitado. A Rua Barão de Tefé está em fase final e terá o trânsito liberado até junho. A Prefeitura do Rio está negociando um espaço para a exposição dos achados arqueológicos na região. A população terá, sim, acesso gratuito. C: Em quanto está orçada esta etapa da obra?

PM: Esta etapa das obras tem custo de R$ 139 milhões. A fase 1 do Porto Maravilha é responsável pela renovação das redes de água, esgoto, drenagem, energia, gás natural e telecomunicações. A pavimentação e o asfalto também integram esta etapa. Outros custos se referem à construção do Museu de Arte do Rio e das fundações do Museu do Amanhã. C: O proprietário de um estacionamento na Rua Sacadura Cabral recebeu, no dia 17 de maio, o seguinte comunicado: “Em função da execução dos serviços de infraestrutura e pavimentação da obra Porto Maravilha 1ª etapa, do Consórcio Saúde Gamboa, informamos que será interditada para acesso de veículos a Rua Sacadura Cabral de 0h a 24h, a partir de 18 de maio de 2012 até dia 09 de junho de 2012. Face à natureza dos serviços, não será

possível o acesso de veículos para moradores, comerciantes, funcionários de empresas públicas, privadas e entrada para estacionamentos”. O dono do estabelecimento está em estado de choque com a falta de antecedência da notícia. Segundo ele, os comerciantes da Rua Camerino souberam da interdição total da rua duas semanas antes da intervenção. PM: Em nota oficial, a SMO, responsável pelas obras da fase 1, responde: “A Secretaria Municipal de Obras informa que, há duas semanas, foi explicada, de maneira presencial, aos comerciantes e moradores da Rua Sacadura Cabral a necessidade de interdição da via. Os panfletos distribuídos, entregues nesta semana, reforçaram a importância da medida. Além disso, houve um trabalho complementar de comunicação porta a porta. A SMO es-

PM: Não há contrapartida formal para o transtorno gerado pelas obras neste período de interdição. Mas é importante compreender que não há como refazer as redes de infraestrutura – reivindicação constante entre comerciantes da região que pediam essas obras – sem o fechamento de ruas por determinado prazo. Ganhos que virão com o dinamismo econômico após a conclusão das intervenções urbanas deverão compensar em medida muito superior ao espaço de tempo em que as vias são fechadas. Obras de macrodrenagem vão alterar em definitivo problemas causados pelos alagamentos. Além disso, a reestruturação das redes de água, energia, saneamento, telecomunicações e gás natural vão garantir serviços seguros e de qualidade, valorizando a região, atraindo empresas e moradores. A prefeitura prevê um salto no número de habitantes da região dos atuais 28 mil moradores para 100 mil em 2020. Esse acréscimo será responsável pelo desenvolvimento econômico, beneficiando negócios de comércio e serviços nos bairros do Porto Maravilha.

da redacao redacao@folhadarualarga.com.brr


F

cultura e cidadania Edição Especial

maio – junho de 2012

Discussão sobre livros e leitura no Morro da Conceição Além de reabertura da Biblioteca do Adro, Raphael Vidal promove evento cultural com participação dos moradores Carolina Monteiro

Há muito tempo o filósofo e editor Raphael Vidal planejava realizar um evento de incentivo à leitura, no Centro do Rio, até surgir o Fim de Semana do Livro no Morro da Conceição, que tem colecionado cada vez mais adeptos. “Resolvi me movimentar, fazer a minha parte”, conta o idealizador do evento. Ele ressalta ainda a importância de se criar uma espécie de selo de aprovação dos moradores para garantir a integridade e participação desse grupo durante e após o período de intervenções urbanas na região. Por que o desejo em realizar um evento de incentivo à leitura no Morro da Conceição? Foi a leitura que me ajudou a escolher outro caminho, quando minha família se despedaçou por conta do alcoolismo da minha mãe e do excesso de agressividade do meu pai. Eu era muito pequeno ainda e minha leitura se resumia a gibis. Meus pais nunca compraram ou me deram um livro fora dos paradidáticos exigidos pela escola. Mas, graças a um amigo (Davidson Neves, que hoje é economista) que me emprestava seus clássicos, descobri que existiam outros mundos a serem descobertos e outros caminhos a serem tomados. Dediquei-me aos estudos, apesar de começar a trabalhar cedo, aos 15 anos. Hoje, sou editor, tenho dois filhos pequenos e uma família que formei, bem diferente da que

