Revista FRONTLINE-143

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GT Speed (híbrido) ciclo de condução WLTP: consumo de combustível, mpg (l/100 km) – Combinado com bateria descarregada 27,4 (10,3). Consumo elétrico combinado – 28,1 (kWh/100 km). Emissões combinadas de CO₂ – 29 g/km. Classe de CO₂ combinada ponderada – B. Classe de CO₂ com bateria descarregada – G.

Modelo apresentado: Continental GT Speed.

Num momento decisivo para o futuro de 2025 revelaram-se um verdadeiro barómetro da vontade popular. A complexidade do panorama atual, marcado por uma crescente fragmentação parresposta clara – e esta chegou nas urnas.

A composição do novo Parlamento obriga a entendimentos entre forças com vi-

à prova a maturidade democrática nacional. A formação do novo Governo, já com sinais de compromisso e de negociação, abre uma janela de esperança, mas também de responsabilidade. Portugal en-cional persistente, serviços públicos sob pressão, e uma economia que exige reformas estruturais. Os próximos meses serão cruciais para perceber se a nova governação estará à altura das exigências e das expectativas dos portugueses.

Hugo santos FeRReiRa: uma década de lideRança e tRansFoRmação

Na grande entrevista desta edição, Hugo Santos Ferreira assinala 10 anos à frente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). O balanço é inequívoco: o setor imobiliário português passou de uma estrutura

TEMPO DE VIRAGEM

frágil para um ecossistema competitivo

A sua liderança tem sido pautada pela

crescente responsabilidade social. Destaca-se a presença de investidores estrangeiros, hoje metade da base associativa, e a defesa de medidas estruturais como a -

dução do IVA na habitação. Hugo Santos Ferreira alerta, porém, para os riscos da

o papel indispensável do setor privado na resposta à crise habitacional. Uma visão clara e determinada para um setor em plena transformação.

Rally de PoRtugal:

ogieR volta a FazeR HistóRia

Sébastien Ogier voltou a encantar em solo português ao conquistar a sua sétima vitória no Rally de Portugal. Mais do que um feito desportivo, é um testemunho da ligação profunda entre o piloto francês e os exigentes troços das re-

ção de 2025, marcada por uma organização exemplar e por um público vibrante, reforçou o estatuto do evento como um dos mais apaixonantes do calendário WRC. Ogier, com a sua consistência e frieza, superou rivais como Ott Tänak e Kalle Rovanperä, enquanto Armindo Araújo voltou a ser o melhor entre os portugueses. Uma prova de excelência desportiva e organizativa que continua a ser motivo de orgulho nacional.

villa d’este 2025: elegância soBRe Rodas

O Concorso d’Eleganza Villa d’Este regressou em 2025 como uma celebração

incomparável do design e da engenharia automóvel. Entre clássicos intemporais e protótipos visionários, este encontro às margens do lago de Como voltou a reunir o que de melhor se faz na indústria automóvel mundial. Mais do que uma competição de beleza, é um tributo à paixão pelo detalhe, à inovação e à herança cultural sobre rodas.

Rolls-Royce Black Badge: luxo com atitude

Em Portugal, a Rolls-Royce apresentou dois dos seus modelos mais emblemáticos na versão Black Badge: o Cullinan e o Spectre. Com linhas ousadas, acaba-

presentam o lado mais irreverente e personalizado da marca britânica. O Cullinan Black Badge combina robustez com elegância, enquanto o Spectre, primeiro elétrico da marca, eleva a experiência sensorial a um novo patamar. Ambos

provocador, desportivo e tecnologicamente avançado. Um evento memorável que sublinhou o compromisso da Rolls-Royce com a inovação, sem abdicar da sua identidade.FRONTLINE continua atenta, e valorizar o que de melhor se faz em Portugal e no mundo.

ANO 18

8/ NEWS

12/ GRANDE ENTREVISTA

Hugo Santos Ferreira

22/ OPINIÃO

Luís Mira Amaral

Maria de Belém Roseira

Carlos Zorrinho

Luís Lopes Pereira

Fernando Leal da Costa

28/ GRANDE ANGULAR

Segurança municipal

30/ PANORAMA

Política económica

32/ ANÁLISE

Corte de energia

34/ EM FOCO

Eleições legislativas

36/ ATUALIDADE

Mercados energéticos

38/ SAÚDE

Defesa e segurança

40/ MAGAZINE

Arrendamento urbano

42/ VISÃO

Sistema de saúde português

44/ DOSSIER

Sustentabilidade

FICHA TÉCNICA

Diretor: Nuno Carneiro | Editora:Ana Laia | Colaboram nesta revista Luís Mira Amaral, Fernando Leal da Costa, Luís Lopes Pereira, Carlos Zorrinho, Isabel Meirelles, Samuel Fernandes de Almeida, Carlos Mineiro Aires, Fernando Santo, Fernando Negrão, Carlos Martins, Antóno Saraiva, Pedro Mota Soares, Alexandre Miguel Mestre,Rui MiguelTovar,Jorge Garcia,Casimiro Gonçalves,Fernanda Ló,João Cordeiro dos Santos,José Caria,M.Sardinha | Revisão:Helena Martina Orsini, Miguel Figueiredo Lopes / Presidência da República, Nelson Teixeira, Nuno Madeira, Pedro Sampayo Ribeiro, Rui Ochoa/Presidência da República | Diretor Comercial: Miguel Dias | Proprietário:Armando Matos | Produção: DesignCorner Lda., Rua Infante D. Henrique, 21, 3000-220 Coimbra Sede: Airport Business Center Avenida das Comunidades Portuguesas Aerogare, 5º piso–Aeroporto de Lisboa 1700-007 Lisboa – Portugal E-mail: geral@hvp-design.pt | Registada no ICS com o n.º 125341 | Depósito Legal n.º 273608/08 | Estatuto editorial disponível em: www.revistafrontline. com Facebook: RevistaFRONTLINE

46/ DESPORTO

Turismo desportivo

48/ LIVROS

52/ EXPERIENCE

Rolls-Royce Cullinan Black Badge e Spectre Black Badge

58/ IMOBILIÁRIO

Forbes Global Properties

60/ MOTORES

MINI Cooper C

64/ ON THE ROAD

66/ EVENTO

BMW Concorso d’Eleganza Villa d’Este 2025

72/ EXPEDIÇÃO

Clube Escape Livre

74/ APRESENTAÇÃO

Hyundai Inster

76/ CHECK-IN

Immerso Hotel Ericeira

78/ OFF ROAD

World Rally Championship

80/ SOCIAL

International Club of Portugal

Ordem do Caminho de Santiago

O RDEM DOS E NGENHEIROS

A SSIN A P ROTO C OLO DE C OL A BOR A ÇÃO C OM A E PA L

No dia 19 de maio, a Ordem dos Engenheiros e a EPAL assinaram um protocolo com o objetivo de reforçar a cooperação institucional e promover ações de interesse mútuo no âmbito do exercício da profissão de engenheiro.

A cerimónia contou com a presença do bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos, do vice-presidente nacional, Jorge Liça, e do presidente do Conselho Diretivo da Região Sul, António Carias de Sousa. Pela EPAL, estiveram presentes o presidente do Conselho de Administração, Carlos Martins, e a vogal executiva do Conselho de Administração, Telma Correia.

Este protocolo visa estreitar os laços entre as duas entidades, potenciando sinergias em áreas estratégicas como a inovação, a sustentabilidade e a valorização do conhecimento técnico-científico no setor da Engenharia, com especial destaque para os domínios da água e do ambiente. A Ordem dos Engenheiros continua, assim, a fortalecer a sua rede de parcerias institucionais, promovendo o reconhecimento do papel fundamental dos engenheiros no desenvolvimento sustentável e na resposta aos desafios estruturais do país.

A RTUR F ERN A NDES

É O NOVO DIRETOR DO C LUSTER P REMIUM DA S TELL A NTIS EM P ORTUG A L

Artur Fernandes é o diretor do Cluster Premium da Stellantis em Portugal, composto pelas marcas Alfa Romeo, DS Automobiles e Lancia. É licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Internacional de Portugal, tendo obtido um Executive MBA pelo INDEG e um mestrado em Marketing no ISCTE Business School.

Com uma vasta experiência no setor, iniciou a sua carreira na indústria automóvel em 1999, ano em que ingressou no Grupo Fiat Auto em Portugal, onde ocupou diferentes cargos de responsabilidade como Responsável de Zona, Responsável da Formação, Diretor de Marketing, Diretor de Vendas e Diretor de Marca, com uma passagem em 2003 pelo mercado francês, de dois anos, enquanto Gestor de Produto. Em 2012, na casa-mãe em Turim, assumiu inicialmente a Gestão de Produtos como os modelos Linea, Doblò e Tipo e depois a responsabilidade pelo Brand Development & Optimization para a Europa Central e Oriental. Em 2016 foi nomeado Diretor Geral da FCA Portugal, cargo que desempenhou até 2021, quando se tornou Sales & Marketing Manager para França, Bélgica e Península Ibérica. Desde abril de 2024, Artur Fernandes desempenhava as funções de Diretor das Marcas FIAT e Abarth em Portugal e Espanha.

BM W M OTORR A D P ORTUG A L

NO L ISBON M OTOR C Y C LE F ILM F EST

O Lisboa Motorcycle Film Fest é um evento cultural de dimensão internacional, que durante três dias celebra no mais emblemático cinema de Portugal, o Cinema São Jorge, duas grandes paixões: motos e filmes.

Destinado a amantes das duas rodas e do cinema, desde 2016 que o Lisboa Motorcycle Film Fest, também conhecido como LxMFF, promove a criatividade, proporcionando uma oportunidade única para os construtores e customizadores de motos, pilotos artistas, realizadores e atores, mostrarem uma obra-mãe: as suas motos.

Além da exibição dos filmes, o programa é composto por diversas ações, tais como talks com convidados nacionais e internacionais, exposição de motos, night ride pelas ruas da bela cidade de Lisboa e pela transmissão em direto da prova do MotoGP ou World SBK, no Cinema São Jorge.

D A NIEL A M ER C URY

REGRESS A AO C A SINO E STORIL

Referência da música brasileira Daniela Mercury atua, no dia 3 de julho, às 21h30, no Casino Estoril. A cantora baiana, de São Salvador, sobe ao palco do Salão Preto e Prata para revisitar os principais êxitos da sua carreira. A cantora tem a revolução e a reinvenção no sangue. Descobriu que o seu caminho era a música e aos 15 anos começa por atuar em bares de São Salvador. Desde então, faz da festa barroca das multidões a oportunidade de renovar a sua expressão artística, e nas suas digressões e apresentações internacionais, tornou-se uma espécie de embaixadora da música e da cultura brasileira. É uma artista de personalidade magnética, que prima pela criatividade, responsabilidade e solidariedade social, excelência e inovação nos seus trabalhos. Passeia confortavelmente pela diversidade musical e tem, ainda, a seu favor a alegria e a energia contagiantes de quem é baiana. Os seus espectáculos ao vivo são uma “força da natureza”, repletos de energia, cor, dança, criatividade, irreverência e muita alegria. Neles não podem faltar os seus grandes sucessos de mais de 30 anos de carreira como, por exemplo, “Nobre Vagabundo”, “O Canto da Cidade” e “Pérola Negra”.

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1 Barcelona, Éspanha 17:00

2 Cannes, França 10:00 20:00

3 Portofino, Itália 07:00 18:00

4 Florença/Pisa (La Spezia), Itália 07:00 19:00

5 Roma (Civitavecchia), Itália 07:00 19:00

6 Nápoles, Itália 07:00 18:00

7 Navegação

8 Barcelona, Espanha 05:00

Preço por Camarote VARANDA INFINITA

L ANÇAMENTO DO L IVRO

António SArAivA, Um Certo Perfil

Homenagem a António Saraiva, este livro de Pedro Teixeira Neves foi apresentado dia 12 de maio, no Palácio da Rocha do Conde d’Óbidos – Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, e contou com a apresentação de Fernando Santo. é o retrato de meio século de uma vida devotada ao compromisso cívico e à intervenção ativa no mundo laboral e empresarial, de

portuguesa, sem nunca abdicar da humildade, do rigor e da capacidade de construir pontes.

Manuel Fonseca, o editor, destacou a relevância desta coragem de dar voz a um percurso feito de integridade e trabalho silencioso, como o próprio António Saraiva,

CASA DA CAL ÇADA

REABRE APÓS OBRAS DE RENOVAÇÃO

ticado e absolutamente inspirador. Uma visão cono olhar desempoeirado de Amadeo de Souza-Cardoso e Acácio Lino, o brilhantismo de Teixeira de Pascoaes e a poesia de Agustina Bessa-Luís, entre tantos outros, outra coisa não seria de esperar. Uma visão beliscão, permanece o gosto de bem-receber, uma

design de interiores de Pilar Paiva de Sousa.

Reuniões de verão com vista para a inspiração.

Workshops

Apresentações

Team Buildings

Com o cenário certo, tudo flui melhor

Até 45 Pessoas

Hugo Santos Ferreira assinala 10 anos à frente da Associação Portuguesa de por

Hugo Santos Ferreira

Q uais f O ram O s principais desafi O s

Q uand O assumiu a liderança da appii ?

Quando assumi a liderança da APPII, o setor ainda vivia as consequências da crise financeira de 2008. Era um setor frágil, pouco estruturado e ainda sem uma voz institucional forte. A minha prioridade foi dar-lhe essa voz, reforçar a representatividade da associação e trabalhar para a credibilização do setor junto da sociedade e dos decisores políticos. Ao longo desta década, enfrentámos momentos difíceis, mas também conseguimos evoluir. A APPII tornou-se uma referência nacional e internacional, com capacidade de influência real nas políticas públicas e nos grandes debates sobre urbanismo, habitação e investimento. Foi um trabalho de construção institucional, de diálogo constante com o poder político e com os nossos associados, e de defesa de uma visão moderna e responsável do imobiliário.

c O m O avalia a transf O rmaçã O Q ue

O setO r s O freu n O s últim O s an O s ?

A transformação foi profunda. Quando começámos, a promoção imobiliária ainda era, em muitos casos, uma atividade informal, sem exigência técnica nem

planeamento estratégico. Hoje, o setor é altamente profissionalizado, competitivo, transparente e alinhado com os standards internacionais. A mudança não foi apenas técnica ou legal – foi sobretudo cultural. Hoje falamos de sustentabilidade, de ESG (Environmental, Social and Governance), de eficiência energética, de mobilidade, de responsabilidade social. Os promotores imobiliários deixaram de ser vistos como especuladores e passaram a ser agentes de desenvolvimento urbano e económico.

a internaci Onalizaçã O f O i decisiva para essa mudança ?

