

DESTINO: BAIXO ALENTEJO


Nota de Abertura
Turismo no Baixo Alentejo: Uma Estratégia de Futuro
Justino Engana
Diretor do O Atual
Diretor: Justino Engana
Redação e Coordenação: Inês Patola
Ilustração da capa: Joaquim Rosa
Cocas Produções 2000 exemplares
Propriedade: Harmony Rhythms – Unipessoal, Lda NIPC: 515 987 344 geral@oatual.pt

Ficha Técnica

José Santos
Presidente da Entidade Regional de Turismo e da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo
A AFIRMAÇÃO TURÍSTICA DO BAIXO ALENTEJO
O ciclo de desenvolvimento turístico do Alentejo está a mudar com a entrada em operação de um número considerável de novos projetos no litoral e no interior da região, dinâmica que
hotéis em locais tão diferentes, como Viana do Alentejo, Ourique, Monforte, Evora, Melides ou
a procura turística cresceu mais do que a oferta de alojamento, o quadro potencial que temos
Alentejo, que poderá crescer a um ritmo mais rápido do que a demanda, pressionando, assim, país também está a aumentar, facto que é mais
Esta nova conjuntura irá requerer uma resposta da estrutura regional de marketing bastante -
timento em promoção, realidade à qual as entidades gestoras dos fundos europeus na região, ignorar, nomeadamente na negociação dosrece um destaque especial com um incremento meses deste ano, a atividade turística cresceu -


portante para criar notoriedade nos mercados
procura turística tem dado sinais de maior dinamismo, crescendo no mesmo período a umaassume-se como um instrumento bastante im-


forte cultura aliada ao vinho, ao cante e ao char-
Produtos emergentes como a rota das amendoeiras ou o olivoturismo, começam a ser procurados por operadores nacionais e internacionais, e a par do enoturismo poderão ser referenciais para a estruturação de uma malha de produtos



O Alentejo tem diante de si uma oportunidade única de reforçar a sua competitividade e coesão territorial. O Programa Regional Alentejo 2030 é um instrumento determinante para concretizar esta ambição, impulsionando a transição energética e digital, fortalecendo o tecido produtivo e promovendo a inclusão social. Contudo, para que este potencial se traduzatos. Este é um objetivo ambicioso, mas fundamental para garantir que os fundos disponíveis sejam efetivamente transformados em projetos concretos que e melhorem a qualidade de vida no território. Para tal, é crucial que os agentes económicos, sociais e institucionais estejam alinhados, agilizando processos e reforçando a capacidade de resposta da admi-
contornáveis. O Alentejo tem uma posição privilegia-váveis, em particular na produção de energia solar e
carbonização, como pode ser um motor de criação
Alentejo 2030: Um Caminho para o Futuro

gística, a gastronomia e a autenticidade das nossas comunidades. Investir no turismo sustentável e qua-
obra e incentivos que tornem a transição não apenas possível, mas vantajosa para todos.
fator crítico de modernização da economia regional. A digitalização das empresas, a capacitação dos trabalhadores e a conectividade das zonas rurais para trás nesta revolução tecnológica, sob pena detunidades de crescimento. Apostar na digitalização é apostar num Alentejo mais competitivo, inovador e atrativo para os mais jovens.
Mas também o turismo pode representar uma alavanca para o desenvolvimento sustentável do Alentejo. O nosso território oferece um conjunto de ativos únicos que devem ser valorizados, como o são o património histórico e cultural, a diversidade paisa-
ço da identidade regional e a dinamização económi-mento e o envelhecimento populacional são provisto como um território de oportunidades, capaz -
Programa Alentejo 2030 deve ser um catalisador de medidas que promovam o empreendedorismo, a habitação acessível e a valorização dos recursos endógenos, tornando a região mais apelativa para viver e trabalhar.
desempenhar um papel crucial na revitalização do e empreendedores escolham o Alentejo como localcação, na criação de redes de inovação e na melhoriasustentável.
O caminho não é isento de obstáculos, mas o Alentejo tem os recursos, o potencial e o compromisso do Programa Alentejo 2030 será o sucesso da região como um todo. Cabe-nos agora garantir que os investimentos certos são feitos no tempo certo, para que possamos construir um Alentejo mais forte, mais dinâmico e preparado para o futuro.
Um dos instrumentos essenciais para contrariar esta -
Ceia da Silva Presidente da CCDR Alentejo

António Bota
Presidente da CIMBAL
Baixo Alentejo: Turismo com identidade e futuro sustentável
O Baixo Alentejo é um território de identidades fortes, com paisagens singulares, produtos de excelência e um património histórico e cultural de grande valor. Nos últimos anos, a região tem reforçado o seu posicionamento como destino turístico de referência, apostando numa estratégia integrada que concilia a valorização dos seus recursos endógenos com a promoção de um desenvolvimento sustentável e equilibrado. Criar, ano após ano, sustentabilidade nos negócios, ajustar os paradigmas tradicionais para uma transformação de metodologias mais amigas do ambiente e assim contribuir positivamente para o futuro das objetivos de instituições públicas.
A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), em articulação com os seus municípios associados, têm desempenhado um papel central nesta transformação, procurando linhas de apoio comunitário e promovendo políticas públicas que reforçam a atratividade da região, diversi-
nas suas múltiplas vertentes — cultural, patrimonial, gastronómica, ambiental e de natureza —, é hoje reconhecido como um motor estratégico para o desenvolvimento do Baixo Alentejo. A qualidade e autenticidade da oferta regional, aliadas à hospitalidade das comunidades locais, têm conquistado um número crescente de visitantes nacionais e internacionais, contribuindo para a dinamização da economia local e para a valorização do território.
Neste contexto, a candidatura do Baixo Alentejo a Capital Europeia do Vinho, liderada pela CIMBAL em parceria com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, é sem dúvida uma oportu-
mo. Esta candidatura, além de celebrar a riqueza vitivinícola do território, integra uma estratégia mais ampla de promoção do enoturismo, valorização do património cultural associado ao vinho e reforço da identidade regional e valorização dos espaço onde o turismo rural disponibiliza experiências “hands on”, ou seja, para além de degustar o vinho, também participamos nas atividades relacionadas com este produto.
Paralelamente, o projeto Carnes do Montado, igualmente dinamizado pela CIMBAL, tem vindo a destacar-se como um exemplo de valorização
dos sistemas produtivos sustentáveis e de defesa
e na promoção das carnes produzidas em regime extensivo, este projeto contribui para a preservação do ecossistema do montado — um dos maiores tesouros naturais do sul de Portugal —, promovendo uma alimentação de qualidade, a coesão territorial e a valorização dos saberes locais. Importa ainda reconhecer o papel fundamental que os municípios do Baixo Alentejo têm desem-
são local, regional e até nacional — com um grande contributo do associativismo local mas acima de tudo com o investimento dos municípios em feiras e festas temáticas a promover os produtos e produtores da região, tem permitido captar novos públicos, reforçar o sentimento de pertença e projetar o Baixo Alentejo como destino turístico diferenciador onde podemos ter sempre experiências únicas.
Assim, acredito que o futuro do turismo no Baixo Alentejo se constrói com identidade, com res-

