HealthArq 3ª Edição Grupo Mídia

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Ano 02 I Edição nº 03 I R$ 45,00 Março I Abril I Maio I 2012 www.healtharq.com.br

União perfeita GCSA - Um dos mais conceituados escritórios de arquitetura do país


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CARTA AO LEITOR

Para atender as demandas O mercado da construção hospitalar continua em expansão a todo vapor e estruturas cada vez mais modernas são erguidas para atender a população brasileira. Porém, além do fato de proporcionar às pessoas, grandes e bem estruturados ambientes de saúde, os atuais empreendimentos surgem para diminuir um problema brasileiro: a falta de leitos. É o caso do Hospital do Trabalhador, que está sendo construído na cidade de Bento Gonçalves (RS) e, que beneficiará uma população de mais de 107 mil habitantes, em uma região que sofre com a falta de hospitais. Com o mesmo intuito está sendo erguido na cidade de Montes Claros (MG), o Hospital de Trauma e Outras urgências da Santa Casa, o qual contará inicialmente com 150 leitos. Outro exemplo que busca suprir a demanda crescente é o Complexo Hospitalar Moinhos de Vento, que na região de Restinga e Extremo Sul, de Porto Alegre, irá atender o pedido de uma população que vem so4

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frendo com a falta de leitos há tempos. A HealthArq desta edição traz matérias com estes três hospitais e desvenda como eles estão sendo estruturados em termos de arquitetura, engenharia e demais informações sobre o andamento de suas construções. A publicação também traz outras inúmeras matérias que fazem um panorama geral da construção de edifícios hospitalares no Brasil, enfocando questões como sustentabilidade, design, iluminação, etc. Já a matéria de capa mostra a trajetória de sucesso da GCSA Arquitetos, que consolida-se cada vez mais, no segmento da construção hospitalar. Além disso, a equipe da HealthArq preparou um especial sobre os inúmeros Hospitais que a Unimed do Brasil está construindo em diferentes regiões brasileiras, expandindo assim, ainda mais sua gama de benefícios aos seus associados. Que todos tenham uma ótima leitura! Equipe HealthARQ

PRESIDENTE Edmilson Jr. Caparelli edmilsoncaparelli@grupomidia.com ADMINSTRATIVO E FINANCEIRO Lúcia Rodrigues lucia@grupomidia.com MARKETING E EVENTOS Erica Alves erica.alves@grupomidia.com

PUBLISHER Edmilson Jr. Caparelli REDAÇÃO Priscila Soares priscila@grupomidia.com Thiago Cruz thiagocruz@grupomidia.com FOTOS Divulgação Priscila Soares Jo Capusso (capa/matéria de capa) DEPARTAMENTO DE ARTE Criação: Erica Alves Diagramação: Mariana Siquinelli DEPARTAMENTO COMERCIAL Giovana Teixeira giovana@grupomidia.com Jailson Rainer jailson@grupomidia.com Joyce Anne Matta joyce@grupomidia.com Matheus Del Lama matheus@grupomidia.com ASSINATURAS E CIRCULAÇÃO assinatura@grupomidia.com OPERAÇÕES Departamento Jurídico juridico@grupomidia.com Pesquisa - Global Pesquisa Suporte e Atendimento on-line suporte@grupomidia.com ATENDIMENTO AO LEITOR atendimento@grupomidia.com A revista HealthArq é uma publicação trimestral do Grupo Midia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional Contato: Rua Antonio Manoel Moquenco Pardal, 1027 Ribeirânia - CEP: 14096-290 | Ribeirão Preto SP Tel: (16) 3629.3010 | www.grupomidia.com


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48 CAPA

UNIÃO INTELIGENTE E PRODUTIVA

Ano 02 I Edição nº 03 I R$ 45,00 Março I Abril I Maio I 2012 www.healtharq.com.br

União perfeita

Parceria certeira coloca Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos entre os melhores, com direito a reconhecimento internacional

GCSA - Um dos mais conceituados escritórios de arquitetura do país

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Presidente da ABDEH revela benefícios da entidade no mercado da construção e citas as novidades da 5ª edição do Congresso Brasileiro para desenvolvimento do Edifício Hospitalar

MATER DEI CONTORNO

ARQ entrevista

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PROJETO

Projeto concebido pela Zanettini Arquitetura de visão inovadora, prevê a construção total do prédio em estrutura metálica


NESTA EDIÇÃO N.03 I Março - Abril - Maio I 2012

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SUSTENTABILIDADE

ESPECIAL UNIMED

Em construção, a nova unidade do HCor busca a certificação LEED, através da consultoria da Novva Solutions, que realiza a análise sustentável da obra

EXPANSÃO NO BRASIL A maior cooperativa médica do mundo solidifica sua atuação no Brasil, construindo hospitais pelos quatro cantos do país

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ILUMINAÇÃO Unidade Campo Belo, do HAOC, possibilita a utilização de luz natural em todos os ambientes internos. O projeto é do escritório Teresa Gouveia Arquitetura

Entrevista com o presidente da Unimed do Brasil, Dr. Eudes de Freitas Aquino

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Unimed Centro-Oeste Paulista

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Unimed Grande Florianópolis

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Unimed Ribeirão Preto

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Unimed Joinville

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Unimed Litoral Sul (RS)

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Unimed Litoral (SC)

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Unimed Belo Horizonte Health ARQ

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ARQ entrevista

Preocupação com as edificações hospitalares Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) revela benefícios da entidade no mercado da construção e cita as novidades da 5ª edição do Congresso Brasileiro para Desenvolvimento do Edifício Hospitalar

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um mercado em constante atualização, a busca pela capacitação é algo mais do que prioritário no setor das edificações hospitalares. Cursos e eventos direcionados a esta área têm sido uma oportunidade fundamental para profissionais da arquitetura e engenharia se qualificarem. Qualquer instituição médica necessita de um ambiente moderno alinhado com as normas de saúde do País. Centenas de empresas do campo da edificação garantem espaço neste mercado por causa de ousados modelos de construção, que deixam tanto a direção do empreendimento quanto os pacientes satisfeitos com a qualidade do prédio. Com essa proposta de contribuir na capacitação profissional do Brasil no setor das edificações foi criada a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH). A associação tem um caráter multidisciplinar, reunindo arquitetos, engenheiros, administradores hospitalares, médicos e outros profissionais em eventos técnicos e científicos realizados por todo o Brasil.

A entidade que completa neste mês 18 anos tem sido uma forte aliada dos profissionais da construção no País. Em entrevista à HealthArq, o atual presidente da associação, Fábio Bitencourt descreveu as vantagens oferecidas pela ABDEH e falou sobre o Congresso Brasileiro para Desenvolvimento do Edifício Hospitalar que chega à 5ª edição. HealthArq: O senhor já foi vice-presidente da associação na gestão 2005/2008. Quais foram os trabalhos de destaque neste período? Fábio Bitencourt: Na época considero que fizemos um trabalho fundamental para o desenvolvimento da ABDEH. Nós demos início a algumas atividades de comunicação, sendo estas, ações que hoje fazem parte da rotina da entidade, como a produção de uma revista que orienta os profissionais ligados à ABDEH. Esta publicação traz atualidades dos temas relacionados aos ambientes de saúde. HealthArq: Qual a importância deste tipo de iniciativa de comunicação? Bitencourt: Essas discus-

sões e orientações fazem com que os profissionais ligados à saúde, estejam conectados com o que há de mais novo neste campo profissional. Lembro que nossa diretoria teve o papel de contribuir no amplo conhecimento dos profissionais. Essa revista tem sido uma experiência muito especial. Já fui até editor desta publicação. HealthArq: E com o sucesso da revista, na atual gestão foi criado um informativo das atividades da associação, correto? Bitencourt: Isso. Criamos um informativo impresso, trimestral, distribuído para todos os associados. Temos também a versão eletrônica, disponível no site (www.abdeh.org.br). Esta publicação possui artigos técnicos de interesse de coletividade, resumo de projetos importantes no Brasil. Além de ter tópicos informativos e novidades de congressos. HealthArq: Qual avaliação o senhor faz da sua gestão em 2011? Bitencourt: Este primeiro ano na diretoria foi suficiente para a criação de duas novas diretorias regionais, uma em Piauí e outra em

Rondônia. Fortalecemos a atuação de cada diretoria em relação à produção e na realização de eventos. HealthArq: Como são gerenciadas essas diretorias? Bitencourt: Essas diretorias se reúnem em várias cidades brasileiras, não apenas em sedes próprias, mas em estruturas de auditórios, ou de salões que oferecem suporte para promover reuniões e cursos. Também costumamos alugar espaços, quando não conseguimos parceria com órgãos públicos. A atuação da associação ocorre por meio de reuniões, eventos de visitas hospitalares, cursos, workshops e eventos que fazem essa combinação da abordagem ligada à saúde. É por meio de discussões que procuramos encontrar pontos voltados para a arquitetura dos hospitais do futuro. O que também é comentado nos encontros é a percepção dos associados com o meio ambiente. Procuramos abordar o destino das construções e dos modelos de arquitetura. HealthArq: Essas diretorias estão presentes em todas as regiões brasileiras? Bitencourt: A ABDEH conta com 16 diretorias Health ARQ

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ARQ entrevista regionais, representando 85 % da população, ou seja, quase todos os estados recebem o atendimento dos serviços da associação. Ainda falta chegar ao Amazonas e outros estados da região Norte. Mas vale destacar que as regiões sul e sudeste recebem 100% do atendimento da nossa entidade. HealthArq: Para o senhor, qual o maior desafio de estar à frente de uma associação do porte da ABDEH? Bitencourt: O maior desafio é saber lidar com as demandas que os hospitais necessitam, tendo uma necessidade de sempre inovar. Como a gente se apresenta na Confederação Brasileira de Engenharia Hospitalar, o pessoal fica impressionado com a amplitude dos nossos negócios. O primeiro foi de ampliar a base desses associados, que é

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algo de muita importância no setor da saúde. E outro ponto que destaco é a comunicação, sendo um elemento relevante para promover nossas ações, o que contribui para o sucesso dos desafios. HealthArq: Quais as principais vantagens oferecidas pela associação? Bitencourt: A principal ferramenta oferecida é a atualização de conhecimento. O profissional tem a chance de se reunir com os maiores especialistas do Brasil. Além de ter a oportunidade de se concentrar nas mais importantes criações da atualidade. Levantamos também diversas discussões sobre o surgimento de novos ambientes, assunto que está em debate no Brasil e no mundo. Outro fator é que o associado começa a ter uma visão voltada para a modernida-

de. A cada assunto debatido, buscamos a qualidade, pois queremos a melhoria dos hospitais e clínicas. HealthArq: Há novos projetos em vista para este ano? Bitencourt: Uma das propostas é ampliar em cinco estados as diretorias regionais. Queremos levar a ABDEH para o Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Amazonas. Em cada uma dessas regiões podemos criar eventos e estabelecer contatos dos associados com as diretorias de São Paulo e Rio de Janeiro. Queremos oferecer nessas regiões um rendimento maior, para que os profissionais tenham atualizações dos mesmos produtos e ao mesmo tempo garantir um crescimento profissional. Nossa missão é promover a capacitação dos associados quanto aos

produtos e permitir um crescimento homogêneo. HealthArq: A associação está à frente de eventos durante todo o ano. Qual a importância deles? Bitencourt: Nós conseguimos por meio dos eventos ampliar em 20% o número de associados, sendo que desses, 600 são institucionais, tanto públicos quanto privados. Isso mostra a nossa importância diante das pessoas que estão vinculadas a nós. HealthArq: Em setembro, um evento que também movimenta o setor das edificações é o Congresso Brasileiro para Desenvolvimento do Edifício Hospitalar que chega à sua 5ª edição. Como será o congresso este ano? Bitencourt: O Brasil vai ter neste ano mais uma oportunidade de receber um evento fundamental para


o desenvolvimento das edificações. O congresso será entre os dias 4 e 7 de setembro, no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo. Este é o maior congresso mundial sobre o ambiente da construção voltado para a medicina. Esperamos cerca de 600 congressistas, no evento que recebe profissionais do mundo inteiro. Contaremos com importantes

conferencistas como os arquitetos Jain Malkin (Estados Unidos), Romano Del Nord (Itália) e a Liliana Font (Argentina). Além disso, o congresso terá discussões sobre assuntos científicos através da apresentação de trabalhos científicos, entre muitos outros temas. As inscrições estão abertas no site do evento (www. abdeh2012.com) até o dia 30 de agosto.

Fábio Bitencourt, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar.

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ESTUDO DE CASO

De Instituto da Mulher para Instituto do Câncer Planejado inicialmente para ser o Instituto da Mulher, prédio transformou-se em Centro de Alta Complexidade no Tratamento do Câncer, o ICESP, devido ao aumento da incidência da doença no Brasil. Um desafio e tanto para arquitetos e engenheiros

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Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) possui 82.483,36 m² encravados no meio urbano paulistano, sendo o maior hospital vertical da América Latina, com 28 andares voltados exclusivamente para o tratamento e pesquisa oncológica. O prédio foi planejado e constituído para ser o Instituto da Mulher, mas devido ao aumento no número de casos oncológicos no Estado, foi inaugurado como um Centro de Alta Complexidade no Tratamento do Câncer. Desde então, têm em seu currículo uma vasta gama de melhorias e adequações na infraestrutura. O atendimento do hospital não foi modificado por causa das obras. Sua tipologia já é um desafio por si só, pois os

hospitais verticais, em sua maioria, são caracterizados como Torre Simples ou Torre Dupla, onde sua base é ampla (ideal para Ambulatórios e Pronto Atendimento) e a torre vertical mais estreita. O Instituto do Câncer é o único hospital caracterizado como Monolito Vertical Piramidal constituído por uma única torre em forma de pirâmide, onde, da base até o último pavimento temos uma defasagem de 2,60 m, o que leva a crer que o prédio está torto quando, na verdade, não está. Grandes mudanças foram feitas para implantar, com segurança, esta alteração de Instituto da Mulher para Instituto do Câncer, entre elas, o 4ºss (Parque Radioterápico) e o 11º andar (Quimioterapia).

INSTITUTO DA MULHER X ICESP 4ºss – Instituto da Mulher:

4ºss – ICESP:

• 2 Aceleradores Lineares ;

• 6 Aceleradores Lineares para Radioterapia;

• 1 Equipamento Ressonância Magnética;

• 4 Equipamentos Ressonância Magnética;

• 2 Tomógrafos;

• 6 Tomógrafos;( foram locados no 1º andar)

• 4 Equipamentos para Raios-X;

• 4 Equipamentos para Raios-X; ( foram

• 1 Equipamento para Medicina Nuclear.

locados no 1º andar) • 3 Equipamentos para Medicina Nuclear.

11º andar : •Neonatologia

11º andar:

•Berçário

•Quimioterapia (100 poltronas) Health ARQ

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ESTUDO DE CASO

IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL DIA O Projeto do Hospital Dia faz parte do Planejamento Estratégico da Instituição, chamado Projeto 100%, que têm o objetivo de ampliar a assistência e atingir a capacidade máxima planejada. O Hospital Dia está localizado no 12º andar, onde originalmente era o andar destinado às salas de partos. O grande desafio do projeto arquitetônico estava em implantar a área com conforto, funcionalidade e segurança, mantendo ao máximo as 14

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características das salas cirúrgicas, em razão do amplo investimento destinado originalmente. Portanto, as salas continuaram com cantos arredondados (o que garante total assepsia e menor risco de infecção hospitalar). O fato de as salas não serem transformadas em grandes salões com várias poltronas deu ao projeto uma característica bastante intimista. O paciente divide o local com, no máximo, outras duas pessoas, tornando

o atendimento ainda mais humanizado. São 909,46 m² de área distribuídos em duas alas, Norte e Sul, para 27 poltronas, 16 leitos, dois quartos individuais , dois consultórios e salas de Emergência e Procedimentos Individualizados. Foram inseridos seis novos banheiros para atender aos pacientes, tendo em vista os vários tipos de procedimentos realizados. Um ponto bastante forte do projeto a ser destacado é o posto de enfermagem,


a área era restrita e dividida por duas paredes, que impediam uma boa visualização das salas. Todo este núcleo foi demolido e deu lugar a um amplo e dinâmico espaço. O posto foi pensado de modo a garantir a melhor visualização possível. O formato octogonal em planta colaborou para alcançar o objetivo, atingindo total visibilidade de seis das oito salas de medicação projetadas. A recepção obedece ao alto fluxo de pacientes na casa, contando com uma área de aproximadamente 42 m² para 27 pessoas e cin-

co postos de atendimento, além de obter um vestiário de barreira, caso o paciente necessite de paramentação. Destaque, também, para a área destinada à Quimioterapia da Pesquisa Clínica, localizada ao lado de um Laboratório de Processamento de Amostras, onde o fluxo obedece à dinâmica diária do setor. A assistência coleta a amostra do sangue do paciente em tratamento e coloca no guichê que divide os dois ambientes, o profissional do laboratório manipula a amostra sem sair do setor e a processa no equipamento.

O maior desafio foi o prazo: 55 dias para concretização, com um ponto bastante crítico - locar em cada sala de medicação (antiga sala cirúrgica de parto) uma pia para atender à legislação, sendo que há um andar abaixo de quimioterapia em funcionamento e, no piso superior, um centro cirúrgico funcionando à pleno vapor. O prazo pôde ser cumprido graças à parceria com equipe de enfermagem, que mobilizou os pacientes em dois finais de semana distintos para fazer a infraestrutura necessária.

FICHA TÉCNICA

Case: Hospital Dia - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Local: Av. Dr. Arnaldo, 251 Área de terreno: 7.227,10 m² Área Construída Total: 82.483,36 m² Área total do 12º andar: 2.556,37 m² Arquitetura responsável: Arqta. Ana Carolina Cabral dos Santos

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PROJETO

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Visão contemporânea encabeça projeto do Hospital Mater Dei Contorno Projeto arquitetônico concebido pela Zanettini Arquitetura inova através da construção do prédio em estrutura metálica

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lanejado para ser concluído em até 18 meses com as mais atuais soluções ambientais, construtivas e sustentáveis, a unidade hospitalar Mater Dei Contorno em Belo Horizonte (MG) será o pri-

meiro hospital do Brasil todo projetado com estrutura metálica. Em seus mais de 70 mil m² de área construída, exercendo um papel emblemático, não só como centro de prestação de serviços de saúde preventivos e curatiHealth ARQ

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PROJETO

As fachadas nas quais estão localizados os setores de paciente acamado, contarão com brises horizontais, e as fachadas de circulação receberão vidros com alta eficiência energética. Estas especificações garantirão o sombreamento desejável e o conforto de seus usuários, além da economia de energia, pelo abrandamento da carga térmica interior.

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vos, mas também através de tecnologias hospitalares de ponta e uma obra de arquitetura contemporânea. Assinado pela Zanettini Arquitetura, o projeto desta obra inovadora passou por vários desafios para sair do papel. Logo de início, o terreno com fortes declividades exigiu atenção especial dos arquitetos que habilmente o exploraram e planejaram as diversas entradas do hospital situadas em níveis diferentes. Dessa forma, de acordo

com o arquiteto e urbanista Siegbert Zanettini, foram projetados dois estacionamentos. Um menor, no nível da Avenida do Contorno, com 33 vagas e outro com 521 vagas, ocupando do 6º ao 11º pavimentos; uma entrada de serviços num nível intermediário na Rua Gonçalves Dias; acessos às garagens também pela Gonçalves Dias; acesso ao SADT, Medicina Nuclear e Oncologia pela Rua Uberaba num nível mais alto e ainda duas entradas pela


Avenida do Contorno, uma para o pronto-socorro e outra para o acesso principal, ala nobre, internação e alta complexidade . Outro desafio foi a concepção de todo o prédio em aço, cujo sistema estrutural terá pavimentos em Steel Deck, o que foi projetado pela Zanettini para ser uma sucessão de montagens com tecnologia limpa, segura e rápida, sendo as divisórias concebidas em Dry-Wall para dar flexibilidade em reformulações espaciais futuras. Além disso, todo o setor de utilidades está

situado na cobertura e seus sistemas atingem todos ao andares por shafts verticais visitáveis, estrategicamente colocados e forros rebaixados para a distribuição horizontal. O projeto ainda prevê o zoneamento vertical das massas com funções perfeitamente definidas; do subsolo ao 5º pavimento se situam todas as funções de prevenção, cura e tratamento; do 6º ao 11º os pavimentos de garagem e do 12º ao 19º todo o setor de internação, conectados aos andares inferiores por vários grupos de elevadores e escadas.

Sempre possuindo como base de seus trabalhos a preocupação com o meio ambiente, a Zanettini também adotou várias medidas sustentáveis. Assim, obedece totalmente a paisagem e a ampla arborização existente no entorno de todo o hospital. Utilizando a orientação solar correta e atendendo a cada uma das funções do hospital, por meio de fachadas mais quentes, protegidas por brises externos, que prevê a automação de todos os sistemas de energia, água fria e quente, vapor e conden-

sado, ar-condicionado e exaustão, luz e voz e controles de aferição e consumo. Tudo, possibilitado por tecnologias limpas, seguras e não poluidoras. “Portanto, a proposta aborda o desafio de minimizar o impacto ambiental da construção, criando ambientes internos e externos que garantam o conforto ambiental do usuário, a eficiência energética do edifício e seus sistemas, a possibilidade de utilização de energia limpa e a integração com a paisagem do entorno”, finaliza Zanettini.

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PROJETO FICHA TÉCNICA

SOBRE A ZANETTINI ARQUITETURA A Zanettini Arquitetura está no mercado desde 1960 e conta com um acervo de 1.200 projetos e obras e mais de 5 milhões de m² construídos. É pioneira no Brasil em realizar projetos de arquitetura com estrutura metálica, com cerca de 200 projetos executados desde 1970. Possui um acervo de projetos com soluções ecoeficientes e bioclimáticas, com madeira composta de pinho e eucalipto em várias obras, desde 1974. Na “Eco 92” apresentou o projeto “Casa Limpa”, única obra executada nesse evento que continha todos os conceitos hoje denominados de sustentáveis, com repercussão e visitação de público. Há 45 anos a Zanettini cria soluções objetivando a sustentabilidade nas esferas social econômica e ambiental. Tem inúmeros pro-

jetos que valorizam essas experiências, entre eles: Escolas Panamericana de Arte e Design, Unidades Groenlândia, SP (1989) e Angélica, SP (1997); Sede Centro Virtual de Cultura – Escola do Futuro, USP (2004); Hospital e Maternidade São Luiz – Anália Franco - Prêmio Destaque Saúde Projeto Predial no V Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa (2008); Hospital Sinai - Rede Life (2009); Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública (2009) - Brasília, DF; Centro de Pesquisas da Petrobras – CENPES (Ilha do Fundão,RJ - 2004); Brazil Research & Geosciences Center/Brgc for Schlumberger - Ilha do Fundão – Rio de Janeiro (2010); GREENHOUSES INHOTIM – Brumadinho 2011 e Centro de Convenções Unicamp - SP (2012).