tinha. Devo isso à leitura. Por isso, como morador, quando vejo que, no Morro da Conceição, não há nenhum esforço de incentivo à leitura, nenhuma intenção pública para o livro ou até mesmo alguma ação social neste âmbito, fico muito preocupado. Acho que há uma visão errada deste lugar. Não sinto que somos um morro de classe média, em seu absoluto de descendentes de portugueses. Não vejo essa uniformidade. O Morro da Conceição é um lugar onde, talvez, a miscigenação faça mais sentido em todo o Rio de Janeiro. Meus filhos vão crescer aqui. Então resolvi me movimentar, fazer a minha parte, dentro da área que escolhi como realização de vida, essa é a minha forma de fazer política. Se conseguir mudar um jovem apenas, já terei alcançado meu objetivo. O impacto da leitura é transformador. Eu senti isso na pele. O fato de ser morador o ajuda quanto à organização do evento e credibilidade junto aos demais moradores? O fato de ser morador ajuda a entender de dentro o que o Morro da Conceição precisa e o que não precisa, e a construir um diálogo com todos, que é o que sentimos falta. Estar familiarizado com o espaço geográfico, com os vizinhos e com as instituições do local, e do entorno, também ajudam na organização. Agora, o fato de ser morador, na verdade,

trabalhando a ideia durante dez anos, enquanto me formava profissionalmente como editor, principalmente pela editora Cilene Vieira, que me mostrou que livro não é só literatura. Agora, mais maduro, sabendo quantos passos posso dar com as pernas, formatei o projeto, reduzindo-o para o Morro da Conceição, e resolvi compartilhar com alguns amigos. Foi o início do Fim de Semana do Livro. Quais são as maiores dificuldades encontradas no percurso?

Raphael Vidal, na Biblioteca do Adro, reativada e transformada em biblioteca comunitária

só prejudica a aprovação do evento. É que o mito da ilha de tranquilidade que o Morro da Conceição possui, e que me fez vir morar aqui, há tempos desceu ladeira abaixo. E a tendência, com os projetos do Porto Maravilha e Cidade Olímpica, é que a exploração turística da região cresça. Alguns moradores, que são contra essa tendência, ficam preocupados com a manutenção da vida que levavam e se posicionam contra qualquer tipo de atividade. Então minha tarefa é árdua, conversando, escutando cada opinião, avaliando os efeitos, positivos e negativos. Além de mostrar para todos que, mesmo morando no Morro há poucos anos, e pagando aluguel, sou tão morador quanto o que mora há dezenas de anos e tem imóvel próprio. A le-

gitimidade é a mesma, assim como o respeito. Além de tudo, é melhor fazer de dentro pra fora. Já estamos cansados da falta de diálogo de algumas empresas, instituições e de parte do poder público. Eles simplesmente aparecem aqui e fazem, sem saber se o que será feito é interessante para os moradores. Querendo ou não, a exploração vai acontecer. Basta para nós assumirmos nossa parte na administração e controle disso, criando um certo selo de aprovação dos moradores. Há quanto tempo planeja realizar esse evento? Planejo fazer uma festa literária no Centro do Rio desde 2002, quando fui à primeira Flip e conheci o formato. A ideia original era unir três partes do Centro:

Lapa, Praça XV e Porto, incluindo o Morro da Conceição. Afinal, temos tudo aqui: turismo histórico, cultura (museus, teatros, ateliês, galerias, cinemas), bons restaurantes, hotéis, bares tradicionais, transporte acessível, etc. Sem falar nos cenários de obras-primas da literatura. Aliás, eu sempre fui um entusiasta do livro. Quando fui gerente da livraria Imperial, no Paço, incentivado pelo livreiro Marcelo Lachter, meu primeiro mestre no mundo dos livros, organizava bate-papos com autores, aos sábados. Quando montei minha revista de contos, Bagatelas, divulgava e incentiva a produção literária dos contemporâneos, além de promover também mais bate-papos. Gosto de trazer o escritor para perto, mostrar para o público que ele é de carne e osso. Fiquei

A maior dificuldade, sem dúvida, é a tentativa de agradar a todos, o que é impossível. A segunda é a captação de parceiros interessados em investir no projeto. Essa matéria aqui é importante para divulgar nossas intenções e achar interessados. Teremos bastante mídia e o retorno será bom para quem entrar no barco do Fim. A terceira maior dificuldade é o tempo. Somos todos trabalhadores e temos nossos empregos, tornando o tempo para reuniões durante o horário comercial algo muito difícil. Mas vamos chegando lá, dando nosso jeitinho. As dificuldades me motivam. Os painéis e debates previstos vão se restringir à questão da leitura ou serão abordados outros temas? Dividimos assim a programação: 1) principal, que envolve alguns temas, como Rio de Janeiro e os


cultura e cidadania

Edição Especial

maio – junho de 2012

livros, e está sob curadoria de Vinícius Jatobá, crítico literário, colaborador do Estadão; 2) direcionada ao mercado digital, coordenada por Julio Silveira, editor, entre outros feitos, criador do fórum Autor 2.0, onde escritores e editores investigam as oportunidades e os riscos da publicação pós-digital; 3) ciclo de debates sobre a região portuária, organizado por nós, moradores; 4) paralela: oficinas para crianças, capacitação para professores, contação de histórias, lançamentos de livros, shows, etc., onde conto com a colaboração de amigos, como o escritor, compositor e morador da região, Zeh Gustavo. A biblioteca pública desativada no Morro da Conceição será um dos temas abordados? Este é um tema que está sendo abordado antes do