dinamização do seu património histórico. Cidades, vilas e aldeias do território foram alvo de incastelos, museus, equipamentos culturais e espaços públicos, tornando-se hoje verdadeiros polos de atratividade. Praticamente todos os municípios do Baixo Alentejo têm feito investimentos turísticos, mantendo a tradição e cultura dos lugares, apostando em reconstruções de qualidade, e acima de tudo, mantendo as traças originais dos monumentos, igrejas e outros espaços comuns. A par disso, a criação e consolidação de eventos culturais, gastronómicos e vínicos — com expres-
peito pelo território, pela valorização dos seus recursos e com uma aposta permanente no desenvolvimento com sustentabilidade ambiental, na inovação e na cooperação entre entidades públicas, setor privado e entre a comunidade. A CIMBAL continuará, por isso, a trabalhar em articulação com os seus parceiros para que o turismo seja, cada vez mais, um pilar de desenvolvimento e bem-estar para o Baixo Alentejo.

Estimados leitores,
Sejam bem-vindos a Beja, a cidade que volta a assumir a capitalidade do mundo rural por ocasião da 41ª Ovibeja, oferecendo, de 30 de abril a 4 de maio, uma montra gigante que concentrará no Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro e Brito “todo o Alentejo deste mundo”.
atenções para a grande feira do Sul, plataforma
setor agrícola em Portugal, aprofundando o debate em torno de temas pertinentes para uma agricultura moderna e sustentável como é o caso da utiliza-
players do setor.
A 41ª Ovibeja será a montra perfeita para exibir os produtos de elevada qualidade produzidos no nosso território, sendo disso exemplo os nossos azeites, os vinhos ou as carnes. Será também espaço para a concretização de negócios, e voltará a ser uma enorme exposição de gado, de maquinaria e de produtos agrícolas.
Por todos estes motivos está de parabéns a organização da feira, a ACOS – Agricultores do Sul!
Permitam-me, caros leitores, que vos faça uma pequena discrição sobre as múltiplas ofertas com as quais a cidade vos pode surpreender nos próximos dias ou em futuras visitas.
Beja é uma cidade milenar com mais de 2500 anos de história que através da sua Torre de Menagem com 40 metros de altura começa a cortejar ao longe todos aqueles que aqui chegam!
Ancorado numa visão estratégica para o turismo, a preservação, valorização e divulgação do seu património histórico, arquitetónico, cultural e natural, desenvolvendo o turismo como fator de competitividade e desenvolvimento local e promovendo eventos distintivos assentes na valorização dos recursos patrimoniais.
Nesse sentido, sublinha-se o enorme esforço que a Câmara Municipal de Beja está a empenhar para promover, ao longo do ano, os seguintes eventos: Beja Romana; Festival Internacional de Banda Desenhada; Palavras Andarilhas/Feira do Livro; Bejazz; Patrimónios do Sul/Vinipax, para além das grandes celebrações anuais da Revolução dos Cravos, do Dia da Cidade ou da passagem de ano.
Ao mesmo tempo apostamos na captação de eventos nacionais e internacionais, sendo disso exemplo o Rali Baja TT; a Volta ao Alentejo em Bicicleta; a Beja Cup; a Canibeja, com concursos nacionais e interna-
Venha a Beja com Vagar!

cionais; os treinos da seleção nacional e de seleções internacionais de futebol feminino, entre outros. Pela sua importância e atualidade tenho que fazer referência à candidatura conjunta dos municípios do Baixo Alentejo, através da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, a Cidade Europeia do Vinho em 2026.
A nossa estratégia turística assenta no lema “Venha a Beja com Vagar” e pretende tirar partido da tendência de alteração nos hábitos de consumo, uma vez que os turistas começam a procurar locais alternativos aos grandes destinos. Desta estratégia resultaram ações em diferentes áreas: criação da Praia Fluvial dos Cinco Reis, praia Bandeira Azul e acessível, inaugurada em julho de 2020; criação do roteiro “À Volta de Beja”, através da qual sugerimos uma visita ao concelho com base em cinco temas distintos - o Guadiana, vinho, pão, biodiversidade do montado e a grande planície ou a Beja Experience, que desenvolve e aprofunda a oferta de experiências de turismo criativo baseadas na identidade do território, que atualmente integra nove propostas diferentes.
Fruto desta estratégia iniciada em 2020, registámos
estrangeiros ao Castelo de Beja, o monumento -
ra-se que registámos um aumento de 20% de visitantes em 2024, relativamente ao ano anterior. Em 2024 o número de dormidas atingiu o número de cerca de 200 mil, o que representa um crescimento de 14% face ao ano anterior.
O investimento privado no setor do turismo é também um dado a sublinhar: a nossa capacidade
Quando comparamos a atual oferta com a existentemero de camas.
Caríssimos leitores, no decurso da Ovibeja ou em outros momentos do ano, quero convidar-vos conhecerem Beja com o “vagar” necessário para se apaixonarem pela terra de Mariana Alcoforado, a freira a quem é atribuída a autoria das Cartas Portuguesas!
Venha a Beja com Vagar.
Paulo Arsénio
Presidente da Câmara Municipal de Beja

António José Brito Presidente da CÂMARA DE CASTRO VERDE
O Turismo como Pilar Estratégico no Desenvolvimento do Baixo Alentejo
O setor turístico vem, ao longo da última décarelevantes para o desenvolvimento económico e social do Baixo Alentejo. Esta região, marcada por um património natural e cultural ímpar, tem apostado na valorização da sua autenticidade e tradições, e consolidou-se como um destino de referência no turismo nacional e internacional.
O Turismo de Natureza, em particular, faz caminho todos os dias e, fruto das condições que o Baixo Alentejo oferece para essas práticas turísticas, atividades de outdoor como o Walking ou o cyde atratividade para todo o território. A vastidão das planícies, a presença de áreas protegidas e amitem que os nossos visitantes possam desfrutar passeios imersivos pela paisagem alentejana. Neste contexto, fruto da nossa experiência em Castro Verde, destacamos a Reserva da Biosfera
sul do Tejo, como um dos pontos de grande destaque na nossa região pois reforça a importância
ainda mais um turismo sustentável que respeita -
O Baixo Alentejo possui, igualmente, um património histórico riquíssimo que valoriza a cultura da região. Temos monumentalidade de grande relevo, como o Castelo de Beja ou a Basílica Real de Castro Verde, que eterniza nos seus azulejos um dos episódios mais marcantes da história de Portugal – a Batalha de Ourique – e um conjunto de achados arqueológicos em vários pontos da região que evocam o nosso passado islâmico, constituindo, esse facto, mais um motivo de grande interesse turístico.
Além disso, eventos de grande impacto, como a
e do dinamismo económico da região e que, a
par da nossa gastronomia e de elementos como
para a atratividade do destino, permitindo experiências únicas ligadas à identidade local.
o papel que o Cante Alentejano, reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, tem vindo a desempenhar neste domínio. Esta manifestação cultural identitária é um dos exemplos de como a cultura local continua viva e presente na promoção do turismo,
interessados em vivenciar esta tradição. Todas estas características únicas do nosso território, permitem destacar a autenticidade do Baixo Alentejo, que aliada a uma aposta na valorização
este território num local privilegiado para um turismo diferenciador e de qualidade, que respeita o passado e investe no futuro e que pode vir a -
co ao serviço do desenvolvimento da região.


