Edção 314 - Destino ainda não definido para o novo ano

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXVI • Nº314 JANEIRO DE 2019

ESPECIAL FARMACÊUTICO

DESTINO AINDA NÃO DEFINIDO PARA O NOVO ANO Não há dúvidas de que o caminho para a solução da saúde no Brasil é ver o setor como investimento, e não como custo. Cuidar de maneira assertiva da prevenção e implantar o prontuário eletrônico seriam medidas de ganho imensurável

O profissional deve contribuir para as ações em saúde pública e para a realização de atividades dirigidas à comunidade, como a promoção do uso racional de medicamentos

SORTIMENTO A busca por repelentes cresce de forma considerável nas estações mais quentes do ano. População visa se proteger contra epidemias e a indicação do produto correto é fundamental


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EDITORIAL

Bem-vindo, tão esperado 2019! O presidente eleito Jair Bolsonaro tem suas decisões econômicas bem definidas, mas no que diz respeito ao setor da saúde, os rumos ainda não estão certos. Para analisar as decisões que o novo presidente deve tomar, o Guia da Farmácia conversou com especialistas em economia, gestão e saúde. É preciso lembrar que o Brasil gastou milhões de reais para implementar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e os prontuários eletrônicos, mas até hoje isso não saiu do papel. Também é fundamental olhar as questões dos medicamentos, algo que não consta claramente no plano de governo. Sabe-se muito bem – e o Farmácia Popular está aí para provar – que, na área da saúde, é melhor adotar uma estratégia preventiva do que curativa. Enquanto tivermos no País uma visão de que gasto com saúde é despesa, e não investimento, teremos problemas sérios na gestão do setor. O futuro governante precisa ter muito claro que, em gestão de

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo DIRETORA DE CONTEÚDO Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

IMAGEM: SHUTTERSTOCK

saúde, deve ser levada em consideração a necessidade de investimento. E o prontuário eletrônico seria de ganho imensurável. Por mais que a adoção do sistema exija um alto investimento, será rapidamente recuperado, pois não será necessário refazer exames. Outro destaque fica por conta do Dia do Farmacêutico, comemorado em 20 de janeiro. Para homenageá-lo, preparamos uma série de reportagens especiais que mostram que o farmacêutico deve executar todas as atividades de seu âmbito profissional segundo a legislação do segmento, contribuindo, assim, para as ações em saúde pública e para a realização de atividades dirigidas à comunidade na promoção do uso racional de medicamentos. Boa leitura! Lígia Favoretto Diretora de Conteúdo

ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

O futuro governante precisa ter muito claro que, em gestão de saúde, deve ser levada em consideração a necessidade de investimento

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Flávia Corbó e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Gustavo Semblano, Luiz Marins, Pedro Dias e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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SUMÁRIO #314 JANEIRO 2019

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32 > DEBATE CAPA

O médico ortopedista Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) ocupará o Ministério da Saúde (MS), mas os rumos de sua atuação ainda não estão definidos. O que se espera é que as melhorias para o setor sejam vistas como investimento, e não como custo

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ESPECIAL FARMACÊUTICO

A proposta mundial para a atuação do farmacêutico é de que ele esteja inserido em uma equipe multiprofissional de saúde, ou seja, que se relacione com o médico e demais profissionais da área. A meta é a qualidade de vida do paciente, portanto, a atuação de cada profissional, em sua área de competência, deve considerar o paciente como foco principal

E MAIS 06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 12 > ANTENA LIGADA 18 > ATUALIZANDO 22 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 48 > OPORTUNIDADE 60 > SEMPRE EM DIA

ARTIGOS 54

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SORTIMENTO

Historicamente, a demanda por repelentes aumenta nos meses próximos e durante o verão, quando os consumidores buscam se proteger contra os mosquitos. Como o clima quente é mais favorável à incidência de insetos, essa categoria de produto tornou-se uma aquisição prioritária 4

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24 > VAREJO Silvia Osso 26 > OPINIÃO Luiz Marins 28 > CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano 30 > RECURSOS HUMANOS Pedro Dias IMAGEM: SHUTTERSTOCK

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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL EXAMES NA PAGUE MENOS

O laboratório de análises toxicológicas Maxilabor Diagnósticos se uniu à Pague Menos em importante e inédita parceria. Desde o início de outubro de 2018, passaram a oferecer exames.

