Edição 302 - Estrelas do mês

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº302 JANEIRO DE 2018

GESTÃO Em um ambiente econômico de instabilidade, como o que o País tem atravessado, o planejamento ganha um significado ainda maior

ESTRELAS DO MÊS

CENÁRIO As expectativas em relação a 2018 são muitas. Depois do País ter atravessado a maior e pior recessão da história, este ano promete ser decisivo

Os farmacêuticos são os profissionais com formação centrada nos fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica e, de forma integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosméticos e em alimentos, em prol do cuidado da saúde do indivíduo, da família e da comunidade


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EDITORIAL

Destaques de janeiro Há no mundo inteiro um movimento de resgate do papel do farmacêutico como profissional da saúde e aqui nós seguimos nesta direção. Nos últimos anos, devido a um trabalho intenso das entidades de classe, muitos avanços foram obtidos em direção ao empoderamento do farmacêutico no Brasil. O objetivo é que ele tenha respaldo legal para atuar em áreas nunca antes imaginadas, como a floralterapia, a estética, a perfusão sanguínea, entre outras. Além disso, há a criação das farmácias clínicas que permite a prescrição farmacêutica e a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação de vacinas em farmácias. Sendo assim, no mês em que se comemora o Dia do Farmacêutico (20 de janeiro), o Guia da Farmácia preparou uma série de reportagens especiais, com o intuito de homenagear esses profissionais, com formação centrada nos fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica e, de forma integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosméticos e em alimentos, em prol

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTE DE ARTE Giulliana Pimentel COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) IMAGEM: SHUTTERSTOCK

do cuidado à saúde do indivíduo, da família e da comunidade. É importante lembrar, ainda, que o farmacêutico tem ações voltadas para o uso racional de medicamentos e para eficiência da terapia do paciente. E essa eficiência não está relacionada apenas à garantia de que o medicamento vai fazer efeito, mas também ligada ao processo saúde e doença, ao manejo desse medicamento e ao contexto social e psicológico desse paciente. Outro destaque fica por conta das expectativas que envolvem o cenário político e econômico para 2018. Depois do País ter atravessado a maior e pior recessão da história, este ano promete ser decisivo. Afinal, em outubro próximo, haverá eleições presidenciais, fato que por si só tende a mexer e muito com a economia brasileira. Veja ainda, uma agenda de gestão completa, para que você se organize e saiba quando e como realizar investimentos, entre outras ações.

O farmacêutico tem ações voltadas para o uso racional de medicamentos e para eficiência da terapia do paciente

Boa leitura! Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

MARKETING DIGITAL Bianca Pereira

ASSINATURAS Morgana Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Maria Elisa Guedes Colunista Marcio Duque e Silvia Osso

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.:(11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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SUMÁRIO #302 JANEIRO 2018

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E MAIS

CAPA

32 > ESPECIAL FARMACÊUTICO O profissional farmacêutico está vivendo grandes mudanças no seu dia a dia. Aos poucos, ele volta a ser uma das figuras centrais na saúde do brasileiro, conquistando maior espaço, apesar dos desafios enfrentados

06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 12 > ANTENA LIGADA 20 > ATUALIZANDO 24 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 30 > SÉRIE ESPECIAL GC

ESPECIAL SAÚDE 50

>

CENÁRIO

O conturbado momento na política brasileira poderá influenciar o crescimento econômico ainda em 2018. O processo de recuperação financeiro será lento, ainda que positivo

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>

GESTÃO

Com uma agenda definida, o varejista consegue se organizar e prever bons e maus momentos. Em janeiro, por exemplo, é o momento de analisar o ano anterior e determinar metas

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66 > DESIDRATAÇÃO 70 > HIGIENE BUCAL 74 > VOLTA ÀS AULAS

78 > SEMPRE EM DIA

ARTIGO 26 > VAREJO Silvia Osso 28 > OPINIÃO Marcio Duque

IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS A ROTINA DE PESSOAS COM DIABETES DEVE SER ADEQUADA PARA QUE O PACIENTE TENHA A MELHOR QUALIDADE DE VIDA E, ASSIM, A DOENÇA NÃO O AFETE DE MANEIRA DRÁSTICA.

PONTO DE VENDA

O verão é a oportunidade perfeita para aumentar as vendas dos produtos buscados nos meses mais quentes do ano. Para isso, loja deve ter cara de férias.

BELEZA

A maior parte dos brasileiros tem pele oleosa. Exatamente por isso, é essencial que a orientação da rotina diária seja feita de maneira correta e assertiva.

MERCADO

A terceira idade deixou de ser como a que estávamos acostumados. A imagem do velhinho acometido dá lugar a pessoas independentes e com potencial financeiro. 6

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SAÚDE

A poluição dos grandes centros urbanos é responsável pelo aumento dos problemas respiratórios. Mas, com alguns cuidados, o paciente pode se sentir melhor. IMAGENS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK


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ENTREVISTA – DROGARIA ONOFRE

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IMAGEM: FABIANO VIANA


Empresa de saúde PERTENCENTE AO GRUPO CVS, REDE AMERICANA DE FARMÁCIAS, A DROGARIA ONOFRE PASSOU POR REFORMULAÇÃO DE MARCA, ADOTOU NOVOS PROCESSOS E INAUGUROU UMA UNIDADE CONCEITO NO BROOKLIN, BAIRRO DA CAPITAL PAULISTA

A

POR LÍGIA FAVORETTO

A Drogaria Onofre, pertencente à CVS Health, maior empresa de saúde do mundo, inaugurou uma nova loja em São Paulo (SP), em setembro de 2017. Localizada em um bairro nobre da cidade, a unidade Brooklin está entre as maiores da rede com 321 m², onde estão disponíveis aproximadamente 12 mil itens de diversas marcas nacionais e internacionais com destaque para a The Body Shop, marca de produtos de beleza que chega à rede de drogarias e foi apresentada em primeira mão na unidade Brooklin. A Onofre é a primeira loja de varejo a oferecer os produtos da marca fora de suas lojas próprias e franqueadas. Resultado do novo posicionamento da rede, a unidade recém-inaugurada dá continuidade ao plano de expansão que abriu oito filiais em 2016 e inaugurou outras seis em 2017. Atualmente, a Drogaria Onofre possui 42 pontos de operação, distribuídos em três estados. A Drogaria Onofre tem uma história de mais de 80 anos. Emprega, atualmente, mais de duas mil pessoas. Apresenta a maior venda por metro quadrado, por funcionário e por loja do País e o único e-commerce que entrega em até quatro horas nas principais capitais, de segunda a domingo. Desde 2013, faz parte da CVS Health, que conta com mais de oito mil drogarias distribuídas por todo o território americano e emprega mais de 200 mil pessoas, sendo o maior empregador de farmacêuticos e enfermeiros do mundo. Para falar sobre os planos de expansão da empresa, a diretora-geral da Drogaria Onofre, Elizangela Kioko, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. Acompanhe!

Guia da Farmácia • O que muda na estrutura da Drogaria Onofre com a inauguração da unidade do Brooklin? Elizangela Kioko • Essa loja é um modelo que encontramos para o nosso conceito. A loja é grande, se comunica muito bem com o público desde sua área externa. A gente trabalhou muito para poder se comunicar com o cliente sem que ele tenha de ficar acionando o balconista. O objetivo é que ele consiga navegar de uma forma intuitiva na loja. É imprescindível que ele enxergue os mundos muito claramente e, dentro destes mundos, ele consiga achar o item que procura na prateleira e vá além daquilo que ele procurou, coisas inclusive que tenha esquecido. Nós fizemos muito estudo de consumidor e, por isto, demoramos tanto para implementar o conceito. Precisávamos, primeiro, entender qual era a característica do nosso cliente: então, a gente começou a pegar frente de loja para entender se era perfil mais masculino ou feminino, faixa etária, se o fluxo do cliente ia mais para o balcão ou ficava mais no autosserviço e, com base nisto, começamos a entender o que ele achava da loja. Como retorno, tivemos o resultado da percepção de uma loja mais didática. Guia • É como se fosse uma experiência de compra mais facilitada pela própria ambientação? Elizangela • A gente empodera o cliente. Existe muito cliente que quer entrar na loja e não quer passar por atendimento, ele quer achar as coisas de que precisa no autosserviço. Então, nós nos inspiramos muito nessas pessoas e, óbvio, naqueles que querem atendimento, para estes, há um time muito bem preparado também. 2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA – DROGARIA ONOFRE

Guia • E na Onofre, os clientes querem ter mais interação, querem comprar mais por si só ou é dividido? Elizangela • O cliente, hoje, não é só um. Em alguns momentos, ele quer agilidade e, em outros, um atendimento consultivo, depende muito do momento de compra. Na hora do almoço, por exemplo, ele é mais objetivo, não tem tempo, quer passar rápido, comprar o que precisa e ir embora. Depois do almoço, está passando uma mulher que já não trabalha, ela quer saber para que serve o produto de beleza, testar na pele. Estamos tentando customizar o atendimento, porque o cliente não vai ser o mesmo em todos os momentos de compra. Guia • A Onofre é muito reconhecida pelas vendas on-line e foi pioneira nisto também. Qual a importância do e-commerce para o varejo farmacêutico? Elizangela • Em 2000, a Onofre lançou o e-commerce, hoje 47% das vendas são feitas on-line, apesar de termos 42 lojas, em três estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), mas o e-commerce permite que nossa atuação seja no Brasil inteiro. A gente fala pouco do mercado on-line. Vemos muito as empresas preocupadas com quantas lojas abriram ou fecharam, mas a Onofre é uma empresa diferente. A gente vem de uma maneira de servir o consumidor onde ele estiver. O on-line hoje já é uma realidade. Nós estamos fazendo um grande investimento na mudança da nossa plataforma de e-commerce, abrimos um atendimento com entrega de quatro horas e agora estamos nos preparando para entregar em menos tempo nas grandes capitais. Hoje, nós atendemos todo o estado de São Paulo em um dia. Guia • O que a população tem comprado mais no on-line? Elizangela • Por incrível que pareça, 70% do mercado on-line da Onofre é de medicamento. A gente acha que tem uma oportunidade em Higiene & Beleza (H&B), por isto, estamos fazendo a mudança da plataforma, mas hoje o cliente de medicamento já compra on-line. Por isso, a urgência também da entrega. A gente entende que é uma proposta de valor muito grande. Geralmente, o cliente acaba comprando uma cesta de produtos. Guia • O logotipo e a comunicação visual da rede mudaram. Isso faz parte de um reposicionamento da marca? 10

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Elizangela • Sim. O que a gente percebia é que o cliente enxergava a Onofre muito bem com um diferencial dos produtos exclusivos e marcas de beleza, mas não enxergava a Onofre como uma empresa de saúde. E a Onofre é uma empresa de saúde que também trabalha com beleza. A gente tem um portfólio de beleza amplo, tem marcas exclusivas, mas é uma empresa com propósito de saúde. Então faltava mostrar ao cliente que ele estava dentro de uma farmácia, que ele poderia pensar em saúde. O novo logo traz uma cruz com dois corações invertidos, que são os corações da CVS. Guia • Atrelar saúde no novo posicionamento da marca foi um direcionamento trazido pela CVS? Elizangela • Lógico que existe um DNA de saúde dentro da CVS muito forte e muitas coisas foram renovadas, desde a implementação da cultura de compliance até estruturar um time que conhecesse localmente o mercado, que buscasse conhecimento de forma rápida para ter respostas mais claras e não impor somente o que os Estados Unidos impõem. Acho que por ser uma empresa que tem um perfil de saúde, a gente passou a mostrar para o cliente que o nosso propósito é ajudá-lo no caminho de ter uma vida mais saudável e feliz. Guia • Além do conceito de saúde, quais foram outras importantes alterações que a CVS implantou? Há alguma coisa no modelo americano que vocês gostariam de implantar no Brasil? Elizangela • Começamos a implementar uma cultura de olhar para o negócio de forma sustentável, com uma cultura mais financeira, mais disciplinada; implementamos processos, sistemas; começamos a melhorar a plataforma de sistemas; mudamos o centro de distribuição, tanto para obedecer uma questão regulatória quanto para poder ampliar nossa possibilidade de crescimento. Viemos regularizando a operação, de pessoas à implementação de processos. A Onofre tem 80 anos, então muitos quesitos estavam desatualizados. Mudamos pontos de lojas, fechando umas e abrindo outras. Mudamos a matriz, que ficava na Sé, para uma outra localidade. A CVS tem mais de mil clínicas nos Estados Unidos que não são só um centro de vacinação. É muito mais do que isso. Lá, eles trabalham de fato ajudando o sistema de saúde. É um posicionamento que ainda não é possível aqui no Brasil. São modelos diferentes entre as farmácias clínicas, até a formação de quem atua na clínica é diferente, quem atua lá são enfermeiros.


