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Modelo apresentado: Bentayga Speed.

ENTRE PRIVATIZAÇÃO E SOBERANIA O FUTURO DA TAP

celeBrar a excelência

a UNICEF, e iniciativas ambientais que-

Boas Festas

a voz dos Farmacêuticos

sustentaBilidade em ação

Na revista FRONTLINE

10/ NEWS

14/ GRANDE ENTREVISTA

Helder Mota Filipe

24/ OPINIÃO

Luís Mira Amaral

Maria de Belém Roseira

Carlos Zorrinho

Luís Lopes Pereira

Fernando Leal da Costa

30/ PANORAMA Crescimento económico

32/ SAÚDE

34/ GRANDE ANGULAR

36/ MAGAZINE Homenagem

38/ AMBIENTE

40/ ATUALIDADE

Política migratória

42/ EM FOCO Perspetivas

44/ VISÃO Prevenção

FICHA TÉCNICA

46/ DOSSIER

48/ DESPORTO

Direito cultural ESPECIAL

LIVROS

EVENTO

62/ MOTORES Volvo ES90

64/ ON THE ROAD

68/ IMOBILIÁRIO

A RESERVAR LX Mandarim

The Plaza Hotel APRESENTAÇÃO Unleash MINI

SOCIAL

Estoril Sol

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R OCK IN R IO L ISBOA 2026

JÁ FORAM ANUNCIADAS AS NOV IDADES

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N U N O M E N DO N ÇA

ASSUME DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO E INICIATIVAS ESTRATÉGICAS DA SIVA|PHS

A SIVA|PHS anuncia a criação de uma nova área na sua estrutura organizacional, dedicada à Comunicação Institucional e às Iniciativas Estratégicas, reforçando o compromisso do Grupo com uma comunicação integrada e alinhada com os seus objetivos estratégicos para 2030. A liderança desta nova área será assumida por Nuno Mendonça, atual diretor-geral da Audi Portugal, que passará a exercer funções de diretor de Comunicação e Iniciativas Estratégicas da SIVA|PHS a partir de janeiro de 2026. Com cinco anos de experiência na Audi e um percurso anterior na Mercedes-Benz, Nuno Mendonça traz consigo uma sólida experiência no setor automóvel, uma visão estratégica e um profundo conhecimento da organização, qualidades essenciais para fortalecer a ligação entre a comunicação interna e externa, os stakeholders e a visão do grupo para o futuro.

G E N ERIS F AR M AC ÊUTI C A

DISTI N GUIDA C O M P RÉ M IO

L ABORATÓRIO DO A N O

O Prémios Almofariz são os prémios com maior notoriedade no setor farmacêutico, que distinguem as iniciativas e a inovação da indústria farmacêutica e também os farmacêuticos e os seus projetos mais relevantes.

Este ano, a Gala da Farmácia aconteceu a 21 de outubro, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril e, pela 3.ª vez consecutiva, a Generis Farmacêutica foi a premiada! “Receber o prémio de Laboratório do Ano, pela terceira vez consecutiva, é uma experiência inesquecída paixão e do trabalho conjunto de uma equipanitárias que caminham connosco todos os dias. Obrinossas equipas pelo compromisso, pela entrega e por fazerem da Generis aquilo que somos hoje.

Este prémio é de todos!” Generis Farmacêutica

“FARMACÊUTICOS: UM PILAR CLÍNICO INDISPENSÁVEL PARA A SAÚDE EM PORTUGAL”

Num momento crítico para o sistema de saúde, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos defende uma integração plena dos farmacêuticos no Serviço Nacional de Saúde, alertando para a urgência de valorizar carreiras, garantir acesso equitativo a medicamentos e reconhecer o papel clínico destes profissionais. Entre a pressão sobre os serviços públicos e os desafios da inovação, esta é uma visão estratégica para um setor que quer ser parte ativa da solução.

Como CaraCteriza o atual momento da profissão farmaCêutiCa em portugal?

A situação da saúde em Portugal encontra-se num ponto crítico, refletindo anos de subfinanciamento, planeamento insuficiente e uma desvalorização progressiva dos profissionais de saúde, incluindo dos farmacêuticos.

O quadro político dos últimos anos, marcado por mudanças sucessivas e algumaplementar reformas estruturais duradouras. Este facto tem impacto direto na capacidacidadãos nas instituições e na motivaçãoram os cuidados de saúde.

A pressão crescente sobre os serviços públicos exige uma ação urgente e estru -

turada por parte do Governo. Um país que não investe nos seus sistemas de saúde está a comprometer o futuro, considerando que o custo dos sistemas de saúde tem vindo a aumentar progressivamente associado aos custos da inovaçãodade do SNS.

como prioridade transversal no novo ciclo político, com visão estratégica, com estabilidade nas lideranças e com a valorização e capacidade de retenção dos

Quais os maiores desafios Que a ordem enfrenta na defesa dos seus profissionais?

A Ordem tem em consideração este tema, nomeadamente no que respeita a:

• Reconhecimento efetivo do papel dos farmacêuticos no SNS, integrando-os nas equipas multidisciplinares e no acompanhamento do doente.

• Valorização contratual dos farmacêuticos no SNS e no setor privado, garantindo

• Integração plena dos farmacêuticos nos cuidados de saúde primários, hospitalares e comunitários, aproveitando as suas competências em medicamentos, uso racional e promoção da saúde.

• Promoção do acesso a formação contínua e especializada, garantindo atualização técnica permanente e preparando os far-

ção e da inovação em saúde.

• Defesa da autonomia técnica e cientí -

Como avalia a integração dos farmaCêutiCos nos Cuidados de saúde primários?

PRECISAMOS DE CONSOLIDAR EQUIPAS

MULTIDISCIPLINARES COM FARMACÊUTICOS

CLÍNICOS NOS CENTROS DE SAÚDE, REFORÇANDO

decisões em saúde envolvendo medicamentos e dispositivos médicos contem com o seu parecer.

• Consolidação de novos serviços farmacêuticos, enfrentando resistências e constrangimentos que atrasam a modernização do setor.

• Reconhecimento do farmacêuticosencial na literacia em saúde, prevenção da doença e capacitação do cidadão, nomeadamente no autocuidado.

• Necessidade de maior representatividade política e institucional, para garantir que as decisões que impactam o setor farmacêutico sejam tomadas com farmacêuticos.

• Garantir a sustentabilidade do modelo de farmácia comunitária, defendendo a farmácia como parceiro estratégico do SNS, especialmente nas populações mais vulneráveis e em zonas rurais.

A defesa da qualidade no sistema de saúde carreiras; a valorização do ato farmacêutico; a promoção da autonomia técnica e

de Que forma os farmaCêutiCos Contribuíram para a resposta à pandemia de Covid-19?

A pandemia de Covid-19 veio evidenciar de forma inequívoca o farmacêutico no

sistema de saúde, destacando a sua capacidade de adaptação e a importância da sua proximidade à comunidade. Para além de assegurarem a continuidade do acesso a medicamentos e outros produtos de saúde, os farmacêuticos desempenharam um papel ativo na promoção da saúde pública, na sensibilização e na educação da população, contribuindo para a literacia em saúde num período marcado por grande incerteza e desinformação.

A sua participação em testes rápidos antigénio e PCR nas farmácias facilitaram o rastreio e deteção precoce de casos, tendocia da resposta ao controlo da pandemia, aliviando a pressão sobre outros níveis de cuidados de saúde e aumentando a capilaridade do acesso a estes serviços. Adicionalmente, através da prestação de aconselhamento farmacêutico, conseguiram apoiar doentes crónicos e grupos vulneráveis, garantindo o uso seguro e adequado da medicação e reduzindo a necessidade de deslocações a unidades de saúde, fator crí-

A capacidade de inovação demonstrada, com a implementação de serviços de entrega ao domicílio e de acompanhamento remoto, demonstra que estamos preparados para responder a necessidades emergentes da comunidade.

É indispensável continuar a valorizar e a integrar os farmacêuticos em estratégias de saúde pública, não apenas em contextos de crise, mas de forma estruturada e sustentável no futuro.

Como avalia a integração dos farmaCêutiCos nos Cuidados de saúde primários?

Tem havido progressos, mas ainda sem a escala desejada. Precisamos de consolidar equipas multidisciplinares com farmacêuticos clínicos nos centros de saúde, reforçando o acompanhamento terapêutico, adesão e literacia em medicamentos, tal como defendido várias vezes pela Ordem.

Qual tem sido o papel das farmáCias Comunitárias no sistema de saúde?

A proximidade, construída com base na

a primeira porta de entrada no sistema de saúde. Num contexto de crescente pressão sobre o SNS, as farmácias desempenham um papel fundamental no apoio e alívio dessa sobrecarga. Devemos, por isso, promover uma mudança cultural que incentive os cidadãos a “consultar o farmacêutico primeiro”, otimizando os recursos do SNS.

Têm prestado vários serviços farmacêuticos neste sentido: renovação da

Considera Que os farmaCêutiCos estão a ser devidamente valorizados pelo estado?

AINDA NÃO. EMBORA RECONHECIDOS

PELA SOCIEDADE, FALTA REFLETIR ISSO EM POLÍTICAS EFICAZES DE REMUNERAÇÃO, CARREIRAS, INTEGRAÇÃO NOS CUIDADOS

PRIMÁRIOS E ACESSIBILIDADE A FORMAS

terapêutica crónica; dispensa de medicamentos e produtos de saúde em proximidade; vacinação.

Considera Que os farmaCêutiCos estão a ser devidamente valorizados pelo estado?

Ainda não. Embora reconhecidos pela so-zes de remuneração, carreiras, integração nos cuidados primários e acessibilidade a formas alargadas de prática clínica.

a falta de profissionais em algumas áreas da saúde afeta também a profissão farmaCêutiCa?

Sim. Registamos carência de farmacêuticos em zonas rurais, hospitais e serviços especializados. Esta escassez contribui para sobrecarga, dispersão de recursos e desigualdades no acesso aos cuidados.

Que medidas defende para promover a fixação de farmaCêutiCos em zonas mais CarenCiadas?

Incentivos financeiros, criação de bolsas, facilidade no acesso à carreira farmacêutica pública e apoio à formação local. Promover uma maior articulação entre o SNS e os farmacêuticos comunitários para alargar o acesso a cuidados de saúde, nomeadamente com programas de dispensa protocolada, rastreios, va -

cinação e acompanhamento farmacoterapêutico, especialmente em zonas do país com menor cobertura de serviços. Destaque para a dispensa em proximidade – sendo uma prioridade do atual primeiro-ministro, não se compreende que tenhamos tão poucas ULS envolvidas – e intervenção farmacêutica em situações clínicas ligeiras.

a formação Contínua é uma prioridade. Que iniCiativas tem a ordem nesse Campo?

A Ordem dos Farmacêuticos tem implementado há vários anos, sendo pioneira no seio das restantes ordens da Saúde, o Sistema de Desenvolvimento Profissional Contínuo. Este é um sistema de qualificação profissional pioneiro em Portugal e que assegura a toda a sociedade, e em particular aos destinatários dos serviços de saúde, a preparação e a atualização permanente dos conhecimentos, das competências e das aptidões dos farmacêuticos.

Além disso, a Ordem dos Farmacêuticos tem trabalhado no desenvolvimento de Competências Farmacêuticas, sendo estas um instrumento de valorização profissional e diferenciação no exercício da atividade. Estas competências permitem reforçar a capacidade técnica dos farmacêuticos em áreas específicas de inter-

venção, respondendo à crescente complexidade das exigências da prática. Já implementadas, temos a Competência de Administração de Vacinas e Medicamentos Injetáveis e a Competência de Oncologia, bem como a recém-criada de Medicina Farmacêutica, cujas candidaturas abrem em dezembro. Foram já publicadas as Competências de Investigação Clínica e de Saúde Pública e temos em desenvolvimento as Competências de Gestão e Administração em Saúde e Cuidados Paliativos.

o Que pensa da digitalização e da inteligênCia artifiCial na prátiCa farmaCêutiCa?

A inteligência artificial é uma realidade crescente que exige a nossa atenção e preparação. Mais do que um desafio, representa uma oportunidade para reforçar a intervenção farmacêutica. Por exemplo, no caso do farmacêutico comunitário, pode auxiliar, seja em tarefas do seu dia a dia, nomeadamente na gestão da farmácia ou na otimização de processos, seja na personalização dos cuidados. No domínio regulamentar, estas ferramentas representam oportunidades concretas para a melhoria da qualidade da decisão, a otimização dos processos e o reforço da eficiência.

A inteligência artificial, quando bem integrada em decisões clínicas automati -

Helder Mota Filipe

zadas com ética e segurança, podem libertar os farmacêuticos para tarefas de maior valor clínico.

a Comparti C ipação e o aC esso a medi C amentos são sufi C ientes para garantir e Q uidade ?

Há progresso, mas não é ainda suficiente. A Ordem defende mecanismos mais dinâmicos de comparticipação, transparência nos critérios e fórmulas que garantam acesso universal, sobretudo aos grupos vulneráveis e zonas isoladas. Portugal continua a enfrentar dificuldades significativas no acesso a determinados medicamentos, com ruturas documentadas, e atrasos na introdução de inovação terapêutica. Esta realidade fragiliza a confiança dos cidadãos no sistema de saúde e compromete os princípios do Serviço Nacional de Saúde.

