Revista BrOffice.Org - 16

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Revista

Ano 4 | N° 16 |Novembro 2010

Comitê para Democratização da Internet Mostra o panorama atual da Inclusão Digital no Brasil

Comunidade BrOffice.org Marca presença na VII Conferência Latino Americana de Software Livre

Como nós: Oferecemos suporte técnico especializado e treinamento de qualidade para Software Livre

Saiba como: TJDFT desenvolveu sistema que automatiza geração de documentos

Escritório aberto: Modelo de monografia para evitar dores de cabeça na hora de finalizar a dissertação

Artigo | Dica | Tutorial | e muito mais... | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Novembro/2010 Diagramado no BrOffice Draw


índice |

| entrevista TJDFT desenvolve sistema de controle de processos BrOffice e outras tecnologias livres

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| artigo Inclusão Digital: Uma etapa com os dias contados?

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| novas tecnologias BrOffice: ferramenta de construção para novas tecnologias

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| dicas rápidas Dicas rápidas

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| como nós ... ... damos suporte técnico

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| reportagem Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice

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Contagem regressiva para Latinoware 2010

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| cultura Redblade - Episódio 06: Acidente

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Dica de Filme: Jogo de espiões

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| tutorial Expressões regulares no BrOffice

28

| escritório aberto Escritório aberto

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| dicas Aplicação prática do BrOffice Calc

35

Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram

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O Navegador

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Diagramando um folder com BrOffice Draw

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| escritório aberto Resumo do mês

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Edição Especial | Outubro | 2010


| editorial

E

stamos fechando essa edição da revista em meio ao alvoroço dos preparativos para um dos maiores eventos de tecnologia do país, a Conferência Latino Americana de Software Livre, conhecida como Latinoware. Outro assunto que vem ocupando as mentes e redações no Brasil é a sucessão presidencial e o que o resultado pode afetar nos mais variados setores. Em nosso caso, o que importa mesmo é que o País possa continuar investindo e apostando em soluções nacionais, que inclua digitalmente todas as pessoas. Voltando a falar sobre a Latinoware, a comunidade BrOffice.org vai marcar sua presença apresentando palestras e ficando à disposição para sanar dúvidas sobre a comunidade e a suite livre mais usada no mundo. Às vésperas do lançamento da versão estável do LibreOffice, previsto para o mês de novembro, essa será uma grande chance de falar com representantes, no Brasil, da The Document Foundation.

Colaboradores desta edição Redação: André Luís Bordignon Carlisson Galdino César Brod Helena White Julio Neves Luiz Oliveira Patrícia Nobre Pedro Ciríaco Rochele Prass Dicas | Dicas Rápidas | Tutorial: Cícero Pinho Cunha Clóvis Tristão – Tradução Luiz Oliveira Marcelo Massao Renata Marques Rubens Queiroz Rui Ogawa Diagramação: Duilio Neto Eliane Domingos Renata Marques Rui Ogawa Revisão: Clóvis Tristão Fátima Conti Luiz Oliveira Renata Marques Ricardo Pontes

Na matéria de capa mais um case vitorioso de migração para BrOffice. O Fundo de Pensão fundado pelo Serpro, Serviço Federal de Processamento de Dados, fez a opção de migrar todas as suas máquinas para Ubuntu e BrOffice. Estamos contando tudo sobre os preparativos, sobre as resistências, sobre o treinamento e mudança de comportamento do usuário.

Capa: Duilio Neto

Um artigo escrito a seis mãos, pelo pessoal do CDI Campinas, Comitê para Democratização da Internet, André, Helena e Patrícia, nos traz um panorama da Inclusão Digital no Brasil com números que demonstram que o país pode atingir o seu objetivo em 2017. Mas será que a tarefa de Inclusão Digital estaria cumprida? É a reflexão que o artigo faz.

Jornalista responsável: Luiz Oliveira – Mtb.31064

Na seção Como Nós, algumas dicas sobre suporte técnico para ferramentas livres, sobretudo, o BrOffice. E por falar em dicas, a edição está repleta de dicas e um tutorial muito interessante sobre expressões regulares no BrOffice. O autor do tutorial dispensa comentários. Julio Neves é um reconhecido especialista em shell script e um colaborador da comunidade BrOffice.org.

Boa leitura!!

Edição: Luiz Oliveira luizoliveira@revistabroffice.org Revisora responsável: Vera Lúcia Cavalcante Pereira veracape@revistabroffice.org

Coordenador Geral BrOffice.org: Claudio Ferreira Filho | filhocf@broffice.org Coordenadora Revista BrOffice.org: Eliane Domingos de Sousa elianedomingos@revistabroffice.org Escreva para a Revista BrOffice.org: contato@revistabroffice.org Edições anteriores: www.broffice.org/revista O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos proprietários O que é o BrOffice É o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, matemático e banco de dados, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalha para a difusão do SL/CA no País. Desenvolvimento Esta revista foi elaborada no BrOffice, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, diagramação. A reprodução do material contido nesta revista é permitida desde que se incluam os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org – www.broffice.org/revista em local visível. O BrOffice.org declara não ter interesse de propriedade nas imagens. Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos autores/proprietários. O conteúdo da Revista Broffice.org está protegido sob a licença Creative Commons BY-NC-SA, disponível no www.creativecommons.org.br. Esta licença não se aplica a nenhuma imagem exibida na revista, e para utilização delas obtenha autorização junto ao respectivo autor.

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Conhecendo os colaboradores |

Arquivo pessoal

Conhecendo alguns colaboradores

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Google

entrevista |

TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres Por Rochele Prass

Marco A. S. Reis - Especialista em sistemas ditribuídos, é arquiteto de software no TJDFT onde

desenvolve frameworks para os sistemas internos, além de ser professor de linguagem de programação. Seus principais interesses envolvem inteligência artificial e processamento de linguagem natural.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT está implantando um sistema de controle de processos, a partir de uma solução que utiliza o BrOffice em um dos módulos centrais do sistema de controle de processos jurídicos, o SISTJWEB. Ao todo, o projeto atende a 110 usuários. O desenvolvimento contou com 20 profissionais, entre programadores, analistas e gerentes de projeto. Conforme explica Marcos Reis, da Subsecretaria de Desenvolvimento de Sistemas do órgão, a ideia surgiu da necessidade de atualização dos sistemas do tribunal para a plataforma web e da necessidade de automatizar esse processo. Ele explica que os usuários estão, tradicionalmente, acostumados a simplesmente abrir um programa e editar o seu texto. Entretanto, pondera, em uma organização como o TJDFT, em que circulam milhões de textos – todos de altíssima importância, gerar manualmente todos esses documentos demanda um esforço muito grande. “Se houvesse a possibilidade de automatizar esta atividade haveria um ganho muito grande tanto na produtividade quanto na padronização dos documentos”, diz. Para se ter uma ideia, com a tecnologia desenvolvida, o órgão produz atualmente uma média de 500 atos por dia, o que dá um volume de aproximadamente 10 mil documentos por mês. A suíte de escritório aberta foi escolhida para esta finalidade, justamente por ser compatível com tecnologias abertas e com formatos utilizados na internet. Isso porque possui uma interface de programação (API), que se chama Uno (de Universal Network Objects), permitindo que os desenvolvedores utilizem todas as funcionalidades da ferramenta dentro de um sistema. Assim, o sistema poderia criar um documento de texto, adicionar novas linhas, formatar parágrafos, criar tabelas, mudar o estilo da fonte e todas as demais opções disponíveis sem que o usuário precise abrir a ferramenta. Na entrevista a seguir, Marco Reis detalha o projeto:

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entrevista | Arquivo pessoal

TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass Quais foram as necessidades e solicitações de usuários que motivaram o desenvolvimento do sistema? Poderia citar exemplos de situações e dificuldades que eles enfrentavam antes da implementação?

Pode detalhar o funcionamento da solução? A geração de “Atos Processuais” é uma das funcionalidades principais do SISTJWEB, o sistema de controle de processos jurídicos utilizado no TJDFT. Podese dizer que é o “coração” do sistema. O BrOffice é utilizado por meio de acesso via Sockets para fazer a mesclagem dos documentos, substituição dos parâmetros e, finalmente a geração de um PDF para ser assinado digitalmente.

Os sistemas legados tinham limitações técnicas e funcionais, demandando muito esforço para manutenção. Num primeiro esforço de migração, uma parte desses sistemas foi migrada para Visual Basic, passando do antigo terminal utilizado nos anos 1980 para o desktop que durou toda a década de 1990. Nos últimos 10 anos, tivemos a popularização da internet e os aplicativos deveriam ser migrados para esse novo cenário, livrando o usuário da necessidade de ter o software instalado em cada computador. Por se tratar de um tribunal, a geração de documentos jurídicos é a principal funcionalidade dos sistemas internos. Tais documentos possuem cabeçalhos e rodapés pré-definidos, além de existirem modelos para cada tipo de ato (Ofício, Mandados, Decisões etc), mudando apenas o teor deste documento. Além disso, os modelos deveriam funcionar como espécies de malas diretas, em que parâmetros poderiam ser definidos (como número e classe do processo, nome das partes, data da distribuição etc) e seriam substituídos no momento da assinatura digital do ato. Este é o papel da suíte.

Este serviço deve estar on-line 24 horas e 7 dias por semana. A alta disponibilidade é conseguida utilizando diversos servidores virtualizados para responder às centenas de requisições diárias. Para realizar o balanceamento da carga entre os servidores, foi criado um componente que é responsável por dividir as diversas requisições (são centenas de documentos gerados diariamente). Quando algum dos servidores fica indisponível, a equipe de suporte é notificada por e-mail. Por se tratar de um ponto crítico do tribunal, foi criada uma ferramenta para monitoramento e gerenciamento do status dos servidores, que não podem parar.

Nos últimos 10 anos, tivemos a popularização da internet e os aplicativos deveriam ser migrados para esse novo cenário, livrando o usuário da necessidade de ter o software instalado em cada computador.

Quais são as funcionalidades que a tecnologia permite e de que modo melhoram o dia a dia dos usuários? A solução consiste basicamente em um editor de textos web que serve como interface com o usuário. Após digitado o texto - uma decisão do juiz, por exemplo, a aplicação envia esses dados em formato HTML para que o BrOffice formate o documento com o seu respectivo modelo e adicione os demais componentes como cabeçalho e rodapé. Uma vez que o documento esteja pronto, é gerado um PDF que será assinado digitalmente.

Como funciona, neste caso, a certificação digital e qual a sua importância para a segurança das informações contidas nos documentos?

Arquivo pessoal

A certificação digital é essencial para este tipo de documento, já que os atos gerados fazem parte de processos judiciais. Cada usuário possui um token (espécie de pen drive que contém um certificado digital com valor jurídico, emitido por uma autoridade certificadora). No sistema, o usuário seleciona os documentos que deseja assinar, e clica no respectivo botão de assinatura. Neste momento, a aplicação usa a suíte de escritório para gerar o documento final, encaminha para um applet Java que lê o certificado do token e solicita a respectiva senha do usuário. O documento assinado é, então, encaminhado de volta para o servidor que armazena este documento em um servidor de arquivos.

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entrevista | TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass Em que fase da implementação o projeto encontra-se atualmente? Após implantação da solução nos juízos da Vara de Execuções Penais (VEP) e da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (VEPEMA), como projeto-piloto, está sendo avaliada estrategicamente a expansão do sistema para os juizados especiais de Fazenda Pública ou para as Varas Criminais, o que deve representar um crescimento de cerca de 25% na quantidade de usuários, já num primeiro momento. Quais são as metas e prazos? A meta é a expansão do sistema para todo o TJDFT, tanto na primeira quanto na segunda instância. O prazo para a expansão, no que tange à 1ª Instância, ainda aguarda definição por parte da Corregedoria da Justiça. Quanto à 2ª Instância, o prazo previsto é Janeiro/2012.

Pode explicar o tipo de informação que circula nos “atos processuais”, bem como a importância da preservação desses dados para o andamento dos trabalhos do órgão?

Quanto tempo de desenvolvimento? Foram sete meses de desenvolvimento até a implantação do piloto nos juízos da Vara de Execuções Penais VEP e da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas VEPEMA. Com a ampliação de escopo decorrente da implementação de novas funcionalidades, visando à expansão do sistema, o desenvolvimento é constante, inclusive atendendo à determinação da Administração Superior do TJDFT de que toda nova necessidade seja implementada no âmbito do SISTJWEB.

