Especial Terceira Idade

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ESPECIAL

TERCEIRA

Parte integrante do ANO XXIV | Nº 298 | SETEMBRO DE 2017

IDADE REVISTA DIRIGIDA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

OS IDOSOS BRASILEIROS SÃO ATIVOS E POTENCIAIS CONSUMIDORES

MUITAS VEZES O PACIENTE BUSCA MAIS DO QUE UM PRODUTO, ELE QUER ATENÇÃO

VIVENDO MAIS E MELHOR Os idosos são os maiores usuários dos serviços de saúde no Brasil, incluindo os das farmácias. Longevidade demanda cuidados e produtos específicos

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EDITORIAL

EXPEDIENTE

No dia 1º de outubro, é celebrado o Dia Nacional do Idoso. O que se espera em datas como essas é que aumentem discussões que façam enaltecer a importância do envelhecimento pleno e respeitoso para essa fatia da população. No Brasil, debates com esse enfoque tornam-se ainda mais urgentes, tendo em vista a realidade dos idosos por aqui. Os percalços na saúde pública e a baixa renda advinda da aposentadoria fazem com que boa parte dessas pessoas passe essa fase da vida com as dificuldades mais diversas. Junto com o aumento do número de idosos, há também o crescimento exponencial da expectativa de vida. Ainda segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1990, os brasileiros viviam, em média, até os 66 anos de idade. Em 2000, esse número passou para 69,8 anos; em 2017, para 76 anos; e, em 2050, as projeções indicam para uma média de 81 anos. Mas não pense você apenas naquele idoso debilitado, que não se exercita mais, nem participa de eventos sociais ou não realiza suas compras rotineiras. O cenário está bem diferente disso. Hoje, esse público é extremamente ativo, cheio de desejos e planos e sai às ruas para se divertir, comer, comprar, viajar, entre outras atividades. Obviamente algumas patologias crônicas fazem parte do seu dia a dia, mas com a correta administração dos fármacos, a qualidade de vida se torna cada vez melhor. Além disso, a maioria quer se manter com a aparência jovial, buscando por produtos que atuem na pele. Por isso, a Contento Comunicação preparou este Especial Terceira Idade. O objetivo é preparar farmácias e drogarias para atender a todas as demandas impostas por essa nova demografia. Cabe ao farmacêutico, o papel da prevenção e da orientação de tratamentos, que ele é capaz de absorver. Além de um aliado da população, esse profissional exerce uma função estratégica de estreitar os vínculos entre o paciente e a classe médica, contribuindo para ampliar o acesso à saúde e desafogar a rede pública. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins

ASSISTENTE DE ARTE Giulliana Pimentel DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING E PROJETOS Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues PROJETO GRÁFICO Junior B. Santos

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Kathlen Ramos Revisão Maria Elisa Guedes IMRESSÃO Prol Gráfica

> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Terceira Idade é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

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EDITOR DE ARTE Junior B. Santos

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ENVELHECIMENTO PROMISSOR

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo


SUMÁRIO SUMÁRIO 6 PANORAMA Até 2060, a população da terceira idade deve ser maior do que 33% no Brasil. Saber qual sua expectativa de vida, cuidados com saúde, renda, doenças mais recorrentes e outros detalhes é essencial para entender este público cada vez mais presente no dia a dia do varejo farmacêutico

10 CONJUNTURA

06 14 ATENÇÃO FARMACÊUTICA 4

De modo geral, os idosos usam múltiplos medicamentos, especialmente aqueles com doenças crônicas. O papel do farmacêutico é extremamente relevante no auxílio da administração desses fármacos, para ajudar a diminuir os riscos de interações e reações

18 ATENDIMENTO Para oferecer um atendimento adequado, as farmácias necessitam de uma equipe preparada para se relacionar com os idosos que, usualmente, demandam mais atenção, diálogo e solução de dúvidas

20 BELEZA Diferente daqueles de antigamente, quem hoje chega à terceira idade quer se cuidar. Ter produtos específicos para eles e saber orientá-los no uso é crucial para ajudá-los não somente em sua saúde, mas também no bem-estar

SAÚDE 22 • Disfunção erétil 24 • Problemas de visão 26 • Hipertensão 27 • Diabetes 28 • Perda dos dentes 30 • Incontinência urinária 32 • Osteoporose

O envelhecimento da população já é uma realidade. Mas as farmácias já estão preparadas para lidar com essa fatia do público? As clínicas farmacêuticas são destaque nesse cenário, ajudando o público idoso em seus tratamentos de saúde

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IDADE

PANORAMA

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6

NOVOS IDOSOS NO BRASIL ECONOMICAMENTE ATIVOS, PARTICIPANDO DA RENDA DA FAMÍLIA E CUIDANDO MAIS DA SAÚDE PARA UMA LONGEVIDADE COM QUALIDADE DE VIDA. ENTENDA O PERFIL DESSE PÚBLICO NO PAÍS TEXTOS: KATHLEN RAMOS

Q

uando a palavra “idoso” surge, ainda é difícil separá-la do estereótipo da bengala, dos cabelos brancos, da inatividade e da doença. Entretanto, uma boa parcela da população do País com mais de 60 anos de idade mostra que esse conceito mudou.

Mesmo com a aposentadoria, eles têm uma vida ativa, muitos deles trabalham (e também são responsáveis pela renda do lar), têm momentos de lazer e prezam pela saúde e qualidade de vida. Hoje, o que se vê é uma população idosa significativa e com hábitos alterados em relação aos IMAGENS: SHUTTERSTOCK


GRANDES DESAFIOS PARA O MERCADO

MAIS ATIVOS DO QUE NUNCA Os idosos brasileiros têm mostrado ao País que esses anos a mais de vida constatados pelas estatísticas são aproveitados em plena atividade. “Uma pesquisa recente indica 33,9% dos idosos

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7 como economicamente ativos. Considerando os aposentados que têm entre 60 e 70 anos de idade, o percentual dos que trabalham sobe para 42,3%”, comenta o coach de carreira e negócios, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e sócio da Alfa Centauri Coaching, Edgard Pitta de Almeida. A pesquisa citada pelo especialista foi desenvolvida em 2016, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e, mostra que a principal justificativa para os idosos se manterem ativos é o complemento da renda, uma vez que a aposentadoria não é o suficiente para pagar as contas (46,9%). “Dois em cada dez (23,2%) idosos continuam trabalhando para manter a mente ocupada e 18,7% para se sentirem pessoas mais produtivas na sociedade. Além disso, 9,1% alegaram não ter parado de trabalhar para poder ajudar os familiares financeiramente”, acrescenta. O mesmo levantamento também mostra a participação que os idosos exercem, hoje, na renda familiar: nove em cada dez (95,7%) idosos contribuem ativamente para o sustento financeiro da casa, sendo que, em mais da metade dos casos (59,7%), eles são os principais responsáveis.

SETEMBRO

antigos idosos. Boa parte dessa realidade se dá pela melhora das condições gerais da população que, hoje, tem mais acesso à saúde, a medicamentos e à informação, quando comparado com décadas atrás, embora a realidade ainda esteja bem longe da ideal. “Mesmo com toda a dificuldade que o Brasil tem enfrentado, o acesso à saúde, educação, ao trabalho e saneamento básico ajudou na melhoria de conduções de vida da população. A mortalidade também cai com a introdução de vacinas e antibióticos. Fatos como esses fazem com que a vida do brasileiro tenha melhorado, aumentando, assim, a expectativa de vida”, analisa o pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira. Esse novo cenário demográfico do Brasil já pode ser comprovado por números e projeções. Segundo o levantamento Estudos e Análises – Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI, desenvolvido em 2015, pelo IBGE, o segmento populacional que mais aumenta é o de idosos, com taxas de crescimento de mais de 4% ao ano no período de 2012 a 2022. Esse levantamento aponta que a população com 60 anos ou mais de idade passou de 14,2 milhões, em 2000, para 19,6 milhões, em 2010, devendo atingir 41,5 milhões, em 2030, e 73,5 milhões, em 2060. Oliveira afirma, ainda, que, em 1991, a expectativa de vida era de 66 anos; em 2000, de 69,8 anos; em 2017, é de 76 anos; e em 2050, será de 81 anos. Espera-se, para os próximos dez anos, um incremento médio de mais de um milhão de idosos anualmente, segundo o IBGE. No mesmo compasso, a queda da participação das pessoas de 0 a 14 anos de idade na população tem sido mais expressiva, passando de 26,5%, em 2005, para 21% em 2015. Há, ainda, um declínio observado no grupo de 15 a 29 anos de idade, que foi de 27,4% para 23,6% no mesmo período.

O envelhecimento dos brasileiros traz três grandes desafios para o País, sendo que o primeiro deles é a saúde, na visão do pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira. “A expansão demográfica traz, com ela, uma transição epidemiológica. Como processo natural do avanço da idade, aumentam-se os casos de doenças degenerativas e crônicas, bem como os casos de câncer. É uma realidade para a qual o Brasil precisa se preparar”, analisa. Para ele, outro ponto de atenção é o de cuidado com os idosos. “Precisa-se treinar e capacitar pessoas que atuem como cuidadores”, diz. Outro grande desafio é o da reforma da previdência que, hoje, encontra-se em plena discussão. “É preciso encontrar meios para que a previdência social não penalize a população idosa mais pobre”, finaliza Oliveira.