REDES DE FARMÁCIAS EM CAMPANHA CONTRA O DIABETES

NOVA LEI PARA CONTROLADOS

Mais de mil farmácias de todo o País ofereceram, entre os dias 26 e 30 de novembro de 2018, avaliações gratuitas para identificar e alertar a população sobre o risco do diabetes.

De acordo com a Lei nº 13.732/2018, as receitas de medicamentos controlados e manipulados passarão a ter validade em todo o território nacional, independentemente da unidade federada em que tenham sido emitidas.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Quais são as atribuições do farmacêutico no Brasil? O responsável técnico por uma farmácia ou drogaria desenvolve atividades clínicas e não clínicas. A maior parte deles concentra-se ainda na gestão.

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Infecção urinária – quando ir ao banheiro passa ser um problema Vontade intensa de ir ao banheiro, ardência e dor ao urinar são dois dos principais indicativos de uma infecção.

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ENTREVISTA-MUNDIPHARMA

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Minimizando

a dor

A MUNDIPHARMA ATUA NO BRASIL NOS SEGMENTOS DE ANALGESIA E OFTALMOLOGIA, SEMPRE EM BUSCA DO TRATAMENTO CORRETO DAS DORES CRÔNICAS E ONCOLÓGICAS, ALIVIANDO O SOFRIMENTO E MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES

A

POR LAURA MARTINS E LÍGIA FAVORETTO

A história da Mundipharma começou em 1952, quando o Dr. Mortimer D. Sackler e o Dr. Raymond R. Sackler adquiriram a Purdue, com sede nos Estados Unidos. Por ter iniciado como uma empresa familiar, sempre acreditaram ser importante construir relacionamentos comerciais duradouros e baseados na confiança. Esse pilar de confiança, junto com uma cultura empreendedora e uma abordagem própria a parcerias, deram à Mundipharma a oportunidade de estabelecer uma forte presença em todos os mercados farmacêuticos do mundo. A empresa é especializada em uma ampla gama de produtos que englobam analgésicos e tratamentos respiratórios, além de produtos antissépticos e altos investimentos para marcar presença também no mercado de oncologia. Por ser uma empresa privada e empreendedora, está aberta a oportunidades de negócios – tanto relacionados às áreas de especialização com as quais já trabalha quanto às novas, mas promissoras, oportunidades. Através de extensos contatos na região da Ásia-Pacífico e globalmente, podendo ser uma

aliada em todo o processo, desde o desenvolvimento até a promoção de um produto. A principal área de atuação da companhia é na constante busca para o alívio da dor. Para falar sobre esse assunto e também sobre a aquisição de um portfólio de glaucoma para o Brasil, Hugo Saavedra, CEO da Mundipharma Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. O executivo revela que tanto o governo quanto a iniciativa privada podem desenvolver ainda mais soluções para incrementar o acesso da população a medicamentos e ao sistema de saúde, melhorar a satisfação e promover a maior eficiência do setor. "Hoje, mais do que tratar de doença, é necessário abordar a prevenção e, também, o conforto do paciente crônico." Acompanhe. Guia da Farmácia • Apesar de a Mundipharma ter sido fundada em 1957, ela chegou ao Brasil em 2013. Por que decidiu vir para o País depois de tantos anos? Hugo Saavedra • A Mundipharma e suas empresas associadas independentes atuam na indústria farmacêutica entregando produtos de alta qualidade, alinhados com os valores de inovação e compromisso com os pacientes 2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-MUNDIPHARMA