Sem dúvida. Fomos pioneiros na aposta na internacionalização do setor e essa estratégia revelou-se fundamental. Atualmente, cerca de 50% dos nossos associados são investidores estrangeiros, oriundos de países como os Estados Unidos, Brasil, Reino Unido ou Emirados Árabes Unidos. Abrimo-nos ao mundo, levámos o nome de Portugal às principais feiras e eventos internacionais e mostrámos que somos um destino atrativo, com qualidade, estabilidade e talento. Essa aposta trouxe capital, novas práticas, mais exigência e mais rigor. E posicionou Portugal como uma refe -

rência no mapa do investimento imobiliário global.

O setO r tem uma missã O s O cial , para além d O retO rn O ecOnómicO ? Absolutamente. Sempre defendi que o imobiliário não é apenas uma atividade económica. É uma missão social. Estamos a construir as casas onde as pessoas vivem, os espaços onde trabalham, os bairros onde crescem as famílias. Temos uma responsabilidade enorme na forma como moldamos as cidades e na qualidade de vida que proporcionamos. Por isso, temos de agir com responsabilidade, com ética e com sentido de futuro. O setor tem de estar ao serviço da coesão social, da inclusão e da sustentabilidade. E isso implica planeamento urbano de qualidade, soluções de habitação para todos os segmentos da população e compromisso com o território.

Q ue papel deve ter O setO r privad O n O cO mbate à crise habitaci Onal ? O setor privado é indispensável. O Estado, por si só, não tem capacidade para dar resposta à dimensão do problema habitacional que enfrentamos. Sem o setor privado, não há volume, nem velocidade, nem inovação suficientes para

Q uais f O ram O s principais desafi O s Q uand O assumiu a liderança da appii ?

responder à procura. Temos de ser vistos como parceiros e não como adversários. Sempre defendi que é com diálogo, com estabilidade e com políticas públicas inteligentes que conseguimos atrair investimento e gerar mais oferta. E isso passa por criar um quadro fiscal amigo da habitação, regras claras, licenciamento célere e segurança jurídica.

O fim d O s vistO s g O ld e a alteraçã O a O regime fiscal f O ram prejudiciais ? Foram medidas mal pensadas e mal comunicadas. Os vistos gold e o regime de residentes não habituais não eram apenas instrumentos de captação de investimento – eram instrumentos de recuperação urbana e de internacionalização da economia. A reabilitação dos centros históricos de cidades como Lisboa, Porto, Braga ou Coimbra deve-se em grande parte ao investimento captado através desses mecanismos. Retirar essas ferramentas sem uma alternativa credível foi um erro estratégico. Perdeu-se investimento, confiança e reputação internacional. E o setor ressentiu-se, naturalmente.

a estabilidade fiscal é decisiva para atrair investimentO im O biliári O ? É absolutamente decisiva. Nenhum investidor, nacional ou estrangeiro, apli -

ca capital num setor em que as regras mudam todos os anos. O imobiliário trabalha com horizontes de cinco, dez, quinze anos. Precisamos de um ambiente fiscal previsível, estável e coerente. Infelizmente, Portugal tem falhado nesse ponto. Alterações repentinas, medidas avulsas e anúncios contraditórios minam a confiança e afastam investimento. Temos de parar com a ideia de que o setor aguenta tudo. O investimento é sensível ao risco político e fiscal. E não há investimento imobiliário sério sem estabilidade a longo prazo.

a carga fiscal s O bre a habitaçã O em p O rtugal é demasiad O elevada ? É insustentável. Portugal tem uma das maiores cargas fiscais da Europa sobre a construção de habitação. Cerca de 40% do preço final de uma casa são impostos. Isso significa que, mesmo com margens reduzidas, é impossível construir habitação acessível com este modelo fiscal. É urgente rever a estrutura tributária da habitação. Temos de reduzir o IVA para 6% na construção de habitação nova, eliminar taxas e encargos excessivos e simplificar os processos. Caso contrário, vamos continuar a excluir a classe média do mercado e a alimentar a crise habitacional.

a pr O p O sta de reduzir O iva na habitaçã O já teve abertura p O lítica ? Temos feito esse caminho junto dos partidos políticos e do Governo. Em algumas frentes há sensibilidade para a questão, mas falta coragem para concretizar. A redução do IVA seria uma medida estrutural, com impacto direto nos preços e com retorno garantido em mais construção, mais emprego e mais receita indireta. Outros países já o fizeram. Espanha, França, Itália, aplicam taxas reduzidas em segmentos específicos da habitação. Não faz sentido que Portugal, com um dos maiores défices habitacionais da Europa, continue a taxar a construção como se fosse um luxo.

O s licenciamentO s urbanísticO s cOntinuam a ser um blOQ uei O à n Ova cOnstruçã O ?

Sem dúvida. Este é um dos maiores problemas que enfrentamos. Um projeto pode demorar três, quatro ou cinco anos a obter aprovação. Isso paralisa o investimento, encarece os projetos e retira previsibilidade ao mercado. É urgente reformar os processos de licenciamento. Precisamos de prazos legais obrigatórios, decisões automáticas quando os prazos não são cumpridos e digitalização total dos procedimentos. Temos de pas -

Hugo Santos Ferreira |

sar do papel para as plataformas digitais, com transparência e responsabilização.

h á exemplO s internaci Onais Q ue devíam O s seguir nesta área ?

Claro. Basta olhar para países como os Países Baixos, a Irlanda ou a Finlândia. Nestes mercados, os licenciamentos têm prazos definidos, são analisados em plataformas digitais integradas e as entidades têm responsabilidade direta nas decisões. Portugal não pode continuar a ser um país onde tudo é adiado. A imprevisibilidade nos licenciamentos é um dos maiores entraves ao investimento.

E sem investimento não há construção.

É tão simples quanto isso.

a n Ova p O lítica de s O lO s p O de res O lver parte d O pr O blema ?

É um passo positivo, mas não chega. A criação de mais solo urbano é importante, mas se não resolvermos os problemas de licenciamento, fiscalidade e planeamento, vamos continuar a ter solo disponível, mas inativo. É preciso integrar esta política numa visão global. Temos de identificar zonas prioritárias para desenvolvimento, garantir infraestruturas básicas, atrair investimento e promover a coesão territorial. Só assim a política de solos terá impacto real.

p O rtugal cOntinua a ser atrativO para investid O res internaci Onais ?

Portugal tem condições únicas: segurança, clima, localização, qualidade de vida. Mas tudo isso só vale se houver estabilidade, previsibilidade e racionalidade política. Nos últimos anos, enviámos sinais contraditórios para os mercados. Perdemos investimento por causa disso. Temos de recuperar a confiança. E isso passa por uma política fiscal estável, por respeito pelos contratos, por regras claras e duradouras. O capital internacional quer investir cá – mas exige regras claras. E é isso que temos de garantir.

a descentralizaçã O é essencial para res O lver O s dese Q uilíbri O s n O territóri O ?

Sim, é um dos grandes desafios do país. Temos de descentralizar o investimento e o crescimento económico. Não podemos

continuar a concentrar tudo em Lisboa e no Porto. Existem cidades intermédias e regiões do interior com enorme potencial, mas que precisam de investimento, planeamento e serviços públicos de qualidade. É nas cidades médias que podemos garantir habitação acessível, mobilidade mais fácil, melhor qualidade de vida. Se criarmos as condições certas, conseguimos atrair empresas, talento, jovens casais e novas famílias. A descentralização é uma oportunidade, não apenas uma necessidade.

Q ue fatO res sã O fundamentais para tO rnar O interi O r mais cO mpetitivO ? Temos de investir em infraestruturas, saúde, educação, mobilidade, habitação. O interior só será competitivo se oferecer qualidade de vida semelhante às grandes cidades. Isso implica políticas públicas coordenadas e um verdadeiro compromisso nacional. Também é preciso que os municípios sejam proativos. Têm de promover o seu território, simplificar os seus processos, oferecer incentivos e ter planos de urbanismo modernos. O investimento privado só chega onde há visão e estabilidade.

a crise dO arrendamentO pOde agravar-se sem medidas estruturais?

Pode e vai agravar-se se não fizermos nada. O mercado de arrendamento em Portugal está bloqueado por instabilidade legislativa e desconfiança. Mudámos a lei 10 vezes em 10 anos. Isso afasta os proprietários e inibe a oferta. Precisamos de estabilidade legal, contratos protegidos, justiça célere e incentivos fiscais. O arrendamento é fundamental para jovens, para mobilidade laboral, para quem não quer ou não pode comprar. Temos de garantir que seja uma opção viável e segura para todos os intervenientes.

a fiscalidade p O de ajudar a res O lver este pr O blema ?

Claro que sim. A fiscalidade pode ser uma ferramenta muito eficaz para expandir a oferta de arrendamento. Quem coloca imóveis no mercado a preços acessíveis deve ser premiado. Temos de diferenciar fiscalmente quem contribui para o bem público. Defendo benefícios

concretos: redução de IMI, IRS sobre rendas bonificado, isenções temporárias em contratos de longa duração. E, acima de tudo, segurança jurídica. Só com previsibilidade os proprietários e investidores colocam imóveis no mercado.

O setO r está cO mpr O metid O cO m a sustentabilidade ?

Está e quer liderar essa transição. Hoje em dia, qualquer projeto tem de incorporar critérios de sustentabilidade. Os investidores já exigem isso, os clientes também. Não se trata de uma moda, é uma exigência de mercado e uma responsabilidade social. Estamos a apostar em edifícios eficientes, em reabilitação urbana, em mobilidade sustentável, em espaços verdes. O imobiliário tem de

ser parte da solução para os desafios ambientais. E Portugal tem uma oportunidade para se posicionar como referência nesta área.

O planeamentO urban O p O de ajudar a pr O m Over cidades mais sustentáveis ?

Sem dúvida. Precisamos de planos diretores municipais que incentivem a reabilitação, que privilegiem a densificação inteligente, que criem cidades compactas, mistas e com qualidade de vida. O urbanismo tem um papel crucial na sustentabilidade ambiental, social e económica. Devemos planear para as pessoas, e não apenas para os carros ou para os índices de construção. Uma cidade bem planeada atrai investimen -

to, gera inclusão e melhora o bem-estar dos seus habitantes. E isso começa no desenho do território.

Q ual é a mensagem final Q ue deixa para O futur O d O setO r ?

A minha mensagem é de compromisso. O setor imobiliário está disponível para ser parte da solução. Queremos trabalhar com o Estado, com as autarquias, com a sociedade civil. Queremos ajudar a resolver o problema da habitação, regenerar as cidades, dinamizar a economia. Mas precisamos de estabilidade, visão e coragem política. Se houver condições, o setor responde. Temos capacidade, know-how, investimento e vontade. Estamos prontos. Falta o país decidir se quer aproveitar essa oportunidade.

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JOÃO CRAVINHO E A POLÍTICA INDUSTRIAL

Morreu recentemente João Cravinho, que foi um grande senador da política portuguesa e se preocupou com a luta contra a corrupção, no que não foi apoiado pelo seu partido, o PS. Conheci-o quando o Banco de Fomento Nacional (BFN) nos anos 80 do século passado encomendou ao Gabinete de Estudos Básicos de Economia Industrial (GEBEI), que ele dirigia, um estudo sobre “A Especialização da Indústria Portuguesa”. Eu e o Prof. Manuel Sebastião fomos, pelo BFN, os interlocutores com a equipa dirigida por ele e que integrava Ferro Rodrigues, Félix Ribeiro e Lino Fernandes. Fiquei amigo dos quatro e, apesar das naturais divergências políticas, estabeleci laços de muita amizade, respeito e consideração mútuos com João Cravinho, com quem almoçava regularmente na Ordem dos Engenheiros numa tertúlia de engenheiros que tinham trabalhado na banca. Esse excelente estudo foi uma grande referência para a minha política industrial no sentido em que mostrava que tínhamos, com raras excepções, uma indústria

com bens de consumo corrente de baixa qualidade e baixo preço e com poucos bens de equipamento. Por isso, além da recuperação e modernização dos setores industriais tradicionais, onde o Relatório Porter viria posteriormente a dar-me razão contra os que queriam acabar com eles dizendo que estavam obsoletos, lancei o PRODIBE – Programa de Desenvolvimento da Indústria de Bens de Equipamento, que passou depois a PRODIBETA com a inclusão das Tecnologias Ambientais quando, em exemplar cooperação com os ministros do Ambiente Carlos Borrego e Teresa Gouveia, introduzi o ambiente na política industrial. Em 1995, quando saí do Governo, o Banco de Portugal dizia que pela primeira vez as exportações de máquinas elétricas e não elétricas e de material de transporte ultrapassavam as dos setores tradicionais. Graças à política industrial com os seus apoios e ao investimento empresarial, para o qual o investimento direto estrangeiro foi relevante, a aposta de mudar a estrutura industrial portuguesa estava em curso.

Recordo o meu debate como ministro da Indústria com o então eurodeputado João Cravinho na RTP, moderado pelo José Eduardo Moniz, no dia 17 de março de 1990, sobre o setor têxtil. O Governo, de que fazia parte, tinha-o atacado, mas conseguimos esgrimir os nossos argumentos com grande elegância e civismo de parte a parte. Concordámos que tínhamos três vertentes: a industrial, de modernização do setor; a comercial, em que era preciso, no quadro do Uruguay Round, impedir a entrada selvagem da produção asiática nos mercados europeus; e a regional, atendendo ao peso do setor nalgumas regiões como o Vale do Ave. João Cravinho, engenheiro civil que estudou Economia em Yale e que se tornou também economista, formou no GEBEI distintos engenheiros e economistas como os meus amigos Prof. Aníbal Santos e Amado da Silva, as minhas grandes referências na Economia Industrial, e o Eng. Alberto Moreno, meu diretor-geral do Gabinete de Estudos e Planeamento no Ministério da Indústria.