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ANTENA LIGADA

MOMENTO DE RECOMEÇO CANAL FARMA CONSEGUE APRESENTAR CRESCIMENTO E BONS RESULTADOS, DEMONSTRANDO PLANOS POSITIVOS PARA O ANO QUE ACABA DE COMEÇAR POR LAURA MARTINS

FARMARCAS ABRE LOJA 700 ABRAFARMA APRESENTA CRESCIMENTO DE 9,05%

As 26 redes de farmácias afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) movimentaram R$ 32,92 bilhões nos três primeiros trimestres de 2017, crescimento de 9,05% em relação a 2016. No período, os medicamentos mantiveram-se como principais responsáveis pelo resultado. O comércio dos produtos totalizou R$ 22,5 bilhões, aumento de 9,61% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. Já a venda dos não medicamentos (itens de higiene, cosméticos, perfumaria e conveniência) contabilizou R$ 10,42 bilhões – um acréscimo de 7,21%. Separando somente a categoria de genéricos, o movimento foi de R$ 3,92 bilhões, com alta de 7,54% sobre o mesmo período de 2016. • www.abrafarma.com.br 12

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A Farmarcas acaba de chegar à marca de 700 lojas. Localizado na cidade de Costa Rica (MS), o estabelecimento é de propriedade de Daniel Santos, que já possui outras duas lojas na cidade. A Farmarcas administra diferentes bandeiras de farmácias, sendo a Bigfort uma delas, com quase 30 lojas inauguradas. Além da Bigfort, a associação engloba drogarias das redes Ultra Popular, Maxi Popular, Super Popular, Entrefarma, AC Farma, Farma100, Maestra e Megapharma. “A existência de várias bandeiras nos permite traçar estratégias distintas para as lojas. Mas todas as farmácias administradas por nós têm como característica uma gestão muito alinhada com a central da Farmarcas, com o acompanhamento personalizado por profissionais que denominamos como ‘anjos’. Isso permite o fortalecimento no trabalho dessas redes e, consequentemente, melhores resultados”, informa o diretor operacional da Farmarcas, Ângelo Vieira. • www.farmarcas.com.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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ATUALIZAÇÃO DA VACINA CONTRA DENGUE

A Sanofi Pasteur solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a atualização das informações para médicos e pacientes sobre a vacina Dengvaxia®, para dengue, nos países onde está aprovada, como o Brasil. O pedido é baseado em uma nova análise de acompanhamento em longo prazo, que demonstrou diferenças no desempenho da imunização de acordo com infecção prévia por dengue. Como resultado, a agência avaliará os dados. Enquanto isso, publicou em seu site que “recomenda que a vacina Dengvaxia® não seja administrada em indivíduos soronegativos, ou seja, sem exposição prévia ao vírus da dengue”. Os resultados da nova análise confirmaram a proteção significativa e de longo prazo em pacientes que tiveram infecção prévia do vírus. Porém, aqueles que nunca foram infectados têm a chance de ter a forma grave da doença, após uma subsequente infecção por dengue. • www.sanofi.com.br

EUROFARMA É PENTACAMPEÃ DOS JOGOS SINDUSFARMA 2017

O laboratório consagrou-se campeão, com 244 pontos, ao conquistar os títulos da natação, do basquete feminino e do society sênior. O Butantan ficou na segunda posição, com 178 pontos, depois de ganhar o título do vôlei feminino. A Bayer ficou com o terceiro lugar, com 114 pontos. Atletas de dez empresas associadas, como Aché; Allergan; Amgen/Bergamo; AstraZeneca; Baxter; Bayer; Biolab; Butantan; Eurofarma e Prati-Donaduzzi competiram ao longo de seis meses. A Eurofarma conquistou o título do basquete feminino e masculino; futebol de campo; futebol society máster, sênior; futsal feminino e masculino; kart; jogos de salão e natação. O vice-campeão Butantan foi campeão do atletismo, do tênis e do vôlei feminino. Já a terceira colocada Bayer conquistou os títulos no society feminino e no tênis de mesa. • www.sindusfarma.com.br • https://jogos.sindusfarma.org.br • www.eurofarma.com.br

ANVISA REGULAMENTA VACINAÇÃO EM FARMÁCIAS

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a resolução que permite a imunização em quaisquer estabelecimentos de saúde, incluindo farmácias e drogarias. Com a norma, o setor terá mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos em todo o Brasil. Além disso, as vigilâncias sanitárias poderão exercer a fiscalização a partir de diretrizes mais objetivas e uniformes, independente do tipo de estabelecimento. Aos usuários, será possível a identificação, de maneira clara, dos lugares que oferecem o serviço de vacinação de acordo com os requisitos de qualidade e segurança definidos pela Anvisa, além de ter sua rotina facilitada pelo crescimento das alternativas de escolha quanto ao local de prestação do serviço. • www.anvisa.gov.br

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BEIERSDORF EXPANDE FÁBRICA BRASILEIRA

ACHÉ E FERRING LANÇAM CENTRO DE NANOTECNOLOGIA

O Aché e a Ferring inauguram o Nanotechnology Innovation Laboratory Enterprise (NILE), laboratório exclusivo de pesquisa e desenvolvimento de novas plataformas tecnológicas baseadas em nanotecnologia para aplicação no desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e alimentos. Fruto da parceria firmada entre as duas empresas, o centro está localizado no Innovatech Solutions, o Instituto de Ciências e Tecnologia (ICT) do Aché, em sua sede, em Guarulhos (SP). As empresas investiram R$ 7 milhões em equipamentos e infraestrutura do novo projeto, com foco no desenvolvimento de plataformas tecnológicas e transferência de tecnologia par aplicação em produtos. Essa é a primeira iniciativa da Ferring em pesquisa no Hemisfério Sul e o primeiro centro da empresa em nanotecnologia. • www.ache.com.br • www.ferring.com.br

NOVA ASSOCIAÇÃO

A Beiersdorf, dona de marcas como NIVEA e Eucerin, está aumentando sua fábrica de produtos para cuidados pessoais no Brasil. A unidade, localizada em Itatiba (SP) e inaugurada em 2003, receberá um investimento de R$ 300 milhões. Com o aumento da planta, devem ser geradas cerca de 70 novas posições de trabalho até o fim de 2019 e, como parte do compromisso com a sustentabilidade, todo o planejamento e execução do projeto contemplam processos para garantir a eficiência no uso de energia e de água. Quarto maior mercado de cosméticos do mundo, o Brasil tem apresentado crescimento de destaque para o Grupo nos últimos anos. A escolha de São Paulo foi estratégica por permitir que todo o País seja atendido, pela facilidade de distribuição, e consolida a posição do estado na indústria de cosméticos. • www.beiersdorf.com.br

No fim do último ano, foi lançada a Associação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias e Drogarias (ABRAFAD). A entidade nasceu da iniciativa da Rede Soma, do Grupo Melhor Compra e da Rede Universal Farma que, reunidas, agregam 836 farmácias e drogarias independentes. Com proposta inclusiva, a ABRAFAD espera ser uma alternativa para as redes associativistas em todo o território natural na defesa de seus interesses institucionais, políticos e comerciais. • www.abrafad.com.br

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HYPERMARCAS PASSA A SE CHAMAR HYPERA PHARMA

A farmacêutica Hypermarcas, em um dos últimos movimentos de deixar o segmento de consumo, acaba de anunciar que adotará o nome Hypera Pharma. Com a venda da operação de fraldas anunciada em abril último, a empresa se prepara para ter seu primeiro ano como “farmacêutica pura”. Com uma fatia de 37% nos segmentos do setor em que tem presença relevante, a antiga Hypermarcas projeta expansão da capacidade, com ampliação de uma nova unidade produtiva. A empresa espera crescer de 2% a 3% acima da média do mercado, entre 2017 e 2021. • www.hyperapharma.com.br

CAMPANHA PARA TODO O ANO

Focada nos cuidados com a respiração durante todo o ano, a Divisão Avert, da Biolab Farmacêutica, lançou uma campanha com tom divertido para atrair a atenção de todos os consumidores para a linha completa de Sinustrat e a importância do seu uso. Em uma sala de aula com vários narizes pequenos, médios e grandes, o professor (em formato de nariz – personagem Narilton) explica a diferença entre as linhas dos produtos da marca e, no fim, pede para os alunos falarem Sinustrat e todos pronunciam de maneira incorreta por estarem com a voz anasalada. Após os personagens usarem o produto, conseguem respirar melhor e dizer a palavra com clareza na voz. • www.biolabfarma.com.br

ASCOFERJ PREMIA EMPRESAS DO SETOR FARMACÊUTICO

A 13ª edição do Prêmio Destaque Ascoferj premiou dez empresas: Aché, Emefarma Rio, Hypermarcas, L’Oréal, La Roche-Posay, Medley, Neo Química, Santa Cruz, Unilever e Zamboni. A Emefarma Rio ganhou o SuperDestaque e mais duas categorias. Mais de 350 pessoas compareceram ao evento que contou, ainda, com a exposição Retratos da Farmácia Brasileira, uma homenagem da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) à farmácia brasileira. • www.ascoferj.com.br

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ATUALIZANDO

MEDICINA ALIADA À BELEZA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BUSCA PRODUTOS QUE SUPLEMENTEM AS VITAMINAS E OS MINERAIS NECESSÁRIOS NO DIA A DIA. PÚBLICO QUER ESTAR SAUDÁVEL E FELIZ COM A SUA APARÊNCIA POR LAURA MARTINS

COLÁGENO HIDROLISADO TYPE ONE EQUALIV

A Equaliv, marca de nutracêuticos do Grupo Althaia, anuncia a sua entrada no mercado de colágeno com a tecnologia de auxílio ao combate do envelhecimento, a alemã Verisol, que estimula as células a produzir mais colágeno, amenizando as marcas da idade na pele. Com a ingestão diária de Equaliv Colágeno Hidrolisado Type One, o usuário confere a redução significativa das rugas após quatro semanas de uso. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.equaliv.com.br

SVELIM ACHÉ

O Aché Laboratórios apresenta o nutracêutico Svelim, produzido a partir da combinação exclusiva de três ingredientes naturais, extrato purificado de café verde, óleo de cártamo e picolinato de cromo. O extrato de café verde tem alta concentração de ácido clorogênico e baixo teor de cafeína. Quando associado a hábitos saudáveis, exerce efeitos metabólicos na prevenção da obesidade e oferece benefícios no controle lipídico, auxiliando na perda de peso e melhorando a relação entre massa magra e gorda. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.ache.com.br

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO


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ATUALIZANDO

LUBRIGEL®

MASTER FARMACÊUTICA

O lançamentos da Master Farmacêutica, Lubrigel®, é um lubrificante íntimo, hipoalergênico e inodoro. Proporciona maior segurança, conforto e suavidade nas relações sexuais. Compatível com o uso de preservativos. O produto não é gorduroso e é solúvel em água, sendo facilmente removível após o uso, além de ser facilmente absorvível por guardanapos de papel, algodão ou qualquer outro tecido. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.masterfarmaceutica.com.br

MAGNÉSIA DE PHILLIPS TABS ASPEN PHARMA

O suplemento mineral, à base de hidróxido de magnésio e carbonato de cálcio, Magnésia de Phillips, chega ao mercado brasileiro na versão de comprimidos mastigáveis. Nos sabores morango e hortelã, o produto é sem açúcar e pode ser consumido também por diabéticos. Um dos grandes atrativos da apresentação é a facilidade de transporte e consumo. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.aspenpharma.com.br

VITASUPRAZ UNIÃO QUÍMICA

O laboratório União Química lança um suplemento com duas versões: Homem e Mulher. Os produtos foram especialmente desenvolvidos para atender às necessidades nutricionais específicas de homens e mulheres, suprindo deficiências nutricionais provenientes de má alimentação, estresse, uso de determinados medicamentos ou condições biológicas. Ambas as apresentações contêm 23 vitaminas e minerais que ajudam a proteger as células da ação dos radicais livres e auxiliam nas defesas do organismo. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.uniaoquimica.com.br

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LACLEV ABBOTT

Para melhorar o conforto das pessoas intolerantes à lactose ao ingerir produtos lácteos, a Abbott apresenta o LacLev, a primeira lactase em comprimidos mastigáveis do mercado brasileiro. Recomendado para uso adulto e pediátrico, o produto não possui glúten e nem contém adição de açúcar. É pronto para ingestão e deve ser administrado imediatamente antes do consumo de leite e derivados de produtos lácteos. LacLev é uma enzima lactase, necessária para quebrar a lactose em açúcares menores (glicose e galactose) para ser absorvidos pelo organismo. MS 6.6282.0003.001-1 • www.abbottbrasil.com.br


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MEDICAMENTOS ANSIOLÍTICOS E ANTIDEPRESSIVOS DIMINUEM O EFEITO DO ANTICONCEPCIONAL? PERGUNTA ENVIADA POR BRUNA BORGES – SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP)

N

Nos últimos tempos, tem-se observado que os avanços na ciência e a inovação tecnológica contribuem para o desenvolvimento de medicamentos e a ampliação do leque de alternativas disponíveis e utilizadas para a obtenção de resultados concretos, definidos e mensuráveis em termos de saúde, que contemplam: a cura de doenças, a amenização dos sinais e sintomas, a interrupção do processo evolutivo da afecção e, até mesmo, a prevenção. Um dos caminhos para alcançar esses objetivos é a racionalização da farmacoterapia, além, claro, da associação às Mudanças no Estilo de Vida (MEVs), em especial no cenário das doenças crônicas, que são as que prevalecem quando se tem um perfil de população que envelhece. Nesse contexto, identificam-se algumas barreiras que podem comprometer o êxito de uma terapia, entre elas, a ocorrência de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs) que são causas de Resultados Negativos Associados aos Medicamentos (RNMs). As Interações Medicamentosas (IMs) surgem como exemplo de PRMs e segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), correspondem a uma resposta farmacológica ou clínica, causada pela combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois medicamentos dados individualmente, podendo seu resultado final ser o aumento ou a diminuição dos efeitos desejados e/ou os eventos adversos. Podem decorrer entre medicamento-medicamento, medicamento-alimentos, medicamento-exames labo-

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ratoriais e medicamento-substâncias químicas e são classificadas da seguinte forma: • Origem: farmacocinética, quando um medicamento altera a absorção, a distribuição, o metabolismo ou a excreção de um segundo medicamento; e farmacodinâmica, constatada com a potencialização (sinergismo) ou inibição (antagonismo) do efeito de outro medicamento (PRYBYS; GEE, 2002). • Gravidade: menor, moderada e maior. O estilo de vida atual, decorrente desde a industrialização e propagado com a modernização, trouxe inúmeros benefícios, agilidade, variedade de serviços e produtos, além da independência para a mulher, no tocante à contracepção, cabendo aqui a tomada da decisão pelo momento gestacional. Mas, também, estes momentos de upgrade instituem consequências sobre a saúde humana, disseminando, cada vez mais, na população, transtornos, como a ansiedade e a depressão, que para tratá-los, recorrem-se, muitas vezes, aos medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, que quando utilizados em combinação a outros tratamentos farmacológicos, podem constituir fontes potencias de interações entre classes terapêuticas. A respeito das possibilidades de ocorrência de IM entre substâncias ansiolítica (clonazepam e diazepam – benzodiazepínicos), antidepressiva (fluoxetina – inibidor da receptação de serotonina) e contraceptiva (anticoncepcional) oral (estradiol/levonorgestrel), após pesquisa realizada na base de dados Drugdex (Micromedex®), disponível no site do Portal CAPES, obtiveram-se as seguintes informações:

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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CAMILA DE ALBUQUERQUE MONTENEGRO Farmacêutica com habilitação em indústria, especialista em Gestão Farmacêutica, Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica, doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (área Farmacologia) e professora adjunta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) (área Assistência Farmacêutica).

MEDICAMENTO

CONTRACEPTIVO ORAL

INTERAGEM?