e instituições de saúde. Temos mais de 60 anos de herança, com uma rede de distribuição presente em seis continentes. Comercializamos no mundo 38 medicamentos, em seis áreas terapêuticas, com um pipeline em franco crescimento. Nossos produtos são vendidos em mais de 120 países, contribuindo para a qualidade de vida de mais de quatro bilhões de pessoas. A história da empresa começou em 1957, na Suíça. Em 1973, a companhia desenvolveu uma tecnologia para o tratamento de dor crônica. A partir deste momento, começamos a operar em outros países, como Japão (1991), China (1993), Coreia do Sul (1998), Malásia (2004), Filipinas (2005), Hong Kong (2011), Taiwan (2012), Brasil e Dubai (2013). Nosso portfólio no Brasil atua nos segmentos de analgesia, oncologia e oftalmologia (adquirido em 2015). Este ano, entramos na linha diagnóstica e temos no pipeline outras linhas terapêuticas. Guia • Em 2015, a empresa comprou um portfólio de produtos para tratamento de glaucoma. O que mudou desde então? Saavedra • Estamos empenhados em desenvolver um portfólio diversificado de medicamentos que atenda às necessidades da sociedade, identificando o potencial de inovações médicas que contribuam para a melhora do paciente de maneira significativa. Em dezembro de 2015, anunciamos a compra do portfólio de glaucoma da farmacêutica MSD, conhecida como Merck nos Estados Unidos e no Canadá. Esta aquisição foi uma entrada estratégica para o setor de oftalmologia com produtos consolidados e confiáveis. A negociação envolveu todos os medicamentos indicados para a doença. De lá para cá, atuamos em posicionar o portfólio de forma competitiva e ampliar a força de vendas, para reforçar a presença em todo o País. Hoje, no Brasil, a estimativa é de que 900 mil pessoas são portadoras do glaucoma, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia • Qual a importância do Brasil no mercado mundial e da América Latina para a Mundipharma? Saavedra • Na região, existe uma grande necessidade não atendida no tratamento de pacientes com dores causadas pelo câncer e outras enfermidades, e a nossa responsabilidade como indústria farmacêutica é oferecer inovação e acesso mais fácil às estratégias terapêuticas que contribuem para a melhora da qualidade de vida. A abertura do escritório no Brasil reforça o objetivo 10

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de oferecer novas possibilidades em tratamentos focados no melhor interesse dos pacientes e àqueles que deles cuidam. Estamos trabalhando para aumentar o nosso portfólio já a partir deste ano. Guia • Entre as categorias de produtos trabalhadas pela Mundipharma, estão os medicamentos para a dor. O que há de inovação nesta área? Saavedra • Vários estudos, nacionais e internacionais, mostram que pacientes com sintomas de dor representam cerca de 75% a 80% de todos os pacientes que procuram serviços médicos, sendo que a dor crônica (aquela que apresenta pelo menos seis meses de duração), incide em cerca de 30% a 40% de toda a população brasileira, tendo um impacto importante na vida do paciente e na economia do País. Sendo assim, quanto maior forem as opções terapêuticas, maior é a chance de um manejo adequado da dor. Focada em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, assim como em mecanismos de segurança para o paciente, a Mundipharma busca constantemente novas formas de controle da utilização de medicamentos. Desenvolvemos, por exemplo, uma molécula em uma matriz de camada dupla que permite a liberação gradual da função analgésica do medicamento na corrente sanguínea após a digestão. Guia • Quais são os medicamentos para dor que a Mundipharma oferece ao mercado e como eles funcionam? Saavedra • Temos dois produtos para tratamento de dores de moderadas a intensas, sendo o primeiro um medicamento de liberação prolongada, e o segundo, um adesivo transdérmico. Guia • Qual a importância do varejo farmacêutico brasileiro para a Mundipharma? Saavedra • Há muita oportunidade de crescimento, e tanto o governo quanto a iniciativa privada podem desenvolver ainda mais soluções para incrementar o acesso da população a medicamentos e ao sistema de saúde, melhorar a satisfação e promover a maior eficiência do setor. Hoje, mais do que tratar da doença, é necessário abordar a prevenção e, também, o conforto do paciente crônico. Nesse sentido, as inovações tecnológicas no segmento da saúde têm contribuído muito para o desenvolvimento de soluções terapêuticas cada vez mais eficientes.