Q ual a sua opinião sobre o atual modelo de distribuição e aC esso ao medi C amento ?

O atual modelo é robusto em termos logísticos, mas carece de modernização regulatória e eficiência económica. A Ordem defende uma revisão para promover modelos alternativos, nomeadamente, centralização de compras, gestão hospitalar, inovação e contenção de custos sem comprometer a qualidade. Defende ainda reservas estratégicas nacionais e europeias – já testadas na pandemia, e novos incentivos para produção local dentro da Europa, combatendo a desindustrialização.

C omo vê o papel da indústria farmaC êuti C a no desenvolvimento da profissão ?

A indústria é fundamental, enquanto parceira no desenvolvimento da investigação, inovação, formação contínua e logística. Em Portugal, existe uma indústria farmacêutica de ponta, sendo cerca de 80-90% da produção direcionada para exportação. É importante definir uma estratégia de desenvolvimento da indústria farmacêutica que contribua para o aumento da produção de medicamentos, em Portugal, bem como a promoção de um mercado atrativo e competitivo para as empresas farmacêuticas. Ter em Portugal

uma indústria farmacêutica forte contribui para melhorar o acesso a medicamentos e outras tecnologias de saúde, mas também para a geração de riqueza para a economia nacional.

a o rdem tem pro C urado aproximar - se da so C iedade C ivil . Q ue ações têm sido realizadas ?

Temos vindo a reforçar a nossa presença junto da comunidade através de diversas iniciativas, com especial destaque para a colaboração com associações de doentes. Este trabalho conjunto tem permitido identificar necessidades concretas das pessoas e melhorar a comunicação entre profissionais e utentes. Além disso, temos investido no desenvolvimento da Área do Cidadão no nosso portal, um espaço dedicado a esclarecer dúvidas frequentes sobre medicamentos, uso racional da terapêutica e papel dos farmacêuticos nas diferentes áreas de atividade.

Esta plataforma foi criada para reforçar a confiança e proximidade entre os cidadãos e os profissionais farmacêuticos, contribuindo para um acesso mais informado, seguro e participativo aos cuidados de saúde.

C omo está p ortugal posi C ionado no Contexto europeu em matéria de polítiC as farmaC êuti C as ? Portugal tem vindo a dar passos importantes no alinhamento com as melhores práticas europeias em matéria de políticas farmacêuticas, mas ainda há um caminho a percorrer para garantir uma verdadeira convergência com os países mais avançados.

Em termos positivos, destacamos a ampla cobertura do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o acesso generalizado a medicamentos essenciais e o papel crucial que os farmacêuticos desempenham tanto na comunidade como no hospital. O reforço do papel clínico do farmacêutico comunitário e a integração crescente em equipas multidisciplinares são sinais de modernização alinhados com a Estratégia Farmacêutica Europeia.cativos. Persistem assimetrias no acesso a medicamentos inovadores e a terapêuticas avançadas, sobretudo fora dos gran -

“TEMOS VINDO A REFORÇAR A NOSSA PRESENÇA JUNTO DA COMUNIDADE ATRAVÉS DE DIVERSAS INICIATIVAS, COM ESPECIAL
DESTAQUE PARA A COLABORAÇÃO COM ASSOCIAÇÕES DE DOENTES”

des centros urbanos. A política de preços e comparticipações continua a ser uma barreira, e os farmacêuticos portugueses ainda enfrentam obstáculos ao reconhecimento pleno das suas competências clínicas, que em outros países já são mais valorizadas – como acontece, por exemplo, com a dispensa protocolada, nomeadamente nas situações clínicas ligeiras, ao abrigo do programa “Pharmacy First” no Reino Unido, ou a integração estruturada nos cuidados domiciliários em países como a Alemanha ou a Suécia. A Ordem dos Farmacêuticos tem trabalhado ativamente para que Portugal acompanhe as tendências europeias, nomeadamente através do reforço da formação pós-graduada, da digitalização do setor, e da defesa do acesso equitativo a cuidados farmacêuticos de quali -

dade em todo o território. Acreditamos que é urgente uma política nacional do medicamento mais ambiciosa, com visão estratégica e foco na valorização dos profissionais de saúde que garantem diariamente a segurança, eficácia e racionalidade do uso dos medicamentos.

Q ue balanço faz do seu mandato até ao momento ?

Muito positivo, de que destaco a inauguração da nova sede da Ordem, que pretendemos que seja a casa de todos os farmacêuticos, a ampliação do leque de serviços farmacêuticos, reforço da visibilidade pública, reforço da formação contínua e incremento das parcerias institucionais. No entanto, reconheço que os desafios estruturais ainda exigem muito trabalho.

Q uais são as prioridades da o rdem para os próximos anos ?

Naturalmente que existem prioridades, tais como:

• Implementação de novos serviços farmacêuticos: intervenção farmacêutica em situações clínicas ligeiras, programas e campanhas de saúde pública, incluindo rastreios à população;

• Inovação: incentivo à inovação terapêutica e ao acesso a medicamentos com equidade e sustentabilidade para o SNS;

• Transição digital: acesso a dados clínicos e informação relevante para a prestação de cuidados, garantindo a interoperabilidade dos sistemas;

• Valorização dos profissionais de saúde;

• Implementação de boas práticas farmacêuticas para o circuito do medicamento, através de Normas para a Boa Prática Profissional;

• Acompanhamento da revisão da legislação farmacêutica europeia;

• Desenvolvimento de novas competências farmacêuticas.

o Q ue gostaria de deixar Como marC a na sua liderança da o rdem dos f armaC êuti Cos ?

Que o mandato seja lembrado como o ponto de viragem para fazer dos farmacêuticos parceiros, do ponto de vista clínico, reconhecidos, que tenham uma carreira digna, voz ativa nas políticas públicas e uma proximidade acrescida à comunidade.

Como gostaria Que a soCiedade portuguesa olhasse para os farmaCêutiCos?

Gostaria que nos visse como clinicamente indispensáveis, como profissionais que garantem segurança, adesão, eficiência e um acesso equitativo a medicamentos – com conhecimento, responsabilidade e empatia.

No que respeita à confiança nos farmacêuticos, o STADA Health Report 2025 revela que, apesar das fragilidades dos sistemas de saúde, os farmacêuticos mantêm um papel central como profissionais de proximidade e confiança para milhões de cidadãos. Segundo o relatório, 58% dos europeus confiam nos farmacêuticos para o acompanhamento de questões de saúde, um nível de confiança apenas ultrapassado pelos médicos de medicina geral e familiar (69%).

O corpo humano é extraordinário

Realizamos milhares de milhões de feitos num só batimento cardíaco, somos exemplos espantosos da tecnologia da natureza.

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A ONDA LARANJA NAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

OPSD, sozinho ou em coligação, foi o grande vencedor das eleições autárquicas, tendo mais votos, mais câmaras e a presidência nos cinco concelhos mais populosos do país (Lisboa, Porto, Sintra, Cascais e Gaia). Parabéns à dupla Montenegro-Hugo Soares e aos eleitos. O PS susteve o desastre das legislativas e conquistou cidades importantes. Mas o PS continua a perder eleitorado na classe média urbana e suburbana e já tinha perdido os jovens. Se o seu líder não se conseguir impor às alas esquerdista e costista, continuando a ser um partido ferozmente conservador, arrisca-se à irrelevância futura. O CDS teve um bom resultado, segurando as câmaras que já tinha. O BE, que ainda é maioritário naszista, é já irrelevante a nível nacional apenas com 30 mil votos e zero de câmaras e de vereadores. O PCP perdeu Setúbal, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Caestrutural, sempre a descer dos 11% na

votação nacional das autárquicas de 2013 para os 5,74% de agora.

O Chega foi vítima da megalomania do seu líder que queria vencer em 30 câmaras, mas só ganhou três! Sabíamos pela experiência de novos partidos, como PRD, BE e IL, o quão difícil é a implantação a nível local. O Chega, que nas últimas legislativas teve 22,5% a nível nacional, teve agora apenas 11,85%, mas bem superior aos 4,16% dasdores, tornando-se um partido importante para a governação local nos casos em que não há maiorias absolutas. E como os presidentes eleitos têm legitimidade própria, não dependendo dos líderes partidários, e vão ter que resolver os problemas, é evidente que as linhas vermelhas contra o Chega não vão funcionar!

Em Lisboa, o BE nada acrescentou ao PS, só diminuiu e os lisboetas devem ter-se assustado com o wokismo da coligação… No Porto, Pizarro falhou a presidência da câmara pela terceira vez e devia voltar à medicina pois dizem-me que é bom médi-

co. Em Gaia, as pessoas ainda se lembravam da obra do meu amigo Luís Filipe Menezes. Em Viseu, o PSD foi vítima da morte, no período Covid, do meu amigo Almeida Henriques, não tendo o regressado Fernando

novos tempos. Em Sintra, onde há 12 anos o aparelho do PSD tentou eleger um outro candidato contra Marco Almeida, fez-se justiça. Marco Almeida ganhou agora, anos depois das eleições em que teria vencido se o PSD não tivesse feito na altura esse erro crasso. Em Coimbra, o incumbente José Manuel Silva, à frente duma coligação liderada pelo PSD, perdeu para a candidata do PS, Ana Abrunhosa. Esta, professora de Economia na Universidade de Coimbra, tinha sido presidente da CCDR do Centro, curiosamente nomeada por um Governo PSD e ministra da Coesão Territorial do Governo Costa, foi uma excelente aposta do PS. Montenegro fez questão, na noite da vitória, de dizer que tinha ganho “à Cavaco”. Espera-se agora que transmita ao Governo um impulso reformador também”à Cavaco”!

“ O PSD, SOZINHO OU EM COLIGAÇÃO, FOI O GRANDE VENCEDOR DAS ELEIÇÕES
AUTÁRQUICAS, TENDO MAIS VOTOS, MAIS
CÂMARAS E A PRESIDÊNCIA NOS CINCO
CONCELHOS MAIS POPULOSOS DO PAÍS ”
Engenheiro e Economista

PÉS BEM ASSENTES NA TERRA

Enviaram-me há tempos um pequeno vídeo em que se referia que, à medida que

estão cada vez mais vazias. Os corpos estão cava vez mais esculpidos – e é bom para a saúde o exercício físico – mas as mentes estão cada vez menos cultivadas e isso é péssimo para que possamos compreender o mundo em que nos movemos e o contexto no qual somos chamados a fazer escolhas, designadamente as que decorrem da participação em atos eleitorais.

A este propósito, tenho-me lembrado mui-

entretanto desaparecido, cuja obra publicada seguia com atenção e que continuo a reler. Revejo-me em muitos dos conceitos que com ele aprendi, o último dos quais – o da “sociedade líquida” – que para mim caracteriza de forma inspirada os tempos atuais

corrente líquida que não ganha forma e não permite duração nem previsibilidade.

Numa entrevista por ele concedida a Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke1,em 2016, em -

ciologia humanística” que o autor defende, discorre sobre a sociedade contemporânea e os seus contornos e, partindo da interdependência entre todos os seres humanos,

nar melhor…”

Vem isto a propósito do atual período pré-eleitoral para a Presidência da República que estamos a atravessar e em que os vários candidatos são chamados a pronunciar-se sobre as propostas que defendem para o exercício de tal função, avançando alguns deles com ideias que não cabem na competência que constitucionalmente lhes competiria no caso de serem eleitos. E nem todos os eleitores conhecem com o detalhe necessário o nosso sistema político e as suas condicionantes.

Ora, neste contexto, muitas das propostas apresentadas como cabendo ao Presidente da República são da competência do Governo ou da Assembleia da República, ou até mesmo colidem com a separação de poderes ou com decisões supranacionais, que o mesmo é dizer serem incumpríveis. Tenta-se, através de ruído e mais ruído, moldar as escolhas dos eleitores que, a acreditarem no que lhes é apregoado, as mais das vezes sem contraditório por parte de quem suscitou as respostas, poderão cair em escolhas erradas.

(e até no desejo) de uma ‘sociedade perfeita’, mas acredito numa ‘boa sociedade’ -

Interrogo-me sobre o que leva a tal comportamento por parte de candidatos a cargos de tamanha responsabilidade, mas não creio que possa ser ingenuidade. Falta de estudo da Constituição da República seria já grave, mas inclino-me mais para que seja, mais uma vez, como tem acontecido noutros atos eleitorais, aproveitamento de tempo de antena

para propaganda de ideias que nunca poderão contribuir para a criação de uma “boa sociedade”, ou então nem sequer estão ao alcance de decisões nacionais.