GRAVIDADE DA INTERAÇÃO

EFEITO (RESULTADO) DA INTERAÇÃO

CONDUTA

Clonazepam

Estradiol/ levonorgestrel

NÃO

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-----Pode ser necessária a redução da dosagem do diazepam em pacientes fazendo uso de contraceptivos esteroidais. Entrar em contato com os profissionais prescritores dos tratamentos ------

Diazepam

Estradiol/ levonorgestrel

SIM

Menor

Aumento da resposta do benzodiazepínico, por diminuição da biotransformação. Pode acontecer também para o alprazolam, triazolam e clordiazepóxido

Fluoxetina

Estradiol/ levonorgestrel

NÃO

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Classicamente, o que se encontra na literatura é que o efeito do anticoncepcional é prejudicado pelo uso de antimicrobianos do tipo antibióticos. Vale ressaltar que os fármacos selecionados para a breve pesquisa são os encontrados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), ou seja, aqueles que a população tem acesso gratuitamente via Sistema Único de Saúde (SUS); mas existem muitos outros exemplos de substâncias que compõem as classes terapêuticas dos ansiolíticos, antidepressivos e contraceptivos orais, podendo surgir outros perfis de efeitos, o que exigirá outras condutas para solucionar as ocorrências e atingir a finalidade dos tratamentos. Não há dúvidas de que as IMs podem estar por trás de um insucesso farmacoterapêutico e é bem neste panorama que a atribuição clínica do farmacêutico constitui uma prá-

tica primordial para a promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM), sendo fundamental na prevenção ou resolução dos PRMs, sejam eles interações medicamentosas e/ou eventos adversos (PRADO et al., 2016). Assim, evidencia-se a missão desse especialista na cadeia de cuidados centrados no paciente, ao assumir grande responsabilidade na melhoria dos serviços de saúde prestados, o que garante a segurança, lapida a qualidade, promove a adesão à terapêutica e, com isto, proporciona o alcance do uso correto e adequado de medicamentos (PAULA et al., 2015). Um papel clínico bem desempenhado culminará na valorização e reconhecimento da função social e diferenciada do profissional farmacêutico por seus colegas que compõem a equipe multiprofissional e, sobretudo, pela sociedade.

REFERÊNCIAS MICROMEDEX® 2.0, (electronic version). Truven Health Analytics, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www.micromedexsolutionscom.ez115.periodicos.capes.gov.br/. Acesso em: 8 de dezembro de 2017. PAULA VC, BARRETO RR, SANTOS EJV, SILVA AS, MAIA MBS. Avaliação de eventos clínicos adversos decorrentes de interações medicamentosas em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Bolet inform Geum. 2015; 6(3): 83-90. PRADO MAMB, FRANCISCO PMSB, BARROS MBA. Diabetes em idosos: uso de medicamentos e risco de interação medicamentosa. Ciência e Saúde Coletiva. 2016; 21(11): 3447-3458. PRYBYS, K., GEE. A. Polypharmacy in the elderly: clinical challenges in emergency practice., n.1, p. 145-151, 2002.

2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

Planejamento estratégico para 2018

T

PLANEJAR É TRAÇAR UM PLANO DE AÇÃO PARA O ANO, COM OBJETIVOS, METAS E MEIOS PARA ATINGÍ-LOS

SILVIA OSSO

Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS . Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 28

Todo fim de ano, empresas fazem um planejamento para o ano seguinte. Se sua empresa não o fez, a boa notícia é que: ainda dá tempo para planejar 2018! É momento de analisar o que foi feito em 2017 e verificar se os objetivos foram alcançados; as metas atingidas; e quais os erros e acertos. Este guia básico e prático de como montar um bom planejamento para 2018 pode ajudá-lo. Siga o passo a passo abaixo: 1- Quem planeja? Não se é o dono da verdade. Várias cabeças pensam melhor do que uma só. Como gestor ou proprietário, faça a reunião de planejamento com a equipe e monte a equipe básica de planejamento. Lembre-se de que todos os colaboradores, diretores, gerentes e colaboradores devem estar envolvidos, pois são peças fundamentais para atingir os objetivos. 2- Sequência O planejamento faz parte da visão da empresa, validado por toda a equipe. O plano deve ser iniciado, respondendo as questões abaixo e anotando as respostas. 1) Diagnóstico: onde a empresa se encontra neste momento? • Analise a situação da empresa em 2017: o que foi feito para o crescimento? • Faça uma sessão de brainstorming e defina todos os pontos fracos e fortes atuais da empresa (se souber aplique a técnica SWOT). 2) Aonde quer chegar até o fim de 2018? • Siga a visão definida por todos da equipe e qual o foco para o ano. • Crie uma lista de cinco a dez objetivos para a empresa atingir até o fim do ano.

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

3) Como chegar lá? • Novamente, em sessão de brainstorming, defina as metas anual e periódica para atingir a visão e os objetivos. Defina em consenso a prioridade dessas metas. • Identifique metas mensais e trimestrais que apoiem o principal objetivo que será alcançado no ano. Verifique a possibilidade de alcançá-lo. • Certifique-se do envolvimento de todos. • Determine prazos, recursos e pessoal necessário para se alcançar a primeira meta mensal e as trimestrais, até alcançar o objetivo final. • Organize as informações de forma a tornar a apresentação, discussão e os controles mais fáceis para poder apresentar a todos os níveis da empresa. 4) Como medir o plano? • Defina métricas e pessoas para acompanhar o plano. Parte dos membros da equipe é encarregada de monitorar o progresso e efetuar a revisão. • Aloque recursos suficientes para a implementação do plano. • Avalie o desenvolvimento mensalmente: as metas de curto prazo e objetivo final. Faça adequações, mas lembre-se de que o plano é o principal documento da empresa e deve ser seguido à risca. Vale lembrar que o planejamento estratégico pode ser elaborado por períodos diferentes que um ano. Para quem não está acostumado a fazê-lo, sugiro fazer um plano anual, mas detalhar apenas os seis primeiros meses, assim pode ser reconfigurado a cada trimestre. Que o ano de 2018 seja repleto de prosperidade para todos! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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OPINIÃO

Alerta aos credenciados no Programa Farmácia Popular

N

AS FARMÁCIAS PODEM FAZER AUDITORIAS PREVENTIVAS E TAMBÉM CORRETIVAS, QUANDO O ESTABELECIMENTO É ALVO DE INVESTIGAÇÕES

MARCIO DUQUE

Proprietário da MSD Assessoria Empresarial e Financeira 28

Nos últimos meses, o Ministério da Saúde (MS) tem apertado o cerco a possíveis irregularidades envolvendo credenciados no Programa Farmácia Popular (PFP). O número de despachos com solicitações de instauração de procedimentos para averiguar transações de proprietários de farmácias deve chegar a centenas. As penalizações estão sendo imediatas e ameaçam diretamente o futuro do negócio dessas empresas. A conexão ao sistema de vendas e pagamento do estabelecimento está sendo suspensa pelo MS, inclusive sem um aviso prévio. Ou seja, o comerciante, caso esteja nessa malha fina do MS, provavelmente será surpreendido com o impedimento de realizar qualquer comercialização. O caminho do MS, por intermédio do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), porém, é questionável. Apesar das suspeitas de irregularidades, não estão sendo dados às empresas o direito ao contraditório e a ampla fundamentação da defesa. Essa medida do MS vai provocar, de imediato, um enorme prejuízo financeiro aos credenciados no PFP. Os investigados ficam ameaçados de ficar de dois até cinco anos descredenciados. Fora a possibilidade de ter de devolver milhares de reais ao erário público. Além do prejuízo financeiro, devido às penas administrativas, há o risco criminal do proprietário da farmácia ser investigado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Alguns comerciantes já estão recebendo intimações judiciais para comparecer à Polícia Federal e apresentar todos os da-

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

dos solicitados, ou seja, aqueles que não tenham feito um trabalho preventivo de resguardar todos os dados e procedimentos adotados nos últimos anos terão sérias dificuldades de provar sua idoneidade. Essa medida do MS vai provocar de imediato um enorme prejuízo financeiro aos credenciados no PFP, pois estão ameaçados de ficar de dois até cinco anos descredenciados. Ou seja, o proprietário da farmácia fica sem vender e nem ao menos sabe o porquê de ter sido bloqueado no sistema. Às vezes, é sem um motivo aparente, algo que uma convocação para explicação oral ou documental não pudesse desfazer o mal-entendido. Mas não está havendo sequer o direito de fundamentação de defesa. As farmácias podem fazer auditorias preventivas e também corretivas, quando o estabelecimento é alvo de investigações. Nesse caso, é necessário fazer uma análise de seus procedimentos internos e um planejamento de defesa para evitar punições administrativas do MS e criminais do MPF e Polícia Federal. NO ALVO Pontos que o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos verificou após monitoramento interno dos dados processados pelo Sistema Autorizador de Vendas: • Tíquete médio considerado alto; • Crescimento considerável do faturamento do estabelecimento; • Falta de identificação de aquisição de medicamento pela farmácia, que, no entanto, efetuou dispensação pelo PFP. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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SÉRIE ESPECIAL

GC

Que chances você está dando para o Gerenciamento por Categorias?

T

Tenho dois filhos, de 11 e 7 anos de idade. Esta semana, conversando com o Matheus, o mais velho, ele estava me contando que achava que tinha ido bem na prova de inglês. Em uma das questões dissertativas, a pergunta era: “Na sua opinião, qual o futuro da música?”. E ele me relatou, em inglês, que, na visão dele, a música seria cada vez mais democrática e acessível, que, no futuro, não haveria opção de compra, apenas de download e, o que ele considerou “disruptivo” (obviamente não com este termo, afinal, só 30

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

tem 11 anos de idade), é que logo mais seria possível ouvir no celular o show de um artista ao vivo, em tempo real, tudo a alcance de um click . Analisando rasamente o momento atual e um breve histórico da evolução no acesso à musica, achei perfeitamente possível esse cenário, num futuro muito próximo. Bom, se você chegou até aqui, deve se perguntar o que está história tem a ver com Gerenciamento por Categorias (GC). Nada e, ao mesmo tempo, tudo. Explico: a visão do meu filho foi apenas para IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


contextualizar que estamos num processo evolutivo vertiginoso, novas gerações, novas tendências, novos modelos de trabalho, de economia, de relações... E qual não foi minha surpresa, ao conversar com um grande player do varejo de um segmento que ainda desconhece GC, me deparar com a pergunta: “Você não adota os oito passos? Dias atrás, ouvi uma palestra sobre o tema e o fio condutor para explicar GC foram os oito passos…”. Ele me perguntou quando eu estava apresentando uma metodologia proprietária, que consideramos a evolução dos processos de GC e a praticamos há anos, com diversos cases de sucesso. Pedi desculpas ao Brian Harris e, da forma mais didática possível, mostrei o motivo pelo qual ele, sendo um grande player de varejo, ainda não adotou GC. Ao pontuar as oportunidades no processo inicial, que se tornaram barreiras de adoção ao GC, ele começou a ver sentido na explicação, muito menos por mérito meu e, sim, porque cada objeção que citei, ele já ouviu das áreas internas de interface do processo, e as que ele ainda não tinha ouvido, achou que era absolutamente possível que fossem questionadas diante do processo antigo. Dessa conversa, surgiu minha pergunta: “Que chances o mercado está dando para fomentarmos o Gerenciamento por Categorias?”. Não quero ser mais real que o rei, e meus 15 anos respirando GC entregam que sou da época em que a área era um laboratório isolado nas indústrias por questões de confidencialidade, que pratiquei na integra os famigerados oito passos..., mas que também aprendi a me resignar com projetos que não se tornaram processos, pilotos que nunca evoluíram para o roll out, mesmo sabendo que eu tinha executado à risca todas as etapas. Eu tenho um grande respeito pelas escolas que passei e nosso modelo atual não rompe padrões, nem desconsidera a base teórica que deu origem a este processo tão rico e eficaz, mas praticamos um GC possível, implementável, mensurável e, especialmente, democrático. Ou seja, o que buscamos desenvolver, ao longo dos anos, foi uma metodologia que fizesse sentido para a indústria, para o varejo e, principalmente, para o shopper, e que não desconsiderasse duas realidades brasileiras que são as premissas do “go, no go” de GC: a capilaridade do varejo brasileiro e a pressão comercial que nos assola.

“O QUE BUSCAMOS DESENVOLVER, AO LONGO DOS ANOS, FOI UMA METODOLOGIA QUE FIZESSE SENTIDO PARA A INDÚSTRIA, PARA O VAREJO E, PRINCIPALMENTE, PARA O SHOPPER” Tomei como desafio a pergunta título deste texto e, em doses homeopáticas, vamos compartilhar com vocês pílulas de conhecimento sobre o processo de GC; meu compromisso é compartilhar conhecimento da forma mais séria e transparente possível! A seguir, os temas que vamos abordar com nossas pílulas de conhecimento: • Dos primórdios até hoje em dia: origem, processo evolutivo e o GC nos dias atuais. • Relação Varejo e Indústria: relacionamento transformacional é utopia ou pode se tornar realidade? • Shopper : esse ilustre desconhecido. • Afinal, o que é “experiência de compra”? • Os novos passos de GC: agora sabemos onde estamos e para onde vamos! • Passo 1. Conhecimento. • Passo 2. Planejamento. • Passo 3. Implementação e compliance. • Passo 4. Roll out . • Cases, cases e mais cases! Espero aguçar sua curiosidade e te engajar a começar e permanecer no processo de GC ... a contrapartida serão grandes resultados! Pode confiar! Um abraço! Ale Lima

Alessandra Lima é filha, esposa e mãe. Concomitante a essas missões, dirige a Mind Shopper há dez anos, uma consultoria que nasceu no Gerenciamento por Categorias e expandiu seu escopo em serviços correlatos e intercambiáveis (assim como a definição de uma categoria de produtos): hoje, além de ser referência em Gerenciamento por Categorias, atua na área de pesquisa de shopper e trade marketing, além de ministrar cursos e palestras pelo Brasil afora, cumprindo com sua proposta de disseminar e fomentar a cultura de shopper entre marcas e varejos.

2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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Especial Farmacêutico

PAN ORAMA

Farmacêutico da farmácia: uma profissão em resgate A INDUSTRIALIZAÇÃO NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS ACABOU POR DISTANCIAR O FARMACÊUTICO DA PRÁTICA CLÍNICA; AGORA, ENTIDADES DE CLASSE LUTAM PARA RETOMAR O PAPEL DESTE PROFISSIONAL NO CUIDADO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO

O

P OR FLÁVIA CORBÓ

Os primeiros registros da profissão de Farmácia são da época das antigas boticas coloniais. Nesses pequenos estabelecimentos, geralmente de propriedade familiar, o farmacêutico trabalhava com preparados magistrais de origem vegetal ou animal e fazia a indicação e orientação quanto ao uso correto das substâncias. Essa característica artesanal e caseira da profissão se manteve firme até o início do século 20. Entre as décadas de 1930 e 1940, iniciou-se um processo de industrialização na produção dos medicamentos que, aos poucos, transformou a realidade da profissão. A mudança definitiva no perfil da profissão chegou em 1970, quando a indústria farmacêutica

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

sofreu um intenso processo de expansão e passou a produzir em larga escala, com formulações padronizadas. A partir de então, o farmacêutico se distanciou de vez da prática clínica, para assumir um perfil tecnicista. “Dentro desse novo contexto, o profissional começou a ser visto apenas como intermediador entre o paciente e a indústria farmacêutica. Se antes tínhamos um farmacêutico que participava diretamente no cuidado com o paciente e a família, ele passou a ser visto como o profissional que fornecia e dispensava medicamento”, conta a farmacêutica assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG), Danyella Domingues. Essa mudança ainda foi intensificada por processos regulatórios que não abordavam o cuidado farmacêutico entre as atribuições dessa profissão ou dentro da perspectiva IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Especial Farmacêutico

PAN ORAMA

COMO O FARMACÊUTICO PODE VOLTAR A SER O PROFISSIONAL DE CONFIANÇA DA FAMÍLIA? Para retomar o papel de cuidador perante à sociedade, o farmacêutico precisa adotar um padrão de qualidade de atendimento, seguindo diretrizes que norteiam a profissão. “As entidades de classe e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) têm feito um amplo trabalho, tanto de conscientização para adequação do profissional a esse novo momento do mercado, quanto a fornecer subsídios e cursos para que esse profissional esteja mais capacitado para atender de forma mais técnica e correta o paciente. Esse empoderamento é consequência de uma prestação de serviço de excelência”, destaca a assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG), Danyella Domingues.

de atendimento e de assistência à saúde da população. “A diretriz legal não existia. De 1973 até 2014, tivemos em vigência a Lei 5.591/73, que conceituava a farmácia apenas como estabelecimento de comércio de medicamento”, destaca Danyella.