G

evento. Conseguimos, por meio do diálogo, mostrar para os administradores do Adro (colégio filantrópico no Morro da Conceição) e da VOT (Venerável Ordem Terceira, proprietária do imóvel da biblioteca) a importância do nosso projeto. Tivemos a garantia de que o imóvel da biblioteca comunitária será cedido para o Fim. Nós, os moradores, reativaremos a biblioteca, fazendo dali um lugar de cultura do livro, despertando novas ideias em todos. Essa parceria muito celebrada por nós, não deixará a escola sem biblioteca. Acabamos de fechar parceria com a distribuidora de livros Florescer, com sede na Rua Sacadura Cabral, para viabilizar parte disso tudo. Agora precisamos captar outros interessados. A identidade cultural do Morro será discutida ao longo do evento?

Para mim, o Morro da Conceição não tem uma única identidade cultural. Tem várias. Talvez essa seja sua cultura: ser chão para muitas culturas. E isso é fantástico. Não tem como não fazer disso uma causa. Portugueses, quilombolas, nordestinos, cariocas, católicos, candomblecistas, universidade, exército, igreja, bares, biroscas, bistrôs, trabalhadores portuários, estivadores, trabalhadores da cultura, intelectuais, artistas, escritores, famílias tradicionais, famílias modernas, antigos, novos, samba, funk, forró, etc. O Fim quer mostrar aos moradores que essa mistura de culturas tem uma força. E que podemos usá-la para mudarmos nossas vidas. Em sua opinião, abrigar esse evento com periodicidade regular representa que tipo de ganho para a região?

O Morro da Conceição sempre foi isolado do resto da cidade. Simplesmente era um lugar esquecido, pelo poder público inclusive. E agora que este mesmo poder público descobriu o potencial turístico do lugar, a exploração disso, indo de acordo com o Plano Diretor da cidade, é a meta deles. Portanto, pretendemos com esse tipo de projeto, realizado de dentro pra fora, mostrar que nós queremos ter o controle dessa situação, distribuindo a maioria do impacto econômico para os moradores, gerando fontes alternativas de renda, auxiliando na formação cultural, incentivando a preservação de nossa memória e, principalmente, formar o nosso público. A partir do momento que nós, moradores, realizamos esse tipo de projeto (ligado ao livro e a leitura, por exemplo), escolhemos, indiretamente, quem convidamos para

visitar o Morro da Conceição. Quer ganho maior que esse? Que tipo de ajuda será necessária para a realização do 1º Fim de Semana do Livro? Como os interessados em colaborar devem proceder? Bem, o primeiro tipo de ajuda vem dos próprios moradores. Eles devem participar do diálogo de construção e realização do projeto, colaborando de qualquer forma, criticando, dando sugestões, propondo mudanças, revendo conceitos, etc. Eles são os verdadeiros patrocinadores de tudo. Quanto aos outros parceiros, conversei com Alberto Silva, coordenador dos programas Porto Maravilha Cidadão e Porto Maravilha Cultural, que, por meio da Cdurp, nos apoiará com a infraestrutura de palco, som e iluminação.

A Claudine Soares, coordenadora de Responsabilidade Social do Porto Novo, entrará com toda a logística, limpeza, segurança e material gráfico. A Secretaria Municipal de Cultura se comprometeu a apoiar com R$ 35 mil. Mas ainda é muito pouco para realizarmos uma festa como a que desejamos. Precisamos de parceiros para tudo. Se algum empresário da região estiver interessado em vincular sua imagem com esse nosso projeto, basta entrar em contato, por e-mail ou telefone, para conversarmos: raphaelvidal@gmail.com e (21) 8352-5208. Maiores informações: www.fimdolivro.com.br, www.facebook. com/fimdolivro, www.twitter.com/fimdolivro.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


Carolina Monteiro

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


cultura e cidadania

I

Edição Especial

maio – junho de 2012

Rio+20: drive-in exibirá filmes ecológicos Exibições e performances em 20 carros reciclados ocuparão Armazém da Utopia Divulgação

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, vai debater a questão ambiental do planeta e contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Como parte da programação oficial do evento, que acontece de 13 a 22 de junho, a região portuária receberá o Drive-In Rio. O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e Instituto Cultural da Dinamarca e será montado num espaço de 2 mil m2 do Armazém da Utopia. A proposta é inusitada: unir um pouco de performance, artes cênicas, design, audiovisual e vídeo mapping. São vinte veí-