Na verdade, como dizia Bauman noutra entrevista, desta feita concedida ao Público, já em 2013, “(…) no nosso mundo globalizado, os poderes, no sentido da capacidade de fazer as coisas, tornaram-se globais, enquanto a política, ou seja, a capacidade de decidir quais dessas coisas devem ser feitas, mantém-se local,

‘Estado soberano’. Resultado? Os Estados, que têm nominalmente o território integralmentece de poder, o que os impede de cumprirem a sua promessa (hoje são as bolsas de valores,

a linha entre as políticas ‘realistas’ e as políticas ‘irrealistas’). À conta disso, os governosdicações dos seus eleitores, mas ao mesmo tempo têm de ganhar os favores dos poderes supranacionais, e as duas exigências são mutuamente incompatíveis”.

A sabedoria popular sedimentada ensina-nos

É tempo, pois, de ponderação cuidada por

do que uma desilusão é a consciência do erro praticado por ingenuidade, mesmo por parte de quem deveria ter aprendido que se a esmola é grande, é caso para pôr os pés

1Professora aposentada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e pesquisadora associada do Center of Latin American Studies, Universidade de Cambridge.

“É TEMPO, POIS, DE PONDERAÇÃO CUIDADA POR PARTE DOS ELEITORES, QUE NÃO DEVEM CONFIAR NO QUE, SOANDO BEM É, AFINAL, IRREALISTA”
Maria de Belém Roseira
Jurista

PAIXÃO PELA EDUCAÇÃO

Mesmo sabendo que o que corre bem raramente é notícia e que a formação da identidade de cada nova geração nunca é fácil, a avalanche de casos disruptivos que ocorrem diariamente envolvendo jovens com contextos de aparente integração é um fenómeno muito preocupante. Pactos de morte, violência contra os pais ou outros familiares, violência entre grupos de colegas, bullying, ameaças contra docentes, pertença a grupos extremistas, adesão a discursos de ódio ou submersão na onda silenciosa e crescente da depressão, da desistência e de outras perturbações mentais, são comportamentos críticos que exigem

Estando a aproximar-se mais um Natal com a sensibilidade aumentada que o rodeia, somos intimados pela realidade a somar às celebrações religiosas próprias da época e ao importante reagrupar das famílias com reforço dos laços de fraternidade que as unem, uma atenção especial para com todos os que sofrem e em particular para os jovens em perigo

no processo de procura de si mesmos e para as famílias dilaceradas pelos trambolhões que ocorrem nessa caminhada. A pandemia dos comportamentos desviantes que assola cada vez mais jovens não tem fronteiras nem respostas e soluções fáceis, tendo em conta a complexidade do contexto que nos trouxe até aqui. O agravamento profundo das desigualdades, a falta de condições dignas em que crescem muitas das nossas crianças, a profusão de desinformação e de manipulação a que são sujeitas através das redes sociais e a organização da sociedade e do trabalho que retira cada vez mais tempo ao acompanhamento pelas famílias do crescimento e desenvolvimento das suas crianças, são apenas alguns exemplos da disrupção desse contexto.lise, postulando que muitas famílias desistiram de educar as suas crianças e entregaram essa função à escola, ao mesmo tempo que a escola não tem meios nem capacidade para se substituir a essas fa-

mílias. A realidade valida esta perspetiva. A resposta tem que criar contextos para que as famílias tenham mais ferramentas para acompanhar a educação dos jovens e tem que voltar a fazer do investimento na escola uma grande prioridade, senão mesmo a prioridade maior da nossa sociedade. O desinvestimento da sociedade da informação e do conhecimento na escola, além de contranatura é profundamente errado e tóxico. É preciso valorizar e qualificar em permanência os professores e todos os profissionais associados ao processo educativo, melhorar as infraestruturas e criar comunidades escolares vibrantes que atraiam também a participação das famílias e fomentem uma aprendizagem dinâmica, o pensamento crítico e a autonomia das pessoas na interação com os algoritmos e as novas ferramentas tecnológicas. A paixão pela educação não pode ser um slogan caído em desuso. Tem que ser uma realidade com consequência nas escolhas políticas e sociais com que nos confrontamos.

“ É PRECISO VALORIZAR E QUALIFICAR EM PERMANÊNCIA OS PROFESSORES E TODOS OS PROFISSIONAIS ASSOCIADOS AO PROCESSO
Presidente da Câmara Municipal de Évora

O PARADOXO EUROPEU DO CAPITAL DE RISCO NA SAÚDE

Ocapital de risco, conhecido também por Venture Capital (VC), desempenha hoje um papel central na inovação da saúde. No entanto, ecossistemas semelhantes como o norte-americano e o europeu funcionam de forma muito distinta.

Nos EUA, o mercado é muito maior e mais líquido. Em 2024 o setor da Saúde (biotech, medtech, healthtech) atraiu cerca de US$23 mil milhões em VC, com forte presença de fundos especializados, investidores corporativos e uma cultura de risk-on que aceita fases longas de desenvolvimento com ensaios e estudos clínicos, ou seja, com rounds maiores e com mais investimento para fases pré-clínicas e clínico-tardias.

A escala europeia além de ser menor é tam-

mento europeu para Health & Life Sciences foi da ordem de US$9,7 mil milhões, aproximadamente metade dos picos vistos em 2021 por conta da pandemia e muito abai-

concentra-se em poucos hubs (Reino Unido, Alemanha, França, Países Baixos). Além disso,

o ecossistema europeu depende mais de intervenções públicas (EIF, fundos soberanos) e de bancos, e os fundos europeus tendem a ser mais conservadores no tamanho e estrutura das rondas. Relativamente ao volume e ticket médio, nos EUA os rounds são alargados e mais do tipo late-stage capital, enquanto na Europa os rounds são mais pequenos e caracterizam-se por seed (semear em start-ups) e gap (cobrir desvios) para séries B/C (Business to Consummer).

têm muitos fundos Life Sciences especializados e Corporate VC, ao contrário da Europa, onde se combinam VC generalistas, fundos públicos/semipúblicos e bancos, ou seja, a Europa apresenta maior aversão ao risco. O ecossistema para os mercados de capitais e M&A (Mergers and Acquisitions) nos EUA geram saídas maiores e mais previsíveis, o que alimenta um ciclo virtuoso de reaplicação de ganhos. Na Europa, as IPO (Initial Public Offering) e exits são menos frequentes,

“ NA PRÁTICA, INVENÇÕES E PATENTES GERADAS NA EUROPA TENDEM A PERMANECER ACADÉMICAS
OU SEREM LICENCIADAS/TRANSFERIDAS PARA PLAYERS AMERICANOS POR FALTA DE CAPITAL”

Partners) que investiram em fases mais prematuras das empresas.

Embora os reguladores como a EMA e a FDA sejam exigentes em ambos os lados, o ambiente regulatório dos EUA costuma favorecer velocidade de comercialização -

portar trials dispendiosos.

Na prática, invenções e patentes geradas na Europa tendem a permanecer académicas ou serem licenciadas/transferidas para players americanos por falta de capital para escalar até prova de conceito clínica

europeu limita a internalização do valor criado localmente.

Em sua justiça, para concorrer com o outro lado do Atlântico, a Europa tem aumentado os fundos especializados, programas do EIF/ InvestEU e crescente interesse por parte de investidores growth e corporate podem reduzir o hiato entre as duas regiões. Mas a convergência exige ainda maior disponibilidade de late-stage capital e melhores saídas públicas/privadas na Europa.

Economista e Gestor em Saúde

BURKAS

Nculdades em tantos setores essenciais para a vida das pessoas, acabámos a discutir burkas e outros trajes de tradição islâmica no nosso Parlamento. Nada contra que se protejam as mulheres de vestimentas indesejadas. Nada contra que se pretenda salvaguardar a forma de apresentação pública europeia das Senhoras que cá vivam. Nada contra, mais uma vez, que se pretenda impedir a ocultação da face, enquanto medida de segurança. No entanto, sendo eu um oponente fervoroso do abuso sexual das mulheres, seja de que forma for feito, há questões que me intrigam e, julgo, mereceriam ser melhor tratadas. Há umas semanas, estava eu num aeroporto internacional de grande movimento, um dos maiores do mundo, quando me vi rodeado de umas centenas de indivíduos em que o traje os distinguia. Eles, de chapéu, quase sempre alto, vestidos de negro e branco, com umas curiosas trancinhas ao lado do cabelo curtíssimo, sendo que pouco se via por baixo dos chapelados machos, com umas franjas de pano a caírem da camisa. Todos assim, dos velhos às crianças, orgulhosamente diferentes, todos “iguais”. Elas, com pouca variação, com as mesmas saias compridas, sapatos de século XIX, quase

todas com crianças a reboque, no colo ou de empurrão. E, com um possível horário programado que me era ininteligível, os homens, só eles, levantavam-se, rumavam para uma parede, empunhavam um livro, abanavam ritmicamente a cabeça e recitavam uma ladainha em língua que não entendi. Mas tinham a cara destapada. Tal como, com a cara destapada, andam pessoas de turbante e os Amish, só para citar um grupo de “diferentes” ludistas, passeiam-

quem goste de envergar a camisola do seu clube com cachecol colorido que o identi-

de uma tribo se tratasse. Hoje, numa generalização da tradição que já só era coimbrã, vemos jovens de capa e batina sem que nada os obrigue a isso. Os militares fardam-se e as tropas especiais, precisamente para que não sejam reconhecidos, combatem de cara tapada. Nós humanos somos assim. Gostamos de estar incluídos e precisamos de pertencer. Não nos iludamos porque, mes-

seguimos as modas próprias de cada época. Quase ninguém, embora haja de tudo e para tudo, se veste hoje como teria de se apresentar na corte de Luís XIV. Nos anos 1970, em Lisboa, sei lá porquê, era de bom-

-tom andar de samarra, calças à boca-de-sino, pullover de decote em bico. A moda não terá chegado ao Porto. Esquerdista que se pre-

costume bem americano, por sinal. Na pandemia, com maior ou menor excesso de zelo, andava tudo de máscara e, no auge do delírio, cheguei a cruzar-me com um fulano tapado com máscara antigás.

Bem sei que seria inútil reforçar que ninguém deve ser obrigado a vestir-se como não quer, mas apenas pretendo alertar para os limites ténues entre a proibição de trajar com burka e a substituição de uma imposição cultural ou familiar por outra de Estado. Em boa verdade, no meu modesto entender, a única razão que pode sobrar para que se proíbam as burkas é a da segurança pública. Proibir para que a

com a defesa da cultura ou a tentativa de proteção das mulheres vítimas de abuso em casa será pouco e passível de contestação racional. Ou será que também se vai proibir de circular, nos preparos atrás descritos, as gentes que encontrei no aeroporto? É que, sendo diferente, confesso que me senti intimidado

Mas, mesmo assim, eram diferentes e gritavam, no trajar, que eu não pertencia naquele lugar onde estava minoritário.

“ NÓS HUMANOS SOMOS ASSIM. GOSTAMOS DE ESTAR INCLUÍDOS E PRECISAMOS DE PERTENCER. NÃO NOS ILUDAMOS PORQUE, MESMO QUANDO
PRETENDEMOS

MODAS

SER DIVERSIFICADOS,

SEGUIMOS AS
PRÓPRIAS DE CADA ÉPOCA ”
Médico do IPO e Professor da Escola Nacional de Saúde Pública

UM COPO MEIO CHEIO

OU MEIO VAZIO?

Escrevi, neste espaço, há seis meses, que seria quase impossível alcançar um crescimento acima de 2% no cômputo de 2025. Entretanto, as revisões dos dados do primeiro trimestre e os bons resultados no segundo e terceiro trimestres tornaram possível que, com uma aceleração, mesmo que ténue, no quarto trimestre, alcancemos, de facto, os 2% de crescimento no cômputo do ano. Mais relevante que estes dados meramente conjunturais é o facto de Portugal estar a

conseguir manter um crescimento económico claramente superior à média europeia, consolidando o processo de convergência que iniciou em 2016, interrompido apenas nos dois anos marcados pela pandemia.Tudo isto são, certamente, boas notícias. Sobretudo se compararmos com os 16 anos entre 2000 e 2015, em que divergimos quase consecutivamente da média europeia. Naturalmente, podemos olhar para esta situação, para o seu enquadramento e para

as perspetivas futuras, doseando entusiasmo e ceticismo de formas diferentes, vendo o copo meio cheio ou meio vazio.

Pela Positiva e negativa

Pela positiva, temos agora um cenário mais apaziguado no que respeita aos conflitos comerciais. No entanto, o status quo é significativamente mais desfavorável do que antes de abril e, sobretudo, o enquadramento comercial com que podíamos

contar, baseado em princípios e regras multilaterais, desapareceu. Na ausência de escaladas de retaliações recíprocas, o impacto na economia mundial poderá não ser tão forte como o que temíamos, mas far-se-á sentir – está a fazer-se sentir – afetando sobretudo as economias mais expostas ao comércio internacional. Internamente, assistimos a um processo orçamental sem sobressaltos, em que as principais forças políticas souberam salvaguardar a estabilidade. Teremos, tudo o indica, um orçamento que preserva o equilíbrio das contas públicas, conseguindo simultaneamente um ligeiro alívio na carga fiscal sobre a economia. Em particular, temos definida – em forma de lei – uma trajetória para a taxa de IRC que beneficia a atratividade do investimento. Pela negativa, parece evidente que a margem de manobra para novas medidas favoráveis ao crescimento económico com impacto orçamental está praticamente esgotada. Há dúvidas sobre a exequibilidade do excedente previsto de 0,1% do PIB (o Conselho das Finanças Públicas projeta um défice de 0,6% do PIB). Há indicadores que indiciam um aumento do grau de rigidez da despesa, tornando mais difícil conciliar equilíbrio orçamental com redução da carga fiscal.