RESGATE DA PROFISSÃO As consequências do distanciamento do farmacêutico e dos cuidados com a saúde da população foram desastrosas. Os sistemas de saúde ficaram sobrecarregados, já que, mesmo diante de males corriqueiros, as pessoas buscavam o auxílio dos médicos em hospitais públicos e privados. Ao mesmo tempo, a automedicação cresceu vertiginosamente, aumentando os quadros de intoxicação e casos em que sintomas de problemas graves eram mascarados. Diante desse quadro, as entidades de saúde perceberam a necessidade de resgatar as origens da profissão de Farmácia. “Hoje, no mundo inteiro, há um movimento de resgate do papel do farmacêutico como profissional da saúde e aqui nós seguimos nessa direção”, garante o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João. Nos últimos anos, devido um trabalho intenso das entidades de classe, muitos avanços foram obtidos em direção ao empoderamento do farmacêutico no Brasil. 34

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

“Nós conseguimos, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a atualização da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), de dois para oito ocupações e de 19 para 117 especialidades”, destaca Jorge João. Com isso, o farmacêutico ganhou respaldo legal para atuar em áreas nunca antes imaginadas, como a floralterapia, a estética, a perfusão sanguínea, entre outras. Também foram publicadas mais de 90 resoluções que trouxeram benefícios à prática da profissão. As que desencadearam as maiores transformações no cenário profissional foram as de números 585 e 586, ambas de 2013, que dispõe sobre a criação das farmácias clínicas e permite a prescrição farmacêutica, respectivamente. Nesse mesmo ano, o CFF coordenou o processo de criação do Fórum Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêutica, que participou ativamente da mobilização pela aprovação da Lei 13.021/14, outra grande

COMO EMPODERAR O FARMACÊUTICO? Para que o profissional seja capaz de recuperar seu espaço no cuidado com a saúde da população, é preciso combinar dois fatores: • Legislação Para participar de maneira ampla no cuidado com a saúde da população, o farmacêutico precisa ter respaldo legal. As entidades de classe vêm fazendo um bom trabalho e, nos últimos anos, conseguiram ampliar a atuação farmacêutica de 19 para 117 especialidades; obtiveram autorização para a abertura de criação das farmácias clínicas; e regulamentaram a prescrição farmacêutica. Com a Lei 13.021/14, também ficou estabelecido que as farmácias são estabelecimentos de saúde, aptos a prestar assistência farmacêutica. • Formação Para que os farmacêuticos estejam aptos em atuar nas novas frentes regulamentadas por lei, é preciso que eles recebam formação compatível nos cursos de ensino superior. Para isso, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou a Resolução 06/2017, que institui as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Farmácia. Entre as principais mudanças, está a obrigatoriedade de destinar 50% do currículo a conteúdos voltados ao cuidado em saúde.


PERFIL DOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL

81,1%

• Existem 195 mil profissionais farmacêuticos no Brasil, sendo

• atuam em algum tipo de farmácia ou drogaria.

67,5% mulheres.

O restante está dividido em:

3,5% distribuidora de medicamentos • Todos os anos se formam

1,9%

16 mil

docência

profissionais.

• O maior percentual de farmacêuticos concentra-se na faixa salarial

39,9%

de R$ 2.001 a R$ 3.000.

• Dentro do varejo, existem em torno de 158 mil farmacêuticos, que atuam nas 76 mil farmácias do País. Com uma população de aproximadamente 200 milhões, o Brasil conta com 0,00038 farmacêuticos por habitante.

conquista. “Essa lei recuperou a autoridade do farmacêutico nas farmácias e colocou a enorme capacidade técnica do profissional a serviço da população brasileira no cuidado com a sua saúde”, afirma Jorge João.

RESULTADOS PALPÁVEIS Diante de importantes conquistas, o desafio atual é ter profissionais capacitados para atuar nessas novas funções garantidas por lei. O caminho para obter farmacêuticos qualificados inicia-se na graduação, onde toda a base de conhecimento é obtida. Por isso, a pedido do CFF e demais entidades regionais, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Farmácia foram reformuladas e agora estabelecem que 50%

8,8%

3,2%

laboratório de análises clínicas

indústria farmacêutica

1,3%

5,6%

gestão privada

3,1% estudante de mestrado ou doutorado

gestão pública

10% outros

2,07

profissionais por estabelecimento.

da carga horária do curso deve ser destinada ao eixo Cuidado em Saúde. De acordo com o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, Prof. Valter Luiz da Costa Júnior, as novas diretrizes envolvem o conjunto de ações e de serviços ofertados ao indivíduo, à família e à comunidade, por meio de atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde, além da prevenção de doenças, e que possibilite às pessoas viverem melhor. “O que falta agora é a construção de processos regulatórios afinados com o sistema educacional e de saúde, que atuem nos processos de avaliação das Instituições de Ensino Superior (IES) para que se garanta o cumprimento do que está preconizado nas DCNs.” 2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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Especial Farmacêutico

F ORMAÇÃO

Novos rumos COM A CONQUISTA DE LEIS QUE AMPLIAM O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CUIDADO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO, A GRADE CURRICULAR DOS CURSOS DE ENSINO SUPERIOR ESTÁ SOFRENDO MUDANÇAS IMPORTANTES

O

P OR FLÁVIA CORBÓ

Os princípios, os fundamentos, as condições e os procedimentos da formação de farmacêuticos em âmbito nacional são definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Ministério da Educação (MEC). Em linhas gerais, a duração da graduação em Farmácia deve ser de cinco anos, podendo ser ajustada para quatro anos de acordo com o Projeto Pedagógico de Curso (PPC). A formação dos farmacêuticos deve ser pautada em princípios éticos e científicos,

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

capacitando o aluno para o trabalho nos diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde, por meio de ações de prevenção de doenças, de promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como em trabalho de pesquisa e desenvolvimento de serviços e de produtos para a saúde. “Além disso, a formação do farmacêutico deve ser humanista, crítica, reflexiva e generalista. Sendo assim, a construção do perfil de egresso é a pedra fundamental para a elaboração do projeto pedagógico do curso, nele contidos a matriz curricular, as IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Especial Farmacêutico

F ORMAÇÃO

FAIXA SALARIAL MÉDIA PARA CADA ÁREA DE ATUAÇÃO Gráfico Gráfico 14 –14Associação – Associação entre entre a faixa a faixa salarial salarial e oetipo o tipo de estabelecimento. de estabelecimento.

Fonte: relatório Perfil do Farmacêutico no Brasil, do Conselho Federal de Farmácia (CFF)

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018


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Especial Farmacêutico

F ORMAÇÃO

ementas, os estágios, os modelos de avaliação, os projetos de extensão, enfim, de toda a construção do curso”, diz o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, Prof. Valter Luiz da Costa Júnior. Essas diretrizes nortearam os cursos superiores de Farmácia por muitos anos. No entanto, uma série de conquistas recentes permitiu a ampliação do papel do farmacêutico no cuidado da saúde da população. Em 2013, foram publicadas duas resoluções importantes, que regulamentaram a existência da farmácia clínica e criaram a prescrição farmacêutica. No ano seguinte, foi promulgada a Lei 13.021, que formaliza os preceitos da assistência farmacêutica. Diante dessas mudanças, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), junto aos conselhos regionais, refletiram que os farmacêuticos egressos das instituições de ensino, com o currículo atualmente vigente pelo MEC, não estariam amplamente aptos, com tantas novas atividades e competências, a exercer esse cuidado farmacêutico. O CFF e os conselhos regionais formularam, então, uma proposta de revisão das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em farmácia e a enviaram ao MEC. “O texto foi elaborado em um processo de construção coletiva, democrática e transparente, que resultou de uma série de eventos promovidos pelo CFF e demais entidades farmacêuticas, a partir de 2014, e contemplam, em seu bojo, quatro mil horas, com cinco anos de integralização e três eixos para a formação: Cuidado em Saúde (50%), Tecnologia e Inovação em Saúde (40%) e Gestão em Saúde (10%). Os estágios devem ser iniciados, no máximo, até o terceiro semestre, e os cursos apenas poderão ser coordenados por farmacêuticos”, explica o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João. A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CES/CNE) acatou a proposta e, em 19 de outubro de 2017, publicou a Resolução 06/2017, instituindo as novas DCNs para o curso de Farmácia. Para Costa Júnior, as novas diretrizes estão alinhadas com a demanda social pelo serviço farmacêutico. “Atualmente, se exige do profissional a aplicação de conhecimentos específicos na resolução dos diversos problemas decorrentes da farmacoterapia e o delineamento do profissional está intrinsecamente ligado ao ensino. Assim, os cursos de Farmácia 40

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

devem garantir uma formação articulada ao contexto social, entendendo a profissão como uma forma de participação e contribuição social”.

CAMINHOS E ESCOLHAS Atualmente, mais de 400 instituições de ensino superior possuem graduação em Farmácia. Juntas, elas oferecem mais de 49 mil vagas todos os anos. Considerando que mais de 103 mil estudantes costumam prestar vestibular para Farmácia anualmente, há uma média de 2,06 candidatos por vaga. Mesmo depois de enfrentar a concorrência, nem todos os egressos concluem o curso, já que o número de formandos anuais fica em torno de 16 mil. De acordo com dados do CFF, a maioria dos profissionais formados em farmácia (67,9%) graduou-se em instituições particulares, enquanto 32,1% são remanescentes de instituições públicas. Com relação à região de origem da graduação, 41,3% formaram-se na Região Sudeste; 28,1% na Sul; e 30,5% nas demais regiões. Cerca de 70% desses formandos inicia a vida profissional atuando em farmácias comunitárias, de acordo com o CFF. No entanto, durante a graduação, a indústria farmacêutica é uma das áreas que mais desperta interesse, assim como pesquisa clínica, farmácia hospitalar, análises clínicas e toxicológicas também são áreas muito procuradas. De acordo com o coordenador do curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Geraldo Alécio de Oliveira, a preferência dos estudantes depende muito das opções de empregabilidade. “No estado de São Paulo, por exemplo, a área de indústrias farmacêuticas é a principal escolha. Porém, em outros estados, os estudantes buscam as áreas de análises clínicas e hospitalar. Contudo, os setores que mais empregam farmacêuticos em todo o território nacional são as drogarias e as farmácias de manipulação”, comenta. De fato, a pesquisa O Perfil do Farmacêuticos no Brasil, feita pelo CFF, mostra que 81,1% dos profissionais pesquisados atuam em algum tipo de farmácia ou drogaria. “O varejo contribui muito para a colocação dos egressos do curso, em particular devido ao número de postos de trabalho e ao novo perfil da profissão que começa a modificar a visão de que as unidades de varejo são, na realidade, estabelecimentos de saúde e que, desta forma, podem e devem prestar


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Especial Farmacêutico

F ORMAÇÃO

diversos serviços farmacêuticos à população”, explica Costa Júnior.

ATUALIZAÇÃO CONSTANTE A etapa da graduação é fundamental para a construção do conhecimento básico de um profissional. No entanto, é preciso estar ciente de que a busca por informação não deve se encerrar junto com a entrega do diploma. Estima-se que 50% do conhecimento fica obsoleto em aproximadamente três anos, logo, o profissional que não investe em uma capacitação constante se torna facilmente substituível em seu ambiente de trabalho. “Já não basta mais que o farmacêutico possua apenas a graduação. Torna-se necessário que cada vez mais ele se especialize na área escolhida, quer por meio de cursos de pós-graduação lato sensu, quer por meio de cursos de especialização stricto sensu. Como exemplo, podemos citar o concurso para farmacêutico nas forças armadas brasileiras. Os editais têm exigido especialização do farmacêutico, quer em indústria farmacêutica, quer nas análises clínicas”, aconselha Jorge João. Os caminhos para atualização são diversos e devem ser escolhidos considerando o contexto organizacional em que o profissional está inserido e quais são as metas futuras. “É preciso fazer algumas reflexões, como, por exemplo: que habilidades são esperadas para se diferenciar na função atual? O que o mercado valoriza? Quais são os seus gaps e pontos fortes? Qual é a meta desejada?”, orienta a diretora do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec), Rosângela Curvo Leite. Feita essa análise, é possível decidir a trilha a seguir. O mercado oferece inúmeras opções: programas em formatos mais tradicionais e acadêmicos, como pós-graduação, mestrado, doutorado e Mestre em Administração de Negócios, conhecido como MBA, na sigla em inglês, até cursos livres de curta duração. Há ainda os cursos oferecidos pelas entidades da classe farmacêutica. Dentro do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), por exemplo, há o Núcleo de Educação Permanente (NEP), que promove cursos e atividades diversas, tanto presenciais quanto a distância. Existe também a possibilidade de se manter atualizado por meio de publicações especializadas no 42

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

MAIS DE 400 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR POSSUEM GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA. JUNTAS, ELAS OFERECEM MAIS DE 49 MIL VAGAS TODOS OS ANOS. CONSIDERANDO QUE MAIS DE 103 MIL ESTUDANTES COSTUMAM PRESTAR VESTIBULAR PARA FARMÁCIA ANUALMENTE, HÁ UMA MÉDIA DE 2,06 CANDIDATOS POR VAGA setor farmacêutico. A Contento Comunicação publica uma série de materiais voltados à profissionalização e atualização dos profissionais, principalmente àqueles que atuam no varejo. Há 25 anos, o Guia da Farmácia circula mensalmente entre farmácias de todo o País, levando conteúdo sobre gestão, saúde, varejo, além de debates da atualidade. Em meses alternados durante o ano, a revista ainda vem acompanhada de um Suplemento Especial, que aborda temas relevante para o mercado, como Genéricos, Suplementos e Vitaminas, Correlatos, entre outros. Há dez anos, diante do espaço e da relevância que os não medicamentos conquistaram dentro do varejo farmacêutico brasileiro, a Contento Comunicação criou uma nova publicação: a revista Essencial, especializada em pautas sobre produtos de beleza e correlatos. A Contento Comunicação ainda trabalha com publicações especiais, como o Treina PDV Farma, uma plataforma de cursos criada para contribuir com a qualificação e atualização dos profissionais que atuam no varejo farmacêutico. Elaborado por especialistas do mercado, o conteúdo é exposto de maneira prática e totalmente aplicável ao dia a dia das farmácias e drogarias. O varejista pode optar por acessar cursos rápidos e gratuitos ou se cadastrar no programa de capacitação, que oferece material mais detalhado.