Performances e encenações vão dialogar com os filmes exibidos em veículos reciclados

culos artisticamente reciclados com intervenções multimídias sobre temas reflexivos da atualidade, com foco na economia verde e mobilidade urbana. Cada veículo se transforma em um minipalco, onde artistas fazem suas apresentações através da expressão visual. Sucesso em Copenhague em 2010, nesta edição, o projeto conta com a participação de coletivos. Diariamente, há participação de grupos musicais em um ônibus-palco estacionado na varanda do armazém. Sobre os carros O carro Amazonina Régia é de Ricky Seabra. O corpo do carro é a cabine

de seu zeppelin real, que permite que seja monitorada a floresta. Sobre o grande balão, são projetadas suas histórias e as exigências monárquicas para o povo brasileiro. A cabine do zeppelin é um carro coberto de verde com plantas tropicais, como samambaias e bromélias. Já o de Bayard Tornelli, que fez parte do grupo de dança e performance Dzi Croquettes, chama-se Poesia e Outras Realidades. A ideia é conduzir o público a uma viagem sensorial, acompanhado de um convidado especial por noite. Antes de entrar no carro, o público pode escolher uma das experiências oferecidas através de um menu de poesias impresso. No para-brisa, são projetadas imagens de Sinai Sganzerla. Bayard participou da Eco 92 com uma histórica atuação sob a “Árvore da Vida”. Agora presente na Rio+20, o artista explora de forma artística temas ligados à sustentabilidade. Outro veículo que vai chamar bastante atenção é o criado por Frederico Bardini e batizado de 19122012. O carro promete contar a história do mundo nos últimos 100 anos em 10 minutos, através de imagens marcadas por uma trilha musical cinematográfica. De dentro do carro, o público pode assistir sobre uma esteira de corrida que representa o passar do tempo. Dois atores complementam a apresentação com diver-

LIGUE. ACESSE. ANUNCIE.

Anúncio rodapé 2 12,6 cm x 5 cm = 15 cm

sos personagens que interagem com as imagens. Já a proposta de Milena Sá e Camila Oliveira é transformar de forma lúdica o automóvel em uma caixa de surpresas circenses. A acrobata aérea Camilla Oliveira, da Intrépida Trupe, realiza performance em tecido a partir do carro. Durante a apresentação, são projetadas imagens no carro, no tecido e na acrobata, mostrando o contraste da degradação com a preservação. O Jungle Car, de Lucas Maargutti, é uma espécie de experiência pela Amazônia. Será possível fazer um passeio pelos rios e florestas através de projeções em 360º. No decorrer da exibição, o público aprende um pouco mais sobre os mitos e lendas da floresta e como podemos ajudar a preservá-la para as futuras gerações. As encenações acontecem todos os dias da Rio+20, a partir das 21h. A entrada é franca e voltada para maiores de 18 anos. Além das intervenções, são oferecidas oficinas educativas para as crianças. A matinê acontece nos dias 16 e 17, a partir das 14h. Ambos os eventos são realizados no Armazém 6, na Av. Rodrigues Alves, S/N.

da redacao redacao@folhadarualarga.com.brr

(21) 2233 3690 www.folhadarualarga.com.br

folha da rua larga


J

cultura e cidadania Edição Especial

maio – junho de 2012

A palavra é... Associativismo Abertura do Polo Região Portuária apresenta a nova cara do antigo Polo Nova Rua Larga Carolina Monteiro

O Espaço Velho Sonho Gastronomia sediou a abertura do Polo Região Portuária, no dia 9 de maio. Compareceram ao evento autoridades da iniciativa pública e privada, além de moradores e frequentadores da Zona Portuária do Rio. Os participantes do Polo apoiaram o evento oferecendo seus respectivos serviços, tais como comidas, bebidas, doces e até produtos naturais para massagem relaxante. O Sr. Augusto Vieira, do Restaurante Málaga, serviu risoto de palmito. Fábio Soares e Christiane Faria, da Enoteca Doc, ofereceram vinho branco, e assim por diante. Além dos empresários e comerciantes, também estiveram presentes persona-

Alguns dos principais parceiros e apoiadores do Polo Região Portuária, no evento de abertura

lidades importantes para a cultura local, a exemplo de Maurício Hora, Tia Lúcia e Rubem Confeti. “Estou na área desde 1952. Vínhamos de bonde para cá. Os funcionários do Arsenal da Marinha passeavam por aqui. Estou acompanhando a mudança de padrão na re-

gião. Isso me causa muita alegria”, revela Rubem, radialista e diretor do Centro Cultural Pequena África. Para o anfitrião Milton San Román, também presidente do novo Polo, o evento poderia ser resumido como um convite para a potencialização do turismo

na região: “Estamos apresentando a nossa forma de inclusão. Políticas que ajudam os pequenos e microempresários locais a se tornarem mais fortes. Convidamos a todos para nos tornarmos uma potência no turismo e na economia criativa”.