“ EM 1995, O BANCO DE PORTUGAL DIZIA QUE PELA PRIMEIRA VEZ AS EXPORTAÇÕES DE MÁQUINAS ELÉTRICAS E NÃO ELÉTRICAS E DE MATERIAL
Engenheiro e Economista

“HABEMUS PAPAM”

Aextraordinária adesão popular à profunda refundação da Igreja que o Papa Francisco empreendeu incansavelmente

a simplicidade da primeira mensagem que endereçou à multidão que o aguardava na Praça de S. Pedro, bem como a todo o mundo, logo a seguir à sua eleição. A simplicidade da forma como se exprimiu e a força do conteúdo das palavras que então proferiu no sentido de reconduzir a Igreja à mensagem original de Cristo foi absorvida como se de oxigénio puro se tratasse. O nome que escolheu – o de Francisco fundador da ordem iniciadora da ecologia e do desprendimento pelos bens materiais – foi a primeira surpresa, pois ele próprio era jesuíta. E desenvolveu uma ação alargadamente reconhecida como tendo recolocado as prioridades certas na ação da Igreja, desde a opção pelos mais pobres, a ação de acolhimento dos refugiados e a encíclica “Laudato Si” em defesa da nossa “Casa Comum” e do equilíbrio ecológico, numa perspetiva de harmonia e coerência que a “Fratelli Tutti” acentuava, responsabilizando-nos a todos.

apenas a dor de perder alguém com quem se construiu uma relação de imensa admiração e de fundada esperança, mas também o receio de que todas as transformações que

tinha conseguido levar a cabo – apesar das enormes resistências do interior da Igreja e do crescente ambiente em sentido contrário das políticas nacionais e globais – viessem a ser postas em causa pelo seu sucessor. Mas mais uma vez fomos surpreendidos po-

mensagem urbi et orbi como integrando a linha transformadora do Papa Francisco no que se refere às questões que este colocou na centralidade do seu múnus. Mas a sua vivência sugere que o fará assente numa profunda preparação teológica. É agostiniano. O nível da sua preparação intelectual e argumentativa atenuará, estou em crer, grande parte das resistências conservadoras cujos argumentos mais não são do que a revisitação de dogmas que a racionalidade sensível que hoje impera não permite sustentar. Mas -

trina Social da Igreja desenvolvida pelo seu antecessor Leão XIII, cujo nome adotou, precisamente por nos encontrarmos numa época semelhante de profunda transformação do mundo do trabalho. Naquele tempo, vivia-se a Revolução Industrial que, ao criar profundas desigualdades de rendimento, fomentava graves e injustas fraturas sociais, para além do seu impacto no desequilíbrio do mundo do trabalho enquanto instrumento que deve ser

ao serviço da dignidade humana; agora, por força da revolução digital e do seu impacto, também no mundo do trabalho e no acentuar brutal das mesmas desigualdades de rendimento destrutivas dos valores que nos devem nortear enquanto sociedades humanas, a que acresce o risco da destruição da nossa “Casa Comum” e dos equilíbrios que a compõem, colocando em risco todo o ecossistema.

Estado do Vaticano, em carta escrita em 2004, ao cardeal presidente do Pontifício Conselho “Justiça e Paz” a propósito da publicação do Compêndio da Doutrina Social da Igreja: “põe-se assim de manifesto como a Igreja não possa cessar de fazer ouvir a sua voz sobre as res novae, típicas da época moderna, porque a ela compete cada vez mais uma civilização autêntica voltada para a busca de um desenvolvimento humano integral e solidário”.

Em época de tão profundos e assustadores desequilíbrios geopolíticos, económicos, sociais e ecológicos, como aquela que estamos a viver, só posso desejar ao novo Papa Leão XIV as maiores felicidades para levar a cabo as mensagens de esperança e de abertura praticadas por Francisco. Só assim a Igreja conquistará a projeção no mundo do poder transformador da mensagem de Cristo que tem por missão aprofundar e espalhar.

“O NÍVEL DA SUA PREPARAÇÃO INTELECTUAL E ARGUMENTATIVA ATENUARÁ, ESTOU EM CRER, GRANDE PARTE DAS RESISTÊNCIAS CONSERVADORAS, CUJOS ARGUMENTOS MAIS NÃO
Maria de Belém Roseira
Jurista

POLÍTICA QUÂNTICA UM “NEW DEAL” EUROPEU?

Devido a todo o processo de edição a que está sujeita uma revista com a qualidade da FRONTLINE , e também pela minha tendência de não deixar para o limite do prazo o envio dos meus contributos, estas crónicas são escritas com alguma antecedência em relação à sua publicação. Faço esta referência porque vou escrever sobre o impacto global dos anúncios, medidas, avanços, recuos e piruetas da administração Trump, cujo padrão de comportamento inicia uma nova era – a era da política da incerteza absoluta, da racionalidade mínima ou, para os mais positivos, da política quântica.

A transformação aos solavancos a que se vai assistindo nos Estados Unidos da América (EUA) tem muitos impactos, o maior dos quais será o de valorizar os territórios que oferecem níveis acrescidos de previsibilidade, em particular se essa previsibilidade for escorada em valores partilhados, como é o caso da União Europeia (UE).

Face às ameaças colocadas pela nova administração dos EUA, designadamente de

bloqueio ideológico à cooperação, imposição de tarifas comerciais, regras limitativas de mobilidade e outras, a UE pode reagir de duas formas e certamente entre os seus membros haverá defensores das duas opções. Ou se agacha e submete e coloca em risco a sua própria sobrevivência, ou aproveita a oportunidade para

argumento mobilizador capaz de inverter a drenagem de cérebros e investimentos que tem sido neste século claramente favorável à grande potência americana. Na minha perspetiva, mais intuitiva que dedutiva, este pode ser o momento para um “New Deal” europeu e para um novo impulso económico, social e jurídico (quântico?) na afirmação da parceria de paz, de liberdade e de humanismo que ainda prevalece na UE.

Já passaram quase 100 anos sobre o momento em que Franklin D. Roosevelt, então Presidente dos EUA, lançou um ambicioso pacote de medidas de resposta à grande depressão de 1929. Foram medidas para um tempo diferente, mas que deram mús-

culo à América quando uma década mais tarde foi chamada a defender a Europa e o mundo da ameaça nazi-fascista.

Como poderá ser desenhado um “New Deal” europeu à luz da realidade do primeiro quartil do século XXI? A plataforma base tem que ser o que diferencia a UE; a dimensão do mercado único, a capacidade diplomática, o ADN multilateral e os valores partilhados.

E como é que tudo isso, que muitos qualificam como raízes da tralha burocrática e regulatória, se pode transformar em valor acrescentado e força competitiva?

Será necessária uma abordagem transversal em que a aposta no conhecimento, na tecnologia, na inovação e na literacia empodere em simultâneo os indivíduos e as comunidades, criando contextos seguros, sustentáveis e atrativos.

Sei que o que proponho é mais fácil de enunciar do que fazer. Mas a motivação do que pode acontecer caso não seja feito, faz-me acreditar no caminho. Foi sempre em contextos de crise que a Europa despertou.

“ NA MINHA PERSPETIVA, MAIS INTUITIVA QUE DEDUTIVA, ESTE PODE SER O MOMENTO PARA UM ‘NEW DEAL’ EUROPEU E PARA UM NOVO IMPULSO ECONÓMICO, SOCIAL E JURÍDICO ”
Professor Universitário

MITOS DO SNS

Aopinião pública sobre os setores público e privado da saúde costuma usar um separador comum entre hospitais e clínicas privadas e o SNS, ou seja, o Serviço Nacional de Saúde. A diferença entre privado e público no senso comum prende-se a quem presta o serviço, quem dá as consultas, quem faz as operações cirúrgicas, tratamentos e diagnósticos… etc. Assim o SNS, numa perspetiva mais política que económica, idealmente deverá ser munido de todos os ativos necessários para prestar o serviço completo de saúde a todos os cidadãos. Há cerca de 50 anos que temos o SNS, e todos queremos o SNS, mas

o setor privado fez sempre parte enquanto prestador alternativo de serviços, quando o público não consegue dar resposta. O mesmo se passa ao contrário: em muitas situações complexas em que os pagadores privados não conseguem dar resposta, o

uma resposta mais capaz. Há uma tendência para um equilíbrio, pois o privado consegue cobrir cada vez mais situações complexas. O argumento mais político do que económico, é que seria mais barato se fosse tudo

feito no público. No entanto, vários fatores levam ao recurso de prestadores privados ou prestadores públicos, dependendo de diversos fatores como escassez de recursos humanos, tecnologia diferenciada, vagas existentes, especializações, etc.

Na verdade, os privados forneceram desde sempre serviços contratados com o SNS. Ou seja, o serviço privado é parte integrante do SNS desde a sua origem. O discurso deverá assim despir-se de preconceitos entre público e privado. Há saúde pública que pode ser socorrida por prestadores públicos, privados e sociais, a preços de mercado.

Como todos sabemos, o primeiro sistema de saúde no país foi criado por uma empresa (CUF) e mais tarde, ainda antes do 25 de Abril, os funcionários públicos criaram o seu próprio subsistema, a ADSE, que -

te décadas pelo facto de aliviar a atividade do SNS, pois todos os serviços para estes sistemas eram em grande parte prestados por hospitais e clínicas privadas ou sociais.

A necessidade de termos um SNS forte

“ TODOS DEFENDEMOS UM SNS FORTE E ISSO DEVERIA SIGNIFICAR USARMOS TODOS OS RECURSOS QUE TEMOS PARA FAZER FACE ÀS NECESSIDADES DE SAÚDE”

direto de empregadores e empregados. No entanto, nos países mais desenvolvidosmento da saúde, através de um seguro de obedece a regras impostas pelo Estado. Quando o cidadão não tem emprego, o Estado subsidia esse seguro. Os cidadãos escolhem o hospital, seja público ou privado, pois os custos de todos os procedimentos são conhecidos e negociados à partida. Todos defendemos um SNS forte e isso de-

que temos para fazer face às necessidades de saúde. Em Portugal, continuamos com um problema crónico: o setor público controla a contabilidade geral das suas contas, mas continua a necessitar de melhorar a contabilidade analítica da sua atividade para melhor negociar com os privados, garantindo que paga menos aos privados do que o seu custo operacional. Creio que essas negociações já são feitas com alguma certeza, mas devíamos apostar num melhoramento da valorização da saúde prestada pelas instituições públicas, com o rigor que a economia impõe de aplicar devidamente os recursos às necessidades crescentes.

Economista e Gestor em Saúde

REFORMISMOS

Quando lerem isto já teremos Governo. Já houve a eleição de nova Assembleia da República e, assim espero, terá sido possível encontrar um qualquer tipo de consenso que possa garantir a governação estável de Portugal. Durante a campanha falou-se muito de maiorias e também, para escândalo de alguns, da necessidade de reformas. Hoje, enquanto escrevo estas linhas, penso que apesar de toda a conversa da estabilidade nunca se chegou a falar de política de saúde, de necessidades, de procura de cuidados e da falta de respostas no SNS. Já sei que há quem estranhará

que constatação. Falou-se, até à exaustão, de serviços de urgência, de utentes sem médicos de família, de supostas privatizações do SNS, de hipotéticas PPP, de “reformas” administrativas imaginadas, em curso ou para fazer, mas nunca se falou do que mais importa na Saúde. Nunca se falou da sustentabilidade do sistema de saúde deste país. Nenhum partido, nenhum dirigente, perdeu um pouco do seu tempo a focar-se no que mais nos deveria importar. Até quando será sustentável manter a garantia de proteção da saúde em Portugal? Quais os caminhos para manter um SNS universal, geral e tendencialmente gratui-

to? O que é que isto quer dizer? Universal para quantos? Geral até onde? Gratuito, no ponto de contacto, de que forma? nenhum deles fazia ideia. Ou se sabia e tinha noção, não quis antecipar más notícias. “Más” porque talvez impopulares. Ficou por saber, apesar das informações programáticas vagas que todos gostam de inscrever nos programas, como pretendem diminuir a carga de doença, melhorar a qualidade do sistema de saúde e diminuir o desperdício. Ninguém se comprometeu com medidas intersectoriais e multidiscipli-ver a saúde e prevenir as doenças. Não se falou de controlo do tabagismo, de eliminação nem pensar, de diminuir o consumo de álcool per capita e, prudentemente, não quiseram esboçar opiniões sobre drogas psicotrópicas ilícitas. Sobre eutanásia, os opositores da ideia não foram além de propor um referendo. Não houve uma alma que previsse o IVA sobre o vinho a 23%, como seria lógico se é essa a taxa para as outras bebidas com álcool. Nada sobre o aprofundamento da legislação que protege as pessoas da exposição ao fumo de tabaco. E sobre cigarros eletrónicos, não tinham opinião? Sobre alimentação saudável, o que

pensam? Como vamos aumentar os índices, baixíssimos, de atividade física da população? Educação para a Saúde nas Escolas? Vamos repor as Escolas promotoras da Saúde, generalizar o modelo? E quanto a gastos? Vamos disciplinar o acesso a fármacos de preço elevado e benefício baixo? Vamos racionalizar a despesa? Vamos olhar para a distribuição dos equipamentos? Vamos recuperar, reparar, relocalizar? Como vamos

Enquanto vou agora escrevendo, não sabemos as respostas e vamos ter de esperar para ver. Talvez, assim desejo, na hora em que lerem o texto já haja quem no Governo saiba o que é preciso fazer, como e com que meios. Quem sabe, talvez haja uma equipa com condições, palavra tão grande, para trabalhar no Ministério da Saúde. Neste momento em que bato nas teclas do computador, em termos de políticas e reformas para a Saúde quase só são conjeturas vagas e desejos. Quando estiverem a ler estas linhas terá de ser tudo diferente. Não, não esperemos por mais planos de emergência. O que queremos e precisamos é de reformas abrangentes que vão à raiz dos problemas, garantam sustentabilidade do sistema de saúde e promovam um Portugal mais saudável e, por isso, mais próspero.

“ O QUE QUEREMOS E PRECISAMOS É DE REFORMAS ABRANGENTES QUE VÃO À RAIZ DOS PROBLEMAS, GARANTAM SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE E PROMOVAM UM PORTUGAL MAIS SAUDÁVEL ”
Médico do IPO e Professor da Escola Nacional de Saúde Pública

CASCAIS É SINÓNIMO DE SEGURANÇA

Cascais é, hoje, um concelho com mais de 214 mil habitantes – um crescimento de 3,7% nos últimos anos – e esse crescimento exige uma resposta em diversas áreas de política pública. A segurança é um bem cada vez mais valorizado e uma das áreas onde essas respostas são exigidas. Em Cascais, temos conseguido preservar esse valor através de uma política clara de investimento público, responsabilidade partilhada, inovação e integração.

Com o verão a começar e as praias a encherem-se de vida, reforçamos a vigilância, nosso compromisso com todos os que aqui vivem ou nos visitam: em Cascais, todos poturistas e visitantes, renovamos a atenção e os cuidados com a segurança de todos quantos escolhem Cascais para viver, estudar, trabalhar, ou até investir.