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Especial Farmacêutico

ATUAÇÃO

Profissional multitarefa CAPACITADO PARA TER UMA VISÃO COMPLETA E CRÍTICA EM RELAÇÃO À AÇÃO DOS MEDICAMENTOS, O FARMACÊUTICO CONSEGUE AVALIAR A EFICÁCIA DE UM FÁRMACO, ASSIM COMO ATUAR JUNTO AO CONTEXTO SOCIAL E PSICOLÓGICO DO PACIENTE PARA QUE O TRATAMENTO TENHA O RESULTADO ESPERADO POR FLÁVIA CORBÓ

D

Definir o que é ser farmacêutico não é uma tarefa simples, uma vez que a profissão tem ampla atuação dentro do setor de saúde. Uma das descrições mais completas e atuais pode ser encontrada nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, publicada pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), em 19 de outubro de 2017. Conforme traz o documento, o farmacêutico é: “Profissional da área de saúde, com formação centrada nos fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica e, de forma integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosméticos e em alimentos, em prol do cuidado à saúde do indivíduo, da família e da comunidade”. Quando questionada sobre o papel do profissional farmacêutico, a assessora técnica do Conselho

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

Regional de Farmácia, de Minas Gerais (CRF/MG), Danyella Domingues, vai ainda mais além do que dizem as definições oficiais. “O farmacêutico é um profissional da saúde que tem ações voltadas para o uso racional de medicamentos e para eficiência da terapia do paciente. E essa eficiência não está relacionada apenas à garantia de que o medicamento vai fazer efeito, mas também ligada ao processo saúde e doença, ao manejo desse medicamento e ao contexto social e psicológico desse paciente.” Em termos práticos, a proposta mundial para a atuação do farmacêutico é de que ele esteja inserido em uma equipe multiprofissional de saúde, ou seja, se relacione com o médico e demais profissionais da área, sempre com a meta de trazer qualidade de vida ao paciente. Cada profissional contribui com as competências que lhe são previstas. Ao farmacêutico, cabe realizar ações em saúde pública e atividades dirigidas à comunidade na promoção da saúde inseridas no uso racional de medicamentos. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Especial Farmacêutico

ATUAÇÃO

PRINCIPAIS ATIVIDADES DO COTIDIANO DO FARMACÊUTICO

ATIVIDADES NÃO CLÍNICAS • Aquisição e monitoramento do estoque. • Recebimento, armazenamento e conservação dos medicamentos. • Fracionamento de medicamentos. • Manipulação de fórmulas magistrais e oficinais. • Intercambialidade de medicamentos. • Realização do exame físico do medicamento. • Elaboração do Manual de Boas Práticas de Dispensação. • Elaboração dos Procedimentos Operacionais-Padrão (POPs). • Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). • Treinamento e capacitação dos funcionários. • Atualização da documentação legal. • Uso de ferramentas administrativas e financeiras [como, por exemplo: escrituração de medicamentos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), sistema de controle de estoque de medicamentos, cadastro de fornecedores, entre outros].

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

ATIVIDADES CLÍNICAS (segundo a Resolução do Conselho Federal de Farmácia – CFF – 585) • Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente. • Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe de saúde, ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. • Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, em doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados, contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos. • Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos. • Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente. • Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento. • Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente. • Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia. • Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes.


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Especial Farmacêutico

ATUAÇÃO

QUAL O PAPEL PRÁTICO DO FARMACÊUTICO QUE ATUA NO VAREJO? As atribuições do farmacêutico responsável técnico por uma farmácia ou drogaria envolvem atividades clínicas e não clínicas. De acordo com o relatório “Perfil do farmacêutico no Brasil”, publicado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), a maior parte dos profissionais (64,1%) que atua em algum tipo de farmácia ou drogaria concentra-se na gestão, executando atividades de controle de estoque e compra de medicamentos. Na área técnica, a maioria, 89,6%, atua na dispensação de medicamento. No que se refere às atividades clínicas, 27% afirmaram que prescrevem e 17,8% praticam serviços de assistência farmacêutica.

64,1% GESTÃO

compra de medicamentos controle de estoque

TÉCNICA 89,6%

dispensação de medicamento

CLÍNICA 27% prescrevem

17,8%

assistência farmacêutica

DOMÍNIO DOS FÁRMACOS Devido à formação que recebe nas instituições de ensino superior, o farmacêutico é o único, entre todos os demais profissionais da saúde, que detém exclusivamente no seu currículo todas as atribuições envolvidas no processo de 48

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

concepção, produção, controle e dispensação de medicamentos. Para isso, a grade curricular do curso de Farmácia disponibiliza disciplinas que abordam a integralidade de fatores envolvidos para o conhecimento do medicamento, desde o seu desenvolvimento até a ação no organismo. “Portanto, envolve conhecimento da relação entre as características físico-químicas do fármaco, a forma farmacêutica e a via de administração, a velocidade e a extensão da absorção. Também aborda considerações biofarmacêuticas, incluindo os fatores que afetam a absorção de um fármaco a partir de diferentes vias de administração”, diz a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti. Para absorver conhecimento de tamanha complexidade, a formação farmacêutica é dividida em três fases: farmacotécnica (liberação do fármaco a partir da forma farmacêutica), farmacocinética (absorção, distribuição, metabolização e excreção) e farmacodinâmica (interação fármaco x receptor), além de todos os fatores envolvidos nesses processos.

ATUAÇÃO RESPONSÁVEL A ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam, ou pelo menos deveriam nortear, a conduta humana em qualquer esfera da vida em comunidade. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, não prejudicar o próximo e cumprir regras previamente estabelecidas pela sociedade. A atuação de todo farmacêutico deve seguir os princípios estabelecidos no Código de Ética da Profissão Farmacêutica. De acordo com Maria Aparecida, dois artigos merecem ser destacados: Art. 2º – O farmacêutico atuará sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos fundamentais do homem. Art. 3º – A dimensão ética da profissão farmacêutica é determinada, em todos os seus atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação. Entre tantos preceitos, Danyella resume como o profissional pode atuar de forma ética: “A palavra ética remete à legalidade. O profissional que deseja ser ético não pode se afastar das normativas legais previstas no código da profissão e, acima de tudo, tem de agir dentro de um conceito de moralidade no atendimento ao paciente, sem negligenciar nenhuma etapa e convergir todos os seus esforços para a ciência e as técnicas para que esse atendimento seja amplo e adequado. Devemos sempre procurar a promoção da saúde”, destaca.


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CENÁRIO

Crescimento parece estar confirmado EMBORA AINDA NÃO SE TENHA CLARO QUAL VAI SER O RITMO DA RETOMADA DO PAÍS EM 2018, ESPERA-SE QUE ÍNDICES IMPORTANTES VOLTEM A CRESCER, INDEPENDENTEMENTE DA CORRIDA PRESIDENCIAL

A

As expectativas em relação a 2018 são muitas e é completamente compreensível. Depois do País ter atravessado a maior e pior recessão da história, este ano promete ser decisivo. Afinal, em outubro próximo, as respostas que o mercado espera devem vir junto com o resultado das urnas, o que dará fim ao agitado e polêmico mandato do atual presidente Michel Temer. Mas seja qual for o candidato eleito, o que o mercado espera é que o crescimento econômico não seja afetado em decorrência da questão política. Segundo analisa o professor de economia do Ibmec/SP, Walter Franco Lopes, crises e embates políticos são inerentes ao sistema capitalista e democrático e não absoluta e totalmente determinantes na questão do crescimento econômico.

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

POR KATHLEN RAMOS

“No Brasil, há enormes potenciais a ser explorados, como mão de obra, capacidade ociosa na indústria e demandas reprimidas que, por si só, podem ser o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018”, acredita. Para Lopes, apesar da questão política parecer turbulenta, este é um processo de depuração que vem sendo muito positivo. “O governo Temer faz e promove reformas importantes e necessárias, como a trabalhista, a aprovação do teto de gastos, entre outras. O que esperamos é a retomada do investimento, do consumo e a continuidade da geração de emprego que possibilitarão entrar em 2018 com retomada significativa e chegarmos ao fim do ano com crescimento perto de 3%”, sinaliza. O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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CENÁRIO (Sindusfarma), Nelson Mussolini, também acredita na prosperidade de 2018. “Anos eleitorais sempre têm um incentivo do governo para que tudo fique melhor do que efetivamente é. Então, espera-se uma atividade econômica maior do que os últimos três anos, além da melhora do emprego”, presume o especialista.

SINAIS DA RETOMADA A reforma da Previdência foi um dos principais projetos durante o mandato de Michel Temer e que se mostra importantíssima e necessária. Afinal, diante da longevidade e também de muitos jovens trabalhando e pagando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a arrecadação da previdência social tem ficado cada vez mais insuficiente para o pagamento de todos os aposentados. Aliás, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou que o governo prevê que, neste ano, o déficit do INSS chegará a R$ 202,2 bilhões, comprovando a urgência desta reforma. O que o mercado espera é que o governo do presidente Michel Temer deva, sim, avançar nesse sentido, mesmo com a base aliada perdendo força. “Acredito que a reforma será aprovada numa versão mais reduzida, o que será excelente. Por menor que seja, ela já será fomentadora e contribuirá com o corrente processo de modernização do Estado brasileiro em curso”, observa Lopes. Mussolini também acredita que essa pauta terá breve avanço. “A reforma se tornou necessária. Postergá-la seria pouco inteligente até para a oposição. Assim, vai ser possível de ser feita”, diz. Além disso, dólar e juros, indicadores que preocupam diversos setores da economia, também não devem sofrer grandes oscilações neste ano. “A taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) próxima de 7% a.a. já determina patamar excelente, considerando-se inflação próxima de 3% a.a. Pode ser reduzida ainda, mas pouco. Lembremos que juros muito baixos inviabilizam poupança financeira, o que compromete crescimento futuro da economia”, pondera o especialista do Ibmec/SP. O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fabio Pina, também acredita que dólar e juros não apresentarão grandes oscilações, sinalizando a retomada. “O maior problema que poderíamos ter é a grande volatilidade desses índices. O dólar muito alto, por exemplo, puxa a inflação para cima. Mas quando cai muito, perde-se a competitividade da indústria nacional. O que se espera é o dólar a R$ 3,30, juros fechando 2017 a 7,5% e inflação a 3,5%”, projeta. 52

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2018: O QUE SE PODE ESPERAR? Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), realizada em outubro de 2017 e estimulada (em que os entrevistados recebiam o nome de possíveis candidatos), indicou que, se a eleição presidencial fosse naquela ocasião, o segundo turno seria disputado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 35% das intenções de voto; e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com 13%. Na sequência, apareceram os nomes da ex-senadora Marina Silva (Rede), com 8%; do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), com 5%; do apresentador de televisão Luciano Huck (este já confirmou que não será candidato), com 5%; do prefeito de São Paulo, João Doria, com 4%; e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 3%. Alguns outros nomes também podem aparecer na corrida presidencial, segundo arrisca o coordenador do curso de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Paulo Dutra. “Há especulações sobre candidatos, como Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, e do senador Cristóvão Buarque”, aponta, salientando a importância dessas eleições. “A retomada está muito atrelada à política. Não podemos ter estragos grandes nos próximos quatro anos”. Sejam quais forem os candidatos para as eleições presidenciais, a expectativa dos analistas é a de que o Brasil se sairá bem na esfera política, pela positiva realidade atravessada pela população e que contribuiu para o interesse dos brasileiros nessas questões, segundo avalia o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fabio Pina. “Será uma eleição tranquila. Nenhum candidato polêmico vai ter chances”, aposta.


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CENÁRIO

JANEIRO

RETROSPECTIVA: OS PRINCIPAIS FATOS QUE MARCARAM A POLÍTICA E A ECONOMIA EM 2017

abril

19/01 – Acidente aéreo em Paraty (RJ) matou o ministro e relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.

17/03 – É deflagrada a Operação Carne Fraca, que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

30/01 – O proprietário do Grupo EBX, Eike Batista, foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que supostamente envolvia, entre outros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que também está preso.

fevereiro

02/02 – O ministro do STF, Edson Fachin, foi sorteado como o novo relator da Operação Lava Jato.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede a atividade econômica do País, também se espera crescimento. Até o final de 2017, as projeções do mercado eram de que se registrasse alta de 0,9% a 1,0%. Para este ano, espera-se que a alta alcance 2,9%.

DESEMPENHO DA SAÚDE E DA BELEZA Com o crescimento das contratações, também espera-se que os setores relacionados à saúde, seja a indús54

MAIO

11/04 – O ministro do STF, Edson Fachin, retirou os sigilos das delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, destacando que a Constituição “prestigia o interesse público à informação”.

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

19/05 – O STF divulgou um acordo de delação premiada da JBS, revelando que a empresa pagou propina ao presidente Michel Temer, seus antecessores Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, bem como aos ex-candidatos à presidência, Aécio Neves e José Serra.

marco

08/02 – O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) determinou a cassação dos mandatos do governador Luiz Fernando Pezão, e seu vice, Francisco Dornelles, por abuso de poder econômico e político.

tria de medicamentos ou o varejo farmacêutico, tenham melhor desempenho. “É fato que pessoas trabalhando consomem mais saúde, sejam em planos particulares ou medicamentos”, afirma Mussolini, complementando que, em 2017, a indústria de produtos farmacêuticos do estado de São Paulo cresceu cerca de 10%. Para este ano, as projeções são de alta de 8% a 10%. “Nossos esforços estarão focados na redução da taxa tributária em cima dos medicamentos”, revela.


23/05 – A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória editada pelo governo que autorizou o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

JUNHO

25/10 – A Câmara dos Deputados barrou segunda denúncia contra Temer, acusado de obstrução da Justiça e organização criminosa.

OUTUBRO

05/09 – A Polícia Federal fez a maior apreensão de dinheiro em espécie da história do País durante cumprimento de busca e apreensão na Operação Tesouro Perdido. A soma era superior a R$ 51 milhões.