Insistiria, a este respeito, que não será nenhum desastre se Portugal registar, num ano ou noutro, um ligeiro défice orçamental, desde que tal não ponha em causa a credibilidade conquistada por Portugal nos mercados financeiros internacionais. Mais relevante, na minha opinião, é que este orçamento exige determinação na implementação da Reforma do Estado, por forma a assegurar a prestação de serviços de interesse público com maior qualidade, absorvendo uma menor parcela dos recursos produzidos pela economia.

PersPetivas económicas

Quanto às perspetivas económicas, pergunto-me se as bases do atual crescimento são sólidas e sustentáveis a médio e longo prazo.

Ora o que verificamos, nas diversas projeções para 2025, é que o crescimento está a ser impulsionado pelo consumo privado e este pelo dinamismo do mercado do trabalho, tanto em termos de criação de emprego como de aumento real das remunerações.

Recordo a este respeito que, numa situação de baixas taxas de desemprego e escassez de mão de obra em diversos setores, o aumento do emprego só tem sido possível pelo crescimento da população ativa, no-

meadamente por saldos migratórios positivos. Ora, com uma política de imigração menos permissiva, é de esperar que o crescimento da população ativa desacelere fortemente. Por outro lado, o atual ritmo de progressão das remunerações, em termos reais, muito superior ao da produtividade, não é sustentável por muito mais tempo sem perda de competitividade. Quanto ao investimento, ainda em níveis insuficientes para fazer aumentar significativamente o stock de capital, preocupam-me as perspetivas de uma forte desaceleração ou mesmo contração, em 2027, com o fim do PRR.

Em suma, tudo indica que os fatores, do lado da procura, que têm impulsionado o crescimento, se poderão desvanecer rapidamente. Fica ainda mais claro que não será possível crescer, a um ritmo razoável, sem aumentos significativos da produtividade. Esta é, também, uma condição para mantermos um crescimento sustentado em termos de equilíbrio externo. Tanto mais que, num enquadramento externo mais hostil, só conseguiremos aumentar quotas de mercado com empresas mais produtivas, que sustentem a sua força mais no valor percebido pelo cliente e menos no preço.

É esta, mais uma vez, a minha mensagem.

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE!

Saúde é a palavra mais usada nas mensagens de novo ano em todo o mundo. E uma das mais usadas nas mensagens em geral. A Saúde envolve milha -

ServiçoS de Saúde à tarefa

reformaS naS políticaS de Saúde

FRONTLINE

CASCAIS,

Foi, sem dúvida, a maior honra da minha vida. Regresso, por instantes, a 2005, o ano em que assumi funções como vice-presidente desta autarquia. Encontrei então um concelho com muitos desafios, que fomos superando, passo a passo, com a ajuda de grandes líderes, de grandes equipas e de pessoas extraordinárias. Ao longo destes anos ganhei muitos amigos, mas também alguns (poucos) inimigos. Falei de tudo, mesmo quando ainda sabia pouco. Mas aprendi muito. Perdi cabelo, ganhei netos. E, acima de tudo, ganhei a certeza de que nada é impossível quando há uma comunidade unida por um

propósito maior. Servir Cascais foi muito mais do que exercer um cargo político. Foi uma missão de entrega total, de paixão e de compromisso com as pessoas.

A forç A de um A comunidA de Quando comecei esta caminhada, o concelho enfrentava dificuldades profundas: escolas degradadas, ribeiras poluídas, transportes insuficientes, bairros esquecidos. Mas tínhamos algo mais forte do que todos esses problemas: a força da nossa comunidade. E foi essa força, aliada à vontade e à participação de tantos, que transformou Cascais.

Hoje, Cascais é um território mais justo, mais inovador, mais sustentável e mais solidário. Temos escolas modernas, centros de saúde de excelência, espaços verdes e culturais requalificados, uma rede de transportes gratuita e acessível, e uma política de habitação que devolve dignidade e esperança às famílias. Fomos pioneiros em áreas como a participação cívica, a inclusão, o voluntariado e a sustentabilidade. Recuperámos ribeiras, revitalizámos bairros, ampliámos equipamentos de saúde, investimos em ciência, tecnologia e cultura, apoiámos instituições e demos voz aos cascalenses

no Orçamento Participativo. E, acima de tudo, reforçámos o orgulho de ser cascalense – essa energia que une tradição e futuro, memória e inovação. Nada disto teria sido possível sem a força e o envolvimento da nossa comunidade. Foi graças ao empenho das associações, das instituições, das empresas, dos voluntários, dos professores, dos profissionais de saúde, dos bombeiros, das forças de segurança, dos jovens e das famílias que Cascais se tornou o que é hoje: um concelho de referência, onde o espírito de entreajuda e o sentido de pertença continuam vivos e fortes.

SolidAriedAde, criAtividAde e corAgem Lado a lado, enfrentámos crises globais, como a pandemia ou a guerra na Ucrânia, e crises nacionais, como os anos da troika, a pré-bancarrota e a crise do euro. Em todos esses momentos, Cascais respondeu com solidariedade, criatividade e coragem.

transformámo-las em oportunidades.

Vimos que a resiliência não é apenas uma palavra, mas uma prática diária: de professores que continuaram a ensinar, de profissionais de saúde que nunca baixaram os braços, de voluntários que nunca deixaram de servir. Vivemos tempos complexos. O mundo continua marcado por guerras, alterações climáticas, crises energéticas e retrocessos democráticos. Mas acredito firmemente que Cascais continuará a ser um exemplo de como a força da comunidade pode superar as adversidades e construir um futuro melhor.

Sempre disse que cuidar das finanças e cuidar das pessoas são duas faces da mesma moeda – e essa continuará a ser a marca do nosso concelho.

t empo de gr Atidão e renovA ção Chegados a esta época de Natal, este é um tempo de gratidão, mas também de renovação. Gratidão pelo caminho percorrido, pelas parcerias construídas, pelo trabalho incansável das equipas municipais e pelo carinho da população. Renovação da esperança num futuro que,

estou certo, será promissor. Saí com o coração cheio, sereno e com a consciência tranquila. Juntos, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, com verdade, empenho e amor à causa pública.

Uma medida da minha realização pessoal sempre foi, um dia que deixasse de ter este cargo, passear com os meus netos por Cascais e ouvir alguém dizer que “o avô fez coisas boas por esta terra.” O sonho está a realizar-se. E, como tal, é difícil exprimir por palavras aquilo que sinto.

A mensagem que deixo é simples, mas urgente: precisamos de Re-Pensar a era em que vivemos e de Re-Humanizar o mundo. Inspirados pelos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável e pelas palavras do Papa Francisco na encíclica Laudato Si , devemos continuar a construir uma sociedade mais justa, mais solidária e mais sustentável, começando sempre pela nossa comunidade. Este é um momento de comunhão. E deixo um apelo: que o espírito de união que hoje nos junta não se perca no tempo. Que este Natal seja um tempo de paz, alegria e partilha, vivido junto das vossas famílias e amigos. E que o novo ano nos traga novas oportunidades para continuarmos a construir, juntos, uma Cascais cada vez melhor. Uma Vila que nunca deixa de sonhar, inovar e cuidar.

“O HOMEM SONHA, A OBRA NASCE” (Fernando

Pessoa)

Bastonário da Ordem dos Engenheiros 2004-2010

O sonho sempre acompanhou a humanidade e inspirou a poesia. Contudo, transformar sonhos em realidade é muito difícil – e é sobre essa capacidade excecional que versa este artigo.

Imaginem um jovem de 29 anos, engenheiro, determinado a transformar o país e, em particular, a cidade de Lisboa, através da construção de infraestruturas, edifícios, urbanizações e de novos modelos de proteção social e educativa. A sua competência e a visão convenceram o poder político a dar-lhe essa oportunidade.

U ma prof U nda transformação

Do sonho passou à ação e, em poucos anos, concretizou uma profunda transformação. Entre as inúmeras realizações, destacam-se:

• Criação das Cidades Universitárias de Lisboa e do Porto, ampliação da Universidade de Coimbra e requalificação do Parque do Campo Grande.

• Construção dos Hospitais de Santa Maria e Júlio de Matos, em Lisboa, e de São João, no Porto, da sede do Instituto Nacional de Estatística e da Casa da Moeda, entre muitos outros edifícios.

• Construção do atual campus do Instituto Superior Técnico (IST), o primeiro do país, que terminou em 1936, a que se seguiu a construção da Alameda D. Afonso Henriques e a Fonte Luminosa.

• Projeto para a construção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, com as obras iniciadas em 1946.

• Florestação do Parque de Monsanto, com cerca de 700 hectares.

• Construção do aeroporto de Lisboa e do marítimo para hidroaviões, nos Olivais, incluindo a Av. de Berlim.

• Construção do Porto de Lisboa e das Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, bem como a construção da Frente do Rio Tejo entre Alcântara e Belém.

• Construção do Estádio Nacional, do Viaduto para Monsanto, da estrada marginal Lisboa-Cascais e da linha férrea, e do primeiro troço de autoestrada Lisboa-Estádio Nacional.

• Tapamento do Caneiro de Alcântara, hoje Av. de Ceuta.

• Conclusão dos edifícios da Assembleia da República, do Museu de Arte Antiga e da Rotunda e estátua do Marquês de Pombal. A habitação foi também uma prioridade, pelo que definiu as primeiras políticas habitacionais modernas, destacando-se:

• Urbanização dos terrenos desde a Alameda D. Afonso Henriques até ao aeroporto de Lisboa.

• Construção do Bairro de Alvalade e do Bairro Azul.

• Construção dos Bairros Sociais do Arco do Cego, Encarnação, Alto da Ajuda, Alto da Serafina, Madre de Deus e Santa Cruz de Benfica, entre outros.

• Promoveu o mercado de arrendamento para classe média e criou as Casas Económicas, em 1933, para construir habitação social. Em 1931 o custo por metro quadrado de habitação social era de 290 escudos (1,45 euros).

A nível nacional a intervenção foi igualmente notável:

• Construção da rede de escolas primárias, liceus, correios, cadeias, hospitais, asilos e bairros sociais.

• Construção dos portos de Leixões,Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Setúbal, Vila Real de Santo António, Funchal e Ponta Delgada.

• Conclusão da Base Naval do Alfeite e desenvolvimento das redes rodoviária e fer-

de saneamento e abastecimento de água e irrigação e diversas pontes e barragens.

• Elaboração dos Planos Gerais de Urbanização (PGU) para as povoações com mais de 2500 habitantes, procurando assim planear e ordenar o território.

• Criou o Fundo de Desemprego e promoveu o emprego de milhares de trabalhadores desempregados afetados pela crise de 1929. Um programa de tal dimensão parecia destinado a meio século, mas foi concretizado em apenas 10 anos, embora algumas obras tenham terminado mais tarde – o que nos leva a perguntar “como foi possível e quem foi o jovem capaz de tal transformação?”.

O “edificador”, como ficou conhecido, foi o Engenheiro Duarte Pacheco – um líder de visão, método e determinação, capaz de legislar para agir e de mobilizar equipas com eficiência exemplar.

p erc U rso de vida

Nascido em Loulé, em 1900, segundo o próprio, formou-se em Engenharia Eletro-

técnica no Instituto Superior Técnico, (IST) em 1923, onde se tornou professor nas antigas instalações. Em 1929 foi nomeado diretor e iniciou o projeto para a construção do campus e das atuais instalações. Republicano, foi membro da União Liberal Republicana, partido fundado por Cunha Leal. No entanto, face à instabilidade da Primeira República – com 45 governos em apenas 16 anos – apoiou a ditadura militar que lhe sucedeu, tendo sido incumbido de ir a Coimbra convidar o Dr. Oliveira Salazar para ministro das Finanças. Em junho de 1932 foi nomeado ministro das Obras Públicas e das Comunicações. Em 1934 iniciou a expropriação por utilidade pública de parte dos terrenos da cidade de Lisboa, então periféricos, estimando-se que tenha sido expropriada 25% a 30% da área de Lisboa. Entendeu que devia

urbanização e urbanizar os terrenos, para controlar e ordenar o desenvolvimento da cidade, incorporando a construção de habitação para a classe média e social. -

checo era visto por Oliveira Salazar como muito de esquerda, e devido a pressões por ter expropriado tantos terrenos e

prejudicado interesses com poder, acabou por ser demitido em janeiro de 1936.

Quando foi demitido terá dito: “Hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar que regresse.” E assim aconteceu, em janeiro de 1938 foi convidado para assumir a presidência da Câmara de Lisboa, e de novo ministro das Obras Públicas, em maio desse ano, com poderes reforçados. Supõe-se que o regime pediu-lhe para re-zar a urbanização de Belém e executar as obras para a Exposição Mundial do Mundo Português, inaugurada em 1940. Faleceu tragicamente a 16 de novembro de 1943, num acidente de automóvel, com apenas 43 anos.