Está

sendo

As informações constantes dos atos processuais são, em grande parte, despachos, decisões, sentenças judiciais, mandatos de prisão e soltura, proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário, tratando-se de informação crítica, imprescindível à operacionalidade da instituição. Trata-se de uma aplicação crítica... Pode dar um exemplo de problemas que não podem ocorrer de forma alguma e que prejuízos trariam às atividades do órgão? Uma vez assinados, os documentos não podem ser alterados. Isso é garantido a partir da própria assinatura que possui não só o PDF, como também os dados do certificado emitido por autoridade certificadora. O ato judicial é a materialização da atividade-fim da instituição, ou seja, representa, de fato, o produto esperado pelo cliente do TJDFT. Nesse sentido, a indisponibilidade dos serviços responsáveis pela geração e assinatura dos atos, em última análise, impediria a prestação da atividade jurisdicional por parte do magistrado, frustrando, assim, os anseios de toda a sociedade. Basta pensar em uma situação em que o magistrado não pode emitir um mandado de prisão urgente porque o sistema está fora do ar. Da mesma forma, não é aceitável que alguém continue preso porque o sistema não permite a emissão de um ato que possibilite a liberdade.

avaliada

estrategicamente a expansão do sistema para os juizados especiais de Fazenda Pública ou para as Varas Criminais, o que

deve

representar

um

Arquivo pessoal

crescimento de cerca de 25% na quantidade de usuários, já num primeiro momento.

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entrevista | TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass Dentre as soluções tecnológicas possíveis para esta demanda, quais foram as razões da equipe de TI buscar soluções em software livre? No que se refere aos usuários, quais são os procedimentos adotados?

A economia de recursos é certamente importante, uma vez que estamos tratando de orçamento público. Nesse sentido, a plataforma Java se mostrou aderente às necessidades do tribunal. Além da economia, escalabilidade (a possibilidade de crescimento do número de usuários atendidos) e segurança, a linguagem Java é relativamente fácil de aprender e tem boa produtividade.

Há necessidade de treinamento no uso do sistema SISTJWEB. Esse treinamento inclui o módulo de Atos, que possui as funcionalidades de preparação, remessa, alteração e assinatura desses documentos. O BrOffice é utilizado de forma absolutamente transparente para o usuário final.

O mais importante é que hoje temos produtos grátis com a mesma qualidade dos concorrentes pagos. Conseguimos atender aos clientes com soluções criativas e elegantes sem precisar pagar por licenças, muitas vezes com preços proibitivos, principalmente em se tratando de Brasil.

Existe intenção de compartilhar a tecnologia desenvolvida com outros órgãos ou disponibilizá-la para demandas semelhantes de outras instituições?

Existe uma estimativa de economia em recursos financeiros através do uso de software livre?

Outros tribunais já utilizam produtos desenvolvidos pelo TJDFT. Normalmente, nossos sistemas são requisitados através de pedidos formais feitos à administração do TJDFT.

O ambiente de desenvolvimento do TJDFT é essencialmente constituído de ferramentas livres, como Eclipse, iReport e Tomcat, mas não há um estudo formal sobre os recursos economizados com essa iniciativa.

Padrões abertos de documentos, como o ODF, são uma saída para instituições que precisam preservar arquivos por longos períodos ficando disponíveis para consulta e edição posterior?

Houve dificuldades técnicas para tal desenvolvimento? Quais e como foram superadas?

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão da administração pública responsável pelo planejamento do judiciário, publicou portarias indicando a intenção de utilizar cada vez mais soluções abertas.

A maior dificuldade foi a escalabilidade, pois no início do projeto foi definido apenas um servidor BrOffice, que era acessado via rede para fazer a geração dos documentos. Com o passar do tempo, aumentou muito a quantidade de usuários que preparavam e assinavam documentos simultaneamente. Isso tornou necessário um controle maior dos servidores, com balanceamento de carga e controle de erros caso algum processo estivesse fora do ar. Hoje o sistema está no ar, em produção com seis servidores BrOffice dedicados apenas para o sistema SISTJWEB.

Quanto tempo é necessário guardar os documentos digitais segundo a legislação?

Arquivo pessoal

Existe uma tabela de temporalidade e o período obrigatório de armazenamento varia de acordo com cada tipo de documento.

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artigo |

Leonardo Augusto Matsuda

Inclusão Digital:

nathancolquhoun

Uma etapa com os dias contados?

Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre

O

s

dados

da

última

Em 2005, tínhamos 13% de domicílios com acesso à internet; em 2006, 14%; em 2007, 17%; em 2008, 20%; e em 2009, 27%, considerando somente a área urbana. Na área rural, de acordo com a pesquisa, 24% dos domicílios têm acesso à rede mundial de computadores. Com isso, podemos calcular o crescimento. Fazendo um exercício de previsão com a taxa média de 16%, podemos supor que o acesso à internet pode atingir o índice de 90% de domicílios em 2017, o que seria espetacular.

pesquisa

TIC Domicílios 2009, que chegou a

sua 5ª edição, mostram a evolução da posse e uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil. Ela nos dá uma visão ampla da situação da inclusão digital no

país.

Olhando

para

os

No entanto, será que a tarefa de Inclusão Digital estaria cumprida com essa taxa de acesso? Para responder a essa questão, precisamos definir o que é inclusão digital. Já existe um consenso de que a inclusão digital é o acesso a toda infraestrutura para qualquer pessoa poder usar computador e internet, além da oportunidade para obter conhecimentos básicos para manuseá-lo. Porém, consideramos essa definição muito limitada e apresentaremos a seguir os motivos.

números,

podemos perceber que 27% dos domicílios já possuem acesso à internet e 34% possuem computador. Mas, não podemos olhar somente os números: precisamos analisar

a

tendência

crescimento.

desse Arquivo pessoal

ainda

Fazendo um exercício de previsão com a taxa média de 16%, podemos supor que o acesso à internet pode atingir o índice de 90% de domicílios em 2017

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artigo | Arquivo pessoal

Inclusão Digital: Uma etapa com os dias contados? | Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre Não podemos simplesmente pensar o tecnológico e esquecer o aspecto pedagógico de como se apropriar da tecnologia. É a educação e a conscientização que irão mostrar os caminhos para que essa apropriação se dê de maneira que o usuário a utilize como ferramenta para se emancipar, e não se subordine a ela, utilizando-a simplesmente como receptor de ideias, como acontece com a televisão. O mercado vaticina que o próprio avanço da economia trará, inevitavelmente, a inclusão dos excluídos digitalmente. Se deixarmos o mercado tomar conta do processo, teremos novamente o poder hegemônico dominando, expandindo e consolidando os monopólios informacionais, subordinado à dinâmica empresarial do lucro.

Não podemos simplesmente pensar o tecnológico e esquecer o aspecto pedagógico de como se apropriar da tecnologia

Que fique claro aqui que não é uma defesa de visão única, mas sim da apresentação das várias opções para que o usuário possa tomar a sua decisão sobre qual caminho seguir. O local de acesso é um fator importante para conscientizar o usuário de como utilizar a rede. A pesquisa que citamos anteriormente mostra que 48% do acesso à internet se dá através das casas das pessoas, seguido pelos centros públicos de acesso pago, as lan houses, que ficam com 45% dessa fatia. Os centros públicos ficam com 4% dos números.

Local de acesso individual à Internet Em casa

50%

Centro público de acesso pago

44%

Na casa de outra pessoa

26%

No trabalho

22%

Na escola

14%

Centro público de acesso gratuito

4%

O local de acesso é um fator importante para conscientizar o usuário de como utilizar a rede

Portanto, percebemos que a escola e os centros públicos de acesso gratuito (telecentros) somam juntos 18%, o que é muito pouco. Nesses espaços, deveria haver um projeto pedagógico para a conscientização sobre o acesso. Temos visto muitos projetos excelentes, mas, infelizmente, percebemos que ainda não são a maioria. Quando se fala em inclusão digital, são propostas de acesso à tecnologia sem um acompanhamento pedagógico que eduque a sua utilização de uma maneira crítica e consciente. Se continuarmos nessa visão limitada para a inclusão digital, teremos novamente uma tecnologia sendo utilizada para controle social, e não para a construção da cidadania.

O professor Sérgio Amadeu já nos alertou: “O mercado, as forças da oferta, primeiro pensam em vender e ampliar as vendas de seus produtos e serviços. Dificilmente a inserção social ocorrerá como uma externalidade positiva do cruzamento das curvas da oferta e da demanda produzidas pelas forças de mercado ou, também, por um ato voluntário e consciente do empresariado sério e altruísta”. A Internet nos proporciona ferramentas que aumentam o poder da democracia. Ela possibilita que qualquer pessoa possa publicar suas ideias e disponibilizar na rede. Podemos acompanhar mais de perto as ações de nossos governantes. Existem inúmeras possibilidades para ler conteúdo, e não somente alguns poucos canais abertos como na televisão. Explorar essas alternativas e opções da Internet é garantir seu uso democrático.

Existem inúmeras possibilidades para ler conteúdo, e não somente alguns poucos canais abertos como na televisão. Explorar essas alternativas e opções da Internet é garantir seu uso democrático

Além disso, por essa característica de ser extremamente democrática, a internet pode levar a caminhos não tão emancipadores como podemos sonhar. Sem uma proposta pedagógica clara de apropriação dessa tecnologia, podemos subutilizá-la e corremos o risco de não retirar o máximo dessa ferramenta para a construção da cidadania. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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artigo | Inclusão Digital: Uma etapa com os dias contados? | Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre Ao analisarmos a tendência de avanço do acesso ao computador e à internet, percebemos que o maior potencial de crescimento é nas classes sociais que usaram acessos públicos. Somando ao projeto de abertura de 3 mil telecentros que o Governo Federal acaba de lançar, temos hoje uma grande oportunidade de trabalho. Teremos muito mais gente acessando. O que temos que garantir é a qualidade desses acessos.

Para concluir, apresentamos aqui uma definição mais ampla, ainda em construção, do que seria a inclusão digital: é a disponibilidade de acesso à rede mundial de computadores a todos aqueles que, com a utilização dessa tecnologia, possam desempenhar qualquer atividade para a promoção humana, bem como acesso à formação para esse acesso.

Teremos muito mais gente acessando – temos é que garantir a qualidade desses acessos

Se continuarmos nessa visão limitada para a inclusão digital, teremos novamente uma tecnologia sendo utilizada para controle social, e não para a construção da cidadania

Formação essa, crítica e consciente, que contemple não somente a habilidade técnica para o acesso, mas a formação de uma consciência crítica para esse acesso, de forma que a emancipação do ser humano seja o principal objetivo. Quem sabe, num futuro não tão distante, o povo possa se apropriar dessa tecnologia transformando-a conforme suas escolhas para a construção efetiva da cidadania?

Referências 1. Análise dos Resultados da TIC Domicílios 2009: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2009/analise-tic-domicilios2009.pdf 2. Inclusão Digital, Software Livre E Globalização Contra Hegemônica:

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Tonz

novas tecnologias |

: e c i f f O r B e d a t n e m ferra o ã ç u r t s n co s a v o n a r pa s a i g o l o n tec Por Rochele Prass Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=F7dLiKt0dc0

Novas formas de interagir com a máquina é um dos tantos novos caminhos e desafios da informática. Há muito já não faz parte do universo da ficção científica aparelhos que podem ser comandados pela voz ou pelo toque na tela, sem o uso de periféricos. O que pouca gente sabe é que, com um mínimo de recursos, conhecimento e muito software livre, é possível construir aparelhos semelhantes em casa mesmo – e em pouco tempo.

E o BrOffice está lá em cada pedaço da telona interativa, para quem puder ver. Isso porque o Draw foi usado pelos desenvolvedores como ferramenta de CAD para criar todo o design do projeto - desde a construção da estrutura da tela, quanto o projeto eletrônico. No Draw, foram especificadas dimensões e tamanhos, orientando como deveriam ser realizados os cortes em madeiras e outros materiais para a construção da estrutura.

É isso que mostram os desenvolvedores da tela multitoque, projeto apresentado aos visitantes do fisl11. Apesar de a tecnologia empregada ser diferente do já popular touch screen (encontrado em vários aparelhos de telefone), o princípio é o mesmo. “É possível fazer essas coisas sem ter uma indústria gigantesca e proprietária”, diz Gerson Tessler, que desenvolveu o projeto junto com um colega. Ao construir a tela multitoque, Gerson conta que uma das preocupações era empregar tecnologias livres em cada um dos detalhes. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

Além disso, todo o cálculo óptico da tela compilante, que conta com um sistema de captura e exibição de imagens, determinando os resultados do toque na, foi realizado pelo BrOffice Draw. “Eu me senti mais confortável, com muito mais velocidade e produtividade”, diz Gerson ao falar sobre a escolha do Draw para a tarefa.

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novas tecnologias | BrOffice : ferramenta de construção para novas tecnologias | Por Rochele Prass

Da decisão sobre fazer até a apresentação da tela que impressionou milhares de visitantes no fisl11, foram apenas 3 meses e meio (entre finais de semana e madrugadas), conta Gerson. No período, foram desenvolvidas todas as aplicações de demonstração, desenho e construção da tela. A ideia de construir algo do tipo, entretanto, é um pouco mais antiga: já fazia parte dos planos de Gerson desde a clássica apresentação da telona sensível ao toque feita por Jeff Han na TDE. Em seguida, ele passou a integrar um grupo internacional que se dedica ao estudo e desenvolvimento de soluções de informática focadas em interfaces naturais, o NUI Group - natural user interface Group. Gerson Tessler apresenta a criação aos visitantes do fisl11

Ao falar sobre tendências tecnológicas, Gerson explica: “A interface multitoque traz de volta ao ser humano o que é natural para ele: interagir com as mãos”. O desenvolvedor cita como exemplo uma das primeiras reações de uma criança em frente a um computador: colocar a mão na tela para que a máquina tenha alguma reação. Outra preocupação que a dupla teve foi de tornar o projeto colaborativo e multidisciplinar: “desenvolver esse tipo de tecnologia não é só software, envolve hardware, envolve química, engenharia, eletrônica”, diz Gerson. Os desenvolvedores, que se dedicam à arquitetura do design de aplicações e de interfaces do gênero, também já desenvolveram uma vitrine e um piso multitoque.