João Efigénio presidente da Câmara Municipal de Serpa
Falar de turismo e do seu importante papel no desenvolvimento local é, sobretudo, falar de estratégias integradas, uma vez que o turismo é transversal a várias outras dimensões da sociedade, das quais a cultura, o património, o urbanismo e a economia, o ensino, o conhecimento e a integração devem ser priorizadas, porque são as dinâmicas locais que dão unidade e autenticidade a qualquer destino turístico. Em Serpa, é esse o caminho temos percorrido, num modelo assente em grande parte na valorização e salvaguarda do património e dos recursos endógenos, enquanto dimensão estratégica para a sustentabilidade. Este trabalho resulta num conjunto de projetos e ações que de promoção cultural, de história e identidade e de qualidade de vida. Para além das grandes iniciativas anuais, como é o caso da Feira do QueiCastelo”, Encontro de Culturas e Feira Histórica, temos uma excelente rede de espaços museológicos e estamos a desenvolver ações de preservação do património e incentivar a dinamização e valorização desse mesmo património. Temos já a chancela da UNESCO para o Cante Alentejano, sendo inquestionável a visibilidade que deu a esta nossa fundamental expressão cultural; estamos a trabalhar na criação do Geo-
da FAO- Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação; estamos na Biore-bito do Plano de Ação da Comissão de Cogestão do Parque Natural do Guadiana está a ser criada uma rede de infraestruturas de apoio ao turismo e lazer, compatibilizando as atividades socioeconómicas com os objetivos de conservação da natureza e promovendo ações de educação ambiental.
Ou seja, apostamos numa oferta turística diferenciada, potenciando a procura ao longo do ano, com vários programas direcionados para a fruição, conhecimento e divulgação e potenciação da biodiversidade, dos recursos endógenos e das potencialidades existentes. Foi criada e sinalizada uma rede de percursos pedestres, com destaque para a recente criação no concelho da GR15 (Grande Rota do Guadiana), foram
Turismo e desenvolvimento local

traçados itinerários para a observação de aves, itinerários BTT e é desenvolvido o Programa
componente de atividade física, incluem o conhecimento e sensibilização para a historia, património, gastronomia e natureza. Só podemos valorizar o que conhecemos, pelo que é fundamental o estudo e divulgação do -
cipal de Arqueologia como elemento chave para a criação de futuros projetos de valorização turística e arqueológico-patrimonial, tem vindo a ser desenvolvido um trabalho consistente, tendo também o município de Serpa aderido recentemente à ArqueoLoci - Rede de Portuguesa de Turismo Arqueológico. Entre outros projetos, re-
de Serpa” ( exposição patente no Castelo de Serpa) e ao Projeto de Investigação Arqueológica de São Brás 3 e ações de valorização de monumentos megalíticos em curso no seguimento do levantamento efetuado no âmbito do Processo
Das ações consolidadas, salientam-se o Roteirolhas, Nora, Aqueduto, Palácio Ficalho, Torre do
eventos de valorização patrimonial como o FORTours e Projeto Território Hospitalário e integração de quadros históricos no Cortejo histórico elidades, a inclusão de informação sobre sítios arqueológicos (não visitáveis) nas já referidas caminhadas temáticas e GR15; ações de diag-
para eventuais trabalhos de investigação e valorização; projeto de investigação (em início) sobre o uso dos mármores de Ficalho e Serpa em
ção da Calçada romana de Bemposta. Destaca-se ainda a participação em sessões internacionais dedicadas a este setor do Turismo e a realização
Redes colaborativas”, em março e um encontro Turismo).
E atrair turismo é efetivamente uma forma de dinamizar este território, aproveitando todo o seu potencial de história e de gentes, gerando

ANA CARMO Vice-presidente da Câmara Municipal de Almodôvar
Almodôvar: Entre Sabores, Paisagens e Experiências Autênticas





Hélder Guerreiro
Presidente da Câmara Municipal de ODEMIRA
Todos nós acreditamos cegamente na singularidade do sítio onde nos sentimos em casa. Creio fazer parte da natureza humana este fenómeno de nos ligarmos emocionalmente a determinados lugares, mas, perdoem-me o atrevimento, esse sentimento no concelho de Odemira é diferente. É mais forte em quem cá nasceu, é mais forte em quem cá cresceu, viveu, e até naqueles que por circunstâncias da vida cá vieram parar. Bem sei que o tema é turismo, mas seria impossível lá chegar – e lá irei – sem fazer referência à receita para o sucesso do setor em Odemira: a propriedade com que as nossas gentes, orgulho-gular.
Odemira é o concelho com a maior área de Portugal e ainda que os limites físicos não sustentem toda a teoria da singularidade – seremos sempre mais do -
mente a viver no mesmo sítio –, eles explicam muita coisa. É dentro deles que prospera a nossa diversidade. Da serra ao mar, este é um território de uma beleza natural incomparável, de património histórico, de tradições centenárias e é, também, um território de inovação, de olhos postos no futuro.
E é no futuro, mas também no presente, que o turismo de “experiências de natureza” ocupa cada vez
de mar, do pedestrianismo alavancado pela Rota Vicentina, a verdade é que a exploração dos recursos
SERRA E MAR: UMA MESA PARA DOIS

naturais da costa por parte dos nossos operadores turísticos tem combatido a sazonalidade típica do turismo balnear e reposicionado Odemira como um destino de eleição.
Gostaria de vos falar do Rio Mira, pois nele está perMira liga, de nascente para poente, todo o concelho e, nele, têm vindo a crescer as atividades marítimo-turísticas, fenómeno que este executivo não podia deixar de acompanhar. Nesse sentido, temos promovido a melhoria das condições de acessibilidade, para a acostagem e tomada/largada de passageiros, através da colocação, ampliação e substituição de -
cações. Estas ações integram uma estratégia mais ampla de valorização do Rio Mira, das suas potencialidades turísticas diferenciadoras e da capacitação da oferta dos operadores turísticos, pretendendo, mais uma vez, combater a sazonalidade do turismo balnear costeiro e mostrar as paisagens e a ancestralidade de todo o nosso território a quem nos visita.
dia de aventuras e cenários de cortar a respiração, entre nos nossos restaurantes, puxe uma cadeira, relaxe e prove os sabores que vão da serra ao mar. Prove também os nossos vinhos. O mundo cabe em Odemira e é isso que torna este lugar tão especial. Fica o convite.