A empresária Eugênia Duque Estrada foi a segunda a apresentar os ideais do novo Polo, após apresentação do presidente San Román: “Sem levar a sério a palavra ‘associativismo’, fica muito difícil encontrar um espaço na agenda da vida pública da disputada agenda do Rio de Janeiro. Quando falo em associativismo não falo em faixas, mas na sociedade interagindo e refletindo em ações lúdicas e sábias”. Os membros da organização explicaram que o Polo nasceu da necessidade de organização dos empresários locais, tornando-os protagonistas do processo de revitalização que ocorre na região. De acordo com Eugênia, a visão do novo Polo é de se tornar, até

2016, uma referência estratégica na região portuária. “No entanto, sem o comprometimento dos envolvidos, nada do que está sendo dito aqui acontecerá”, alerta a empresária. “O Polo tem como missão ampliar as fronteiras e o trabalho daqueles que acreditam e investem no futuro do Centro Histórico do Rio de Janeiro”, diz Giovany Harvey, diretor da Incubadora Afro-Brasileira e mestre de cerimônias do evento de abertura. Em meados de julho, o novo Polo vai promover eleições. As inscrições para novas chapas já estão abertas.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


cultura e cidadania

Edição Especial

maio – junho de 2012

Feira de Artesanato da Gamboa valoriza a cultura da região

morro da conceição Daqui e Dali, Dallier de todos nós Há 80 anos, nascia no Jardim Botânico Paulo Dallier, filho de Carmem Dallier (operária de fábrica de tecido) e José Alves da Silva (mestre de obras). Até onde se conhece, o nome Dallier veio de descendência francesa, cidade da Provence. Dallier viveu entre o Jardim Botânico e o Morro da Conceição, onde mora atualmente. Seu primeiro emprego foi de entregador de frutas e cereais. Desde muito jovem, era apaixonado por arte e cinema. Trabalhou em vários lugares e, mais tarde, passou em primeiro lugar no concurso para a rádio difusora de Barra Mansa, exercendo o cargo de produtor e locutor. Em seguida, foi para a Rádio Imperial de Petrópolis e esteve à frente dos programas Canção de amor à meia luz e Vitrine de atrações. Trabalhou com rádio-teatro e participou de foto-novelas.

letivas e individuais, podemos citar mostras no Museu do Ingá, Centro Cultural dos Correios, Galerie Minniapolis (EUA), Museu Nacional de Belas Artes, Coletiva no Copacabana Palace, Crearte, Salão Maçônico de Artes Plásticas e em outros espaços. Dallier também é um dos criadores do Projeto Mauá. Com uma ideia na cabeça e um pincel na mão, ele faz desse projeto um álibi para sonhar não só com dias melhores para os artistas participantes, mas também para divulgar o Morro da Conceição, lugar pelo qual tem muito carinho. Prova disso foi a criação de um hino que compôs em homenagem ao local e que foi ouvido em primeira audição na Fortaleza do Exército, em 18 de junho de 2012, regido pelo Maestro Ilem Vargas, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Divulgação

Autorretrato e Imagem de São Jorge

Em pouco tempo, já estava trabalhando na peça Sinfonia da favela, de autoria de Ironildes Rodrigues, quando inaugurou o Teatro Arthur Azevedo, em Marechal Hermes. A alma criadora de Dallier, não satisfeita com o primitivismo, resolveu mudar para o expressionismo abstrato, estilo no qual permanece até hoje. Hoje, ele coleciona um currículo longo de exposições. Entre co-

K

Seu ateliê, na Ladeira João Homem, nº 52, é um portal de boas-vindas aos visitantes que sobem o Morro à procura de arte. É impossível pensar no Projeto Mauá sem a figura de Dallier. Nós, os artistas, parabenizamos seus 80 anos e agradecemos todo o legado que ele nos proporciona.

teresa speridião teresa.speridiao@gmail.com

Artesãs expõem seus talentos na Praça da Harmonia uma vez por mês Bruno de Lima

Todo segundo sábado do mês, a partir das 10h, a Praça da Harmonia se torna reduto de produtos de vestuário, objetos decorativos e bijuterias feitas por moradoras do bairro que unem suas aptidões de artesanato, em busca de uma fonte alternativa de renda. A iniciativa da associação de moradores do bairro toma forma aos poucos, mas já contabiliza cerca de 30 barraquinhas. A ideia inicial era movimentar a região e aproveitar a mão de obra local através da criação de oportunidades de geração de renda aos moradores da área, entretanto o projeto cresceu e hoje já almeja ser um chamariz de turistas de outras partes da cidade, em especial, aqueles que desembarcam no Porto do Rio e, por conta da proximidade, conseguem chegar à praça a pé. “Essa é a primeira feira de artesanato da história do bairro. A feira existe há cinco meses e tem sido uma opção de lazer para dezenas de moradores nos finais de semana. Pretendemos aproveitar a vocação turística da área através da valorização da cultura local para atrair o olhar de quem vem de fora”, comenta Jorge Oliveira, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Gamboa e Adjacências (Amaga), entidade organizadora da feira. Moradores pontuam a falta de mais opções de lazer Além das artesãs, outros interessados também encontram espaço para mostrar seus talentos na feira, seja através de música ou dança, por exemplo.