Projeto chamou atenção de participantes e visitantes do fisl11

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dica rápida | Colorindo códigos com a extensão COOoder no BrOffice Writer

Instalando o BrOffice no Slackware64 13.1 Por Luiz Oliveira

Tradução e adaptação – Clóvis Tristão

Vamos utilizar o Slackbuilds para nos ajudar nessa tarefa. Primeiro baixe dois arquivos a partir do repositório do Slackbuilds:

Adicionar uma pitada de cor para fragmentos de código em um documento do Writer pode torná-lo mais fácil de ler. Mas colorir o código à mão é uma proposta bastante assustadora, especialmente se o documento contiver centenas de linhas.

Arquivo 01: ftp://ftp.broffice.org/stable/3.2.1/BrOOo_3.2.1_Linux_x8664_install-rpm-wJRE_pt-BR.tar.gz

Figura 1: Colorindo um código bash no Writer

Arquivo 02: http://slackbuilds.org/slackbuilds/13.1/office/broffice.org.tar. gz

Felizmente, existe uma extensão para isso: COOoder [1] é uma extensão que pode colorir automaticamente o código em várias linguagens de programação. A Figura 1 mostra a extensão em ação.

O arquivo número 01 é o fonte e no arquivo número 02 contém o script de instalação. Os comandos abaixo tem que ser executados como root. Descompacte o arquivo broffice.org.tar.gz com o comando: # tar -zxvf broffice.org.tar.gz Entre no diretório “broffice.org”. Copie o arquivo fonte, número 01, para dentro desse diretório “broffice.org”. Agora é só executar o script:

Instale a extensão, selecione o fragmento de código que você deseja colorir, pressione o botão COOoder na barra de ferramentas ou escolha

#./broffice.org.SlackBuild Isso vai gerar um pacote para o Slackware que estará no diretório /tmp:

Ferramentas | Suplementos | COOoder)

#installpkg /tmp/broffice.org-3.2.1_pt_BR-x86_641_SBo.tgz

selecione o idioma desejado e pressione OK COOoder baseia-se na GeSHi [2] sintaxe de marcação. Assim, a extensão pode lidar com todos os idiomas suportados pelo GeSHi. Isso inclui HTML, JavaScript, Python, Java, PHP, SQL, OpenOffice.org Basic, e muitos outros.

Pronto. Tudo estará funcionando perfeitamente, inclusive já com o Vero instalado.

Referências:

Referências:

http://slackbuilds.org/repository/13.1/office/broffice.org/ http://www.slackware.com/ http://broffice.org/download

[1] http://extensions.services.openoffice.org/en/project/coooder [2] http://qbnz.com/highlighter/

Fonte: Linux Today Autor: Dmitri Popov

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dica rápida |

Criando um formulário com BrOffice

Números por extenso. Por Marcelo Massao

Por Renata Marques Sabe aquele formulário que seus funcionários preenchem na mão e que você sofre para entender a letra? Ou aquele outro que é um arquivo de texto e que seu usuário desarruma todo durante o preenchimento? Resolva isso criando um formulário PDF. Veja como é fácil.

Em muitas situações, precisamos trabalhar com documentos ou planilhas que exigem a exibição de números por extenso. Ex.: R$ 13,00 (treze reais). Existe no BrOffice uma extensão que permite fazer esta operação de maneira simples e rápida.

Crie um arquivo no BrOffice Writer. Digite os campos do formulário. Se quiser, pode utilizar uma tabela para auxiliar na formatação.

Em primeiro lugar, faça o download em http://www.openoffice.org.br/files/BrOo_Extenso.oxt e em seguida em Ferramentas – Gerenciador de Extensões. Após, localize onde e extensão foi salva e a adicione.

Vá no menu Exibir > Barra de Ferramentas > Controle de Formulários. Utilizando essa barra de ferramentas, insira os campos de formulário mais adequados a cada tipo de campo. Você pode tirar as bordas dos campos, clicando no campo, em seguida no ícone controle da barra de ferramenta de formulários e localizando a opção borda.

Depois de instalada, a extensão será exibida na barra superior estando pronta para ser utilizada.

Exporte o arquivo como PDF e pronto! Veja como ficou.

Para aplicar o recurso, basta selecionar o número e clicar no botão Para navegar entre os campos durante o preenchimento, a tecla tab é super bem-vinda!

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e o resultado será a exibição por

extenso do número selecionado.

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flaivoloka

como nós ... |

...damos suporte técnico Por Luiz Oliveira Uma das críticas feitas ao modelo de negócios com Open Source é a suposta falta de suporte técnico. Para alguns entusiastas, no entanto, não é bem assim.

Projeto Documentação [2] Esse projeto tem o objetivo de fornecer apostilas e tutoriais produzidos pela equipe de documentação do BrOffice, ou vindas de contribuições da comunidade. Inclui tanto documentos originais quanto versões traduzidas para o português a partir de documentos em inglês, italiano, francês e espanhol. O grande destaque desse projeto está no incentivo para que usuários experientes colaborem enviando documentos para serem compartilhados.

Em recente artigo publicado na Internet[1], Rodrigo Robles, desenvolvedor de sistemas, diz o seguinte sobre o assunto: “É paradoxal, mas para alguns softwares comerciais o suporte é pior que o de seus concorrentes de fonte aberto. Mesmo você pagando pelo suporte, alguns problemas podem não ser resolvidos pelo fornecedor. No caso dos softwares de fonte aberto é fácil ter acesso a comunidade de desenvolvedores e obter respostas técnicas às questões mais complexas.

Caso você deseje colaborar, entre em contato com o coordenador do projeto, Gustavo Pacheco, através do email gbpacheco_em_openoffice.org. Você pode auxiliar o Projeto de Documentação através da tradução de documentos, do desenvolvimento de material informativo e da documentação de cases.

Empresas de segurança já comprovaram que as empresas produtoras de softwares de fonte fechado demoram para fazer correções de falhas de segurança, porquê esta ação implica em custo que não lhes traz benefícios imediatos.” Polêmicas à parte, a comunidade BrOffice.org, desde o início, se preocupou com essa questão e passou a oferecer várias formas de suporte para o usuário e também para as corporações. Arquivo pessoal

Uma lista de perguntas frequentes também está disponível no portal BrOffice.org[3]. E por falar em lista, uma das maneiras mais proveitosas de se conseguir uma ajuda ou de ajudar alguém com alguma dúvida de

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como nós ... | ...damos suporte técnico | Por Luiz Oliveira BrOffice é participando das movimentadas listas de usuários[4] e de desenvolvimento[5]. É através dessas listas de discussão que os usuários e desenvolvedores trocam informações, experiências, dúvidas e soluções.

Linux Ubuntu e BrOffice. Inicialmente, o principal argumento da empresa contratada para fornecer os equipamentos e softwares para a academia foi a economia e a segurança oferecida pelos softwares de códigos abertos. O Professor Leandro confessa que não conhecia nem o Ubuntu nem o BrOffice, mas se diz satisfeito com a solução e não pretende trocar tão cedo. Ressalta ainda que se sente mais seguro em relação à navegação na internet uma vez que não consegue “monitorar” os sites que os funcionários entram.

Uma outra forma de conseguir ajuda nos momentos mais difíceis é usar o sistema Rau-tu[6] e a coluna Dicas-l BrOffice.org[7], projetos mantidos pela Unicamp. O RauTu é um sistema de perguntas e respostas que abrange diversas áreas de conhecimento, denominadas tópicos. Todas as perguntas já formuladas - e suas respectivas respostas - ficam armazenadas na base de dados do sistema. Assim, você pode fazer uma busca para saber se já há uma resposta para a sua dúvida. Caso a busca não solucione suas dúvidas, basta inserir uma nova pergunta. Em pouco tempo, algum colaborador irá respondê-la. Para formular perguntas, assim como acessar o repositório de perguntas e respostas, não é necessário se cadastrar. Se você já utiliza o BrOffice e tem alguma experiência com ele, pode ajudar outros usuários que encontram dificuldade, inscrevendo-se como colaborador no Sistema Rau-tu[7].

Mas nem tudo foi perfeito no início. Segundo o Professor, as principais dificuldades foram com formatação de textos e planilhas e também com inserção de senhas em arquivos sigilosos. Por esse motivo, a Academia Punho da Pantera, mesmo com apenas dois computadores, decidiu ter suporte técnico especializado para não correr riscos desnecessários. Algumas grandes empresas que já migraram para BrOffice, como é o caso da Petrobrás, SERPROS e PetroS, pediram ajuda especializada dos consultores da BrOffice.org, sobretudo para soluções em áreas criticas e também para treinamentos e suporte técnico programado.

O objetivo da coluna Dicas-L BrOffice.org é fornecer semanalmente artigos relacionados ao BrOffice, trazendo curiosidades da ferramenta, dicas de uso e técnicas diversas para auxiliar o usuário. Os dois projetos são mantidos pelo entusiasta Rubens Queiroz.

[1] Uso de Sistemas de Fonte Aberto no Ambiente Corporativo http://twixar.com/vRLdC [2] http://broffice.org/docs

Suporte Comercial:

[3] http://broffice.org/broo/?q=faq_principal [6] http://www.rau-tu.unicamp.br/openoffice/

Até aqui o usuário doméstico pode ficar satisfeito e encontrar tudo que precisa para aproveitar as facilidades da suíte livre mais usada no mundo. Entretanto, quando se trata de ambiente corporativo as coisas mudam de figura. Para Anita Sobreira, Analista de TI das Casas André Luiz, da cidade de Guarulhos, uma entidade sem fins lucrativos que cuida de pessoas com necessidades especiais, uma migração eficiente passa pelo convencimento do Presidente da Empresa ou Instituição. Ela se diz bastante convencida sobre o aumento da produtividade a partir da migração para Linux e BrOffice. Por esse motivo está escrevendo um projeto que pretende apresentar ao presidente da entidade.

[7] http://www.dicas-l.com.br/broffice/ [4]Usuários Descrição: Esta lista é onde os usuários trocam experiências, compartilham conhecimento e discutem os mais diversos assuntos relacionados ao programa e à comunidade BrOffice. Para assinar, envie um e-mail para: usuarios-subscribe@br-pt.openoffice.org Para cancelar a assinatura, envie um e-mail para: usuarios-unsubscribe@br-pt.openoffice.org Para postar mensagens, envie um e-mail para: usuarios@br-pt.openoffice.org Você também pode ver o arquivo da lista, organizado por períodos de tempo, ou então fazer uma busca sobre um assunto específico. [5]Dev Descrição: Lista destinada a troca de informações entre a equipe de desenvolvimento do BrOffice.org. Assuntos relativos a tradução do programa, compilação, criação de pacotes são discutidos aqui. Para assinar, envie um e-mail para: dev-subscribe@br-pt.openoffice.org Para cancelar a assinatura, envie um e-mail para: dev -unsubscribe@br-pt.openoffice.org Para postar mensagens, envie um e-mail para: dev @br-pt.openoffice.org Você também pode ver o arquivo da lista, organizado por períodos de tempo, ou então fazer uma busca sobre um assunto específico.

Outro caso bastante interessante é de uma academia de artes marciais, em Campinas, cidade do interior do Estado de São Paulo, com apenas dois computadores. O sócio proprietário, Professor Leandro Romano, não pensou duas vezes, quando lhe foi apresentada a solução | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Por Luiz Oliveira

* Armando Frid, Diretor Presidente da SERPROS.

Esse medo é natural no ser humano como comprova estudos de neurociência. Em artigo para a Revista BrOffice.org, edição 12, “A Neurociência e a Arte de Superar Mudanças”, o médico Rogério Luz Coelho sugere que as respostas parecem residir no modo como funciona o nosso cérebro. Ele nos fala sobre “sinapses” e “plasticidade neuronal”, palavras complicadas que significam recursos do cérebro para nos ajudar a adaptar a novas formas de pensar, viver e ver a vida . Ou seja, acabar com os efeitos colaterais das resistências naturais às novidades.