Entendi dedicar este artigo ao Engenheiro Duarte Pacheco no 125.º aniversário do seu nascimento, por haver um antes e um depois da sua grandiosa obra que transformou para sempre o país, com destaque para a cidade de Lisboa.

A sua obra, descrita em diversos livros, é ímpar, pela visão e capacidade de concretizar e inspiração. Apesar dos tempos e contextos diferentes, a obra de Duarte Pacheco deve realizar hoje o que necessitamos.

POLÍTICAS PÚBLICAS?

Nas últimas duas décadas, com a crescente dinamização e utilização de redes sociais, os jornais e as televisões, meios de comunicação que serviam de referência em matéria de credibilidade informativa e repositório de informação de difusão de notícias. Estamos perante novos contornos comunicacionais e

Oanonimato das redes sociais, as notícias falsas profusamente difundidas, muitas de forma intencional e com contornos preocupantes conhecem um crescendo. As ferramentas de inteligência

má utilização. Todo esse novo ambiente de

xão em torno das políticas públicas.

A cada dia somos interpelados por primeiras páginas dos jornais, aberturas de telejornais e virais notícias nas redes sociais que promovem uma profunda confusão e medidas, programas e políticas públicas de natureza mais estratégica.

Esta confusão distorce as perceções sociais e promove a falta de estímulos à participação pública e a uma transparência desejada em muitas das matérias, dado os impactos esperados ou enunciados, mas também porque muitas vezes visam estabelecer ou perturbar reformas desejadas e necessárias.

Vivemos um período em que se induzem perceções, muitas das quais não resistem a elementares avaliações tendo por base da-

Acontece que essas perceções e as notícias de determinados meios de comunicação e redes sociais criam um espaço para decisões e políticas públicas muito imediatistas. O que tomamos, na generalidade, por políticas públicas, resultam de meras etapas de agendamento visando um caminho malressa por isso regressar a aspetos conceptuais e teóricos para que a discussão e re-

deFinição clássica

Pública de Thomas Dye (1972), consideramos que “Política pública é tudo aquilo que o Governo escolhe fazer ou não fazer”. Assim a política pública é uma ação intencional, adotada por atores governamentais, para responder a um problema público, através de instrumentos concretos que podem ser um novo quadro legislativo, pro-

elementos essenciais de uma política públi-

necessidade ou questão que exige intervenção do Estado; (ii) Atores institucionais -

dro formal do poder público; (iii) Objetivos

ro, geralmente sem o suporte de um plano operacional detalhado.

A enunciação programática tem associada uma linguagem normativa, genérica e inspiradora, não vem acompanhada e sustentada nos meios e instrumentos necessários para a sua concretização, a sua função é essencialmente mobilizadora e legitimadora e tem pouco de executiva e obedece a uma temporalidade curta, muito ligada a campanhas, programas eleitorais e discursos de membros do Governo. Parece razoável admitir que o discurso político é uma pré-condição da política pública, mas não é a política em si, pois essa só ocorre quando se traduz em ação. Enquanto cidadãos, parece importante fazer a distinção entre discurso político e política pública e podemos deitar mão a

tendo em conta alguns critérios.

Se tiver em conta os seguintes critérios: (i) Critério da decisão formal, a pergunta será se existe normativo ou programa aprovado? Caso não exista, então é apenas discurso. (ii) Em matéria de recursos afetos, a questão está em saber se existe orçamento, equipa e um calendário? (iii) No critério de identificação da responsabilidade pela execução, a pergunta é saber se está identificada a entidade/ organismo executor? (iv) Tendo em conta o critério de indicadores e metas, a questão está em saber se existem objetivos mensuráveis e quais os indicadores?

zes e avaliações enviesadas. A análise de necessidades é determinante para garantir coerência, pertinência e legitimidade à intervenção pública.

Em Portugal os órgãos de planeamento e avaliação das políticas públicas foram sendo desmembrados ou em muitos casos funcionam com limitados e escassos meios nos seus âmbitos de atuação. Perdeu-se a capacidade de fazer uma adequada avaliação das medidas e programas, com algumas exceções em matérias ligadas a programas não tanto por uma vontade implícita, mas por imposição europeia.

Formulação adequada

Seria interessante recuperar alguma capacidade para uma formulação adequada de políticas públicas tendo por base o quadro teórico e conceptual das políticas públicas, promovendo dessa forma mecanismos para maior transparência e maior envolvimento cívico.

Merece particular acuidade o reforço da avaliação das políticas públicas, pois avaliar é compreender a lógica da interven -

capacidade de gerar as mudanças e resultados esperados e retirar dessa avaliação os ensinamentos para as eventuais correções futuras.

dução de efeitos sobre a realidade social.

Embora a literatura reconheça vários modelos de ciclo das políticas públicas, existe um forte consenso em torno de um ciclo

mentação; (5) Avaliação e (6) Aprendizagem/retroalimentação.

Com base neste quadro de referência con-

nhecer em muitas notícias que nos chegam diariamente sobre matérias distintas como habitação, emigração, educação, saúde, ambiente, verdadeiras políticas públicas.

discurso político

O discurso político é a dimensão comunicacional e simbólica da ação governativa, traduz o momento em que se anunciam intenções, prioridades ou visões do futu-

e avaliação, a pergunta está em saber se existem e quais os mecanismos de acompanhamento?

Estaremos perante uma política pública sempre que a resposta a estas questões for um claro sim a todas as perguntas nestes critérios. Este exercício simplista ajuda muitas vezes a fazer uma rápidablicas e a despistar o que traduz mero discurso político.ceptual tem a ver com a importância da procura resolver. Para os mais relevantes autores de políticas públicas, uma das premissas mais críticas do ciclo das polí -

problema a resolver, pois essa situação vai determinar, em larga medida, o sucesso da política subsequente.

Em políticas públicas de maior complexidade importa dar a melhor atenção à coerência interna, consistência lógica do programa e articulação entre objetivos, atividades e resultados, à coerência externa que permite ponderar a articulação com outras políticas públicas que podem concorrer para os objetivos pretendidos e coerência vertical que deve ponderar o alinhamento entre diferentes níveis de governação, nomeadamente políticas europeias, que tem tradução numa boa articulação entre o Governo e municípios em matérias da esfera de competências municipais.

-ção da sociedade civil e os principais agentes ou partes interessadas, mas isso implica assumir um maior escrutínio dos resultados e das avaliações, única forma de fundamentar as reformas necessárias, que devem ter na sua base verdadeiros problemas ou necessidades públicas.

UMA NOVA ARQUITETURA DO DIREITO

DOS ESTRANGEIROS EM PORTUGAL

Advogada, Docente Universitária, Ex-Deputada à Assembleia da República e ao Conselho da Europa

Publicada no Diário da República de 22 de outubro, a Lei n.º 61/2025 procede a uma reforma estrutural do Regime Jurídico de Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de Estrangeiros do Território Nacional, aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 4 de julho.

Esta revisão legislativa, de inequívoca importância prática e simbólica, vem consolidar uma nova orientação da política migratória portuguesa, assente em trêsrência administrativa e segurança jurídica. Entre as inovações mais expressivas, destaca-se a criação do visto para procura de trabalho qualificado (novo artigo 57.ºA). Este instrumento visa atrair profis -

sionais detentores de competências técnicas especializadas, conferindo-lhes um estatuto jurídico mais estável e previsível. A lei estabelece um prazo de 120 dias -

do o qual o titular que não tenha obtido colocação deve abandonar o país, apenas podendo apresentar novo pedido após o decurso de um ano. Esta medida traduz a intenção do legislador em privilegiar a

modelo anterior, mais permissivo e pouco orientado por critérios de capital humano.

Revogação de pRocedimentos

Um dos pontos de rutura mais relevantes reside na caducidade do regime de manifestações de interesse.

A Lei n.º 61/2025 determina, através da alteração ao artigo 3.º do Decreto-Lei n.º

37-A/2024, que os pedidos baseados nesse mecanismo apenas poderão ser apresentados até 31 de dezembro de 2025. A partir -

bilidade de regularização administrativa por via de mera declaração de vontade, substituindo-se o regime por procedimentos ordenados, previsíveis e documentalmente sustentados. Tal alteração implica uma re-

exigindo maior rigor instrutório por parte dos requerentes e seus mandatários.

No domínio institucional, a reforma reveste-se de notável alcance. O novo artigo 87.º-B introduz expressamente a tutela jurisdicional das omissões e deci -

de ação administrativa e permitindo, em situações de violação de direitos fundamentais, o recurso à intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias. Com esta disposição, o legislador reconhece, de modo inequívoco, o dever do Estado de assegurar meios de reação célere contra a inércia administrativa, um tema que, durante anos, tem constituído queixa recorrente dos requerentes e dos profissionais do foro. Trata-se, pois, de uma autêntica “juridificação da espera”, que confere densidade normativa à exigência de eficiência pública.

autoRização de Residência

Outra inovação de alcance prático encon-

obrigação de publicar o método de agendamento e calendarização dos processos de autorização de residência. Esta disposição

consagra, pela primeira vez, um princípio de previsibilidade administrativa, pois o Estado é agora compelido a tornar transparente a gestão interna dos seus agendamentos, permitindo ao requerente conhecer, ainda que de modo estimativo, o horizonte temporal do seu processo.

nove meses para decisão dos pedidos de autorização de residência, prorrogável apenas em circunstâncias excecionais -

xação temporal, que revoga as normas anteriores mais vagas e permissivas, cria um limite jurídico à morosidade administrativa, passível de controlo jurisdicional. Na prática, tal prazo poderá servir de fundamento a ações por mora administrativa, reforçando a responsabilização do Estado face à inércia decisória.

ReagRupamento familiaR

No plano humano e social, a lei amplia e densifica o regime do reagrupamento familiar (artigos 98.º a 106.º).liares mesmo quando os laços tenham sido constituídos após a entrada do residente em território nacional, consagrando uma leitura mais abrangente do conceito de unidade familiar. Acresce a previsão de requisitos de integração cívica, como o domínio da língua portuguesa e conhecimento dos princípios constitucionais que espelham a preocupação com a inserção efetiva e não meramente formal do imigrante. A lei também reforça o seu pendor huma-

nitário, alargando o âmbito do artigo 122.º aos menores e jovens acolhidos em instituições públicas, cooperativas ou privadas com acordo de cooperação com o Estado. Deste modo, confere-se reconhecimento legal à necessidade de estabilidade documental e proteção jurídica daqueles que se encontram sob tutela institucional, muitas vezes em situação de vulnerabilidade.

planeamento e coopeRação inteRnacional

Finalmente, a Lei n.º 61/2025 inaugura um novo artigo que obriga o Governo português a promover acordos bilaterais com Estados terceiros, orientados para o recrutamento de trabalhadores de setores estratégicos, com formação linguística e cívica antes da entrada em território nacional. Esta disposição sinaliza uma viragem paradigmática: de uma política de regularização interna para uma política de planeamento e cooperação internacional. Em suma, a Lei n.º 61/2025 não é apenas um

da previsibilidade, e a da regularização ad hoc

Em simultâneo, abre portas à migração qualificada e assegura instrumentos de controlo judicial sobre a Administração, num equilíbrio subtil entre hospitalidade e rigor. Trata-se de uma reforma que pretende reconciliar o ideal humanista português com as exigências contemporâneas de uma governação migratória regulada, eficiente, transparente e justa.

A OTIMISTA

Jurista

O otimismo ou o pessimismo constituem características pessoais que podem

Para além das circunstâncias objetivas de uma determinada situação, que por norma são o “quando”, o “quanto”, o “onde” e “quem”, existem elementos de apreciação subjetiva que fazem parte da nossa per-

nosso sentido crítico de situações objetivas por vezes simples e claras. Repetindo, para além da nossa formação, dos nossos valores ou dos nossos princípios, existem as características otimistas ou pes-

simistas que têm um grande poder de alteração da simples observação direta de qualquer acontecimento.Vejamos as primeiras. Numa situação envolvendo pessoas de religiões diferentes e até oponentes, o -

terminada situação? Os factos que estão à vista e muitas vezes são simples, ou a qualidade de religioso de uma ou outra crença com a carga que transporta, por vezes de séculos, e cuja missão é cada

uma impor ao mundo a sua doutrina e a sua fé? É possível, como bem sabemos, que antes de conhecidos os cultos dos intervenientes em determinada situação, a opinião seja uma, e após o conhecimento ela mude radicalmente.