As nossas praias são, todos os anos, palco de milhares de momentos felizes. E por isso, ao longo dos anos, cuidámos do ambiente quando poucos o faziam. Elegemos a sustentabilidade como prioridade política quando outros faziam dela uma moda. Estamos neste momento a colher o sucesso desse investimento que se focou nos acessos, na segurança e na limpeza das praias. Intervenções invisíveis, que dão muito traba-

lho e algum incómodo, mas que concorrem para a sustentabilidade dos nossos ecossistemas no futuro.

Segurança pública

Na área da segurança pública, e para garantir essa tranquilidade, reforçámos o investimento na vigilância costeira com torres de vigia modernas que melhoram substancialmente as condições de trabalho dos nossos

nadadores-salvadores e, acima de tudo, a sua capacidade de resposta.

tão em funcionamento estas novas torres, que serão também instaladas nas praias da Conceição, Crismina e Guincho. Construídas em madeira, sustentáveis, oferecem abrigo, conforto e visibilidade acrescida

“de olho no mar” para garantir que todos os banhistas desfrutam do oceano em segurança. E porque a segurança também se constrói com a ligação direta entre a participação cidadã e o bem-estar coletivo,

proposta vencedora do Orçamento Participativo de Cascais. A chamada democracia colaborativa e participativa.

Mas esta aposta na segurança não se restringe à orla costeira. Cascais tem vindo a construir, de forma consistente e contínua, uma política de segurança assente

vação tecnológica.

A segurança não acontece por acaso –constrói-se com planeamento, investimento e, sobretudo, com cooperação. Ao longo dos últimos anos, prestes a terminar o meu último mandato, é com orgulho que

de segurança de melhores condições físicas, tecnológicas e humanas. Fizemo-lo muitas vezes sozinhos, perante a eviden-

Governo central. Ainda assim, nunca hesitámos em agir, porque a segurança dos nossos munícipes e visitantes é uma responsabilidade que levamos muito a sério.

V ideo V igilância de e S paço público Uma das medidas estruturantes que agora se concretiza é a instalação de um vasto sistema de videovigilância de espaço público. Após ultrapassarmos todos os procedimentos legais e processuais, Cascais obteve o visto do Tribunal de Contas e avança de imediato com a instalação de 444 câmaras, num investimento municipal de 12,5 milhões de euros. A seleção dos locais para instalação das câmaras foi feita pela PSP e pela GNR, com base em critérios rigorosos como o histórico de ocorrên-

cias, os índices criminais, a concentração de multidões e os principais circuitos de passagem. Este sistema de videovigilância visa proteger pessoas e bens, prevenir o crime e reforçar a capacidade de resposta e coordenação das forças de segurança, sendo o visionamento das imagens reser-

te à PSP e à GNR.

O coração deste sistema será o novo Centro de Controlo e Segurança Municipal,versitário de Tires, perto do Aeródromo Municipal de Cascais. Este centro será o cérebro operacional de toda a estratégia de segurança do concelho. Ali funcionarão, de forma integrada, as áreas da Segurança, da Proteção Civil e das Tecnologias de Informação. O edifício, num investimento autónomo de 7,5 milhões de euros, está a ser dotado com as mais modernas tecnologias de comunicação, salas de comando e salas de crise, e uma infraestrutura preparada para resistir e operar mesmo em cenários de catástrofe.

M edida S co M ple M entare S Estas medidas são complementadas por muitas outras, desde a construção da nova

Divisão da PSP, à criação da Esquadra de Segurança Aeroportuária em Tires, passando pela cedência de viaturas às forças de segurança, pelo reforço do apoio às vítimas, pela melhoria de infraestruturas da GNR e pela atribuição de habitação a agentes deslocados. Temos orgulho em manter um modelo de cooperação estreita com todas as forças e serviços de segurança. Criámos um ponto de contacto único entre a Câmara Municipal e entidades como PSP, GNR, PJ, SIS, Polícia Marítima, antigo SEF, Ministério Público, Estabelecimentos Prisionais e SSI - Sistema de Segurança Interna, entre outras. Este modelo tem permitido umasidades locais.

A realização bianual do Conselho Municomo promovemos a partilha de informação, a antecipação de riscos e a construção de soluções em rede, com os vários atores da comunidade. Porque a segurança é condição essencial para a liberdade, para a qualidade de vida e para o desenvolvimento económico. Porque não há futuro sem -

ça. Para todos.

SEM MAIS PRODUTIVIDADE NÃO HAVERÁ CRESCIMENTO

No início do ano, diziam-nos economistas conceituados que entrávamos em

PIB crescia acima da média euro--

Passados pouco mais de cinco meses, os-

a posicionar-se para ser uma das economias

N ecessidade de mais e melhor i N vestime N to

s i Nais de preocupação

“APAGÃO”

por

Apropósito da escuridão, veio-me à memória um livro de José Saramago, o segundo Nobel português, um escritor genial e único, nem sempre bem tratado e até rejeitado por motivos ideológicos e clericais, mesmo por quem nunca o leu ou nunca abriu um livro na vida. É pena, -

-me ao Ensaio sobre a Cegueira , mais tarde adaptado para o cinema, no qual um ho -

quando se encontra de carro no meio do trânsito, cegueira que rapidamente alastrou como uma pandemia, originando um

apagão ocular coletivo onde apenas uma mulher vê, embora não o revele. Nesta cegueira coletiva, vêm ao de cima os piores e os melhores sentimentos da raça humana, num quadro em que os persona -

Vivenciei o “apagão” certamente da mesma forma que a generalidade dos portugueses. Quando faltou a luz, continuei absorvido no computador e na esperança de que a energia voltasse rapidamente, até que, passado umas horas, quando a bateria ameaçava esgotar, resolvi parar e ver o

que se passava à minha volta no centro de Lisboa. Quando assomei à janela foi surpreso que vi uma multidão que caminhava pelos passeios sem qualquer informação disponível e um mar de carros que, sem buzinar e de forma ordeira, procuravam rumar aos seus destinos.

A internet tinha caído, o sinal das operadoras há muito que havia desaparecido e sem um rádio ao meu dispor, não fazia ideia da dimensão do ocorrido. Foi então que resolvi seguir a multidão. Já no carro, depois de ter conseguido entrar no denso e indolente trânsito, pude,

através do rádio, saber o que se estava a passar, enquanto observava os “cegos” que, de telemóvel mudo e quedo na mão, procuravam avidamente ver se o acesso à rede já tinha voltado. Sem ele não eram nada, não sabiam o que os rodeava, nem como reagir.

Tal como no livro, o instinto de sobrevivência levou muitos a correrem para os supermercados, disputando a água disponível, alimentos e papel higiénico, como se este, sem comida, pudesse vir a ter alguma utilidade.

Mais tarde, já em casa, recorrendo a um “transistor” que milagrosamente ainda funcionava, fui-me inteirando da situação.

Desde conspirações, ataques cibernéticos, cenários de guerra na Europa Central, ouvi um pouco de tudo, antes de a informação passar a ser mais credível, nomeadamente pela boca dos engenheiros.

Gestão desequilibrada

de gestão desequilibrada da produção e consumo de energia algures em Espanha, provocada por uma súbita e forte quebra na oferta disponível, o que acionou os mecanismos transfronteiriços de proteção, levando a cortes inesperados. Para além da rede ibérica, integrada no MIBEL, onde a produção a partir de energias renováveis atinge níveis elevadíssimos difíceis de gerir e compatibilizar, a reposição da situação ou mitigação do sucedido não pôde contar com a colaboração de França, grande produtora a partir de fontes nucleares, porquanto este país tudo tem feito para adiar o reforço das suas ligações à Península Ibérica e, por arrasto, da rede europeia, apesar das promessas dos seus políticos e das envergonhadas pressões de Bruxelas. O ocorrido já era esperado e pode repetir-se como muitos especialistas alertaram. Em Portugal, crentes na divina proteção e porque tem custos que os privados não perdoam, apenas acautelámos dois

ao mais rápido arranque da rede nacional a partir do zero, na Barragem de Castelo de Bode (hídrica) e na Central da Tapada do Outeiro (cogeração a gás natural), o que atrasou o regresso da energia, mas

teve a virtude de no dia seguinte já haver certezas da contratação de mais dois centros produtores a alocar para o efeito, as centrais hídricas de Alqueva e do Baixo Sabor, cuja disponibilidade também não deixará de passar a recair sobre as tarifas, ou seja, nos consumidores. As complicações climáticas, e não as alterações, aceleram as agendas políticas e não se acautelam soluções tecnológicas robustas e já existentes para a gestão massiva de energias de carácter intermitente que podem falhar, pois sem vento ou sem sol não produzem.

Prevenir o futuro

A ignorância, a tendenciosidade política e a desinformação voltaram a grassar, sendo escassas as vozes entendidas que puderam explicar o que verdadeiramente aconteceu e como se poderá mitigar ou evitar futuramente, sendo que, num mercado alargado e competitivo como é o da energia, hoje não podemos pensar em estar sozinhos, como então ouvi. Há males que vêm por bem: não imaginávamos que as operadoras de comunicações

colapsassem por ausência de fontes de energia ou redundâncias, que os cidadãos deixassem de poder comunicar ou ter acesso à internet, onde hoje tudo se procura e se encontra, à rádio e à TV, que o simples acesso

as bombas são elétricas, bem como a falta de água e o próprio funcionamento de hospitais, etc. A mobilidade elétrica, a digitalização, de vida exigem cada vez mais energia.

ridículo chegou ao ponto de procurarmos resolver situações com jerry cans de combustível para encher os depósitos dos geradores de instalações prioritárias, à comercialização de um “Kit Apagão” para sobrevivência, entre outras hilariantes fantasias.

Mesmo assim, a resposta dada demonstrou a nossa competência técnica e capacidade interna.

Agora, fechem os olhos e imaginem se fosse um sismo devastador, pois ainda há quem diga que estamos preparados. Citando Saramago: “ já éramos cegos no momento em que cegámos ”.

NOVOS TEMPOS

No ano de 2025 não cabia a realização de eleições legislativas, que se anteciespanto aos eleitores.

Durante este último ano assistimos a um governo que governou paci

por Fernando Negrão Jurista

E l E içõ E s ant E cipadas

geringonça

ria: ser primeiro-ministro e agora “alto”

comercial – nem uma palavra que suscite

M udança M undial

DO PLANO DE ABANDONO DOS COMBUSTÍVEIS RUSSOS

AO REEQUILÍBRIO DAS RELAÇÕES TRANSATLÂNTICAS

Advogada, Docente Universitária,

Ex-Deputada à Assembleia da República e ao Conselho da Europa

Em maio de 2025, a União Europeia anunciou um roteiro ambicioso para pôr termo à sua dependência dos combustíveis fósseis russos até 2027, introduzindotratos comerciais e evitar a necessidade de unanimidade dos Estados-membros para sancionar as importações energéticas de Moscovo.

Paralelamente à iniciativa da UE, o reforço das exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para a Europa ganhou novo ímpeto, com as aquisições europeias a terem aumentado no primeiro quadrimestre de 2025, evidenciando o realinhamento transatlântico em matéria energética. Entre tensões internas, onde países como a Hungria se opõem a sanções adicionais, e pressões externas, este novo mapa energético europeu promete redesenhar as alianças geopolíticas do Velho Continente.

rússia

Desde a invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022, a Rússia tem utilizado a energiado no corte abrupto de fornecimentos a vários Estados-membros, nomeadamente através do Nord Stream. Em resposta, o plano REPowerEU, lançado em 2022, traçou

aceleração das renováveis, mas faltava um roadmap pormenorizado para eliminar totalmente os hidrocarbonetos russos.

A urgência estratégica e as lições da crise

prazos exatos e mecanismos de acompanhamento, de modo a garantir segurança de abastecimento e coesão interna.

Em 6 de maio de 2025, o Colégio de Comissários aprovou um documento que imgás russo até dezembro de 2025, e a extinção dos contratos de longo prazo até 2027. -

zação obrigatória de contratos de importação, permitindo rastrear a proveniência dos combustíveis, sanções automáticas em caso de renovação de contratos com entidades russas, sem necessidade de aval unânime dos Estados-membros e a proibição faseada de combustível nuclear russo, estimulando a entrada de fornecedores alternativos, como a Westinghouse.

O plano assenta ainda num fundo de solidariedade energético de 30 mil milhões de euros, proveniente do orçamento plurianual e das emissões de licenças de carbono, destinado a amparar Estados-membros

mais dependentes e acelerar a transição para energias limpas.

Estados Unidos

Impulsionados por incentivos políticos e comerciais, os Estados Unidos registaram um aumento de 20% das exportações de GNL nos primeiros quatro meses de 2025 face a 2024, enviando para a UE 77% do total exportado. França, Reino Unido e Países Baixos destacaram-se como principais importadores, estabelecendo novos recordes de compras.

Sob a presidência de Donald Trump, a energia tornou-se moeda de troca nas negociações tarifárias EUA-UE. O comissário Maroš Šefcovic propôs um aumento de 50 mil milhões de euros nas compras de bens norte-americanos – incluindo GNL e produtos agrícolas – para travar tarifas de 25% sobre automóveis e aço. Esta estratégia visa

laços transatlânticos, mas enfrenta resistência interna devido a receios ambientais e concorrência externa.

Em Abril de 2025, a Lituânia sugeriu agregar a compra de GNL de todos os Estados-membros como instrumento de negociação conjunta com os EUA, aproveitando o mecanismo de compra coletiva lançado em 2023. Esta medida poderia otimizar preços, garantir volumes regulares e reforçar a posição da UE em futuros entendimentos comerciais.

União EUropEia

Contudo, existem divergências entre Esta-

sões internas ao nível da União Europeia. Com efeito, a Hungria e a Eslováquia têm ameaçado bloquear novas sanções energéticas, reivindicando direitos adquiridos e contratos a longo prazo, o que tem atrasado decisões unânimes no Conselho da União. Estas vozes dissidentes obrigam a encontrar compromissos que conciliem segurança de abastecimento e solidariedade. No Parlamento Europeu, o reforço do escrutínio sobre os grupos de pressão que representam empresas de gás e petróleo tem sido encorajado, com iniciativas para publicar

todos os contactos entre eurodeputados e lobbies energéticos, sendo que a luta contra a corrupção e pela transparência emerge aqui como fator decisivo para legitimar o processo junto da opinião pública.

Tudo isto tem implicações geopolíticas com o fortalecimento da Aliança Atlântica.

A redução da dependência face a Moscovo reforça a credibilidade política e militar da

económicas e diminuindo o risco de chantagem energética em caso de escalada no Leste. A União Europeia assume-se, assim, como parceiro estratégico mais autónomo e coeso.