Quando o assunto é migração de plataformas ou até mesmo mudança de

tecnologias,

a

estratégia,

o

planejamento e o treinamento podem ser fundamentais para o resultado final. Há estratégias, chamadas de verticais, baseadas em uma ordem da

Há empresas, no entanto, que preferem ter a participação dos funcionários na etapa de planejamento diminuindo, com isso, o impacto que causaria a decisão feita de surpresa. O SERPROS preferiu o caminho do meio. Houve uma decisão da direção devidamente aprovada pelo Conselho Deliberativo, um estabelecimento de metas e um incentivo financeiro.

direção da empresa, de cima para baixo, uma imposição, o que, às vezes,

causa

constrangimento, generalizada

um uma

pelos

certo

reclamação

corredores

A ideia de fazer uma migração para software livre já estava no conselho da Instituição, mas a resistência era muito forte a começar pela área de Tecnologia da Informação e Suporte Técnico. Participação ativa e comprometimento da direção, treinamento adequado e potencialização do recurso humano, através da valorização profissional do funcionário, são aspectos fundamentais desse projeto do SERPROS.

da

Arquivo pessoal

empresa, aumentando o ruído na “rádio peão”, mas tudo isso por causa do medo do novo.

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nathancolquhoun

reportagem |

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira Já na direção do SERPROS, Armando Frid resolve tirar do papel o projeto que estava no Conselho Administrativo e aprová-lo, replicando o modelo já vivenciado no Serpro. Em sua opinião, a questão não é necessariamente econômica, uma vez que não há necessidade de trocar a versão do sistema operacional Windows ou do MS Office. Entretanto, ressalta, que caso não efetue a troca desses softwares proprietários acaba perdendo o suporte nas versões antigas. O fato é que a troca de hardware iria ser feita de qualquer jeito para não aumentar os custos com manutenção. A economia, segundo Armando, está na possibilidade de trocar o hardware utilizando Software Livre.

O caminho do meio na decisão de migração “As pessoas mudam as organizações, mas as organizações também mudam as pessoas”

Na tomada de decisões estratégicas, nas empresas, o risco precisa ser calculado. Não há espaços para aventuras. Uma das coisas que deve ser motivo de preocupação do Gestor de uma empresa é o custo de informática, ainda mais em nossos dias que o software está embutido em quase tudo. E para poder acompanhar essas contas é preciso formação adequada. Essa é a opinião do Diretor Presidente do SERPROS, Armando Frid, que chamou para si a responsabilidade de migrar 85% das máquinas do Fundo de Pensão que dirige. No caso específico do BrOffice, a migração será de 100%. Com bastante segurança e firmeza misturada com sua tranquilidade peculiar na fala e nos gestos comedidos, Armando Frid explica que a principal motivação para a decisão é sua longevidade na área de informática. “Sou da época em que o software era livre ainda, não custava caro, a gente comprava o hardware e o software vinha junto com a máquina.” Além disso, Armando lembra que acompanhou o surgimento do Software Livre no final do século passado e quando começou a ser uma realidade dentro das organizações.

Outra coisa importante, na opinião dele, é que a maioria dos gestores atuais assumiu que as pessoas sabem, por isso não se preocupam com treinamentos. Mas a realidade é que cada vez é menor o conhecimento daquilo que essas pessoas estão usando. “Na verdade, se a gente pegar um profissional do mercado, ele usa 5%, uma pontinha do Iceberg, dos programas oferecidos em suítes para escritórios, por exemplo”, diz Armando. Ele lembra também que nem sempre foi assim. No início da revolução tecnológica e digital as empresas gastavam boa parte do orçamento com treinamentos e cursos. Mas com o passar do tempo os gestores começaram a assumir que os funcionários sabiam desenvolver os trabalhos com as ferramentas, e o pior, segundo ele, os próprios trabalhadores começaram a pensar que sabiam. O desafio é encarado como uma oportunidade de voltar a treinar as pessoas com o objetivo de interromper o atual ciclo de “empobrecimento” no que diz respeito ao resultado do trabalho com softwares, por puro desconhecimento da ferramenta. “O treinamento tem sido uma oportunidade para mudança de paradigmas, para as pessoas pensarem em software não enquanto custo, mas enquanto conhecimento, aprendizado, possibilidade de expandir os horizontes como profissionais”, diz Armando.

Funcionário do Serviço Federal de Processamento de Dados – SERPRO, uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Fazenda, cujo negócio é a prestação de serviços em Tecnologia da Informação e Comunicações para o setor público, e considerada uma das maiores organizações do setor, na América Latina, além de fundadora e principal patrocinadora do fundo de pensão, SERPROS, Armando trouxe consigo a experiência de ter comandado as primeiras áreas que incorporaram o Linux e também o OpenOffice.org. Ele lembra que estava na área de logística e gestão de pessoas quando lançou o desafio de modernizar a área de informática comprando novos equipamentos. Entretanto, deixou claro que só receberia máquinas novas quem estivesse disposto a trabalhar com Linux. Com essa estratégia conseguiu atingir uma meta de 70%.

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A parceria com a BrOffice.org foi acertada, segundo Armando, a julgar pelos constantes elogios que tem recebido, além do fato que o SERPROS acaba cumprindo um importante papel social que é o incentivo à comunidade que desenvolve Softwares Livres no Brasil, combatendo a evasão de divisas, criando um “círculo virtuoso” através das possibilidades de potencialização das pessoas. “Dá para perceber que após as primeiras aulas há outro olhar em relação ao que está sendo proposto e um olhar de quem quebrou paradigmas, de quem superou suas resistências”, comemora.

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira Quando se refere à importância estratégica, Armando Frid diz que dentro do universo de entidades de previdência privada, o SERPROS está sendo pioneiro, um modelo, e com isso está divulgando a experiência, apesar de ser uma empresa relativamente pequena no setor. Avalia ainda que parte da estratégia ultrapassa as fronteiras da empresa que preside à medida que fomenta o mercado aumentando a oferta de profissionais capacitados e preparados para novos desafios.

O SERPROS é uma entidade fechada de previdência complementar que tem como finalidade básica instituir e executar planos empresariais de benefícios previdenciários para os participantes empregados de suas patrocinadoras. O Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados, empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda, fundou o Instituto SERPRO de Seguridade Social, em 01/10/1977. A partir de 1998 tornou-se SERPROS Fundo Multipatrocinado, estando autorizado a administrar planos para outras patrocinadoras e participantes, além de sua patrocinadora instituidora, o Serpro. Atualmente a entidade possui duas patrocinadoras: o Serpro e o próprio SERPROS, possibilitando aos empregados das duas empresas serem participantes dos planos de benefícios oferecidos. Com mais de 30 anos dedicados ao bem-estar dos participantes, o SERPROS é responsável por administrar o futuro de cerca de 30.000 vidas, entre participantes, beneficiários e designados. Missão, Visão e Política de Qualidade.

O critério adotado na empresa na hora da decisão foi ter presente que haveria resistências e isso deveria ser encarado como uma coisa normal. Antes de tudo, o relacionamento entre a empresa e os empregados, devia ser profissional. Pensando assim, a direção tratou de estabelecer alguns critérios para incentivar o cumprimento da meta, através de um programa de distribuição de renda em função de resultados do empregado. Na opinião de Armando, quando a organização decide que quer a mudança, deve também criar elementos que motive mais as pessoas; a direção deve se envolver, estar presente na mudança, ser a primeira a adotar a nova tecnologia, liderar o processo, enfim. Considera esse relacionamento como uma via de mão de dupla. “As pessoas mudam as organizações, mas as organizações também mudam as pessoas”, conclui.

O treinamento acabou mostrando que o Ubuntu Linux e BrOffice não é pior, nem melhor, apenas diferente. A participação no Fórum Internacional de Software Livre Fisl, evento organizado e realizado pelo Projeto Software Livre Brasil e pela Associação Software Livre.Org – ASL, considerado o maior encontro de comunidades de software livre da América Latina e um dos maiores do mundo, ajudou a equipe de informática a entender um pouco o significado dessa ideia por trás da adoção do Software Livre. Mônica Lasneau conta que, no Fisl, ela pode entender que a questão do software livre é muito mais do que simplesmente uma economia, mas uma questão de cidadania. Se recorda de uma palestra de Inclusão Digital em comunidades ribeirinhas no interior do estado do Amazonas e conclui que seria impossível fazer isso utilizando software proprietário. A partir daí, a equipe de informática entendeu que era um caminho sem volta e começou o trabalho. Um estudo sobre a viabilidade técnica foi feito com o objetivo de colocar todos os sistemas rodando no Linux. A realidade era que todos os softwares e sistemas da empresa tinham sido feitos para rodar no Windows.

Área de Suporte Técnico, a última trincheira “Software Livre é muito mais que economia, é uma questão de cidadania”

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O setor de informática do SERPROS conta, atualmente, com sete pessoas, sendo três delas para suporte técnico e três para desenvolvimento de sistemas, além da gerência do setor. Este departamento é quem viabiliza, na prática, a mudança exigida pela empresa. Mas, por incrível que pareça era um dos setores mais resistentes à mudança. As dificuldades e resistências eram tantas que o projeto acabou sendo esquecido. A argumentação contrária ia desde a falta de suporte especializado ao Linux na hora da implantação à dificuldade de tirar o software proprietário dos usuários. “Antes de aceitar o software livre aceitamos a imposição da diretoria”, lembra Mônica Exaltação Lasneau, Gerente de Informações e Sistemas. Ela diz ainda que as resistências começaram a se quebrar quando a diretoria estabeleceu a meta de 85% dentro do Plano de Participação por Desempenho – PPD, o que na prática significava um dinheiro extra; um incentivo mais que convincente.

Mônica Lasneau Gerente de Informações e Sistemas do SERPROS

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira No início, a solução encontrada para rodar grande parte desses sistemas foi o Wine, uma implementação livre das bibliotecas do Windows no Linux, não sendo portanto um emulador, pois ele não faz nenhuma emulação para executar softwares para Windows. Entretanto, não foi possível rodar o principal sistema da empresa, desenvolvido especificamente para o sistema previdenciário. Então, a saída foi rodá-lo no Ubuntu Linux com o Virtual Box, uma máquina virtual caracterizada por simular um sistema operacional dentro de outro já em execução. O aspecto negativo dessa solução, segundo Mônica Lasneau, é que há um aumento significativo de máquinas para administrar e dar suporte com a mesma quantidade de pessoas no setor.

Vânia Ferreira Gerente de Gestão de Pessoas do SERPROS

As aulas foram ministradas dentro do auditório do SERPROS. “Em todas as áreas temos pessoas com pós graduação e cursos de extensão”, explica Vânia. Entretanto, a situação no setor de Gestão, como em outros setores, também era de resistência. Havia na empresa um quadro de 70 funcionários, quatro estagiários e dois jovens do CAMP Mangueira – uma entidade sem fins econômicos que tem como objetivo contribuir para a formação socioeducativa de adolescentes e jovens visando capacitá-los para o mercado de trabalho. Vânia conta que no setor de Gestão tinha uma funcionária muito resistente à mudança e sua alegação era que utilizava recursos indisponíveis, em outros programas. Tudo isso reforçava a ideia de que havia a necessidade de um treinamento amplo, geral e irrestrito.

A equipe de informática seguiu com o objetivo proposto pela organização, mas se deparou com outra dificuldade. A atualização das máquinas para versões mais recentes do Linux e BrOffice foi feita manualmente, o que, segundo Mônica é um fator que sobrecarrega a equipe dado o número reduzido de funcionários. Atualmente 80% das máquinas já foram migradas para Ubuntu e 100% para BrOffice. Até o final deste ano, será tirado o pacote Office proprietário de todas as máquinas.

Como a direção estava muito empenhada no cumprimento da meta, todos os projetos de treinamento foram aprovados e com isso a empresa toda deve ser capacitada para trabalhar com Ubuntu Linux e BrOffice. Para se ter uma ideia disso, de 2009 para 2010, só na área responsável pelo parque tecnológico, pela atualização de sistemas e suporte técnico, o valor de investimento em treinamentos dobrou.

Gestão de pessoas O setor de Gestão de pessoas ou administração de recursos humanos cuida da associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano. Para a Gerente de Gestão de Pessoas do SERPROS, Vânia Ferreira L. dos Santos, uma das razões da existência do setor é desenvolver habilidades e conhecimentos em toda a força de trabalho. A decisão da empresa estabelecendo uma meta de 85% de implantação de Software Livre nas máquinas do SERPROS, decididamente, passava pelo setor de Gestão de Pessoas. Tradicionalmente, o setor incentiva os funcionários a buscar especializações, através de programa de treinamento continuado, que os ajudem em suas tarefas diárias. Como exemplo, Vânia cita duas turmas de MBA – Master of Business Administration, formadas através do IDEAS, Instituto de Desenvolvimento e Estudos Aplicados à Seguridade, uma sociedade civil, sem fins lucrativos, constituído para ser um centro de pesquisa na área de seguridade no país, com destaque especial para o segmento de previdência complementar.

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Treinamento: ingrediente essencial em todo processo de migração

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Para tentar captar os resultados e também fazer um planejamento para o próximo ano, Vânia, pretende se reunir com cada participante das turmas para saber o que acharam dos cursos, quais foram os benefícios, e se houve lacunas a ser preenchidas. Segundo ela, essas lacunas vão permitir fazer uma programação mais acertada em 2011.