O quanto nos ensina a História a este respeito. As guerras religiosas francesas, durante um período prolongado de guerra e agitação popular entre católicos e huguenotes no Reino da França, entre 1562

e 1598. As guerras religiosas para reconquistar Jerusalém do domínio muçulmano e que transformaram a região num banho de sangue. E, ainda, a Guerra dos Trintates que marcou a Europa de 1619 e 1648, marcando a transição de Feudalismo para a Idade Moderna. Estes são apenas exemplos de guerras com motivações religiosas, fazendo com que o espiritual muitas vezes -

tendêncIA OtImIstA

Depois de séculos intermináveis de guerras alimentadas por doutrinas confrontacionais e muito pessimismo, hoje temos uma aproximação religiosa como nunca dantes aconteceu e o otimismo veio substituir o pessimismo. E a violência nas atividades desportivas, designadamente no futebol, em que o combustível maior foi e é a cor da camisola. Gritava-se contra os árbitros quando a decisão era contra o seu clube, independentemente

da situação que levou o árbitro a tomar essa decisão. Ainda se grita, mas grita-se muito menos. Aqui também o otimismo foi substituindo o pessimismo. E na política, desde a feita localmente até à que envolve as grandes potências mundiais e a geopolítica. Bem sabemos que a lógica continua a ser a mesma, mas também sabemos da existência de mecanismos de promoção da PAZ que, juntamente com Homens e Mulheres que hoje fazem política com os olhos postos no diálogo e no respeito pelos cidadãos, melhoram o mundo. A política é mais um setor, este de extrema importância, onde o otimismo deve prevalecer.

Vivemos tempos de regresso da guerra na Europa e no Médio Oriente como as de maior dimensão. O Povo do mundo manifesta-se pela PAZ. Este é um momento em que o pessimismo deve ser afastado e devemos sim acreditar com otimismo que os Povos serão sensatos e que as guerras terminarão pela ação daqueles que, com otimismo, governam os povos.

A nAturezA dA FrOntLIne

Estes considerandos acerca do otimismo e do pessimismo vão ao encontro da natureza da FRONTLINE , revista que junta todos os setores da nossa sociedade, dando-nos a conhecer a realidade do nosso país, seja no Lifestyle, seja no Business. E sempre com otimismo. É uma revista que segue sempre o melhor caminho. Aquele que nos dá a conhecer o nosso melhor tecido económico e o seu desenvolvimento, os nossos melhores protagonistas e o exemplo dos seus feitos, a opinião de muitos dos nossos atores em todos os setores e também o turismo e as atividades de recreio que lhe estão associados. PARABÉNS à FRONTLINE por mais um aniversário, que naturalmente se estenda a todos aqueles que a constroem. PARABÉNS pelo otimismo que cada número tem em abundância. PARABÉNS pela quota-parte de importância que esta revista tem no país e para cada português que tem o privilégio de a ler.

A FORÇA DA MEDICINA DE FAMÍLIA

Num tempo em que se valoriza o espetacular, a verdadeira medicina continua a acontecer nos detalhes: prevenir antes que doa, cuidar antes que aconteça.

Muitos médicos de família são-no

detalhes que se esconde a medicina que

H istórias despercebidas

p equenas coisas da alma

a essência da medicina de família

DIGITAL DA SAÚDE

por

Opasso dado por Portugal materializa-se no Mestrado em Competências Digitais na Saúde (MCDS), programa pioneiro coordenado pela Universidade NOVA de Lisboa, através do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade

do pela Comissão Europeia no âmbito do Programa Digital Europe através do projeto DS4Health (Digital Skills for Health).

O mestrado resulta de uma aliança internacional de sete universidades de referência mundial: a FCT NOVA, a NOVA Medical School e a Escola Nacional de Saúde Pú-

blica (Portugal), em parceria com a RWTH Aachen University (Alemanha), ENSAE Paris (França), Medical University of Vienna (Áustria), University of Ioannina (Grécia), Tel Aviv University (Israel) e Politehnica University of Bucharest (Roménia). A Secretaria Regional de Saúde da Madeira é parceira institucional, reforçando o elo entre a investigação uni-

versitária e a modernização das políticas de saúde nas regiões autónomas.

Necessidade urgeNte

O Mestrado em Competências Digitais na Saúde (MCDS) responde a uma necessida-

sionais preparados para integrar ciência, tecnologia, dados e gestão nos cuidados de saúde. A pandemia mostrou que hospitais e administrações públicas precisam de quadros com literacia digital e capacidade analítica, aptos a usar a tecnologia -

te, humana e sustentável. Com duração de dois anos (120 ECTS), o MCDS combina formato híbrido (presencial e online), lecionação em inglês e uma estrutura interdisciplinar, aberta a licenciados em saúde, engenharia, informática, ciências exatas, -

sionais com experiência relevante.

O primeiro semestre oferece uma base comum em literacia digital, estatística aplicada, programação, ética e sistemas de informação em saúde. Depois, o estudante escolhe entre duas áreas de especialização: Dados em Saúde e Tecnologias para a Saúde Digital, que abordam temas como IA, interoperabilidade, IoT, robótica médica, bioinformática, telemedicina, cibersegurança e design de serviços digitais. O último semestre é dedicado à dissertação ou projeto prático, frequentemente em parceria com hospitais, empresas tecnológicas ou instituições públicas.

O MCDS distingue-se pelo modelo de aprendizagem orientada para resultados (Outcome-Based Education), criado em co-criação com universidades, hospitais e empresas tecnológicas. Cada unidade curricular segue padrões europeus de

instituições e validação por um Comité Internacional de Especialistas.

ds4HealtH KNowledge ceNtre O programa assenta no DS4Health Knowledge Centre, plataforma digital que reúne -

sidades participantes, garantindo transparência, interoperabilidade e mobilidade total de estudantes entre países. A componente tecnológica é sustentada pelo ino-

vador Digital Skills Lounge, inaugurado na FCT NOVA no Campus da Caparica, que materializa o conceito Classroom 4.0 com salas inteligentes equipadas com sensores IoT, quadros interativos, câmaras HD, realidade aumentada e sistemas de IA que permitem aulas híbridas, simulações clínicas e programação remota de dispositivos médicos. Esta infraestrutura permite, por exemplo, que um estudante em Lisboa participe numa experiência de telemedicina simulada em Viena ou que um grupo em Tel Aviv colabore num projeto de robótica em Aachen. O mestrado privilegia aprendizagem prática e colaborativa, com metodologias de problem-based learning e project-based learning

desde o desenho de algoritmos de apoio à decisão clínica até à implementação de plataformas interoperáveis. Promovem-se hackathons, bootcamps e seminários com parceiros como Bayer, CLINOMIC, Josef Stefan Institute e várias autoridades de saúde, fomentando trabalho em equipa, literacia ética e capacidade de inovação, que são competências-chave para um mercado que exige conhecimento técnico e visão estratégica. Um dos -

ciamento integral para estudantes europeus, através das bolsas Digital Skills DS4Health, que cobrem propinas e parte das despesas de mobilidade. O acesso inclusivo atrai ta-

ros, de informáticos a gestores, reforçando a coesão europeia no desenvolvimento de competências digitais avançadas.

impacto do mcds

O impacto do MCDS vai muito além do capazes de desenvolver e gerir soluções digitais, o programa contribui diretamente para a modernização do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Entre as aplicações práticas destacam-se projetos de interoperabilidade hospitalar, monitorização remota de doentes, gestão preditiva de recursos clínicos e uso de IA em diagnóstico precoce. Estes avanços traduzem-se em ganhos de -

A coordenação portuguesa deste projeto europeu representa o reconhecimento

Portugal e faz dele um laboratório europeu de excelência na formação avançada em saúde digital. Alinhado com as prioridades da União Europeia em competências digitais, transição verde e modernização dos serviços públicos, o MCDS contribui para o desenvolvimento sustentável e para a autonomia estratégica europeia em saúde. É uma resposta concreta à necessidade de um sistema mais moderno,

Portugal protagonista da transformação europeia que une inovação e inclusão. O mestrado arrancou neste ano letivo com mais de 250 candidaturas, revelando -

do que Portugal está pronto para liderar o futuro da saúde digital.

O ‘DIREITO AO DESPORTO’ DO ESPETADOR E O IVA DOS BILHETES PARA ESPETÁCULOS DESPORTIVOS

AConstituição da República Portuguesa (CRP), no respetivo artigo 79.º, consagra o ‘direito ao desporto’, enquadrando-o como um direito económico, social e cultural, mais concretamente como um direito cultural.

Conforme o artigo 79.º da CRP, “[t] odos têm direito ao desporto ” (n.º 1) e “[i] ncumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e colectividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, bem como prevenir a violência no desporto .” (n.º 2).

Consagra-se, desde logo, e fundamentalmente, o direito de todo o cidadão praticar desporto. E, de acordo com o princípio segundo o qual ‘onde a lei não distingue, o intérprete não deve distinguir’, somos do entendimento de que no referido preceito constitucional, se inclui quer o direito a praticar desporto de forma lúdica ou recreativa, quer o direito a uma prática

mas certamente também abrangendo o desporto de topo, de excelência, em particular o alto rendimento e as seleções nacionais – a nossa doutrina, aliás, converge neste entendimento. O mesmo é dizer que a Lei Fundamental almeja quer a democra-

prática desportiva – aproximando-nos do conceito de ‘Desporto para Todos’ – quer a especialização da prática desportiva. Na prática todo o desporto cabe na previsão constitucional.

C idadão espetador

Com a mesma lógica de ponto de partida – ‘onde a lei não distingue, o intérprete

não deve distinguir’ – somos igualmente do entendimento de que, no âmbito subjetivo de aplicação do artigo 79.º da CRP, devemos incluir, para além do cidadão praticante, o cidadão espetador. Não será uma posição pacífica ou consensual, admitimos, e sobre a mesma, se bem pesquisámos, não existe pronúncia da doutrina nacional. Em todo o caso, é possível socorrermo-nos da melhor doutrina estrangeira, em particular na italiana, que, embora naturalmente não resulte de uma glosa ao nosso artigo 79.º da CRP, não deixa de ser uma boa fonte: Annamaria Giulia Parisi, numa obra de referência, delimita o direito ao desporto no sentido de acesso ao desporto do cidadão enquanto “ (…) sujeito possível fruidor de uma atividade desportiva, seja a nível de lazer, seja a nível profissional, seja na qualidade de simples espetador ” [cf. Sport e Diritti della Persona , G. Giappichelli Editore, Torino, 2009, p. 71, tradução nossa].

Mas não se ficam por aqui as fontes, havendo uma outra, nacional, ainda mais relevante: um aresto (infelizmente pouco invocado) do Tribunal Arbitral do Desporto, de 2022 [Acórdão de 30 de Dezembro de 2022 , Processo n.º 48/2022 (Arbitragem Necessária), Demandantes: Clube de Futebol Canelas 2010 e Fernando Augusto da Silva Monteiro Madureira v. Federação Portuguesa de Futebol ] , onde se lê o seguinte: “ O acesso às atividades desportivas não deixa de ter uma ligação ao plano cultural, de modo que o coartar da possibilidade da participação ativa desportiva quer da participação passiva desportiva, nomeadamente a assistência a eventos desportivos, deve ser justificada (...) art. 79.º da CRP porquanto esta norma é já especial face ao art. 78.º e dedicada ao desporto, tanto na sua perspetiva ativa quanto passiva. ”

porto tutelado pela nossa Lei Magna incide não só no praticante desportivo mas também no cidadão, nas suas vestes de espetador, ou seja, abrange, para além da “ participação ativa desportiva ”, a “ participação passiva desportiva, nomeadamente a assistência a eventos desportivos ”. De facto, aceder ao desporto é também aceder aos

eventos desportivos, enquanto manifestações culturais, sendo certo que tal também potenciará mais a prática desportiva: quanto maior for o número de eventos desportivos a que um cidadão tenha acesso, e visualize como espetador, maior será o seu conhecimento e o seu interesse pelas modalidades em causa, estimulando, de forma natural, a respetiva prática.

t axa de i Va

Ora, aqui chegados, a partir da conclusão preliminar atingida, e olhando para a situação concreta da taxa de IVA de 23% aplicável à aquisição de bilhetes para es -

petáculos desportivos, é mister tirar uma outra conclusão: por força do artigo 79.º da CRP, não deveria ser aplicada aquela taxa (a normal) mas sim a taxa reduzida de 6%. Efetivamente, pagando-se menos pelos bilhetes, mais espetadores haverá nos recintos desportivos e, a jusante, mais praticantes desportivos haverá em Portugal. Por conseguinte, a alteração legislativa que propugnamos seria uma via de o legislador infraconstitucional se conformar com o comando constitucional que sobre ele impende e, simultaneamente, aumentar a qualidade de vida dos portugueses. Fica o repto.

PRÉMIOS FRONTLINE

Os prémios FRONTLINE celebram a excelência alcançada em 2025, nas mais diversas categorias. É o nosso reconhecimento público aos premiados e a todos os que contribuem para o crescimento e sucesso deste projeto editorial.