No Leste Europeu, países como a Roménia assistem a uma instabilidade política, após a vitória de forças ultranacionalistas,

região ainda dependente de infraestruturas soviéticas. A consolidação de redes de gasodutos alternativos, como a expansão -

novo mapa EnErgético

em maio de 2025, representa um passo decisivo rumo à soberania estratégica e à sustentabilidade climática. A conjugaçãoceira e aliança renovada com os EUA cria oportunidades únicas, mas exige cuidadosa gestão das tensões internas e das contingências geopolíticas.

Para garantir o êxito desta transição, impõe-se aprofundar a integração dos mercados energéticos, fortalecendo corredores físicos e mecanismos de compra conjunta, promover a expansão das renováveis e do hidrogénio verde, diminuindo o recurso a combustíveis fósseis de qualquer origem e manter um diálogo transparente com cidadãos e legisladores, assegurando que a transição não agrave desigualdades sociais nem crie novos vetores de dependência. Só assim a União Europeia poderá escrevergética, consolidando-se como potência resiliente e comprometida com a paz e o clima.

PREPARAR O FUTURO: A URGÊNCIA DE UMA VERDADEIRA ECONOMIA DE DEFESA

Miguel Guimarães

Bastonário da Ordem dos Médicos 2017-2022

Presidente da AACDN

Num tempo em que os ventos da história voltaram a soprar com força, falar de Defesa e Segurança deixou de ser um exercício académico ou orçamental para se tornar um imperativo político e estratégico.

Aguerra voltou à Europa. O terrorismo recrudesce em África. A ordem internacional baseada em regras está em erosão. Nos EUA reina a incerteza e a instabilidade. E Portugal, como membro da NATO e da União Europeia, tem a responsabilidade – e o dever – de se preparar.

-

volver uma verdadeira Economia de Defe-

sa – uma abordagem integrada, inteligente os seus interesses, honrar os seus compromissos internacionais e contribuir para a estabilidade global.

A Economia de Defesa não é apenas a soma dos gastos com o Exército, a Marinha ou a Força Aérea. É a forma como um Estado planeia e gere os seus recursos para garantir a sua segurança – externa e interna. Inclui a indústria de defesa, a inovação tecnológica, os programas de investigação e desenvolvimento, a formação e instituições.nuar a ser visto como um “custo” no orçamento. Pelo contrário: deve ser entendido como ‘investimento estruturante’, com impacto direto na inovação, na soberania e até na competitividade económica.

P ortugal está P re Parado ?

A resposta, infelizmente, continua a ser: ainda não. Apesar de importantes avanços mais recentes com o Governo da AD, Portugal permanece abaixo da meta dos

investimos 1,58% do nosso PIB em Defesa, com uma taxa de execução de 99,6%, essencialmente em três grandes áreas: na

de defesa e no apoio militar à Ucrânia – um

desinformação à cibercriminalidade, do ter-

Ficou também mais “complexo”. A fronteira

guerras já não se travam apenas nos campos de batalha – acontecem no espaço, nos cabos submarinos, nos algoritmos. Neste ce-

gem em projetos militares ou de segurança. Portugal deve apostar claramente nas chamadas tecnologias “dual-use” (com aplicação militar e civil), aproveitando os fundos europeus, os programas da NATO e as oportunidades de cooperação com parceiros estratégicos. -

pensar em termos de prioridades estratégicas. E nesse campo, Portugal tem muito por onde avançar.A começar por ‘reforçar a base tecnológica e industrial de defesa (BTID), integrando a nossa engenharia, ciência e inovação nos grandes projetos nacionais e europeus. Não podemos continuar a depender talento, universidades de excelência, centros -

-nos consolidar uma visão estratégica e uma

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia veio

“dividendos da paz” terminou. Vivemos uma nova era de competição entre potências, com o ressurgimento de ameaças conven-

Portugal – só têm uma forma de manter a sua autonomia estratégica: cooperar com aliados, investir em tecnologia e reforçar as suas capacidades internas. Portugal tem, neste xadrez global, um sua “posição geoestratégica”. Somos uma plataforma atlântica por excelência – com mar territorial alargado e tradição diplomática respeitada. Devemos usar esta vansegurança atlântica, aprofundando a cooperação com a Europa, os EUA, o Canadá

I nvest I mento em d efesaser “um motor poderoso de inovação tecnológica”. Basta olhar para a História:mos no nosso dia a dia – da internet ao GPS, da aviação à robótica – tiveram ori -

mento estratégico e envolvimento da sociedade. As Forças Armadas portuguesas têm dado provas notáveis em missões internacionais e no apoio interno em situações de crise. Mas precisam de recursos, de estabilida-

Do mesmo modo, é fundamental “construir um novo contrato social para a Defesa”. A segurança não é apenas tarefa do Estado.

uma cultura de resiliência. Temos de reforçar a literacia estratégica da população – desde a

Portugal tem uma janela de oportunidade. Pode escolher entre continuar a reagir, ou começar a antecipar. Entre depender dos outros, ou investir na sua própria capacidade. Entre ver a Defesa como um fardo, ou como uma alavanca para o desenvolvimento.

A conjuntura internacional não vai abrandar. As ameaças não vão desaparecer. Mas com visão, compromisso e estratégia, podemos transformar a incerteza em oportunidade.

COMO SE DESTRUIU O MERCADO DE ARRENDAMENTO

Na época atual acentuou-se a necessidade de arrendar em vez de com-

lativas estabilizadas, com direitos e deveres, e com o Estado a assumir a sua

C ongelamento das rendas

AS ESCOLHAS POLÍTICAS MOLDARÃO O FUTURO DA SAÚDE

À semelhança do que ocorre no Reino Unido, o próximo Governo português saído das recentes eleições enfrentará escolhas difíceis em matéria de saúde e segurança social. As pressões de curto prazo sobre o SNS exigirão uma atenção urgente, mas também os desafios de longo prazo enfrentados pela saúde do país.

Recentemente, a prestigiada Health Foundation identificou para o Governo britânico nove grandes desafios para a saúde e para os cuidados de saúde em Inglaterra. A saber:

• A esperança de vida está a estagnar e as desigualdades no domínio da saúde estão a aumentar.

• Os principais fatores de risco estão a conduzir a uma carga significativa e de -

sigual de doenças evitáveis e de mortes prematuras.

• As pessoas vivem mais tempo, mas com grandes problemas de saúde.

• A necessidade não satisfeita de serviços do NHS e de assistência social é substancial e crescente.

• As tendências a longo prazo das despesas com a saúde e os cuidados revelam uma dé-

• O sistema de saúde carece de capacidade em comparação com muitos outros países.

• A escassez de pessoal é persistente, com elevado stress e esgotamento.

• A satisfação do público com o NHS atingiu o seu nível mais baixo de sempre, mas o apoio aos seus princípios fundamentais continua sólido.

• O NHS é repetidamente reorganizado, enquanto a assistência social é negligenciada.

O estado dos serviços de saúde é uma das principais preocupações dos ingleses. A saúde do país está a desgastar-se, há mais pessoas a viver com doenças graves e as diferenças injustas na saúde entre as áreas mais ricas e mais pobres estão a aumentar. Mas o NHS não foi criado para avançar sozinho. Uma boa saúde depende de um conjunto mais vasto de fatores para além dos cuidados de saúde, como o rendimento, o emprego, a habitação e a gama de serviços públicos oferecidos.

E scolhas difíc E is À semelhança do que ocorre no Reino Unido, o próximo Governo português saído das recentes eleições enfrentará escolhas difíceis em matéria de saúde e segurança social. As pressões de curto prazo sobre o SNS exigirão uma atenção urgente, mas também os desafios de longo prazo enfrentados pela saúde do país.

A saúde em Portugal continua a enfrentar vários desafios, alguns dos quais têm sido persistentes ao longo dos anos. Entre os principais problemas salientaria:

Sobrecarga do Sistema de Saúde Pública –

O SNS é a principal forma de acesso à saúde para a população portuguesa, mas está frequentemente sobrecarregado. A falta de recursos, a escassez de médicos e outros -

to da procura devido ao envelhecimento da população são fatores que contribuem para essa sobrecarga.

Envelhecimento da População – Portugal tem uma das populações mais envelhecidas da Europa. Este fenómeno aumenta a pressão sobre os serviços de saúde, especialmente nas áreas de cuidados a idosos, doenças crónicas e saúde mental. O envelhecimento também gera uma maior necessidade de hospitais e cuidados de longa duração, que não têm sido suficientes para atender à procura.

Escassez de Profissionais de Saúde – Existe uma carência significativa de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Além disso, a dificuldade em reter profissionais na rede pública, devido a salários relativamente baixos e condições de trabalho exigentes, agrava ainda mais a situação.

Acesso e Desigualdades Regionais – Embora o SNS ofereça cobertura universal, o acesso aos cuidados de saúde pode variar significativamente entre as diferentes regiões de Portugal. As áreas rurais enfrentam maiores dificuldades em termos de acesso a serviços de saúde, com menos unidades de saúde e especialistas disponíveis.

Tempos de Espera – Os tempos de espera para consultas, exames e cirurgias são um

algumas especialidades como ortopedia e oftalmologia, podem esperar meses por um atendimento adequado. Isso afeta a qualidade de vida e pode agravar doenças, especialmente em condições crónicas.

Saúde Mental – É uma área crescente de preocupação em Portugal, com uma maior prevalência de distúrbios como a depressão, a ansiedade e o suicídio. O sistema de saúde ainda enfrenta desafios em oferecer cuidados adequados a quem sofre de problemas de saúde mental, especialmente no que diz respeito ao número de psicólogos, psiquiatras e unidades de saúde mental disponíveis, nomeadamente comunitárias.

Deficiências no Sistema de Cuidados Primários – Embora o acesso aos cuidados primários seja essencial para uma boa saúde pública, o sistema de cuidados de saúde primários tem falhado em vários aspetos, como a falta de médicos de família para muitos cidadãos e a necessidade de mais investimentos. Isso leva a uma maior pressão sobre os hospitais e serviços de urgência.

Financiamento Insuficiente – O financiamento da saúde pública tem sido uma questão de debate constante. A escassez

de recursos financeiros dificulta a implementação de políticas de saúde de longo prazo e compromete a qualidade e a quantidade dos serviços prestados.

Doenças Crónicas e Estilos de Vida –Doenças crónicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, estão em ascensão em Portugal, em parte devido a hábitos de vida pouco saudáveis, como dietas desequilibradas e falta de atividade física. O sistema de saúde enfrenta desafios tanto no tratamento dessas doenças quanto na prevenção.

Custo da Medicina Privada – Embora o SNS forneça cuidados de saúde universais, muitas pessoas recorrem à medicina privada devido à sobrecarga do sistema público e aos longos tempos de espera. No entanto, a medicina privada tem custos elevados, o que pode representar uma barreira para as pessoas com menos recursos.

Estes são apenas alguns dos problemas mais destacados. O sistema de saúde português continua a lutar para se modernizar e melhorar a sua eficiência, enfrentando um equilíbrio delicado entre recursos limitados e uma população em constante mudança.

Estas tendências pintam um quadro sombrio. Mas a forma como se desenrolam no futuro não é inevitável – e é possível progredir com uma ação política concertada e investimento. Compreender o leque de desafios que se colocam à saúde e aos cuidados de saúde no futuro é essencial para identificar as medidas necessárias aos decisores políticos para lhes dar resposta. As escolhas políticas feitas pelo próximo Governo moldarão o futuro da saúde do país.

OS PRODUTOS INTELIGENTES E ECONOMIA CIRCULAR

A NOVA VANTAGEM COMPETITIVA DA INDÚSTRIA

EUROPEIA

Ricardo Jardim Gonçalves

Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa/UNNova

Numa Europa confrontada com escassez de recursos, aumento da regulação ambiental e forte concorrência internacional, as empresas que souberem reinventar os seus modelos de produção e consumo estarão na linha da frente da nova economia.

Asustentabilidade já não é apenas uma exigência ética ou ambiental. É o novo alicerce da competitividade industrial. Estima-se que, todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de mobiliário são descartadas na União Europeia, na sua maioria para aterro ou incineração. O projeto Cirno âmbito do programa Horizonte Europa,

destaca-se como um farol de inovação e visão estratégica, ao propor uma abordagem transformadora para o setor do mobiliário, um dos mais relevantes em termos de emprego e valor económico no espaço europeu, mas também um dos mais intensivos em recursos e desperdício. Deste modo, a Europa pretende mudar o paradigma atual e provar que é possível

conciliar rentabilidade com circularidade, através de três grandes eixos: estratégias de ecodesign , passaportes digitais de produto e modelos de negócio sustentáveis,

No centro desta revolução está o Passaporte Digital de Produto (DPP), uma solução tecnológica que acompanhará cada produto ao longo de todo o seu ciclo de

vida, agregando dados sobre materiais, origem, durabilidade, impacto ambiental, instruções de reparação e reciclabilidade. Este passaporte digital permitirá uma nova era de transparência, capacitando consumidores, empresas e administrações públicas a fazerem escolhas mais sustentáveis e informadas. Paralelamente, está a ser desenvolvido o Furniture Assessment System (FAS), um sistema de avaliação de sustentabilidade que integra indicadores ambientais, sociais e económicos, suportado por metodologias avançadas de Análise do Ciclo de Vida (LCA), custo (LCC) e impacto social (SLCA). Esta abordagem permitirá às empresas medir com rigor o desempenho dos seus produtos, compará-los com benchmarks e comunicar esses resultados através de rótulos ambientais acessíveis.

i nt E gração d E int E ligência artificial g E n E rativa

Mas a ambição vai mais longe, com a inte-

para apoiar o processo criativo e técnico de design de produto. Modelos baseados em LLM (Large Language Models) são treinados com conhecimento técnico e normativo para sugerir alternativas sustentáveis em tempo real, oferecendo apoio aos designers e engenheiros na fase mais crítica da criação, onde se decide até 80% do impacto ambiental de um produto. Complementando esta transformação digital, aposta-se em novos modelos de negócio baseados em serviços, como o conceito Furniture as a Service (FaaS). Assim, em vez de adquirir mobiliário, os clientes poderão também utilizá-lo sob contrato, com manutenção, renovação ou devolução integradas. Este modelo baseado na utilização em vez da posse prolonga a vida útil dos produtos, reduz o desperdício e permite uma relação contínua com o cliente, transformando a sustentabilidade cadeia de valor é assegurada por tecnologias de blockchain e contratos inteligentes, garantindo rastreabilidade, segurança e interoperabilidade dos dados partilhados. A criação de uma infraestrutura europeia de dados, a Furniture-X, permitirá ainda a integração desta visão com outras indús-

trias e setores regulados, reforçando a soberania digital da Europa.