PANORAMA PERFIL DO PÚBLICO IDOSO NO BRASIL

LONGEVIDADE: o quantitativo de idosos no País alcançou

14,3% da população geral, ou seja, 29,3

milhões de pessoas. Nesse grupo, o que mais expressivamente cresce é o de idosos longevos, de 80 anos de idade ou mais. De acordo com as estimativas, em

2030,

QUALIDADE DE VIDA: o percentual de idosos, que autoavaliaram sua saúde como boa ou mui-

48,4%, para aqueles de 60 a 64 anos de idade; 44,2%, para idosos com 65 a 74 anos de idade; e 39,7%, para

to boa, varia de

o número de brasileiros com 60 anos de idade ou mais

as pessoas de 75 anos ou mais de idade1.

ultrapassará o de crianças de 0 a 14 anos de idade . 1

LIMITAÇÕES: a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) investigou as limitações funcionais que as pessoas de

HOMENS X MULHERES: existem, aproximadamente,

60 anos ou mais de idade enfrentavam para realizar, sozinhas, suas atividades básicas de vida diária, como:

2013, 6,8% das pessoas de 60 anos ou mais de idade

comer, tomar banho e outras. No Brasil, em

80 homens para cada 100 mulheres,

resultado dos diferenciais de mortalidade entre os sexos, cujas taxas para a população masculina são sempre maiores do que aquelas observadas entre as mulheres2.

IDADE

tinham limitação funcional para essas atividades1.

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MORTALIDADE: entre 2000 e 2030, a mortalidade CAUSAS DE INTERNAÇÃO: entre pessoas com mais de 60 anos de idade, em

2016, no Sistema

na faixa de 60 a 90 anos de idade tende a declinar em todo o Brasil. Em Santa Catarina, a taxa de mor-

880,2%, passará 641,1%, em 2030, isto é: 239 pessoas para

Único de Saúde (SUS), os principais motivos de

talidade, em 2000, que era de

internação foram doenças do aparelho circula-

a ser

tório (660.409), doenças do aparelho respiratório

cada mil, que até então não conseguiam atingir os

(404.777), neoplasias (311.413) e doenças do

90 anos de idade, passarão a alcançar essa idade2.

aparelho digestivo (288.218). Em 2016, as internações de idosos no SUS totalizaram 2.822.3641.

USO DE MEDICAMENTOS: mais de

39 milhões de

pessoas acessaram o Programa Farmácia Popu-

lar desde a implementação da gratuidade dos medicamentos para o tratamento de hipertensão e diabetes, em fevereiro de 2011. Os idosos são os mais beneficiados, pois representam em torno de

54% do total atendido mensalmente . 1

Fontes: 1. Ministério da Saúde (MS); 2. Estudos e Análises – Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – 2015; 3. Pesquisa Nova Terceira Idade, desenvolvida pela 5WBrazil Pesquisa Qualitativa de Mercado e realizada em abril de 2017, em São Paulo (SP); 4. Pesquisa desenvolvida pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) – 2016


82,9%), compromissos com serviços de luz (73,6%) e telefonia (47,2%), além de despesas com produtos de higiene (44%) e saúde, tais como medicamentos, exames e médicos (41,2%) PRINCIPAIS GASTOS: alimentação (

são os gastos mais frequentes entre os brasileiros que têm acima de 60 anos de idade4.

GANHOS EMOCIONAIS DA TERCEIRA IDADE: entre idosos com 60 a 70 anos de idade, eles consideram os principais ganhos da idade: a liberdade (disponibilidade de tempo, tempo para o lazer, motivação para viver melhor, fazer o que gosta); maturidade (experiência, sabedoria, dizer o que pensa, convicção nas decisões, firmeza positiva, confiança, clareza); aceitação (amor pela vida, alegria de ser quem é, consciência de que precisa se cuidar/cuidar da saúde); redenção (usufruir de direitos, impor-se); tranquilidade

HOBBIES: entre idosos com 60 a 70 anos de ida-

(paciência, compreensão, aprender a não julgar, menos

de, de forma geral, os principais são cozinhar e

ansiedade, positividade e espiritualidade); realização

praticar artesanato. Variando entre as classes so-

(dever cumprido); doação (servir, ser útil, compartilhar)3.

ciais, também são hobbies, leitura, yoga, fotografia, trabalho voluntário, caminhar, entre outros3. LAZER: entre idosos com 60 a 70 anos de idavisitar ou sair junto com familiares ou amigos;

praticamente metade é de casados, morando com o/a

viajar para a casa de praia; e comer fora. Tam-

esposa/marido; e a outra metade é de divorciados. Uma minoria

bém são formas de lazer, passeios em parques

são viúvos e moram sozinhos. Alguns também residem com a

ou shoppings, cinema, teatro, shows e clubes3.

mãe/pai ou sogro/a e cuidam dos mais velhos da família. Filhos solteiros (muitos já acima dos 30 anos de idade) ou divorciados residem na casa dos pais. Também há quem viva com os netos3.

STATUS DE TRABALHO: entre idosos com 60 a 70 anos de idade, a maioria é de aposentados e boa parcela ainda segue ativa profissionalmente. Os não aposentados (+ homens das classes AB1) continuam atuando no mercado de trabalho formal ou informalmente3.

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ESTRUTURA FAMILIAR: entre idosos de 60 a 70 anos de idade,

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de, as principais formas de lazer são: receber,


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FARMÁCIAS NA ERA DA LONGEVIDADE JUNTO COM O ENVELHECIMENTO, CHEGA A NECESSIDADE DE MAIS CUIDADOS COM A SAÚDE, FAZENDO COM QUE FARMACÊUTICOS SE TORNEM PRESENTES NA VIDA DO PÚBLICO IDOSO. ENTENDA O QUE ELES ESPERAM DO ATENDIMENTO

O

envelhecimento da população brasileira é uma realidade e o País inteiro precisa se mobilizar para entender as demandas desse público, que traz desafios em todas as esferas. “Temos uma população que envelhece mal e um dos motivos está diretamente ligado à prevenção de doenças. As pessoas comem mal, dormem mal, não fazem atividade física e chegam aos 60 anos de idade com problemas

que poderiam ser facilmente evitados se tivessem tido hábitos saudáveis”, analisa a geriatra do Hospital Santa Paula, Dra. Maristela Soubihe. O fato é que o Brasil precisa envelhecer melhor porque o idoso de hoje não segue mais o estereótipo do “vovô velhinho”. “É possível ter uma vida ativa dos 60 aos 75 anos de idade, cheia de projetos e saúde. Diferentemente das gerações anteriores, as doenças comuns do envelhecimento, IMAGENS: SHUTTERSTOCK


COMO CONQUISTÁ-LOS? Os idosos constituem a fatia da população que mais consome consultas e exames e sofre internações hospitalares mais frequentes, a um custo maior. São, portanto, os maiores usuários dos serviços de saúde, incluindo as farmácias. “Na visão da Febrafar, posso afirmar, sem dúvidas, que esse sempre foi um público prioritário. Pode-se dizer que o mercado farmacêutico é um dos poucos que não sofre o efeito da crise que afeta o País, e um dos fatores que são determinantes para isto é o crescimento do número de idosos que possibilita um mercado muito forte”, constata Tamascia.

Um dos destaques recentes entre as redes de farmácias têm sido os serviços farmacêuticos, que visam melhorar a gestão da medicação e das condições crônicas mais comuns na terceira idade, como, por exemplo, a hipertensão, o diabetes e o uso simultâneo de vários medicamentos. “A inserção da Atenção Farmacêutica (consultórios farmacêuticos) nas farmácias vai crescer de forma profissionalizada vertiginosamente neste e nos próximos anos, por iniciativa dos estabelecimentos farmacêuticos, normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estímulo dos Conselhos Regionais de Farmácias (CRFs)”, prevê a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Nas farmácias que dispõem desses serviços, os clientes idosos passam a ter cuidados superiores, com mais acesso ao farmacêutico e uma frequência maior de avaliações de saúde e acompanhamento. “Estamos preocupados em ajudar a população idosa a aderir melhor ao seu tratamento, melhorando o controle dessas doenças e a qualidade de vida”, sinaliza o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto. Neste segundo trimestre do ano, em comparação com os três meses anteriores, o número de estabelecimentos que implementaram o modelo de assistência farmacêutica no País saltou de 605 para 858, um crescimento de 42%. Pelo conceito, as farmácias tornam-se verdadeiros centros de orientação clínica e ampliam a atenção básica de saúde aos brasileiros. O volume total de atendimentos nos três primeiros meses deste ano chegou a 143.940, realizados por 1.733 farmacêuticos. Dos estabelecimentos, 85% oferecem serviços a pacientes com hipertensão arterial e diabetes e 84% mantêm programas para gestão do peso e parar de fumar, entre outros serviços. “Em breve, teremos farmácias oferecendo vacinação e uma gama mais expressiva de exames rápidos. Podemos esperar um crescimento expressivo do número de farmácias com esses serviços clínicos nos próximos anos”, revela Mena Barreto.