09/06 – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu a chapa Dilma-Temer por supostas ilegalidades na campanha eleitoral.

SETEMBRO

JUlHO 02/08 – A Câmara dos Deputados barrou a primeira denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. 12/07 – O juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente Lula pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No setor de grandes redes de farmácias, em 2017, o baixo desempenho da economia afetou, principalmente, a venda de não medicamentos. Responsável por uma parte importante do crescimento nas redes afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) nos últimos dez anos, segundo o presidente executivo da entidade, Sergio Mena Barreto, essa categoria é um termômetro claro da desaceleração econômica. “Não fosse esse movimento, estaríamos crescendo por volta de 12% e não em torno de 9-10%, que é o crescimento experimentado atualmente”, lamenta.

AGOSTO

NOVEMBRO

11/11 – Os brasileiros passaram a contar com uma nova legislação trabalhista. A reforma, que traz modificações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi um dos principais e controversos projetos do governo Michel Temer.

DEZEMBRO

05/12 – O presidente Michel Temer afirmou que o apoio à reforma da Previdência está crescendo e, se aprovada na Câmara até o fim de 2017, poderá ser votada pelo Senado já em fevereiro de 2018 (esta edição do Guia da Farmácia entrou em gráfica no dia 19/12/17).

Na Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), comparando medicamentos e não medicamentos, o crescimento de ambos foi bastante similar. “Nas projeções dos mesmos períodos apresentados, observa-se que o crescimento de medicamentos foi de 12,24% e de não medicamento foi de 11,96%. Esses índices estão muito próximos, com uma pequena vantagem para os medicamentos. Mas acredito que os dois mercados têm muito ainda a crescer”, analisa o presidente da entidade e da Farmarcas, Edison Tamascia. 2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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CENÁRIO

RESULTADOS E PROJEÇÕES DO CANAL FARMA EM 2017 REDES Em 2017: até o início de dezembro último, as redes afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) projetavam fechar o ano com alta entre 9% e 10%. Esses números são resultado, principalmente, da abertura de novos pontos de venda (PDVs) e maior ocupação de mercado, com ganho de market share. Para 2018: acredita-se que as afiliadas da Abrafarma devam ultrapassar o crescimento de 10% de vendas. O ganho poderia ser maior caso as vacinas já pudessem ser aplicadas nesses canais, o que não acontecerá porque a regulamentação está atrasada. Como a implantação de um novo serviço como esse demanda, ao menos, entre seis e oito meses de preparação, provavelmente as farmácias só poderão aproveitar a temporada de gripe de 2019.

RESULTADOS DAS REDES AFILIADAS À ABRAFARMA COMPARATIVO

Jan. a Set./2016

Jan. a Set./2017

Variação (%)

Vendas

R$ 30.194.807.071

R$ 32.926.261.523

9,05%

Vendas de medicamentos

R$ 20.470.551.511

R$ 22.501.135.195

9,61%

Vendas de não medicamentos

R$ 9.724.255.560

R$ 10.425.126.328

7,21%

Vendas de genéricos

R$ 3.651.868.523

R$ 3.927.366.247

7,54%

Unidades totais vendidas

1.677.328.134

1.719.743.673

2,53%

Total de lojas

6.581

7.083

7,63%

Fonte: Abrafarma

ASSOCIATIVISTAS E INDEPENDENTES Em 2017: as redes associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) observaram um crescimento de 19,7% num período de 12 meses, finalizado em agosto de 2017. Somente de janeiro a outubro do ano passado, a alta foi de 20,81%. Para 2018: as expectativas são de manutenção da faixa de crescimento obtida em 2017. Esse fato se deve a diversos fatores, entre os quais, o de que não se projeta um aumento muito grande nos preços de medicamentos. A perspectiva da entidade em relação à Febrafar é positiva, em função do crescimento acima do mercado e pelas afiliadas estarem investindo cada vez mais no aprimoramento de ferramentas e na capacitação de nossos gestores.

RESULTADOS DAS REDES AFILIADAS À FEBRAFAR – COMPARATIVO MERCADO TOTAL YTD-Jan./2016 a Out./2016 YTD-Jan./2017 a Out./2017

Crescimento

Medicamentos

59.108.802.695

66.624.403.976

12,71%

Não medicamentos

19.757.373.762

22.374.865.490

13,25%

Total

78.866.176.457

88.999.269.466

12,85%

MERCADO TOTAL YTD-Jan./2016 a Out./2016 YTD-Jan./2017 a Out./2017 Medicamentos

5.109.419.511

6.175.510.612

20,87%

Não medicamentos

1.032.160.315

1.244.315.867

20,55%

Total

6.141.579.826

7.419.826.479

20,81%

Fonte: Febrafar 56

Crescimento

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GESTÃO

Missões para 2018 DESENVOLVER UMA AGENDA DE METAS, CONTEMPLANDO TODO O PLANEJAMENTO DO ANO, PODE GARANTIR UM PROCESSO PRODUTIVO E CONTROLE NA GESTÃO. ACOMPANHE, MÊS A MÊS, ALGUMAS SUGESTÕES DE PROGRAMAÇÃO PARA SUA FARMÁCIA POR KATHLEN RAMOS

O

Os planejamentos estratégico, financeiro e de marketing são importantíssimos para qualquer empresa, pois orientam o empreendedor a conhecer melhor seu negócio, o ramo em que atua, bem como o perfil e desejos dos seus clientes. Entretanto, apesar de toda essa importância, muitas farmácias ainda esbarram em problemas de desconhecimento sobre o que é esse conceito e para que ele serve. Há gestores que acreditam que se planejar não é necessário porque fizeram suas atividades sempre de uma mesma forma e elas funcionaram até agora. “No entanto, hoje, os tempos são outros e os processos mostram-se fundamentais para o sucesso”, alerta a coordenadora de cursos de MBAs corporativos da Fundação Instituto de Administração/Laboratório de Finanças/Programa de Administração de Varejo (FIA/Labfin/Provar), Profa. Teresa Cristina Zanon.

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GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

Em um ambiente econômico de instabilidade, como o que o País tem atravessado, o planejamento ganha um significado ainda maior. “O empreendedor que possui um bom planejamento responde mais rápido às mudanças do mercado, pois tem mais clareza sobre quais são suas oportunidades de crescimento e ameaças”, analisa a professora do curso de Farmácia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Fernanda Cavalcanti. Para o professor do curso de farmácia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Renato Sebastião Saladino, planejar é reduzir as incertezas. “Com o planejamento, é possível diminuir os riscos daquilo que não se consegue eliminar. É preciso olhar o cenário e agir de acordo com ele”, diz. Para conseguir atingir as metas contempladas no plano, é importante que os resultados sejam mensurados diariamente e propor objetivos claros aos colaboradores. A falta de informações pode ser um problema nesse processo. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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GESTÃO

“É fundamental que a equipe entenda o porquê das metas, bem como a realidade que a empresa e o mercado estão atravessando, tornando essas questões palpáveis para a vida dela”, sugere o Prof. Saladino. É igualmente importante que a equipe se sinta parte do processo, apoiada e ouvida em relação às suas sugestões e discussões de melhorias. “A falta de diálogo pode fazer o colaborador se sentir desmotivado e ter justificativas prontas para o não cumprimento dos resultados planejados”, adverte a especialista da FMU. Também é fundamental desburocratizar os processos. “Ter um planejamento que exija relatórios toda hora e que ninguém sabe o que fazer com os resultados não é produtivo. A ideia é desenvolver sistemas simples, seja com a ajuda da tecnologia ou até mesmo de reuniões rápidas, para otimizar as informações, fazendo com que elas sejam acessíveis e automáticas. Agilidade e transparência são essenciais”, comenta a Profa. Teresa Cristina. Após essa base estabelecida, acompanhe, a seguir, algumas ações importantes para a agenda de gestão de uma farmácia e quais os meses indicados para o desenvolvimento de cada uma delas:

REAJUSTE DE PRECOS DOS MEDICAMENTOS CALENDARIO: JANEIRO No fim do mês de março de cada ano, os preços dos medicamentos são reajustados, fazendo com que algumas farmácias se organizem para lucrar antes do repasse. “Alguns proprietários costumam aumentar seus estoques de medicamentos, comprando produtos com valores antes do repasse, e comercializam estes itens com preços atualizados”, conta a Profa. Fernanda. Para tanto, é fundamental ter um capital de giro que permita esse aumento transitório do estoque e conhecer bem o perfil de compras dos clientes da farmácia. Esse momento que antecipa o aumento dos medicamentos também é ideal para promover ações promocionais de alguns produtos aos clientes. “Podem-se mostrar as oportunidades da compra para consumidores que fazem uso de medicamentos de uso contínuo, por exemplo”, sugere a Profa. Teresa Cristina. 60

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

REFORMA DA LOJA CALENDARIO: FEVEREIRO Levando-se em consideração o novo momento das farmácias brasileiras, que passam a ter o foco na prevenção da saúde e cuidados com a beleza, é essencial que o ambiente da loja também transmita essa preocupação. Portanto, reformas ou pequenos reparos precisam constar na programação. “É importante mostrar, ao consumidor, que a farmácia está se modernizando”, destaca o Prof. Saladino, alertando, apenas, para os transtornos que esses reparos podem trazer ao cliente. “Fechar a loja por muito tempo para uma reforma pode ser ruim para as vendas e também para a imagem do lojista. Muitos podem pensar que o estabelecimento fechou”, adverte. O ideal, então, é se planejar e contar com parceiros que entreguem a obra no menor tempo possível. “Uma ideia, é reformar a loja aos poucos, anulando um espaço e deixando o outro em funcionamento, sempre avisando o consumidor sobre o motivo do breve contratempo”, aconselha o especialista do Mackenzie, sugerindo que, caso a farmácia esteja localizada num bairro de classe A/B, onde boa parte dos consumidores costuma viajar nas férias no início do ano, talvez essa seja uma temporada para as melhorias. Entretanto, em lojas estabelecidas na periferia, onde os clientes costumam ficar em casa nos dias de descanso do trabalho, o movimento pode aumentar nesse período.

CAMPANHA PARA A TEMPORADA DE INVERNO (GRIPES E RESFRIADOS) CALENDARIO: FEVEREIRO MARCO Com o aumento da incidência de gripes e resfriados nas estações mais frias do ano, os analgésicos, antitérmicos, xaropes e outros medicamentos/correlatos indicados para o tratamento destes males precisam ganhar destaque nas gôndolas de farmácias e drogarias.


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GESTÃO

Mas, para aproveitar todas as oportunidades que a sazonalidade reserva, é fundamental planejar esse momento antes e depois que ele acontecer. O ponto inicial da estratégia é antecipar o abastecimento previamente ao pico de vendas. “Muitos varejistas perdem vendas porque fazem o pedido com os fornecedores em cima da hora e quando o cliente procurar o produto, eles não terão o que vender”, alerta o Prof. Saladino. Outro ponto essencial é planejar ações de comunicação, promocionais e de informação para essas datas, o que também precisa ser feito com antecedência, com o objetivo de que se tenha tempo hábil de atingir a maior parte dos clientes.

PAGAMENTO DE FERIAS E 13O SALARIO CALENDARIO: JANEIRO (IDEALMENTE), OU, NO MAXIMO, ATE JULHO O colaborador tem até o fim do mês de janeiro para solicitar que o pagamento da primeira parcela do 13º salário seja realizado junto às suas férias. Assim, o ideal é que a reserva de fundos para tal ocorra durante todo o ano. “Caso não seja possível, no máximo, até o meio do ano, esses pagamentos precisam ser considerados para não ter riscos”, adverte a Profa. Teresa Cristina. A falta de quitação pode trazer uma série de implicações. “O gestor que atrasa esses pagamentos está sujeito a pagar multa ao colaborador, assim o planejamento aqui se faz extremamente necessário”, sinaliza a profa. Fernanda.

TREINAMENTO E CAPACITACAO DE COLABORADORES CALENDARIO: AGOSTO Para garantir um bom atendimento, especialmente entre clientes de farmácias, que escolhem estes pontos de venda (PDVs) para tirar suas dúvidas de saúde e beleza, treinar a equipe é um passo importantíssimo. Além disso, uma equipe capacitada consegue ajudar 62

GUIA DA FARMÁCIA JANEIRO 2018

na gestão da loja, conforme explica a diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima. “O treinamento do funcionário precisa ter três vertentes: entendimento sobre os produtos que são vendidos no PDV; entendimento sobre a operação de loja (contemplando uma reposição eficiente, importância da manutenção de um planograma); e interação com o shopper (considerando proatividade, disponibilidade, simpatia e engajamento com os princípios da empresa)”, mostra a especialista.

CAMPANHA PARA A TEMPORADA DO VERAO (PROTECAO SOLAR) CALENDARIO: SETEMBRO O mesmo trabalho realizado para as campanhas de inverno deve ser feito nas campanhas de verão que, agora, chegam com foco na fotoproteção. Mas vale lembrar que, apesar dos filtros solares terem pico de vendas durante as épocas mais quentes do ano, não significa que o produto deva estar indisponível fora da sazonalidade. “Muitos consumidores têm dificuldades de encontrar filtros solares fora do verão e as farmácias acabam perdendo vendas”, adverte o especialista do Mackenzie.

ANALISE DO ANO ANTERIOR E DEFINICAO DE METAS CALENDARIO: OUTUBRO NOVEMBRO Ao abrir ou adquirir uma farmácia, o empreendedor possui expectativas e metas iniciais para o negócio. Após acompanhar o primeiro ano de resultados, o gestor deve, o quanto antes, analisá-los e estabelecer novos objetivos para os próximos 12 meses. Essa pesquisa dará o diagnóstico para a empresa, apontando o caminho em que está, como cresceu, quais áreas foram destaques positivos ou negativos, entre outras respostas. “É um hábito do brasileiro gostar de iniciar o ano com novas metas, porém, é importante que os objeti-


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GESTÃO

vos sejam estabelecidos o quanto antes, pois gestor e equipe possuem um longo trajeto de aprendizado para que consigam atingir os melhores resultados”, afirma a Profa. Fernanda. “Para os empresários que desejam iniciar o ano com novas metas, uma análise bem realizada dos resultados do último ano pode ser iniciada nos meses de outubro/novembro”, sugere.

ANALISE DO GIRO DE PRODUTOS CALENDARIO: OUTUBRO NOVEMBRO, COM REPETICAO EM MAIO Junto à análise dos resultados dos últimos 12 meses, o empreendedor já pode avaliar quais produtos mais venderam na sua farmácia e quais devem ser descontinuados ou mantidos em estoque mínimo. Mas essa tarefa precisa ser feita mais do que uma vez ao ano. “O sortimento está atrelado à sua região e ao perfil do cliente, bem como aos lançamentos do mercado. Então, no mínimo, semestralmente, deve-se fazer uma revisão do portfólio”, indica a especialista do Provar. Com essas respostas, é possível ter um direcionamento sobre os estoques e evitar rupturas.