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ANTENA LIGADA

ABBVIE ANUNCIA DESEMPENHO FINANCEIRO

ÍNDICES DE 2018 RESULTADOS DO CANAL FARMA REFERENTES AO ANO PASSADO COMEÇAM A SER APURADOS E O QUE SE OBSERVA É UM MERCADO AQUECIDO E PREPARADO PARA A NOVA TEMPORADA POR LÍGIA FAVORETTO

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A AbbVie, companhia biofarmacêutica global baseada em pesquisa e desenvolvimento, anunciou os resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2018, encerrado em 30 de setembro último. "Nós apresentamos novamente um trimestre excepcional, com resultados acima das expectativas, incluindo crescimento de receita operacional acima dos 18% e um crescimento EPS (“lucro por ação”) maior do que 50%. Com base neste cenário, em várias áreas de nosso portfólio, estamos elevando nossas expectativas para o EPS 2018 novamente”, afirmou o CEO da AbbVie, Richard A. Gonzalez. "Estamos particularmente satisfeitos com nosso progresso em construir uma área líder em hematologia, que agora está proporcionando uma receita acima de US$ 1 bilhão por trimestre e está posicionada para um forte crescimento nos próximos anos.” As receitas líquidas mundiais GAAP foram de US$ 8,236 bilhões no terceiro trimestre de 2018 - 17,8% de crescimento em relação ao mesmo período de 2017. Os valores ajustados da receita líquida foram de US$ 8,236 bilhões, um crescimento operacional de 18,%, excluindo 0,7%, referente ao impacto desfavorável do câmbio internacional. • www.abbvie.com.br

DESEMPENHO DA HYPERA PHARMA

A Hypera Pharma encerrou o ano com o mais alto índice de inovação da sua história. A companhia lançou 70 produtos em 2018, o que representa uma média superior a um lançamento por semana. Nesse ritmo, produtos lançados nos últimos cinco anos foram responsáveis por 29% do faturamento líquido da companhia nos últimos 12 meses, até setembro de 2018. Com foco crescente em inovação, o grupo de marcas da empresa que faturam mais de R$ 100 milhões por ano – as chamadas power brands – deve ganhar mais 17 representantes até 2023. Hoje, a Hypera Pharma já possui 11 power brands, incluindo Alivium, Benegrip e Lisador, entre outras. • www.hyperapharma.com.br

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MARCA PREFERIDA DOS CARIOCAS PELO 9º ANO CONSECUTIVO

A rede Drogarias Pacheco, que junto com a Drogaria São Paulo forma o Grupo DPSP, foi eleita pela 9ª vez consecutiva a marca mais lembrada do Rio de Janeiro, na categoria “Farmácias”, de acordo com a pesquisa “Marcas dos Cariocas”. Desenvolvido pelo Jornal O Globo em parceria com a TroianoBranding, o estudo traça um retrato das empresas mais lembradas por quem vive na cidade, a partir de dados da opinião pública. Esse resultado é fruto do relacionamento que a Drogarias Pacheco construiu com o Rio, há mais de 100 anos – a primeira loja foi fundada em 1892 – e faz com que a rede tenha como foco o cuidado com o carioca, o que pode ser visto em seu histórico de ações, com campanhas institucionais que promovem ações sociais, preservação, cuidados com a população e bem-estar aos cariocas. • www.dpsp.com.br