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SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DIFERENCIADA

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como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares, podem ser tratadas com mais facilidade, o que significa mais tempo de vida”, acrescenta. Diante dessa urgência, o canal farma não só pode como deve contribuir para o envelhecimento ativo e com saúde. Para o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, as farmácias se encontram bastante à frente no atendimento desse público, já que trabalham, prioritariamente, com os idosos. “Esse é o público que tem uma maior assiduidade nas lojas, devido à demanda maior de tratamentos e uso de medicamentos”, justifica. Por isso, o envelhecimento do País, que cresce gradativamente ao longo dos anos, tem sido muito bem absorvido por esses canais. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, as grandes redes estão atentas a este cenário, buscando melhorar a qualidade de seus serviços, a fim de aproximarem-se, cada vez mais, da necessidade da população idosa. A Abrafarma, por exemplo, reuniu, no ano passado, os dirigentes das redes de farmácias afiliadas para uma missão internacional no Japão. O objetivo foi buscar inspiração nas práticas farmacêuticas daquele país, que possui uma das maiores taxas de envelhecimento do planeta. “A discussão que adveio da série de visitas é que temos de avançar mais para entender as demandas dessa fatia de público”, conta o executivo. A mesma busca por excelência no atendimento tem sido meta nas farmácias associadas à Febrafar. “Temos dado todo suporte de expertise para melhorias nesses canais. Passamos, a elas, os melhores entendimentos referentes a trabalhar o melhor espaço para recepção, com corredores espaçosos e locais para sentarem. Também são incentivadas ações promocionais dirigidas a esse público e para possibilitar o melhor acesso aos medicamentos de uso contínuo”, mostra Tamascia.


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Em paralelo a isso, esse público pode ser considerado influenciador no seu convívio familiar e/ou profissional. “Eles podem compartilhar da experiência que tiveram na drogaria com outras pessoas, promovendo ou não o estabelecimento de saúde”, pondera o farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias. A melhor forma de buscar a fidelidade com essa fatia da população é se concentrar em entender seus problemas e necessidades e oferecendo soluções sob medida, que reduzam os custos com a saúde, ao mesmo tempo em que melhoram sua qualidade de vida. “A farmácia é um estabelecimento muito presente no dia a dia do idoso, e o farmacêutico está em uma posição absolutamente privilegiada para fazer parte da vida dessas pessoas”, pondera Mena Barreto. Assim, oferecer vantagens no cartão fidelidade e até mesmo serviços farmacêuticos se constitui, sem dúvida, como ótima alternativa, mas não é o único caminho. É preciso ir além. A acessibilidade na loja, o acolhimento e conforto no atendimento e a oferta de produtos específicos para esse momento de vida também são fundamentais. “O bom atendimento é uma necessidade para quem quer conquistar esse público. É necessário que se tenha um carinho extra e, para isto, é preciso não apenas atender, mas entender suas necessidades”, opina Tamascia, da Febrafar, acrescentando que o preço também é um pilar importante para a conquista desse consumidor. “Pesquisas que realizamos apontam que o preço é um dos principais fatores de compra nas farmácias. Nesse ponto, é importante que se pense em clubes de fidelidade, descontos especiais para idosos e em outras formas para oferecer um custo diferenciado”, sugere o executivo da Febrafar.

“A IDADE ESTÁ NA CABEÇA” Os idosos constituem um grupo bastante heterogêneo. Há, sem dúvida, os mais dependentes e que precisam de atenção especial, mas também há uma grande parcela de pessoas que mantém a vida plenamente ativa e, apesar da idade, não se vê ou gosta de ser tratada como idosa. Para eles, o dito popular ‘a idade está na cabeça de cada um’ torna-se perfeito para descrever a realidade daqueles que ultrapassaram os 60 anos de idade, mas sentem-se com muitos anos a menos. A diretora executiva da 5WBrazil Pesquisa Qualitativa de Mercado, Carla Vasques, desenvolveu, recentemente, um estudo qualitativo, denominado Nova Terceira Idade, que entrevistou idosos entre 60 e 70 anos de idade, em São Paulo (capital).

O CANAL FARMA NÃO SÓ PODE COMO DEVE CONTRIBUIR PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO E COM SAÚDE. AS FARMÁCIAS SE ENCONTRAM BASTANTE À FRENTE NO ATENDIMENTO DESSE PÚBLICO, JÁ QUE TRABALHAM, PRIORITARIAMENTE, COM OS IDOSOS No levantamento, realizado em abril deste ano, ela identificou alguns insights que podem ser aplicados para aqueles que atuam no atendimento do público idoso. “Quando pensamos nos idosos, o que geralmente vêm em mente são pessoas dependentes e debilitadas. Mas os idosos desta nova geração não são e não se enxergam dessa forma. Eles querem, sim, ser bem atendidos, mas não querem ser tratados como debilitados, frágeis e sensíveis”, argumenta. Portanto, o ponto de venda (PDV) deve ter atenção especial para não desagradar. Algumas farmácias investem, por exemplo, no “Cantinho do Idoso”, como forma de concentrar, num mesmo espaço, todo o mix de produtos que possa fazer parte da realidade desse público. Mas nem sempre essa conotação é a mais adequada. Algumas indústrias sugerem, por exemplo, sinalizar essa área como Espaço Sênior, ou algo similar. “Identificamos, pela pesquisa, que ‘terceira idade’ e ‘idoso’ são termos depreciativos para eles. São nomenclaturas que os remetem à inutilidade. Como boa parte é plenamente ativa, esse tipo de tratamento os incomoda muito”, alerta Carla. A famosa empurroterapia também é uma prática malvista por essa fatia da população. “Especialmente entre os homens, detectamos que eles detestam atendimento invasivo ou vendedores empurrando produtos. Essa prática sugere que eles perderam a competência de tomar as próprias decisões. Também não gostam do tratamento bajulador, ou expressões no diminutivo, que remetem à fragilidade”, detectou a especialista. Segundo ela, o bom atendimento, para eles, pode vir por meio da informação. “Muitos deles têm mais tempo no dia, por isso, gostam de aprender. Portanto, pode-se investir em atendimentos no estilo de consultoria, sem bajulação. Dessa forma, consegue-se uma abordagem respeitosa e atenciosa e, ao mesmo tempo, instrutiva”, resume Carla.



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ATENÇÃO FARMACÊUTICA

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TRATAMENTOS CONCOMITANTES O USO DE MÚLTIPLOS MEDICAMENTOS É UMA PRÁTICA COMUM EM IDOSOS. ENTRETANTO, ESSA REALIDADE PODE TRAZER UMA SÉRIE DE RISCOS QUANDO NÃO HÁ ORIENTAÇÃO MÉDICA OU FARMACÊUTICA

O

uso simultâneo de vários medicamentos, visando ao tratamento de diversas enfermidades, é algo que faz parte da vida de boa parcela de idosos no País. Mas essa realidade exige uma série de cuidados, uma vez que o uso de inúmeras medicações ao mesmo tempo pode levar a interações ou reações indesejáveis. “Com a fragmentação da medicina e a ausência de um prontuário único no sistema de saúde do

Brasil, percebe-se um elevado índice de associações incorretas de medicamentos”, adverte o coordenador do curso de Farmácia e coordenador da pós-graduação em Prescrição Farmacêutica e Farmacologia Clínica da Universidade São Camilo, prof. Valter Luiz da Costa Júnior. Nesse cenário, torna-se, mais uma vez, fundamental o papel do farmacêutico, que precisa estar tecnicamente capacitado em relação à administração IMAGENS: SHUTTERSTOCK


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS As interações medicamentosas, quando clinicamente relevantes, podem tanto reduzir a eficácia terapêutica, quanto promover agravamento de uma situação clínica, o que compromete a segurança dos pacientes, segundo explica Costa Júnior. Ele cita como exemplo o uso concomitante de espironolactona (diurético) e enalapril (anti-hipertensivo). “Essa prática pode ocasionar o aumento dos níveis séricos de potássio (hipercalemia) e suas consequências, como arritmias cardíacas, tonturas, confusão mental e parestesias, principalmente em pacientes idosos”, alerta. Outro exemplo é o uso de insulina ou de fármacos antidiabéticos do grupo das sulfonilureias (que estimulam a liberação de insulina), como a glibenclamida, em pacientes que utilizam propranolol (anti-hipertensivo). “Nesses casos, há risco de hipoglicemia e o problema poderia ser minimizado por meio de uma escolha mais racional do anti-hipertensivo”, comenta.