A partir do estabelecimento das metas pelo Diretor Presidente, Armando Frid, respaldado pelo Conselho do SERPROS, a Gerente de Gestão de Pessoas, Vânia Ferreira L. dos Santos, procurou logo uma forma de minar a enorme resistência pela adoção do Ubuntu Linux e BrOffice. 21

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reportagem | Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira Arquivo pessoal

Além de despertar o interesse até dos usuários mais resistentes à mudança, com o treinamento, as pessoas começaram a agir como multiplicadoras, comentando, falando bem do Ubuntu e BrOffice para os funcionários que ainda não tinham passado pelo treinamento, a ponto de surgir um questionamento na empresa a partir de tanto barulho: “Que mágica é essa que a instrutora está fazendo que já está convertendo a cabeça das pessoas para a nova realidade?”. A resposta de Eliane Domingos é objetiva: “Não se trata de mágica, mas de mostrar, efetivamente, que a ferramenta funciona, que ela é tão boa quanto, ou até melhor que a opção proprietária”. “A partir do treinamento em ferramentas livres os usuários se dão conta que não sabem nem 10% dos recursos disponíveis em suítes para escritórios, seja livre ou proprietária. Isso porque nunca passaram por treinamentos”, comenta Eliane, que conclui ainda, a partir desse dado, que esse tipo de treinamento proporciona aos usuários um melhor aproveitamento dos recursos, acelerando e aumentando a produtividade no trabalho cotidiano. Outra observação feita por Eliane Domingos sobre o treinamento em Ubuntu Linux, a partir de depoimentos dos próprios usuários, é que alguns recursos do Ubuntu não existem nem no Windows 7, o mais recente Sistema Operacional da Microsoft, o que motivou ainda mais as solicitações de instalação nos desktops.

SERPROS: Antonio Paulo, Elizabeth Moitinho, Bianca Andrade, Eliane Domingos (BrOffice.org), Danielle Bteshe e Vania Ferreira.

A maneira encontrada por Vânia foi oferecer um treinamento para os funcionários. Com esse objetivo em mente entrou em contato com a ONG BrOffice.org e marcou uma primeira reunião. Os consultores, Eliane Domingos e Olivier Hallot, ouviram quais as necessidades da empresa e a partir disso elaboraram orçamentos de treinamento avançado de Ubuntu para o pessoal de suporte técnico e treinamento de Ubuntu e BrOffice para desktop.

“O que é isso?” A pergunta foi feita por um usuário que viu, estarrecido, pela primeira vez na vida, o Ubuntu Linux. A resposta da instrutora foi incisiva: “Este será o seu Sistema Operacional”. Outro usuário apareceu do nada na sala de treinamento querendo falar urgente com a instrutora. Era um dos mais resistentes e resolveu argumentar os seus motivos para não mudar “de jeito nenhum” para o BrOffice. Ele era um usuário avançado de editor de planilhas e não poderia ficar sem o Excel. Eliane Domingos explicou para ele que as funcionalidades da suíte proprietária existiam também no Calc do BrOffice e ele acabou convencido disso após o treinamento.

No inicio do treinamento houve a necessidade de padronizar a instalação do BrOffice para a versão mais recente da suíte. Na opinião de Eliane Domingos, instrutora nessa fase inicial de treinamento, essa ação era importante, uma vez que em muitas máquinas a versão instalada era a 2.0.4, uma versão que não contemplava uma série de benefícios e outras tantas novas funcionalidades presentes na versão 3.2.1 do BrOffice. No primeiro dia de cada uma das duas primeiras turmas, os funcionários ouviram do Diretor Presidente, Armando Frid, algumas palavras sobre a importância da adoção de software livre e os motivos que levaram o SERPROS a tomar essa decisão, muito além da simples economia com pagamentos de licença de uso de software proprietário.

Além do treinamento básico, está previsto um treinamento avançado do Calc ministrado por Olivier Hallot contemplando funcionários de áreas específicas do SERPROS, notadamente do setor financeiro. Há interesse também por um curso de Writer avançado. Analisando o estágio atual da migração no SERPROS, Eliane Domingos afirma que até agora tudo tem dado certo e arrisca a dizer que para o sucesso absoluto da migração haja necessidade de uma consultoria para ajudar na automatização do processo de atualização para novas versões evitando o trabalho manual de máquina em máquina e um treinamento específico para o pessoal do suporte técnico focado no Linux avançado.

O efeito do treinamento foi imediato. Embora a decisão fosse irrevogável, os departamentos tinham a prerrogativa de solicitação junto ao setor de suporte. “O que me assustou profundamente foi que os usuários em treinamento, começaram a pedir a instalação do Ubuntu e BrOffice para o suporte técnico, aumentando muito a demanda do setor”, revela Eliane Domingos. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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reportagem |

nathancolquhoun

Contagem regressiva para

Por César Brod

Keynotes alinhados, grade concluída, palestrantes definidos. Você tem todos os motivos para estar em Foz do Iguaçu entre os dias 10 e 13 de novembro próximos. Mas no que consiste a construção de um evento deste tamanho? Qual o trabalho para se chegar até aqui? É uma observação constante de tudo o que está acontecendo no mundo da tecnologia, em especial do software livre. É ir mantendo e estabelecendo novos contatos com potenciais palestrantes, que vou conhecendo em outros eventos dos quais participo no mundo inteiro. Principalmente, é manter os olhos e ouvidos abertos às sugestões e, necessariamente, ter que dizer muitas vezes “não". Esse posicionamento incômodo é necessário para quem coordena o temário do Latinoware pela terceira vez.

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Agora vou contar um pouco da minha trajetória na Latinoware. Tudo começou em 2003, quando eu organizei o primeiro Congresso Internacional Software Livre Brasil, em Curitiba. Lá conheci o Marcos Siríaco e o Paulo Roberto Falcão da Itaipu Binacional, o Julian Fagotti da Celepar e mais uma série de outras pessoas que pensavam em organizar um grande evento latino-americano de software livre. Eu estava no meio de uma pesquisa que fazia para o ministério de apoio ao desenvolvimento da Finlândia onde justamente levantava o que existia de projetos em software livre na América Latina e tinha muitos contatos com as próprias pessoas que faziam parte da minha pesquisa ou me auxiliavam com ela. Boa parte dessas pessoas viraram palestrantes da primeira Latinoware, em 2004. De lá para cá a conferência cresceu muito. Mas, a principal diferença em termos de organização do temário talvez tenha sido o fato de que, em 2004, tínhamos que buscar os palestrantes e em 2010 temos que selecionar dentre uma oferta imensa de pessoas que querem vir à Latinoware, graças à importância e à visibilidade conquistadas pelo evento.

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reportagem | Arquivo pessoal

Contagem regressiva para o Latinoware 2010 | Por Cesar Brod Mesmo assim, faço duas recomendações para os participantes na hora de selecionar as atividades na Latinoware. A primeira é "tenha foco". Se você está se iniciando no mundo do software livre, reserve um tempo para o minicurso Linux de A a Z e busque as palestras mais voltadas para aquilo que você tem necessidade no dia a dia: edição gráfica, produção de textos, etc. Se você é um programador PHP, Python, Java, etc, há uma série de palestras específicas nestas linguagens. Se você está interessado em multimídia, a Latinoware aborda a produção de áudio, vídeo, modelagem 3D e muitas outras coisas. Se o seu interesse é o mundo dos negócios com software livre, não perca as palestras do pessoal do Gartner Group, os estudos de casos e as rodadas de negócios. Se você é da área da saúde, grude-se no workshop internacional de saúde para economias emergentes. Enfim, olhe a grade, selecione suas palestras preferidas e siga a sua própria trilha. A segunda recomendação é "divirta-se". A liberdade é, antes de mais nada, algo prazeroso. Deixe um espaço para circular pelo evento, visitar a feira e os estandes, conversar com as pessoas e tirar fotos com o Maddog! Aproveita que ele não cobra. Esperamos você em Foz do Iguaçu!

Só como exemplo, tivemos a oferta de 250 palestras vindas pela chamada de trabalhos, a maioria delas de excelente qualidade. Tínhamos reservado o espaço para 20 e, afinal, abrimos para quase 40 palestras vindas desta chamada. Com isto, claro, tivemos que negar uma série de outras propostas. Daria para fazer umas cinco Latinowares com todas as pessoas que se prontificaram para participar. Sinceramente, espero que possamos dar espaço a todas elas em eventos futuros e, publicamente, peço desculpas por não haver espaço para todas. Em muitos momentos - acho que a maioria deles - a seleção entre A ou B foi muito dolorosa. Foi como se tivéssemos que formar de novo os Beatles e ter que escolher ou o John Lennon ou o Paul McArtney. Gostaria de passar o tempo inteiro no workshop de saúde eletrônica para países emergentes, mas ao mesmo tempo não quero perder as palestras sobre multimídia e as novas tecnologias para jogos e dispositivos móveis, além de acompanhar a olimpíada de robótica. Também quero ouvir tudo o que está no evento sobre redes sociais, governo eletrônico e, claro, acessibilidade. Eu quero ler de novo nas avaliações que é muito difícil de escolher entre uma palestra e outra para os participantes do congresso. Foi assim para nós que tivemos que selecioná-las.

Participação da Comunidade BrOffice.org Por Luiz Oliveira Este ano a presença da BrOffice.org no Latinoware está mais intensa. E não é para menos, pois a comunidade tem muito a dizer a julgar pelos últimos acontecimentos. A BrOffice.org é uma das principais apoiadoras e patrocinadoras da The Document Foundation, tendo um dos seus diretores, Olivier Hallot, no Conselho da TDF. Será uma oportunidade para sanar algumas dúvidas sobre o LibreOffice e a relação intrínseca desse produto universal com o BrOffice, a suíte de escritórios localizada para o português do Brasil. Além disso, estão previstas várias apresentações com assuntos relevantes feitas por membros da comunidade BrOffice.org.

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Olivier Hallot vai falar sobre o case da Petrobras. Uma das maiores migrações para BrOffice que se tem notícia. Foram 90 mil máquinas, afetando cerca de 100 mil funcionários. Claudio Filho, coordenador geral da comunidade BrOffice.org, apresenta as estratégias de marketing para países em desenvolvimento – com foco no caso da BrOffice.org. William Colen, um dos principais responsáveis do bem sucedido Corretor Ortográfico para BrOffice.org – CoGrOO, vai falar sobre programabilidade do BrOffice. No Minicurso de três horas, William vai explicar que o BrOffice oferece uma rica interface de programação, permitindo desde a criação de aplicativos que façam uso dos seus recursos para executar alguma tarefa, até o desenvolvimento de sofisticadas extensões que incrementam as funcionalidades dessa suíte de escritório. Neste curso, William pretende exercitar a criação de diversos tipos de extensões Java para o BrOffice usando o plug-in para o NetBeans.

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cultura | Década de 1990, quando a Magia volta à Terra, trazendo caos. Redblade narra a jornada de um grupo de aventureiros por países devastados. A história acontece no mesmo mundo que Marfim Cobra e Jasmim, romances do mesmo autor, mas tem uma abordagem diferente...

imagem

nathancolquhoun

Episódio 06: Acidente

Por Cárlisson Galdino

Sem controle por apenas uma fração de segundo, mas uma fração de segundo às vezes é tempo demais. O carro desliza de lado e reencontra o trilho invisível do asfalto. Ao virar para o lado oposto tentando desviar de um carro estacionado (é, estou sendo irônico com o “estacionado”), perde novamente o contato e bate de lado. O impacto não é nada sutil. - Todos estão bem? - O professor pergunta. - Vamos embora daqui, professor!

Carros só correm

- Mas esta porcaria não quer mais pegar!

Mortos, parados

Richard fala para sairmos todos do carro. Especialmente para Jörg, que está entre ele e a porta possível de se abrir. É que o carro simplesmente colou na massa de carros que havia. Jörg e eu saímos quase ao mesmo tempo. Até para que o professor e Richard consigam também deixar o veículo.

É a regra do mundo Mas não levam a sério

A cena é aterradora. Acho que nem é meio-dia ainda. Tudo parado, ou nem tudo. Tudo que deveria estar em movimento está parado e o que deveria estar parado se move. Carros e motos batidos nesse entroncamento. Não há mais barulho de motores por aqui. Gritos ainda são comuns, mas não de maneira contínua. Vez ou outra ouvimos um grito distante, ou o som inconfundível de mais uma batida de carro.

Caminham os que morrem Carros largados Aqui é, no fundo Estranho cemitério

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cultura | Arquivo pessoal

Redblade - Episódio 06: Acidente | Por Cárlisson Galdino Carros destruídos... E um bocado de zumbis. Realmente é sorte a gente estar num cruzamento largo. Quer dizer, não sei até que ponto é sorte. Tem muito carro destruído e não sei como conseguimos chegar até aqui. Já foi uma vitória, com certeza. Vitória parcial e talvez insignificante: parece que ainda estamos no meio da cidade. E os zumbis...

- Puta merda! Não é deste! O professor sai e vamos para o carro vizinho. - Também não! - Professor? Não temos... - Rá! Deixa-me em paz! Concentração... Concentração... Olho para o outro lado da rua e então percebo por qual razão Richard não veio nos dar cobertura: ele está abrindo a rota de fuga. Simplesmente foi embora pela rua. O que Jörg está fazendo? Tirando alguma coisa do carro onde estávamos?