JOÃO PORTUGUÊS
PRESIDENTE DA CÂMARA DE CUBA
O concelho de Cuba, em pleno Baixo Alentejo, tem vindo a consolidar-se como um destino turístico de excelência, fruto de uma estratégia clara de valorização do seu património cultural, histórico e ambiental. Ao longo dos últimos anos, temos assistido a um crescimento sustentado na procura turística, que se traduz, por um lado, num maior interesse dos visitantes nacionais e estrangeiros por este território e, por outro, num aumento assinalável da oferta de unidades de alojamento local e hotelaria, que acompanham esta dinâmica com qualidade e inovação.
A identidade cultural do concelho é, sem dúvida, um dos seus maiores ativos. O Cante Alentejano, Património Cultural Imaterial da Humanidade, ocupa um lugar central nesta estratégia
como Catedral do Cante, o cante não é apenas um legado do passado: é uma expressão viva do presente. Ecoa nas vozes das nossas gentes, nas atuações dos grupos corais, nos grupos de amigos que se juntam ao balcão para “empinar a moda” e marca presença assídua em todas as festas populares. E é por isso que a Câmara Municipal tem investido ativamente na promoção e preservação desta expressão cultural única, através de apoios aos grupos locais, da realização de encontros e festivais e da criação de condições para que o cante continue a ser um traço identitário do concelho.
Associado ao cante está o vasto e rico património histórico e arquitetónico do concelho. As igrejas e ermidas repletas de pintura mural e azulejaria com séculos de história, núcleos museológicos (onde se destaca o Museu Literário Casa Fialho, único na região) e outros vestígios arqueológicos de relevância, conferem a quem nos visita uma experiência mais completa e enriquecedora.
Mas Cuba é também terra de vinho, de tradição e de inovação. A cultura da vinha e do vinho –em particular do vinho de talha – é parte integrante da história económica e social da região. O concelho tem assistido a uma revitalização das suas adegas, com a emergência de novos produtores e projetos enoturísticos que aliam o saber ancestral à modernidade. As experiências de enoturismo, a dinamização das adegas e das tabernas típicas, as provas de vinho e os eventos temáticos como o “Provando o Tareco e o “Vinho na Vila”, são hoje um produto turístico cada vez
Cuba: um destino turístico em afirmação no coração do Alentejo

mais procurado neste território. Importa igualmente destacar o investimento -
truturas de lazer e turismo de natureza, com especial enfoque na Praia Fluvial de Albergaria dos Fusos, integrada no Ecopark do Alentejo Central. Esta infraestrutura, já em funcionamento, veio criar uma nova centralidade turística na região, dotando o concelho de uma oferta diferenciadora e ambientalmente sustentável. Inauexcelentes condições para o banho, desportos náuticos e momentos de lazer em família, temcia no verão alentejano e atrai cada vez mais de visitantes, contribuindo decisivamente para a dinamização da economia local.
A somar a tudo isto, temos a tranquilidade das paisagens alentejanas, a hospitalidade das nossas gentes e a autenticidade de uma terra que sabe receber. O futuro do turismo em Cuba
passa por continuar a apostar na valorização dos oferta e na criação de experiências genuínas, que preservem a identidade do território e, simultaneamente, criem novas oportunidades de desenvolvimento.
É com orgulho que olhamos para o caminho já percorrido, mas é com ambição que projetamos o futuro. Cuba tem todas as condições para conde excelência, onde a tradição e a modernidade caminham lado a lado, ao ritmo sereno do Alentejo.

DAVID SIMÃO Presidente NERBE/AEBAL
O Turismo tem vindo a ser um setor em destaque, não só a nível nacional, mas também no Baixo Alen-
O Turismo também é um contributo indubitável
A importância do Turismo para o Baixo Alentejo

Entende assim o NERBE/AEBAL que o turismo no

Rui Raposo
Presidente da CÂMARA MUNICIPAL DE Vidigueira
Território, Vinho e Cultura: A Estratégia da Vidigueira para o Turismo
Vidigueira é mais do que um ponto no mapa do Alentejo. É uma terra de memórias, de autenticidade e de património vivo. Com uma identidade vincada pela história, pela cultura e, acima de tudo, pelo vinho, o nosso concelho reúne condições únicas para se afirmar como destino turístico de excelência, aliando tradição e inovação, ruralidade e sofisticação, natureza e a arte de bem receber.
Nos últimos anos, o turismo tem-se revelado uma alavanca estratégica para o desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. Neste contexto, Vidigueira tem sabido preservar e promover os seus recursos endógenos — dos quais o vinho é, por excelência, o seu embaixador mais nobre. As vinhas que moldam a paisagem, a ancestral técnica da talha, o saber transmitido de geração em geração, compõem um enoturismo autêntico, identitário e com elevado potencial de diferenciação no panorama nacional e internacional.
A candidatura do “Vinho de Talha” a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, representa não só um reconhecimento da sua autenticidade, mas também uma oportunidade ímpar para reposicionar a Vidigueira como território de excelência na oferta de experiências enoturísticas. A integração das práticas
tradicionais com uma narrativa contemporânea — que valorize o território, os seus produtores e a sua história — constitui um eixo estruturante para atrair novos públicos e consolidar fluxos turísticos sustentáveis. É neste enquadramento que nasce o projeto “Vinhos da Vidigueira” — uma marca chapéu, agregadora e ambiciosa, que visa a promoção integrada dos vinhos produzidos no concelho. Este projeto, liderado pelo Município em articulação com os produtores e os agentes locais, tem como objetivo posicionar os vinhos da Vidigueira não apenas como produtos de excelência, mas como experiências culturais, sensoriais e afetivas. Pretendemos promover os nossos vinhos em eventos de referência, desenvolver ações promocionais nos principais mercados emissores, organizar atividades que combinem o vinho com a música, a gastronomia, a natureza e o património, e reforçar a ligação entre o produto e o território.
A nomeação de António Zambujo como embaixador dos “Vinhos da Vidigueira” representou uma escolha especialmente significativa. Artista de referência na música portuguesa contemporânea, com um percurso reconhecido além-fronteiras, António Zambujo tem vindo a demonstrar, ao longo da sua carreira, uma forte
identificação com a cultura e os valores do Alentejo, e naturalmente com a Vidigueira e a sua tradição vitivinícola. A sua imagem pública, marcada pela autenticidade e proximidade faz dele o rosto ideal para representar os nossos vinhos. A sua participação ativa neste projeto é, sem dúvida, uma mais-valia na afirmação da marca “Vinhos da Vidigueira” e na valorização do concelho enquanto destino turístico e cultural. Mas o nosso concelho é muito mais do que vinho. O património arqueológico e histórico, a riqueza paisagística da Serra do Mendro, a gastronomia autêntica e os saberes locais — como o azeite, o queijo ou o pão — completam uma oferta turística diferenciadora. O investimento contínuo na qualificação da oferta, na criação de produtos turísticos integrados e na valorização do nosso património imaterial é, e continuará a ser, uma prioridade do Município.
Vidigueira é terra de gente autêntica, de horizontes largos e de mãos sábias. Com visão estratégica, trabalho em rede e confiança nos nossos valores, estamos a construir um futuro onde o turismo e o vinho são motores de desenvolvimento, orgulho e afirmação.