Novo Complexo Hospital – Hospital Mater Dei Endereço: Av. do Contorno, nº 9.090 Data do Projeto: 29/10/2010 Data início Obra: 2012 Área do terreno: 7.614,79 m² Área total construída: 66.493,59 m² Nº pavimentos: 19 pavimentos e 2 subsolos Colaboradores: Arq. Responsável: Siegbert Zanettini Arq. Coordenadora: Thaís Barzocchini Arq. Colaboradores: André Balsini, Natália Malateaux, Juliana Martins Bacchi, Carla Andrade, Alexandre Barone Projeto de Fundações: MG&A Consultores de Solos S/S Ltda. (Parede Diafragma); Rubens Morato Projetos e Consultoria Técnica Ltda. (Blocos de Fundação). Projeto de Instalações de Elétrica, Hidráulica e Gases medicinais: MHA Engenharia Ltda. Projeto de Ar Condicionado: MHA Engenharia Ltda. Projeto de Estrutura Metálica: Codeme Engenharia S.A. Projeto de Estrutura de Concreto: Rubens Morato Projetos e Consultoria Técnica Ltda. Projeto de Luminotécnica: MHA Engenharia Ltda. Projeto de Heliponto: Dumont Engenharia Aeroportuária Ltda. Planilhas Quantitativas: Tratenge Engenharia Ltda. Aprovações em Órgãos Públicos: Arq. Edílson Maranhão (PBH); Beta Engenharia e Arquitetura (BH Trans); Lume Ambiental (Meio Ambiente); JAC Projetos Major Alair (Corpo de Bombeiros). Gerenciamento da Obra: FS Consultores – Planejamento e Gestão Projeto de Paisagismo: Thiers Matos e Flavia Renault Paisagismo Projeto do Sistema de vedação das fachadas: Alcoa – sistema glazing de caixilharia Alubond – alumínio composto Glassec/Cebrace – vidros Hunter Douglas – brises Eurocentro – persianas internas Consultoria Elevadores: ThyssenKrupp Construção: Gerenciamento pelo HMD

Siegbert Zanettini é arquiteto e urbanista e professor titular pela FAU-USP. É diretor-presidente da Zanettini Arquitetura. Tem mais de 50 anos de atuação profissional, além de quatro décadas de vida dedicadas ao conhecimento acadêmico. 20

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ESPAÇO MODERNO PARA NOVOS LEITOS Desde os anos 80, que o compromisso com a qualidade de vida está presente na rotina do Hospital Mater Dei. Em busca de progresso e dinamismo, a rede hospitalar constrói a unidade Contorno, que funcionará na capital mineira, na avenida do Contorno, nº 9.000, entre as ruas Uberaba, Gonçalves Dias e Alvarenga Peixoto. Com foco em tratamentos como cirurgias de alta complexidade, doenças oncológicas, crônicas, degenerativas e atendimento de urgência e emergência, a unidade Contorno está sendo construída em um terreno de mais de 7.800 m². A unidade terá aproximadamente 350 leitos e a previsão é de que seja inaugurada em 2014. O propósito é que a nova unidade seja um centro de ciência e desenvolvimento

na área médica. Esta nova unidade está em fase de fundação, prestes a ser finalizada. A fundação é uma etapa primordial que dará a sustentação para erguer o prédio com 22 pavimentos. Para o fundador e presidente do Conselho de Administração do Hospital Mater Dei, José Salvador Silva, a importância de construir a unidade está em oferecer à população mais opções de leitos, já que há uma carência desses espaços nos hospitais de Belo Horizonte. Silva diz que a construção da nova unidade é uma resposta da diretoria do Mater Dei para atender às necessidades dos clientes, pacientes, médicos e convênios. “O novo Mater Dei Contorno estará preparado para atender qualquer caso médico, inclusive os de alta complexidade, já

que a unidade será um hospital geral”, acrescenta. O Mater Dei estima que 3 mil funcionários sejam contratados e mais 4 mil médicos se credenciem ao Hospital. A rede comprou o terreno onde será construída a unidade Contorno, em leilão público realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte no valor de R$ 53,35 milhões. A previsão é que sejam investidos mais R$ 250 milhões na edificação da nova unidade A rede Mater Dei tem como principal meta oferecer atendimento humanizado e diferenciado a todos os clientes. Essa filosofia de atendimento também será aplicada na unidade Contorno. Além disso, o Mater Dei Contorno será um prédio inteligente que facilitará a conectividade entre o interior e o exterior da edificação.

O hospital investirá em alta tecnologia e recursos prediais para beneficiar o tratamento e recuperação dos pacientes. Sustentabilidade - Todo o processo de construção seguirá critérios de sustentabilidade, conservação ambiental, eficiência energética e tecnologia não poluidora. “O projeto foi desenvolvido com o devido cuidado tendo em vista o cumprimento das normas ambientais e a intenção de preservar a maior extensão de áreas arborizadas do terreno, tem até um jequitibá quase centenário”, afirma Silva. Ele diz que daqui a dois meses uma fase da obra será iniciada. “Vamos levantar o prédio que terá estrutura metálica. Uma empresa irá nos auxiliar e essa fase durará em torno de oito meses.”

José Salvador Silva, fundador e presidente do Conselho de Administração do Hospital Mater Dei

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PROJETO

Transparência da atualidade Hospital do Trabalhador em Bento Gonçalves (RS) terá 1ª fase entregue com nova Unidade de Pronto Atendimento e conceitos de humanização

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unho deste ano é o mês previsto para a inauguração da primeira fase das obras do Hospital do Trabalhador em Bento Gonçalves (RS). Será entregue à população a Unidade de Pronto Atendimento de urgências, bem como a estrutura pronta para receber as unidades de internação da fase subsequente. A obra dessa primeira etapa terá 2 mil m².

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Para a construção do hospital estão sendo utilizados recursos do Governo Federal e recursos próprios municipais. Estima-se que sejam gastos ao todo 20 milhões de reais no empreendimento que, segundo o prefeito de Bento Gonçalves, Roberto Lunelli, beneficiará uma população de mais de 107 mil habitantes, a qual conta somente com um hospital filantrópico

que está com dificuldades de expandir serviços. “Temos então a possibilidade de oferecer mais serviços à população na média complexidade.” A empresa vencedora da licitação para a execução da primeira fase do projeto foi a Engeporto Projetos e Construções Ltda. Também faz parte da obra o escritório Badermann Arquitetos Associados, empresa res-


ponsável pelo projeto arquitetônico. A arquitetura apresentará uma linguagem que transparece atualidade e qualidade dos serviços oferecidos em seu interior, aliando uma especificação de materiais e soluções arquitetônicas que contemplem um conceito de eficiência no quesito de operação e manutenção, sem relegar menos importância aos aspectos estéticos e formais do conjunto. O arquiteto Marcos Barbedo, sócio gerente da Badermann, revela que o contato da empresa com a Prefeitura de Bento Gonçalves e especificamente com a Secretaria Municipal de Saúde iniciou -se no ano de 2010, após licitação pública para escolha do escritório de arquitetura que desenvolveria o projeto

arquitetônico do futuro Hospital do Trabalhador. “A oportunidade de desenvolver uma nova estrutura de assistência pública à comunidade de Bento Gonçalves (RS) nos incentivou a participar desse projeto.” Barbedo afirma que o projeto do hospital partiu de um Plano Diretor, premissa básica, com a intenção de ofertar serviços de qualidade, qualificando a assistência de saúde no âmbito de baixa e média complexidade e oferecendo o suporte resolutivo à rede básica através da assistência especializada. O arquiteto conta que está sendo muito gratificante para a equipe da Badermann poder trabalhar com agentes públicos comprometidos com o planejamento e metas sólidas

para a implementação de melhorias para a saúde local. “O desafio é sempre proporcionar condições de viabilizar esse planejamento e, por parte dos projetistas, propor soluções que permitam uma estrutura eficiente para o desempenho das suas atividades”, acrescenta. Esta primeira etapa da obra é destinada a U.P.A (Unidade de Pronto Atendimento). Se destaca nessa etapa os importantes conceitos de humanização do atendimento, com qualidade proporcionada aos pacientes e funcionários através de cuidados projetuais como iluminação natural, ventilação natural controlada e espaços condizentes com as boas práticas médicas e aspectos normativos.

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PROJETO

A obra trata-se de uma edificação hospitalar, com características específicas da atividade, que seguem as determinações do Ministério da Saúde, compostas de todos os espaços que uma UPA exige, cujas singularidades requerem alta capacitação técnica de execução. Quanto às características em destaque deste projeto de arquitetura, o arquiteto aponta “eficiência na operação e manutenção do complexo construído, atendendo os princípios de sustentabilidade”. Além disso, ele ressalta a centralização da assistência de média complexidade nos campos de diagnóstico, ambulatório e urgência, aliando estruturas adequadas ao acolhimento humanizado. Ainda sobre os diferenciais 24

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deste projeto, ele aponta a possibilidade de evolução do conjunto com a implementação de etapas bem definidas, aprovando o suporte de infraestruturas para o futuro e levando em consideração a eficiência de operação do complexo. O hospital terá 120 leitos, sendo assim, a Badermann procurou ampliar a noção de bem-estar do usuário através de ampla iluminação natural junto às acomodações, com quartos de até três leitos de internação e também de fácil leitura dos fluxos de acesso e circulação dentro do edifício, a fim de facilitar a orientação dos usuários e diminuir a ansiedade inerente dos mesmos dentro de um serviço de saúde. Práticas Naturais – O Hospital do Trabalhador carrega

em seus conceitos ações sustentáveis. Já na primeira etapa de implementação da U.P.A será colocada em prática a construção de sistema de cisternas para captação e filtragem de água da chuva para reuso no sistema de bacias sanitárias e irrigação de jardins. O sistema de aquecimento de água será baseado em tecnologia de coletores solares, aproveitando o máximo da exposição solar do grande telhado, com consequente diminuição no consumo de energia da edificação. As circulações internas contam com pontos de iluminação natural indireta e aberturas teladas de ventilação que permitem a diminuição do uso da iluminação artificial, maior ventilação do prédio e qualificação espacial.

A Badermann procurou ampliar a noção de bemestar do usuário através de ampla iluminação natural junto às acomodações, com quartos de até três leitos de internação e também de fácil leitura dos fluxos de acesso e circulação dentro do edifício.


EXECUÇÃO DA OBRA Depois de ter atuado no setor público com diversas obras já realizadas, a Engeporto assume as obras do Hospital do Trabalhador de Bento Gonçalves tendo como principal desafio, o curto período para a execução associado às características climáticas locais e a complexidade dos projetos. “Para termos uma ideia, o primeiro mês de trabalho [nivelamento do terreno e fundações] – mês de setembro, tivemos 19 dias de chuva ininterrupta”, relembra o engenheiro Adauri Cabral, sócio-gerente da construtora.

Segundo Cabral, a obra encontra-se com andamento acelerado e em fase de acabamento. Pelo cronograma da obra, tem -se concluído cerca de 87% da construção. Com atividades de seis dias por semana, com mais de oito frentes de trabalho, a empresa está confiante para entregar a mesma na segunda semana de junho. “Sem sombra de dúvidas, a Engeporto sente-se orgulhosa, honrada em poder participar de uma obra que será um marco em nível de aparelho público na área da saúde

para Bento Gonçalves e região”, ressalta Cabral. Esta edificação trata-se de um projeto amplo, dividido em quatro etapas. “Estamos finalizando a primeira delas e fazendo intervenções na segunda e quarta etapas (internação)”, afirma. Quanto à capacidade instalada, é a ideal para dar suporte ao município de Bento Gonçalves e região. Com isso acredita-se que o Complexo de Saúde do Trabalhador, quando concluído atenderá suas expectativas iniciais, não havendo, assim, necessidade de expansão. Inovações - As ações da

Engeporto são pautadas pelas exigências e critérios estabelecidos pelas certificadoras dos programas de qualidade da construção civil. A empresa é uma das poucas instituições de construção civil com certificação Isso 9001 e PBQP-H nível A. Além disso, a empresa segue à risca as determinações do projeto, onde foram contemplados o recolhimento e armazenamento de águas pluviais, aquecimento por placas de energia solar, iluminação com lâmpadas de LED, etc.

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PROJETO

FICHA TÉCNICA

BADERMANN ARQUITETOS ASSOCIADOS

Nome do empreendimento: Complexo de Saúde do Trabalhador – CST I Hospital do Trabalhador I Prefeitura de Bento Gonçalves – RS Endereço: Rua Goiânia nº 590 Data do Projeto: 2010 / 2011 Obra: Fase I – U.P.A 24h (Unidade de Pronto Atendimento nível III) Área do terreno: 20.485,00 m² Área total construída: Fase I – 1.900,00m² Área total de projeto: 12.595,00 m² (5.000,0m² de reforma) Nº pavimentos: subsolo + térreo. Fase V com 04 pavimentos adicionais em altura. Vagas estacionamentos: 200 vagas até a Fase III Arquitetura: Badermann Arquitetos Associados Coordenação: Arq. Jonas Badermann de Lemos / Arq. Marcos Ratnieks Barbedo Colaboradores: Arqª Paula Mesquita Zampiva, arqª. Gabriela Letti Flores, arqª Flávia Dallasanta, arqº Vinícius de Medeiros Santos Projetos: Ar-condicionado: Corrêa Ar Condicionado e Manutenção Elétrico: Proinst – Projetos e Instalações Hidrossanitário: Asolon Engenharia Gases Medicinais: Predius Projeto de fundações e contenções: Projevisa Engenharia

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A Badermann Arquitetos Associados, através de seu fundador e diretor, arquiteto Jonas Badermann de Lemos, tem 26 anos de atuação no mercado de arquitetura hospitalar e saúde, buscando um atendimento personalizado independente da dimensão do negócio. A orientação geral é sempre propor um projeto que atenda todas as escalas de interferência inerentes ao edifício de saúde, ou seja,

atender em primeiro lugar as expectativas dos pacientes e profissionais da área assistencial com espaços e fluxos adequados. Outra proposta da empresa é aliar esses espaços aos conceitos do negócio em saúde, dentro da ótica da economia de recursos e praticidade de operação, visando a flexibilidade para o desenvolvimento da edificação e o aporte de tecnologias que tanto evoluem.

ENGEPORTO Além dos 16 anos de atuação na construção civil, a Engeporto traz em sua bagagem a experiência de quase 30 anos de atividade profissional do engenheiro Adauri Cabral, seu sócio-gerente. Com formação em Engenharia Civil e Direito, especialização em Direito Ambiental e Mestrado em Qualidade Ambiental, foi responsável pela execução de inúmeras obras públicas e privadas, tais como o Hospital da Visão, em Novo Hamburgo, unidades de saúde, escolas, ginásios,

creches, presídios e outras. A Engeporto Projetos mantém consultoria permanente para treinamento e capacitação dos seus funcionários objetivando atender os procedimentos e exigências das normas de certificação de qualidade. Tais atitudes produzem rotinas com efeito no canteiro de obras, desde a forma de sua organização até o cumprimento de prazos e especificações dos projetos, passando pela observância da qualidade do ambiente de trabalho.


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DESIGN

Criatividade aliada ao gosto do cliente Betty Birger Arquitetura e Design incorpora modernidade e inovação no projeto de arquitetura da clínica de Ortopedia do Dr. Marcelo Filardi, dentro do Hospital Israelita Albert Einstein

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o mercado desde o início dos anos 90, a Betty Birger Arquitetura e Design é uma das empresas do ramo mais importantes do País, responsável pela criação de sedes corporativas, espaços de saúde, comerciais e de convívio. Em 2010, o escritório foi responsável pelo projeto de arquitetura da clínica de Ortopedia do Dr. Marcelo Filardi, dentro do renomado Hospital Israelita Albert Einstein. A arquiteta Betty Birger em entrevista para a HealthArq falou com exclusividade sobre o trabalho. Os atuais conceitos utilizados pela arquitetura priorizam materiais inovadores, de modo a contar com o livre acesso e a mínima exposição nos espaços coletivos, fazendo com que o ambiente resultante seja relevante e convidativo à longa permanência. A maioria dos projetos traduzem a busca pela modernidade, através de tecnologias e materiais diferenciados, e a otimização dos espaços combinada à elevada praticidade e durabilidade arquitetônica, assim como o visual eficiente, sintético e preciso. Foi seguindo esses preceitos que a arquiteta Betty Birger deu forma ao projeto da Clínica de Ortopedia do Dr. Marcelo Filardi, que de acordo com a arquiteta “parte do êxito deste projeto se deve à visão de mo-

dernidade do cliente.”. Para Betty “há sempre o projeto certo para cada situação”, e essa expressão define bem a sua habilidade em compatibilizar os desejos do cliente com o potencial do espaço e o emaranhado de detalhes e especificidades inerentes ao programa e a cada especialidade. Dessa maneira, a pedido de Filardi foi criado um consultório amplo e aberto, com

uma sala de consultas e sala de exames, uma sala de estar confortável e circulações adequadas para pacientes que utilizam em cadeiras de roda. O espaço conta com uma administração separada da recepção para a negociação dos honorários médicos e situada em local estratégico, na parte interna da clínica, mas também com vista através de uma divisória de vi-

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DESIGN

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dro transparente, para a sala de espera, podendo assim acompanhar o movimento da clínica. Das novidades introduzidas na obra, Betty considera uma das mais relevantes, além da iluminação em leds, um sistema de divisórias com porta de correr automática, de vidro temperado laminado e polarizado que tem a propriedade de transformar-se em segundos de transparente em translúcida, o que torna mutável e flexível a aparência e o uso dos interiores. Ela afirma que a empresa busca sempre se alinhar com as tendências de mercado quanto à inovação e sustentabilidade. No consultório do Dr. Marcelo a criatividade procura ir além do tradicional, a exemplo do banheiro privativo que proporciona um conforto “tecnológico” essencial para o cliente, ele é dotado de telefone, computador e tela para trabalho.

Nas paredes da recepção estão recortes em aço cortén, obras do artista plástico Jaime Prades, bastante conhecido no cenário das artes brasileiras e sempre presente nas obras da arquiteta. “O mobiliário é escolhido a dedo, e convivem peças de design contemporâneo em aço, tela e vidro com outras em madeira de demolição, como a mesa da sala de consultas, desenho de Carlos Motta.” Para Betty, fazer um projeto de arquitetura é sempre um novo desafio. A garantia de um trabalho eficiente nas produções da arquiteta está nos estudos detalhados feitos para cada caso, conforme ela explica “O processo de criação exige paixão, e sensibilidade para que se percebam os lugares, as pessoas e sua cultura, bem como as restrições de ordem técnica, econômica ou estratégica.”

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DESIGN

CONFORTO NECESSÁRIO A arquitetura do projeto conta com materiais de alta qualidade, com baixa manutenção, criando por fim um ambiente saudável, minimalista e dentro dos padrões estéticos, de acordo com as preferências do médico. Todas as paredes e forros foram demolidos, respeitando as prumadas e hidráulica e as interferências estruturais, criando assim o projeto dos sonhos do cliente. “Nossa arquitetura funciona como um sistema coeso e equilibrado, em que a eficiência assume

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aspecto híbrido: técnico, funcional e estético.” Existe ainda neste projeto um contraste essencial e articulador do conceito arquitetônico. A ambiência geral é luminosa, fazendo a interação dos reflexos das paredes, pisos e forros constituídos predominantemente pela cor branca, de modo a configurar-se uma aparência ampla, confortável e elegantemente tecnológica. Os materiais são extremamente modernos e de alta qualidade. Tudo se encaixa

na arquitetura. O negatoscópio que obtém uma iluminação especial foi instalado no nicho cego da fachada. “Não existem excessos nem frisos”, diz a arquiteta. A iluminação, predominantemente natural, é incrementada com o uso de sancas com iluminação indireta e luminárias com leds, conferindo conforto ambiental, visual e térmico e, portanto, desempenho sustentável ao ambiente. A acústica é vital e aparece na escolha dos revestimentos, forros e processo construtivo.

A planta é limpa, as circulações são diretas, não existem barreiras e há somente o pórtico que separa o espaço público do privado. O médico utiliza as salas de consultas e exames ao mesmo tempo, usufruindo mais espaço visível. A divisória polarizada pode ficar transparente ou translúcida quando o paciente precisa de privacidade. Esta clínica é a “cara” do cliente, é a sua personalidade. “Ele é direto, gosta de entrar e cumprimentar seus clientes e é um homem energético e carismático.”


ARQUITETURA NAS LIVRARIAS Além da ampla experiência no setor da arquitetura hospitalar, Betty visa expandir e ainda compartilhar seus conhecimentos com o público. Prova disso foi o lançamento do livro “Um a Um: arquitetura de Betty Birger”, pela Editora Olhares, em 2010. A obra reúne nas 216 páginas, uma série de projetos elaborados pela profissional. “Eu tenho especialização em arquitetura hospitalar por vários anos e atendo diversos médicos do País. Os projetos de clínicas que

eu assumo, sempre são diferenciados. Registrar isto em um livro é muito importante”, destacou Betty. Os frutos do trabalho desenvolvido pela arquiteta ultrapassam fronteiras. Com esta clínica a profissional ganhou no ano passado o VIII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa em São Paulo e em Londres o prêmio “International Property Awards 2011, na categoria “Public Service Interior”, por levar sempre inovação em suas produções arquitetônicas.

FICHA TÉCNICA

Clínica de Ortopedia Dr. Marcelo Filardi Hospital Albert Einstein Arquitetura: Betty Birger Arquitetura & Design Área: 110,00m² Ano: 2010 Localização: Hospital Albert Einstein, São Paulo - São Paulo, Brasil Fotógrafo: Gal Oppido Execução da obra: Antônio Carlos Rodrigues Fornecedores: Divisórias: Wall System Luminárias: Lumini e Wall Lamp Papeis de parede: Wallpaper Mobiliário: Il Legno Telas Solares: Uniflex Mobiliário: Mesa do Médico por Carlos Mota; Poltronas de interlocutores da Kartell; Assento do médico Herman Miller, Assentos recepção da Giroflex. Louças e metais: Deca

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SUSTENTABILIDADE

Obra da BRASKEM avaliada pela GBC Brasil

Construções “Verdes” D

esde 2007, a GBC Brasil (Green Building Council) atua para que o país seja um exemplo de sustentabilidade. Isso porque, a Organização Não Governamental visa fomentar a indústria da construção sustentável através de parcerias com o governo e empresas, capacitando

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profissionais e disseminando práticas de processos de certificação de empreendimentos. Dessa forma, a GBC Brasil é responsável pela certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), o selo verde de maior reconhecimento internacional, utilizado em mais de 130

países, muito almejado atualmente pelo setor da construção civil. Em entrevista para a HealthArq, o gerente técnico da GBC Brasil, Marcos Casado, falou sobre a atuação da ONG no Brasil e sua importância quanto às práticas sustentáveis, principalmente na área da construção hospitalar.