REAÇÕES ADVERSAS O aparecimento de reações adversas independe do número de medicamentos utilizados pelo usuário. Entretanto, a probabilidade aumenta quando o número de substâncias usadas também se eleva. Costa Júnior mostra um exemplo desta realidade. “O uso concomitante do diurético hidroclorotiazida e o do anti-inflamatório prednisona aumenta a probabilidade da ocorrência de hiperglicemia”, constata.

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de medicamentos, ao perfil das doenças que mais frequentemente acometem pessoas dessa faixa etária e às formas mais adequadas para o seu tratamento. “O farmacêutico deve, sempre que possível, esclarecer as ações e os benefícios dos medicamentos no tratamento de sua doença. Além disso, é importantíssimo se colocar no lugar do idoso para entender seus anseios e dificuldades. Demostrar empatia e conhecimento aumenta a confiança do paciente no tratamento e melhora a adesão ao tratamento”, resume. Cabe ao profissional da farmácia realizar o acompanhamento dos pacientes para que todas as substâncias prescritas e os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) sejam avaliados. Para facilitar esse processo, o especialista da Universidade São Camilo aconselha a elaboração de um cadastro dos pacientes, a fim de proporcionar a Atenção Farmacêutica aos grupos submetidos aos maiores riscos relacionados aos medicamentos. Entre eles, os idosos. Acompanhe, a seguir, alguns riscos inerentes ao uso de medicamentos e auxilie essa fatia da população.

As farmácias podem realizar, nos pontos de venda (PDVs), campanhas informativas com foco na prevenção de doenças, adesão ao tratamento ou mostrando como evitar riscos com o uso de medicamentos. Mas, previamente, há um passo importantíssimo a se seguir. “Antes de realizar as campanhas, elas devem entender o comportamento e a necessidade do idoso em sua região. Às vezes, uma mesma ação em regiões diferentes podem ter adesões e engajamento distintos”, adverte o farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias. Ele afirma que, percorrendo pelo Brasil, viu alguns encontros de idosos na própria farmácia e diversos temas podem ser contemplados. “O que vemos são palestras para prevenção das doenças, ações de conscientização contra a obesidade, o tabagismo e a hipertensão, corridas de rua, ginástica ao ar livre (com presença do educador físico), entre outros”, enumera. Neste ano, para celebrar o Dia Nacional do Idoso, as redes de farmácias associadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), por exemplo, irão realizar uma campanha de revisão de medicamentos dirigida a esta faixa etária. O serviço proposto é de gestão de polimedicados, como assistência a pacientes que utilizam diversos medicamentos para suas doenças e agravos. “Para celebrar essa data, as farmácias vão oferecer revisões da medicação gratuitas, em que os pacientes são convidados a levar seus medicamentos para um “checkup” com o farmacêutico”, descreve o presidente da entidade, Sergio Mena Barreto. Nesse atendimento, o farmacêutico ajuda o paciente a entender melhor seus medicamentos, organizar horários de tomada, tirar dúvidas sobre as doenças, detectar eventuais problemas e oportunidades de redução no custo do tratamento. “Tudo isso é feito respeitando-se a prescrição médica e encaminhando casos mais graves para avaliação por esse profissional. É um trabalho com uma visão multiprofissional muito forte”, comenta o executivo.

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CAMPANHAS EDUCATIVAS


ATENÇÃO FARMACÊUTICA

IDADE

ATENÇÃO AOS MEDICAMENTOS CONTROLADOS

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Caso o idoso seja usuário de medicamentos controlados, os farmacêuticos também precisam ter uma atenção especial. “A dispensação de controlados realizada pelo farmacêutico garante, ao paciente, a orientação adequada quanto ao uso do medicamento, para evitar erros na sua utilização, tendo em vista os riscos de reações adversas severas se usados de forma abusiva”, lembra a assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Amouni Mourada. Ela mostra que devem ser fornecidas informações sobre: como deve ser utilizado o medicamento, posologia, horários, cuidados adotados para evitar interações medicamentosas e como pode ser armazenado, para evitar a perda de sua atividade. “Se o medicamento puder causar sonolência ou déficit de atenção, o farmacêutico deve alertar quanto ao risco de dirigir automóveis ou trabalhar com equipamentos perigosos”, esclarece Amouni, acrescentando a relevância de alertas em relação a interações. “Alimentos ou outros medicamentos podem diminuir, potencializar ou até mesmo anular o efeito do medicamento”, avisa. Exemplo clássico de interações com controlados como os ansiolíticos benzodiazepínicos é o consumo de álcool. “A bebida potencializa o efeito do medicamento, fazendo com que as reações adversas também sejam aumentadas”, diz.

ORIENTAÇÕES ADICIONAIS O tratamento medicamentoso deve ser individualizado e isto inclui a escolha dos medicamentos e de sua forma de uso. Nesse sentido, considerando um paciente idoso que sofra, concomitantemente, por diabetes, hipertensão e obesidade, por exemplo, o primeiro alerta que deve ser dado a esse público é sobre a importância de seguir o tratamento independentemente dos sintomas. “Diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica não são doenças que, necessariamente, ocasionam sintomas. Os pacientes devem utilizar os medicamentos seguindo a orientação individualizada e fazer acompanhamento com o médico e o seu farmacêutico, pelo menos uma vez por semestre”, mostra o coordenador do curso de Farmácia e coordenador da pós-graduação em Prescrição Farmacêutica e Farmacologia Clínica da Universidade São Camilo, prof. Valter Luiz da Costa Júnior. Segundo ele, outras orientações importantes que podem ser dadas pelo farmacêutico a esses pacientes são: controlar o estresse, evitar adicionar sal ou açúcar aos alimentos, reduzir o consumo de carnes vermelhas e alimentos ricos em colesterol, aumentar o consumo de frutas e alimentos fontes de fibras, evitar a ingesta excessiva de álcool, cessar tabagismo, praticar caminhada ou outras atividades físicas regularmente.

MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO Os idosos consomem não só medicamentos prescritos pelo médico, como também os MIPs, que também exigem atenção da farmácia. Afinal, os farmacêuticos precisam orientá-los, sempre que possível, sobre o uso responsável dessas substâncias. “Fatores como propaganda, preço, achar que conhece melhor seu problema de saúde que o profissional médico, entre outras razões, podem tornar esse medicamento uma mercadoria a ser consumida de per si e não um bem necessário para se conquistar ou promover a saúde”, alerta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Outra evidência a ser destacada é o fato de o idoso, ao comprar um MIP, não solicitar informação ao farmacêutico. “Pode-se deduzir, então, que ele ainda não vê o profissional farmacêutico como parte e extensão dos serviços prestados pela farmácia, já que o cliente tende a associá-la ao medicamento e não ao serviço de Atenção Farmacêutica”, adverte.

Cabe, assim, às farmácias, aumentarem a visibilidade do farmacêutico, de forma a destacar sua ajuda e capacidade de efetuar assistência de maneira cada vez mais profissionalizada.


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IDADE

ATENDIMENTO

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DIÁLOGO, ATENÇÃO E SOLUÇÃO DE DÚVIDAS É EXATAMENTE ESSA A EXPECTATIVA DO PÚBLICO QUE PRECISA DE UM ATENDIMENTO NA FARMÁCIA. ENTENDA AS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DA MELHOR IDADE

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ix direcionado e completo, lojas limpas e bem iluminadas, produtos devidamente precificados, facilidades no pagamento. Características como essas são, por si só, alicerces importantes para consolidar uma boa assistência ao público idoso. Junto com todas essas ações, o atendimento pessoal do farmacêutico é igualmente relevante. É por esses profissionais que essas pessoas se sentem acolhidas e seguras para tirar suas dúvidas em relação ao tratamento médico, ou pedem indicações para melhorar a qualidade de vida. Portanto, a capacitação torna-se essencial. “Estar tecnicamente capacitado em relação ao perfil das doenças que mais frequentemente acometem pessoas dessa faixa etária e às formas mais adequadas para o seu tratamento é um dos fatores que reconhecidamente melhoram o sucesso terapêutico”, analisa o coordenador

do curso de farmácia e coordenador da pós-graduação em Prescrição Farmacêutica e Farmacologia Clínica da Universidade São Camilo, Prof. Valter Luiz da Costa Júnior. Além do preparo técnico, a empatia também é a palavra de ordem nesses casos. O especialista da São Camilo sugere evitar a adoção de atitudes inadequadas, como a impaciência e displicência, que comprometerão a qualidade do cuidado a ser prestado. “Deve-se evitar apressar o atendimento ou dar a entender que, de alguma forma, as dificuldades mais comuns dos idosos, como a memória, audição ou locomoção, possam ser consideradas como algo que atrapalhe o atendimento”, alerta, acrescentando que é importante demostrar atenção e respeito ao idoso. “Muitas vezes, o idoso procura mais do que apenas um produto farmacêutico (o medicamento). Ele busca atenção”, mostra. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA DIRIGIDOS

Acessibilidade Todo projeto para abertura de lojas e/ou reformas deve ser pensado nesse público idoso, contemplando, por exemplo, instalações de rampas, corrimão, vagas no estacionamento, banheiros adaptados e, dependendo do porte e estratégia da loja, instalação de elevadores. Vale, ainda, oferecer espaços para que o idoso possa descansar enquanto é atendido, com bancos e alguma gentileza, como um café.