CAMPANHA DE PREVENCAO DE PERDAS CALENDARIO: ACAO CONTINUA As campanhas de prevenção de perdas são primordiais, porém pouco disseminadas, segundo afirma a especialista do Provar. “Quando essas ações inexistem, os resultados da loja são muito impactados. Então, todos os departamentos da farmácia precisam de comitês, criando critérios para evitar esses problemas”, indica a Profa. Teresa Cristina. Muitas farmácias costumam, por exemplo, segregar os itens que estão por vencer nos próximos seis meses em prateleiras separadas. A finalidade é alertar os consumidores sobre o prazo de validade do produto. Além de prestar um bom atendimento ao cliente, essa ação também representa ganhos na gestão. 64

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“Os cuidados com a prevenção de perdas garantem que a loja domine quais produtos tiveram vendas incompatíveis com as compras, quais itens não têm um fluxo adequado ou quais produtos deveriam ter suas vendas mais bem trabalhadas”, reforça a especialista da FMU, acrescentando que essas campanhas de prevenção costumam ocorrer continuamente nas farmácias, afinal, além de perdas financeiras, elas previnem impactos ambientais, pois medicamentos que atingem seu prazo de validade são encaminhados à incineração.

FOCO NAS VENDAS CALENDARIO: DEZEMBRO Dezembro é, sem dúvidas, o mês mais esperado pelo varejista, e, também, pela população. Afinal, este é um momento em que as pessoas se permitem realizar pequenos ou grandes sonhos de consumo. “Pelo menos uma vez por ano, as pessoas costumam se presentear com algo diferente para celebrar a virada do ano em conjunto com os familiares ou amigos”, justifica o especialista em varejo da consultoria Inteligência360, Olegário Araújo. Assim, empresários precisam redobrar a atenção e desenvolver um bom planejamento, de forma consistente, para aproveitar essas oportunidades a fim de incrementar o faturamento. Aliás, esse momento não deve ser visto, apenas, de forma tão pontual, para aumentar as vendas do mês. A ocasião também propicia que o varejista atraia novos shoppers para sua loja. “O fluxo de pessoas cresce muito nas lojas e boa parte desta movimentação é formada por não clientes. Portanto, é um bom momento para definir estratégias a fim de fidelizar novos consumidores”, mostra o coordenador do Núcleo de Varejo Retail Lab da ESPM, Ricardo Pastore. Na prática, fazer o básico benfeito é, sempre, o melhor caminho. “O que fideliza o cliente é um conjunto de ações que trazem consistência e valor ao consumidor e não uma única atitude. O que o varejista tem de fazer é construir essa equação para o negócio dele, contemplando preço, ofertas, serviços, mix de produtos, bom atendimento e outros diferenciais”, pondera o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.


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DESIDRATAÇÃO

Metade vazio O CALOR EXCESSIVO E O AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS INTESTINAIS SÃO RESPONSÁVEIS PELO CRESCIMENTO DOS CASOS DE DESIDRATAÇÃO. FALTA DE ÁGUA E SAIS MINERAIS PODE SER GRAVE POR LAURA MARTINS

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A hidratação do corpo acontece como uma simples equação de matemática. Para que o organismo tenha água o suficiente, é necessário que a ingestão do líquido seja maior do que a perda dele. Caso contrário, acontece a tão conhecida desidratação, extremamente prejudicial para a saúde.

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


Segundo o clínico geral do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Marcus Gaz, o corpo humano é composto em sua maior parte por água. Ela é fundamental para que aconteçam as reações químicas que fazem as células e os órgãos funcionarem adequadamente. Caracteriza-se por desidratação o estado em que o corpo tem sua concentração de água reduzida dentro das células. O problema pode ser ocasionado, basicamente, por dois impulsionadores: a baixa ingestão de água ou pela perda excessiva de líquidos. O problema acontece, por exemplo, em uma diarreia que se estende por alguns dias – como em um quadro de virose. Ambos os responsáveis são mais comuns no verão. A causa da desidratação, de acordo com a nutricionista do Hospital Moriah, Dra. Carla de Carvalho Teixeira, ocorre se a água eliminada pelo organismo através da urina, suor, respiração e lágrimas não for reposta adequadamente. Isso pode acontecer, também, por causa da transpiração excessiva; nos indivíduos com diabetes, devido ao aumento de micções; e do uso descontrolado de diuréticos. “No calor, acabamos aumentando a excreção de líquidos e, muitas vezes, não aumentamos a ingestão de água. A criança, por exemplo, brinca muito mais, se distrai e não para para tomar água ou suco. Os problemas gastrointestinais, como a diarreia, consumo de alimentos com qualidade sanitária duvidosa e vômitos, fazem com que haja perda excessiva de líquidos sem a reposição na mesma intensidade”, revela a nutricionista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Weruska Barrios. A especialista explica que, para que seja diagnosticado um quadro de desidratação, é preciso que a perda de líquido seja igual ou maior do que 1% do peso do paciente. Ou seja, se uma pessoa pesa 70 kg e perde 700 mL de líquido, entra em um quadro de desidratação moderada. E o problema não está ligado somente à perda de água, mas dos sais minerais que compõem a água que se bebe.

SINTOMAS E COMO TRATAR A nutricionista do Hospital Moriah explica que os principais sintomas na desidratação leve e moderada são a sede exagerada, boca e pele secas, olhos fundos, ausência ou pequena produção de lágrimas, diminuição da sudorese, sonolência, dor de cabeça, cansaço, fraqueza e tontura. É preciso estar atento, inclusive, à sede do dia a dia. Todas as pessoas devem beber água em pequenas porções durante todo o dia, ainda que se sintam saciadas. Isso porque a sede já é um primeiro indício de desidra-

CONTRA A DESIDRATAÇÃO Diferentes líquidos ajudam a conter e reverter o quadro de desidratação. São eles: • Água mineral: é a mais indicada para acabar com o quadro. Além de repor o líquido, ela complementa o nível de sais minerais necessários para o corpo.

• Isotônico: não deve ser usado no dia a dia, mas, sim, em situações de perda rápida, como em um quadros de diarreia ou em prática de exercício físico intenso.

• Solução de reidratação oral: pode ajudar em casos de desidratação moderada, quando somente a água não é suficiente.

• Soro caseiro: pode ser feito em casa com um litro de água filtrada ou fervida, uma colher rasa de chá de sal e duas colheres rasas de sopa de açúcar.

• Leite materno (para bebês até seis meses de vida): é o líquido ideal para os bebês e, após esta idade, beber água em intervalos curtos e em pequenos goles. Fontes: nutricionista da BP – A Beneficência Portuguesa, Weruska Barrios; nutricionista do Hospital Moriah, Dra. Carla de Carvalho Teixeira; e clínico geral do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Marcus Gaz

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ESPECIAL SAÚDE

DESIDRATAÇÃO

CRIANÇAS E IDOSOS Os mais acometidos pela desidratação são, também, os públicos que mais necessitam de atenção. Em crianças e idosos, qualquer desequilíbrio acaba causando consequências mais graves. Isso acontece, pois as crianças desidratam com mais facilidade pelas características biológicas delas, e os idosos, geralmente, têm menos sede e menos acesso à água. É difícil para um idoso acamado, por exemplo, solicitar água ou manifestar sede. No caso de bebês, é indicado um volume de água frequente, por isso, muitas vezes, há a insistência na recomendação do leite materno de três em três horas. Além disso, são idades que frequentemente têm um quadro de diarreia, porque são mais frágeis. Fontes: nutricionista da BP – A Beneficência Portuguesa, Weruska Barrios; e clínico geral do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Marcus Gaz

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tação, ainda que em um nível mínimo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade ideal para o consumo diário de água é de 2,5 litros para um homem de 60 kg e 2,2 litros para uma mulher de 58 kg. “Normalmente, nos estágios iniciais, apresentamos sede, o que motiva a ingestão de líquidos e corrige a desidratação. No entanto, em situações mais graves, como naquelas em que a pessoa não consegue ingerir líquidos, os sintomas se agravam, provocando aceleração do coração, queda da pressão arterial, sonolência e lentificação e até convulsão e parada cardíaca em casos extremos”, diz o Dr. Gaz. Os sintomas mais perigosos acontecem porque a desidratação grave altera os sais minerais do corpo, reduz a produção de urina, levando à falência dos rins ou à diminuição da pressão arterial com falência do coração e alteração do estado mental. Por isso, é importante buscar um profissional nos primeiros sintomas de gravidade, especialmente em situações em que o paciente não consegue ingerir água e outros líquidos pela boca, como quando está vomitando muito. A melhor maneira de se manter hidratado é tomando água mineral. No entanto, em situações de desidratação já manifestada, ela pode ser insuficiente. Nesse caso, o uso de isotônicos e soluções de reidratação oral pode ajudar, mas as alterações do corpo secundárias precisam, muitas vezes, ser medicadas com soluções endovenosas. Além da água, diferentes líquidos podem ajudar a evitar ou tratar a desidratação. É o caso dos sucos naturais e águas aromatizadas. Comer frutas, principalmente as ricas em água, como melancia e melão, também ajuda a repor o líquido do corpo. A atenção fica para os refrigerantes. “Eles não ajudam na hidratação, principalmente por causa do sódio e do açúcar. Se for a versão zero, tem muito sódio a mais, então não ajuda. Pelo contrário, poderá competir em algumas situações metabólicas e causar até mais sede”, pontua a nutricionista da BP.


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HIGIENE BUCAL

Sorriso saudável O CUIDADO COM A BELEZA DOS DENTES É RESPONSÁVEL PELA ATENÇÃO À HIGIENIZAÇÃO E SAÚDE BUCAL DO BRASILEIRO. ESCOVAÇÃO CORRETA PREVINE NÃO SÓ CONTRA DOENÇAS NA BOCA, MAS EM TODO O ORGANISMO

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POR LAURA MARTINS

Os brasileiros costumam escovar os dentes três vezes ao dia, enquanto grande parte do mundo o faz somente duas vezes: ao acordar e antes de dormir. O zelo com o sorriso vem ao encontro de uma característica marcante da população brasileira: o cuidado com a sua estética, que passa, necessariamente, pela beleza dos dentes.

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De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% dos brasileiros escovam os dentes com o básico: escova de dente, pasta dental e fio dental. Além disso, 89,1% das pessoas de 18 anos de idade ou mais escovam os dentes ao menos duas vezes por dia. “Isso demonstra que o brasileiro tem o hábito de cuidar dos dentes, embora ainda precise de orientaIMAGEM: SHUTTERSTOCK


ções constantes dos profissionais dentistas, pois a prevenção é a melhor opção para evitar problemas futuros. Inclusive, segundo a Euromonitor Internacional, temos o maior número de dentistas do mundo, com praticamente 20% da fatia de profissionais do mundo todo”, comenta o diretor da Powerdent, Angelo Lloret. A boca é o lugar do corpo que mais entra em contato com todos os tipos de bactérias, ou seja, a higiene bucal é uma questão de saúde e bem-estar que, além de trazer benefícios, pode prevenir o mau hálito, dores, cáries e gengivite. Exatamente por isso, a saúde bucal está relacionada com problemas estéticos e funcionais, que têm impacto emocional e fisiológico sobre um indivíduo. De maneira geral, cáries e as doenças periodontais são os principais problemas que surgem com a falta de higienização. “Cáries são criadas a partir da presença de uma fina camada de alimentos sobre os dentes, especialmente associada à ingestão de açúcares. Já a doença periodontal é consequência maior do acúmulo desses alimentos e da formação de placas bacterianas mais evidentes ao redor dos dentes”, esclarece o diretor de educação global e pesquisa da Neodent, Dr. Sérgio Bernardes. A cirurgiã-dentista, Dra. Thaís Canelas, explica que o hábito de escovar os dentes evita a placa (biofilme dental), uma camada pegajosa de bactérias que se forma sobre os dentes, gengiva e restaurações dentárias. Ela é removida com a escovação e o fio dental e, caso não haja a higienização adequada, pode evoluir para o tártaro. Esse conjunto pode levar à doença periodontal, que afeta desde a gengiva até o osso que envolve e suporta o dente. Os três estágios da doença periodontal, que variam do menor ao mais grave, são gengivite, periodontite e periodontite avançada.

A ESCOVAÇÃO PERFEITA Não basta somente escovar os dentes três vezes ao dia, é preciso que a pessoa seja orientada a fazer a higienização de maneira correta. A rotina começa com a escolha assertiva da escova de dente que deve ser, preferencialmente, de cerdas macias. A escovação pode ser feita com movimentos vibratórios circulares com uma inclinação de 45º em relação à superfície dos dentes. Esses pequenos movimentos devem ser executados por pelo me-

53% DOS BRASILEIROS ESCOVAM OS DENTES COM O BÁSICO: ESCOVA DE DENTE, PASTA DENTAL E FIO DENTAL. ALÉM DISSO, 89,1% DAS PESSOAS DE 18 ANOS DE IDADE OU MAIS ESCOVAM OS DENTES AO MENOS DUAS VEZES POR DIA nos dez vezes em cada face do dente (parte de fora e de dentro). “A gengiva ‘obedece’ às pressões que incidem sobre ela, por isso, a escovação com força ou com cerdas muito firmes poderá, em algum momento, causar alguma problemática na área, além de correr o risco de desgastar o esmalte dental. É importante saber que a pressão adequada sobre os dentes deve ser a mesma de quando a higienização é feita segurando a escova com apenas três dedos. É necessário que o movimento seja suave não só por conta da gengiva, mas, também, porque as cerdas limpam de forma eficaz quando vão ao encontro do dente na posição correta”, explica a dentista especializada em sensibilidade nos dentes da GSK, Dra. Thais Azevedo. Deve-se usar o fio dental enrolando aproximadamente 40 centímetros do fio ao redor de cada dedo médio, deixando cerca de dez centímetros entre os dedos. Para facilitar o uso do fio, a cirurgiã-dentista dá algumas dicas que podem ser repassadas aos clientes da farmácia: • Segurando o fio dental entre o polegar e indicador das duas mãos, deslizar levemente para cima e para baixo entre os dentes; • Nunca forçar o fio contra a gengiva, pois ele pode cortar ou machucar o tecido gengival; • Utilizar uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente que será limpo; • Para remover o fio, usar movimentos de trás para frente, retirando-o do meio dos dentes. 2018 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

HIGIENE BUCAL

SENSIBILIDADE EXTREMA Cerca de 30% dos brasileiros sofrem de sensibilidade dentária, sendo o principal problema de saúde bucal da população. Ele acontece de maneira consciente e inconsciente: inconsciente porque os pacientes não costumam ter conhecimento que aquele incômodo se trata de hipersensiblidade dentária e consciente entre aqueles que correlacionam o incômodo à sensibilidade. Os sinais de ocorrência de sensibilidade são bastante variados e vão desde sensações de choquinho a fisgadas mais intensas. Ela é provocada por alimentos gelados, ácidos ou até doces. As mulheres são mais acometidas por terem 21% mais lesões cervicais não cariosas (uma perda irreversível de uma parte da estrutura dentária que surge na cervical do dente) do que os homens. A maior incidência também é causada pela vaidade das mulheres, que costumam fazer mais clareamento dental do que os homens. Para ajudar os pacientes no alívio dos sintomas, a indústria oferece cremes dentais específicos para dentes sensíveis. Novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas, para que os produtos se aproximem, cada vez mais, no que diz respeito à textura e ao sabor, dos tradicionais. Fonte: dentista especializada em sensibilidade nos dentes da GSK, Dra. Thais Azevedo

“Ou seja, os cuidados necessários para uma boa higiene bucal, além de consultas periódicas ao dentista, envolvem usar corretamente o fio dental, escovar os dentes com a escova correta e limpar a língua. Pessoas que usam próteses fixas ou móveis devem tomar os mesmos cuidados”, frisa o diretor da Powerdent. A pessoa deve, ainda, escovar diariamente a sua língua para remover a saburra lingual, podendo usar um higienizador lingual plástico e finalizar com enxaguante bucal, que ajuda na sensação de frescor e hálito agradável.