Personalidade do ano Álvaro Beleza, presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento

Hotel do ano
arte e Cultura
destino do ano

evento internaCional do ano

automóvel do ano

evento naCional do ano

automóvel Citadino do ano

automóvel de luxo do ano

automóvel Berlina do ano premium

EXCELÊNCIA EM ALTO MAR

Animação, Gastronomia e Design

Hiroshima

Seoul

Busan

Fukuoka

Kochi Kyoto (Osaka) Kagoshima Nagasaki

CRUZEIRO FRONTLINE 2026

O MELHOR DO JAPÃO

CELEBRITY MILLENNIUM

14 Maio 2026 | Cruzeiro de 12 noites

DIAPORTOS DE ESCALA CHEGADAPARTIDA

14 Mai

15 Mai Mt Fuji (Shimizu), Ja 7:00 :00

16 Mai Kyoto (Osaka), Jap 11:00

17 Mai Kyoto (Osaka), Jap :00

18 Mai Kochi, Jap 8:00 :00

19 Mai Hiroshima, Jap 9:00 :00

20 Mai

21 Mai Kagoshima, Jap 7:0 00

22 Mai Nagasaki, Jap 8:00 :00

23 Mai Fukuoka, Jap 8:00 :00

24 Mai Busan, re a 7:00 :00

25 Mai

26 Mai Seoul (Incheon), 5:00

“ A LEITURA É O CAMINHO

A ÚLTIMA JOGADA

Jeffrey Archer Bertrand

Londres, 2012. Os olhos do mundo estão postos na Grã-Bretanha enquanto o país se prepara para receber os Jogos Olímpicos… Mas o brilho dos holofotes faz de Londres um alvo para algumas das pessoas mais perigosas do mundo. E, no momento em que a candidatura do comité olímpico é coroada vitoriosa, uma conspiração internacional é posta em marcha com o objetivo de desencadear um ataque devastador que deixará a cidade, e o mundo, entregues ao caos. Um homem está entre o triunfo e o desastre: o comandante William Warwick, que lidera a equipa de elite da Scotland Yard. Mas ao dar caça a uma organização obscura, Warwick dará também início a um jogo mortal do gato e do rato que o levará das ruas movimentadas de Londres até aos corredores ocultos do poder.

ÁFRICA (PARA SEMPRE) MINHA

Marta Martins Silva Contraponto Editores

Como o amor por um continente pode transformar tantas vidas. A autora regressa a África e leva-nos numa viagem que se conta pelas histórias dos que lá nasceram ou viveram quando o “Império português” se estendia àquela terra que se pinta de tons ocre e onde o horizonte se mistura com um céu como não há igual. Num caleidoscópio emocional,

recordam o absoluto deslumbramento perante os costumes, as cores e a alegria exuberantes de um continente tão

Relembram também a vida que se fazia de misturas descomplexadas, de tempo e de liberdade, partilhando ainda a perda de quem deixou tudo de um dia para o outro e a resignação – único caminho possível – para tantos que tiveram de recomeçar num Portugal que lhes era estranho.

VIDA AIRADA DE DOM PERDIGOTE

Felipe III de Espanha e II de Portugal promove festejos imperdíveis na cidade de Valladolid, sede da Corte e capital do império. E, se para aquele umbigo do mundo concorrem nobres e ladrões, damas e rameiras, será mais do que certo que, depois de um périplo por Badajoz, Sevilha, Trujillo ou Toledo, siga também para lá Tanganho Perdigão Fogaça, conhecido por Dom

Mas nem tudo se apresenta de feição a este espadachim nascido no ano em que morre Camões; claro que, entre as muitas peripécias vividas, encontra o amor da sua vida e conhece o pintor El Greco, o escritor Quevedo e até o autor do Quixote; porém, será envolvido na tentativa de assassinar um dramaturgo que integra a embaixada inglesa nações. Quem o irá salvar?

A
Paulo Moreiras
Casa das Letras

MAIS CURTO PARA O CONHECIMENTO ”

Aristóteles

OS GRANDES NINGUÉNS DA HISTÓRIA

Adrian Bliss

Casa das Letras

“Sou ateu. Sou anticlerical. Sou um laicista militante, um racionalista obstinado, um ímpio inveterado. Mas aqui estou, viajando em direção à Mongólia com o velho vigário de Cristo na Terra, disposto a interrogá-lo acerca da ressurreição da carne e da vida eterna. Foi para isso que embarquei neste avião: para perguntar ao Papa Francisco se a minha mãe verá o meu pai depois da morte e para lhe levar a sua resposta. Eis um louco sem Deus perseguindo o louco

Este é o brilhante início de um livro único que nunca pôde ser escrito, pois o Vaticano jamais abriu as suas portas de par em par a um escritor. Mas, além de singular, este é um livro de plenitude, em que o autor consegue transformar uma proposta invulgar numa história magistral: um thriller sobre o maior mistério da história da humanidade.

A História pertence aos heróis, certo, mas é preciso conhecer os seus autores secundários para termos um retrato completo dos acontecimentos – e dos próprios protagonistas. Figurões como Da Vinci, Henrique VIII ou a rainha Vitória continuam a fascinar estudiosos de todo o mundo. No entanto, o furão que posou para o génio renascentista, o desgraçado que supervisionava as idas à casa de banho do rei inglês (sim, havia gente com essa função) ou o cavalo que tanto entusiasmou a poderosa Vitória (o equídeo é aqui mais importante do que a soberana) não mereceram praticamente nenhuma atenção ao longo dos tempos… Agora, graças à descoberta de cartas antigas, transcrições de tribunal e até de mensagens encontradas em garrafas, é possível reparar essa tremenda falha, e é exatamente isso que este livro faz.

As historiadoras Julia Boyd e Angelika Patel explicam como vidas vulgares foram transformadas pela ascensão do fascismo e tentam compreender melhor os nazis olhando para o quotidiano de uma aldeia situada no sopé dos Alpes onde a célebre realizadora Leni Riefenstahl esquiava. Oberstdorf é uma bela aldeia no alto dos Alpes bávaros, um lugar onde, durante centenas de anos, as pessoas viveram vidas simples enquanto a história era feita em outros lugares. No entanto, mesmo aqui, ninguém conseguiu escapar ao terrível domínio do regime nazi. “Fascinante... Aprenderá mais sobre o funcionamento psicológico do nazismo lendo esta crónica soberbamente pesquisada do que consultando uma estante cheia de volumes mais abrangentes sobre a ascensão do nazismo.” ( Daily Mail )

UMA ALDEIA NO TERCEIRO REICH
Julia Boyd e Angelika Patel Dom Quixote
O LOUCO DE DEUS NO FIM DO MUNDO
Javier Cercas
Porto Editora

RESPONSIBILITY DAYS

MOBILIDADE RESPONSÁVEL COM IMPACTO REAL

Em Munique, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, o BMW Group abriu os bastidores da sua transformação. Agora, com uma agenda mais ampla, que passa por sustentabilidade, gestão de talento, inovação e responsabilidade social – dimensões tratadas com a mesma disciplina com que se desenvolve um novo conceito de potência.

Amensagem é clara: uma marca global tem de ser parte ativa da solução. Em vez de proclamações, a BMW trouxe exemplos concretos. No Munich Urban Colab, espaço onde startups, academia e equipas internas testam ideias para cidades mais inteligentes, a inovação tem aplicação imediata como exemplo: capas de bancos feitas com materiais reciclados, protótipos com menor pegada de carbono, processos de circularidade pensados desde o design. A curadoria dos temas alinha-se com o One Young World Summit 2025 e trouxe a Munique vozes inspiradoras, como Sir Bob Geldof (cantor, compositor e humanista), que lembram que tecnologia sem propósito não muda realidades.

Gerar valor social

Esta atitude, e as escolhas estratégicas que a acompanham, permite à BMW gerar valor so-

cial real e reforçar a sua relevância num mundo em mudança acelerada. Valor traduzido em cadeias de fornecimento mais limpas, quacom ecossistemas locais e métricas de impac-

decisões diárias. Munique, por sua vez, é terreno fértil: um centro global de pensamento que acolhe a Cúpula One Young World, encontro de líderes emergentes de 196 países, de rigor e de melhores respostas. Ilka Horstmeier, membro do Conselho de Administração da BMW AG, responsável por Recursos Humanos e Imobiliário, sintetizou o espírito da parceria: “A Cúpula One Young World 2025 em Munique reúnerar e conectar. Para nós, no BMW Group, a responsabilidade social vai muito além dos

nossos produtos e organização: ao apoiar a One Young World, fomentamos a liderançacionarem-se e a manterem-se comprometi-

O foco, portanto, está em formar pessoas capazes de decidir com visão e coerência. Como parceiro premium do One Young World, o BMW Group assume papel ativo e recorrente. É parte integrante da sociedade e apoia o desenvolvimento de soluções dessa atuação é o fomento de uma geração de líderes comprometidos com uma sociefuturo. Desde 2016, mantém uma delegação que ali participa, numa oportunidade real de o grupo voltou a acolher a cerimónia de en-

cerramento no BMW Welt, o edifício-ícone onde tecnologia, design e experiência se encontram e mostram o lado da ambição.

Temas de primeira linha

O programa dos Responsibility Days re-sável (com ética incorporada), combate ao ódio (para comunidades seguras, online etruturais para o progresso).

Para ampliar perspetivas, passaram pelo pal-

desporto e cultura. Um dos momentos altos foi a conversa entre Philipp Lahm, campeão mundial de 2014 e ex-capitão da seleção alemã, e Ilka Horstmeier, na cerimónia de abertura da Cúpula, no Olympic Hall. Liderança,lem num balneário, numa linha de montagem ou numa sala de conselho.

O que se apreende destes três dias é uma estratégia assente em três convicções. Primeiro, inovação nasce de colaboração aberta: hubs como o Urban Colab, parcerias com universidades e diálogo com fornecedores aceleram a passagem da ideia ao impacto. Segundo, sustentabilidade é engenharia de ponta a ponta: materiais, energia, logística, reutilização e medição permanente; não há

é o diferencial crítico: atrair, desenvolver e reter pessoas diversas, com espaço para experimentar e responsabilidade para decidir, garante competitividade e relevância social.

presTação de conTas

de relações públicas, mas a exposição de o que falta corrigir, que compromissosao mesmo tempo, pressão saudável para continuar a trabalhar. A indústria automóvel é chamada a acelerar a transição ecológica e digital; fazê-lo com precisão técnica e com critérios sociais claros é a única via sustentável.

Em síntese, os BMW Responsibility Days mostraram que a mobilidade do futuro está a ser construída agora: peça a peça, escolha a escolha. E que responsabilidade não é travão: é o sistema de direção que evita atalhos perigosos e mantém o rumo certo.buírem, com ecossistemas locais como o de Munique a multiplicarem soluções e com empresas dispostas a abrir portas e práticas, a mudança ganha tração real. A viagem isso faz toda a diferença.

BERLINA ESCANDINAVA PARA UM FUTURO ELÉTRICO

A Volvo continua a reforçar o seu compromisso com a mobilidade sustentável, agora com a apresentação do ES90, uma berlina 100% elétrica que representa a nova era da marca sueca no segmento executivo premium. Desenvolvido com base na plataforma SPA2, partilhada com o SUV EX90, este novo modelo alia

Com o ES90, a Volvo entra de forma determinada no espaço das grandes berlinas elétricas, onde a concorrência é forte.

A aposta da marca passa por uma receita muito própria: design limpo e elegante, conforto de referência, segurança de última geração e uma abordagem minimalista ao luxo. O resultado é um modelo que convence tan-

Do ponto de vista visual, o Volvo ES90 mantém a identidade da marca, mas com umaroçaria tipo liftback do conjunto e melhora a funcionalidade da bagageira. O desenho é moderno e maduro, com superfícies suaves e proporções bem equilibradas. Os faróis em forma de martelo de Thor e a grelha frontal fechada reforçam a ligação à família elétrica da marca, enquanto a -

metros, o ES90 oferece uma presença imponente e distinta.

Ambiente tipicAmente escAndinAvo

No interior, o ambiente é tipicamente escandinavo: calmo, funcional e muito bem construído. Materiais recicláveis e naturais, como têxteis ecológicos e painéis em madeira clara, estão -

nea ao luxo. O painel de instrumentos é dominado por um grande ecrã central vertical e um painel digital diante do condutor, integrados no sistema operativo com Google Built-in. A conectividade é completa, com compatibilidade

lizações remotas over-the-air garantem que o sistema se mantém sempre atualizado. A ergonomia e o conforto foram cuidadosamente pensados. Os bancos dianteiros têm múltiplas regulações, ventilação e função de

e o espaço de arrumação. A bagageira, com acesso por uma ampla tampa traseira, é prática e espaçosa, ideal para utilização familiar

motorizAção

No campo da motorização, o ES90 é proposto em duas versões principais: uma com tração traseira e uma bateria de 88 kWh úteis, e outra com tração integral e dois motores elétricos, apoiados por uma bateria de 102 kWh. A versão de topo ofe-ração dos 0 aos 100 km/h em cerca de 4 segundos, enquanto a autonomia anunciada atinge valores na casa dos 700 quilómetroscolhida. A arquitetura elétrica de 800 V permite carregamentos ultrarrápidos até

de 20 minutos.

Um dos grandes trunfos do ES90 é a tecnologia de segurança. A Volvo vai mais longe do que nunca, integrando um sistema de Lidar, permitindo funcionalidades avançadas de condução assistida e monitorização do condutor. O ES90 está preparado para condução semi-autónoma e poderá, futuramente, receber funcionalidades de condução autónoma total, conforme a legislação o permita. O sistema também consegue imobilizar o veículo em segurança e contactar os serviços de emergência caso detete sinais de fadiga ou incapacidade do condutor.

experiênciA de conduçãorácter do modelo: tranquila, sólida e muias irregularidades, o isolamento acústico é excelente e o conjunto transmite uma sensação de domínio sobre a estrada. O modo de condução regenerativa permite conduzir quase sem usar o pedal de travão, e a direção elétrica responde com precisão, ainda que sem ambições desportivas.