Esta iniciativa agrega conhecimento técnico, visão empresarial e compromisso com o impacto, num modelo operacional que é inovador para o futuro da indústria europeia, com potencial para ser replicado noutros setores críticos como a moda, os eletrodomésticos ou a construção. Portugal assume um papel central neste esforço europeu. Com um consórcio de 22 entidades europeias de referência e coordenado no nosso país pelo Centro de Tecnologia e Sistemas do UNINOVA CTS/GRIS, entidade de excelência em inovação tecnológica e interoperabilidade digital, a liderança por--

tégica para posicionar Portugal como um protagonista europeu na economia circular. A presença da Sonae Arauco, com forte atuação no setor madeireiro, e do Centro para a Valorização de Resíduos (CVR), especializado em soluções para a reutilização e reciclagem industrial, reforça a relevância nacional nesta agenda europeia.

E nvolvim E nto social Com isto, cenários reais são utilizados com pilotos demonstradores em ambientes domésticos e coletivos, envolvendo muni-

cípios e cidadãos em práticas de reutilização, reparação e prolongamento da vida útil do mobiliário. Este envolvimento social é essencial para criar uma cultura de circularidade. A interoperabilidade entre sistemas será assegurada através da ontologia ISO1030 (AP236) funStep , um padrãote para o setor do mobiliário, garantindo que toda a cadeia de valor partilhe uma linguagem comum, do design à reciclagem. Esta base semântica robusta permitirá que os dados recolhidos pelo Passaporte Digital de Produto sejam úteis, comparáveis e reutilizáveis por fabricantes, retalhistas, recicladores e decisores públicos.

Esta abordagem representa a convergência entre digitalização, sustentabilidade e estratégia industrial. A sua verdadeira inovação reside em compreender que o futuro não pertence apenas a quem produz mais, mas a quem produz melhor, durante mais tempo e com menos impacto. Para os líderes empresariais, investidores e decisores políticos, esta é uma oportunidade concreta de alinhar o crescimento económico com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu.

Portugal já está a mostrar o caminho. Se queremos uma Europa mais competitiva e circular, o tempo para agir é agora.

MAIS DESPORTISTAS E TURISTAS EM PORTUGAL A (À) ATENÇÃO DO LEGISLADOR

Turismo e Desporto em Portugal: eis um binómio que encerra várias vertentes e inerentes oportunidades. Estará o legislador focado em dar prioridade a este binómio?

Antes de procurar a resposta, importa delimitar a abrangência conceptual do referido binómio.

turistas procuram Portugal para praticar desporto, atraídos pelas instalações, pelos eventos em concreto e pelo clima propício. Pense-se, por exemplo, no golfe ou numa meia-maratona.gal, como espetadores para assistir a uma competição desportiva, designadamente campeonatos europeus e mundiais de distintas modalidades, ou o Rally de Portué raro, sendo o clima, à inversa, um fator

táculo ter bilhetes muito caros, mas essas contrariedades pontuais não constituem obstáculo, tal a paixão do adepto pelo seu clube ou seleção, pelo atleta compatriota, pelo evento em si ou pela modalidade desportiva em concreto.porto é parte ou complemento: os turistas procuram cada vez mais férias integradas, e

mentos, experiências gastronómicas, eventos culturais, e o acesso ao desporto, como praticantes ou espetadores. Caso paradigmático,

resulta de atletas, individualmente ou em -

desportiva – por razões naturais, infraestru-

São disso exemplo as delegações estrangei-

estágios de pré-época no Algarve.

LegisLAção envoLvidA

nosso legislador guarida ou a devida aposta/ resposta a estas diferentes variantes de um

dois exemplos de como a lei promove o “direito ao desporto”, constitucionalmente tutelado, pensando nos turistas (nacionais e estrangeiros, logo também com foco no aumento da prática desportiva).

A Constituição não faz menção expressa

conceitos como “qualidade de vida” dos cidadãos e direito ao “lazer” dos trabalha-

Bases da Atividade Física e do Desporto, encontramos uma singela referência ao “turismo na natureza”, a propósito da prá-

Podemos, apenas, tentar inferir uma preocupação com o desporto no conceito de “lazer”. Ora esta pouca atenção do legislador transmite ao decisor político a ideia de

Já na legislação infraconstitucional, vários são

sar de alguns sinais positivos, ainda estamos

Pela positiva, destacamos o facto de se exiparques de campismo e caravanismo

“espaços livres e de instalações positivas”; ou o integrar-se “os equipamentos de desporto e lazer

conjuntos turísticos” – são

o Regime Jurídico das Federações Desportivas valorizar, para efeitos da concessão do estatuto de utilidade pública desportiva às federações, o “relevante interesse desportivo nacional (…) uma atividade desportiva que contribua para o desenvolvimento desportivo do país, ou de algumas das suas regiões, através da organização de provas, eventos desportivos ou manifestações desportivas suscetíveis de projetar internacionalmente a imagem de Portugal”. Falta, porém, valorizar, ao nível da contratualização-

to pelo meio ambiente/por um desenvolvimento sustentável.

AnimAção turísticA

bre agentes de animação turística abran-

desportos tidos por radicais, de aventura ou

normativamente a habilitação técnica (e até os conhecimentos ambientais) dos forma-

atividades com algum perigo (por exemplo, rapel, rafting, parapente e hydrospeed).

uma federação desportiva (vela, remo, canoagem, natação, montanhismo, surf, entre

te uma cédula de treinador de desporto

desportistas do ponto de vista ambiental,via para o efeito.

“patrocínio desportivo”, não como uma forma de publicidade, mas sim uma via de

tem internacionalmente o nome do país, bem como as pessoas singulares ou coletisaber, não se tem utilizado muito esta base

dica e implementação.

Hotéis e empreendimentos turísticos Por outro lado, o legislador exclui os hotéis e empreendimentos turísticos do âmbito de-os, por exemplo, de disporem de diretor técnico e técnicos de exercício físico (com vezes, colocar em crise a saúde, segurança e higiene dos utentes, entregues a si próprios, criam-se menos postos de trabalho.

tamente nas orientações estratégicas dos decisores políticos, com vantagem para, em simultâneo, termos mais desportistas e mais turistas em Portugal.

“ É A LITERATURA O QUE, INEVITAVELMENTE, A QUE ESTÁ NO LIVRO, A QUE FAZ PENSAR.

ANTÓNIO SARAIVA – UM CERTO PERFIL

Pedro T. Neves Guerra & Paz

António Saraiva começou em plano humilde o seu percurso de vida

na proactividade. Conheceu o mundo

O CERCO

Ben Macintyre

Dom Quixote

milhões de pessoas se reuniam em

DESCONHECIDO NESTA MORADA

se em contacto através de cartas e é a partir

exclusivas com o SAS e depoimentos

Macintyre conduz os leitores numa

Kressmann Taylor uma autora de enorme

Kathrine Kressmann Taylor Livros do Brasil
Desconhecido Nesta Morada

FAZ PENSAR. É A PALAVRA ESCRITA, E NESTE MOMENTO É A ÚLTIMA NA ESCALA DE VALORES ”

CEGUEIRA CLÍNICA

Marty Makary Casa das Letras

O ESTADO NOVO EM 101 OBJETOS

Lua de Papel

MATARÁS UM CULPADO E DOIS INOCENTES

D. Quixote

As Cinco Mães de nossa saúde. Será que muitas das crises aos medicamentos.

uivaram sem parar. Uma delas desaparece

que oito comunistas viriam a usar numa

O Estado Novo em 101 Objetos

pequena localidade de Gondarém prepara

» Navios mais elegantes e modernos da Indústria «

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ROLLS-ROYCE A MARCA DE LUXO DO BMW GROUP

Rolls-Royce Cullinan Black Badge e Spectre Black Badge | EXPERIENCE

Foi num ambiente de requinte absoluto que a Rolls-Royce apresentou em Portugal dois dos seus modelos mais emblemáticos na sua versão mais ousada: o Cullinan Black Badge, símbolo de elegância aliada à robustez, e o Spectre Black Badge, o primeiro automóvel 100% elétrico da marca, agora com uma personalidade ainda mais marcante.

Oevento, que decorreu no hotel Quinta da Penha Longa, serviu para demonstrar que, independentemente da carroçaria ou da motorização, o compromisso da Rolls-Royce com o luxo e a exclusividade mantém-se inalterado. Nesta apresentação da gama Rolls-Royce Black Badge, tivemos a oportunidade de conduzir ambos os modelos com a exclusividade que o momento exige.

Cullinan BlaCk Badge

mento acústico e o luxo a bordo. Durante o teste de condução, impressiona a sensação de domínio absoluto sobre o veículo, mesmo nas estradas sinuosas da região de Sintra. O sistema de quatro rodas direcionais torna o Cullinan surpreendentemente ágil, e o EXPERIENCE | Rolls-Royce Cullinan Black Badge e Spectre Black Badge

bono forjada, contrastes de couro escuro e detalhes metálicos que reforçam o lado mais audacioso do modelo.

O motor V12 biturbo de 6,75 litros foi revisto e debita agora 600 cv de potência e 900 Nm de binário, transmitidos às quatro rodas com uma suavidade que continua a ser sinónimo de Rolls-Royce, mas com uma entrega mais -

gic Carpet Ride mantém o conforto de refe-

O Cullinan Black Badge é o SUV mais arrojado da marca britânica, e rapidamente se tornou uma referência entre os automóveis de luxo de grandes dimensões com alma desportiva. Com linhas imponentes, grelha e Spirit of Ecstasy escurecidos, frisos escovados e jantes com acabamento técnico, impõe respeito em qualquer cenário. O interior é uma montra -

conforto mantém-se inabalável, independené mais audível do que nas versões tradicionais, uma escolha intencional para reforçar a conexão emocional com o condutor.

to do cliente, mas nesta versão Black Badge nota-se uma abordagem mais arrojada: tons escuros contrastantes, iluminação personalizada e detalhes exclusivos que elevam o nível

ao detalhe é minuciosa, com acabamentos feitos à mão, aplicações técnicas e a possibilidade de inserir monogramas, padrões únicos ou materiais fornecidos pelo próprio cliente.

SpeCtre BlaCk Badge

O Spectre Black Badge, por sua vez, eleva

Rolls-Royce 100% elétrico apresenta um visual mais desportivo e tecnológico, com acabamentos escurecidos e o emblemático Spirit of Ecstasy redesenhado para maior design mantém-se elegante, mas com uma presença mais ameaçadora e imponente.

O interior do Spectre Black Badge é uma obra-prima moderna: tecnologia digital minimalista, iluminação ambiente personalizada e os icónicos Starlight Doors e tejadilho estrelado, agora com novas animações exclusivas desta edição. O painel dianteiro pode ser iluminado com uma constelação de luzes que forma o nome “Spectre”, uma inovação que combina artesanato com engenharia eletrónica.

cv de potência e 1000 Nm de binário (valo-

100 km/h acontece em cerca de 4 segundos, com uma serenidade e ausência de ruído que tornam a condução numa experiência quasetros, e a compatibilidade com carregamento rápido permite recuperar grande parte da carga em menos de 35 minutos.

Na estrada, o Spectre Black Badge impressiona pela suavidade e pela resposta instantânea.

através de câmaras, GPS e sensores, e adapta-se em tempo real, mantendo a carroçaria

Rolls-Royce Cullinan

EXPERIENCE | Rolls-Royce Cullinan Black Badge e Spectre Black Badge

estável mesmo em curvas mais pronunciadas.cendo uma condução envolvente.

OS mOdelOS BlaCk Badge -

delos Black Badge representam uma atitude. São para clientes que querem um Rolls-Royce com mais presença, mais ousadia e uma identidade própria. Segundo a marca, são pensados

vel: poderoso, distinto, imperturbável.

nalidade da pintura – onde o preto absoluto da Rolls-Royce é considerado um dos mais densos do mundo – até à possibilidade de escolher texturas metálicas ou superfícies foscas, cada Black Badge é verdadeiramen-

forma quase artesanal, e muitos dos pormenores só são descobertos após horas de exploração a bordo.

cada sentido é envolvido com precisãocies quentes, naturais e suaves; o olfato é recebido por fragrâncias personalizadas de couro e madeira natural; a visão deslumbra-se com detalhes iluminados, texturas

a audição é envolta num silêncio absoluto que ajusta a acústica à presença de cada

nidade constante, como se o automóvel se desligasse do mundo exterior.

a filOSOfia BlaCk Badge

mais dinâmico, ousado e personalizado da Rolls-Royce, que mantém a excelência, mas

absoluta, desde os acabamentos interiores até à calibração do som emitido pelo sistema elétrico, para garantir que cada viagem é sensorialmente perfeita.

e a inovação podem coexistir – e que o luxo também pode ser escuro, desportivo

ção clara de que o luxo pode ser adaptado a novas gerações, com a mesma perfeição e exclusividade de sempre. E no universo de poder silencioso.

CONTEMPORARY VILLA IN QUINTA PATINO, CASCAIS

em perfeita harmonia com a natureza, esta vila contemporânea de seis quartos, localizada na exclusiva Quinta Patino, oferece uma fusão de espaço, luz e uma vivência

Frederico Valsassina e remodelada em 2018, a casa destaca-se pelas amplas superfícies envidraçadas que ligam os interiores elegantes aos jardins envolventes. No exterior, a piscina, a zona de barbecue e um campo de futebol privado estão rodeados por árvores e espaços verdes, proporcionando total privacidade e tranquilidade.

Preço: SOB CONSULTA

LUXURY VILLA IN QUINTA DA MARINHA, CASCAIS

Inserida na exclusiva Quinta da Marinha, esta vila contemporânea com 896 m², implantada num lote de 1700 m² , combina luxo, conforto e uma abundante luz natural. No piso térreo, encontram-se três amplas suítes com walk-in closets , uma zona social em open space que integra sala de estar e jantar, uma cozinha moderna totalmente equipada e acesso direto ao jardim paisagístico com piscina aquecida de água salgada. Todos os pisos são servidos por elevador.

Esta é uma propriedade que representa na perfeição a so-

Preço: 11.970.000,00€

STUNNING VILLA IN QUINTA PATINO, CASCAIS

Situada na prestigiada Quinta Patino, num lote elevado de 4.000 m², esta vila clássica com 596 m² de área bruta oferece total privacidade, vistas panorâmicas e um estilo de vida luxuoso em Cascais. A residência conta com sete quartos e sete casas de banho, incluindo uma imponente master suite com dois closets e varanda privativa. Combinando um design clássico com o conforto da vida moderna, esta propriedade representa uma oportunidade rara numa das localizações mais exclusivas de Cascais.