ALÉM DA BOCA A saúde bucal é importante não somente para que os dentes e gengivas estejam saudáveis, mas para todo o funcionamento do corpo. Segundo o diretor da Neodent, como a digestão de alimentos começa na cavidade oral, a ausência dos dentes ou problemas dentários resultam na deglutição indevida da comida e, consequentemente, na má digestão dos mesmos, sobrecarregando outros órgãos. “Problemas dentais também podem resultar em um desequilíbrio da posição da mandíbula em relação à face, o que sobrecarrega alguns feixes musculares, gerando consequências dolorosas e estéticas. Além disso, focos infecciosos dentários po72

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dem se disseminar na corrente sanguínea e colonizar outras partes do corpo, resultando em problemas de saúde geral”, resume ele. A Dra. Thaís Canelas atenta ao fato de que doenças ainda mais sérias podem começar na boca. É o caso da endocardite, uma patologia que afeta as válvulas cardíacas do coração e uma de suas causas está relacionada às bactérias e aos fungos formados no órgão oral, que passam a se multiplicar em grande quantidade em outros órgãos. “Por isso, pregamos fortemente que a higiene bucal deve começar desde bebê, pois assim criam-se hábitos saudáveis para toda a vida. Assim, uma boca saudável não apresenta mau hálito constantemente, não sangra ou dói durante a escovação e tem dentes limpos e livres de resíduos”, comenta Lloret, da Powerdent. Além disso, é necessário que os pacientes busquem ajuda ao ter um problema. Para a dentista da GSK, um dos problemas de saúde é que as pessoas tendem a procurar ajuda médica somente quando julgam que uma dor é “merecedora” de atendimento, ou seja, quando é de alta intensidade. “A complicação disso é que, na verdade, já ocorreu um agravamento dentário que pode significar um tratamento menos conservador e mais caro”, finaliza ela.


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VOLTA ÀS AULAS

De mochilas prontas REVER OS AMIGOS É UM DOS FATORES RESPONSÁVEIS PELA FELICIDADE DAS CRIANÇAS NO RETORNO À ESCOLA. MAS É, TAMBÉM, O IMPULSIONADOR DE DIFERENTES DOENÇAS INFECCIOSAS QUE ACOMETEM A MAIORIA DOS PEQUENOS

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POR LAURA MARTINS

O início do ano é o momento de voltar ou começar a frequentar a escola. A reunião com amigos e professores é, na maioria das vezes, um momento de alegria para as crianças, mas pode causar alguns problemas. A mudança de rotina que as férias causam e o reencontro com diversas pessoas acarretam em patologias comuns à infância, mas que preocupam os pais. É o caso das viroses. O contato súbito entre as crianças que há um tempo não se veem, cada uma trazendo sua nova carga bacteriana, faz com que doenças se proliferem entre elas, como as conjuntivites. Como as escolas aproveitam para reformar os espaços na época de férias, o aumento da exposição à poeira e aos odores de produtos químicos eleva a incidência de alergias respiratórias. “Nas férias, os cuidados dos pais, muitas vezes, são menores do que no período escolar, aumentando os casos 74

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de crianças com piolhos. Já nas viagens, é mais fácil se alimentar em lugares de procedência duvidosa, aumentando a incidência de verminoses. Há maior ocorrência, também, de otites pela frequência alta de exposição a piscinas”, exemplifica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Milton Orel. Além disso, há o risco de contágio por doenças da estação, como resfriados, gripes, escarlatina, diarreia aguda e outras viroses. É comum observar maior ocorrência de viroses respiratórias no inverno e de viroses gastrointestinais no verão, mas esta tendência vem se modificando com um maior fluxo de crianças em viagens para regiões de clima oposto ao brasileiro, trazendo as doenças de outras estações do ano. Segundo o pediatra do Hospital Santa Catarina, Dr. José Colleti Júnior, esse fenômeno é descrito como “aquarteIMAGEM: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

VOLTA ÀS AULAS

SÍNDROME DA CRECHE As crianças estão indo cada vez mais novas para a escola. Na creche, elas têm entre zero e três anos de idade e anticorpos ainda em desenvolvimento. Por isso, é comum que elas sejam acometidas por infecções de repetição, geralmente de vias aéreas, como faringites, rinossinusites, otites, amigdalites, entre outras. É esperado para uma criança saudável ter até 11 afecções respiratórias no primeiro ano de creche. Se esses episódios não complicarem com otites, sinusites ou pneumonias, entende-se ser uma resposta normal da criança. Fontes: pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Victor Nudelman; e otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Milton Orel

lamento”, que se trata das crianças ficarem todas juntas, compartilhando intimamente o mesmo espaço. O termo foi criado, pois elas ficam como se estivessem em um “quartel”. Com isso, apenas uma criança com alguma doença tem o potencial de contaminar todas as outras. “Para a diarreia aguda, que ocorre no verão, a explicação seria pelo maior risco de contaminação de alimentos perecíveis no calor, sem refrigeração e higiene adequada. Para as viroses respiratórias, é pela aglomeração em ambientes mais fechados e poucos ventilados, como uma classe de escola com janelas fechadas”, comenta o pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Victor Nudelman.

OS SOLDADOS DO CORPO Evitar essas contaminações depende não somente de certos cuidados, mas dos anticorpos das crianças. Eles são criados durante toda a vida, desde o intraútero das mães. A criança que nasce após nove meses de gestação recebe uma carga de anticorpos que a protege pelos primeiros meses de vida. No nascimento, começa a entrar em contato com as bactérias do ambiente, passa a produzir uma defesa pelo sistema que é a produção de anticorpos e linfócitos T específicos contra a bactéria que o corpo ainda não conhecia. O Dr. Nudelman explica que se a bactéria for causadora de doença, na primeira vez, a criança desenvolverá a patologia, mas, em uma segunda vez, ela conseguirá eliminar a bactéria sem causar a doença. As crianças são protegidas, também, pelas vacinas, que é a aplicação de partes de vírus ou bactérias, ou estes microrganismos vivos ou mortos, mas bem fracos, para a formação de anticorpos e linfócitos T. Os cuidadores também têm função essencial em todo o processo. “Os pais já perceberam que uma boa alimen76

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tação, saudável e evitar as ‘besteiras’ ajudam bastante. O leite materno é um fator excepcional de proteção e o ideal é uma amamentação até os dois anos de idade”, afirma o pediatra do Hospital Santa Catarina. É papel deles, também, ensinar hábitos corretos de higiene pessoal e coletivo. Como exemplo, o otorrinolaringologista do Hospital CEMA cita evitar roer unhas e lavar as mãos com frequência e de modo adequado. Os pais devem evitar enviar seus filhos à escola se estiverem doentes, deixá-los um pouco no sol diariamente e incentivá-los a praticar atividades físicas ao ar livre. “A maior parte das viroses tem como porta de entrada a via digestiva, iniciando pela boca. Sendo assim, é de suma importância o hábito frequente de lavar as mãos. O uso de álcool em gel também deve ser estimulado em algumas situações, bem como caprichar na higiene dos alimentos, objetos e brinquedos”, frisa o especialista. Se a criança fica doente muito frequentemente, fazendo uso constante de antibióticos, necessitando de internações hospitalares, seria conveniente conversar com o pediatra para fazer exames para avaliar se não há um problema de deficiência imunitária congênita ou adquirida e, nestes casos, instituir tratamento adequado. Entretanto, segundo o pediatra do Hospital Santa Catarina, a maioria das crianças deve ser acometida por infecções virais nos primeiros três anos de vida com frequência de quatro a oito vezes por ano, principalmente se frequentar escola ou creche. “O sistema imunológico é que permite a cada um manter sua identidade biológica, ser um ser único entre todos os seres vivos. Para isso, repelimos o que invade nosso corpo e não é idêntico a nós, seja uma bactéria, um vírus ou um parasita. Com isso, o corpo se defende e pode sobreviver saudável”, finaliza o Dr. Nudelman.


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SEMPRE EM DIA

Bem-estar desde cedo

A PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE E A QUALIDADE DE VIDA COMEÇA DESDE O NASCIMENTO DE UM FILHO. PRODUTOS AJUDAM NO CUIDADO EM DIFERENTES MOMENTOS DA VIDA POR LAURA MARTINS

ATENÇÃO AOS PEQUENOS

DENTES SEMPRE SAUDÁVEIS

Pampers acaba de apresentar uma linha completa de fraldas desenvolvida para bebês prematuros, a Pampers Prematura. A menor fralda descartável do mundo foi desenvolvida considerando características do bebê, como tamanho e pele delicada, para que eles possam se desenvolver no hospital da maneira mais saudável possível. As fraldas são feitas com materiais, como o algodão, com camadas respiráveis e têm um centro mais estreito que as fraldas comuns.

Colgate® Tandy expande seu portfólio com o lançamento da escova de dente desenvolvida para as crianças que possuem uma combinação de dentes de leite com os recém-chegados permanentes. O novo produto possui cerdas extramacias e em multinível, limpando efetivamente tanto os dentes pequenos quanto os grandes. Além disso, as pontas em relevo alcançam os posteriores, mais difíceis de escovar.

• www.pampers.com.br

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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SEMPRE EM DIA

CONTRA INSETOS

A maquiagem cremosa está em alta, por ser mais prática e deixar a pele com um aspecto natural. Quem busca esse tipo de maquiagem agora pode contar com o novo Vult Iluminador. Sua fórmula cremosa, enriquecida com extrato de pérola, deixa a pele iluminada, com acabamento suave e radiante. O produto pode ser aplicado sozinho ou combinado com outros produtos, como hidratante e base líquida.

Após entrar no mercado de repelentes para o corpo, SBP apresenta um novo produto. O SBP Repelente PRO tem fórmula que garante até doze horas de proteção contra o mosquito Aedes aegypti. À base de água, o item traz 25% de icaridina e não deixa aspecto pegajoso. O repelente está disponível em duas versões: spray 90 mL e spray kids 90 mL.

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ILUMINAÇÃO NATURAL

INOVAÇÃO FEMININA

Always® reformulou toda a linha de Protetor Diário e apresenta novas embalagens, mais femininas e modernas, além de novas versões: Always® Diário Respirável e Always® Diário Sem Perfume. O principal lançamento da marca é o Always® Infinity – novo absorvente mais fino, macio e feito de um material ultraflexível, chamado FlexFoam™, que se adapta perfeitamente às curvas do corpo da mulher. O produto é capaz de absorver dez vezes o seu peso, proporcionando até 12 horas de proteção antivazamentos. A novidade está disponível em duas versões: Diurno e Noturno. • www.alwaysbrasil.com.br

PARCERIA COM COR

Uma parceria da NATI com a apresentadora Eliana resultou em uma coleção de esmaltes, em edição limitada, composta por cinco tonalidades baseadas na tendência fashion dos artigos metalizados. Os produtos têm acabamentos metálicos, perolados e com glows especiais. As cores são: Alto Astral (dourado-metálico); Bom Humor (rosé-perolado); Bons Fluídos (roxo/uva-acinzentado ultraperolado); Mais Amor (fúcsia-avermelhado metálico); Viva Vida (grafite-metálico). • www.nati.com.br

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

Medicamentos: comercialização entre distribuidores

www.abradilan.com.br

TRATA DA ALTERAÇÃO DA PORTARIA 802, QUE RESTRINGE A COMERCIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS ENTRE DISTRIBUIDORES

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P O R J O S É C A R L O S N O GUEIR A , A SSESSOR J UR ÍDICO E R ELA ÇÕES INSTITUC IO NAIS D A AB RAD ILAN

A Portaria 802, entre outras disposições, restringe a aquisição de medicamentos por distribuidores apenas do titular do registro do produto. Por meio da Consulta Pública 343, essa restrição deve se extinguir, possibilitando que distribuidores comercializem medicamentos entre si. Certamente, a diretoria de Monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), capitaneada pelo diretor Dr. William Dib, já acenou com uma minuta de Resolução para os próximos meses do ano. Fundamental será, contudo, que antes da proposta de Resolução ser en-

caminhada para a Diretoria Colegiada, seja oportunizado aos agentes econômicos envolvidos na matéria contribuírem com suas sugestões e observações. Importante salientar que a edição da Resolução mencionada é de suma importância para que os distribuidores possam garantir a comercialização de medicamentos nas áreas mais remotas deste nosso País. Indubitavelmente, a Portaria 802 já cumpriu seu papel, que foi o de manter controle e mapeamento sobre os medicamentos no Brasil, mas o fato é que com o avanço da tecnologia (notas fiscais eletrônicas, além de outras ferramentas)

e o início do processo de rastreabilidade, perde-se todo o sentido quando se tem uma norma que restringe o arrojo econômico e cria um ambiente capaz de produzir um eventual desabastecimento do mercado farmacêutico. De fato, a possibilidade de distribuidores comercializarem entre si aumenta a possibilidade de entrega de medicamentos e assegura, inclusive, o atendimento a inúmeras licitações que têm sido desertas por falta de fornecimento de produtos. É de se esperar que a sensibilidade sobre esse assunto e que o espaço de comercialização entre distribuidores sejam flexibilizados.

GUIA DA FARMÁCIA

Inovando para o seu bem-estar.

Indústria Farmacêutica

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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