O Volvo ES90 posiciona-se como uma proposta sólida e muito bem construída num segmento em transformação. Destina-se a o conforto e a sustentabilidade, sem abdicar da tecnologia mais avançada.

há muito espaço para berlinas, sobretudo quando estas são inteligentes, sustentáveis e embaixador da nova era elétrica escandinava.

AUDI A6 AVANT E-TRON PERFORMANCE

O Audi A6 Avant e-tron Performance é o expoente máximo da -

RENAULT 4 E-TECH ELÉTRICO

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HYUNDAI INSTER STYLE 42 KWH MY24

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independente à frente e de eixo semi-rígido atrás apresenta

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obras naturalistas foram inspiradas pela paisagem envol-

arquitetura contemporânea com respeito pela natureza, oferecendo conforto e beleza num dos locais mais em-

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casa revela-se aos poucos. Amplas varandas, vistas desafogadas

radia de seis quartos vai-se revelando gradualmente. Projetada

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TRADIÇÃO CANTONENSE EM AMBIENTE CONTEMPORÂNEO

Um restaurante é mais do que um local onde se servem refeições. É um espaço de encontro, de celebração, de descoberta. É um lugar onde sabores ganham voz e onde a cultura se expressa em cada prato. O recém-inaugurado LX Mandarim, situado no Casino Lisboa, incorpora esta ideia, propondo uma viagem pelos sabores genuínos da cozinha cantonense, com uma abordagem moderna e informal.

Aberto desde 5 de setembro, o LX Mandarim é a mais recente aposta gastronómica do Casino Lisboa e representa uma extensão natural da prestigiada marca Mandarim, que há mais de duas décadas marca presença no Casino Estoril. Embora os dois espaços partilhem o rigor na sele-nicas tradicionais, o LX Mandarim apresenta um conceito próprio: uma experiência mais descontraída, mas igualmente autên-

O restaurante distingue-se por uma decoração inspirada na estética tradicional chinesa, reinterpretada com elegância. Os tons neutros e terrosos – cinza-claro, bege e verde-oliva suave – dominam o ambiente, pontuados por detalhes em vermelho queimado e dourado fosco. O espaço conjuga conforto e sobriedade, com um mobiliário moderno, tecidos naturais e iluminação suave, criando um ambiente acolhedor e harmonioso.

AutenticidAde e riquezA de sAbores

A carta, assinada pelo conceituado chef executivo Ku Yan, oferece dezenas de propostas que homenageiam a cozinha can -

tonense. Com uma carreira sólida e uma

chinesa, o chef lidera também a equipa do Estoril Mandarim. Aqui, aposta em pratos que vão do tradicional Dim Sum ao emmariscos delicadamente preparados, carnes tenras e sopas cheias de sabor. Privilegiando produtos de origem, as iguarias são preparadas com técnicas tradicionais, mantendo a autenticidade e riqueza de sabores que definem a cozinha do sul da China. A apresentação cuidada e o equilíbrio entre texturas e aromas elevam a experiência gastronómica, tornando cada refeição memorável.

Ao ritmo dA cidAde

O LX Mandarim apresenta-se como um espaço versátil, ideal tanto para um jantar a dois como para uma refeição em grupo.

restaurante adapta-se ao ritmo da cidade e

Com esta nova abertura, o Casino Lisboa reforça a sua oferta gastronómica, acolhendo um restaurante que honra a tradição e,

um público cosmopolita. O LX Mandarim

China, servido com elegância e despretensão, no coração de Lisboa.

CLÁSSICO NOVA-IORQUINO ÍCONE DA HOTELARIA MUNDIAL

Num dos endereços mais emblemáticos de Nova Iorque, entre a Quinta Avenida e a Grand Army Plaza, mesmo junto ao Central Park, ergue-se, desde 1907, o majestoso The Plaza Hotel. Considerado um símbolo da elegância intemporal e do luxo clássico, este ícone da hotelaria mundial tem sido palco

momentos memoráveis que o tornaram num verdadeiro património cultural da cidade.

OThe Plaza não é apenas um hotel: é uma instituição. Desde a sua inauguração, tornou-se sinónimo de requinte e exclusividade, com uma arquitetura inspirada nos castelos franceses do Renascimento e interiores que aliam o esplendor da Belle Époque à funcionalidade contemporânea. Ao longo das décadas, tem mantido a sua identidade, mesmo através de várias renovações que modernizaram as suas instalações, sem nunca desvirtuar o seu carácter original.

Luxo com aSSinatura

O The Plaza oferece 282 quartos e 102 suítes, cada um decorado com detalhes de extremo bom gosto, combinando mobiliário clássico

com tecnologias de última geração. As casas de banho, revestidas a mármore italiano, estão equipadas com torneiras douradas, aquecimento de piso e amenities da marca Guerlain. As suítes Signature, como a Royal Suite e a Grand Penthouse, são verdadeiros apartamentos de luxo com vistas privilegiadas para o Central Park, servidas por mordomos privados e acessos reservados. A icónica Eloise Suite, desenhada por Betsey Johnson, presta homenagem à personagem infantil que eternizou o hotel na literatura e no cinema.

Não são apenas os quartos que impressionam: as áreas comuns são um convite à contemplação. O lobby em estilo neoclássico,

com lustres de cristal e colunas em mármore, cria uma primeira impressão imponente. Já o Palm Court, talvez um dos salões de chá mais conhecidos do mundo, proporciona uma experiência de afternoon tea verdadeiramente nova-iorquina, num ambiente que combina glamour com tranquilidade.

ServiçoS e oferta gaStronómica

A oferta de restauração do The Plaza é variada e de altíssima qualidade. No Palm Court, para além do chá da tarde, servem-se pequenos-almoços e brunchescados. O Champagne Bar oferece uma selecção premium de espumantes e vinhos, ideal para inícios de noite elegantes.

Herança e cinema

Parte do charme do The Plaza reside na sua ligação com a cultura popular. O hotel -

nicos como Sozinho em Casa 2, O Grande Gatsby (versão de 2013), Noiva em Fuga e Crocodilo Dundee. Foi também lugar de estadia para nomes como Marilyn Monroe, Frank Sinatra, os Beatles, Truman Capote ou Jackie Kennedy.

Esta herança histórica não é esquecida: há visitas guiadas que exploram os bastidores do hotel e exposições permanentes que celebram a sua relevância na história da cidade. O The Plaza é mais do que um hotel de luxo: é um pedaço vivo da memória de Nova Iorque.

O The Rose Club, com o seu ambiente íntimo, evoca a era do jazz e dos cocktails clássicos, sendo um dos locais favoritos dos nova-iorquinos para encontros mais reservados. Para uma experiência mais casual, há ainda o Todd English Food Hall, com estações de cozinha internacional num formato gourmet e descontraído. O hotel disponibiliza também um luxuoso spa Guerlain, com tratamentos exclusivos, um centro de de última geração, bem como serviços de concierge, babysitting, chauffeur e organização de eventos. Aliás, o The Plaza é conhecido pelas suas grandiosas salas de banquetes, como o lendário Grand Ballroom, onde têm lugar alguns dos eventos mais exclusivos da cidade.

eStadia memoráveL

Hospedar-se no The Plaza é uma experiência que alia conforto, glamour e um sentido de pertença a um local que moldou a história da hotelaria mundial. Cada detalhe, desde o atendimento personalizado até à selecção musical ambiente, foi pensado para proporcionar uma sensação de bem-estar e exclusividade. Numa era em que o luxo se reinventa cons-

mesmo: um clássico que não precisa de seguir tendências para continuar a ser relevante. Um local onde o passado e o presente convivem em harmonia, proporcionando uma experiência única e inesquecível. Uma verdadeira instituição nova-iorquina que continua a fazer jus ao seu nome, todos os dias.

GO-KART FEELING AO MÁXIMO A

PERFORMANCE DA GAMA MINI JOHN COOPER WORKS

O Unleash MINI trouxe uma manhã de pura adrenalina à Base Aérea da Ota. Desde cedo, o som dos motores da gama MINI John Cooper Works deu o tom a um evento feito de energia, experiências e muita atitude ao volante.

C-

plorar os limites da performance, sentindo na pele a resposta imediata, a direção precisa e o carácter irreverente que fazem do MINI um ícone de condução desportiva.riência de go-kart feeling: curvas apertadas, travagens tardias, acelerações intensasslaloms e momentos comparativos entre modelos, foi possível perceber, volta após volta, como a engenharia MINI John Cooper Works transforma

cada segundo ao volante em emoção pura e controlo absoluto.

partilha de impressões, troca de opiniões entre participantes e com instrutores reforçaram o espírito de comunidade e o ADN competitivo da marca. Mais do que um simples test drive, o Unleash MINI foi um convite a sair da zona de conforto, a descobrir no-vel e no próprio instinto. Uma manhã intensa, que, quando se fala em prazer de condução, condutor sempre no centro da ação.

por Ana Laia

POLESTAR 5 ESTREIA-SE NA PENÍNSULA IBÉRICA

A Polestar, marca sueca de performance elétrica, assinalou em Portugal a estreia ibérica do seu novo grand tourer elétrico, o Polestar 5, no Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico (SAHE), que decorreu em outubro na Alfândega do Porto. O momento marca um passo estratégico na expansão da marca no mercado nacional.

Um GT elétrico de nova geração.

Concebido sobre uma arquitetura própria de alumínio colado – desenvolvida pela Polestar para maximizar rigidez torsional e reduzir massa – o Polestar 5 materializa a evolução do conceito Precept e posiciona-se como F-segment 4-door GT. A eletrónica de potência assenta numa arquitetura de 800 V, e o conjunto motopropulsor atinge até 650 kW (884 cv) e 1015 Nm de binário, números que sublinham o foco da marca na performance.

Embora os valores finais dependam de homologação, fontes do setor apontam para uma bateria de 112 kWh (106 kWh úteis) e autonomia WLTP estimada até 670 quilómetros na versão Dual Motor, com 565 quilómetros na Performance. Beneficiando da plataforma de 800 V, o modelo foi igualmente concebido para carregamentos rápidos DC competitivos.

Com design escandinavo, tecnologia de ponta e um chassis desenvolvido de raiz para um GT elétrico, o Polestar 5 reforça a proposta premium da marca e amplia a sua presença no país, ao lado dos SUV Polestar 3 e 4. A estreia no Porto não foi apenas uma exibição estática: é a declaração de que a próxima vaga de mobilidade elétrica de alta performance está pronta para a estrada.

por Ana Laia

ESPECIAL

Férias na neve

PRÉMIOS LITERÁRIOS E DE

CIDADANIA CULTURAL

Foi no auditório do Casino Estoril que decorreu a cerimónia solene da entrega dos Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luís 2024, a Hugo Gonçalves e a Dulce Gonçalves, e o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural a Hélder Macedo. Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do júri, abriu a sessão com um voto de pesar por Liberto Cruz e destacou as obras vencedoras: Revolução, de Hugo Gonçalves, como relato vivo, direto e comunicativo; O Processo, de Dulce Gonçalves, pela memória da resistência à ditadura e a emigração para França, sobretudo nos anos 1960. Sobre Hélder Macedo, sublinhou o percurso exemplar do poeta, romancista e ensaísta, voz livre em defesa da criação e da autodeterminação dos povos.

Dulce Gonçalves disse que escrever é não esquecer; e Hélder Macedo valorizou a cidadania como capacidade de dizer não. Na abertura, Mário Assis Ferreira reforçou o compromisso da Estoril Sol com a Cultura, num tempo de incerteza.

SOCIAL | International Club of Portugal

ESPECIAL

Férias na neve

No almoço-debate organizado pelo International Club of Portugal, realizado no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato da Coligação PSD/ há para fazer”. Abordou áreas como inovação, habitação, mobilidade, higiene urbana e sustentabilidade.

1| 2| Carlos Moedas 3| Saboia 4| 5| 6| Horácio Preto e Hilda Santos Preto 7| António Gonçalves e Pedro Milharadas 8| Carlos Moedas e Maria da Conceição Caldeira 9| 10| 11| 12| 13| Embaixadoras Anne Lammila e Margriet Leemhuis 14|

eve lugar no Sheraton Lisboa Hotel & SPA mais um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, cujo orador convidado foi o ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Saraiva Matias. A Reforma do Estado esteve em debate, e o ministro defendeu a “guerra à burocracia” e à

A agenda reformista passa por eliminar silos entre ministérios, reforçar a interoperabilidade e reformular o Tribunal de Contas, com menos intervenção prévia e mais escrutínio posterior, sem diminuir a supervisão.

Consumo de energia elétrica, em kWh/100 km: 15,1­17. Emissões de CO₂ em g/km: 0. (Valores combinados, WLTP). Mais informações podem ser consultadas junto do IMT ou bmw.pt.

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