Preço: 13.500.000,00€

STUNNING VILLA IN BIRRE

Desenhada pelo prestigiado atelier ARX Portugal Arquitectos, esta vila contemporânea distingue-se pela arquiteem dois pisos, o nível superior é inteiramente dedicado à master suite

No exterior, o jardim paisagístico integra uma impressionante piscina de 12,5 metros e um pátio resguardado, ideal para ser desfrutado ao longo de todo o ano, envolvido pela própria arquitetura da casa.

Mais do que uma residência, uma verdadeira peça de arquite-

Preço: 3.750.000,00€

MELIDES VILLA

Inserida no Melides Art Park, na costa alentejana, esta vila minimalista – uma das 18 residências num contexto verdadeiramente singular, onde a arte se integra na paisagem – oferece por uma arquitetura pensada ao detalhe. Projetada pelo atelier Esteva i Esteva Arquitectura, a casa conjuga uma estética escultórica com uma sensação de acolhimento, recorrendo a materiais naturais como madeira, pedra e reboco de cal, que conferem textura e serenidade aos interiores.

A vila representa uma forma de viver enraizada, tranquila e em perfeita harmonia com a paisagem natural que a envolve.

Preço: 5.000.000,00€

OCEANFRONT VILLA IN ALBUFEIRA

Situada no topo das falésias da praia da Oura, no Algarve, a Villa Albuente é uma deslumbrante moradia de seis quartos com 850 m ² de área bruta, inserida num lote de 2400 m ² , oferecendo vistas absolutamente impressionantes sobre o oceano Atlântico e um estilo de vida à beira-mar verdadeiramente incomparável.

Projetada pelo atelier DMARQ e mobilada com peças exclusivas, a moradia conjuga a elegância dos interiores com a beleza envolvente do exterior.

A Villa Albuente representa uma combinação rara de tecnologia de ponta e design requintado.

Preço: 18.500.000,00€

UM CLÁSSICO EVOLUÍDO

Com mais de seis décadas de história, a MINI continua a reinventar-se sem nunca perder a identidade que a tornou um ícone global. O novo MINI Coo-é apenas uma extensão da variante de três, é um modelo com argumentos próprios para cativar quem procura um citadino com carisma, tecnologia e uma condução envolvente, sem prescindir da versatilidade.

Visualmente, o MINI Cooper C 5

Portas mantém o ADN visual da marca britânica, agora com um estilo mais polido e contemporâneo. A grelha frontal hexagonal foi redesenhada, os grupos óticos são agora full LED com um grafismo mais expressivo e as proporções continuam compactas, mas com uma presença mais sólida. A nova geração do modelo apresenta ainda uma melhoria nas linhas aerodinâmicas, preservando o visual “fun-to-drive” e elegante, com jantes até 18 polegadas e uma ampla paleta de personalizações – incluindo tejadilhos em contraste e pacotes estéticos distintos, como o Classic ou o JCW Trim.

A adição das portas traseiras não compromete a estética harmoniosa. Pelo contrário, proporciona uma silhueta mais equilibrada, mantendo os pilares curtos e os balanços reduzidos, elementos-chave para a dinâmica típica da MINI.

H abitáculo mais espaçoso e tecnológico

O interior do MINI Cooper C 5 Portas reflete uma clara aposta no minimalismo funcional, seguindo a nova filosofia “Charismatic Simplicity”. O painel de bordo é dominado por um ecrã OLED circular de 9,4 polegadas, posicionado ao centro, que serve de interface principal para navegação, infoentretenimento e até para controlos de climatização. O sistema operativo MINI OS 9 permite atualizações over-the-air , maior integração com smartphones e resposta tátil melhorada.

A posição de condução continua a ser um dos grandes trunfos do modelo, com uma ergonomia cuidada, volante desportivo e bancos bem perfilados. A variante de cinco portas garante ainda mais conforto aos passageiros traseiros, com melhor acesso e espaço para pernas. A bagageira, com 275 litros, pode atingir os 925 litros

com os bancos rebatidos, o que torna este MINI mais funcional do que muitos esperam à primeira vista.

m otorização eficiente , prazer garantido

No que toca à motorização, o MINI Cooper C 5 Portas aposta num bloco 1.5 litros, três cilindros, com tecnologia TwinPower Turbo, debitando 156 cv e 230 Nm de binário. Este motor a gasolina está acoplado a uma caixa automática Steptronic de dupla embraiagem com sete velocidades, que proporciona uma entrega suave e progressiva, sem perder o carácter desportivo que se espera da marca. A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em cerca de oito segundos, e a velocidade máxima ultrapassa os 225 km/h. Em condução urbana, o MINI mostra-se ágil e responsivo, com uma direção direta e suspensões firmes, mas suficientemente

confortáveis para o dia a dia. Já em estrada, evidencia a sua tradicional capacidade dinâmica, oferecendo uma experiência envolvente e segura.

s egurança e conectividade ao nível premium

O MINI Cooper C 5 Portas vem equipado com um conjunto abrangente de sistemas

de assistência à condução. Entre os mais relevantes encontram-se o controlo de velocidade adaptativo, o assistente de permanência na faixa, travagem de emergência com deteção de peões e ciclistas, reconhecimento de sinais de trânsito e sensores de estacionamento com câmara traseira.

A conectividade é outro dos pontos fortes, com integração total com Apple

CarPlay e Android Auto, hotspot Wi-Fi e sistema de som premium opcional da Harman Kardon. A aplicação MINI Connected permite ainda controlar diversas funções do veículo à distância, como o fecho de portas, climatização ou localização do veículo.

u m mini com mais razões para ser escol H ido A nova geração do MINI Cooper C 5 Portas surge como uma alternativa racional dentro do universo MINI. É mais do que uma simples extensão do modelo de três portas: é uma solução pensada para famílias jovens, casais ativos ou profissionais urbanos que desejam uma condução divertida, mas com um toque de maturidade.

Combinando o espírito irreverente da marca com argumentos de usabilidade concretos – espaço, tecnologia, eficiência e segurança – o MINI Cooper C 5 Portas posiciona-se como uma escolha premium dentro do segmento dos utilitários compactos. E como é tradição na MINI, continua a ser um automóvel que se conduz com um sorriso no rosto, seja em percursos citadinos ou numa escapadela de fim de semana.

MINI Cooper C

POLESTAR 2 LONG RANGE DUAL MOTOR

O Polestar 2 Long range Dual motor é a proposta mais ambiciosa da jovem marca sueca com raízes na Volvo e um claro foco na mobilidade elétrica de elevada performance. Neste caso, falamos de um elegante fastback de cinco portas, cuja silhueta combina sobriedade escandinava com uma postura marcadamente desportiva. Nesta versão Long range Dual motor, como o nome indica, estão presentes dois motores elétricos que garantem tração integral e uma potência combinada de 421 cv, com um binário impressionante de 740 Nm. Isto traduz-se numa aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,5 segundos. Mas o desempenho não vive só da força bruta – o Polestar 2 impressiona também pela precisão da direção e pelo equilíbrio dinâmico, potenciado por uma afinação de chassis rigorosa e por um centro de gravidade baixo, fruto da disposição da bateria de 82 kWh entre os eixos.

MAZDA CX-80 3.3 E-SKYACTIV D (200 CV) 8AT HOMURA PLUS

O Mazda CX-80 é o novo topo de gama da marca de Hiroshima no segmento SUV, e chega à Europa com a promessa de ser o Mazda

premium com a engenharia de precisão típica da marca. Equipado com o motor 3.3 e-Skyactiv D de 200 cv e caixa automática de oito velocidades, este SUV diesel mild-hybrid revela-se surpreendende binário e baixos consumos mesmo em ritmos mais elevados. Esta versão Homura Plus distingue-se por detalhes exteriores em em pele preta que transmitem requinte e conforto em partes iguais. A carroçaria em Melting Copper capta imediatamente a atenção, reforçando o carácter distinto deste SUV de grandes dimensões.

MERCEDES-BENZ EQE LIMOUSINE

A Mercedes-Benz reforçou a sua ofensiva elétrica com a introtradicional da marca com a inovação tecnológica do futuro. Assente na mesma plataforma EVA2 do seu irmão mais imponente, dimensões generosas, com um comprimento próximo dos cinco metros, mas com uma arquitetura mais compacta e dinâmica. Visualmente, destaca-se pela silhueta em arco, pela grelha “Blauma imagem moderna e aerodinâmica. No interior, a qualidade de construção é irrepreensível e a tecnologia está em destaque, com a opção do impressionante “Hyperscreen”, um painel de instrumentos que se estende por toda a largura do tablier. Em termos de motorizações, o EQE oferece várias alternativas, com potências que começam nos 245 cv da versão EQE 300 e que podem ultrapassar os 600 cv nas versões AMG.

LEXUS RZ 450E

O Lexus RZ 450e assinala a estreia da marca japonesa no segmento dos SUV 100% elétricos desenvolvidos de raiz. Com uma abordagem premium na plataforma e-TNGA, partilhada com outros veículos do grupo Toyota, mas com a identidade distinta da Lexus.

O design exterior do RZ 450e segue a filosofia Lexus, com linhas elegantes e aerodinâmicas que conferem uma presença marcante na estrada. A dianteira exibe a tradicional assinatura luminosa em forma de L e uma grelha minimalista, característica dos modelos elétricos. Já na traseira, os faróis unidos por uma faixa luminosa reforçam a sensação de modernidade.

No habitáculo, o ambiente premium é evidente, com materiais de alta qualidade e um design minimalista, mas envolvente. O painel de instrumentos digital e o ecrã central tátil de 14 polegadas garantem uma experiência tecnológica intuitiva.

TOYOTA YARIS CROSS 1.5 HEV

O Toyota Yaris Cross 1.5 HEV 130 Premiere, na cor verde caqui, é um SUV híbrido que se destaca pela sua combinação de design exterior é moderno verde caqui, com acabamento metálico, confere um toque de exclusividade, atraindo olhares por onde passa. As rodas de liga

ticação ao visual do modelo. Sob o capot , o Yaris Cross 1.5 HEV traz um motor híbrido inteligente que combina um motor a combustão de 1,5 litros com um motor elétrico. Esse conjunto

do 130 cv de potência combinada. O modelo apresenta uma excelente autonomia, com o motor elétrico capaz de operar em trechos urbanos de forma silenciosa e sem emissões, o que contribui para uma condução mais sustentável.

O BMW X3 xDrive20d representa uma das propostas mais equilibradas da gama SUV da marca bávara, combinando a sofisticação típica da BMW com uma versatilidade que se adapta tanto a percursos urbanos como a viagens mais longas. Nesta versão, o motor 2.0 litros turbodiesel de quatro cilindros oferece 190 cv de potência e um binário de 400 Nm, valores suficientes para garantir prestações muito interessantes e consumos contidos. Associado à caixa automática Steptronic de oito velocidades e ao sistema de tração integral xDrive, o X3 xDrive20d apresenta um comportamento dinâmico referencial dentro do segmento. O conforto a bordo é elevado, beneficiando de uma qualidade de materiais e de montagem irrepreensíveis, à altura das expectativas criadas pela insígnia da hélice. Espaçoso e muito bem equipado de série, o X3 oferece ainda uma bagageira com 550 litros de capacidade, permitindo uma utilização familiar sem concessões.

BMW X3 XDRIVE20D

CELEBRAÇÃO DA HISTÓRIA E ELEGÂNCIA AUTOMÓVEL

O Concorso d’Eleganza Villa d’Este 2025 ofereceu uma oportunidade única para destacar o fascínio duradouro da mobilidade, ligando perfeitamente o passado glorioso do automóvel às suas versões contemporâneas e futuras.

Ocenário mágico do lago de Como foi o pano de fundo para dias inesquecíveis na edição deste ano do Concorso d’Eleganza Villa d’Este, o evento de automóveis clássicos mais prestigiado e tradicional do mundo.

do Hotel Villa d’Este acolheram uma fabulosa variedade de veículos, que competiram em oito classes irresistivelmente apelativas. O evento cativou os inúmeros visitantes e teve ampla cobertura da imprensa internacional, culminando na consagração de um vencedor radiante.

O s c O ntemplad O s

O Alfa Romeo Tipo B (P3) de 1934 venceu o concurso. Historicamente, este carro de corrida não era um modelo qual -

quer – foi uma máquina revolucionária que redefiniu o conceito das corridas Vittorio Jano, foi um dos primeiros verdadeiros monolugares de competição. No domingo, o orgulhoso proprietário da Coleção Auriga, da Alemanha, recebeu o prestigiado prémio de vencedor Trofeo BMW Group – Best of Show. O troféu foi entregue por Helmut Käs, diretor da BMW Group Classic e presidente do Concorso d’Eleganza Villa d’Este. Além do deslumbrante troféu, -

beu um modelo único do relógio 1815 Chronograph em ouro branco, criado exclusivamente pela A. Lange & Söhne para o vencedor do Best of Show.

A Coppa d’Oro Villa d’Este, atribuída por voto do público, foi conquistada pelo BMW 507 de 1957. O seu design elegante e perfeitamente equilibrado, aliado a um motor V8 de 3,2 litros, tornaram-no um ícone da engenharia automóvel. O roadster , um dos maiores ícopor Dirk de Groen, dos Estados Unidos da América, e recebeu o maior número de votos dos visitantes do evento.

B m W e R O lls -R Oyce

Na sexta-feira à noite, a BMW M apresentou mundialmente o BMW M2 CS, um novo carro desportivo de alta performance concebido para o puro prazer de condução. O cocktail do BMW Group deu início à noite festiva com mais duas estreias mundiais: o BMW Concept Speedtop, uma exclusiva interpretação de três portas de um BMW Touring com conceito único de cor e materiais, e o BMW Motorrad Concept RR, uma antevisão da próxima geração de Superbikes BMW RR.saicos do Hotel Villa d’Este foi o local perfeito para assinalar o 70.º aniversário de um ícone do design automóvel: o BMW 507. A Rolls-Royce Motor Cars celebrou também um marco especial: o centenário do primeiro Phantom. A carreira cinematográfica do modelo de topo da marca foi homenageada com uma exposição do Rolls-Royce Phantom Goldfinger, uma peça única que celebra o filme de James Bond de 1964.