HealthArq: Como funciona a parceria da GBC Brasil junto ao governo Federeal e empresas? Marcos Casado: A GBC Brasil atua junto aos governos com o objetivo de colaborar e gerar ações que incentivem o engajamento no setor de construções sustentáveis pela aplicação de conceitos em suas edificações ou na criação de legislações de incentivos à construção sustentável. Junto às mais de 500 empresas membros, orientamos e divulgamos boas práticas do setor rumo ao movimento de reduzir o impacto ambiental da construção civil. HealthArq: Quais as principais vantagens que a

GBC Brasil leva às empresas membros? Marcos Casado: Nós fomentamos a indústria de construções sustentáveis no país, fazendo a ligação entre as necessidades dos empreendedores e os fornecedores de materiais e tecnologias que atendam a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Dessa forma, ajudamos no desenvolvimento de um setor mais sustentável, reduzindo seus grandes impactos. O selo traz diversas vantagens aos empreendimentos, tais como economia de água e energia durante toda a sua construção e operação, maior qualidade ambiental interna e associação da empresa ao conceito de

sustentabilidade que é um importante diferencial de marketing. HealthArq: O que é necessário para que a edificação consiga receber este selo? Marcos Casado: Para receber o selo, o empreendimento deve atender em sua construção e operação conceitos como: eficiência energética, uso racional da água, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, espaço sustentável, inovações e tecnologias e créditos regionais. HealthArq: A ONG também promove a capacitação de profissionais para a construção sustentável. Como é feito

este processo? Marcos Casado: Um dos pilares da atuação da GBC Brasil é a educação. Por isso, em parceria com várias instituições de ensino, oferecemos palestras, cursos de curta duração, a distância, especializações e MBAs com o objetivo de formar profissionais na área. Até o ano passado, mais de 33 mil profissionais já passaram pelo Programa de Educação da GBC Brasil que já está presente em 51 cidades e é avaliado com uma satisfação plena de 95%. HealthArq: Na área da saúde, quais são os hospitais que a ONG presta atendimento? Quais são as vantagens que essa parceria tem proporcionado?

Obra da BRASKEM avaliada pela GBC Brasil

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SUSTENTABILIDADE Marcos Casado: Alguns hospitais já estão registrados em busca do selo, são unidades da Unimed, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz, HCor, Hospital de Emergência de Juiz de Fora, entre outros. O Pavilhão Vicky e Joseph Safra do Hospital Albert Einstein é o maior edifício hospitalar do mundo que já recebeu a certificação LEED, além da megaunidade Santana do Delboni Auriemo e a Unidade Rochaverá do Fleury, que também já foram certificadas no país. HealthArq: O que pode ser feito hoje nos hospitais e clínicas para reduzir o consumo de energia, água, etc? Marcos Casado: O primeiro passo é realizar um

estudo preliminar para entender a sua operação e como são gastos seus recursos materiais, hidráulicos e energéticos e daí implementar diversas estratégias de redução destes consumos como: aparelhos economizadores de água, sistemas de tratamento e reuso de água não potável, sistemas de iluminação eficiente, equipamentos de climatização eficiente, entre outras medidas. HealthArq: Qual avaliação o senhor faz do cenário da construção civil, hoje no Brasil, quanto à prática de sustentabilidade? Marcos Casado: O setor de construção civil tem respondido bem ao conceito de construções sustentáveis. Nos últimos anos te-

mos visto um crescimento exponencial mas ainda há muito espaço para expansão do movimento, já que as construções sustentáveis representam 1 % do que é construído hoje no país, sendo que em países mais desenvolvidos a representatividade gira em torno de 10 %. HealthArq: Você acredita que a visão de sustentabilidade é algo que deveria ser mais difundido no sistema educacional brasileiro? Marcos Casado: Sim, com certeza a capacitação e educação é o segredo desta transformação. Quanto mais as pessoas conhecem os benefícios da construção sustentável mais elas passam a praticá-la.

O gerente técnico da GBC Brasil, Marcos Casado

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SUSTENTABILIDADE

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A caminho da certificação LEED A nova unidade do Hospital do Coração, o HCor 130 está em construção e busca a certificação LEED. Para garantir esse reconhecimento a instituição recebe a consultoria da Novva Solutions que promove a análise sustentável da obra

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a composição do cimento, do vidro e até nos acabamentos de um piso são encontradas substâncias renováveis que podem ser utilizadas em construções de forma ecológica e econômica transformando uma simples obra em uma construção sustentável. É a partir dessa premissa, que a área da saúde, assim como vários outros segmentos da nossa sociedade, vem se empenhando em construções orientadas para a conservação do meio ambiente. Porém, sendo uma área extremamente delicada, realizar obras hospitalares com moldes sustentáveis não é uma tarefa fácil. Cada etapa necessita de consultorias que orientam operários e engenheiros sobre o caminho certo para executar a obra. Des-

sa forma, se as instituições da saúde almejam inserir medidas sustentáveis em suas obras, é preciso que todos os seus funcionários e empresas empenhadas na construção colaborem em critérios minuciosos, o que gera a necessidade de elaboração de projetos muito mais elaborados. Todo esse esforço, além de fazer a obra levar a bandeira da sustentabilidade, também pode levar a construção a receber a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), o certificado mais almejado por engenheiros, arquitetos e empresários de todo o mundo, quando trata-se de construir sem agredir o meio ambiente. Atenta a este cenário, a empresa Novva Solutions oferece há quase três anos, no Brasil, serviços de consultoria e apoio para

a obtenção da certificação LEED em construções principalmente no setor da saúde. A empresa é a atual responsável por todo o trabalho de consultoria ambiental nas obras do HCor (Hospital do Coração) em São Paulo. De acordo com a diretora da empresa, a arquiteta e LEED GA, Márcia Picarelli Davis, para a realização dos serviços são feitas auditorias nos principais projetos e instalações que envolvem o consumo de energia, dentre outros pré-requisitos do LEED. Ela conta que na Novva Solutions, a equipe de Certificação trabalha em parceria com a equipe de Comissionamento responsável por cada obra. “O Comissionamento é um trabalho super específico, e tem poucas empresas no Brasil que atuam nesta área, mas a Novva Solu-

tions possui um departamento de Engenharia que oferece estes serviços aos clientes”, destaca. Por isso, a implantação da Novva Solutions no País, foi de certa forma fácil, devido à grande procura por este modelo de serviço e a escassez de empresas que o oferecem. “Morávamos nos Estados Unidos e fomos procurados por um instalador de sistemas centrais de ar-condicionado brasileiro, que queria

“Cada etapa necessita de consultorias que orientam operários e engenheiros sobre o caminho certo para executar a obra” Health ARQ

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SUSTENTABILIDADE

“O serviço de consultoria LEED funciona a partir do interesse do cliente, em aceitar todas as exigências do sistema de qualificação de edifícios verdes que geralmente são ligadas ao movimento em prol da sustentabilidade do planeta” adaptar a sua empresa às necessidades do LEED. Por meio dele, observamos a crescente necessidade dos brasileiros por este tipo de serviço. E por isso, acabamos mudando para cá, e instalamos a empresa aqui”, revela Márcia. O serviço de consultoria LEED funciona a partir do interesse do cliente, que deve aceitar todas as exigências do sistema de qualificação de edifícios verdes que geralmente são ligadas ao movimento em prol da sustentabilidade do planeta. “Isso é um passo bastante importante, porque diferencia o consumidor. Nós precisamos nos preocupar com a sustentabilidade, para que as futuras gerações possam 40

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sobreviver neste planeta.” A arquiteta explica que sustentabilidade é o uso dos recursos naturais para satisfação das nossas necessidades atuais de forma a não comprometer a satisfação das necessidades das futuras gerações. Sobre a aplicação das práticas sustentáveis em um prédio, Márcia ressalta que hoje em dia, já existe uma consciência por parte da população. Ela ainda aponta que toda e qualquer edificação é uma ameaça para o meio ambiente, porque para a pessoa construir é necessário o uso de muitos e variados materiais. “Essas fontes de matérias-primas são finitas e devem ser utilizadas de acordo com critérios sustentáveis. Além disso, toda edificação consumirá energia e água para sua operação”, acrescenta. Dessa forma, por exemplo, o uso da luz natural nos edifícios, por meio de vidros que permitem a entrada da claridade, evitando o uso de lâmpadas em grande parte do dia, é uma das tantas medidas sustentáveis que devem ser tomadas. Assim, essas e muitas outras questões devem ser levadas em conta na construção. De acordo com o diretor Técnico da Novva Solutions e LEED AP,

o norte-americano James Edward Davis, os projetos já devem ser concebidos de forma integrada e sustentável. “Com essa preocupação, vamos tentar aproveitar ao máximo possível os recursos naturais. Em termos de localização, dependendo do posicionamento do prédio em relação ao sol, pode haver bastante interferência nas medidas de economia de energia, principalmente a utilizada na sua climatização”, descreve. Assim, James explica que a consultoria em sustentabilidade é oferecida pela Novva Solutions desde o projeto inicial de cada obra, que começa pela escolha do terreno. Isso porque, uma das exigências do LEED é que a construção não deve espalhar a mancha urbana, e sim mantê-la. “Quando, por exemplo, um indivíduo compra um terreno em uma área e a prefeitura tem que levar infraestrutura até lá (asfalto, rede pluvial, ônibus, etc), promove-se a expansão da mancha urbana. Restaurar um antigo prédio, não demoli-lo são atitudes mais sustentáveis e que ajudam a conter a mancha urbana”, explica Márcia que também é a líder do subcomitê de Infraestrutura e Edifícios

Verdes do Green Building Council do Brasil. Além disso, de acordo com ela, a meta sempre deve ser deixar áreas verdes de respiro na cidade. Márcia salienta que a consultoria LEED se dá em várias etapas a serem seguidas. Uma das possibilidades é que os produtos utilizados na obra sejam extraídos e manufaturados até à distância de 500 milhas do local do empreendimento. “Além do incentivo à economia local, evita-se o gasto com combustíveis e com transporte. No caso de São Paulo, isso é algo mais fácil de conseguir, por termos empresas de diversos setores estabelecidas aqui”, acrescenta.

“A consultoria em sustentabilidade é oferecida pela Novva Solutions desde o projeto inicial de cada obra, que começa pela escolha do terreno. Uma das exigências do LEED é que a construção não deve espalhar a mancha urbana, e sim mantê-la”


Foto: Priscila Soares

HCOR SUSTENTÁVEL A parceria da Novva Solutions no HCor surgiu por meio da Minerbo-Fuchs Engenharia S/A, empresa responsável pela engenharia da obra do novo hospital. A arquiteta Márcia conta que eles procuraram a Novva, quando a diretoria do hospital decidiu construir um prédio sustentável. “A equipe da Minerbo nos procurou, para assistí-los nesse processo que seria desenvolvido nos projetos do HCor, que buscaria a certificação LEED”, relembra. Todo o projeto do hospital foi concebido e desenvolvido de acordo com normas americanas e foram cumpridos pré-re-

quisitos e exigências LEED relacionadas aos projetos arquitetônicos, mecânicos, elétricos, hidráulicos e outros. Os vidros, por exemplo, serão duplos e com fator de transmitância térmica baixo com o intuito de economizar energia. Entre as paredes externas e o granito que as revestirá , existirá um espaço para circulação de ar externo que auxiliará na eficiência térmica do edifício. Materiais como concreto, aço, e mantas de PET internas ao dry-wall usados na construção também vão obedecer aos critérios LEED. O diretor Técnico diz também que o concreto

utilizado em grande parte da obra possui conteúdo reciclado, pois utilizou escória de alto forno na sua composição. “É um resíduo da indústria que pode ser usado misturado ao cimento em novas construções.” Conforme a arquiteta da Novva Solutions, Lívia Pugliesi, a madeira utilizada na obra também será certificada com o selo FSC (Forest Stewardship Council), seguindo os critérios da consultoria. “Toda madeira instalada possui um documento sobre seu ciclo de vida, a Cadeia de Custódia, e este arquivo acompanha o produto desde o plantio”, diz.

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SUSTENTABILIDADE

ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO

Foto: Priscila Soares

A certificação LEED, criada pelo USGBC-United States Green Building Council, se divide nos seguintes aspectos: Espaço sustentável, Uso racional de água, Energia e atmosfera, Materiais e recursos, Qualidade ambiental interna, Inovação em Projeto, e por fim os Créditos regionais. A primeira categoria, Espaço sustentável, estabelece os pré-requisitos necessários na obra, quanto à prevenção da poluição na atividade da construção. Todas as fases possuem créditos para serem cumpridos por meio de uma pontuação que garante a certificação normal (certified), prata, ouro e platina. Leandro Gomes Silva, LEED

GA da Novva Solutions explica que no começo do processo de certificação, a empresa faz um estudo de viabilidade, para ver qual o grau de conformidade do empreendimento em relação ao sistema de qualificação LEED. “Quanto maior a quantidade de pontos que ele obtiver, maior será a classificação”, diz. Dessa maneira, o HCor precisou fazer um plano de prevenção da poluição e da erosão para conter a sedimentação do terreno durante a construção do hospital. Esse plano técnico é desenvolvido através de sondagens. A finalidade desta ação é saber quais medidas serão

tomadas para proteger o terreno. Em caso de chuva, por exemplo, deve-se promover uma ação que não deixe o barro ir parar no meio da rua, o que prejudicaria a vizinhança. “Até aquelas redes que ficam do lado da obra, fazem parte de um plano, assim como um lava-rodas para os caminhões que saem do canteiro, tapumes móveis, etc”, afirma James. Para a parte inicial da obra, a Novva Solutions realizou várias reuniões com os funcionários do hospital para repassar as orientações da consultoria. “Nós entramos na política do HCor. Esta consultoria passa por todos os envolvidos”, descreve a arquiteta Márcia Davis. Ela comenta que são feitos diversos encontros de orientação e capacitação dos funcionários. Da parte do

cliente (hospital), também é designada uma pessoa chamada de LEED Coach, que é preparada para entender a certificação de uma forma mais ampla. “O processo de certificação é a melhor maneira que a empresa tem, para que todos os envolvidos na obra possam fazer cumprir o que foi projetado”, avalia Márcia. Na avaliação do engenheiro Oswaldo de Siqueira Bueno, anos atrás o processo de consultoria LEED no Brasil era bem mais caro, sendo bastante difícil a própria compreensão do processo. “Hoje em dia todo esse processo de certificação LEED é bem mais facilmente compreendido.” Ele considera que a certificação traz uma grande vantagem para o cliente, que é a sua valorização junto à sociedade.

James Edward Davis e Márcia Davis, proprietários da Novva Solutions

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COMISSIONAMENTO O processo de comissionamento é um método baseado em melhoria da qualidade adotado pelo proprietário para obter sucesso na construção de seus empreendimentos. Esse processo garante que os sistemas relacionados com o uso de energia do empreendimento sejam instalados, calibrados e funcionem de acordo com os Requisitos do Proprietário (OPR), as Bases de Projeto (BOD) e os Memoriais Descritivos. O comissionamento não é uma etapa adicional da construção ou da gestão dos projetos. De fato, seu objetivo é reduzir o custo

da construção e aumentar o valor do empreendimento para o proprietário, seus ocupantes e usuários. Todo esse processo ocorre no mesmo período da consultoria LEED. O engenheiro de comissionamento, Pedro Hoffmann, relata que a meta desta iniciativa é garantir que o proprietário da obra receba o que está comprando. “A gente está sempre do lado do proprietário, sempre passando orientações. A missão é garantir que aquilo que ele comprou, em termos de sistemas energeticamente eficientes, esteja sendo realmente entregue”, destaca.

“Esse processo garante que os sistemas relacionados com o uso de energia do empreendimento sejam instalados, calibrados e funcionem de acordo com os Requisitos do Proprietário (OPR), as Bases de Projeto (BOD) e os Memoriais Descritivos”

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AMPLIAÇÃO

Cassems amplia unidades hospitalares 44

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“A Cassems é o maior plano de saúde para servidores públicos estaduais em autogestão do País. Tem sete hospitais nas cidades de Aquidauana, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Três Lagoas, Paranaíba e Ponta Porã”

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Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), maior plano de saúde para servidores públicos estaduais em autogestão do País, vem trabalhando incansavelmente nas obras de ampliação de suas unidades, que somam 73 postos de atendimento em todo o Estado, e atendem mais de 175 mil pessoas. Sua Rede Credenciada conta com mais de 2 mil profissionais de saúde nas áreas de medicina, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e nutrição, e a Rede Própria,

com 14 Centros Odontológicos, oito Centros Médicos e sete Hospitais, nas cidades de Aquidauana, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Três Lagoas, Paranaíba e Ponta Porã. Em obras desde o ano passado, o Hospital Cassems de Naviraí – importante centro de saúde, já que atende os municípios de Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Juti, Mundo Novo, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru – objetiva trazer mais qualidade de vida para Naviraí e toda a região. Inaugurado em 2010, o hospital realiza cerca de 800 consultas, 60 internações e até 20

cirurgias por mês. Segundo o Diretor de Unidades Hospitalares da Cassems, Flávio Stival, a demanda da região tem aumentado e o número de internações também. “Com a reforma, o hospital contará com uma reestruturação do setor de internações, além da ampliação do centro cirúrgico que facilitará o atendimento ao beneficiário.” A Cassems também inaugurou recentemente as obras de ampliação do seu Hospital em Ponta Porã (MS). Entre outras benfeitorias, foram construídos novos consultórios ambulatoriais,

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AMPLIAÇÃO

novos leitos, salas para exame, cirurgia e parto, além da ampliação do atendimento médico-ambulatorial. As novas alas do hospital trazem diversos benefícios aos usuários Cassems não só de Ponta Porã, mas também de toda região. De acordo com presidente da Caixa dos Servidores, Ricardo Ayache, além de uma melhor qualidade nos serviços, as ampliações do hospital também descen-

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tralizam o atendimento. “A ampliação do Hospital Cassems em Ponta Porã fortalece o trabalho não só do município, mas de toda a região. A interiorização do atendimento é uma das principais metas da nossa presidência. Mas, esse tratamento segue a excelência da qualidade que sempre permeou o Cassems”, afirmou Ayache. (Fonte: Assessoria de Imprensa – Cassems).


POR TRÁS DA OBRA Mais de cinco unidades da rede Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) foram produzidas com o apoio da Constrói Arquitetura. A empresa procura levar em seus projetos, cuidados exigidos pelos órgãos fiscalizadores do País. Wilber Gomes, diretor da Constrói, conta que a empresa foi convidada pra participar de concorrência do Projeto de Posto Avançado no primeiro empreendimento próprio da Cassems em 2003. A Constrói Arquitetura de-

senvolveu projetos para as unidades da Cassems de Dourados, Naviraí, Aquidauana, entre outras. Com o plano de ter uma rede própria hospitalar, foi projetado adequações e ampliações de cada hospital da rede no interior. Os projetos em andamento e expansão são os de Ponta Porã e Naviraí, e atualmente a de Coxim que tem a previsão de inaugurar ainda esse ano. Gomes afirma que o objetivo foi alcançado quanto às obras projetadas, as unidades em funcionamen-

to oferecem atendimento para regiões estratégicas no interior, como os serviços de cirurgias de média complexidade, leitos de UTIs, coisas que dependiam muito da Capital. “Eu acredito que os desafios nos movem positivamente, nesta dinâmica, aparentemente a adequação de estruturas existentes às atuais normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seja uma delas,e apesar disso, conseguimos dar aos hospitais da Cassems uma persona-

lidade que as identificam entre si”, completa o diretor. Ele ainda destaca que em certas cidades a instalação do hospital foi crucial ao atendimento de outros planos e de particulares. Para garantir um trabalho diferenciado no mercado, a Constrói preocupa-se em construir um empreendimento hospitalar, com a escolha minuciosa de materiais práticos e duráveis. Além de produzir um layout praticamente definido, para evitar mudanças a curto e médio prazo.

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Foto: Jo Capusso

CAPA

Gisele Conde, Bela Gebara e Patricia Sinisgalli

Uni達o inteligente e produtiva Parceria certeira entre arquitetas e projetos personalizados colocam Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos entre os melhores com direito a reconhecimento internacional

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D

a união de três amigas de faculdade, Bela Gebara, Gisele Conde e Patricia Sinisgalli, surgiu um dos escritórios de arquitetura mais conceituados do estado de São Paulo quando o assunto é projetar para as áreas corporativa e da saúde. Estamos falando da Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos (GCSA), empresa que nos últimos anos vem se destacando no cenário da construção hospitalar, através da realização de projetos arquitetônicos para grandes instituições da saúde como o Hospital Nossa Senhora de Lourdes e Hospital Sírio Libanês.

Para Bela Gebara, a GCSA se especializou na área da saúde, por se tratar de um segmento que exige sempre projetos diferenciados, com temas variados, em que cada projeto tem sua personalidade, sua especificidade. “Além disso, lidamos com profissionais de formações diversas e isso é muito enriquecedor”, acrescenta. Formadas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, as sócias arquitetas primam por realizar sempre uma arquitetura eficiente e singular, levando em conta traços de linguagem, estilo e funções de espaço, inseridos em tendências mais do que con-

temporâneas. Além dessas características os trabalhos realizados pela GCSA também tem constante preocupação em consolidar a identidade dos clientes em seus respectivos projetos, valorizando assim a imagem de cada um deles. Atualmente, o escritório trabalha no projeto de reforma do prédio de Ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo. De acordo com Bela, este é um projeto desafiador por se tratar de um edifício historicamente reconhecido, já que é necessário manter o valor de sua arquitetura e ao mesmo tempo resolver problemas atuais.

Hospital Nossa Senhora de Lourdes Health ARQ

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CAPA

Clínica Dermatológica

O PASSO A PASSO DO PROJETO Um bom projeto arquitetônico para hospitais ou clínicas m édicas é fundamental. De acordo com Patrícia Sinisgalli, o projeto inteligente e criativo resolve problemas de fluxos e circulações, racionaliza os espaços, cria uma imagem ou reforça a imagem da empresa. “No que diz respeito aos usuários, o efeito que se nota a partir da humanização dos espaços é de motivação e aumento da produtividade de funcionários, conforto e ajuda na recuperação dos pacientes.” Dessa maneira, para as arquitetas da GCSA, para se 50

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criar um ótimo projeto na área da saúde o primeiro passo é entender profundamente o que o cliente deseja, já que cada área na saúde tem sua especificidade transformando cada novo projeto em um grande desafio. “Isso é feito através de um programa desenvolvido pelo cliente, no qual ele especifica todas as necessidades, vontades e exigências que deverão ser traduzidas espacialmente no projeto”, diz Gisele Conde. Segundo ela, a partir deste programa é criado o conceito do pro-

jeto que atenderá as necessidades do cliente e representará sua imagem. “Este conceito, por sua vez, é concebido por nós, através de um estudo preliminar. Depois do estudo aprovado, o projeto é desenvolvido e acompanhado até a finalização de sua execução”, acrescenta a arquiteta Gisele. “Com isso, temos sempre resultados positivos. Se no final do projeto sobram questões a resolver, estamos disponíveis para isso até o cliente estar plenamente satisfeito com seu investimento”, completa Patrícia.


O MATERIAL PREFERIDO Em muitos de seus projetos, o material mais utilizado pela GCSA é a madeira. Isso porque, a maioria dos clientes solicita através do programa, que os ambientes a serem criados sejam mais quentes e aconchegantes. “Entendemos que a madeira é um ótimo material a ser utilizado nestes casos, além de ser também coadjuvante para o conforto térmico e acústico”, explicam as arquitetas.

Elas acrescentam ainda que em todas as suas obras são utilizados produtos e materiais que sejam adequados para a sustentabilidade no que diz respeito aos aspectos econômico e ambiental. “Temos também a preocupação com os sistemas elétricos, hidráulicos, de arcondicionado, de TI, entre outros, que são considerados na compatibilização do projeto de arquitetura com os respectivos técnicos.”