- Get a car! Right now! - O Richard fala. Ou foi “catch a car”? Ou foi outra coisa? De um jeito ou de outro, a mensagem é clara. O professor Álvaro corre para o outro lado da rua e eu o acompanho. Ele tem uma boa visão! Nos dois sentidos! Do outro lado da rua há uns dez carros estacionados. Desta vez, sem ironia. Um deles está bem atrativo, num caminho sem zumbis, e corremos até ele. À meia distância já se nota os vidros abertos. O professor entra e eu fico de sentinela.

- É este! Não espero. Mergulho no carro e o professor acelera. - Jörg!

- Não estão aí?

Ele larga o extintor de incêndio que acabara de retirar e pega seu arco e suas flechas antes de entrar também no carro. Continuamos o caminho. Onde está...

- Estão! É que temos tempo de sobra a perder! - O professor responde enquanto continua a procurar. Debaixo do banco, no porta-luvas...

- Dort! - Jörg aponta mais à frente e lá está Richard, com a espada translúcida desferindo golpes a uma velocidade vertiginosa.

Um grupo de zumbis se aproxima vindo do prédio. O que é aquilo? Corro até lá antes que eles cheguem. Abençoados sejam esses mortos que caminham por serem tão lentos! Será que teremos salvação?

Uma mistura de Kali e Shiva, um dançarino da morte. Uma imagem bela e assustadora. Dá medo e ao mesmo tempo não consigo tirar os olhos da cena, tentar entender os movimentos que derrubam tantos zumbis numa velocidade tão alta.

- As chaves! As chaves!

- Professor! - Ele abre um sorriso enquanto pega o chaveiro da minha mão.

- Come on! - O professor grita enquanto Jörg abre a porta de trás.

Sim, um chaveiro, carteira e uma pasta estavam jogados ali, quase na entrada do edifício. Que sorte! Certamente o dono...

Richard entra no carro e partimos novamente. Impressionante é que, derrubando zumbis nesse curto espaço de tempo, ele avançara um quarteirão inteiro!

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E que alegria! Em poucos minutos deixamos a área urbana. Ainda há carros batidos e zumbis, mas numa proporção incomparavelmente menor. Paris, lá vamos nós!

Cárlisson Galdino

Bacharel em Ciência da Computação e pós-graduado em Produção de Software com Ênfase em Software Livre. Membro da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, é autor do Cordel do Software Livre, do Cordel do GNU/Linux, do Cordel do BrOffice e do Cordel da Pirataria. Líder, vocalista e baixista da banda Infinnita. http://bardo.cyaneus.net

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Dica de Filme

Jogo de espiões nathancolquhoun

Por Luiz Oliveira

Uma história interessante. Uma crítica feroz aos desmandos da CIA mostrando a falta de humanidade, num mundo onde o capitalismo é para lá de selvagem. Para manter uma aparente neutralidade, diante da prisão de um ex agente pelo exército chinês que o acusa de ser um espião norte americano, diretores da CIA resolvem abandonar o seu sempre fiel soldado Tom Bishop (Brad Pitt) e ainda decidem levantar provas contra ele com o objetivo de justificar o abandono. Acontece que os chineses não estão para brincadeiras e resolvem que irão matá-lo no dia seguinte. A única esperança de Tom é seu antigo chefe, Nathan Muir (Robert Redford) que descobre a intenção da CIA ao ser interrogado. Todo o filme desenrola-se durante a interrogação e Muir recorda que sempre foi muito duro com seu pupilo falando coisas do tipo: “guarde dinheiro para que você tenha uma vida tranquila quando se aposentar”, ou “se você fizer coisas erradas por não concordar com as regras eu não vou salvá-lo”. Será que ele dizia isso do fundo do coração? Será que mudaria de ideia, faltando um dia para se aposentar?

Outra coisa digna de nota é o que Muir pensa sobre as relações com as mulheres e especificamente a relação amorosa de Tom com uma mulher que acabou sendo o motivo da separação dos amigos. O filme é, sobretudo, emocionante porque revela sentimentos passados vistos numa perspectiva renovadora. Uma oportunidade para melhorar, para rever antigos conceitos. Mostra temperamentos diferentes, que na prática, não são, por si só, desqualificadores para pessoas cujas funções são semelhantes. Também revela a frieza e, até certo ponto, a ingratidão que algumas instituições dispensam aos funcionários cujas vidas foram, praticamente toda dedicada ao trabalho.

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Vale a pena notar que, embora os agentes tenham toda a tecnologia de ponta em seu favor, como satélites, computadores e os mais avançados softwares, detalhes como observação visual, capacidade de análise e interpretação da situação e inteligência emocional se destacam e salvam vidas.

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nathancolquhoun

Expressões regulares no BrOffice

Por Julio Neves Dito isso, vamos ao que interessa.

Apesar de não ter nada a ver com Shell, todos os "shelleiros" usam o BrOffice.

Onde usar BrOffice

Como vocês já sabem o básico de Expressões Regulares, vou inserir esta seção como uma colher de chá - ou será colher de Shell?

Regulares

no

Você pode usar Expressões Regulares nas seguintes situações:

Obviamente, não mostrarei tudo novamente, mas somente as diferenças que já testei entre as sintaxes das Expressões Regulares do Shell e do BrOffice, dando ênfase para as surras que tomei para descobrir essas diferenças.

No Writer: Editar → Localizar e Substituir; Editar → Alterações → Aceitar ou Rejeitar → Tab Filtro

As surras foram maiores, porque à época não se achava documentação sobre o uso de Expressões Regulares no BrOffice. Atualmente, existe um bom manual em http://wiki.services.openoffice.org/wiki/Documentation/Ho w_Tos/Regular_Expressions_in_Writer,

No Calc: Editar → Localizar e Substituir; Dados → Filtro → Filtro Padrão & Filtro Avançado; Algumas funções como SOMASE, PROCURAR e outras

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Com as recentes mudanças do OpenOffice.org para o LibreOffice, em breve será lançada a versão RC Release Candidate do LibreOffice, as expressões regulares serão adicionadas a engine como um novo modelo , conforme o link: Wiki TDF

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Expressões

As caixas de diálogos que aparecem quando você usa os comandos acima, geralmente têm uma opção para usar Expressões Regulares (que normalmente está desligada). Por exemplo:

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves hard enter () (caractere não imprimível obtido com <SHIFT>+<ENTER> também chamado de new line) e outro desses. Assim sendo, mesmo que a palavra parece esteja sendo exibida no início de uma linha, a expressão ^parece não irá localizá-la, pois parece somente aparenta estar no início da linha, mas se alterarmos o tamanho da fonte, por exemplo, a palavra não necessariamente estará mais lá situada.

Por outro lado, a Expressão Regular daqui.*ali, não irá casar o texto formado pelo daqui em um parágrafo até o

Diferenças lógicas de uso

ali em outro. Normalmente os parágrafos são tratados individualmente.

Existem diferenças de sintaxe com as Expressões Regulares que aprendemos, e também existem diferenças na lógica de aplicação. Essas são mais chatas para os veteranos de Expressões Regulares sob o Shell, pois é necessário uma mudança na forma de raciocinar. Vejam estes casos: Havia notado um erro no meu livro, mas esqueci de anotar o número da página. Quando fui fazer a alteração, a única coisa que me lembrava era que o erro estava em uma variável do Shell. O que fiz? Montei uma Expressão Regular começando por cifrão ($) e casando letras maiúsculas, algarismos e sublinhados (_), e estes algarismos não podiam suceder o cifrão ($). Era assim:

Além disso, o Writer considera cada célula de tabela e quadro separadamente. Os quadros são examinados após todos os textos e células de tabela terem sido examinados Na caixa de diálogo Localizar e Substituir, as Expressões Regulares devem ser usadas somente no box "Procurar por". Elas não podem ser usadas no "Substituir por:" porque Expressões Regulares casam com textos e portanto o que deve ser substituído é o texto e não a Expressão Regular.

$[A-Z_]+[0-9A-Z_]* Mas, apesar de certa, a Expressão Regular não funcionava pois casava com as variáveis em minusculas também. Demorei muito para descobrir que o check button "Diferenciar maiúsculas de minúsculas" é que decide quanto à caixa das letras (veja a figura anterior).

Diferenças de sintaxe

Um outro problema de diferença de lógica, é que no BrOffice as Expressões Regulares dividem o texto a ser pesquisado em porções e examinam cada porção separadamente

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A partir de agora, veremos as diferenças de sintaxe entre o que aprendemos nas Expressões Regulares do Bash e as que veremos do BrOffice.

No Writer, o texto é dividido em parágrafos e o que define um parágrafo é a porção de texto entre um enter ou um | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves Para procurar palavras que terminam por texto:

Como já vimos existe uma diferença na lógica de uso das Âncoras pois no Bash os meta caracteres de início (^) e de fim ($), procuram respectivamente os textos que os sucedem ou precedem no início ou no fim de uma linha. No BrOffice, esta procura é feita no início ou no fim de um parágrafo.

No Bash fazemos: texto\b; No BrOffice fazemos: texto\>. Exemplos: A Expressão Regular [a-z]+e\> neste exemplo, foi usada para procuramos por uma ou mais letras ([a-z]+), terminando com a letra (e\>).

Podemos também citar um caso que já foi reportado ao BrOffice.org para correção. O alternativo ou ou (|) pode atrapalhar o início (^). Assim, pensando no mengão, se procurarmos ^vermelho| preto, o BrOffice.org devolverá as ocorrências de vermelho iniciando parágrafos ou preto em qualquer lugar. Contudo se fizermos: vermelho|^preto serão devolvidos o vermelho e o ^preto, ambos em qualquer lugar, desta forma não reconhecendo o metacaractere ^ como a Âncora que marca o início de um parágrafo.

Representantes Quase todos os meta caracteres Representante têm uso idêntico ao seus congêneres sob o Bash, porém nem tudo neste mundo é perfeito, porque mesmo que poucas, ainda existem algumas diferenças de uso. Sob o Bash, todos os caracteres dentro de uma lista ([]) são tratados como literais, exceto o circunflexo que é tratado como um negador da lista (e assim mesmo quando ele é o seu primeiro elemento). Sob o BrOffice usamos a contra barra (\) em uma lista para "escapar" alguns alguns meta caracteres e também para formar códigos hexadecimais.

Podemos também citar um caso que já foi reportado ao BrOffice.org para correção. O alternativo ou ou (|) pode atrapalhar o início (^). Assim, pensando no mengão, se procurarmos ^vermelho|preto, o BrOffice.org devolverá as ocorrências de vermelho iniciando parágrafos ou preto em qualquer lugar. Contudo se fizermos: vermelho| ^preto serão devolvidos o vermelho e o ^preto, ambos em qualquer lugar, desta forma não reconhecendo o metacaractere ^ como a Âncora que marca o início de um parágrafo.

Somente os caracteres, abre colchetes (]), hífen (-) e contra barra (\) devem ser "escapados" no interior de uma lista, já que nesse ambiente, seus significados são especiais.

Ué, mas não íamos falar sobre as diferenças de sintaxe? Sim, mas é bom frisar bastante este conceito de parágrafo porque isso algumas vezes me dá uma derrubada.

Por exemplo a Expressão Regular [[\]a-z] casa um abre colchetes ([), ou um fecha colchetas (]), ou uma letra minúscula. [\\] casa com uma contra barra literal, [\t] casa com a letra 't'. Para casarmos um <TAB>, devemos fazer: [\x0009] que é a representação ASCII em hexadecimal do <TAB>.

Dentre as Âncoras, as únicas diferenças de sintaxe que existem no uso de Expressões Regulares no Bash e no BrOffice estão nos meta caracteres que definem as bordas. As contra barras (\) que são meta caracteres (escape), assumem, na pesquisa uma função diferente quando seguidas por um menor (\<) ou um maior (\>). Vejamos:

Todos os outros caracteres são tratados pelos seus valores normais, não precisando mais nenhum artifício. A T E N Ç Ã O

Para procurar palavras que começam por texto: No Bash fazemos: \btexto; No BrOffice fazemos: \<texto.

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Âncoras

Usando Classes de Caracteres POSIX, surge um caso que também já foi reportado, isso porque uma classe como [[:alpha:]], deveria casar com qualquer algarismo decimal, mas isso não se verifica.

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves Usando Classes de Caracteres POSIX, surge um caso que também já foi reportado, isso porque uma classe como [[:alpha:]], deveria casar com qualquer algarismo decimal, mas isso não se verifica.

Quantificadores Aqui não há o que temer nem acrescentar. Os Quantificadores do BrOffice se comportam da mesma forma que os do Bash. Poupe seu fôlego para a seção seguinte.

Pelo site do BrOffice, este fato reportado funcionaria se fizéssemos [:digit:], o que de cara já te traz algumas restrições, como exemplo suponha que eu queira procurar em um arquivo todas as letras minúsculas e todos os algarismos decimais. Nesse caso, sob o BrOffice, não poderia usar Classes de Caracteres POSIX. No Bash faríamos [[:lower:][:digit:]] porém isso no BrOffice é impossível, pois em virtude dos colchetes ([]) mais externos, ele encararia isso como uma lista formada todos os caracteres internos a esses colchetes ([]) e não como duas classes.