Durante os dois dias abertos ao público, a BMW Group Classic cativou uma vasta e diversificada audiência. No sábado, o evento Amici & Automobili – Wheels & Weisswürscht reuniu fãs de automóveis lendários e numerosos entusiastas de clubes BMW e de outras marcas do norte e centro da Europa, no extenso parque da Villa Erba. Uma impressionante exposição de modelos BMW Série 3 de todas as gerações assinalou o 50.º aniversário da lendária série. Após o evento, um leilão exclusivo da BMW, organizado pela nova parceira Broad Arrow Auctions, celebrou a rica história da marca – do primeiro BMW 328 e BMW 507 aos atuais e dinâmicos modelos BMW M. a tividades

Mais uma vez com lotação esgotada, o evento Concorso d’Eleganza Villa d’Este Public Day - Il Festival atraiu um grande público com os seus inúmeros destaques.

Sonhos tornaram-se realidade para muitos fãs de carros clássicos de corrida, com uma exposição especial que celebrou os 85 anos dos BMW Mille Miglia Icons, com os veículos originais sobreviventes que deram à BMW uma gloriosa vitória na Mille Miglia de 1940. Outros atrativos incluíram a apresentação do Art Car n.º 13 de Sandro Chia (um BMW M3 GTR artisticamente impressionante) e uma exposição dedicada ao 70.º aniversário do BMW Isetta de três rodas. O Public Day deu ainda aos espetadores a oportunidade de celebrar a sua paixão comum pela mobilidade ao assistirem ao desfile espetacular de todos os carros históricos em competição nas categorias de prémios do Concorso d’Eleganza Villa d’Este 2025. O impressionante espetáculo traçou uma ponte entre o passado e o futuro, especialmente através da categoria Concept Cars & Prototypes.

ALCÁCER-QUIBIR POWERED BY JEEP

Em 1578, uma armada portuguesa, comandada por D. Sebastião, partiu de Lagos à conquista de novas terras marroquinas. Mais de quatrocentos anos depois, as praias da costa de Marrocos voltaram a ser “invadidas” por nova armada lusitana.

Oobjetivo da expedição era ambicioso – juntar dias de aventura inesquecíveis à recordação de um dos momentos mais marcantes da História de Portugal! E foi com esta missão no horizonte que 50 aventureiros em mais de duas dezenas de 4x4 liderados por uma “armada” JEEP, com destaque para os novos JEEP Avenger 4xe, se reuniram em Lagos para rumar a Marrocos.

Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre, fez questão de destacar que, “de todas as aventuras que o Escape Livre organizou a Marrocos, esta terá sempre um lugar especial para todos os que a viveram. Seguir os trilhos de um momento tão impactante da História de Portugal, poder ouvi-la contada por Joel Cleto e, pelo caminho, sentir as emoções da condução todo-terreno em Marrocos, nomeadamente na etapa da praia de Larache, foi uma aventura marcante, registada com a entrega do troféu SPAL, e que só foi possível graças, também, ao entusiasmo dos nossos parceiros Bridgestone, First Stop e JEEP! Porque para entender a História, nada como vivê-la!”

O FUTURO URBANO CHEGOU!

O Hyundai Inster, o novo citadino 100% elétrico da marca sul-coreana, foi apresentado à imprensa nacional, em Lisboa, num evento realizado no Mitra Social Club.

Com linhas modernas e compactas, o modelo posiciona-se como uma solução ur-

por propor um design robusto e funcional, com elementos LED marcantes e uma pre-

de 42 kWh e 49 kWh, oferece uma autonomia até 360 quilómetros em ciclo WLTP,

e um ambiente digital dominado por dois

cruise control

Com esta proposta, a Hyundai reforça o seu compromisso com a mobilidade elétrica, ofe-

REFÚGIO DE LUXO EM PLENA NATUREZA

Entre o azul intenso do Atlântico e a serenidade da Reserva Mundial de Surf da Ericeira, ergue-se o Immerso Hotel, um retiro contemporâneo que reinterpreta o conceito de hospitalidade com um equilíbrio notável entre luxo discreto, sustentabilidade e experiências sensoriais. Situado no alto de uma encosta verdejante, com vistas deslumbrantes sobre o mar e a vegetação endémica, o Immerso não é apenas um hotel, é uma imersão plena na essência da costa portuguesa.

Desenhado com o propósito de se integrar harmoniosamente na natureza, o Immerso apresenta linhas minimalistas e materiais naturais, como a madeira, o betão aparente e a pedra, que reforçam a sensação de continuidade entre o exterior e o interior. O projeto arquitetónico soube respeitar as curvas da colina, evitando impactos visuais agressivos e preservando a beleza da envolvente. O interior, assinado por estúdios de design de renome, apresenta uma elegância despojada,

onde cada detalhe é pensado para potenciar a experiência de relaxamento: paletas de tons neutros, texturas naturais e uma iluminação cuidadosamente estudada criam um ambien-

AlojAmento pensAdo pArA os sentidos Com apenas 37 quartos e suítes, o Immerso oferece uma experiência verdadeiramente exclusiva e personalizada. Todas as unidades dispõem de varandas ou terraços privativos,

proporcionando vistas ininterruptas para o Atlântico ou para a vegetação luxuriantemente espontânea da encosta.

Os quartos, amplos e banhados por luz natural, apresentam uma decoração orgânica e minimalista, onde predominam materiais sustentáveis e peças de artesanato local. O conforto é elevado ao seu expoente máximo através de camas king-size, roupas de cama em algodão egípcio, amenities ecológicos e sistemas de climatização inteligentes.

GAstronomiA de terroir

O restaurante EMME, sob a liderança do talentoso chef Alexandre Silva, é uma verdadeira celebração dos sabores locais e sazonais. A cozinha, com forte inspiração na terra e no mar da região, privilegia ingredientes biológicos, provenientes de pequenos produtores e da horta do próprio hotel. O menu, que varia conforme as estações, aposta em pratos autênticos e reconfortantes, com apresentações despretensiosas grelhado em forno a lenha, os legumes da época trabalhados com mestria e os pães artesanais, confecionados diariamente.

A carta de vinhos privilegia as castas portuguesas, com especial enfoque em produtores sustentáveis e vinhos naturais.

Bem-estAr em sintoniA com A nAturezA

O Immerso propõe uma abordagem holística ao bem-estar, através do seu spa e das atividades ao ar livre. O spa, de inspiração naturalista, oferece massagens e terapias

que utilizam produtos orgânicos e técnicas tradicionais. Os tratamentos podem ser realizados em salas interiores ou ao ar livre, sob o som relaxante do mar.

A piscina exterior de água salgada, rodeada por um deck em madeira e espreguiçadeiras confortáveis, convida a momentos de pura contemplação. O centro de wellness inclui ainda aulas de ioga, meditação, caminhadas guiadas pela costa e retiros de bem-estar personalizados.

ViVer A ericeirA de formA AutênticA

Mais do que uma estadia, o Immerso oferece aos seus hóspedes a oportunidade de descobrir a cultura e a natureza da Ericeira de forma genuína. As atividades propostas incluem aulas de surf, passeios de bicicleta elétrica pelas falésias, visitas a produtores locais, workshops de cozinha tradicional e provas de vinho.

A localização estratégica permite ainda explorar outros encantos da região Oeste, como Mafra, com o seu imponente palácio-

-convento, e a pitoresca vila de Sintra, património mundial da UNESCO.

sustentABilidAde como filosofiA de VidA compromisso sólido com a sustentabilidade.ção de materiais reciclados e recicláveis, a separação e valorização de resíduos e a aposta na biodiversidade local são práticas constantes. O hotel privilegia ainda a formação e o emprego da comunidade local, reforçando a sua integração num ecossistema social e económico sustentável.

o luxo dA simplicidAde

No Immerso Hotel, o verdadeiro luxo reside na simplicidade: na qualidade das relações humanas, na beleza dos pequenos gestos e na ligação autêntica com a natureza. Um lugar onde o tempo abranda e os sentidos despertam, para uma experiência inesquecível de reencontro consigo mesmo e com o mundo que o rodeia.

OGIER VOLTA A ENCANTAR EM SOLO PORTUGUÊS

Sébastien Ogier continua a deixar a sua marca no coração dos portugueses e na história do Rally de Portugal. Na edição de 2025, o piloto francês alcançou a sua sétima vitória nesta prova do WRC – World Rally Championship, um modalidade. Esta vitória contribuiu para manter a Toyota invencível nesta temporada, reforçando o brilho da equipa.

por Ana Laia

Ao longo dos mais de 300 quilómetros cronometrados, entre paisagens deslumbrantes e troços desafiantes nas regiões Centro e Norte do país, Ogier demonstrou toda a sua mestria e serenidade ao volante. Apesar de não ter sido o piloto com mais vitórias em especiais – honra que coube a Ott Tänak (Hyundai), que liderou durante grande parte da prova – foi a consistência, a calma e a experiência do francês que acabaram por lhe garantir o primeiro lugar no pódio.

Tänak, apesar de um revés na fase decisiva, terminou num honroso segundo lugar, provando estar em excelente forma e prometendo uma temporada repleta de emoção. O jovem Kalle Rovanperä, também em Toyota, fechou o pódio com

uma performance sólida, assegurando a supremacia da marca japonesa. Entre os talentos nacionais, brilhou novamente Armindo Araújo, que pela 14.ª vez foi o melhor entre os portugueses. Ao volante do seu Š koda, o piloto demonstrou uma garra inabalável, merecendo cada aplauso do público que, apaixonadamente, acompanhou o rali.

E v E nto irr E pr EE nsív E l

A organização do Automóvel Club de Portugal (ACP) voltou a superar-se, proporcionando um evento irrepreensível em termos logísticos e desportivos. Mais de um milhão de espetadores marcaram presença ao longo dos vários troços, criando um ambiente vibrante, festivo e profundamente entusiasta, de Arganil a

Fafe, passando por Lousã, Góis, Mortágua e Amarante.

As classificativas, exigentes e icónicas, voltaram a testar os limites dos carros e das equipas. Momentos como o salto de Fafe ou os sinuosos caminhos de Arganil continuam a fazer sonhar pilotos e fãs. O tempo ameno contribuiu para um espetáculo de rara beleza, onde a natureza, a técnica e a emoção se entrelaçaram de forma perfeita.

Este rali é, ano após ano, um momento de celebração e orgulho para o país.

A presença de Sébastien Ogier, que volta a conquistar os corações lusos, só vem abrilhantar uma prova que é, sem dúvida, uma das mais queridas do calendário WRC. Em 2025, a magia voltou a acontecer nos troços de Portugal.

LIDERANÇA E AMBIÇÃO COLETIVA

Teve lugar no Sheraton Lisboa Hotel & SPA mais um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, cujo orador convidado foi o Almirante Gouveia e Melo, com o tema “Liderança e Ambição Coletiva”.

O almirante falou aos presentes sobre o momento atual, em Portugal e na Europa, sem nunca revelar se é candidato à Presidência da República, pois o mais importante são as eleições legislativas. Obama em 2007, e de Putin ter feito um discurso agressivo sobre a situação, e depois, em 2008, invadir a Geórgia. Mencionou o investimento russo em Defesa, nas forças militares dentro e fora da Nato, e que “Trump coloca em causa valores consolidados ao longo dos últimos 80 anos”. crescimento em termos populacionais na Índia e na China, vai ser na África que o cresci-

ção, onde congregou pessoas, “foi uma inspiração que nos permitiu chegar em primeiro lugar relativamente a outros países.”

1| Alejandro Martins, Almirante Henrique Gouveia e Melo e Francisca Martins 2| Almirante Henrique Gouveia e Melo e António Saraiva 3|nuel Ramalho 4| 5| César do Paço, Almirante Henrique Gouveia e Melo e Manuel Ramalho 6| Ana Rita Cavaco e Manuel Ramalho 7| Júlia Ladeira Santos e Sílvio Santos 8| Fernando Negrão, António Saraiva, Almirante Henrique Gouveia e Melo, Linda Pereira e José Sousa Cintra 9| José Mesquita e João Paço10| José Melo Pinto e Cristina Santos Silva 11| Marina Prévost-Mürier e Maria da Conceição Caldeira 12| Correia13| 14| Almirante Henrique Gouveia e Melo 15| Manuel Ramalho 16| Almirante Henrique Gouveia e Melo e Manuel Ramalho

Teve lugar no Sheraton Lisboa Hotel & SPA mais um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, cujo orador convidado foi o ministro da Economia Pedro

O governante acha que o país se encontra dividido entre “reformistas e situacionistas” e visto como um porto de abrigo e uma plataforma estratégica para os investidores”.

empresas quando os ministérios das Finanças e da Economia trabalharem de braços dados”. -

1| Miguel Morgado Ribeiro, Armindo Monteiro, Pedro Reis, Joaquim Miranda Sarmento e Manuel Ramalho 2| Pedro Reis, Paulo Bertão e Manuel Ramalho 3| Manuel Ramalho, Pedro Agustín Roa Neves 4| Mira Amaral e Luís Infante da Câmara 5| Damião de Castro e Jorge Camões 6| Joaquim Miranda Sarmento e Rita Rodrigues 7| André Freire 8| 9| Karina Nobre 10| Patrícia Meneses Leirião 11| Paulo Rios de Oliveira 12| Rita Yang 13| Victor Vodopianov 14| Marco Santos Costa e Lidia Wen 15| Miguel Salema Garção e Pedro Ventura 16| Luís Mira Amaral 17| Pedro Reis e Manuel Ramalho 18| Pedro Reis

INVESTIDURA DE CAVALEIROS E DAMAS DA ORDEM DO CAMINHO DE SANTIAGO

Aorganização do XXXV Capítulo Extraordinário da Ordem do Caminho de Santiago, decorrido na cidade da Guarda, esteve a cargo do Clube Escape Livre, com o apoio da Câmara Municipal da Guarda, do Turismo do Centro e da Diocese da Guarda, com forte participação de comendadores e conselheiros oriundos de vários países. A sessão de abertura contou com discursos de Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda; Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre; Anabela Freitas, vice-presidente do Turismo do Centro; Manuel Matos, vigário-geral da Diocese da Guarda; e Alejandro Rubin, chanceler da Ordem. O Grão-Mestre Miguel Pampin atribuiu a distinção Jacobeia às entidades envolvidas na organiza-

ção. Foi também descerrada uma placa comemorativa do evento, acompanhada da plantação de uma árvore no Jardim Frei Pedro, simbolizando a paz e a concórdia que a Ordem promove. O momento mais solene do Capítulo ocorreu com a investidura de 21 Cavaleiros e Damas na Sé Catedral da Guarda, antecedida pelo hino da Ordem. Entre os investidos estavam personalidades como Holger Marquardt (CEO da Mercedes-Benz Portugal), o historiador Joel Cleto, o autarca Sérgio Costa, o secretário de Estado do Turismo Pedro Machado, o secretário-geral da ACAP Hélder Pedro e a gestora Ana Pinho. Todos expressaram grande emoção ao receber as insígnias da Ordem.

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