Camargo Correa Internacional

PROJETOS PREMIADOS Pela seriedade e profissionalismo com o qual a Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos trata cada um de seus projetos, é que as arquitetas Bela, Gisele e Patrícia têm conquistado consecutivos prêmios nacionais e internacionais. Isso porque, ao longo dos anos, a empresa reuniu um portfólio maduro e variado, tendo como maior traço, a forma de atender personalizada. Assim, essa maturidade profissional resultou em dois prêmios bastante significantes. O primeiro, em 2008, com

o 1º lugar com o diferenciado projeto de interiores da Ampliação do Hospital Nossa Senhora de Lourdes por meio do V Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa da Flex Eventos. O segundo, em 2010, na categoria “Interior Design” do American Property Awards em Londres com o projeto da Camargo Correa Internacional. “Foi importante ter um projeto reconhecido em uma premiação mundial. Percebemos que podemos dialogar com um público além das fronteiras brasileiras e isso é muito bom”, revelam as arquitetas.

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ILUMINAÇÃO

Iluminação natural em todos os ambientes 54

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PAREDES Todas as tintas utilizadas são acrílicas à base de água, sem cheiro e laváveis. Utilizou-se nos banheiros dos consultórios, o Di-NOC film, revestimento produzido no Japão pela 3M. Trata-se de uma película autoadesiva, composta de filme de PVC flexível, com tratamento bactericida, resistente à água e que não propaga chamas, ideal para uso em hospitais.

C

om dois mil m², distribuídos em dois amplos pavimentos, a Unidade de Especialidades Campo Belo, é a primeira unidade externa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC). Inaugurado no ano de 2010 e figurando entre os mais modernos centros do país, o projeto de arquitetura do prédio, que possibilita a utilização de luz natural em todos os ambientes internos, é a menina dos olhos do escritório Teresa Gouveia Arquitetura. Essa unidade do HAOC divide-se em quatro consultórios, sendo Centro de Reabilitação Cardio-Pulmonar, Centro Cirúrgico, Day Clinic e área destinada ao tratamento de doenças relacionadas ao equilíbrio.

De acordo com a arquiteta Teresa Gouveia, priorizar o conforto, o acolhimento e tornar a estadia do paciente a mais agradável possível, traduzindo a preocupação em tratar da saúde, da vida e não apenas da doença, foram as premissas básicas para conceituar o projeto, ao invés de apenas criar ambientes convencionais, fechados e comerciais. Dessa forma, por priorizar o conforto dos pacientes é que o projeto dá atenção especial à utilização da luz, assim como o uso de materiais quentes e cores adequadas. “Elegemos a luz natural, vidros, materiais quentes, texturas amadeiradas, pontuadas com as cores utilizadas na nova comunicação visual

do HAOC, como o verde e o lilás, para caracterizar esta unidade”, afirma Teresa. Para ela, o grande desafio foi possibilitar que todos os ambientes internos pudessem usufruir da luz natural. “A solução encontrada, nada usual em ambientes de saúde, foi o uso de divisórias de vidro, piso-teto, com um mix de películas, fazendo o fechamento de todos os consultórios, que conferiram a privacidade necessária e permitiram a passagem da luz.” Para viabilizar o uso dos vidros, em especial nas circulações e ainda assim atender todos os requisitos inerentes a um hospital, foi fundamental o desenvolvimento de faixas especiais, para fixação dos Health ARQ

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ILUMINAÇÃO bate-macas e corrimãos, que compuseram a paginação das divisórias. Com a entrada de luz por todo o pavimento, toda a iluminação das circulações, foi feita apenas por sancas, que também foi utilizada nas recepções, permitindo uma luz agradável e econômica. “O resultado final foi de um espaço claro, iluminado, aconchegante, que remete à qualidade de vida e à saúde”, revela a arquiteta. Além da iluminação, outros aspectos também foram especialmente pensados. Os desenhos

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no piso, por exemplo, demarcam áreas e buscam criar diferentes percepções. As recepções receberam pisos amadeirados e as áreas clínicas, pisos lisos com desenhos, de forma a tornar os grandes espaços menos monótonos. A preocupação com a acessibilidade também foi constante e a unidade é dotada de três banheiros para deficientes, sendo que todos os demais possuem barras e segurança e chamadas de enfermagem. Por este projeto, a Teresa Gouveia Arquitetura foi

finalista no VIII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa e selecionado para a exposição no Sheraton WTC, durante o Arquiday Show, em São Paulo. A parceira da instituição com a empresa ocorre há cinco anos, tendo mais de 30 projetos desenvolvidos. Recentemente, o escritório esteve envolvido no projeto da nova Hemodiálise, em que desafio foi tentar amenizar os danos do tratamento. “Para isso, os salões foram posicionados de frente para um jardim e cada leito tem

PISO Foram escolhidos pisos que possuem tratamento antibactérias e fungicidas, com PUR Protect, ou seja, resistentes a produtos químicos e 100% recicláveis. Todos os produtos utilizados atendem às normas internacionais.


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ILUMINAÇÃO televisão individual. A iluminação é toda em leds brancos e coloridos, comandados por controle remoto, o que permite que o paciente escolha a cor que lhe trouxer mais conforto de acordo com seu estado de espírito”, explica Teresa. “Em todos os projetos para o HAOC, nas áreas internas trabalhamos com remanejamentos e retrofits, adequando o Hospital às demandas do negócio. Sempre procuramos adotar uma linguagem contemporânea, sempre em busca de novos materiais e opções, tornando os ambientes acolhedores”, conclui a arquiteta.

MARMOGLASS Todas as bancadas são de Marmoglass branco. Trata-se de um material industrializado produzido com pó de mármores e vidro. A absorção de líquidos é praticamente nula. É resistente a corrosivos, alcalinos, ao calor, não mancha e é inalterável à ação do tempo. A sujeira fixada na superfície pode ser facilmente removida.

FORRO Nos forros utilizou-se uma composição de Modulado Georgiam, com proteção Bioblock Plus que contém um tratamento antimicrobiano, que fornece garantia contra o crescimento de fungos e mofos, assim como Gram-positivo e Gram-negativo para odor e manchas causados por bactérias.


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COMPLEMENTO ESSENCIAL É por meio de montagens originais, idealizadas juntamente com a arquiteta Tereza Gouveia que a empresa Moldura Minuto produziu um acervo refinado e exclusivo para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O trabalho conta com imagens artísticas, fotografias originais e serigrafias únicas que proporcionam aos ambientes hospitalares, requinte e sofisticação através dos seus quadros. Este trabalho deste novo empreendimento na área da saúde faz parte de uma parceira essencial nos projetos arquitetônicos feitos pela Teresa Gouveia Arquitetura e Interiores e executados pelo Espaço Moldura Minuto. A Moldura Minuto trabalha por longa data na área hospitalar. A empresa visa sempre aprimorar o atendimento para as instituições do setor da saúde, que geralmente precisa de serviços personalizados, com muita qualidade, segurança e eficiência. Segundo a gerente da Muldura Minuto, Elaine Yamada, os produtos fornecidos pela empresa não exigem nenhum cuidado específico pré-determinado para ser colocado em algum prédio

da saúde. “O nosso diferencial no mercado brasileiro é o requinte nos serviços executados e nos diversos tipos de molduras e passe-partout oferecidos ao mercado (mais de 500 modelos) e principalmente nas montagens diferenciadas dando um tom personalizado ao quadro-hospital”, ressalta. No Oswaldo Cruz, os profissionais da Moldura Minuto procuraram utilizar produtos conforme exigências da arquiteta Tereza Gouveia, trabalhando em perfeita harmonia, para que os resultados alcançados superassem as expectativas iniciais. A empresa procurou seguir uma linha e montagens de quadros com designer inovador para dar uma característica ao ambiente. A inovação da Moldura Minuto no mercado, visa atender a necessidade do setor hospitalar, oferecendo quadros sem vidros, utilizando o processo de laminação das imagens brilhante ou anti-reflexa. Essa medida proporciona maior segurança e leveza ao quadro. Na opinião da gerente Elaine, a principal importância de uma moldura adequada nos ambientes hospitalares é deixar o local mais aconchegante visando proporcionar

aos pacientes um espaço mais tranquilo e humanizado transformando os quartos em ambientes hoteleiros e não hospitalares. Ela destaca que a empresa atualmente trabalha com exclusividade no mercado mundial, tendo uma linha de molduras ecológicas certificadas com o selo internacional UFC proporcionando sustentabilidade à cadeia produtiva de quadros. “Nossos quadros além de lindos e decorativos são amigos do meio ambiente”, completa a gerente. Além das molduras, a empresa também trabalha com pinturas originais, esculturas de

parede e fotografias. MM no mercado A Moldura Minuto busca profissionalizar e incrementar o processo de emolduramento, investindo fortemente em infraestrutura, desenvolvendo conceitos inovadores, além de treinar e qualificar sua mão-de-obra, tendo como foco a qualidade e excelência em todos os sentidos. O resultado de tudo isso é que atualmente a Moldura Minuto é uma das empresas líderes no mercado nacional, presente praticamente em todo o território brasileiro com mais de 70 lojas.


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CONFOTRO VISUAL

FICHA TÉCNICA Projeto: Unidade Campo Belo Hospital Alemão Oswaldo Cruz Construtora: Nexus Engenharia Projetos complementares: MHA Engenharia Arquitetura: Teresa Gouveia Arquitetura Fornecedores Piso Vinílico: Gerflor e Tarkett Divisórias: Design-on Luminárias: Itaim e ARCLUZ Forro Modulado: Armstrong Bate-macas/corrimãos: CS Group do Brasil Marcenaria: JR Estilos, Lira & Nobre Mobília Consultórios: Bortolini, Marelli, Breton e Devant Persianas: Uniflex Moema Quadros: Moldura minuto Revestimento Di-Noc: 3M

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No mercado de iluminação há 10 anos, a ARCLUZ atende todas as necessidades específicas para a área hospitalar, prestando assessoria aos projetos luminotécnicos e fornecendo luminárias, lâmpadas e reatores. Dessa forma, a empresa esteve diretamente ligada à obra realizada na Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para Marcio Martins Miranda, diretor comercial da ARCLUZ, trabalhar neste projeto, junto à Teresa Gouveia foi um sucesso, já que a arquiteta é sempre muito receptiva às novas tecnologias de lâmpadas e luminárias utilizadas na área, o que faz com que seu trabalho seja vanguardista e de muito bom gosto. Dessa forma, para este projeto a ARCLUZ priorizou o conforto visual, o sistema de dimerização, o baixo consumo de energia e a boa reprodução de cor, sem deixar de analisar a adequação das luminárias ao projeto de arquitetura. “Assim, proporcionou-se um ambiente de trabalho

eficaz, no qual a integração entre a arquitetura e a iluminação cria uma atmosfera mais agradável para a recuperação de pacientes, minimizando o estresse de profissionais e visitantes”, explica Miranda. Além disso, o projeto traz como alternativas sustentáveis, luminárias que geram baixo consumo de energia elétrica e que não afetam a temperatura do ambiente. “Com isso, a redução da carga na iluminação gera uma demanda menor do ar-condicionado para aplicação de outros equipamentos do hospital. Nesta linha, a aplicação dos leds de alta eficiência vem tendo um bom resultado”, acrescenta o diretor comercial. “Atualmente, a iluminação vem ganhando destaque nos projetos hospitalares no Brasil, já que as novas tecnologias aliadas às novas vertentes do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) geram a necessidade de projetos mais elaborados. É neste ponto que a ARCLUZ foca o seu trabalho”, finaliza Miranda.


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CONSTRUÇÃO

Saúde para todos Hospital Moinhos de Vento visa melhorar saúde pública em região carente da capital gaúcha com criação de amplo complexo hospitalar

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magine um complexo hospitalar com dezenas de serviços médicos de qualidade disponíveis de forma gratuita para a população carente. Esse modelo de saúde será uma realidade nos próximos anos, com a construção do complexo Hospitalar Moinhos de Vento, em Por-

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to Alegre (RS). O hospital vai contar com um amplo projeto de arquitetura que visa oferecer aos pacientes tratamentos humanizados. O Complexo irá suprir a carência na área da saúde na região da Restinga e do Extremo Sul, onde atualmente vivem em média 100 mil pessoas, as quais

contam apenas com postos de saúde da Prefeitura e o Pronto-Atendimento Saúde Restinga, serviço de suporte ao SUS (Sistema Único de Saúde) em bairros menos favorecidos, administrado pela Associação Hospitalar Moinhos de Vento (AHMV), desde março de 2004.


Com o objetivo de atender a demanda crescente, o Complexo Hospitalar vai oferecer serviços de atenção que exigem qualidade, com foco na redução da mortalidade e no adequado tratamento das enfermidades. Dessa forma, contará com centro de urgência médica e pediátrica 24 horas; espaço para atendimento básico de traumatologia; bloco para pequenas cirurgias; salas de observação e reanimação. Além disso, serão disponbilizados exames laboratoriais, raio-X e eletrocardiografia. De acordo com o superintendente do Hospital Moinhos de Vento, João Polanczyk, este projeto Restinga e Extremo Sul que está entre os expresssívos projetos sociais em curso no Brasil, é abrangente porque vai atender cerca de 10% d a população de Porto Alegre (R),

gerar empregos e capacitar mão-de-obra. “O Hospital Moinhos de Vento é o único hospital fora do Estado de São Paulo a compor o Sistema Regional Integrado de Atenção à Saúde”, afirma. Assim, desde janeiro de 2010 a AHMV oferece cursos técnicos em enfermagem, saúde bucal e auxiliar em saúde bucal. “São 60 alunos que residem na Restinga e Extremo Sul que, depois a conclusão, integrarão o banco de profissionais que poderão ser chamados para trabalhar no complexo de saúde”, explica Polanczyk. Segundo informa a diretoria do hospital, a primeira etapa das obras teve início em fevereiro do ano passado e tem um planejamento para ser concluída no primeiro semestre de 2013. Também no próximo ano, esta construção contará com uma segunda etapa.

FICHA TÉCNICA Complexo Hospitalar Restinga e Extremo Sul Endereço: Estrada João Antônio da Silveira, 3.330 – Porto Alegre Data do Projeto: 2009 Obra: Fevereiro / 2010 (terraplenagem) Área do terreno: 41.670,33m² Área total construída: 19.145,48m² Nº pavimentos: 03 Vagas estacionamentos: 331 Arquitetura: Cassiano Arquitetos Coordenação: Engº Carlos Emílio Marczyk/ Engª Bárbara K. N. Wetzel Gerenciamento de licitação: Obra Gerenciada Obras Civis: MPD Engenharia Gerenciamento da Obra: Obra Gerenciada Projetos: Ar-condicionado: MHA Engenharia Ltda Consultoria de caixilhos: Cassiano Arquitetos Elétrico e hidráulico: MHA Engenharia Ltda Gases Medicinais: MHA Engenharia Ltda Projeto de fundações e contenções: Jarbas Milititsky Estrutura de concreto: Vanguarda Sistemas Estruturais Abertos Luminotécnico - Interno: Cassiano Arquitetos Luminotécnico - Externo: Zanini & Dias Impermeabilização: Cruz & Cruz Arquitetos Prevenção e Combate a Incêndio: MHA Engenharia Ltda

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CONSTRUÇÃO

POR TRÁS DA OBRA O projeto arquitetônico do Complexo Hospitalar busca de forma inteligente a integração entre a geografia do terreno e a implantação topográfica da obra, fazendo com que os 19 mil m² de edificações sejam espalhados na área edificante com prédios de um a três andares. Assumindo grande responsabilidade, quem está à frente das obras para colocar o importante projeto em prática, é a MPD Engenharia que precisa cumprir o prazo de execução em 24 meses, tendo assinado o contrato em fevereiro de 2011. De acordo com André Bezerra, gerente de contratos da MPD Sul, tem sido muito gratificante para a construtora executar este trabalho. Ele conta que todos os funcionários tiveram o privilégio de participar deste

“marco” dentro do projeto social e sanitário que a Associação Hospitalar Moinhos de Vento (AHMV) está implantando em uma região com carência de saúde. Para ele, um dos grandes obstáculos desta obra é a aquisição de mão-de-obra para a edificação. “Para solucionar este problema, implantamos um programa em parceria com o Senai, Sinduscon e a AHMV para a criação de cursos de qualificação profissional.” Com esta iniciativa já foi possível a formação de 70 profissionais para a área de carpintaria, armação de ferragens e pedreiros. Também foi criado um alojamento para instalar 45 profissionais que vêm de outros Estados brasileiros. Comunidade participativa - A AHMV fez extensa pesquisa para traçar o perfil

sócio-sanitário da população local que ratificou alarmantes índices de carência nesta área. A comunidade tem acompanhado todas as etapas da construção através de uma comissão organizada por líderes locais. São realizadas visitas e monitorias que acabam “prestando contas” do andamento da obra e do compromisso assumido na assinatura do contrato. Destaques da obra Como grande diferencial da obra, destaca-se o bloco da internação, que será isolado dos demais, comunicando-se através de passarelas. Há também entradas distintas para a emergência, centro clínico e internação principal. “Destaca-se também a área destinada à Escola de Saúde, que poderá formar na região, profissionais para trabalharem no Hospital ou

em outras cidades próximas”, comenta Bezerra. Além disso, o complexo teve preocupações quanto à conservação do meio ambiente, sendo o projeto um dos mais completos em ações sustentáveis, tanto durante a obra como na pós-entrega, atendendo o plano diretor da AHMV. Destaca-se neste ponto a manutenção de área de reserva de vegetação natural preservando espécies nativas da Restinga; implantação de complexo plano de Gestão de Resíduos durante a construção; utilização de água de reuso; criação de viveiro que já funciona há quase um ano preparando mudas de recuperação e melhoria da vegetação no entorno e utilização de placas coletoras de energia solar para aquecimento de água.

como o perfil profissional, a capacidade de agregar atividades de construtora e incorporadora, a solidez financeira e a ágil estrutura que possibilita um sistema de gestão descentralizado. O resultado é a excelência empresarial, comprovada no certificado ISO 9001:2008, OHSAS 18001:2007, PBQP e QUALIHAB nível A.

Nos últimos anos, de acordo com o ranking ITC Net, a MPD figura entre as 50 maiores construtoras do Brasil. Reconhecida também com o Prêmio ITCNet – Sustentax, por três vezes consecutivas (2009, 2010 e 2011) como a empresa que mais construiu m² seguindo importantes princípios de sustentabilidade.

SOBRE A MPD ENGENHARIA Fundada em 1982, a MPD Engenharia é uma empresa com atuação nos mercados de construção e incorporação imobiliária. No portfólio de obras, é relacionada à construção no Brasil de unidades comerciais, industriais, de educação e lazer, residenciais, hospitalares e laboratórios. A sede da empresa situa-se no município de 64

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Barueri (SP), e conta com obras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A empresa conta com cerca de 600 colaboradores diretos e o mesmo número de indiretos. Em 2012, ao completar 30 anos, totalizou mais de 1,5 milhão de m² de área construída e atribui seu sucesso a diversos fatores,


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CONSTRUÇÃO

GERENCIAMENTO DA OBRA Além de ser bem executada, a obra precisa ser bem gerenciada, por isso quem cuida de cada detalhe de gestão da construção do Complexo Hospitalar Restinga e Extremo Sul é a Obra Gerenciada, empresa especializada em gerenciamento de construções de grande porte, que disponibiliza ao cliente um planejamento e a gestão de toda a parte técnica do empreendimento. A parceria da Obra Gerenciada com a Associação do Hospital Moinhos de Vento (AHMV) surgiu em maio de 2010, onde a instituição de saúde buscava por uma empresa que oferecesse serviços de gerenciamento especializado em obras.

No ano passado, a empresa também foi contratada para o gerenciamento dos projetos da expansão no terreno onde está a sede do Hospital Moinhos de Vento onde serão construídos vários prédios de apoio. O Engenheiro Marcelo Moyses, sócio-fundador da Obra Gerenciada, garante que o investimento feito pela instituição de saúde na equipe de gerenciamento retorna na forma de economia, pois é entregue um empreendimento com qualidade com o menor custo e prazo previsto. Quanto à avaliação deste trabalho feito para a AHMV, Moyses frisa que é algo gratificante, pois a equipe

interdisciplinar do hospital interage com os funcionários da empresa. “Existe uma constante troca de experiências entre os envolvidos.” Ele ainda garante que a instituição é um cliente diferenciado. “Somos responsáveis por tudo o que diz respeito à parte técnica do empreendimento, desde as licitações, equalizações das propostas, contratações e fiscalização da qualidade dos serviços”, explica o engenheiro. Sobre os benefícios que esse gerenciamento trouxe para a obra, Moyses destaca o de maior impacto, a questão do custo. “Com um gerenciamento eficaz mantemos a qualidade dos materiais e serviços empregados na obra vinculados ao melhor preço”, diz. Outro ponto benéfico é o controle dos prazos, que também é um item importante, pois o cliente pode dispor de uma equipe de planejamento para alterar a qualquer tempo o prazo final de conclusão das obras (para mais ou para menos). Para o engenheiro, o desafio principal em uma obra hospitalar está nas instalações, pois um hospital está

entre as obras de maior complexidade, não somente pela quantidade de interferências entre os diversos projetos, mas também pela importância que cada equipamento e instalação terá no dia-a-dia do empreendimento. Licitação - Um dos pontos mais importantes do gerenciamento são as etapas de licitação. Essa medida é crucial para o cliente. No processo de licitação não basta apenas convidar algumas empresas para a apresentação das propostas, a empresa tem que primeiramente qualificar as participantes com base em parâmetros pré-definidos juntamente com o cliente. Somente após a qualificação estas instituições estarão aptas a fornecer a proposta comercial. Outro item primordial é a equalização das propostas. Nesta etapa, ao ser analisado todos os itens orçados, a gerenciadora tem como apontar diferenças de quantidades e/ou preços unitários. Com essa iniciativa o cliente consegue economizar e contratar a melhor empresa para o tipo de serviço orçado.

Marcelo Moyses, engenheiro, sócio-fundador da Obra Gerenciada 66

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ARQ reforma

Obras modernas num ambiente em operação 68

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Conhecida por criar traços contemporâneos, a C+A Arquitetura e Interiores participa da reforma das alas de internação da Unidade Morumbi do Hospital São Luiz levando toques modernos a cada ambiente projetado

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parceria da C+A Arquitetura com o Hospital São Luiz para execução das obras das alas de internação da unidade Morumbi surgiu quando a direção da instituição hospitalar percebeu que a empresa de arquitetura tinha grande experiência na área de saúde. Como afirma Ana Paula Naffah Perez, diretora de Projetos da C+A, foi formulado um convite para participação de uma concorrência de ideias e valores para o retrofit (modernização) de todos os quartos de internação da unidade e a empresa venceu esta concorrência. Segundo ela, a empresa tem uma vasta experiência na área de saúde, desenvolvendo projetos de consultórios, clínicas e hospitais em diversas localidades do Brasil. Responsável pelo projeto na unidade Morumbi do São Luiz, a C+A informa que este é um trabalho que requer muita dedicação e planejamento, pois a equipe

executa a reforma enquanto a unidade opera seus serviços normalmente. “Fizemos um cronograma de tarefas para cada dia da obra e cada um dos fornecedores tem um tempo determinado por nós para implantação dos seus serviços e produtos”, afirma Ana Paula. Nos setores de internação, todo o projeto foi amplamente detalhado e aprovado pela diretoria e as diversas gerencias da unidade, principalmente os responsáveis da Hotelaria e da Manutenção. Desta forma, o projeto nasceu com o total aval dos operadores. Com relação ao estilo da obra, foi adotada uma proposta contemporânea que representa a inovação que a unidade deseja transparecer ao cliente que utiliza os serviços médicos. A arquitetura dos edifícios hospitalares feitos pela C+A Arquitetura e Interiores, adotam sempre traços que remetem ao estilo moderno. Esta é uma tendência dos Health ARQ

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ARQ reforma

projetos da empresa, conforme diz Ana Paula. Para a empresa, este estilo reflete o modelo de projetar e vivenciar a arquitetura. “Procuramos adotar materiais novos, adequados à área da saúde e que agreguem estilo e beleza aos projetos que executamos.” Nesta obra de reforma, um dos pontos de destaque no quesito arquitetura é a implantação de um estilo de hotelaria diferenciado e que atribui ao hospital um modelo muito diferente do que a unidade tinha anteriormente. O prédio possui uma característica clássica, o que imprime este estilo. A ideia da C+A, era realmente mudar estas características com este novo projeto. Quanto à sustentabilidade, a C+A procura sempre utilizar materiais com características sustentáveis. O piso usado nas alas de internação do Morumbi possui o selo Sustentax (que objetiva ajudar os consumidores na identificação 70

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de produtos, materiais, equipamentos e serviços sustentáveis). O material utilizado na confecção dos móveis também possui estas características. Na iluminação utilizou-se lâmpadas que geram economia de energia para o prédio. De acordo com a diretora de projetos, um dos maiores desafios da obra foi o planejamento e a execução das obras num prazo bastante curto devido à alta demanda de internações que a unidade possui. “Este tem sido um desafio quase que diário que a nossa equipe, em acordo com os fornecedores e a equipe da manutenção do hospital tem enfrentado com bastante sucesso”, diz Ana Paula. Ela acrescenta que este projeto tem gerado um resultado muito positivo junto aos pacientes e usuários da unidade médica, sendo este o objetivo final do trabalho, que visa alcançar a satisfação do cliente em todos os aspectos.