AJUSTE DE FOCO FARMARCAS APRESENTA NÚMEROS SATISFATÓRIOS

A Farmarcas realizou em novembro último o Conexão Farmarcas, na capital paulista. O evento, que acontece todos os anos, visa mostrar a seus parceiros como está a estrutura da associação. Além disso, é a oportunidade de seus executivos revelarem os principais resultados e propostas para os próximos anos. O diretor geral da Farmarcas, Paulo Costa, comemorou o crescimento exponencial do número de lojas. Em 2015, eram 326; em 2016, 489; em 2017, 685; em 2018, 857. Além disso, 111 estabelecimentos estão em processo de montagem, sendo 80 (72%) novas lojas e 31 (28%) em conversão. Já sobre as vendas totais no ponto de venda (PDV), considerando outubro de 2017 a outubro de 2018, o número passou de R$ 1.304.595.622,78 para R$ 1.900.971.149,20, um crescimento de 45,71%. E se olhar somente para as lojas com mais de dois anos, o crescimento é de 15,61%. O crescimento do tamanho das lojas fez com que os varejistas pudessem ofertar um maior mix de produtos, fazendo com que a categoria de não medicamentos crescesse 65,81%. Para 2019, a Farmarcas espera conseguir ter 1.100 lojas até dezembro, se consolidar como o quarto maior grupo do varejo, com faturamento acima de R$ 3 bilhões, e ter a manutenção do lucro líquido dos estabelecimentos superior a 10%. • www.farmarcas.com.br

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A fim de realinhar as atividades de manufatura de produtos sólidos, que incluem comprimidos e cápsulas, a Lilly deve finalizar as operações da planta de manufatura e embalagem no Brasil nos próximos três anos. Segundo comunicado da empresa enviado para a imprensa, esta operação faz parte de uma continuação dos esforços nos últimos anos para equilibrar a capacidade de produção com as necessidades do portfólio, que inclui um número crescente de produtos biológicos, além da perda de patentes de produtos sólidos orais. Além disso, a planta de produção de medicamentos sólidos da Lilly em Madri, na Espanha, deixará de fabricar medicamentos e focará as atividades na embalagem de produtos vendidos fora dos Estados Unidos. Já a fábrica de Porto Rico será a responsável por produzir os medicamentos sólidos orais. Ainda segundo a Lilly, a parte administrativa e de vendas da afiliada brasileira não sofrerá impacto desta decisão e continuará a operar normalmente. A companhia reforça que Brasil continua a ser um mercado importante, com expectativas de crescimento nos próximos anos. Em 2018, a Lilly realizou seis lançamentos no País, com um crescimento de 22% em relação a 2017. • www.lilly.com.br


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1º ENCONTRO NACIONAL DE MULHERES DO VAREJO

ATUAÇÕES RENOVADAS NA PFIZER

A Pfizer Consumer Healthcare (PCH) apresenta uma nova estratégia de atuação e gestão em 2019 para a América Latina. Para conduzir este processo, o executivo brasileiro Camilo Tedde assume o cargo de líder para a região, com o principal objetivo de fortalecer a presença na América Central, México, Colômbia e Brasil. Com mais de 25 anos de experiência liderando empresas na América Latina, Europa e América do Norte, Tedde tem em seu histórico dois momentos importantes na Pfizer Consumer Healthcare: mais recentemente, atuava como gerente geral do Canadá, cuja liderança foi fundamental para que esse mercado tivesse seu ano mais bem-sucedido da história. Anteriormente, entre 2015 e 2017, atuou como gerente geral do Brasil, onde foi responsável por levar a organização a um crescimento de dois dígitos, por implementar iniciativas de excelência comercial e desenvolver as marcas no mercado brasileiro. • www.pfizer.com.br

COTY PROMOVE MUDANÇAS

O 1º Encontro Nacional de Mulheres do Varejo, realizado em dezembro último, na sede da GS1 Brasil, revelou que “autoritarismo, machismo, preconceito, discriminação” foram as principais palavras citadas por executivas atuantes no varejo, quando questionadas sobre a relação entre homens e mulheres no setor. Apesar de 29% declararem que já percebem uma complementariedade e um trabalho de forma colaborativa, 62% afirmaram que não estão satisfeitas com a relação entre homens e mulheres do varejo. Além disso, 80% disseram que o nível de esforço para alcançar cargos de direção é muito alto. A pesquisa foi realizada entres os dias 7 a 13 de novembro de 2018, com 87 executivas do varejo, com idade entre 26 e 61 anos, pelo Grupo Mulheres do Varejo. • Facebook: /mulheresdovarejo