A artesã Ceiça Coimbra transmite conhecimentos de técnicas de pintura em vidro

Dona Conceição, ou Ceiça Coimbra, como é conhecida no universo artístico, é uma delas. Artesã por paixão, desde a primeira edição, ela dedica tempo e compartilha suas técnicas e conhecimentos gratuitamente a quem visita o evento. “Trabalho especialmente com vidro e madeira. Costumo dar duas aulas por feira, uma às 14h e outra às 16h. Preparo-me para 20 alunos, mas sempre aparecem 35, 40 pessoas. Faz muito sucesso”,

comemora Ceiça. De acordo com ela, a aula dura de 40 minutos a uma hora, tempo necessário para que o produto final fique pronto, à medida que os alunos aprendem a técnica. O perfil dos visitantes é variado, incluindo crianças, jovens, adultos e idosos. Os moradores aprovam a ideia: “A praça é a nossa principal área de convivência social do bairro. E a feira, para nós, é uma alternativa de entretenimento, que, infelizmente,

é bastante escasso aqui na região”, avalia Soraya Albuquerque, moradora da Saúde. Algumas vezes, a feira conta com animadores especiais para as crianças. Jorge Oliveira, presidente da Amaga, adianta que haverá uma surpresa interessante na feira de junho, em homenagem ao mês dos namorados.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


L

cultura e cidadania Edição Especial

maio – junho de 2012

Incentivo a iniciativas que geram inclusão Prêmio Rio Sociocultural elege vencedores e entrega dez troféus no Teatro João Caetano Jaqueline Machado

A emoção tomou conta do Teatro João Caetano na tarde de quarta-feira, 30 de maio. O teatro, palco da final do Prêmio Rio Sociocultural 2011, foi tomado por uma verdadeira festa com a presença das torcidas organizadas dos dez projetos finalistas. Entre um intervalo e outro, teve até show surpresa do projeto Educando e Musicalizando São Sepé, um dos finalistas, que tocou ao vivo Lady Gaga ao som de instrumentos de sopro e violinos. Após a exibição dos vídeos sobre cada um dos projetos, a bailarina Ana Botafogo e o apresentador da Rede Record Fábio Ramalho, mestres de cerimônia, anunciaram os cinco vencedores: Grupo Teatro Novo (Niterói), Cordel com a Corda Toda (Nova Iguaçu), Livro no Ponto (Petrópolis), Projeto 5 Visões (Rio de Janeiro) e Dançarte (São Fidélis). Estes foram escolhidos por uma comissão de jurados formada pela vice-presidente da RioSolidário, Vânia Bonelli, pela gerente de serviços de atendimento ao cliente da Cia. Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (Ceg), Elisabeth Capobianco, pela jornalista Hildegard Angel, pelo empreendedor cultural Plínio Fróes, e pelo assessor de responsabilidade socioambiental da Eletrobras Eletronuclear, Paulo Gonçalves. “A sensação é de reconhecimento absoluto. Essa é a melhor maneira de ser reconhecido por um traba-

Apoio

Integrantes do projeto Cordel com a Corda Toda, uma das iniciativas premiadas

Os 10 finalistas contemplados pelo Rio Sociocultural 2011, realizado pelo Instituto Cidade Viva

lho que é muito árduo. O prêmio dá ainda mais fôlego para a continuação do projeto”, disse o coordenador do projeto Livro no Ponto, Renato Ceschini. Para Marcos Covask, do Cordel com a Corda Toda, o prêmio ajudará a dar visibilidade para se conseguir patrocínio. “Es-

tamos sem patrocínio há quatro meses, e acredito que o prêmio vai nos ajudar a ganhar a visibilidade necessária para conseguir essa ajuda financeira”, revelou. Beto Moreira, do Projeto 5 Visões, ficou bastante emocionado: “Para mim, onde o Brasil dá certo é

Realização

aqui. Quanto mais a gente trabalha, mais iniciativas como essa aparecem no país inteiro”. Sua parceira no projeto, Tatyana Paiva expressou a sensação que certamente tomou conta de todos os participantes: “A gente chega aqui como dez concorrentes e depois vemos que somos dez

companheiros, todos com ideais muito próximos.” Os cinco Pontos de Cultura escolhidos para receber o Prêmio Empreendedor Sociocultural foram Formação em Gestão Cultural Compartilhada (Petrópolis), Plantando Ideias, Colhendo Soluções (São José de Ubá), Mandala dos Saberes – Uma Tecnologia Social e Na Boa Companhia (Rio de Janeiro), e Orquestra de Cordas da Grota, Multiplicando Talentos (Niterói). Cada um foi contemplado com notebooks e certificados especiais do Sebrae. Em sua terceira edição, o prêmio atingiu a marca de 758 inscrições e participação de todos os 92 municípios fluminenses. O evento é realizado pela ONG RioSolidário, em