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ARQ reforma

ACABAMENTO Não basta um projeto bem feito para que a construção fique perfeita, para isso é necessário que toda a construção, do início ao fim, seja bem executada, principalmente os serviços de acabamento final. Assim, é com essa responsabilidade que a Aljo Instalações e Manutenções está à frente dos serviços de acabamento da unidade Morumbi do Hospital São Luiz. De acordo com a empresa, a oportunidade de participar da reforma está sendo algo prazeroso, ainda mais por se tratar de um trabalho de muita responsabilidade, que requer técnicas especiais de serviço e de conduta postural. A empresa considera satisfatória essa parceria com o hospital, principalmente por se tratar de um contato que leva seriedade, visando resultados positivos. Há dois anos, a Aljo participa das obras da Unidade Morumbi. Neste projeto a empresa ficou responsável pela construção civil dos banheiros, instalações elétricas, assentamento de pisos, pintura, remoção de entulhos e limpeza de obra. E para cumprir todas essas tarefas com qualidade e rapidez o diretor da Aljo, Alair Guimarães explica que a empresa realiza treinamentos constantes para garan72

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tir o bom desenvolvimento técnico e correções de postura dos funcionários que atuam nas obras. Essa capacitação costuma ocorrer principalmente em empreendimentos ligados à área da saúde, já que muitos dos trabalhos são realizados em hospitais em atividade. “Por isso, trabalhamos sempre dando prioridade máxima aos pacientes e colaboradores de tal forma que nossas atividades não interfiram no andamento da instituição”, afirma Guimarães. Quanto à conclusão das obras, ele diz que se as liberações de áreas ocorrerem de forma conveniente, toda a equipe de construção deve finalizar os trabalhos em agosto deste ano.

ATUAÇÃO NO MERCADO Há dez anos, a Aljo oferece uma linha de serviços para manutenção e instalação nas obras, sendo especializada em reformas gerais, hospitalares e coorporativas. A empresa conta com 385 colaboradores diretos e 150 indiretos, dentre os quais, integram a equipe profissionais especializados e engenheiros com o mais alto nível de profissionalismo. Além disso a Aljo realiza instalações elétricas, drywall, pintu-

ra, assentamento de pisos, faz o revestimentos e porcelanatos, marcenaria, mudanças de lay-out, demolições, rede de dados e telefonia, serralheria, impermeabilizações de lajes e pisos, fornecimento e instalação de iluminação. A reforma e revitalização do condomínio Pico do Jaraguá, solicitada pela Rede Globo é um dos destaques da Aljo. Em 2011, a empresa atuou em uma obra na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).


Grupo MĂ­dia

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CONSTRUÇÃO

Albert Einstein inicia obras da Unidade Alphaville Juruá M ais um novo empreendimento hospitalar dá seus passos iniciais no Brasil. A primeira fase das obras da unidade Alphaville Juruá, do Hospital Israelita Albert Einstein, em Barueri (SP), tem

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previsão para ser concluída em outubro deste ano, seguindo o Plano de Expansão da Instituição, que prevê a construção de unidades externas, além da ampliação e reorganização do hospital localizado no bairro do Mo-


rumbi, em São Paulo (SP). À frente das obras da nova unidade estão a Kahn do Brasil, responsável pelo projeto arquitetônico e a Afonso França Engenharia, responsável pela construção do prédio. Ambas as empresas já eram parceiras do hospital em outras obras. A Afonso França oferece o suporte nas construções feitas pelo Einstein desde 2005 e desde 2002, a Kahn atua na confecção de seus projetos. Além disso, a Kahn é a atual responsável por todo o Plano Diretor de Ampliação e Reforma das unidades do hospital.

A CONSTRUÇÃO Sobre a construção da unidade Alphaville Juruá, a Afonso França terá um prazo de 14 meses para a conclusão do prédio que será dividido em três andares. De acordo com o engenheiro Fávero Junior, diretor de obras da Afonso França, a horizontalização da construção é intencional para reduzir elementos de infraestrutura predial como elevadores, geradores, UPS, entre outros. “Além disso, não precisaremos fazer grandes movimentações de terra ou contenções para subso-

los, trabalharemos com um menor volume de terraplenagem, teremos a possibilidade de fazer a fundação profunda em tubulações, sem a presença de água do lençol freático e também ganharemos no cronograma físico de andamento da construção”, explica ele. Ganhar tempo é um fator importante neste trabalho, já que para a Afonso França um dos principais desafios da construção encontra-se no planejamento da execução da obra para que ela fique pronta dentro do prazo previsto. “Isso, com o agravante vivenciado hoje

no mercado da Construção Civil, que por estar superaquecido, tem a dificuldade na aquisição de materiais e serviços”, revela Fávero, acrescentando que é necessário contratar uma média de 300 trabalhadores para a realização da obra. Seguindo todas as tendências atuais, a execução da obra comandada pela Afonso França segue diversos procedimentos sustentáveis como reciclagem de materiais, seleção de entulhos, ações de proteção ao meio ambiente com o controle de ruídos e emissão de gases, proteção contra

AR-CONDICIONADO Todos os procedimentos adotados pela Ergo Engenharia no sistema de ar-condicionado visam a preocupação com o meio ambiente e um alto indíce de produtividade

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CONSTRUÇÃO contaminações de solo, parceria apenas com fornecedores comprometidos com sustentabilidade, entre outras ações. O sistema de ar-condicionado, projetado e executado pela Ergo, parceira da Afonso França em diversos projetos, apresenta várias ações preocupadas com o meio ambiente. “Além disso, os procedimentos adotados visam um alto índice de produtividade em todos os níveis durante a execução da obra”, declara o engenheiro e gerente comercial da Ergo Engenharia, João Carlos C. Silva. O projeto arquitetônico também conta com medidas sustentáveis projetadas dentro dos conceitos de “Green Building” como racionalização do uso de

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água, gerenciamento da demanda energética, qualidade do ar nos ambientes internos ao edifício e impacto sobre a comunidade do entorno. “Todos os projetos da Kahn são desenvolvidos dentro de critérios de sustentabilidade, independente se pretende ter algum tipo de certificação”, destaca a arquiteta Eleonora Zioni, coordenadora de arquitetura da Kahn. Outro quesito interessante na unidade do Hospital Albert Einstein Alphaville é a intenção de redução de custos na construção, sem alterar o padrão de qualidade nas instalações e manter o conforto no nível conhecido da instituição. Qualquer pessoa que entrar em uma das unidades do

Albert Einstein vai perceber a qualidade de cada detalhes da construção. O hospital foi apontado e avaliado pela revista “America Economia Intelligence 2009” como o melhor hospital da América Latina. “Nós da Kahn sempre fazemos visitas aos hospitais dos Estados Unidos para trazer a mais atualizada tendência em arquitetura hospitalar”, acrescenta a coordenadora da Kahn, Eleonora Zioni.

Eleonora Zioni, coordenadora de arquitetura da Kahn do Brasil


AFONSO FRANÇA ENGENHARIA Além de atuar na área da saúde, a empresa trabalha com uma linha diversificada de negócios que incluem construções de armazéns portuários, galpões de logística, indústrias, shopping centers, etc. Através de um atendimento diferenciado para o setor hospitalar, a construtora já participou de obras para hospitais, clínicas e laboratórios como IGESP, Santa Catarina, Beneficência Portuguesa, 9 de Julho, Novo Atibaia, Santa Helena, Hospital da Luz (Grupo Amil), Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, Foccus

Medicina Diagnóstica e Laboratório Fleury. Quanto à parceria com o Hospital Albert Einstein, a Afonso França se orgulha de tê-lo na carteira de clientes, tendo em vista que a entidade utiliza nas suas obras conceitos que aprimoram conhecimentos nos empreendimentos hospitalares. “Podemos citar a diferenciação pela qualidade, inovação nos projetos, moderna tecnologia de equipamentos, produtos especiais para acabamentos, preocupação ambiental, entre outros fatores”, destaca o engenheiro Fávero.

FICHA TÉCNICA Unidade Alphaville Juruá, Hospital Israelita Albert Einstein Endereço: Rua Juruá, 706 e 658- Barueri-SP Data do Projeto: Abril a Set/2010 Obra: 2011 a 2012 Área do terreno: 11.931,80 m2 Área total construída: 8.443,92 m2 nesta Primeira Fase. Arquitetura: Albert Kahn Family of Companies / Kahn do Brasil Ltda. Arquitetura: Arq. Arthur Brito, LEED AP, EDAC (autor), Alan Cobb, AIA, LEED AP, John Hrovat, OAA, LEED AP; Interiores: Carolina Botelho, LEED AP, Coordenação: Arq. Eleonora Zioni, LEED AP (co-autora); Colaboradores: Carlos Manuel Sequeira Junior, Luiz Guilherme Chada, Rubens Witthoeft, Denilson Sabion, Adriana Salles, Ana Paula Coutinho, Deborah Granha, Deborah Mancebo, André Rodrigues, Wilson Seto, Marcela Batista, Marina Caio, Jonas Xavier, Edneide Lopes, , Bruna Monzillo, Aracelle Sampaio. Gerenciamento de licitação: Kahn do Brasil Ltda.- Eng. Manoel Pereira. Projetos: Ar-condicionado: Clima Clean Engenharia Fornecimento e Instalação Ar-Condicionado: Ergo Engenharia Prevenção e Combate a Incêndio: Engepoint Obra: Construção: Afonso França Engenharia

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CONSTRUÇÃO

Obras no Morumbi A o alinhar a infraestrutura física com exigências das modernas tecnologias, à realidade da prática médica e aos rigorosos requisitos de qualidade, o Hospital Israelita Albert Einstein contratou a Hochtief do Brasil para as obras do Edifício 03 e a passarela de interligação entre os blocos B, C, D - na Unidade do Morumbi, em São Paulo (SP).

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No ano passado, a Hochtief concluiu essa obra de expansão do hospital com a finalização do bloco E (Prédio 3). A edificação é constituída por nove andares, sendo cinco subsolos e quatro pavimentos. Os subsolos são destinados ao estacionamento, com aproximadamente 1.340 vagas e os pavimentos destinados ao refeitório, ao conforto de funcionários, ao velório,

farmácia, laboratório, presidência, administração e consultórios. “Na execução deste empreendimento, várias soluções de logística e engenharia foram utilizadas como, por exemplo, a logística de acesso de materiais e equipamentos à obra, que estava ocorrendo simultaneamente com o hospital em funcionamento


e a utilização de um sistema de cubetas para executar a estrutura de concreto, o que otimizou a produtividade e reduziu o consumo de concreto e de aço”, afirma Junia Roggia, engenheira de contratos da unidade. Além disso, no período de maior complexidade da obra (escavação dos subsolos e divisão de fases II e III), a solução encontrada foi a colocação de perfis metálicos e eucaliptos como ‘barreiras’ ao terreno, para a execução da escavação dos subsolos da Fase II. Tal solução foi exaustivamente estudada pela consultoria de fundações. Outro destaque, deve-se ao fato de que atendendo à grande preocupação do cliente, voltada para a sustentabilidade, a obra foi projetada e executada para a obtenção da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), na categoria Silver. O que significa que em todo o processo construtivo foram criadas soluções que permitissem reduzir os impactos ao meio ambiente. Na expansão do Hospital

Albert Einstein, o hospital continuou seu funcionamento, sem qualquer interferência em suas atividades administrativas e de atendimento médico. Para que os pacientes não sejam incomodados, a Hochtief buscou metodologias alternativas de execução, dispositivos atenuadores de ruído, além de horários especiais para execução dos trabalhos, quando necessário. Este contrato com o Hospital Albert Einstein acrescenta ao portfólio da Hochtief mais uma referência no segmento hospitalar, que já executou obras para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Samaritano, Laboratórios Fleury, entre outros. 45 anos de atuação - Em 2011, a Hochtief completou 45 anos de atuação no Brasil, onde se destaca entre as mais admiradas no mercado de construção. A empresa fundada em agosto de 1966, com sede em São Paulo e forte atuação nas áreas de engenharia e construção, executou mais de 400 obras para os mercados de edificações, industrial e infraestrutura.

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PLANEJAMENTO

Saúde com estrutura Hospital de Trauma e outras Urgências da Santa Casa de Montes Claros (MG) promove novas perspectivas no tratamento com estrutura renovada

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eguem em desenvolvimento os primeiros projetos de um novo espaço de saúde na região Norte de Minas Gerais. O Hospital do Trauma é uma proposta bem inovadora da Santa Casa de Montes Claros (MG), formulada junto ao Governo do Estado, visando adequar a estrutura da instituição para cumprir seu papel como referência regional do trauma maior. Este mais novo empreen-

dimento contará com quatro pavimentos, em uma área total de 28.800 m². A edificação terá cerca de 500 vagas de estacionamentos, além de um pronto-atendimento com sistema Fast Track com 40 boxes e mais seis consultórios, além de contar com serviços diagnósticos de ressonância magnética, tomografia computadorizada, raios-x, ultrassom, endoscopia e métodos gráficos. A insti-

tuição ainda terá um ambulatório com nove consultórios e uma área adicional com espaços de apoio, sala de treinamento, entre outros locais. Nesse primeiro momento, a liberação de recursos destina-se à elaboração de projetos arquitetônicos e complementares, destinados à programação do funcionamento de um hospital moderno, inicialmente projetado para oferecer 150 leitos.

ATUAÇÃO DA CARLOS LEAL A Carlos Leal Engenheiros e Consultores é uma empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de projetos de engenharia de estruturas, que com mais de 25 anos de mercado, atende todo o território brasileiro e tem experiência em mercados no exterior como Portu-

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gal e Angola. A empresa possui um quadro técnico permanente composto por engenheiros e projetistas, que detém conhecimento privilegiado de todos os serviços realizados pela instituição e utilizam as mais avançadas e modernas técnicas de pro-

Carlos Leal, diretor da Carlos Leal Engenheiros e Consultores Health ARQ

jeto e dimensionamento. As soluções inovadoras e o serviço de suporte ininterrupto ás obras são os caminhos de sucesso que têm sido trilhados ao longo da nossa história. É com essa estrutura que queremos realizar o melhor projeto e acompanhar sua obra.

A expectativa é de que este empreendimento da saúde tenha em médio prazo uma unidade de pronto-socorro suficientemente dimensionada para o atendimento regional com excelência, além da regularização da oferta de leitos, em projeção para atender a necessidade até 2030, cuja carência vem evoluindo à medida que a instituição aumenta em sua eficiência.


PLANEJAMENTO DETALHADO Qualquer instituição que vai construir algum prédio necessita de um planejamento detalhado da obra. Neste contexto, estão inclusos os projetos fundamentais, a exemplo o de estrutura de concreto, responsável por todas as dimensões de pilares, vigas, lajes, bem como a composição do concreto a ser utilizado no edifício. De olho neste quesito, a Santa Casa de Montes Claros (MG), buscou adotar essa medida para a estrutura do seu Novo Hospital de Trauma e outras Urgências. A institui-

ção fez parceria com a Carlos Leal Engenheiros Consultores (CLEC) para projetar cada detalhe do prédio que terá quatro pavimentos. Segundo o diretor da empresa de engenharia, Carlos Leal, a parceria da empresa com a Santa Casa, surgiu a partir dos arquitetos que foram sendo contratados para a obra e que chamou a CLEC com base na experiência em obras hospitalares. Quanto à atuação da empresa de engenharia neste empreendimento hospitalar, o diretor conta que está

sendo bastante agradável do ponto de vista técnico e de relacionamento. Ele diz que os técnicos da Santa Casa colocam sempre perguntas muito coerentes e que tornam o desenvolvimento do projeto com alto nível técnico. Os projetos de fundações nas obras do Hospital do Trauma são o resultado de ensaios e sondagens que são realizadas no tempo correto, segundo explica o diretor Carlos Leal. O projeto executivo deste hospital feito antes do início da obra. Depois que a obra começou, a equipe

da CLEC acompanha de perto e avalia todas as alterações que sempre podem acontecer. “No final da obra é feito e emitido uma versão do projeto com o carimbo de ‘Como Construído’ para servir de base para futuras alterações”, informa. Em relação ao desafio da obra, Leal afirma que neste novo projeto está em se conseguir uma estrutura com o baixo custo atendendo estritamente às Normas Técnicas Brasileiras no que se referem à segurança, condições de serviço e durabilidade.

Grupo Mídia

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Foto: Nicola Labate

ARQ empresa

Produções com projetos detalhados Bross Consultoria e Arquitetura atua na definição de negócios e projetos de edifícios voltados à saúde, educação superior, ciência e tecnologia 82

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Foto: Nicola Labate

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om 52 anos de sua fundação, a Bross Consultoria e Arquitetura atua exclusivamente na definição de negócios e projetos de edifícios voltados à Saúde, Educação Superior, Ciência e Tecnologia, nos quais os conhecimentos das demandas e a definição dos serviços a serem prestados com seus recursos de suporte, antecedem a concepção arquitetônica do edifício que os aloja. Como afirma o arquiteto João Carlos Bross, a atuação profissional da empresa tem como produto de criação e projeção, novos edifícios ou a reorganização de prédios existentes e em operação. “É o caso da Beneficência

Portuguesa de São Paulo (SP) em que projetamos e acompanhamos cada etapa da construção.” Ele conta que a empresa fez a reorganização do antigo Hospital São Joaquim e que atualmente participa da expansão do Hospital São José, o qual, de acordo com a Bross, está absolutamente alinhado com as estratégias da instituição No campo da arquitetura para a saúde, os edifícios criados pela Bross deverão ser compreendidos, concebidos e projetados caso a caso, em uma interação fluída e inovadora entre os objetivos empresariais e práticas previstas na produção da atenção aos pacientes. Conforme o arquiteto João Carlos

Bross, a empresa busca ter uma preocupação com cada detalhe do empreendimento, tendo como missão promover a integração entre operadores e projetistas para propor e realizar procedimentos inovadores com qualidade. “Com base nos processos de atenção, buscamos incorporar novos conhecimentos e tecnologias disponíveis no momento.” Nas produções da Bross, a humanística e a sustentabilidade se integram à arquitetura das edificações, procurando responder aos anseios e expectativas de todos os frequentadores dos espaços, criando sensações que minimizam o estresse dos usuários do ambiente hospitalar. Health ARQ

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Foto: Nicola Labate

ARQ empresa

A definição estratégica da Bross em atuar com modernidade na concepção de seus projetos a partir do elenco de experiências vividas nas últimas cinco décadas, credencia a empresa a trazer contribuições sólidas e inovadoras aos clientes sobre a gestão e sobre os edifícios, segundo metodologias de decisões clínicas e operacionais integradas, que tem foco no comportamento e no bem-estar das pessoas e na viabilidade da instituição. 84

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João Carlos Bross relata que a experiência profissional da sua equipe permite a projeção de tendências e a aplicação de conhecimentos adquiridos em projetos realizados e em curso, como acontece atualmente na reorganização física do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, da UFRGS e do novo Centro de Trauma da Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais. Ele ressalta que esta cultura, que ocupa as diversas competências da empresa, permite que os usu-

ários afirmem com toda convicção que o complexo hospitalar da Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP), já se despontou no cenário da saúde e a cada momento tem se consolidado internacionalmente como um centro de excelência e referência em oncologia. “É mais uma especialidade da medicina, integrada como tantas outras que consolidaram seu prestígio e reconhecimento por toda sociedade ao longo de vários anos no Brasil”, diz o arquiteto.