Exposição Deve ser estratégica. Uma arrumação organizada, com layout inteligente e com gerenciamento de categorias, facilita a vida do consumidor e/ ou shopper, também impactando numa melhor experiência de compra. Pensando na layoutização e exposição de produtos, são necessárias algumas adaptações não específicas aos idosos, mas às exigências do mercado, como: produtos limpos, bem expostos e agrupados por categorias e subgrupos. Vale ponderar, entretanto, que o idoso prefere atendimento personalizado e não gosta muito de procurar produtos em gôndolas, mesmo que estas estejam adaptadas para as suas necessidades.

Tecnologia É preciso considerar a acessibilidade ao uso de meios eletrônicos, comunicação via celular e outros. Há um grande número de idosos antenados nas mídias sociais e que crescerá no decorrer dos anos.

Fontes: farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias; e consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso

A consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, considera que as farmácias, de fato, desempenharão um papel fundamental para o público idoso, embora ainda informal, no processo de atenção à saúde, fazendo com que farmacêuticos aptos a esta prática tornem-se indispensáveis.

“A presença do profissional farmacêutico é fundamental para que a farmácia se transforme num estabelecimento de saúde, criando laços baseados na relação paciente-farmacêutico, e visando à busca da otimização de resultados na farmacoterapia em benefício da saúde do paciente”, resume.

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Formas de pagamento Como muitos idosos utilizam múltiplos medicamentos ao mesmo tempo, é natural que suas contas, na farmácia, sejam altas em relação ao orçamento. Portanto, oferecer parcelamentos no cartão de crédito pode ser uma ação que atrai esse público.

Precificação A precificação com etiquetas bastante legíveis e à frente de cada produto é indispensável para as escolhas, tanto de idosos como dos demais consumidores. Vale, ainda, ter cuidado para que os valores praticados sejam sempre atualizados nas gôndolas, a fim de não causar divergências entre o que é exposto e o preço cobrado no checkout.

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Iluminação Lojas bem iluminadas impactam, positivamente, na experiência dos consumidores, principalmente entre idosos, que podem apresentar problemas na visão. Aconselha-se, assim, que todo o estabelecimento (área externa e interna), tenha iluminação agradável e inteligente.


IDADE

BELEZA

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VAIDADE EM PRIMEIRO LUGAR OS IDOSOS NÃO DEIXAM DE LADO OS CUIDADOS COM PELE, UNHA E CABELOS, MUITO PELO CONTRÁRIO, É NESTA FASE QUE O INTERESSE PELA APARÊNCIA FICA AINDA MAIS EVIDENTE

A

pele reveste o corpo, atuando como uma barreira de proteção contra as agressões externas, como fungos, bactérias, produtos químicos, físicos e fatores ambientais, como o sol, por exemplo. Entretanto, como qualquer órgão, ela está suscetível ao envelhecimento, culminando numa menor atividade das glândulas produtoras de sebo e de suor, por isso é mais ressecada e desidratada. Além disso, a menor atividade de células produtoras de colágeno e elastina a deixa mais fina e flácida, com sulcos e linhas de expressão ou rugas. Uma pele muito fina e ressecada costuma causar coceira, fazendo com que esse problema seja comum entre os idosos. Outro fator que pode agravar esse quadro é

o uso de algumas medicações, bem como a utilização inadequada de produtos na pele e o hábito de banhos quentes, demorados e com buchas. A diminuição da atividade imunológica, comum na pele do idoso, também a torna mais suscetível a infecções, como micoses e viroses, tipo herpes zoster (lesão que surge de repente, muito dolorida, podendo apresentar bolhas ou manchas vermelhas, normalmente restritas a um lado do corpo). Outro problema que pode surgir na pele do idoso, decorrente do sol e da diminuição da imunidade, é o câncer de pele. Qualquer lesão persistente que não esteja cicatrizando, pinta ou mancha que se modificam devem IMAGENS: SHUTTERSTOCK


Na população geriátrica, o prurido é a desordem de pele mais comum e pode ter várias etiologias, sendo a xerose (pele seca) a mais recorrente. Em relação ao câncer de pele não melanoma, pode-se dizer que este é o tipo mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no País. A doença é mais comum em pessoas com mais de 40 anos de idade, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Medidas simples diárias, como limpeza, uso de protetor solar e hidratação podem garantir o envelhecimento com uma pele mais saudável. Entre os cuidados diários da pele envelhecida, recomendam-se: banhos mornos, com sabonetes delicados que não façam tanta espuma e hidratação com cremes emolientes. Esses cremes devem ser passados, de preferência, com a pele ainda úmida, logo após o banho. Dependendo da característica de cada um, é possível utilizar hidratantes à base de glicerina, ureia ou mesmo alguns mais sofisticados, que contêm as gorduras normalmente encontradas na pele humana. Isso ajuda a manter a pele hidratada e evita a coceira. Também a torna mais resistente a infecções oportunistas, por diminuir o trauma e, portanto, reduzir microlesões que facilitariam a penetração de agentes infecciosos.

VAIDADE EM PRIMEIRO LUGAR Quando chegam à terceira idade, as mulheres seguem, sim, se preocupando com a beleza. Segundo detectou a pesquisa Nova Terceira Idade, desenvolvida em abril de 2017 pela 5WBrazil Pesquisa Qualitativa de Mercado, com pessoas entre 60 e 70 anos de idade, a vaidade apareceu como algo muito presente, especialmente entre o público feminino. “Os produtos de beleza e vitaminas são muito importantes. Na pesquisa, constatamos que todas as mulheres pintam os cabelos, usam maquiagens e cremes anti-idade. Aliás, os dermocosméticos são muito apreciados nessa faixa etária”, mostra a diretora executiva da 5WBrazil, Carla Vasques, acrescentando que esse público valoriza espaços multifuncionais, como aqueles dedicados à beleza dentro

Hidratação da pele A hidratação intensiva é um dos fatores fundamentais para a saúde da pele. O uso dos hidratantes com ação anti-idade oferece, muitas vezes, indicação de faixa etária, o que é uma ótima saída na hora de escolher um produto que seja mais indicado para a necessidade individual. A sugestão, aqui, é o uso de um hidratante de uso diurno, que garanta um sistema de proteção solar, e outro para a noite. Há também produtos com funções específicas, como é o caso do hidratante para a área dos olhos ou um condicionador labial. E, claro, a hidratação da pele do corpo também não poderá ser negligenciada. Preparação da pele Além de cuidar da pele, as etapas de preparação são fundamentais para o bom acabamento e fixação da maquiagem. Nesse sentido, a indicação são as loções de limpeza, já que o sabonete comum pode ressecar a pele do rosto. Em seguida, vale tonificar a pele e aplicar um hidratante em todo o rosto. Para que a maquiagem tenha um acabamento impecável, a sugestão é o uso do primer, que auxilia no disfarce dos poros dilatados e também reduz o aspecto de linhas finas. Escolha da maquiagem Nessa faixa etária, o ideal é sugerir produtos líquidos e nunca aqueles em bastão, que deixam um acabamento pesado e artificial. Hoje, o mercado oferece corretivos e bases líquidas multifuncionais que, além de "colorirem", tratam da pele, ao apresentar ação anti-idade. Vale, ainda, evitar o uso do pó facial, seja compacto ou solto. Como esse produto matifica a pele (tira o brilho), o uso desses artigos na terceira idade pode ressaltar as rugas ou marcas de expressão. O mesmo efeito é esperado de maquiagens que proporcionam efeito de cintilância. Outra sugestão é deixar de lado os batons líquidos e gloss, que podem escorrer nos vincos ou sulcos ao redor do contorno da boca.

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ESTATÍSTICAS IMPORTANTES

de farmácias, onde se pode contar com atendimento capacitado e mix direcionado. Acompanhe, a seguir, as dicas do maquiador, consultor de imagem e diretor do Instituto Krizek, Alexandre Krizek, e preste uma consultoria especializada para mulheres maduras que, independentemente da idade, valorizam o seu visual.

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ser examinadas por um dermatologista, segundo informações da coordenadora do Departamento de Dermatologia Geriátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Silvia Marcondes Pereira.