Patrocínio

parceria com o Instituto Cultural Cidade Viva (ICCV), com patrocínio da Ceg Rio, e da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, apoio do Sebrae. Pela primeira vez, a premiação teve a Record como TV oficial. “É sempre uma grande emoção estar aqui. Esse prêmio foi criado com muito carinho”, afirmou a presidente da RioSolidário, Daniela Pedras. Thomaz Naves, diretor comercial da Rede Record, falou sobre o primeiro ano de participação da emissora: “Estamos muitos felizes em fazer parte desta terceira edição. A nossa grande contribuição como TV aberta é levar o trabalho desses ganhadores para a grande massa de todo o Brasil”. O diretor do ICCV, Fernando Portella, destacou a força da cultura para a transformação do País: “A cada ano, a gente descobre algo novo. Este ano, eu prestei atenção no olhar dos dirigentes, dos alunos, dos pais, da comunidade. É aquele olhar que brilha e que fala muito mais que as palavras. Estamos aqui para conhecer essa força de vocês, de transformar sonho em realidade. De ver como podemos mudar esse estado e esse país para o bem. Vocês são uma lição permanente de vida”.

marcelle braga marcelle@paralelocomunicacao.com.br


15 folha da rua larga

maio – junho de 2012

gastronomia

Cantina carioca com gostinho caseiro Recanto dos Amigos oferece boa comida e ambiente acolhedor Carolina Monteiro

No quinto número da Avenida Marechal Floriano, o restaurante Recanto dos Amigos, com seu clima aconchegante, resiste entre as mudanças que ocorrem na cidade. Desde o nome ao cardápio, tudo no restaurante remete ao ambiente caseiro que faz falta nas grandes cidades. No Recanto, os clientes realmente se sentem em casa, como amigos que vão fazer uma visita no horário do almoço. E não é para menos. A cozinheira Cléa, que trabalha com gastronomia há mais de 25 anos, acumula alguns deles na cozinha do Recanto e sabe exatamente o que preparar para agradar aos fiéis comensais que frequentam a casa. No cardápio, comida tipicamente brasileira, com um pezinho nas Minas Gerais: segunda-feira é dia de dobradinha e carré à mineira; a terça é agraciada com carne seca com abóbora e isca de fígado com purê; na quarta, as estrelas são a rabada com agrião e o bife à parmegiana; quinta-feira, os destaques são o cozido completo e a vaca atolada; e para fechar a semana com chave de ouro, sexta-feira, são servidos risoto de camarão, linguiça à mineira e a famosa feijoada da casa. Além das opções do dia, os clientes sempre encontram galeto, picanha e churrasco misto, além de uma opção light, composta por salada, frango ou peixe grelhado. Entre os pratos mais pedidos, ainda figuram o escondidinho de carne, o peixe com molho de camarão e a omelete, que, segundo o proprietário da casa, Luiz, é a melhor do Centro. Ele revela a receita para manter as 60 mesas do lugar sempre cheias: porções bem servidas, preço

receitas carol Já faz alguns anos que o Rio reconhece quando o inverno se aproxima. Uma delícia o frio carioca, os dias são lindos, a temperatura é agradável, a moda nos permite nos vestirmos melhor, e assim, podemos abusar um pouquinho nas calorias. Essa receita de hoje é um quebra-galho maravilhoso, pois é uma versão atual dos cogumelos recheados que podemos servir com um

snack ou uma entradinha fácil e gostosa. Você pode usar um tipo único de cogumelo ou uma mistura deles como o Portobello Paris ou até mesmo o shitake. Nesse caso, eu usei Portobello com queijo de cabra, mas a ricota fica divina e uma mozarela pode funcionar também muito bem. Aproveitem o inverno com boa mesa e ótima companhia.

Cogumelos Recheados ACP

Atmosfera intimista e bom atendimento são alguns dos atrativos do restaurante Carolina Monteiro

Ingredientes:

Lasanha especial da casa: comida para quem gosta de sabor caseiro

justo e atendimento de qualidade. Ao contrário da maioria dos restaurantes, no Recanto dos Amigos, os acompanhamentos não ficam em segundo plano e um dos grandes destaques fica a cargo da dupla arroz e feijão. Luiz conta que, durante o almoço, são feitas até seis panelas de arroz, o que garante uma comida sempre fresca. E quem trabalha na região, mas nem sempre tem tempo de sair para comer na rua, aqui vai uma dica: o restaurante conta com

um serviço de quentinhas a partir de R$9,90, que, garante o proprietário, são entregues com a mesma qualidade que a comida do restaurante. E também tem boa notícia para quem já é fã do restaurante e quer levar essas delícias para a festa da sua empresa ou até mesmo para a sua casa. O Recanto dos Amigos vem apostando cada vez mais no seu serviço de buffet, que realiza desde coffee breaks para empresas a festas de aniversários em sítios ou condomínios. O

serviço é personalizado e o cardápio é montado de acordo com o desejo do cliente. Além disso, o espaço também pode ser alugado para festas e reuniões. Por fim, quem procura uma pausa para a correria do dia a dia, com uma refeição caseira e clima intimista, não pode deixar de conhecer o Recanto dos Amigos.