FICHA TÉCNICA Hospital São José - Beneficência Portuguesa Endereço: Rua Martiniano de Carvalho - Paraíso - São Paulo Data do Projeto: 2003 Obra: Conclusão 1ª fase: 2006 Expansão: Projeto: 2011/ 2012 Área do terreno: 7.558,94 m2 Área total construída: 24.194,72 m2 Nº pavimentos: 9 pavimentos + térreo + 4 subsolos 90 leitos / 7 salas cirúrgicas de alta complexidade Arquitetura: Bross Consultoria e Arquitetura Interiores: Bross Consultoria e Arquitetura Comunicação Visual: Bross Consultoria e Arquitetura Projetos: Ar-condicionado: Engetherm Consultoria de caixilhos: Belmetal/Cosbiem Elétrico e hidráulico: MBM Engenharia: Luminotécnico: Senzi

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EXPANSテグ

Mais agilidade na entrega de resultados Abertura da Unidade Sustentテ。vel Alphaville do Fleury Medicina e Saテコde garante atendimento em diversas especialidades para mais de 5 mil pacientes ao mテェs

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voluir na qualidade do atendimento ao público tem sido uma meta constante nos princípios do Grupo Fleury quando o assunto é saúde. Por isso, o grupo acaba de inaugurar a Unidade Sustentável Alphaville da marca Fleury Medicina e Saúde, na região de Barueri (SP) e Santana do Parnaíba (SP). O espaço oferece aos clientes os serviços do Centro de Medicina Diagnóstica Integrada, como o Vila da Saúde Fleury (atendimento pediátrico) e o Gestar Fleury (voltado a gestantes). Também possui um espaço dedicado ao atendimento do público feminino, o Núcleo de Saúde da Mulher. Essa

gama de especialidades garante ao paciente um tratamento mais rápido e avançando, sem precisar se deslocar para várias clínicas da cidade. O prédio tem cerca de sete mil m² de área total e capacidade para atender sete mil pacientes por mês. Com uma oferta de serviços de medicina diagnóstica, como vacinas, tomografia e ressonância magnética, a nova unidade é a segunda maior da rede. Em termos de formatação do empreendimento, o local foi construído por meio de uma modalidade contratual chamada de Buit To Suit com prazo de locação de 15 anos. Essa unidade é

a primeira do Grupo Fleury da qual o Grupo Matec participa como investidor e construtor. Este empreendimento é o primeiro “Buit To Suit” (construído para servir) do ramo de medicina diagnóstica desenvolvido pelo Grupo Matec. De acordo com o diretor de obras da Matec Engenharia, Cleber Saccoman, a empresa participar da construção de um empreendimento ligado ao Grupo Fleury foi um desafio assumido a ‘quatro mãos’. Ele conta que o projeto foi desenvolvido e executado em prazo recorde, respeitando um alto padrão de qualidade. “Nossa equipe criou essa linha de serviço, para aten-

der as necessidades dos clientes”, enfatiza João de Lucca, diretor engenheiro e patrimonial do Grupo Fleury. Ele afirma que a estrutura do prédio foi pensada para uma possível expansão de mais dois pavimentos, sendo algo já previsto na composição da obra, já que possui sistema de automação predial. Segundo o diretor executivo de negócios do Grupo Fleury, Wilson Pedreira, a unidade fica em uma região residencial muito grande, além de ter várias empresas instaladas por lá. “Nós temos ali uma ampla possibilidade de atender esses clientes. É uma somatória inédita de benefícios.” Ele ainda relembra

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EXPANSÃO

Wilson Pedreira, diretor executivo de Negócios do Grupo Fleury

que a proposta de criação da Unidade Fleury Alphaville surgiu há cerca de quatro anos, devido ao crescimento econômico e populacional daquela região. Na hora de montar o plano de construção, o Grupo preocupou-se com a localização, principalmente em encontrar uma região que tivesse espaço para colocar todo o projeto em prática. Nesta unidade, o paciente é atendido em uma “super unidade” que possui dezenas de especialidades médicas. “É uma unidade, para realizar uma ‘investigação’ diagnóstica”, afirma Pedreira, sobre o empreendimento que leva ao público um conjunto de atendimentos com a realização de análises e exames por etapas. Um dos diferenciais des88

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tes tratamentos são os equipamentos tecnológicos, que estão entre os mais modernos do Brasil, segundo a direção do Grupo Fleury. No setor de exames por imagem, há equipamentos de última geração, como a tomografia computadorizada que emite baixa radiação. “Para isso, nossa equipe utiliza softwares que fazem o gerenciamento e controle da exposição do paciente à radiação”, explica Pedreira. A criançada também foi lembrada nesta unidade. “Temos uma parte recreativa que ajuda no acolhimento das crianças.” Este espaço infantil tem parceria com a Vila Sésamo, dos EUA, com uma estrutura baseada nestes personagens. A unidade tem um espaço direcionado para mães gestantes.

RADIOGRAFIA DA OBRA Nesta obra foram utilizados os principais sistemas construtivos, a fim de garantir a qualidade e prazo de execução, bem como a adoção de sistemas que priorizem a maior eficiência energética e acabamentos de alta qualidade e durabilidade, garantindo assim uma menor manutenção predial e custo operacional abaixo da média dos empreendimentos convencionais. Durante as obras foram executadas fundações profundas em hélice contínua, minimizando assim o risco de prazo, devido à alta velocidade de execução das mesmas. A exe-

cução da superestrutura pré-moldada em pilares e vigas pré-fabricadas e lajes alveores, também garantiram a qualidade e produtividade de um sistema industrializado, além da adoção de laje zero. As fundações e estrutura da unidade estão dimensionadas para uma futura ampliação de mais dois pavimentos em estrutura metálica, minimizando a interferência com as áreas existentes, segundo afirma Saccoman. Ele conta que as vedações internas são em drywall com duas placas de 15 milímetros e montantes, enchimento com lã de rocha com


espessura de 600 mm e densidade de 32kg/m³. A fachada do prédio possui fechamentos externos verticais com sistema “glassing” (vidros laminados suportados em estrutura metálica de aço inox), chapas de alumínio compostos fixados em estrutura metálica e painéis laminados (TS exterior – Fórmica). A estrutura em aço inox aumenta a durabilidade do sistema e valoriza a sua estética. Além ser modulada, e ter uma estrutura desmontável na região da sala da ressonância, visando as mudanças de layout do equipamento. As instalações de ar con-

dicionado e exaustão são de dois tipos, sendo um com expansão direta utilizando equipamentos VRF, que atenderão as áreas destinadas a conforto. O outro é um sistema de expansão indireta, com a utilização de duas unidades resfriadoras de água, bombas de recirculação de água e condicionadores de ar do tipo “fan coil”, destinado aos ambientes de exames especializados. Com a utilização desse sistema reduzirá o número de descidas de água pluvial, evitando a formação de vortex (escoamento giratório) no interior das tubulações.

FACHADA A fachada do prédio possui fechamentos externos verticais com sistema “glassing” (vidros laminados suportados em estrutura metálica de aço inox), chapas de alumínio compostos fixados em estrutura metálica e painéis laminados.

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EXPANSÃO

MATEC

SAÚDE SUSTENTÁVEL Em tempos de preocupação com a proteção ambiental, o Grupo Fleury procura fazer sua parte com a natureza. Nesta unidade a empresa busca a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) Gold. Mas, para conseguir este certificado, o grupo está atento com a economia da energia, aproveitamento da água da chuva, implantação de telhados verdes, entre outras medidas. “Esse telhado possui todo um paisagismo nele, que ajuda na redução do consumo de energia”, destaca o engenheiro João de Lucca, do Grupo Fleury. Toda a obra do local recebeu a consultoria ambien90

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tal da empresa Cushman & Wakefield, que orientou cada detalhe para a conquista do selo. A parte de iluminação foi montada pela empresa Esther Stiller, especializada neste setor, e a parte de paisagismo ficou por conta da Ecafe. Esses dois quesitos da obra seguiram a exigência em relação ao LEED. Foi uma conciliação para os dois lados.” Foram usadas lâmpadas frias, para não atrapalhar o atendimento do paciente. Conforme Saccoman, as obras da Matec, independentemente de serem certificadas ou não, recebem uma análise de todas as implicações ambientais do empreendimento.

Fundada em 1990, a Matec conta com mais de 4 milhões de metros quadrados construídos em todo o território nacional, o seu principal foco visa à excelência de construção nas áreas comerciais e industriais. Hoje, após 21 anos de intenso trabalho, de contínuo aperfeiçoamento tecnológico e organizacional, plenamente coroados de êxito, a Matec Engenharia tem sua história contada por mais de 450 obras bem executadas, nos segmentos comercial e industrial, que atestam de maneira inequívoca que o caminho adotado está correto. Uma das marcantes características da Matec Engenharia é a visão do todo, o que fomentou a fundação da Matec Investimentos, consolidando definitivamente o Grupo Matec,

Cleber Saccoman, diretor de obras da Matec Engenharia

como uma empresa viabilizadora de negócios com alta capacidade de performance. O Grupo também possui o Instituto Matec, uma organização sem fins lucrativos que contribui para o desenvolvimento da sociedade. Nos últimos dois anos, a Matec Engenharia tem atuado de forma representativa no segmento hospitalar/ laboratorial, ao executar as obras de Retrofit do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas – FMUSP, Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo) e destacamos a inauguração recém realizada da Unidade Sustentável Alphaville do Fleury Medicina e Saúde, que trata-se de um Buit To Suit da Matec Investimentos e construção da Matec Engenharia. www.matec.com.br


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EXPANSÃO

MOBILIÁRIO COM NOVOS CONCEITOS A ACR Arquitetura e Planejamento também participou dos trabalhos da Unidade Fleury Alphaville. Grande conhecedora do Grupo Fleury, já que desenvolve projetos para a rede desde os anos 90, a obra foi mais um desafio para a empresa. De acordo com Antonio Carlos Rodrigues, arquiteto da ACR, o projeto de grandes proporções foi feito em pouco tempo, envolveu um grande número de pessoas e recebeu o certificado Gold pelo LEED. De acordo com Antonio Carlos, a parceria entre ACR e Fleury surgiu quando a empresa começou a trabalhar com o arquiteto que desenvolvia os projetos para o Fleury, Eduardo Martins de Almeida. “Aprendi tudo o que sei com o Almeida e 92

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demais colaboradores do Grupo Fleury. Não acredito em projeto de arquitetura que saia de uma cabeça só, aprendi muito escutando meus clientes e seus colaboradores”, revela ele. Inicialmente Antonio Carlos foi contratado como consultor para este projeto, com a missão de representar o Grupo Fleury frente ao escritório de arquitetura contratado. “Com o passar do tempo acabei dividindo a autoria de projetos com eles, participando ativamente da elaboração e propondo inovações para o grupo”, salienta Antonio Carlos. Para o trabalho realizado junto à Unidade Alphaville, destacam-se os desenhos do mobiliário, em que a ACR cria um novo conceito baseado

em linhas suaves, contínuas e curvas, contrastando o branco e a madeira com cores suaves. Ao desenhar os móveis, a ACR usa materiais ecológicos, certificados e de longa duração como SSM e MDF. Quanto ao predomínio na arquitetura de linhas horizontais, em branco e marrom, Rodrigues afirma que há tempos sua equipe debateu com o grupo os conceitos de sua imagem corporativa. “Como conceito principal, usamos essas características de encontro com a ideia da sustentabilidade, associando terra, madeira e ecologia”. Paisagismo - Todo projeto de arquitetura fica completo quando integrado com um bom paisagismo e de interiores. Na Unidade Alphaville foram usadas áreas verdes e

permeáveis como pré-requisitos da certificação LEED. O edifício tem um telhado verde na cobertura, um recurso incrível que retarda a água das chuvas de chegarem às galerias pluviais urbanas e que amenizam a temperatura interna do edifício, mantendo-o mais fresco e com a temperatura mais estável. De acordo com Antonio Carlos, todo projeto sustentável é mais complexo, mas o resultado é muito “gratificante”. A Consultoria da Cushman & Wakefield foi essencial e a integração do cliente com a construtora e toda a equipe de projetos foi fundamental para o sucesso do empreendimento, principalmente quando se trata de um “edifício verde”.


ACR ARQUITETURA E PLANEJAMENTO Criada em 1998, o esscritório ACR Arquitetura e Planejamento desenvolve projetos em diversos segmentos, principalmente trabalhos voltados para a área de saúde. O escritório conta com uma equipe de profissionais capacitada em oferecer diversos serviços da área de arquitetura, desde consultoria e projetos até o gerenciamento completo da obra. O escritório é destaque em projetos de clínicas de reprodução humana, centros de diagnósticos e hospitais. A abordagem multidisciplinar é um dos princípios a que a empresa se dedica. A experiência acumulada na elaboração de soluções voltadas à área da saúde permite conferir a este segmento

uma atenção especial a seus projetos. Para o setor da saúde, hoje é considerada referência em todo o território nacional. Nos últimos anos, a ACR tem buscado implantar o que há de melhor nos projetos de conceituados hospitais e clínicas do País. Segundo os arquitetos Antonio Carlos Rodrigues e Rafael Tozo, sócios da ACR, o setor de saúde é muito dinâmico, com constantes inovações tecnológicas e a empresa tem como missão acompanhar esta dinâmica e se renovar sempre. Outro diferencial da empresa é produzir com singularidade o projeto, construindo a identidade corporativa do cliente. Para colocar isso em prática, a ACR estabelece diálogo

com diversos setores da empresa contratante, desde a diretoria até médicos, enfermagem, engenharia clínica, hotelaria, administração, TI, e outros. Além das abordagens citadas, ACR tem como missão a sustentabilidade e a humanização dos ambientes, sem perder eficiência e sempre atendendo às normas dos órgãos fiscalizadores do setor. A empresa possui diversos projetos com certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Ouro. ACR Arquitetura tem como alguns de seus clientes: Clínica Huntington, Grupo Fleury, SalomãoZoppi Diagnósticos, Hospital das Clínicas de São Paulo, Hospital do Coração, dentre outras importantes instituições nacionais.

Rafael Tozo, arquiteto da ACR Arquitetura e Planejamento

Antonio Carlos Rodrigues, arquiteto da ACR Arquitetura e Planejamento Health ARQ

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EXPANSÃO

SalomãoZoppi inaugura nova unidade C

om mais de 30 anos de atuação na cidade de São Paulo, o SalomãoZoppi Diagnósticos (SZD) acaba de inaugurar sua 5º unidade, loca-

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lizada na região do Portal do Morumbi. No total, foram investidos cerca de cinco milhões de reais no empreendimento, incluindo a reforma e adapta-

ção do prédio que abriga a unidade, assim como a aquisição de modernos equipamentos médicos. A nova unidade, cujos diferenciais são a localização


privilegiada, dimensionamento apropriado para atender a demanda reprimida da região e estacionamento próprio, destaca-se pela funcionalidade, praticidade e conforto voltados para pacientes, médicos e funcionários. De acordo com Dr. Cláudio Cirino, diretor de atendimento do SZD, dentro do conceito de funcionalidade, os três andares reservados para o atendimento ao público foram divididos para que a recepção ficasse no Mezanino, entre as áreas de exames de imagem e dos exames laboratoriais. “Desta forma, diminuímos a circulação interna e aumentamos o conforto para nossos clientes”, acrescenta. A responsável por propiciar toda essa estrutura eficiente no atendimento

da unidade foi a ACR Arquitetura, que assessorou a direção do SZD na melhor forma de implantar a nova unidade, respeitando, entre outros itens o meio ambiente, através de materiais sustentáveis. De acordo com o arquiteto Antonio Carlos Rodrigues, por se tratar de um edifício pré-existente, realizou-se uma reforma tirando proveito das boas qualidades encontradas, como a iluminação natural. “Levamos em conta também a utilização de forros modulares, madeira certificada e paredes em gesso, dando maior flexibilidade ao projeto em caso de reforma ou expansão”, revela Rodrigues. “Tintas à base de água, drywall entre outros materiais recicláveis, além de

produtos para baixar a carga térmica e economizar energia como insulfilm e pintura branca elastomérica na laje (Cool Roof), também foram prioridade na obra”, afirma Wagner Augusto de Carvalho, diretor da Leme de Carvalho, construtora responsável pela execução da obra. Além de sustentabilidade e flexibilidade, o projeto da nova unidade também comtempla amplos pavimentos. “Para isso, modificamos o acesso principal do edifício adequando o programa da unidade ao fluxo e circulação dos usuários”, salienta o arquiteto acrescentando que a fachada também recebeu atenção especial, ao utilizar a cor verde com o intuito de criar forte identidade com a marca do SZD, Health ARQ

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EXPANSÃO fazendo uma analogia à unidade Paraíso, a primeira do grupo. A rapidez com a qual a obra foi entregue, também merece destaque, já que tudo ficou pronto em 90 dias. Dessa forma, de acordo com o diretor da Leme de Carvalho, o prazo de execução da obra foi o maior desafio encontrado pela cons-

trutora, pois em 75 dias o prédio deveria estar pronto para receber todos os móveis, computadores e equipamentos, já tendo, inclusive, alguns exames agendados. Tal feito orgulha a direção da Leme de Carvalho que salienta que o surgimento do empreendimento se deu a partir de muita organização, disciplina e

trabalho. As empresas subcontratadas mais significativas neste empreendimento foram a Wallplac – forro e drywall, Marmoraria Sardep - fornecedora de granito, Athenas Portas e Madeiras - fornecimento de portas certificadas. Além da Necipa ,La Fonte, Tintas Suvinil, Deca, entre outras.

ESTRUTURA E ATENDIMENTO Contando com uma equipe de 50 colaboradores e 20 médicos, a unidade Portal do Morumbi proporciona exames nas áreas de análises clínicas, anatomia patológica, cardiologia, centro de mama, centro diagnóstico molecular, citopatologia, densitometria óssea, genitoscopia, medicina fetal, patologia molecular, raio X digital e ultrassonografia. “Com esta unidade, promoveremos um atendimento de elevado padrão para a região, respondendo a uma demanda identificada. Também ofereceremos novos exames como Raio-X Digital, diferencial na região, com comodidade e fácil acesso, além de estacionamento no local”, afirmam Dr. Paulo Zoppi e Dr. Luis Salomão, fundadores da rede. Preparada para atender 96

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500 pacientes por dia, o projeto desta unidade já contempla uma expansão de oferta de horários e de novos serviços como mamotomia e ecocardiografia com estresse farmacológico. Além da Unidade Portal do Morumbi, o SalomãoZoppi Diagnósticos possui mais quatro unidades, Morumbi-Panamby a 800 metros do Shopping Jardim Sul, tradicional endereço naquela região em São Paulo (SP), e que seguirá seu atendimento já reconhecido pela clientela local. As outras sedes são a de Ibirapuera Divino Salvador (seu atual prédio fica na região paulistana de Moema Araguari) e a de Paraíso (sendo uma unidade pioneira de serviços conhecidos da SalomãoZoppi Diagnósticos).


CONSTRUTORA LEME DE CARVALHO Este não é o primeiro empreendimento da SalomãoZoppi que a Construtora Leme de Carvalho participa. A empresa atua no crescimento da SalomãoZoppi há oito anos e confirma que há vontade de continuar esta parceria. “Esta é a nossa

segunda obra completa, anteriormente executamos a filial de Moema”, relata Wagner Augusto de Carvalho, diretor da Construtora. Os engenheiros responsáveis da Leme de Carvalho, já executaram vários tipos de obras na área da saúde, a exemplo do Hos-

pital Geral de Itaquaquecetuba (SP), Hospital do Câncer Infantil de Sorocaba (SP), Unidade Básica de Saúde Matsutami, do Jardim Santo Antônio, do Parque Novo Mundo, ambos em São Paulo e também o Laboratório SalomãoZoppi – Unidade Moema.


EXPANSÃO FICHA TÉCNICA Obra: SalomãoZoppi Diagnósticos – Portal do Morumbi Área do terreno: 827m² Área total construída: 1305,00m² Nº pavimentos: 04 (garagem e mais três andares ) Vagas estacionamentos: 22 fixas Arquitetura: ACR Arquitetura e Planejamento Ltda. Coordenação: Antonio Carlos Rodrigues Colaboradores: Rafael Tozo e equipe Engenheiros responsáveis: Cristiane Borges de Carvalho e Wagner Augusto de Carvalho Engenheiro Eletricista: Helio Massami Kussaba Gerenciamento de licitação: Dr. Maroti e Dr. Cirino Colaboradores: Dr. Roberto Galesi Ar-condicionado: Eng.º Mec. Reinaldo José dos Santos - CLC Elétrico e hidráulico: Engº Helio Massami Kussaba - CLC Luminotécnica: ACR Arquitetura e Planejamento Execução da obra: Construtora Leme de Carvalho Fornecedores Esquadrarias madeira: Construtora Leme de Carvalho Estrutura metálica: Construtora Leme de Carvalho Instalações Hidráulicas e Elétricas: Construtora Leme de Carvalho

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ACR ARQUITETURA E PLANEJAMENTO Trabalhando em parceria com a SalomãoZoppi Diagnósticos desde 2009, ao elaborar projetos voltados ao setor de saúde, a ACR Arquitetura e Planejamento busca sempre atualizar o conhecimento interdisciplinar e técnico que esta específica área de arquitetura requer, levando em conta também a visão abrangente de seu funcionamento, o perfil

do usuário e do cliente. Com um corpo de 10 arquitetos e equipe administrativa e de campo como apoio, a ACR Arquitetura e Planejamento busca aliar em seus projetos: estética, programa de necessidades do projeto e sustentabilidade. Leva em conta também o complexo fluxo de trabalho, ergonomia e funcionalidades do setor, que são os principais desafios de um bom projeto.


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Unimed Brasil A maior cooperativa médica do mundo solidifica sua atuação no Brasil, construindo hospitais pelos quatro cantos do país


ESPECIAL UNIMED

Unimed do Brasil Presidente da Unimed do Brasil diz que construção de hospitais da cooperativa no País vem suprir demanda necessária há vários anos

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ma clássica identidade formada por meio das necessidades da saúde do brasileiro corresponde ao serviço prestado pela Unimed em centenas de municípios do País. Para confirmar todo esse potencial, basta visitar as principais cidades do Brasil para verificar a força da marca e trabalho desenvolvido por esta cooperativa médica. Nos últimos cinco anos, uma perceptível expansão da instituição tem movimentado vários setores da construção civil, com a criação de hospitais da própria rede. O Dr. Eudes de Freitas Aquino, presidente da Unimed do Brasil desde 2009, afirma à HealthArq que essa constante ampliação da cooperativa no território nacional está em torno de 15 %, sendo um fortalecedor para a qualidade dos serviços da Unimed. Ele ainda fez uma análise dos principais iniciativas desta atual diretoria.

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Como o Sr. avalia a expansão da Unimed nos últimos quatro anos? Dr. Eudes Aquino: Essas construções dos nossos hospitais, vem ocorrendo há mais de dez anos. Uma das principais vantagens desta iniciativa é o custo reduzido que esta proposta traz para a cooperativa, ao reduzir despesas com outros hospitais contratados. Além de garantir uma ampla linha de serviços para nossos clientes e toda população brasileira. Hoje a Unimed é uma das grandes instituições do país e isso conta muito na hora do cidadão procurar por um serviço de saúde com qualidade comprovada. É claro que o cliente enxerga o plano privado como um todo, mas normalmente o paciente quer um atendimento completo. Não adianta oferecer apenas um tipo de serviço, os clientes preferem algo mais completo que atenda às necessidades.

Se um paciente tem um convênio com a Unimed e por eventual acidente ele sofra alguma lesão, tendo um hospital da cooperativa ele não precisará se deslocar para vários locais para fazer exames e cirurgias. Este é um grande fator que contribui bastante. Qual a média desse crescimento nos últimos cinco anos? Dr. Eudes Aquino: Se nossa diretoria for analisar os últimos cinco anos, tivemos uma crescente de 15% nessas obras, que tendem aumentar a cada ano. Várias sedes da Unimed espalhadas pelo Brasil já confirma a importância de proporcionar um serviço integral, satisfazendo aos anseios e necessidades. Dos hospitais em construção, quais se destacam? Dr. Eudes Aquino: Temos sim vários exemplos. Um dos projetos que é destaque fica em Ribeirão Preto

(SP). A sede da Unimed neste município constrói atualmente um amplo complexo hospitalar que vai atender várias especialidades e também a parte administrativa. Outros modelos de hospitais em construção em destaque ficam nas cidades de Rio Verde (GO) e Tatuí (SP). Todos os hospitais que atualmente estão em fase de construção se organizam à realidade local, conforme a demanda exigida na cidade. Essas construções são padronizadas? Dr. Eudes Aquino: Pedimos para criar um ambiente mais humanizado possível, que tenha principalmente modernos recursos de tecnologia. Nossa meta é oferecer nesses ambientes mais conforto e segurança, além de uma imagem positiva, e toda uma corrente de saúde integrada, predominantemente pela Unimed. Nossa diretoria recomenda, de primeiro que os diretores locais façam


uma análise detalhada da potencialidade de leitos, carteiras de clientes, entre outros parâmetros. A marca “Unimed” é a maior cooperativa médica do mundo. O que a cooperativa tem feito para garantir essa liderança mundial? Dr. Eudes Aquino: O valor da marca da Unimed aquivale mais de R$ 12 bilhões, este valor é estimado por uma empresa internacional. Para garantir essa posição, sempre colocamos como prioridade alguns fatores, que focam pela qualidade do nosso atendimento.