SAÚDE

EM QUE POSSO AJUDAR? IDADE

ENQUANTO AGENTES DE SAÚDE, É PAPEL DOS FARMACÊUTICOS ESCLARECEREM DÚVIDAS SOBRE DOENÇAS RECORRENTES ENTRE IDOSOS. CONHEÇA ALGUNS PROBLEMAS COMUNS DA IDADE E COMO ESSES PROFISSIONAIS PODEM ORIENTAR O PÚBLICO

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DISFUNÇÃO ERÉTIL O QUE É? Condição multifatorial, a Disfunção Erétil (DE) pode ser de origem orgânica (física), psicogênica (alterações emocionais) ou mista, quando ambos os fatores agem conjuntamente. A intensidade também é variável, podendo se manifestar de forma leve à completa. A DE de causa orgânica pode estar associada a uma série de alterações físicas, como problemas cardiovasculares, distúrbios neurológicos, desequilíbrios hormonais e lesões no próprio pênis. Por outro lado, entre os fatores emocionais relacionados ao quadro, estão o estresse, os problemas profissionais, financeiros e nos relacionamentos, bem como os transtornos de ansiedade e depressão1. ESTATÍSTICAS Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indicam que 59% dos homens com idade entre 40 e 69 anos têm ou já tiveram algum problema de ereção durante o ato sexual no País. Desses, 12% convivem com essa dificuldade de forma recorrente1. Entre idosos, a grande maioria dos casos se dá por problemas psicológicos2. MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO O citrato de sildenafila é um dos medicamentos mais usados para o tratamento de DE. Segundo dados da Pfizer, o medicamento Viagra, que contempla essa

substância, por exemplo, tem rápido início da ação (de 14 a 20 minutos), tempo de duração (4 a 6 horas), grau de rigidez (máxima) e ótima tolerabilidade. Outro atributo, segundo a empresa, é sua eficácia em todos os graus de DE, de leve à completa, de origem orgânica, psicogênica ou mista, chegando a elevado grau de eficácia nos casos de DE psicogênica. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Durante o atendimento, os profissionais da área devem lembrar os acometidos pelo problema que o uso de medicamentos para DE devem ser utilizados com o acompanhamento de um médico urologista. Caso o medicamento já seja usado com a devida prescrição, o cuidado deve estar para a associação dos mesmos com nitratos, presentes em alguns medicamentos indicados para tratamentos cardíacos. Explica-se, pois os nitratos provocam vasodilatação (relaxamento dos vasos) e os medicamentos para DE também. Assim, a interação entre os dois podem potencializar os efeitos e provocar uma hipotensão (queda da pressão arterial). Deve-se, ainda, aconselhar esses pacientes para que evitem o uso de cigarros, pois muitos especialistas já associam a DE e a impotência ao tabagismo. Fontes: 1. Pfizer; 2. Clínico geral e coordenador do Programa de Longevidade do Hospital 9 de Julho, Dr. Marcelo Levites

IMAGENS: SHUTTERSTOCK


DIABETES

ESTATÍSTICAS Em todo o mundo, existem 642 milhões de pessoas que sofrem com diabetes, o que representa um a cada dez adultos. Estatísticas apontam, ainda, que a cada seis segundos, uma pessoa morre devido à doença. No País, os números são igualmente preocupantes. Atualmente, 14,3 milhões de brasileiros são acometidos pela doença e 130.700 milhões morreram pela enfermidade4. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, os percentuais de prevalência da doença foram de 14,5% entre 60 e 64 anos de idade; e 19,9%, entre 65 e 74 anos de idade. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%3. O DM1 é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens2; já o DM2 é a forma verificada em 90% a 95% dos casos. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos de idade1.

PREVENÇÃO Além das mudanças de hábito de vida, a prevenção passa pelo controle da obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia – medidas que reduzem as chances do desenvolvimento da doença e de problemas cardiovasculares tão comuns no envelhecimento e causadores do aumento da mortalidade3. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO O farmacêutico deve orientar que diabetes é uma doença silenciosa e que leva a alterações dos vasos sanguíneos, que podem trazer, como consequência, cegueira, infarto e perda da função renal. O diagnóstico é realizado apenas com a dosagem da glicemia e, em geral, não ocorrem sintomas. Por isso, é importante o diagnóstico precoce e o tratamento correto, com aderência à terapia medicamentosa e também, não medicamentosa. Para ajudar no controle, por meio das práticas de assistência farmacêutica, esses profissionais podem medir, regularmente, a glicemia dos pacientes e, dependendo do caso, apontar as melhores formas de administrar a insulina. Vale, ainda, ensinar os acometidos sobre a importância dos cuidados com a hidratação da pele e atenção com feridas, especialmente nos pés5. Fontes: 1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), 2015 – 2016; 2. Portal da Sociedade Brasileira de Diabetes; 3. Geriatra e nutróloga do HCor – Hospital do Coração, Dra. Patrícia Amante; 4. International Diabetes Federation (IDF) – Atlas do Diabetes 2015 – 7ª edição (adaptado pela Sociedade Brasileira de Diabetes); 5. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

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TIPOS A classificação do DM inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM gestacional1. No DM1, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois as células sofrem por um fenômeno chamado de destruição autoimune2. Já o DM2 pode acontecer por combinação de resistência à ação da insulina e deficiência na produção deste hormônio, além de alterações na resposta incretínica intestinal. Por isso, aumenta-se a prevalência da patologia com o envelhecimento. De forma geral, o estilo de vida sedentário, aumento do peso corpóreo, alimentação com grandes quantidades de carboidratos e gorduras são, entre outros, colaboradores para o desenvolvimento da doença3.

TRATAMENTO Baseia-se em mudança do estilo de vida, com prática de atividade física regular, dieta saudável e adequada. Passam a ser necessários: a redução da ingestão calórica e do consumo de carnes gordas e embutidos; o aumento do consumo de fibras; e a limitação na ingestão de bebidas e alimentos açucarados. Depois de instituída a mudança de hábitos, associam-se medicamentos, como hipoglicemiantes orais e/ou insulinas3.

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O QUE É? Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta, em comum, a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas1. Em resumo, é a elevação da glicose no sangue2. Os sintomas clássicos da doença são aumento da sede e do volume urinário, perda de peso repentina, feridas que cicatrizam com dificuldade, tontura, visão turva, entre outros. Porém, é muito frequente não aparecerem os sintomas clássicos, principalmente se o paciente já tiver o pré-diabetes, podendo surgir complicações como infarto do miocárdio ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), formigamento nos pés e pernas ou alteração da função renal, demonstrando que o diabetes já estava instalado há algum tempo3.


SAÚDE

IDADE

PROBLEMAS DE VISÃO

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O QUE SÃO? As doenças oculares mais comuns na terceira idade são a catarata, o glaucoma e a degeneração macular. Definida por uma opacificação do cristalino, a catarata provoca uma diminuição do campo visual e sensação de visão “nublada ou enevoada”. A doença progride lentamente. Além da senilidade, as causas da catarata incluem diabetes, traumas, alguns medicamentos e exposição excessiva à luz solar. O glaucoma consiste na lesão do nervo óptico e deterioração do campo visual. A doença se manifesta, principalmente, na terceira idade e é uma das principais causas de cegueira irreversível, tendo início com quadro de perda de visão periférica. Já a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) ocorre, geralmente, a partir dos 60 anos de idade, ocasionando danos irreversíveis à visão. A doença afeta a mácula (estrutura localizada na parte posterior do olho, na retina, responsável pela visão central). Surge com o embaçamento visual e distorção das formas, evoluindo para perda gradual e irreversível da visão1. ESTATÍSTICAS A catarata é a maior causa de cegueira reversível do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e estatísticas apontam que 85% dos casos acontecem em pessoas com mais de 50 anos de idade (a doença chega a afetar 75% das pessoas com mais de 70 anos de idade). Ainda segundo a OMS, há 45 milhões de pessoas cegas mundialmente, 40% delas relacionadas à catarata. Em relação ao glaucoma, estima-se que atinja 900 mil brasileiros. A patologia acomete 4% da população acima de 40 anos de idade e é mais comum entre pessoas negras, com alta miopia, com histórico familiar e usuários de medicamentos com corticoides. Já a DMRI afeta 2,9 milhões de brasileiros acima dos 65 anos de idade1. FORMAS DE PREVENÇÃO Os cuidados com saúde ocular e as consultas regulares com o oftalmologista são as principais formas de proteger a visão em todas as fases da vida. Porém, à medida que os anos passam, a atenção com a saúde dos olhos precisa ser redobrada. Nos casos de catarata, vale proteger-se da radiação solar com óculos com proteção ultravioleta. Deve-se, também, atentar para as causas secundárias como o diabetes e o fumo.