Fátima Merlin e Vanessa Sandrini, criadoras do grupo Mulheres do Varejo (MdV)

A divisão de consumo da Coty passa por mudanças na região da América Latina e a companhia anuncia nova estrutura para o negócio, com o ajuste do modelo de operação nos mercados latino-americanos, reduzindo de três unidades de negócios (Argentina/Chile, México DF e Miami/LATAM Exports) para duas novas unidades: Coty Consumer Beauty Brasil & Cone Sul e Coty Consumer Beauty México & LATAM Exports. Dessa forma, Coty Consumer Beauty Argentina/Chile foi expandida para Coty Consumer Beauty Cone Sul, reunindo os mercados da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Esta nova unidade de negócios será comandada pelo general manager, Nicolas Fischer, que continua sediado em São Paulo. Enquanto a estrutura de Coty LATAM Exports passa a ser liderada por Ricardo Travassos, que se torna general manager da nova unidade Coty Consumer Beauty México & LATAM Exports. Travassos continuará baseado na Cidade do México. Durante as mudanças, Veronica Cowanros foi promovida de diretora de marketing de Coty Consumer Beauty Argentina/Chile para country manager da estrutura Coty Consumer Brasil Cone Sul, reportando-se diretamente a Nicolas. • www.coty.com 16

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ATUALIZANDO

APOSTAS DE QUALIDADE INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS INVESTEM EM PRODUTOS PREMIUM, QUE ATUAM OFERECENDO BENEFÍCIOS EFICAZES E SABORES EXCLUSIVOS POR LÍGIA FAVORETTO

FLOBAC PRO® TEUTO

O Laboratório Teuto lança no mercado brasileiro o Flobac Pro®, um probiótico que contribui para o equilíbrio intestinal, com a tecnologia DRcaps. Tendo em sua composição Lactobacillus acidophilus, com um bilhão de culturas ativas, o produto é um alimento funcional que conta com a tecnologia DRcaps, responsável por acarretar comodidades como a redução de potenciais odores desagradáveis e resistência ao ácido estomacal, dando a certeza de uma absorção intestinal completa. O produto é 100% vegetal. MS 6.7129.0008.001.1 • www.teuto.com.br

TALTZ® LILLY

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a injeção de 80 mg/ml de Taltz® (ixequizumabe) para o tratamento de adultos com artrite psoriásica ativa. A eficácia do medicamento foi comprovada a partir da redução de 20% da atividade da doença em 24 semanas. MS 1.1260.0196 • www.lilly.com.br

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ADVIL® PFIZER

Para lembrar o quanto o cotidiano pode ser melhor sem dor, Advil® (Ibuprofeno), o analgésico com início de ação rápida (absorção a partir de dez minutos), lança edição limitada de latas porta-cartela. As embalagens promocionais podem ser adquiridas na compra da versão de Advil® com oito cápsulas, sem custo extra. São quatro latas com ilustrações diferentes: a cidade ganha mais possibilidades, as celebrações ganham mais empolgação, a música ganha mais vibração e os amigos ganham mais tempo. A ação tem edição limitada de 100 mil unidades, que estarão disponíveis em quatro mil farmácias do Estado de São Paulo e da capital do Rio de Janeiro. MS 1.2110.0056 (400 mg) • www.advil.com.br

ZERO-CAL SABORES HYPERA PHARMA

Inspirada pela evolução dos cafés gourmet e pensando em adicionar ainda mais sabor ao cotidiano de seus consumidores, Zero-Cal lança sua nova linha Zero-Cal Sabores, composta por produtos desenvolvidos a partir de uma seleção de ricos aromas. A linha é totalmente inovadora e une o sabor doce da sucralose aos aromas preferidos dos brasileiros: baunilha, caramelo e chocolate. Zero-Cal Sabores estará disponível em um cartucho com 30 sticks (dez sticks de cada sabor). MS Produto isento de registro de acordo com a RDC 27/10 • www.zerocal.com.br