Qual avaliação o Sr. faz de sua gestão? Dr. Eudes Aquino: O trabalho não é somente meu, estou no cooperativismo há trinta anos, e um resultado da união de várias pessoas por um bom rendimento. Neste período, abrimos várias frentes, mudamos o perfil administrativo da Unimed. A forma de governar o plano de desenvolvimento organizacional, para traçar todas as estruturas tanto do presente, quanto do futuro. Os dois grandes carros chefes, foi firmar o conceito da identidade no Brasil. Antes, muitas pessoas não

conseguiam enxergar a cooperativa Unimed como uma instituição sem fins lucrativos. Atualmente estamos conseguindo corrigir essa visão que a população tem. Outros pontos de destaque, dessa nossa gestão são as dezenas de iniciativas criadas em prol da de sustentabilidade, por meio de diversos projetos setoriais. Essas práticas que fazemos já são desenvolvidas em vários espaços de cooperativistas do mundo inteiro, visando proteger o meio ambiente, por meio de campanhas e programas educativos.

Dr. Eudes de Freitas Aquino, presidente da Unimed do Brasil

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Obras fundamentais Unimed Centro-Oeste Paulista faz integração entre sedes, além de criar obras com arquitetura que atende às necessidades da instituição

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os últimos 15 anos, a Unimed Centro Oeste Paulista (Unicop) somou diversas conquistas e realizações para o Estado de São Paulo. Com isso, para acompanhar essas mudanças, a intrafederativa se adequou internamente de acordo com o aumento da demanda de operacionalização de serviços, procurando oferecer 102

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uma estrutura e atividades corretas. Responsável pela integração entre 13 Unimeds, a Unicop busca sempre compartilhar informações estratégicas em cada unidade. As sedes são formadas pelas regionais de Jaú, Lençóis Paulista, Adamantina, Assis, Avaré, Botucatu, Bauru, Dracena, Lins, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente e Tupã.

A sede da Unicop em Bauru (SP) passou nos últimos cinco anos por processos de ampliação e reformas. O local promoveu diversas adequações de infraestrutura e equipamentos. Para desenvolver essas obras a instituição necessitou de um projeto de arquitetura que atendesse todas as necessidades e por isso fez parceria com o escritório

Ricci-Higa Arquitetura. Cláudio Antônio Ricci, diretor da empresa, conta que a parceria com a Unicop surgiu a partir da indicação de alguns profissionais da área da saúde, para os quais a empresa já havia feito projetos de clínicas médicas. “Fomos procurados para realizar um estudo que atendesse às necessidades da Unicop”, afirma.


Ricci cita que ter feito este projeto foi bastante gratificante por se tratar de uma obra importante para Bauru (SP) e região. “Também foi desafiador, uma vez que nós sempre preocupamos em satisfazer o cliente, transformando seu sonho em realidade.” Ao comentar sobre os desafios deste projeto, o arquiteto diz sobre a missão do escritório em se adequar ao plano diretor apresentado pela instituição de saúde, que visa respeitar o espaço físico (área do terreno) e o orçamento previsto, sem deixar de lado a praticidade e beleza da edificação.

Sustentabilidade Ação essencial nos últimos tempos em projetos de construção civil é a prática da sustentabilidade, na Unicop não foi diferente. A instituição adotou algumas medidas como o aproveitamento máximo da luz e ventilação naturais, criando espaços que permitissem a iluminação solar e a circulação de ar. “Sugerimos a colocação de breezes nas janelas a fim de que os aparelhos de ar condicionado fossem utilizados de forma mais racional, evitando o uso constante dos mesmos”, declara o arquiteto Cláudio Antônio Ricci.

RICCI HIGA ARQUITETURA O principal projeto na área de saúde atualmente desenvolvido pela Ricci-Higa Arquitetura é um hospital de cirurgia plástica com a proposta Day Hospital, tendo 12 leitos, centro cirúrgico com três salas, acomodações para acompanhantes, estacionamento privativo com manobrista, atendendo à legislação em vigor, à premissas de sustentabilidade, o uso de materiais ecologicamente corretos. Em todos

os espaços há a utilização da mais alta tecnologia existente no mercado. O estilo dos consultórios e instituições hospitalares que a Ricci & Higa tem promovido projetos nos últimos anos apresentam uma tendência moderna, clean, com a utilização de tecnologia de ponta, como por exemplo, a automação dos diferentes ambientes, criando espaços inteligentes, práticos e agradáveis.

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O sucesso do projeto Seguir uma metodologia de trabalho baseada em critérios específicos e numa lista de itens necessários leva à eficácia do projeto arquitetônico. É assim que pensa a IDEIN IDEIA + DESENVOLVIMENTO, à frente de grandes projetos da Unimed Grande Florianópolis 104

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ara o sucesso de um empreendimento, é necessário que ele esteja construído em bases sólidas, tendo como sustentação um projeto arquitetônico que lhe dê funcionalidade, o que fará com que todos os seus processos aconteçam de forma sinérgica, ágil e sem entraves. A área da saúde, mais do que qualquer outra, necessita ter a estrutura adequada para desenvolver de maneira eficaz todos os seus procedimentos, principalmente em hospitais. Dessa forma, iniciar a construção de um ambiente de assistência à saúde exige uma sequência de passos importantes e decisivos, os quais devem seguir uma concisa metodologia de trabalho. Um bom exemplo de como programar um pro-

jeto arquitetônico eficaz é dado pela IDEIN, empresa de arquitetura à frente de grandes obras realizadas para a Unimed Santa Catarina. Geração de ideias, estudo de viabilidade, definição geral do produto, desenvolvimento do projeto e acompanhamento técnico da execução, são os itens mais importantes seguidos de acordo com a metodologia de trabalho da empresa. Segundo o arquiteto Emerson da Silva coordenador de projetos da IDEIN, seguir essa sequência de passos permite que, nas três etapas de trabalho do projeto de arquitetura – estudo preliminar, projeto legal e projeto executivo, possam ser atendidas todas as peculiaridades de um projeto tão complexo

quanto o projeto para estabelecimentos assistenciais de saúde. Assim, todos os critérios específicos de projeto para a saúde como biossegurança, funcionalidade, flexibilidade dos espaços, possibilidades de expansão e alterações de uso, integração e articulação dos setores operacionais, normas regulamentadoras do Ministério da saúde, Anvisa e demais órgãos competentes, são trabalhados minuciosamente. “Além disso, como trabalhamos diretamente com o sistema Unimed, os projetos desenvolvidos para suas unidades requerem atenção especial a outros pontos importantes do processo, com destaque para as questões de marketing institucional, que promove e protege Health 105 ARQ


ESPECIAL UNIMED o maior patrimônio da cooperativa – a marca Unimed”, explica Emerson, destacando que devem ser cumpridos critérios estabelecidos no brandcenter da instituição: palheta de cores, logomarca e proporções dos elementos alusivos que tem por objetivo principal, agregar valor à marca e consolida ainda mais a imagem corporativa da empresa. Questões que envolvem humanização também fa-

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zem parte dos critérios seguidos pela IDEIN, cujos projetos feitos para o sistema Unimed objetivam, através de formas contemporâneas e uso equilibrado das cores, no entanto, visando em contribuir dentro de suas atribuições para a missão da Unimed, que é a de promover saúde e qualidade de vida, buscando assim a satisfação do cliente, cooperados, entre outros profissionais.

Formas contemporâneas e uso equilibrado das cores, no entanto, visando em contribuir dentro de suas atribuições para a missão da Unimed, que é a de promover saúde e qualidade de vida, buscando assim a satisfação do cliente, cooperados, entre outros profissionais.


UNIMED GRANDE FLORIANÓPOLIS - UNIDADE TRINDADE A Unimed Grande Florianópolis, em sua fase atual de expansão dos serviços próprios, implantará na região da Trindade - bairro em contínuo processo de adensamento e com grande importância no cenário da cidade de Florianópolis, a sua maior unidade de atendimento. Com cinco unidades de negócios, sendo a depronto-atendimento (NAS), centro de imagem, consultório de especialidades, o laboratório clínico e o centro de in-

fusão de medicamentos, a unidade terá uma área construída de aproximadamente nove mil m², um amplo estacionamento e fácil acesso ao sistema de transporte coletivo da cidade, uma vez que estará localizado próximo ao Terminal de Integração da Trindade (Titri), um dos locais mais movimentados de todo o sistema urbano. A unidade de atendimento dará início a uma nova fase nos serviços prestados pela cooperati-

va, em especial aos serviços de medicina diagnóstica, uma vez que, com a unidade de processamento de amostras biológicas implantadas (laboratório de análises clínicas), poderão instalar nas diversas regiões da cidade postos de coleta, de pequeno e médio porte, onde além dos serviços de coleta de amostras, terá sempre implantada atividades de autorização e liberação, facilitando ainda mais os processos da operadora. Health 107 ARQ


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PARCERIA SÓLIDA A sequência de trabalhos realizados pela IDEIN para as Unimed’s de Santa Catarina teve início em 2006, quando a Unimed Grande Florianópolis iniciou o processo de implantação dos serviços próprios com o projeto e execução do NAS (Núcleo de Atenção à Saúde), Unidade Centro (2006) e Unidade Kobrasol (2006). Depois, foram desenvolvidos os projetos para o CPS - Centro de Promoção da Saúde (2009), NAS Infantil (2009) e as Academias da Terceira Idade (2009), bem como os projetos de Reestruturação da sede administrativa (2008-2010), reestruturação da Unidade

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de Intercâmbio (2009), readequação das Áreas de Atendimento e Autorização (2010), Loja de Vendas (2010) e a Central de Atendimento/Call Center (2010). Também em 2010, tiveram início os trabalhos para a Unimed Litoral, através do projeto de implantação da mamografia e estereotaxia no CDU – Centro de Diagnóstico Unimed. Na sequência foi desenvolvido o Plano de Expansão dos trabalhos da unidade (2010) com a elaboração do Plano Diretor do Hospital Unimed Litoral, Plano de Expansão da Unidade Praia Brava e o Plano de Implantação/ Adequação das Unidades

de Atendimento Avançado – Itajaí, Itapema e Navegantes. Em 2011, o plano de expansão começou a ser implementado e foram desenvolvidos os trabalhos de construção do Posto de Atendimento Avançado de Navegantes a Unidade de Atendimento Praia Brava, com as obras de consultórios especializados, unidade central de processamento de amostras biológicas e a transferência da unidade administrativa central. Também neste ano foram iniciados os trabalhos para a Unimed Blumenau, com a elaboração do Plano de Implanta-

ção do Laboratório Clínico, através do desenvolvimento dos projetos para os Postos de Coleta nas cidades de Blumenau, Gaspar e Indaial. Foram executados até o momento os postos de coleta do Garcia e Vila Nova, ambos na cidade de Blumenau. Ainda em 2011, iniciaramse as atividades na singular Unimed Riomafra, com a elaboração do Plano Diretor do Complexo Assistencial de Saúde em Rio Negro(PR), e desenvolvimento do projeto do Módulo Assistencial I, com serviços de medicina preventiva, laboratório clínico, centro de diagnóstico e cirúrgico ambulatorial.


PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA OBRA Quem também está envolvida nas obras da maior unidade da Unimed em Florianópolis é a Tratto Engenharia, cuja experiência na área da saúde lhe habilitou para tal desafio: são 10 mil m² de área de intervenção com prazo de execução de apenas cinco meses. Assim, partindo do princípio de que reformar é muito mais complexo do que erguer uma construção nova, os profissionais da Tratto se organizaram de forma especial para cumprir o cronograma da obra. “Para a execução do trabalho, devido à disposição do prédio existente e o projeto arquitetônico da nova

unidade, nosso planejamento para a execução foi visualizado com base em oito obras em um mesmo local. Fizemos uma divisão do prédio e projeto, para dar maior agilidade e organização aos trabalhos e assim, cumprir o cronograma”, revela o engenheiro Carlos Alberto Frazão, da Tratto Engenharia. O prédio que deve ser entregue ainda semestre, precisou de muitas intervenções, já que necessitou ser adaptado para receber uma unidade da área da saúde. Segundo Frazão, neste tipo de obra é fundamental ter todo o cuidado com a infraestrutura, com

as instalações elétricas, hidrossanitárias, de climatização, cabeamento estruturado e gases medicinais. “Tivemos que compatibilizar muitas coisas no local, o que chega a ser normal devido à complexidade dos projetos. Temos que ter cuidados redobrados com esta etapa da obra, pois se não for bem planejada e executada a tendência é causar problemas no futuro”, completa. A Tratto Engenharia contou, ao longo da obra, com mais de 200 colaboradores que estiveram envolvidos diretamente com o processo de construção, todos preparados para executar

os trabalhos de forma sustentável, realizando, por exemplo, a coleta seletiva de lixo na obra. Além disso, a Tratto priorizou a utilização de materiais que não agridem o meio ambiente, todos de altíssima qualidade. “O resultado de tudo isso está numa unidade toda repaginada, moderna, com foco no melhor atendimento e serviços aos associados da Unimed”, finaliza o engenheiro. Mercado – Há mais de 10 anos no mercado, a Tratto Engenharia já participou de várias obras na área da saúde, entre elas: Day Hospital, Clínica de Olhos, além de laboratórios e consultórios.

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Conforto para o cooperado Unimed Ribeirão Preto (SP) inicia obras de seu complexo hospitalar. Prédio tem previsão de ser entregue no segundo semestre de 2014

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er seu próprio hospital é uma vantagem mais que fundamental para qualquer cooperativa de saúde. Por isso, a Unimed Ribeirão Preto (SP) deu início, no fim do ano passado, à construção do seu hospital na cidade. O empreendimento terá uma completa linha de serviços, de exames a atendimentos de urgência e está localizado na zona sul de Ribeirão Preto, em uma região em franco crescimento, cuja demanda comporta o futuro complexo hospitalar. Segundo o vice-presidente da Unimed Ribeirão, Dr. 110

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Percival Martineli, a região de Ribeirão Preto não só tem necessidade de um hospital de alta complexidade, mas também de um espaço que tenha diversos tipos de serviços da saúde. Ele ainda diz que com este novo empreendimento, a Unimed pode trabalhar com a redução de custos. “E consequentemente, pode ser melhorado o repasse aos cooperados. Além disso, a meta é ter em um só local o atendimento clínico junto à parte administrativa”. A entrega do complexo está prevista para o se-


MODERNIDADE milhões”, conta Dr. Martineli à reportagem. O intuito de construir uma ala para consultório será de levar ao hospital, o maior número possível de cooperados, para que eles possam trabalhar de forma confortável. Em relação ao paciente, a intenção é que o usuário chegue ao local, seja atendido rapidamente, faça seus exames, e se necessário já seja internado no mesmo local. Foto: Priscila Soares

gundo semestre de 2014. Na primeira fase serão construídos 20 mil m², que vão contar com uma estrutura com cerca de 100 leitos, dez salas cirúrgicas, dez leitos de UTI e uma área voltada para pronto-socorro. Já o projeto final terá área total de 23 mil m² e comportará 200 leitos e um local específico para consultórios médicos. “O investimento total está orçado em torno de R$ 38

Dr. Percival Martineli, vice-presidente da Unimed Ribeirão Preto

A arquitetura da obra seguirá uma tendência bem moderna. A direção da Unimed Ribeirão Preto prioriza a parte funcional do hospital, mas considera a parte estética como ponto importante da obra. Prova disso, será o envidraçamento de todos os quartos. “Quando o paciente deitar na cama, terá toda a visão externa da região do hospital.” Outro quesito interessante é o número de

vagas do estacionamento, que comportarão 700 vagas, divididas em nove mil m². Em termos de sustentabilidade, o local terá uma ‘clara boia’ em que toda a iluminação dos quartos, proporcionando luz natural no local. Existe também um projeto de reutilização de toda a água da chuva para limpeza e irrigação do complexo hospitalar.


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Ampliação decisiva em Joinville

Centro Hospitalar da Unimed Joinville ganha expansão com mais de 20 mil m², tendo cinco andares de internação com 300 leitos

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o projetar a ampliação do Centro Hospitalar da Unimed (CHU) de Joinville (SC), toda a diretoria da cooperativa pensou em oferecer um serviço de saúde cada vez melhor e de acordo com as necessidades dos pacientes. O empreendimento será construído em 112

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uma área total de 20 mil m², que somados aos 14,8 mil m² de área já existentes totalizarão 34,8 mil m² de área construída. Entre as inovações do local está o Centro de Tratamento de Doenças Oncológicas, com radioterapia e quimioterapia, medicina nuclear e PETSCAM (tomo-

grafia com medicina nuclear). Além de contar com pronto atendimento e centro cirúrgico novos, nova UTI e mais cinco andares de internação com total de 300 leitos. Para Dr. Pedro Geraldo Nunes, diretor presidente do Centro Hospitalar e da Unimed Joinville, a insti-


tuição irá superar a quantidade de leitos existentes em outros hospitais da região. “Vamos chegar a um número que ultrapassa a demanda atual de internações, reforçando assim a certeza de que todos os clientes Unimed que chegarem ao Centro Hospitalar serão atendidos”, ressalta. Ele destaca ainda que o principal fator a ser destacado nesta ampliação é a tecnologia de ponta que estará presente. “Entre os

principais pontos da ampliação está a agregação de novos recursos”, afirma, ressaltando que a inauguração do Centro de Oncologia irá suprir uma necessidade da região. A diretoria da Unimed Joinville informa que no total serão investidos R$ 70 milhões na obra de ampliação. Além da compra dos equipamentos mais modernos da atualidade. As obras, que devem seguir nos próximos dois anos, não irão interferir no

funcionamento do hospital, pois os serviços serão transferidos aos poucos. Atualmente a Unimed Joinville conta com 633 cooperados e 840 colaboradores. Por mês, são cerca de 14,5 mil atendimentos, 56 mil exames laboratoriais e nove mil exames de diagnóstico por imagem. Em 2011, o CHU conquistou o título de destaque na área hospitalar: a Certificação de nível máximo pela ONA (Organização Nacional de Arcreditações).

POR TRÁS DO PROJETO ESTRUTURAL Detalhe que muitas instituições da saúde precisam avaliar na hora de construir algum prédio é o projeto estrutural. Este quesito conta muito para a garantia de um empreendimento mais seguro. Preocupada

com esta questão, o Hospital Unimed Joinville conta com um projeto de estrutura avançado desenvolvido pela Vanguarda Engenharia. O sócio-diretor da Vanguarda Engenharia, Eduardo Giugliani, comenta que de-

senvolver um projeto desta magnitude para a Unimed apresenta-se como um enorme desafio, devido ao campo de atuação da Unimed, em uma empreendedora cidade como Joinville (SC). A Vanguarda, com sede

em Porto Alegre (RS), já desenvolve atividades para a Unimed Porto Alegre, no mesmo campo da engenharia estrutural. Este projeto encontra-se em sua 2ª fase, prevendo uma expansão relevante,


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tanto pela amplitude das novas edificações como por sua complexidade. O sócio-diretor Felipe Viegas conta que um dos desafios da obra são as demandas crescentes e emergentes do setor de saúde e suas complexidades inerentes. Ele afirma que a principal meta do projeto foi criar uma modulação básica (distância entre pilares) que pudesse atender distintos modelos estruturais. Assim, nos primeiros pavi-

mentos da edificação, sua solução apresenta-se em “Laje Plana” (pavimento sem vigas), sujeitos a elevadas cargas, e nos demais pavimentos, segundo modelo estrutural padrão em concreto armado. Segundo Viegas, em seu conjunto, este projeto estrutural foi desenvolvido considerando um pavimento térreo, três pavimentos para serviços de apoio, e mais seis pavimentos para internação. Acrescente-se

ainda células estruturais para sete elevadores verticais, dois reservatórios de concreto armado e casas de máquinas. A obra foi desenvolvida substancialmente para elementos estruturais em concreto armado, tendo complementações em aço, através de coberturas e passarelas metálicas. As fundações da edificação, considerando as cargas atuantes e o perfil geotécnico do solo, foram projetadas com a tipologia de fundações profundas – estacas – coroadas superiormente por blocos de estacas de concreto armado. Quanto à conclusão deste projeto, Giugliani diz que a cronologia do desenvolvimento de um projeto estrutural desta natureza está intimamente vinculada ao desenvolvimento simultâneo dos demais projetos,

Felipe Brasil Viegas, engenheiro sócio-diretor da Vanguarda Engenharia

Eduardo Giugliani, engenheiro sócio-diretor da Vanguarda Engenharia 114

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principalmente do Projeto Arquitetônico. “Faz parte do perfil da Vanguarda Engenharia participar da equipe de projetistas desde o lançamento preliminar, procurando assim contribuir para a racionalização e otimização do conjunto dos projetos envolvidos.” Este projeto inicial foi proposto como uma primeira etapa do novo complexo hospitalar da Unimed Joinville. Para esta etapa a edificação destina-se primordialmente para Serviços de Apoio na área médica e de saúde e internação. “No presente momento, quando estão sendo ultimados os detalhes finais desta primeira etapa, a Vanguarda já trabalha na sua expansão, incluindo novas edificações destinadas à internação, radiologia e estacionamento”, completa.


VANGUARDA ENGENHARIA Fundada em 1983, a Vanguarda Engenharia fará 30 anos no ano que vem, sendo uma importante conquista para uma empresa prestadora de serviços altamente especializados, em um mercado ainda emergente como o brasileiro. Sua sede matriz está localizada em Porto Alegre (RS), mantendo filial na cidade de Pelotas (RS), atendendo o vertiginoso regional devido à ampliação do Polo Naval de Rio Grande (RS). Seu maior valor de agregação está baseado no seu capital intelec-

tual, composto por dois sócios-diretores, oito engenheiros e arquitetos e seis projetistas, além de um Gestor de Projetos e uma Secretaria Executiva. A Vanguarda Engenharia realiza atividades no ramo da engenharia estrutural, atuando nos seguimentos de estruturas de concreto armado, concreto protendido, estruturas pré-fabricadas em concreto, estruturas em aço e fundações. Dentro deste contexto, mantém atuação no mercado imobiliário, com projetos para obras residenciais e comerciais, no

mercado industrial, em setores como, por exemplo, siderurgia, petroquímica, alimentos e bebidas, além de atuar fortemente no seguimento de consultorias especializadas. A empresa também mantém sua ação convergente com a filosofia da sustentabilidade, procurando propor e adequar seus projetos com vistas à geração de menor demanda de energia, baixo consumo de água e redução da geração de resíduos, dentro do seu foco de atuação, qual seja o da Engenharia Estrutural.

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Harmonia entre ambientes Com a missão de produzir obras personalizadas, a Cassiano Arquitetos desenvolve projeto para o Hospital Unimed Joinville em Santa Catarina

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esponsável por todos os detalhes da elaboração do projeto do atual prédio do Hospital Unimed Joinville (SC), construído há 10 anos, o arquiteto Paulo

Coaraciara Neu Cassiano, recentemente permanece à frente do projeto de ampliação da instituição. Para ele, que trabalha há mais de duas décadas na área hospitalar, desen-

volver trabalhos para a cooperativa Unimed tem sido muito gratificante, pelo comprometimento de todos os envolvidos na condução e produção do processo.