Outros Aqui que a porca torce o rabo! Nesta classe de meta caracteres existem diferenças substancias no uso de Expressões Regulares, a começar pelo que já vimos, de uma Âncora sucedendo um ou (|). Recapitulando: Se procurarmos ^vermelho|preto, o BrOffice devolverá as ocorrências de vermelho iniciando parágrafos ou preto em qualquer lugar. Contudo se fizermos: vermelho| ^preto serão devolvidos o vermelho e o ^preto, ambos em qualquer lugar, desta forma não reconhecendo o meta caractere ^ como a Âncora que marca o início de um parágrafo.

Da mesma forma, também não funcionaria [a-z[:digit:]], nem [[:lower:]0-9]. A saída seria usarmos uma lista de caracteres, mas assim mesmo, veja só isso:

Vamos ver como funcionam os grupos e os retrovisores: Como já sabemos os grupos são criados com o uso de parênteses. Os textos casados (veja bem, são os textos e não as Expressões Regulares) ficam guardados e podem ser recuperados dentro da mesma Expressão Regular. No exemplo a seguir, procuramos por duas palavras iguais, separadas por um hífen (-). Veja:

Viu! Neste caso as letras acentuadas não casaram com o nosso padrão. Por outro lado, pela facilidade que tenho no uso de Expressões Regulares, venho há muito tempo testandoas no BrOffice, e não sei se por erro meu, mas até à versão que estou escrevendo este documento (3.1.1), não consegui casar [:digit:] nenhuma vez. Veja:

A Expressão Regular era a seguinte: \<([a-z]+)-\1\> Onde:

\< e \>

Formam a borda esquerda e direita do texto, respectivamente;

([a-z]+)

Define uma ou mais letras seguidas (palavra) dentro de um grupo; Duas observações:

-\1

Usando a classe [:alpha:], conseguimos casar as letras acentuadas;

Até agora não mudou nada do que foi dito sobre Expressões Regulares no Bash e tudo funcionou às mil maravilhas. Mas se você prestar a atenção, o que fizemos foi clicar em um dos botões de localizar. A diferença começa quando desejamos usar o texto casado para substituir alguma coisa.

A classe [:digit:] não funfou! Resumindo: essa facilidade ainda está em fase de consolidação e por isso sempre que posso usar as listas convencionais (como no caso de algarismo), não penso duas vezes, uso-as. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

O hífen seguido do texto casado pelo grupo.

Vamos aproveitar este exemplo para trocar bate-bate por bater: 31

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves \t Quando fora de uma lista equivale a um <TAB>. Como já foi dito, dentro de uma lista, o <TAB> deve ser usado com seu código hexadecimal [\x0009]. Então para trocar todos os <TAB> por espaços em branco, ponha na caixa "Procurar por" um \t e na caixa "Substituir por" um espaço em branco;

Repare que na caixa "Substituir por" eu usei $1r, ou seja, o texto casado não é mais o \1, agora é o $1.

\n Casa com um hard enter ou new line () (formado por um <SHIFT>+<ENTER>).

Eu odeio mesóclises e tinha o seguinte texto:

Suponhamos que você tenha vermelho seguido de um hard enter e na linha seguinte preto, se na caixa "Procurar por" colocar vermelho\npreto e na caixa "Substituir por" colocar vermelho-e-preto, após a substituição, o hard enter terá morrido, sobrando vermelho-e-preto. O mesmo poderia ter sido feito, colocando nas caixas \n e -e-, respectivamente; $

Este dar-se-ia estava me torturando, então troquei-o usando uma Expressão Regular em que eu montava 3 grupos separados por hífen (-). Então, o primeiro ($1) recebeu dar, o segundo ($2) recebeu se e o terceiro ($3) recebeu ia. Colocando-os na ordem que eu queria ($1$3$2), veio:

Casa com uma marca de parágrafo ().

Diferentemente do hard enter, não podemos definir na caixa "Procurar por" a cadeia no início da linha seguinte um uma Expressão Regular que case com ela. Assim sendo, não poderíamos agir como no exemplo anterior, preenchendo as caixas com vermelho\npreto e com vermelho-e-preto respectivamente, porém funcionaria se as caixas fossem preenchidas com $ e com -e-. \x Quando temos um \xNNNN, onde NNNN é um algarismo hexadecimais [0‑9A‑Fa-f] na caixa "Procurar por", o BrOffice localizará (e eventualmente trocará) o caractere definido pelo código hexadecimal formado por NNNN. Se este código estiver na caixa "Substituir por", será tratado como um literal.

Esta sintaxe pode parecer estranha, mas não é, ela é semelhante a usada na linguagem Perl.

Isso me lembra um macete de edição que uso. Ao longo de um texto grande, escrevemos diversos ordinais como 2ª. Isso pode ser feito em Inserir → Caractere especial, mas fazer isso um monte de vezes num texto, enche o saco. Como faço? Para fazer 2ª, como disse, escrevo 2.a. e assim vou fazendo com todos os ordinais até terminar de escrever o documento.

Duas observações sobre o uso de cifrão ($) para substituir texto: Se no seu texto tem um valor 123,45 e você desejar substitui-lo por R$123,45, você deverá colocar na caixa "Substituir por" R\$123,45, veja:

Ao final, coloco na caixa "Procurar por" a Expressão Regular ([0-9])\.a\., e na caixa "Substituir por" coloco um $1ª,ou seja, o texto que casou com o grupo (um algarismo) seguido do ordinal. Em seguida clico em "Substituir todos". Repito mais uma vez esta operação para substituir os ordinais masculinos como em 12º Vou terminar este texto com uma dica que demorei muito para descobrir. Ela é muito útil quando se copia um texto de um navegador e se cola no BrOffice. Normalmente o nove texto fica com um monte de hard enter, não é?

O primeiro grupo casou tudo até a vírgula (,) e o segundo ficou com o resto do número. Na substituição, o primeiro cifrão foi precedido por uma contra barra (\$) para especificar que era um literal

Como vocês viram ainda existem algumas coisas a serem acertadas e outras a serem feitas, mas o concorrente direto do BrOffice, o MS Office, nem sonha ter Expressões Regulares. Creio que essas pequenas alterações e incrementos sejam sanados com a nova versão (bastante modificada), descrita em http://userguide.icuproject.org/strings/regexp.

O $0 na caixa "Substituir por" substitui por todo o texto casado. A contra barra (\) nas Expressões Regulares do BrOffice.org também tem suas peculiaridades: | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Ao Vivo Br

escritório aberto |

O Projeto Escritório Aberto tem como objetivo fornecer modelos de arquivos para o BrOffice totalmente gratuitos, prontos para usar e excelentes para o aprendizado. Assim, futuros usuários contarão com aplicações práticas para demonstração dos diversos usos do BrOffice por meio de exemplos utilizáveis. Trata-se de arquivos de uso diário, enviados por colaboradores e que servem perfeitamente às nossas OLX

necessidades, todos licenciados pela GPL.

Por Pedro Ciríaco

Falando em dinheiro, o modelo Cálculo de Cédulas oferece uma maneira fácil de calcular o número de cédulas e moedas a partir de qualquer valor inserido. Facilita bastante, por exemplo, se você fará diversos pagamentos em dinheiro. Poderá sacar e separar o dinheiro corretamente.

O que ha em comum entre todos os cursos de graduação e pós-graduação? A tal da monografia! Se você está procurando uma força para sua monografia, utilize esse modelo super interessante, baseado na norma ABNT 14724.

Download: Cédulas

Download:Monografia

O balanço financeiro de uma empresa, geralmente sinônimo de muito trabalho, pode ser facilitado com a utilização desse modelo. Ele traz tudo detalhado e todos os cálculos são automáticos. E o melhor: por ser um documento aberto você pode personalizar à sua realidade!

Você acha complicado pedir aumento ao seu chefe? O Escritório Aberto traz um modelo de pedido de aumento para facilitar a sua vida. Download: Carta

Download: Balanço Financeiro

Contribua para o Escritório Aberto enviando seus modelos para escritorioaberto@broffice.org Antes de enviar, observe as instruções para adição da licença no seu modelo em http://www.broffice.org/escritorio_aberto/adicionando_licenca_a_um_arquivo Maiores informações em http://www.broffice.org/escritorio_aberto

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Edição Especial | Outubro | 2010


dica |

Por Cícero Pinho Rocha

Férias! Neste período acabamos por descuidar da saúde comendo, às vezes, um pouco mais que o necessário. Para poder controlar, sobretudo, seu peso, apresentamos uma solução do controle do seu IMC, utilizando o Calc. O usuário irá digitar sua massa (em quilogramas – Kg), sua altura (em metros – m). Neste tutorial iremos desenvolver uma aplicação que irá resolver este problema.

A partir da compreensão do apresentado acima iremos agora desenvolver nossa solução.

Para começar precisamos entender o cálculo do IMC:

Passo 03 – Na célula A2 digite a palavra Massa;

O cálculo é dado pela massa dividido pela altura ao quadrado:

Passo 04 – Na célula A3 digite a palavra Imc;

A classificação se dará a partir do resultado da fórmula acima:

(Sistema Operacional utilizado: Ubuntu 10.04) Passo 01 – Clique em Aplicativos > Escritório > BrOffice 3.2 Calc; Passo 02 – Na célula A1 digite a palavra Altura;

Passo 05 – Na célula A4 digite a palavra Classificação; Você terá um layout como na imagem abaixo;

massa I m c= 2 altura

Dando seguimento a nossa aplicação precisamos “preparar” os demais campos para receber os dados, e os campos para mostrar as informações oriundas do processamento de dados inseridos na planilha.

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A classificação se dará a partir do resultado da fórmula acima: Resultado

Classificação

Imc < 20

Desnutrição

20 = < imc < 25

Peso Normal

25 = < imc < 30

Sobrepeso

Imc >= 30

Obesidade

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dica | Arquivo pessoal

Aplicação prática do BrOffice.org Calc | Por Cícero Pinho Rocha Passo 06 – Selecione a célula B1, clicando sobre a mesma;

Passo 08 – Selecione a célula B2, clicando em cima dela; Passo 09 – Com a célula B2 selecionada, clique em Dados > Validade;

Passo 07 – Com a célula B1 selecionada, clique no menu Dados > Validade;

a) Na tela que surgir localize a opção “Permitir”, e modifique o valor para Número decimal;

a) Na tela que surgir localize a opção “Permitir”, e modifique o valor para Número decimal;

b) No campo Dados, escolha a opção Entre; c) Irá surgir os campos Mínimos e Máximo, no campo mínimo digite o valor 20 e no campo máximo 300. Significa que a aplicação irá verificar a massa de uma pessoa com 20kg no mínimo e, no máximo 300kg;

d) Idem aos itens de D a G, do Passo 08 Feito isto preparamos a nossa aplicação para receber os dados e realizar os cálculos;

b) No campo Dados, escolha a opção Entre; c) Irá surgir os campos Mínimos e Máximo. No no campo Mínimo digite o valor 0,5 e no campo Máximo 2,4. Significa que a aplicação irá verificar a altura de uma pessoa com 50 centímetros no mínimo e no máximo 2,4 metros;

Passo 10 – Selecione a célula B3, clicando sobre a mesma. Após selecionar digite a seguinte fórmula:

d) Localize a aba Alerta de erro, marque a opção “Mostrar mensagem de erro quando forem inseridos valores inválidos”;

Passo 11 – Na célula B4, você irá utilizar alguns comandos lógicos booleanos (SE e E), para mostrar as mensagens relativas à classificação. Portanto, digite a fórmula abaixo:

= B2/(B1*B1) Ou seja, irá dividir a massa pela altura ao quadrado;

e) No campo Ação, selecione a opção parar;

=SE(B3<20;"DESNUTRIÇÃO";SE(E(B3>=20;B3<25);"PE SO NORMAL";SE(E(B3>=25;B3<30);"SOBREPESO";"OBEDI DADE")))

f) No campo título digite “Erro” e no campo Mensagem de Erro digite “Valor inválido”, ou seja, se você digitar qualquer valor fora da faixa que escolhemos aparecerá uma mensagem na tela;

Ao terminar de digitar pressione enter.

g) Feito tudo isto clique em OK;

Pronto! Agora é só testar sua aplicação digitando os valores desejados. Para testar digite na célula B1 o valor 1,71; na célula B2 o valor 80. Qual foi o resultado nas células B3 e B4? 27,36 e SOBREPESO, respectivamente? Acertou! A sua aplicação esta correta. Agora salve com o nome que quiser.

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Phploveme

dica |

Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram Por Rui Ogawa

Quem nunca precisou desenhar um diagrama e acabou perdendo um tempo as vezes precioso, “brigando” com as formas do Draw? Existe uma extensão que possibilita criar diagramas simples e de forma muito rápida. A extensão Diagram é desenvolvida e mantida pelo OxygenOffice Professional Team. Na página não há muitas informações a respeito nem screenshots, de forma que fiquei meio cético com relação às funcionalidades. Para instalar a extensão, basta ir até o endereço: http://extensions.services.openoffice.org/e-

preferência.