José Manuel Efigénio
Presidente DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALVITO
Há terras que não gritam para serem vistas. Sussurram. Convidam. Estendem uma toalha de xadrez na planície e esperam que nos sentemos. Alvito é uma dessas terras. Aqui, o turismo não se faz de correrias entre monumentos nem de seltarde.
Visitar o concelho de Alvito é aceitar um convite à desaceleração. No centro da vila, o castelo manuelino ergue-se com a altivez tranquila de quem já viu séculos passarem e ainda assim guarda histórias nos seus muros. Hoje é pousada, mas mantém o espírito de abrigo, acolhendo viajantes que trocam o barulho das cidades por noites es-
Mas Alvito é mais do que a sua vila. É também Vila Nova da Baronia, com os seus campos ondulantes e o apeadeiro que parece saído de um postal antigo. É a gastronomia local, as conversas demoradas no banco da praça, o vinho partilhado como quem partilha memórias. É o turismo feito de encontros — com o outro e com nós próprios.
O Baixo Alentejo, onde Alvito se insere como pé-
alternativo. E ainda bem. Porque aqui, o “alternacampos, visitar herdades onde o azeite ainda se faz como antigamente, ou seguir trilhos entre
num café ou taberna da freguesia e dar por nós a falar com desconhecidos como se os conhecêssemos desde sempre.
O turismo no Baixo Alentejo é sustentável por natureza. Não por moda, mas porque este território aprendeu, há muito, a respeitar o que tem. A autenticidade aqui não é produto de marketing; é consequência de um modo de vida. A paisagem não é só bonita — é vivida. Cada muro caiado, cada
Alvito: onde o tempo se senta à sombra

horta no quintal, cada rebanho que atravessa a estrada, é testemunho de uma cultura que resiste.
e a falta de infraestruturas ameaçam a continuidade desta forma tão especial de receber. Mas há também esperança, nas pequenas iniciativas de turismo rural, na valorização da gastronomia local, na aposta em roteiros culturais e ecológicos. Acreditamos que o futuro pode passar por aqui — se for cuidado como se cuida de um olival antigo. Em Alvito e no Baixo Alentejo, o turismo não é invasão. É partilha. É uma experiência sensorial e afetiva, onde o calor do sol se mistura com o calor das gentes. É um convite à escuta — da terra, do tempo, e de nós próprios.
Uma das áreas de futuro do concelho de Alvito dentro da área do património está relacionado com a abertura de portas das Grutas do Rossio de Alvito, funcionando como Centro Interpretativo. Esta é uma intervenção estratégia, inovadora
e diferenciada, a qual vai permitir a captação de inúmeros visitantes ao concelho de Alvito. Também a cultura local apresenta um enorme potencial, em que a vida e obra do Poeta Raul de Carvalho, personalidade do concelho de Alvito, é um exemplo disso. Neste contexto, o desenvolvimento da Casa da Palavra (na antiga Escola Conde partilha de palavras e de saberes, de promoçãodências artísticas, que desenvolva iniciativas de educação/formação, mas que, ao mesmo tempo, seja um espaço expositivo e coloquial que albergará o espólio material, artístico e sentimental de Raul de Carvalho, deixando-o visível e interrogável aos locais e aos visitantes da vila de Alvito. Alvito está exatamente onde devia estar — no mapa dos que procuram mais do que paisagens: procuram sentido.

Carlos Teles
Presidente DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALJUSTREL
Aljustrel é hoje um dos pilares do Turismo Ina nível regional, nacional e até internacional, nomeadamente através do seu Parque Mineiro, que já atraiu milhares de visitantes e num curto espaço de tempo.
Juntamente com outras potencialidades do nosso território, acredito, assim, que temos um produto único e diferenciador e que conseguimos atribuir uma marca distintiva ao Concelho de Aljustrel.
Revelou-se, por isso, vencedora a nossa visão de apostarmos na nossa história, no nosso património e de acrescentar valor ao que já tínhamos de mais valioso: a nossa identidade. E as provas estão aí, à vista de todos e a consolidarem-se a cada dia.
Na verdade, o panorama do turismo no concelho, desde dezembro de 2023, alterou-se porfraestrutura municipal, recebermos turistas de todos os pontos do país e de além-fronteiras, mas também estudiosos interessados e de várias nacionalidades que encontram em Aljustrel um campo privilegiado para aprofundar os seus conhecimentos e em diferentes matérias. É de futuro, assente numa estratégia bem delineada, sobretudo que hoje falo. Porque atualmente, em Aljustrel, é possível que a atividade extrativa, que emprega centenas de trabalhadores, coexista e coopere com o turismo mineiro, trazendo milhares de visitantes e turistas que enriquecem uma história já de si rica e única. Importa, no entanto, relembrar que, antes de mais, foi a reconhecida importância dos valores naturais, mas também arqueológicos, que
sativadas ou abandonadas, sendo que foi objetivo único garantir uma gestão integrada de todo
O Parque Mineiro de Aljustrel, para além da obrigação que tem para com a comunidade de preservação do seu património, tem todas as condições para se tornar, cada vez mais, num atrativo lúdico/turístico de âmbito alargado, onde tem lugar o conhecimento e a ciência, as diferentes culturas do trabalho, a história, o ambiente e a tecnologia.
Parque Mineiro de Aljustrel uma história rica e única