COLFLEX BIO

MANTECORP FARMASA

Recentemente, a Mantecorp Farmasa ampliou a família Colflex adicionando a versão de colágeno não hidrolisado tipo II em cápsulas ao seu portfólio, o Colflex Bio. O novo produto suprime a inflamação da cartilagem na osteoartrite de joelho, quadris e mãos, o que ajuda a reduzir a degradação da cartilagem, diminuindo a dor, melhorando a mobilidade do paciente e promovendo a saúde das articulações. Colflex Bio é um tratamento acessível ao paciente e está sendo comercializado em formato de cápsulas pequenas de colágeno não hidrolisado tipo II, em embalagens com 30 e 60 cápsulas (embalagem econômica para o tratamento de dois meses), porém, ambas com 40 mg cada. A recomendação de uso é a ingestão de uma cápsula por dia, por no mínimo três meses, para melhor resultado do suplemento. MS Alimento registrado sob nº 6.6122.0009 • www.hyperapharma.com.br

ARNICA GEL EXTRA FORTE TEUTO

O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado o mais novo gel para massagem corporal que fornece o extrato mais concentrado das flores de arnica (Arnica montana) enriquecido com extrato de Castanha do Pará e Castanha da Índia. O produto confere a ação refrescante e suavizante da arnica, além de auxiliar na hidratação e no relaxamento muscular. Também auxilia no tratamento da celulite, flacidez e gordura localizada, contando com uma fórmula dermatologicamente testada com compostos hipoalergênicos. MS 25351.642557/2018-09 • www.teuto.com.br 20

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FAZ MAL TOMAR ACICLOVIR COMPRIMIDO À NOITE? PERGUNTA ENVIADA POR FLAVIA MENDES TEIXEIRA – CORUMBÁ (MS)

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Este fármaco é indicado para: tratamento de herpes zóster; tratamento e recorrência (reaparecimento) das infecções de pele e mucosas causadas pelo vírus Herpes simplex; a prevenção de infecções recorrentes causadas pelo vírus Herpes simplex (supressão). Aciclovir também é indicado para pacientes seriamente imunocomprometidos. Estudos têm demonstrado que o tratamento precoce de herpes zóster com aciclovir produz efeito benéfico na dor e pode reduzir a incidência de neuralgia pós-herpética (dor associada ao herpes zóster). Apresenta-se nas formas farmacêuticas comprimido, creme dermatológico, pomada oftálmica e injetável. O aciclovir é um nucleosídeo sintético, análogo da purina, com atividade inibitória in vivo contra os vírus da família herpes vírus, incluindo vírus Herpes simplex (VHS) tipos 1 e 2; vírus Varicella zóster (VVZ); vírus Epstein Barr (VEB) e Citomegalovirus (CMV). Em culturas celulares, o aciclovir tem maior atividade antiviral contra o VHS-1, seguido (em ordem decrescente de potência) pelo VHS-2, VVZ, VEB e CMV. Este medicamento atua bloqueando os mecanismos de multiplicação desses vírus. Entretanto, torna-se necessário salientar que a ação antiviral não poderá ser utilizada para qualquer vírus. A atividade inibitória do aciclovir sobre o VHS-1, VHS-2, VVZ, VEB e CMV é altamente seletiva. Uma