danielle thamires daniellethamires@hotmail.com

500g de cogumelos frescos 100g de queijo de cabra boursin ou ricota 2 colheres de sopa de salsa fresca picada ½ colher de sopa de estragão seco 60g de cebola picada 3 colheres de sopa de cerveja 1 talo de aipo picado 2 colheres de sopa de azeite 1 colher de sopa de manteiga Sal Queijo parmesão Modo de preparo: Limpe bem os cogumelos com uma escovinha macia, tirando toda a terra, sem deixá-los de molho na água, pois cogumelo absorve muita água. Retire os talos e pique em cubinhos pequenos.

Coloque um fio de azeite e sal em todos os cogumelos, arrume-os numa assadeira e asse por 5 minutos. Refogue a cebola em uma colher de azeite com a manteiga. Quando estiver transparente, adicione a cerveja e o sal. Deixe evaporar levemente e adicione o aipo e o talo dos cogumelos. Cozinhe por alguns minutos. Junte as ervas e prove o sal. Amasse o queijo com um garfo e junte a mistura que estava na frigideira. Recheie os cogumelos, polvilhe com o parmesão e asse novamente por mais 10 minutos.

ana carolina portella carolnoisette@hotmail.com Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol. blogspot.com


16

lazer folha da rua larga

maio – junho de 2012

dicas da cidade Coquetelaria clássica A Principado Louças está oferecendo, até o dia 29 de junho, curso intensivo de coquetelaria clássica. A capacitação é voltada tanto para amadores como para profissionais que já trabalham no setor. O curso direciona-se às funções de barmen, bartenders e chefes de bares, com certificado internacional. Para outras informações, ligue: (21) 3860-9896. Sullivan no Centro Cultural Light O compositor Michael Sullivan, criador de sucessos dançantes como Whisky a go-go, infantis como Uni-duni-tê e emocionantes como Me dê motivo e Dia de domingo, estes em parceria com Tim Maia, subirá ao palco do Centro Cultural Light, no dia 19 de junho, às 12h30, como parte do projeto Terças Musicais Light. Avenida Marechal Floriano, 168. Cedim abriga mostra de grafite As obras de body paint da artista grafiteira Panmela Castro podem ser conferidas desde 1º de junho no Espaço Cultural Cedim Heloneida Studart. A exposição Eat Art mostra 26 fotografias de body graffiti, produzidas pela artista entre 2009 e 2012. O Cedim fica na Rua Camerino, 51. da redação redacao@folhadarualarga.com.br

MinC ocupa Galpão da Cidadania Shows, exposições, e desconferências acontecerão durante a Rio+20 Com o objetivo de proporcionar um espaço para a sociedade civil debater sobre a Cultura como quarto pilar do Desenvolvimento Sustentável, o Ministério da Cultura vai ocupar o Galpão da Cidadania, na Rua Barão de Tefé, 75. Nos dias 14 e 15 de junho, será realizada a Desconferência Cultura e Sustentabilidade, na Rio+20. Desconferências são fóruns auto-organizados para troca de ideias, networking, aprendizado, conversação,

Divulgação

demonstração e interação entre pessoas. A partir dos encontros Rumo à Rio +20, o MinC propôs quatro temas desenvolvidos por provocadores e publicados em seu blog (www.cultura.gov. br/riomais20). Durante os encontros, os tais provocadores farão uma sistematização das colaborações virtuais que serão discutidas em quatro sessões. A partir dessa dinâmica, será produzida a Carta da Cultura Rio+20.

Vanessa da Mata: show da cantora faz parte da programação

Temas e Provocadores: • Cidades criativas e sustentáveis – Tião Rocha. Antropólogo, educador popular e folclorista. Fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento – CPCD, MG. • O desenvolvimento da cultura a escala humana – Patrício Belloy – Centro Transdisciplinário de Estudos Ambientais da Universidade Austral, Chile. • Os saberes tradicionais e a cultura da sustentabilidade – Alfredo Wagner – Universidade Federal do Amazonas • Cultura digital e sustentabilidade – Michel Bauwes – Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica.

Shows sempre às 20h: Vanessa da Mata, 14/6 Frejat, 16/6 Elba Ramalho, 20/6 Mart`Nália, 22/6

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.