Para quadros de glaucoma, por se tratar de uma doença insidiosa (não apresenta sintomas) e irreversível, é indicado iniciar a rotina com consulta oftalmológica a partir dos 45 anos de idade em pacientes com histórico familiar, e a partir dos 60 anos de idade para todas as pessoas. Um simples colírio pode impedir a evolução da patologia. Para prevenir-se da DMRI, a indicação é optar por uma dieta saudável, rica em alimentos com alto teor de ômega 3, além de vegetais de folhas verdes. Também é indicado não fumar, praticar exercícios físicos e evitar radiação solar, protegendo-se com óculos escuros com proteção ultravioleta1. TRATAMENTO Quando a deficiência visual impacta as atividades e a autonomia do paciente, a correção cirúrgica é a única alternativa para recuperar a capacidade visual em casos de catarata. Já o glaucoma é uma doença crônica e que não tem cura. Porém, quando diagnosticada precocemente e iniciado o tratamento adequado, é possível impedir ou retardar a perda visual. O tratamento é realizado com colírios hipotensores e a cirurgia é indicada quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios. Assim, como o glaucoma, DMRI é uma doença crônica, de progressão lenta. Em casos iniciais, é realizado aporte nutricional (complexos multivitamínicos de uso oral), aconselhamento nutricional em relação aos hábitos alimentares e orientação quanto à exposição solar. Para quadros mais avançados, existem os medicamentos antiangiogênicos que agem nas hemorragias formadas abaixo da retina1. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Caso o paciente relate perda visual, o farmacêutico pode realizar uma anamnese para verificar se existe algum histórico de doenças que podem estar relacionadas com a queixa. O farmacêutico pode redigir uma carta de encaminhamento para o médico, explicando todas as queixas e o quadro do paciente2. Fontes: 1. Oftalmologista do Hospital CEMA, Dr. Leonardo Niccioli; 2. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias


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Uma evolução na fórmula da marca número 1 em vitaminas na oftalmologia1

COMPARATIVO DOS CONCORRENTES

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EM TAMANHO REAL CONCORRENTES

Cápsula gelatinosa, pequena e de fácil deglutição.

NÃO CONTÉM Vitamina A e Betacaroteno

Consumir 1 cápsula por dia.

Adequado para fumantes e ex-fumantes4 Sem riscos de competição pela absorção com a Luteína4,5

Referências Bibliográficas: 1. Close up - Junho/2017. 2. Alves-Rodrigues A, Shao A: The science behind lutein. Toxicol Left 150:57-83, 2004. 3.Dick Roberts, PHD Why your lutein ingredient source matters: results from a bioavailability study on lutein from powder based matrices in healthy adults -Kemin foods, L.C 1 of 6 2013. 4. Omenn GS, Goodman G, Thornquist M, et al. Effects of a Combination of Beta Carotene and Vitamin A on Lung Cancer and Cardiovascular Disease. N Engl J Med: 1996; 334:1150-1155. 5. Lutein, Zeaxantin and Omega 3- fatty acids for Age Related Macular Degeneration The Age-Related Eye Diseases Study 2 (AREDS2). JAMA, Published online May 5, 2013. ®2017 Bausch & Lomb Incorporated. Neovite é uma marca registrada da Bausch & Lomb Incorporated e suas afiliadas. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização de BL Industria Ótica Ltda. Material destinado ao público farmacêutico. Reg. ANVISA: 6.7222.0001.001-6. Cód. B083126. Agosto/2017.


SAÚDE

IDADE

HIPERTENSÃO

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O QUE É? A Pressão Arterial (PA) é aquela exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos, com a força proveniente dos batimentos cardíacos. Quando o corpo vai envelhecendo, os vasos se tornam, gradativamente, mais endurecidos, fazendo com que haja um aumento da pressão. Esta é, inclusive, a causa mais comum de hipertensão no mundo – chamada de hipertensão arterial primária. Também contribuem para esse tipo de hipertensão a genética, a obesidade, o sedentarismo e a alimentação. Considera-se normotensão quando as medidas da PA são ≤ 120/80 mmHg. A pré-hipertensão caracteriza-se pela presença de Pressão Sistólica (PAS) entre 121 e 139 mmHg e/ou Pressão Diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg. Pessoas com esses resultados têm maior probabilidade de se tornarem hipertensas e maiores riscos de desenvolvimento de complicações cardiovasculares, necessitando de acompanhamento periódico. Acima desses valores, são considerados hipertensos. De modo geral, é uma doença silenciosa e que, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar a danos em alguns órgãos (chamados órgãos-alvo, como coração, rins, olhos, vasos e cérebro) e estes, começarem a dar sintomas1. ESTATÍSTICAS Hoje, 32,5% de adultos no País convivem com a hipertensão2, que é responsável por 40% dos infartos, 80% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e 25% dos casos de insuficiência renal. Calcula-se, ainda, que em 2025, haverá 1,6 bilhão de pacientes com a doença de forma global2. A incidência de hipertensão está relacionada com a idade. Aos 80 anos, 80% dos indivíduos têm hipertensão1. MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO O tratamento (e também prevenção) da PA elevada inclui medidas não medicamentosas, como mudança do estilo de vida, contemplando evitar alimentos muito gordurosos, frituras, doces e muito salgados; evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; parar de fumar; e evitar o estresse. O tratamento também inclui o uso de fármacos anti-hipertensivos. A decisão terapêutica deve basear-se não apenas no nível da PA, mas considerar também a presença de fatores de risco, como associação da doença com

diabetes, dislipidemia, etc.; lesão de órgão-alvo e/ ou doença cardiovascular estabelecida1. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO O farmacêutico deve alertar o paciente que a hipertensão é uma doença silenciosa, capaz de levar a consequências, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) quando não bem controlada. O diagnóstico deve ser feito somente por meio do acompanhamento da PA. É importante, ainda, a orientação médica, para o adequado tratamento farmacológico. Como forma de assistência, os farmacêuticos podem aferir, periodicamente, a PA do público idoso, alertando-os para resultados que podem indicar hipertensão; ou como forma de controle da doença2. É preciso lembrar, aos acometidos, que embora estejam se sentindo bem com o uso de medicamentos para hipertensão, o tratamento não pode ser abandonado, a fim de evitar complicações3. Fontes: 1. Cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dra. Daniele Rezek; 2. Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH); 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias


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NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CASO DE GRAVIDEZ, GASTRITE OU ÚLCERA DO ESTÔMAGO E SUSPEITA DE DENGUE OU CATAPORA. REFERÊNCIA: 1. COLE ET AL. PROTECTION OF HUMAN GASTRIC MUCOSA AGAINST ASPIRIN-ENTERIC COATING OR DOSE REDUCTION? ALIMENT PHARMACOL THER. 1999 FEB; 13(2):187-93. • 2. DAMMANN HG, BURKHARDT F, WOLF N. ENTERIC COATING OF ASPIRIN SIGNIFICANTLY DECREASES GASTRODUODENAL MUCOSA LESIONS. ALIMENT PHARMACOL THER. 1999 AUG; 13(8): 1109-14. • 3. BULA DE ASPIRINA® PREVENT- BAYER S.A. MATERIAL DESTINADO EXCLUSIVAMENTE A PROFISSIONAIS DE SAÚDE HABILITADOS A PRESCREVER OU DISPENSAR MEDICAMENTOS.

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SAÚDE

PERDA DOS DENTES

IDADE

O QUE É? As principais causas que levam à perda dentária são: doença periodontal (inflamação e infecção da gengiva e osso) causada por precária ou total falta de higienização com escova e fio dental; tabagismo; e uso de determinados medicamentos ou radioterapia no tratamento de câncer, que levam à xerostomia (diminuição da saliva), tornando os dentes vulneráveis ao desenvolvimento de cárie. Além disso, com o avançar da idade, a gengiva tende a retrair mesmo na ausência de inflamação, tornando os dentes mais alongados e propensos à cárie na raiz que, se não tratada, também culmina na perda dentária1.

TERCEIRA

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ESTATÍSTICAS Estudos apontam que quase 80% dos idosos brasileiros têm menos de 20 dentes na boca, lembrando que uma dentição completa é composta por 32 dentes. Sabe-se, ainda, que as pessoas mais propensas a perder os dentes são aquelas com baixa escolaridade, que não receberam informações sobre como prevenir doenças bucais e que demoraram mais de três anos para ir ao dentista ou foram apenas em situações de emergência. Outro dado alarmante é que, aproximadamente, 35% dos idosos que precisam de dentadura não têm acesso a ela. A falta dos dentes, principalmente nas pessoas com menos de 20 dentes na boca, além de interferir na estética, compromete, funcionalmente, a mastigação e a fonação2. TRATAMENTO O tratamento varia de acordo com o do estágio da inflamação presente na boca. Na maioria das vezes, a perda óssea é irreversível e o controle da doença para evitar sua progressão depende, além do tratamento realizado por um profissional da área, também da cooperação do próprio idoso e/ou de seu cuidador no caso do paciente ser incapaz1. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Cabe ao farmacêutico, lembrar aos seus clientes que a melhor forma de cuidado dentário é a prevenção, que contempla retomar os conceitos da importância da escovação após as refeições e procurar sempre o dentista para prevenção de cáries e outras patologias3.