A excecionalidade geológica preservada e as múltiplas relações estabelecidas a nível ambiental com um importante património histórico-arqueológico, com 5 mil anos de antiguidade, permitem olhar para “a mina” de uma perspetiva que valoriza o seu potencial turístico,
Temos, assim, em nossas mãos um parque que tem objetivos de lazer, didáticos e de investigação, ao mesmo tempo que contribui para minimizar os efeitos da degradação ambientalmização da economia local e regional. Ao nosso concelho chegam alunos de várias escolas, e de diversas idades, sendo que o turismo sénior também ganha cada vez mais destaque. Chegam cientistas e famílias inteiras. Chegam antigos e atuais mineiros. Ou simples curiosos que querem descer a uma galeria mineira e conhecer as belezas das profundezas da terra. Acredito, porque o sinto e observo todos os dias, que é assim que se trilham novos caminhos de
desenvolvimento. Somos o exemplo de que é possível, pois áreas mineiras, profundamente contaminadas e insalubres, foram devolvidas à população e aos muitos turistas que nos visitam. Acontece ainda que o nosso desejo é que o Parque Mineiro de Aljustrel seja uma referência de boas práticas e, como tal, estamos a torná-lo cada vez mais acessível para que chegue a todos os cidadãos e de igual forma, sendo que toda a visita já pode ser realizada por pessoas com mobilidade condicionada.
Mas é também por este motivo que estamos a aliar outros nossos patrimónios a esta oferta já estruturada, como, por exemplo, o vinho da talha, através de uma rota que junta estes produtos e que leva o turismo também às freguesias. Numa região, onde o turismo se revela cada vez mais um pilar estruturante, o Parque Mineiro de Aljustrel é passado, mas é principalmente presente e futuro, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento deste setor no Alentejo.
Mário Tomé
Presidente DA CÂMARA MUNICIPAL DE MÉRTOLA
Num lugar de história nasceu um projeto turístico assente no conhecimento consolidado do património cultural e natural em presença, na sua salvaguarda e testemunho às gerações vindouras e na sua posta em valor como recurso turístico ao serviço do desenvolvimento sustentável do território.
Atualmente o setor do turismo no concelho de Mértola, do lado da oferta compreende 114 estabelecimentos de alojamento: 88 estabelecimentos de alojamento local e 26 de alojamento turístico, que representam um total de 859 camas. No concelho há 29 unidades de restauração, 14 destas na vila de Mértola e operam 15 empresas de animação turística (RNT, 2025). A estruturação de produtos turísticos desenvolvida em grande parte pelo Município de Mértola, em articulação com a ERT Alentejo Ribatejo e os operadores turísticos do território centra-se em torno de 5 produtos estratégicos: o Turismo Cultural com génese no trabalho arqueológico desenvolvido, desde há décadas, no território e no projeto do Museu de Mértola Cláudio Torres que conferiu a Mértola uma notoriedade impar. Dentro do turismo cultural destaques no futuro para os projetos estruturantes de “Mértola, Património da Humanidade”, para o Hammam e Casa de Chá de Mértola inspirando na herança islâmica do território, para a internacionalização do Festival Islâmico de Mértola e para o novo Museu Romano de Mértola que acolherá, entre outro espólio, um importante conjunto escultórico romano recentemente descoberto durante escavações arqueológicas na vila de Mértola. No âmbito do turismo cultural ênfase ainda para o nicho do turismo industrial associado ao património mineiro da Mina e S. Domingos e à Faixa Piritosa Ibérica que lhe confere escala regional e transfronteiriça.
Outro produto de destaque é o Turismo de Natureza associado em grande parte à presença do Parque Natural Vale do Guadiana e que tem vindo a ser estruturado na sua dimensão mais generalista de experiência de contemplação e usufruto da natureza, biodiversidade e paisagem em presença (24 692 foi o número de pessoas que visitaram o Pulo do Lobo em 2024),cos como o da observação de aves que tem sido uma aposta do Município desde 2008 ou o do
MÉRTOLA, AINDA HÁ LUGARES ASSIM!
astroturismo com Mértola a integrar o territóriociado ao turismo de natureza ainda os nichos do vários itinerários pedestres e cicláveis no concelho, com realce para a GR 15 Grande Rota do Guadiana que une em vias pedestres e cicláveis uma faixa raiana de território entre Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim, Mértola
de 32 municípios da província.
Ainda interligado ao domínio do património natural, Mértola apresenta-se como a Capital Nacional da Caça e como uma referencia nacional no campo do Turismo Cinegético, como comprovam as cerca de 60 Zonas de Caça Turística que operam no concelho ou a Feira da Caça de Mértola que é já uma referencia ibérica no setor. O Turismo Náutico é outro produto do território

e Serpa, já com potencial de expansão para os territórios de Moura e Barrancos. Nos domínios do turismo da natureza, uma referencia ainda aos projetos estruturantes da Galeria da Biodiversidade de Mértola, futuro Centro Ciência Viva -
ção UNESCO de Geoparque, num processo que envolve do lado português o Município de Mértola, Serpa, Moura e Barrancos e do lado espanhol a Diputación de Huelva em representação
assente, desta feita, na presença estruturante do Rio Guadiana e da Praia da Tapada Grande da Mina de S. Domingos (Bandeira Azul, Praia Acessível e Praia Qualidade de Ouro). A Estação
integra a Rede Nacional de Estações Náuticas e compreende o polo de Mértola, Pomarão e Mina de S. Domingos, este último além da praia tem vindo a ser a base da promoção de uma oferta distinta de turismo desportivo associado às mo-
dalidades da canoagem e da natação em águas abertas. Para o futuro associado ao processo de melhoria da navegabilidade do rio está o projeto Sailing Guadiana de estruturação e internacionalização do nicho da náutica de recreio associada ao segmento de veleiros. Por ultimo referencia ao Turismo Gastronómico associado aos produtos endógenos de excelência potenciados por eventos como o Festival do Peixe do Rio, a Feira do Mel, Queijo e Pão ou a Feira da Caça de Mértola; com referencia ainda ao papel dos 29 restaurantes do concelho e ao emergente setor dos vinhos já com 7 produtores locais de excelência com grande potencial para o Enoturismo. E, neste campo, Mértola associa-se como parceira da candidatura do Baixo Alentejo a Cidade Europeia do Vinho 2026. Referencia ainda para o emergente Turismo Cientí-
Biológica de Mértola com destaque para o nicho dos nómadas digitais e para o lançamento próximo do Programa Sabáticas Mértola, programa de sabáticas destinado a recursos humanos alta-
De forma transversal considerar ainda na estra-
tégia municipal para o turismo os pressupostos da sustentabilidade, versados na candidatura
de Destino Turístico Sustentável; ao trabalho em rede com a ERT do Alentejo e Ribatejo, evidenciando-se o propósito de reforçar o posicionamento de Mértola no destino Alentejo, contribuindo com o aumento do número de visitantes, dormidas, tempos de estadia e proveitos económicos; à prossecução da escala supra local estruturando produtos turísticos em rotas regionais, nacionais e transfronteiriças como são o caso da participação de Mértola na Red de Medinas Ibéricas circuito de turismo halal e muslim-friendly; a Rede Nacional de Estações Náuticas; a rota Birds in Southern Portugal entre outras; e ainda o pressuposto do humanismo entendo o turismo como forma de criar laços vinculativos e emotivos ao território e de contribuir para uma sociedade mais plural, cosmopolita, coesa e próspera.
Na sua visão para o futuro entendemos MÉRTOLA como território integrado no destino Alentejo, assente numa forte identidade cultural, onde o setor do turismo se fortalece sobre uma base
sólida de conhecimento territorial alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Social da Agenda 2030 e contribui para a salvaguarda dos seus recursos endógenos (culturais e naturais).
de interação e integração do(a) turista com o meio e a comunidade garantindo a qualidade da sua experiência no destino. Nesta visão o Turismo contribui para qualidade de vida das populações residentes, para a produção de valor, prosperidade, resiliência, coesão social e desenvolvimento sustentável do território.