Tendo como marca principal a contemporaneidade, Cassiano e sua equipe de arquitetos utilizam a combinação de materiais como concreto, vidro e alumínio, em ambientes internos e externos que interagem na busca da harmonia dos espaços, em uma obra que explora as linhas horizontais e se utiliza de cores claras combinadas aos tons de verde que caracterizam os empreendimentos da Unimed. Para Cassiano, os grandes desafios deste projeto estavam durante a viabilização da expansão

do prédio respeitando e valorizando suas formas atuais, e conseguir realizar a sintonia das novas instalações aos seus distintos fluxos (pessoal, pacientes, visitantes e acompanhantes, ainda os medicamentos, e alimentação, etc) que caracterizam a atividade hospitalar. “O resultado arquitetônico sem jamais abrir mão da questão plástica, depende da necessidade de adequar os ambientes às condições reais e funcionais, ou seja, está profundamente condicionado à lógica de funcionamento imposta

pela atividade hospitalar”, explica o arquiteto. A sustentabilidade está destacada no projeto que contempla ações que viabilizam um controle e reaproveitamento das fontes de energia disponíveis. “O projeto de ampliação do hospital da Unimed de Joinville foi feito utilizando elementos de proteção solar de fachada, visando reduzir o consumo de energia dos sistemas de climatização, pavimentação permeável, reaproveitamento da água da chuva, sistema de aquecimento solar, entre outros”, diz.


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Por uma obra moderna e tradicional Na coordenação geral, Vasserman Engenharia e Gerenciamento busca levar para o caminho exato as obras do Hospital Unimed Litoral Sul (RS)

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laborar valores a serem seguidos, será uma das missões do Hospital Unimed Litoral Sul que prestará serviços assistenciais e de diagnósticos aos beneficiários da instituição gaúcha. Com o espírito cooperativista, o local é capaz de suprir as necessidades profissionais dos seus associados com excelência, tendo um aten118

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dimento diferenciado. Em fase de construção, o hospital conta atualmente com todo o suporte da empresa Vasserman Engenharia e Gerenciamento, promovendo a coordenação geral de cada detalhe desta obra hospitalar, que vai beneficiar a qualidade da saúde do município de Rio Grande (RS) e toda região Litoral Sul.

O hospital será de geral e média complexidade, dimensionado para 80 leitos de internação, cinco salas de cirurgia e 15% dos leitos dedicados para cuidados intensivos de adulto, pediatria e neonatal. Entre os serviços previstos destacam-se: internação de obstetrícia com opção para parto normal no quarto (LDR – “labor delivery recuperation”).


As linguagens branca e lisa e em tijolo, material natural e delicado que representa a figueira, juntamente com o terraço, oferecem uma vista privilegiada, contemplativa e harmônica da primeira copa da árvore.

A resolutividade diagnóstica do hospital estará garantida na concepção de Centro de Imagens com capacidade para 11 salas, composto por tecnologia digital e equipe multidisciplinar especializada nas áreas de ultrassonografia, densitometria óssea, mamografia, Raios X telecomandado, tomografia e ressonância nuclear magnética. Como explica o diretor da Vasserman Engenharia e Gerenciamento, Charles Vasserman, o hospital vai contar com uma moderna estrutura físico-funcional,

com destaque especial para os requisitos de sustentabilidade, integração intersetorial e fluxos operacionais, requisitos de segurança e qualidade requeridos pelos Programas de Certificação correspondentes à acreditação nacional e internacional vigente. Ele ainda afirma que o projeto incorpora tendências arquitetônicas que favorecem o lugar, o contexto, os valores culturais da região, utilizando simultaneamente uma linguagem avançada da arquitetura contemporânea, impondo um diferencial.


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A Vasserman informa que o projeto alia a união entre o antigo e o novo, o moderno e o tradicional, em uma representação única, oferecendo uma riqueza do uso dos materiais, formas e significados culturais transmitidos pelas diversas linguagens das fachadas. “As fachadas do edifício originam-se diretamente do lugar, onde encontramos por um lado a arquitetura tradicional colonial Portuguesa, branca e lisa, com interessante decoração.” Estas linguagens possuem detalhes juntamente com o terraço, proporcionando uma vista privilegiada, 120

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contemplativa e harmônica da da figueira (árvore centenária e peça inalienável que fica na parte externa da Unimed Litoral Sul). O diretor comenta que este projeto visa compor a expressão histórica da região do hospital, que com sua arquitetura proporcione uma experiência acolhedora aos pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde. Neste hospital a “franja horizontal” dos quartos da ala de internação é a terceira peça do projeto arquitetônico, que tende a unir as duas fachadas principais ao promover uma expressiva identidade

do conjuto de arquitetura, que está repleto de materiais diferenciados, formas e detalhes únicos. “Podemos afirmar que, com o uso de materiais naturais, a distribuição das funções do prédio e o movimento solar, o hospital representa uma peça sustentável tanto no sentido natural quanto no sentido cultural”, afirma o diretor da Vasserman Engenharia e Gerenciamento, quanto à ideia de criar a memória do bairro da instituição e aumentar possibilidades de aproveitamento de diversos materiais naturais e de insolação.

Com o uso de materiais naturais, a distribuição das funções do prédio e o movimento solar, o hospital representa uma peça sustentável tanto no sentido natural quanto no sentido cultural


DETALHE DA ENGENHARIA O sistema construtivo do hospital foi definido como estrutura misto metálica e concreto, já estando definido o apoio, fornecimento e colaboração pela Gerdau Açominas. O terreno apresenta algumas peculiaridades por estar em área próxima à beira mar, com lençol freático quase aflorante, exigindo cuidados especiais. ORIGEM - A preservação da figueira (árvore centenária e peça inalienável do ter-

reno da Unimed Litoral Sul) é um fator determinante para a incorporação ao projeto e respeito às condições de preservação. Quanto às instalações, a Vasserman partiu de um estado de arte disponível no presente e estará aplicando todos os conceitos de sustentabilidade compatíveis com a viabilidade deste empreendimento. “O projeto prevê total flexibilidade para adequação as tecnologias futuras”, afirma o diretor.


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Na coordenação geral, Vasserman Engenharia e Gerenciamento busca levar para o caminho exato as obras do Hospital Unimed Litoral Sul (RS)

Acabamento de primeira Com a finalidade de criar ambientes diferenciados aliados a medidas sustentáveis a L+M Gets assume seis obras de sedes da Unimed do Brasil

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eis empreendimentos da Unimed do Brasil passam atualmente por processos de obras sob a orientação de projetos, coordenação de engenharia e execução propriamente dita, da L+M Gets. Para garantir que estes trabalhos tenham acabamentos de

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primeira, as diretorias das cooperativas de Jaraguá do Sul (SC), Litoral (SC), Dracena (SP), Jundiaí (SP), Belo Horizonte (MG) e Leste Fluminense (RJ), contrataram o serviço da empresa para receber suporte durante as obras. Em todas elas a grande preocupação da L+M

Gets é entender o processo como um todo. Nestas obras, será implantado um projeto paisagístico conforme a estrutura do local. Andreia Rossi, da coordenação de contratos da L+M Gets, falou que a parte das obras que mistura o verde com a estrutura arquitetônica é uma


UNIMED LITORAL / ITAJAÍ (SC) Este projeto foi elaborado com fases de implantação, determinadas pelo Plano Diretor, conforme as necessidades, investimentos do cliente, com vetores traçados para ampliação dos serviços. possam complementar os serviços prestados, sem interferências na rotina do hospital. prática constante da empresa. “Existe sempre a preocupação da utilização de espaços externos como ‘pulmões’ para a edificação, usando do recurso do paisagismo contemplativo, convivência e terapêutico”, destaca. Sobre o desafio da empresa, na hora de assumir obras como os hospitais da Unimed, Andreia conta que essas ações visam sempre atender as necessidades do cliente baseado na boa técnica (funcional e estética). Ela diz que a racionalização da construção é criada para evitar o desperdício (sendo uma preocupação constante). Para a coordenadora, a sustentabilidade é sempre um item importante dentro da conceituação e execução destes projetos, de forma consciente e racional, para que seja embasada e não baseada em

modismos. Ao ser questionada sobre a diferenciação no mercado da arquitetura hospitalar, Andreia afirma que a integração de todas as disciplinas, é o grande diferencial da empresa, por fazer um ciclo completo do sonho à realidade. Em relação ao conceito de projeto, a tendência que está sendo procurada pelos clientes é algo que remete ao estilo contemporâneo - algo mais moderno, que possa ao mesmo tempo transmitir uma sensação humanizada no espaço. Já sobre o compromisso da L+M Gets em assumir projetos ligados à área da saúde, a empresa informa que busca sempre respeitar o usuário, interno e externo, visando o melhor uso do espaço, de forma harmoniosa, com dimensões e fluxos funcionais.

Projeção da Unimed Jundiaí (SP)

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ESPECIAL UNIMED

PANORAMA DOS PROJETOS DAS UNIMEDS • Unimed Leste Fluminense. Neste projeto, a L+M Gets criou medidas de sustentabilidade, que em sua concepção teve como conceito a redução do consumo de energia e água. “Foi previsto um sistema de captação e reuso de águas pluviais”, relata Silvana Tersi, da coordenação de contratos da empresa. Nas fachadas do edifício, as varandas, dentre várias funções, proporcionam a redução da entrada de calor nos ambientes, funcionando como “um grande brise”, melhorando conforto térmico do ambiente auxiliando na eficiência do sistema de ar condicionado. Ao citar os desafios deste empreendimento, Silvana comenta que o projeto e construção do edifício (estrutura e fechamentos) foram pensados considerando a sua total ocupação no terreno, no entanto internamente, o empreendimento será implantado em fases. Ela afirma que a obra aproveita a topografia do terreno, os acessos foram setorizados em dois níveis: Térreo para pacientes que necessitam de atendimento imediato e primeiro pavimento para pacientes de casos especiais . 124

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• Unimed de Jaraguá do Sul (SC) Débora Fernandes, do setor de planejamento e controle da LM+Gets, diz que a construção da nova edificação em Santa Catarina tem como objetivo abrigar os recursos próprios da Unimed de Jaraguá do Sul. “Trata-se de um projeto de edifício para abrigar pronto-atendimento, diagnósticos, centro cirúrgico, UTI e Internação e que será construído em três fases”, destaca. Débora ressalta como diferencial neste projeto de Jaraguá do Sul, as fases construtivas, que atendem à uma necessidade e desejo de crescimento gradativo do cliente. “Além disso, o projeto precisou ser ajustado para se adaptar às condições climáticas locais, pois a cidade é bastante castigada pelas cheias durante os períodos de chuva.” Nesta sede foram adotadas algumas medidas de sustentabilidade, a exemplo da elevação do empreendimento que conseguiu além da adaptação às necessidades com relação as cheias locais, a liberação do terreno, deixando grande área permeável.

• Unimed Dracena Na Unimed Dracena, um dos pontos inovadores foi a implantação do edifício, que procurou explorar ao máximo a topografia original do terreno evitando grandes movimentos de terra e permitindo que o edifício ficasse visível mesmo não sendo implantado na cota de nível mais alta. Neste prédio, a L+M Gets criou medidas de sustentabilidade, a exemplo da criação de grandes emUnimed Dracena (SP)

penas verticais e elementos horizontais na fachada com a finalidade de reduzir o aquecimento da edificação. Sobre o maior desafio na execução deste projeto, Silvana revela que foi implantado em um terreno estreito, com grande declividade e com muitas restrições legais devido à sua localização. Ela fala que este projeto foi pensado considerando várias etapas de implantação.


• Unimed Belo Horizonte (MG) Na Unimed BH, a LM+Gets atua como gerenciadora de projetos e engenharia do proprietário que é a integração e consolidação das informações necessárias ao bom desempenho de todos os processos de execução de obra e para tal resultado a empresa atua diretamente no acompanhamento da obra e dos projetos.

• Unimed Jundiaí Quanto às características diferenciais no projeto da Unimed Jundiaí, a L+M considera a solução estética / funcional em uma área limitada. Em relação ao desafio, a empresa informou que foi criar uma integração com o edifício existente, buscando solucionar problemas de fluxos e espaços. • Unimed Litoral O projeto da Unimed Litoral Sul foi elaborado com fases de implantação, determinadas pelo Plano Diretor, de acordo com as necessidades, investimentos do cliente, com vetores traçados para ampliação dos serviços. Já os desafios deste projeto foi criar medidas pensando nas fases de implantação, para que uma vez construído, as novas fases, possam complementar os serviços prestados, sem interferências na rotina do hospital.

Projeção da Unimed Leste Fluminense (RJ)

L+M GETS A L+M Arquitetura foi fundada em 1987, e no final de 2005, associou-se a outra empresa, denominada “Desenvolvimento de Projetos e Tecnologias Ltda.”. Juntas, as duas fundaram em 2006, uma terceira empresa, a “L+M Arquitetura Gets Ltda.”, que, a partir de 2006, passa a prestar serviços ao mercado. Hoje, a nova empresa - L+M Gets - cria e conserva espaços que

promovem o melhor estado de bem estar possível. Além de produzir espaços sempre contemporâneos, em sintonia com as necessidades de cada cliente para edificações de saúde de qualquer porte, em qualquer lugar. A empresa é líder na América Latina em Gestão de Espaços e Tecnologias em Saúde. É especialista em desempenho, beleza e segurança de ambientes de saúde. Health 125 ARQ


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Projetos tecnológicos

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uitos pacientes nem imaginam que para o funcionamento de cada um dos setores hospitalares foi necessário um intenso planejamento para integrar as mais modernas tecnologias aos moldes arquitetônicos e às diretrizes médicas. Para escolher cada máquina e sistema instalado, muitas instituições hospitalares podem contar hoje com o suporte de consultoria especializada em tecnologias médicas. Este tipo de serviço é feito há mais de quatro anos pela EquipaCare no mercado hospitalar. De acordo com Guilherme Xavier, sócio-diretor da EquipaCare, tudo começou quando ele trabalhava como engenheiro no Ministério da Saúde (no núcleo de gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro). “Tive a satisfação de conhecer o Dr. Luiz Paulo Tostes Coimbra, o presidente da Unimed Volta Redonda (minha cidade natal) recebendo o convite para ajudar na implantação de Hospital de grande porte e alta complexidade que estava para ser construído e que teria grande

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impacto na área de saúde da cidade”, relembra. Xavier conta que o trabalho realizado teve excelente aceitação e reconhecimento, sendo que mesmo antes da inauguração deste primeiro hospital a EquipaCare já estava atendendo a outras Unimeds também em movimento de construção hospitalar, bem como outros hospitais públicos e privados. “Assim, desde seu nascimento, o objetivo da EquipaCare é a implantação de serviços médico-hospitalares”, diz. Hoje a empresa conta com mais de 20 colaboradores, sendo destes, seis engenheiros, atendendo mais de 20 hospitais em diferentes regiões do Brasil (sudeste, sul, norte e centro-oeste), cada um desses empreendimentos com suas próprias necessidades e expectativas. Em relação à aceitação do mercado hospitalar com este tipo de consultoria, o diretor comenta que o atual cenário do setor de saúde (não só do Brasil, mas do mundo), traz inúmeros desafios aos gestores e empreendedores. “Desafios estes que se apresentam desde o momento da ava-

liação da viabilidade de um projeto de construção ou expansão hospitalar, passando por todas as fases de sua implantação até a gestão de sua operação”, explica Guilherme, que considera o conhecimento em tecnologias médicas essencial para todas estas etapas. Sobre os desafios deste tipo de consultoria, ele relata que o trabalho de planejamento e gestão hospitalar sofre uma tremenda pressão para conciliar a realidade e possibilidade financeira da instituição com as exigências e expectativas dos médicos, somada à forte influência do competitivo mercado de fornecedores. “E, mais que isso, há uma dificuldade inerente na avaliação da viabilidade de qualquer investimento

Daniele Carvalho, engenheira da EquipaCare

em tecnologia médica frente aos benefícios esperados por seus usuários, pois em se tratando de saúde, o que se deseja é que todas as necessidades dos pacientes sejam atendidas sem depender da ‘lógica do lucro’.” Xavier lembra que mesmo sendo agentes sociais, os hospitais devem ser empresas lucrativas e sustentáveis. Para ele o principal desafio do planejamento é conciliar os critérios objetivos da administração e engenharia, com os critérios subjetivos da medicina. Outro ponto destacado pelo diretor é que muitas empresas do setor hospitalar têm um baixo rendimento econômico devido à falta de planejamento. Ele acha que uma das grandes “expertises” da empresa é


justamente alinhar o planejamento tecnológico com o planejamento estratégico da instituição. “Antes da definição do que será comprado e do quanto será investido, é necessário conceber o objetivo que se deseja alcançar. Isto só é possível envolvendo ao máximo os stakeholders (investidores, gestores, médicos cooperados, etc) para que as premissas adotadas para o projeto tecnológico sejam conhecidas e aceitas”, explica. Ainda sobre os rendimentos dos hospitais, ele destaca que um mesmo serviço médico pode ser montado com maior ou menor sofisticação tendo grande variação no nível de investimento. “E, como os recursos são finitos, pode-se, por exemplo, decidir dar maior ênfase a determinada especialidade em detrimento de outra

para atender as demandas locais ou atrair público médico especifico. Todas estas decisões devem estar alinhadas com o posicionamento estratégico da instituição”, avalia. Para implantação do parque tecnológico de um hospital são necessárias várias etapas. De acordo com a gerente de projetos da EquipaCare, engenheira Daniele Carvalho, uma das primeiras etapas é a análise do projeto arquitetônico. “Nosso trabalho tem grande relação com o trabalho das empresas de arquitetura hospitalar: é com base no projeto arquitetônico que planejamos tudo que será comprado e quanto será investido consolidando no documento que chamamos Dimensionamento do Parque Tecnológico”, esclarece. A gerente conta que este documento contempla todos os equipamentos, mó-

Guilherme Xavier, sócio-diretor da EquipaCare

veis hospitalares e de apoio. Daniele salienta que a empresa ainda é responsável pela gestão de todo o processo de aquisição, que envolve a especificação, a licitação, avaliação tecno-

lógica, a comparação de custo X benefício e suporte na negociação de cada item. “Supervisionamos todas as instalações e treinamentos até a inauguração do hospital”, acrescenta.

ARQUITETURA PROJETADA Ao citar sobre a relação da EquipaCare com empresas de arquitetura hospitalar, a gerente diz que a aceitação deste trabalho por parte dos arquitetos sem dúvida foi um dos fatores mais positivos e que colaborou bastante com o sucesso da EquipaCare. “Nossa postura é sempre colaborativa, oferecendo ao projeto arquitetônico um olhar focado nos requisitos de instalação dos equipamentos e, sempre que possível, propondo soluções viáveis para otimização de processos.” Ela ainda comenta que o projeto de implantação do parque tecnológico tem impacto em todos os demais projetos (arquitetônico, elétrico, refrigeração, gases medicinais) e representa em torno de 50% de todo o investimento do empreendimento hospitalar. Na opinião de Daniele, o maior diferencial da empresa está justamente no fato de que seu foco

e a sua principal razão de existir seja a Implantação Tecnológica de Empreendimentos Hospitalares. “Por este motivo nossa estrutura é mais especializada, com equipe dedicada, softwares e ferramentas auxiliares (exclusivas) que nos tornam a melhor opção para este serviço”, garante. Este tipo de consultoria não é direcionada apenas para hospitais que estão em fase de construção. Os hospitais que estão em operação têm inúmeras necessidades que podem ser atendidas e problemas que podem ser resolvidos dentro do universo da engenharia e consultoria técnica, explica a gerente. “O gerenciamento da manutenção e a incorporação tecnológica são duas importantes frentes de trabalho, mas há outras preocupações como a integração de novas tecnologias, a humanização, a segurança do paciente em níveis mais elevados, além da solidez e competitividade do negócio”.


ESPECIAL UNIMED

Ampliação Unimed BH

Sustentabilidade na obra por meio de parceria com a Clam Engenharia

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raçar planos para a construção de uma obra ecologicamente correta tem sido fundamental para os novos empreendimentos nacionais da saúde. Uma prova dessa iniciativa é o Hospital da Unimed de Belo Horizonte (MG), que buscou adotar medidas sustentáveis em suas obras de ampliação. A instituição tem o suporte da Clam Engenharia na execução de cada medida ecologicamente correta. Segundo o engenheiro José Cláudio Nogueira Vieira, diretor da Clam Engenharia, o contato com a Unimed surgiu a partir da necessidade da instituição ter a aprovação necessária de novos empreendimentos dentre hospitais, pronto atendimentos e mesmo de edifícios administrativos. Ele conta que ao ser observado o porte dos prédios, foi necessário desenvolver estudos ambientais diversos para o licenciamento junto 128

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aos órgãos competentes. A Clam atende em favor da Unimed, às exigências ligadas às soluções para o planejamento da drenagem pluvial, da gestão dos resíduos sólidos (comuns e hospitalares), dos aspectos ligados ao trânsito de veículos e pedestres, de questões diversas ligadas às melhores soluções ambientais para os empreendimentos, dentre outras. Por ser um hospital, as exigências são maiores quanto ao acompanhamento ambiental. Como diz o diretor, em Belo Horizonte, com a alteração da legislação que rege o uso e a ocupação do solo urbano, diversas atividades foram flexibilizadas no que tange a análise ambiental das mesmas, permanecendo os hospitais e serviços de saúde como passíveis de licenciamento ambiental. “Visto se tratar de um empreendimento em área urbana, a atuação da Clam foi decisiva na aprovação

dos empreendimentos”, afirma Rodrigo Lisboa, biólogo e coordenador de projetos da Clam. A empresa atuou por meio de levantamento, diagnóstico e proposição de medidas de controle, para os impactos inerentes ao trânsito de veículos, esgotamento sanitário (dejetos), resíduos sólidos de serviços de saúde e drenagem pluvial. Esses projetos foram desenvolvidos, submetidos e aprovados junto à BHTrans, Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Secretaria Municipal de Saúde, e Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). A Clam desenvolveu também para a ampliação do hospital, o Relatório de Controle Ambiental (RCA) e o seu respectivo Plano de Controle Ambiental (PCA), com análises multidiscipli-

nares quanto aos aspectos ambientais relacionados aos meios biótico, físico, e principalmente socio-econômico. “Os estudos visaram não somente o controle ambiental, mas os cuidados necessários durante obras de ampliação.” Em relação ao desafio de assumir um licenciamento desta dimensão, Vieira diz que a qualidade técnica dos estudos e projetos decorrentes da expertise da empresa com o tema em questão foi fundamental, porém o contato com os órgãos públicos fiscalizadores também deve ser destacado vista a necessidade de ter-se aprovação rápida da obra. O coordenador afirma que todos os trabalhos foram feitos em conjunto pela Clam em cerca de 120 dias, tendo os prazos de elaboração, aprovação e emissão dos pareceres junto aos órgãos envolvidos no licenciamento.


TOQUES AMBIENTAIS Quanto às medidas de sustentabilidade aplicadas na obra do hospital, Lisboa relata que para desenvolver os estudos ambientais e projetos para o Hospital da Unimed-BH, foi considerado como premissa básica a necessidade, não só de diminuir os impactos inerentes à implantação (ampliação do hospital) e operação do empreendimento, mas de ir além, através da adoção de tecnologias que priorizam a redução

no consumo de energia, água e na gestão dos resíduos sólidos e efluentes líquidos, principalmente. Para redução do consumo energia da edificação, a Clam recomendou nos estudos ambientais do hospital a adoção de equipamentos de alta eficiência energética (luminárias, sensores, elevadores inteligentes, etc.) e para redução do consumo de água também foram indicadas as soluções adequadas.

José Cláudio Nogueira Vieira, diretor da Clam Engenharia




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