O farmacêutico pode, ainda, mostrar aos usuários de próteses totais ou parciais que eles precisam fazer a higienização diariamente de suas próteses, da boca e da língua após as refeições, evitando, assim, o mau hálito, inflamação da mucosa de suporte da prótese e a proliferação de doenças como candidíase (sapinho). Para a limpeza da prótese, existem escovas apropriadas, mas na ausência destas, ela pode ser realizada com a escova dental utilizando creme dental ou sabão neutro. Este profissional pode, ainda, explicar que existem diversas marcas de fixadores de próteses vendidas em farmácias. São materiais que devem auxiliar na adesividade da prótese junto à mucosa bucal, proporcionando maior segurança e conforto no ato mastigatório e ao falar1. Esses fixadores podem ser encontrados em diferentes apresentações, como adesivos, pó e películas. Todos possuem ingredientes adesivos que, em contato com a umidade, ativam a adesividade, fixando as próteses nas gengivas.4 Fontes: 1. Dentista do Porto Seguro Odontológico, Jane Tonani; 2. Pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, em 2010, publicada no site do Conselho Federal de Odontologia, e fornecida por Jane Tonani; 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias; 4. Gerente de Marketing da Combe, Priscila Ariani



SAÚDE

IDADE

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

TERCEIRA

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O QUE É? É a perda involuntária da urina. Nos homens, a principal causa é o aumento da próstata. Já nas mulheres, o problema se dá, mais comumente, pelo rebaixamento da bexiga1. Existem alguns tipos de incontinência urinária. Entre as mais comuns, estão a incontinência urinária de esforço (perda da urina que ocorre ao tossir, espirrar, caminhar, correr, pular); a incontinência urinária de urgência (perda de urina associada a um desejo súbito e urgente de urinar, que ocorre porque o indivíduo não consegue chegar ao banheiro a tempo); a incontinência urinária mista (acontece quando o acometido tem sintomas que podem ser dos dois tipos já citados); e a incontinência urinária paradoxal (que se dá quando a bexiga está extremamente cheia e a perda urinária ocorre por uma espécie de transbordamento)2. ESTATÍSTICAS A doença está presente no dia a dia de, aproximadamente, 5% da população mundial e de 10 milhões de brasileiros, de todas as idades e sexos, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino. Pesquisas apontam que 40% das mulheres com mais de 50 anos de idade apresentam algum nível de escape de urina. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a disfunção afeta cerca de 5% dos homens que são submetidos à cirurgia de próstata3. MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO A incontinência urinária é caracterizada como um problema que, quando não tratado, pode atrapalhar a autonomia e prejudicar a qualidade de vida do paciente1. Mas os tratamentos são possíveis e mudam de acordo com o quadro clínico de cada paciente. É possível que uma mesma pessoa faça uma combinação de vários procedimentos para tratar a incontinência urinária. Os principais métodos de tratamento são: treinamento da bexiga e exercícios do assoalho pélvico, uso de medicamentos, cirurgias minimamente invasivas (implante de sling, esfíncter urinário artificial, marca-passo da bexiga e aplicação de toxina botulínica)3. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Esses profissionais podem orientar pacientes que relatam esse problema a procurar ajuda médica para diagnosticar as causas da incontinência, pois existe

uma série de tratamentos disponíveis que podem solucionar o problema. Podem orientá-los, ainda, na escolha de produtos que podem ajudá-los a manter a qualidade de vida, como fraldas, absorventes e roupa íntima, que ajudam a conviver com a incontinência urinária no dia a dia, mantendo discrição, limpeza e conforto. Caso o farmacêutico acredite que o paciente esteja com problemas relacionados ao convívio social ou constrangimento por conta da doença, a sugestão de ajuda psicológica também é válida4. Fontes: 1. Clínico geral e coordenador do Programa de Longevidade do Hospital 9 de Julho, Dr. Marcelo Levites; 2. Sociedade Brasileira de Urologia (SBU); 3. Bigfral; 4. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias


SETEMBRO

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2017


SAÚDE

IDADE

OSTEOPOROSE

TERCEIRA

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O QUE É? A perda de calcificação dos ossos acontece de maneira lenta e progressiva durante o envelhecimento, mas a osteoporose se caracteriza como uma baixa densidade mineral óssea, aquém da esperada para a idade. As principais causas são: menopausa; diabetes; deficiência de vitamina D; uso de álcool e cigarro; falta de atividade física; uso de medicamentos, como os corticoides, anticonvulsivantes, antirretrovirais; desnutrição; artrite reumatoide; imobilidade; e doenças hepáticas e renais. Também são causas possíveis, o hipogonadismo (diminuição anormal dos hormônios sexuais, como a testosterona) e hiperparatireoidismo (produção excessiva do hormônio paratireoide). A osteoporose quase nunca tem sintomas, mas o principal sinal são as fraturas1. ESTATÍSTICAS Hoje, dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. No País, a cada ano, ocorrem em torno de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da doença; e duzentas mil pessoas morrem, todos os anos, em decorrência destas fraturas2. Estatísticas apontam, ainda, que entre 6% e 16% dos homens sofrem dessa patologia. Entre as mulheres, essa porcentagem sobe para 22% a 33%, já que a doença aumenta muito mais com a menopausa. No geral, quanto mais a idade avança, maiores são as chances de desenvolver a doença1. PREVENÇÃO A prevenção da osteoporose envolve atividade física, principalmente as feitas em solo, que são capazes de estimular a calcificação óssea. Também são atitudes preventivas uma alimentação rica em cálcio; tomar sol para estimular a produção de vitamina D; evitar bebidas alcoólicas e cigarro; e controlar bem as doenças, como diabetes e tireoide. TRATAMENTO São muitos os tratamentos para aumentar a densidade mineral do osso, de comprimidos a injeções. Existem os bisfosfonados, que se constituem como o tratamento mais antigo, e que agem impedindo a descalcificação natural. Existem, ainda, os análogos do hormônio paratireoideo, moduladores dos receptores de estrogênio,

e o denosumab, que age no tratamento da perda óssea e da osteoporose. Há, também, medicamentos ricos em cálcio e vitamina D. Todos devem ser usados sob recomendação médica. CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Uma informação importante a ser esclarecida aos pacientes é que a osteoporose é uma doença muito confundida com a artrose. O farmacêutico pode explicar que a osteoporose é a perda de massa óssea com consequente fragilidade dos ossos e facilidade de fraturas. O diagnóstico é realizado por meio de exames e só o médico deve orientar qual o melhor tratamento. O farmacêutico deve lembrar, sempre, aos pacientes, que a principal forma de prevenção da doença é uma alimentação balanceada e exposição ao sol, para produção de vitamina D. Para pacientes que já apresentam a doença, vale orientar sobre os cuidados para evitar quedas3. Fontes: 1. Médica geriatra do Hospital Santa Cruz, Dra. Sumika Mori Lin; 2. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias


SETEMBRO

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SAÚDE

IDADE

ENTENDA A ARTRITE E A ARTROSE

TERCEIRA

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A artrose é uma doença degenerativa crônica, que provoca o desgaste das cartilagens dos ossos. Conforme explica o ortopedista com especialização em cirurgia de joelho, artroscopia e próteses pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e coordenador da equipe médica do Hospital São Luiz (unidade Itaim), Dr. Sérgio Costa, trata-se da degeneração da cartilagem articular, com uma mudança subsequente nas superfícies articulares ósseas. Isso gera o desenvolvimento de osteófitos (conhecidos como “bicos de papagaio”) e de sinovite moderada (inflamação da membrana sinovial, uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste estruturas, como tendões musculares). De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), há 10 milhões de casos registrados no Brasil. A doença é considerada a terceira causa de afastamento de trabalho no País, segundo o Ministério da Previdência Social e do Instituto Nacional de Seguro Social. As áreas mais afetadas são as articulações que suportam peso, como mãos, coluna, quadris e joelhos. A artrose está relacionada com a idade, se desenvolvendo com mais frequência após os 35 anos, e atingindo quase todas as pessoas acima dos 60 anos. “Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), pelos 75 anos de idade, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30% a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica”, sinaliza o Dr. Costa, acrescentando que o principal sintoma da artrose é a dor, com inchaço no local, resultando na dificuldade de movimentação. Em relação ao tratamento, o especialista da Unifesp explica que há medicamentos capazes de retardar o processo e amenizar os sintomas, como anti-inflamatórios, analgésicos, opioides e, também, a glucosamina, a condroitina e a diacereina, e outras substâncias capazes de interferir na evolução da doença. Aliadas ao tratamento medicamentoso, algumas mudanças de hábitos são igualmente importantes. “A redução de peso, o fortalecimento da musculatura, a atividade física regular e o tratamento fisioterapêutico são excelentes formas de combater a doença”, esclarece o médico. Já a Artrite Reumatoide (AR), segundo informações da Bristol-Myers Squibb, é uma doença inflamatória autoimune, de evolução crônica, cuja principal característica é a inflamação das articulações, embora outros órgãos também possam estar comprometidos. É uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia). Se não for tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações. A Bristol-Myers Squibb explica que o principal sintoma da AR é dor e inchaço das articulações, geralmente acompanhadas de rigidez para movimentá-las, principalmente pela manhã, e que pode durar horas até melhorar. O cansaço (fadiga) também é uma manifestação frequente. Geralmente, a artrite acomete os dois lados do corpo, principalmente mãos, punhos e pés, e pode ir evoluindo para articulações maiores e mais centrais, como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas em, praticamente, todos os pacientes. Em relação ao tratamento, a Bristol reforça que quando ele se dá de forma adequada e precoce, pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida dos acometidos.


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