Leonel Rodrigues
Presidente da Câmara Municipal de Barrancos
Barrancos: Um Território Singular com Potencialidades Turísticas Incontornáveis
Um lugar único, marcadamente identitário, no coração da raia alentejana, onde Portugal se encontra com Espanha num diálogo secular de culturas, ergue-se Barrancos em plena Natureza. Barrancos como um território ímpar, profundamente marcado pela sua identidade própria, pelas suas tradições genuínas e por um património que atravessa gerações. Aqui, no extremo sudeste do Baixo Alentejo, vive-se um Alentejo autêntico, onde a história, a paisagem e a cultura se entrelaçam de forma indissociável.
Terra de sabores, onde o seu património de Denominação de Origem – Presunto e Paleta de Barrancos DOP se constitui como embaixador por excelência, produzido a partir de porco de raça alentejana e curado lentamente, com o saber acumulado de séculos, é uma iguaria de reconhecimento nacional e internacional. A ele juntam-se os enchidos como o catalão, o paio o salsichão, o queijo de cabra, o mel, o azeite, as migas, a açorda, doces tradicionais, todo um cabaz que faz a delícia de todos quantos se sentam à mesa em qualquer dos restaurantes e tascas desta Vila que encanta.
Terra de tradições, fruto da “hermanamiento” natural entre as gentes de um e o outro lado da fronteira, cuja máxima expressão acontece com o celebrar das Festas em Honra de Nossa
Senhora da Conceição e que representam um património imaterial de valor incalculável, onde a tradição da tourada com touros de morte, resiste, não como folclore, mas como expressão de uma identidade profundamente enraizada e preservada. Terra com idioma próprio, a nossa língua Barranquenha (dialeto) – é testemunho
Mas Barrancos é também um território de natureza e silêncio. O relevo acidentado, o coberto vegetal mediterrânico e o enquadramento natural proporcionado pela proteção ambiental e que oferecem um cenário ímpar para o turismo de natureza, para as caminhadas, para a obprocuram experiências autênticas e imersivas,
O Castelo de Noudar, isolado no cimo da colina, é dono de si próprio, é serpenteado pelos rios Ardila e Rio Múrtega. Noudar e Barrancos têmrístico de excelência, sustentado nos pilares da autenticidade, da cultura e da paisagem. Com um céu deslumbrante, reservando-se para as melhores condições para o turismo darksky. Barrancos e Noudar são, também, lugares de elevado interesse geológico, integrando o projeto do Futuro GeoPARK que percorre toda a Margem
Esquerda do Guadiana e a Serra de Huelva, em Espanha.
Estas são as nossas forças, o nosso valor e o noscoeso. No entanto, temos consciência de que o nosso desenvolvimento está condicionado por uma fragilidade estrutural que se arrasta há décadas: a falta de acessibilidades. O Município de Barrancos tem batalhado com determinação exterior, nomeadamente a ligação da EN285 à A26/IP8 (Beja) e a ligação pela EN386 à A6 (Évora). Esta é uma luta pela justiça territorial, pelo direito à mobilidade e, sobretudo, por condições impulsionar a economia local.
destino turístico de excelência, sustentado nos pilares da autenticidade, da cultura e da paisagem. Continuaremos a trabalhar com dedicação para que as potencialidades do nosso concelho sejam o melhor futuro e que as próximas gerações possam herdar um território de futuro, enraizado no melhor do seu passado.
Porque em Barrancos, o tempo é memória, o território é identidade, e o futuro é de oportunidades — se o continuarmos a conquistar com

Vitor Morais Besugo Coordenador da Delegação de Beja da ANAFRE
O turismo é, sem dúvida, um dos pilares mais promissores para o desenvolvimento do distrito Beja e das suas freguesias. A nossa região, com a sua riqueza histórica, cultural e natural, oferece uma experiência única que atrai cada vez mais visitantes. Contudo, o turismo vai muito além dos grandes números e da visibilidade das cidades. Ele está intimamente ligado à identidade e ao quotidiano das nossas comunidades, e é isso que queremos, como Delegação Distrital da ANAFRE em Beja, ressaltar: o turismo que não só movimenta economias, mas também preserva tradições e fomenta a coesão social.
As Freguesias têm um papel fundamental neste processo, porque é no contexto local que o turismo ganha a sua verdadeira força. O objetivo não é apenas promover Beja e as suas freguesias como destinos turísticos, mas também garantir que o desenvolvimento do setor seja feito
diretamente as populações locais. O turismo, quando bem planeado e gerido, pode ser uma poderosa ferramenta de valorização das freguesias, das suas tradições, e das suas identidades.
Nos últimos anos, temos assistido a um aumento do interesse pelo turismo de proximidade. O distrito Beja, com a sua paisagem alentejana, a sua história, o património arqueológico, as praias de Odemira, e o acolhimento caloroso das suas gentes, tornou-se num destino cada vez mais procurado. Mas, mais importante ainda, é o turismo que se baseia nas experiências autênticas e nas histórias locais, que envolvem os turistas de uma maneira muito mais profunda do que as ofertas turísticas tradicionais. A gastronomia, o artesanato, as festas e eventos locais, o cante alentejano, a convivência nas praças e mercados, tudo isso faz parte do que somos e do que queremos mostrar aos outros.
Para as freguesias, o turismo é uma oportunidade de gerar emprego e rendimento, mas também de fortalecer a autoestima comunitária e de -
mental que esse desenvolvimento aconteça de forma equilibrada. A Delegação Distrital da ANAFRE defende que o turismo deve ser inclusivo,
O PAPEL DAS FREGUESIAS NO TURISMO DO DISTRITO DE BEJA