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files/4303/0/Diagrams.oxt e salvá-la em algum lugar de sua

Clique no botão [Adicionar...].

Abra o BrOffice Draw e vá até [Ferramentas] > [Gerenciador de extensão].

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dica | Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram | Rui Ogawa Navegue até o local onde você salvou a extensão, selecione-a e clique em [Abrir].

Uma janela com os tipos de diagramas disponíveis surgirá. É possível selecionar diagramas dos tipos Fluxograma, Diagrama de Venn, Diagrama de Pirâmide e Diagramas de Ciclos.

Você poderá verificar a extensão sendo instalada.

Após a instalação, a extensão aparecerá na janela do Gerenciador de Extensões.

Selecione um deles e clique em [Ok]. No caso, estou selecionando [Organization Chart].

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Para adicionar um diagrama, vá em [Inserir] > [Diagrams].

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dica | Arquivo pessoal

Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram | Rui Ogawa Ao selecionar um shape e clicar em [Add shape], um novo shape é adicionado respeitando a hierarquia do do fluxograma. Você pode posicioná-lo abaixo [Underling] ou ao lado [Associate]. Note que também é possível escolher a cor clicando na caixa de seleção de seleção de cores, situada na esquerda da barra.

Os comportamentos dos outros tipos de diagramas são semelhantes e extremamente fáceis de manusear. Basta praticar um pouco e você perceberá que esta extensão pode lhe ajudar muito em seus trabalhos.

Rui Ogawa - Graduado como Tecnólogo em Gerenciamento de Redes de Computadores pela UNIC - Universidade de Cuiabá em 2007. Funcionário público estadual pela UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso desde 2003. Usuário Linux desde 1999, começou com Red Hat e atualmente usa Debian nos servidores e Ubuntu no desktop. Trabalha na administração de redes utilizando soluções livres com foco na virtualização. Participa de várias comunidades do ecosistema Software Livre, principalmente o

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BrOffice.org. Acredita no compartilhamento do conhecimento, na descentralização do poder e na atuação em rede.

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Roland Urbanek

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O Navegador nathancolquhoun

Por Rubens Queiroz

Um recurso extremamente útil, principalmente quando se trabalha com documentos longos, com muitas imagens, tabelas, notas de rodapé e outros elementos, é o Navegador Para visualizá-lo, a partir do menu Exibir, selecione a opção Navegador. O navegador pode ser também invocado pressionando a tecla F5. A tela do navegador geralmente aparece no lado esquerdo do editor, mas pode ser posicionada livremente, onde for mais conveniente.

Como podemos ver na figura ao lado, o navegador exibe links para os diversos elementos que podem compor um documento de texto: títulos, tabelas, quadros de texto, figuras, objetos OLE, marcadores, seções, hiperlinks, referências, índices, anotações e objetos de desenho. Em nosso documento de exemplo, podemos ver pela tela do navegador que nem todos os elementos foram usados. Arquivo pessoal

Para saber quais elementos existem no documento, procure pelo caractere “+” ao lado do nome do elemento. Ao posicionar o mouse sobre um elemento vazio, será exibida a mensagem “0 objetos”. No nosso exemplo, o documento não possui nenhum objeto de desenho. Ao posicionar o mouse sobre esta região, aparece a mensagem “0 Objetos de desenho”.

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O Navegador | Por Rubens Queiroz O navegador somente poderá ser utilizado plenamente em documentos bem estruturados, em que o autor faça um projeto de seu documento, dividindo-o em seções. Da mesma forma, o navegador só poderá ser usado com vantagem em documentos que façam uso correto de folhas de estilo, em que cada elemento do documento seja identificado de forma correta. Documentos longos, em que as seções não são assinaladas corretamente utilizando o estilo apropriado, são um pesadelo para qualquer autor. Vamos então analisar com mais detalhes as funções do navegador. O nosso documento de exemplo contém 33 páginas e está dividido em várias seções, utilizando notas de rodapé, referências a hyperlinks e algumas figuras. Primeiramente, vamos ver como o documento foi estruturado em seções. Ao expandir a seção de Títulos, clicando sobre o sinal “+”, vemos que o documento é composto de dez tópicos. Expandindo ainda mais o tópico 2, vemos que este item está estruturado em três níveis. Ao clicar sobre qualquer um dos tópicos, somos imediatamente conduzidos à seção correspondente do documento. Embora este documento de exemplo não seja muito grande, este é um recurso que economiza bastante tempo, pois podemos nos dirigir de forma quase imediata a qualquer parte do documento que quisermos. Uma outra vantagem é podermos visualizar o documento como um todo, o que nos dá uma visão global dos assuntos abordados e facilita muito em possíveis reorganizações dos tópicos. Podemos também visualizar outros elementos do documento, como por exemplo, os hyperlinks que foram inseridos. Ao clicar sobre o primeiro link do navegador, http://www.odfalliance.org, o navegador nos posiciona imediatamente na seção do documento em que o link foi inserido. O mesmo pode ser feito com as figuras e todos os demais elementos do documento, facilitando a tarefa de localizar figuras, marcadores, tabelas, etc.

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O navegador também possui no topo da janela, ícones gráficos por meio dos quais podemos realizar as mesmas funções que desempenhamos ao clicar diretamente sobre os itens no corpo da tela.

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O Navegador | Por Rubens Queiroz

O ícone no canto superior esquerdo, pemite que ativemos ou desativemos a caixa de listagem, deixando visível apenas a parte superior do navegador. Para usuários experimentados do navegador, pode ser mais conveniente deixar a caixa de listagem minimizada, para reduzir o espaço ocupado por esta ferramenta. O navegador, embora essencial, não é um recurso de uso frequente, e pode ser mais conveniente invocá-lo apenas quando necessário, por meio do atalho de teclado (F5). Finalmente, cabe lembrar mais uma vez que um bom uso dos recursos do navegador requer um bom projeto de seu documento, o que, por sua vez, exige que se invista algum tempo no aprendizado do uso de estilos em seus documentos.

Rubens Queiroz - Engenheiro eletricista, trabalha no Centro de Computação da Unicamp desde 1988. Grande experiência em sistemas operacionais Unix e derivados, protocolos TCP/IP e aplicativos, tecnologias Web, desenvolvimento de intranets. Mantém diversos sites Web, entre os quais o Dicas-L, voltado para profissionais de Informática ( http://www.Dicas-L.unicamp.br), IDPH (http://www.idph.net), com foco no desenvolvimento do potencial humano. Aprendendo Inglês para desenvolvimento da habilidade de

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inglês para leitura e Contando Histórias.

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Diagramando um folder com BrOffice Draw Por Renata Marques

Você já deve saber que a revista BrOffice.org é toda diagramada utilizando o Draw. Nós podemos aproveitar essa flexibilidade de diagramação que o Draw oferece para criar folders. Uma grande utilidade é a geração de guias rápidos para usuários de sistemas.

Se sua borda padrão estiver configurada para outro valor qualquer, deve-se considerar este valor, mas negativo. Exemplo: Se a borda for 2,5cm, a posição do objeto deve ser -2,5cm. Ainda nessa mesma aba, altere o tamanho do retângulo para 9,9cm de largura e 21cm de altura. Observação: 9,9cm = 29,7 cm (largura da folha) dividido por 3 (quantidade de áreas em que estamos dividindo o folder).

Aprenda como fazer e use para a finalidade que sua imaginação permitir! Abra um novo arquivo no Draw, vá em Formatar > Página e escolha a orientação Paisagem.

Para alterar o tamanho livremente, é necessário que a opção “Manter proporção” esteja desmarcada. Clique novamente com o botão direito e agora escolha a opção Área. Na aba de mesmo nome, escolha a opção Preenchimento > Nenhum.

Através da barra de desenho, crie um retângulo de tamanho qualquer. Clique com o botão direito sobre o mesmo e escolha a opção Posição e Tamanho (ou pressione a tecla F4). Na aba Posição e Tamanho, altere a posição (tanto X como Y) para -1,00cm. O valor -1,00cm não é aleatório. É a posição do objeto em relação à margem do documento. Como a margem padrão é de 1cm, precisamos posicioná-lo 1cm antes da margem, para que o retângulo fique encostado na borda do papel. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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dica | Diagramando um folder com o BrOffice.org Draw | Por Renata Marques Mais uma vez clique com o botão direito e agora escolha a opção Linha. Altere a cor da linha para cinza claro, pois a linha servirá apenas para separar cada página e guiar a dobragem do folder.

Observe que ao tentar alterar o tamanho ou a posição, o ponteiro do mouse é alterado, indicando a impossibilidade de realizar a ação.

Faça uma cópia do retângulo, selecionando o mesmo e indo no menu Editar > Copiar e em seguida Editar > Colar (ou através dos famosos atalhos Ctrl C e Ctrl V). Clique com o botão direito no novo retângulo, selecione a opção Posição e Tamanho e altere a posição para X=8,90cm e Y=-1,00cm.

Se desejar ter um aproveitamento melhor da área, você pode diminuir a borda para 0,5cm ou tirá-la por completo, caso sua impressora permita imprimir sem borda. Com isso, delimitamos a área de cada uma das “páginas” no folder. Na hora de adicionar o conteúdo, observe a ordem das páginas.

Vá novamente em Editar > Colar (ou pressione Ctrl V novamente) para termos um terceiro retângulo. A posição desse novo retângulo deve ser X=18,80cm e Y=-1,00cm.

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Você pode adicionar a numeração das páginas para facilitar a diagramação e orientar o usuário na leitura, inserindo caixas de texto no canto inferior da página.

Selecione os três retângulos, clicando sobre a borda com a tecla Shift pressionada (ou através do atalho Ctrl A). Clique com o botão direito e escolha a opção Combinar.

Dica: Deixe a primeira página sem numeração, pois será a capa do folder.

Após combinar os objetos, clique mais uma vez com o botão direito, escolha a opção Posição e tamanho novamente e marque a opção Proteger > Posição.

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Isso evitará que a divisão que você criou possa ser movida acidentalmente durante a criação do conteúdo do folder. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Página 1 ou capa

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resumo do mês | BrOffice.org disponibiliza servidor para TDF

ODF Plugfest: Tornando as ferramenferramentas de escritório interoperáveis

A ideia é apoiar efetivamente a The Document Foundation colaborando em uma área crítica, a infraestrutura. Como a BrOffice.org participou da formação inicial da TDF, sabia sobre a estrutura necessária para acomodar a infra para suportar a demanda pelo LibreOffice.

CoGrOO – Comunidade em fase de teste

Este foi um evento organizado pelos governos federal e regional e a comunidade da Bélgica, realizado no mês de outubro em Bruxelas. Trata-se de uma série contínua de eventos, reunindo fornecedores e interessados em ODF. O objetivo é conseguir o máximo de interoperabilidade, executando testes baseados em laboratórios e discutir novas características e propostas da especificação ODF. Representantes de várias suítes de escritórios marcaram presença, entre os quais, o principal porta voz da The Document Foudantion, que desenvolve o LibreOffice, Cor Nouws, que garantiu “que o LibreOffice pretende ser um membro atuante na comunidade internacional do ODF”.

Novo portal terá como objetivo oferecer para a comunidade de usuários do Corretor Gramatical do BrOffice uma ferramenta de desenvolvimento colaborativo. O projeto foi inspirado no Dicollect, embora este seja voltado para o verificador ortográfico. A expectativa da equipe do CoGrOO Comunidade é que, no futuro, todo usuário poderá usar ferramentas online para desenvolver novas regras e complementar o dicionário do CoGrOO, posteriormente colocando essas contribuições sob avaliação da comunidade, e caso seja positiva, a contribuição passará a fazer parte do CoGrOO

Go-oo junta forças com LibreOffice

Colaboradores do OpenOffice.org deixam a comunidade em favor do LibreOffice. A notícia veio através de uma nota do próprio portal do Go-oo (em inglês). Desde o lançamento da The Document Foundation e LibreOffice a Go-oo se manifestou favorável ao projeto. Agora eles reforçam o apoio. Abaixo uma tradução livre da nota:

O anúncio da adesão ao LibreOffice e, consequentemente, à The Document Foundation foi feito através de carta aberta, por email, postado na lista de línguas nativas, uma lista de discussão interna do projeto OpenOffice.org. Entre os colaboradores, que são na maior parte, da comunidade OpenOffice.org da Alemanha, há tradutores, outros que atuam nos projetos de marketing, de controle de qualidade e em desenvolvimento do produto. Eles irão se juntar aos apoiadores da The Document Foundation, fundada em setembro, para dar continuidade ao projeto OpenOffice.org, agora com o nome de LibreOffice.

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"Os objetivos e filosofia do projeto Go-oo são muito parecidos com os da The Document Foundation e LibreOffice. Estamos, portanto, apoiando o LibreOffice desde a sua criação. Atualmente, estamos migrando para a infraestrutura da TDF e a maioria dos nossos patches estão em processo de fusão e farão parte do LibreOffice. Indo adiante, o projeto Go-oo será descontinuado em favor do LibreOffice."

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