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PARTE I - PROFECIAS, ORÁCULOS E ADIVINHAÇÕES Este livro é para poucos, talvez só para os mais loucos...1 1 Por Que o Homem Deseja Conhecer o Futuro? Desde os seus primórdios, a humanidade tem manifestado uma grande curiosidade acerca do amanhã, do futuro, e tem tido a preocupação de descobrir se os deuses ou os elementos da natureza serão propícios, se naquele ano haverá uma colheita fértil, se haverá prosperidade, se os inimigos serão vencidos, etc. A nível individual, toda uma extensa relação de preocupações semelhantes tem levado os homens de todas as épocas a procurarem adivinhos, oráculos, feiticeiros, astrólogos, etc., os quais, para responderem a tais questões, têm apelado para toda uma parafernália de objetos de adivinhação, ou usado os métodos mais incomuns para conseguirem o seu intento. As consultas às cartas, aos dados, aos astros, a procura de sinais ou prognósticos nos elementos da natureza, nos sonhos, nos animais vivos ou em suas vísceras, tem ocupado grandemente o tempo dos adivinhos e dos homens interessados em saber a sua sina. Esta preocupação com o futuro tem ocupado a imaginação dos homens há tanto tempo que chegou até mesmo a interferir em suas relações com o mundo e com o deus ou os deuses de sua veneração, adoração ou temor. Esta relação conduziu a uma religiosidade estranha, quase sempre dominada por complexos sentimentos de culpa, onde o deus ou deuses predominantes adquirem uma qualidade paterna dominadora e temível e manifestam sentimentos tipicamente humanos, tais como o ciúme, a raiva, o rancor e o desejo de vingança, bem como um sentimento de exclusividade tão forte que, se não encontrar correspondência, o homem será condenado aos abismos infernais por toda a eternidade, ou então todo o mundo será destruído em razão do não cumprimento, pelos homens, de suas promessas a esse deus exclusivista. Povos eleitos, deuses falsos ou verdadeiros, religiões falsas ou verdadeiras, são questões que tem afetado a vida de toda a humanidade, desde os tempos mais recuados. Muito sangue foi derramado, povos e pessoas foram sacrificadas, inconcebíveis carnificinas marcaram a história do mundo em razão desses sentimentos religiosos exclusivistas, onde cada povo arrogava a si o direito de impor ao seu vizinho a sua visão particular da religião. Por outro lado, o temor à fúria divina marcou igualmente o inconsciente coletivo de alguns povos, que procuravam por todos os meios aplacá-la. Era comum, entre os povos mais antigos, o chamado sacrifício propiciatório, em que animais e até seres humanos eram sacrificados para conseguir os benefícios da divindade. Este costume também era comum entre os povos da América Central, e só foi erradicado após a conquista espanhola.

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Parafraseando o escritor Hermann Hesse.


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