em mente a preservação dos recursos naturais e culturais. A sustentabilidade é uma das chaves para garantir que o turismo seja uma fonte contínua de bem-estar para as comunidades e não uma ameaça aos seus modos de vida.
Neste sentido, é necessário apoiar as freguesias na construção de uma oferta turística que se alinha com as suas realidades, as suas necessidades e os seus recursos. O desenvolvimento do turismo no distrito de Beja deve ser feito com um olhar atento àquilo que cada freguesia tem para oferecer, respeitando a sua singularidade e favorecendo o envolvimento das pessoas. Nesse processo, é essencial fomentar a colaboração entre os diferentes agentes locais – autarquias, associações, empresários e comunidade – para que as estratégias de desenvolvimento turístico
Mas o turismo também não pode ser pensado apenas em termos de infraestrutura e promoção. O capital humano é fundamental. O que torna uma freguesia atraente para os turistas não são apenas os monumentos ou as paisagens, mas também as pessoas e as suas histórias. É por isso que a formação e capacitação das populações locais, no que diz respeito ao turismo, são tão importantes. Saber receber bem, contar a história da terra, partilhar os saberes e fazer do turismo uma oportunidade para a geração de
emprego e desenvolvimento local é algo que devemos trabalhar e incentivar.
mas de promover uma forma de turismo que respeite e valorize o património, a cultura e os recursos locais, ao mesmo tempo que cria mais e melhores condições de vida para as nossas comunidades.
À medida que o turismo se expande, é vital mantermos o foco no que realmente importa: a qualidade de vida das nossas freguesias e o seu bem-estar social. O turismo é uma janela para o mundo, mas também uma oportunidade para reforçarmos a nossa identidade e os nossos valores. Que possamos, então, aproveitar o potencial do turismo para criar um futuro próspero e sustentável, onde todos, tanto os residentes quanto os visitantes, se sintam bem-vindos e enriquecidos pela experiência.
O futuro do turismo no distrito de Beja está nas mãos de todos nós – autarquias, empresários, e, claro, a população local. Trabalhar juntos é a chave para garantir que o turismo seja um motor da autenticidade que o distrito Beja e as suas freguesias têm para oferecer. Que o turismo seja um caminho para a valorização e promoção da nossa cultura, da nossa história e, sobretudo, das nossas pessoas.
MARCELO GUERREIRO
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE OURIQUE
No coração do Baixo Alentejo, há um concelho que respeita as suas raízes e que constrói, passo a passo, um futuro com ambição, sustentabilidade e identidade. Esse concelho é Ourique. O turismo é hoje uma das grandes forças económicas de Portugal, representando 16,5% do Produto Interno Bruto em 2023 e contribuindo para quase metade do crescimento económico nacional. No Alentejo, o impacto do turismo tem
za o que temos de mais autêntico — a paisagem, o património e as nossas tradições. É neste contexto nacional e regional que o Município de Ourique integra o turismo como uma das peças-
Sempre acreditei que o turismo é muito maisprojeção estratégica. É naquilo que nos distingue — o património natural e arquitetónico, os saberes, os sabores, a gastronomia, as gentes e a história — que reside a base de uma proposta turística única, autêntica e com alma. A nossa aposta no turismo assenta em três eixos
Apoio e concretização de projetos estruturantes. Valorização e promoção dos recursos endógenos e do património.de do território.
estrelas na Herdade da Torre Vã. É um projeto ambicioso, mas profundamente alinhado com olência, genuíno e com enorme potencial de atra-internacional. estruturantes. E é aqui que entra o projeto de dos últimos anos, com impacto direto no refor-
OURIQUE:
IDENTIDADE, VISÃO E TURISMO COM ALMA
Ao mesmo tempo, temos assistido a um cresci-
dades de alojamento local.
quilidade, pelas paisagens, pela gastronomia
formas de explorar e sentir o território — com
De assinalar também as dezenas de festas tradicionais e religiosas em todas as freguesias, eda do desporto de natureza, como os Trilhos da caminhos do nosso território.
dedorismo assume um papel fundamental. criou o programa Ourique Empreende 2025,

Querem estar em comunhão com a natureza, e
Na essência do que somos, está a capacidade de celebrar a nossa identidade. E é isso que fa-
Bolota e do Medronho, o arrojado Rali do Porcodo Porco Alentejano.
o nosso concelho oferece um património riquís-
rismo e fortalecer a economia local. Este projetonamizar micro e pequenas empresas e estimular a criação de emprego. para o turismo — destaco a decisão da Infraestruconcurso público de 510 mil euros e um prazo
ria histórica.
típicas espalhadas pelas freguesias, Ourique guarda memórias milenares e paisagens intoca-
Ourique. O turismo é parte do caminho — mas fortalecer a identidade e construir o futuro do concelho.
FÁTIMA CARVALHO
PRESIDENTE IPBEJA
O Instituto Politécnico de Beja no âmbito das suas atividades letivas e de investigação constitui-se como polo de atração e de divulgação da região. Cada investigador, cada estudante nacional e internacional que o IPBeja recebe, torna-se potencialmente um seu embaixador. Torna-se um embaixador ao levar consigo um historial de vivências e de memórias disfrutadas. Durante a sua estadia e ao regressar, certamente partilhará estas memórias com os seus amigos e familiares, promovendo, deste modo, a cidade e a região nos seus países de origem e nas regiões de
De salientar, primeiramente, com um destaque muito especial, as potencialidades que os estudantes nacionais que escolhem o IPBeja para a obtenção do seu diploma de ensino superior, representam e que normalmente é ignorada. Eles tornam-se os embaixadores do IPBeja, como alumni, da cidade e da região durante toda a sua vida e, por isso, a região deve dar-lhe especial relevância, pois potencialmente serão um dos grandes motores de desenvolvimento regional.
Por outro lado, o IPBeja conta com uma elevada percentagem de estudantes internacionais, 17%, que escolheram o IPBeja para a obtenção de um título de ensino superior em língua portuguesa e que permanecem pelo menos 3 anos na Instituição, onde se potenciam como exce-
Instituto Politécnico de Beja como motor do Turismo na Região
lentes embaixadores do IPBeja e da região. Adicionalmente, como motor de atração internacional no IPBeja, destaca-se a oferta formativa em língua inglesa: cursos de curta duração, módulos em língua inglesa, estágios internacionais em empresas da região e as duplas titulações. Por esta via, anualmente o IPBeja atrai algumas centenas de professores, técnicos e estudantes
ERASMUS.
A recente aprovação da universidade europeia, HEROES, onde o IPBeja é uma das 9 universidades num Universo de 120 mil estudantes permitirá, o incremento futuro da mobilidade de estudantes, docentes e investigadores para o IPBeja e consequentemente para a região. Internamente a construção da nova Residência de Estudantes, um projeto de 17 milhões de Euros, tornou-se um pilar potenciador de captação de projetos, de estudantes e de investigadores e irá dotar o IPBeja e a região, com mais 503 camas de elevada qualidade e a preços reduzidos. Para além disso, o IPBeja tem um vasto leque de parcerias Internacionais com Universidades quer europeias quer fora da Europa, tendo nos últimos anos estreitado a sua relação com universidades da CPLP, nomeadamente a Universidade de Luanda e de São Tomé e Príncipe, com a qual aumentou a mobilidade destes países para o IPBeja.
No que concerne à oferta formativa, o IPBeja
na área de turismo e, por isso, possui uma oferta formativa nesta área, em três diferentes níveis: uma licenciatura e uma Pós-graduação.
O CTESP em Informação e Comercialização Turística, pretende formar técnicos para dar resposta regional em alinhamento com a Estratégia e o plano operacional de turismo do Alentejo e formar técnicos com competências na área do atendimento, informação turística e comunicação com o turista, promoção e Marketing e estratégias e ações de promoção e comercialização online.
A Licenciatura em Turismo pretende dotar licenprodutos e atividades turísticas, alicerçado num reforço de unidades curriculares que visam incentivar a criação do próprio negócio.
A Pós-Graduação em Turismo Sustentável ministrado, procura responder às necessidades de -
e aplicado, ministrado através de visitas de estudo, realização de aulas em empresas, participação e organização de seminários, contacto com aplicações informáticas no sector, participação e apoio a eventos organizados pelo sector público e privado de turismo.