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vez que a enzima timidina-quinase (TQ) de células normais não-infectadas não utiliza o aciclovir como substrato, a toxicidade do aciclovir para as células do hospedeiro mamífero é baixa. No entanto a TQ codificada pelo VHS, VVZ e VEB converte o aciclovir em monofosfato de aciclovir, um análogo nucleosídeo que é, então, convertido em difosfato e, finalmente, em trifosfato, por enzimas celulares. O trifosfato de aciclovir interfere com a DNA-polimerase viral e inibe a replicação do DNA viral, resultando na terminação da cadeia seguida da incorporação do DNA viral. A forma farmacêutica comprimida está disponibilizada com o fármaco para uso adulto e, quando pediátrico, somente a partir de dois anos de idade. Em relação à posologia do medicamento, de acordo com a indicação, que estabelece quantidade a ser administrada em função do problema verificado, a unidade do medicamento deverá ser administrada cinco vezes ao dia, com intervalos aproximados de quatro horas, pulando a dose noturna. A suspensão da dose noturna não está relacionada a uma justificativa farmacológica, mas, sim, ao conforto do paciente, considerando não ter que acordar o usuário para tomar o medicamento. Segundo descrito na bula do medicamento, para tratamento de herpes zóster em adultos: dois comprimidos de 400 mg, cinco vezes ao dia, em intervalos de

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MARIA APARECIDA NICOLETTI

Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

aproximadamente quatro horas, omitindo-se as doses noturnas. O tratamento deve ter a duração de sete dias. Para tratamento em pacientes seriamente imunocomprometidos 800 mg de aciclovir devem ser administrados, quatro vezes ao dia, com intervalo aproximado de seis horas. Para tratamento de herpes simplex em adultos: um comprimido de aciclovir 200 mg, cinco vezes ao dia, com intervalos de aproximadamente quatro horas, omitindo-se a dose noturna. O tratamento deve continuar por cinco dias, mas deve ser estendido em infecções iniciais sérias. Em pacientes seriamente imunocomprometidos (por exemplo, após transplante de medula óssea) ou em pacientes com distúrbios da absorção intestinal, a dose pode ser duplicada (400 mg) ou alternativamente pode-se considerar a administração de doses intravenosas. Ainda, segundo a bula, o aciclovir é eliminado por clearance renal e, por isso, a dose deve ser reduzida em pacientes com insuficiência renal. Para idosos, deve ser considerada a redução na dosagem, uma vez que estes pacientes normalmente têm a função renal reduzida. Tanto pacientes com insuficiência renal quanto idosos têm risco aumentado de desenvolver efeitos adversos neurológicos e devem ser monitorados cuidadosamente. Em casos reportados, essas reações foram geralmente reversíveis com a descontinuação do tratamento.

Deve-se manter a hidratação adequada em pacientes que estejam recebendo altas doses de aciclovir. O aciclovir é eliminado primariamente inalterado na urina, via secreção tubular renal ativa. Qualquer droga administrada concomitantemente, que afete esse mecanismo, pode aumentar a concentração plasmática do aciclovir. A probenecida e a cimetidina aumentam a área sob a curva (ASC) do aciclovir por esse mecanismo e reduzem o clearance renal do fármaco. De modo similar, aumentos nas ASCs plasmáticas do aciclovir e do metabólito inativo de micofenolato de mofetila, um agente imunossupressor usado em pacientes transplantados, foram demonstrados quando as drogas foram coadministradas. Entretanto nenhum ajuste de dose é necessário por causa do amplo índice terapêutico do aciclovir. Considerando, então, que o paciente inicie a primeira administração às 8h (das cinco indicadas diariamente), e de acordo com a orientação descrita em bula de intervalo de, aproximadamente, quatro horas, entende, que os próximos horários previstos para a administração seriam: 12h, 16h, 20h e 24h. Portanto, o que a indicação “pulando a dose noturna” quer dizer é que, apesar do intervalo que ocorre entre as 24h (última administração) e as 8h (primeira administração do dia seguinte), há um intervalo de oito horas que é destinado para o período de sono do usuário. Ele pode ser tomado à noite, entretanto, indica-se que o período de sono do usuário seja preservado.

2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

O que não é medido não pode ser gerenciado

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UMA GESTÃO ESTRATÉGICA DE QUALIDADE É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO E A MANUTENÇÃO DE UMA EMPRESA DIANTE DOS DESAFIOS DE UM MERCADO COMPETITIVO

SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 24

Começar o ano com um bom planejamento e gestão estratégica é essencial para o sucesso da sua empresa. Na verdade, isso já deveria ter sido feito no final do ano anterior para ser colocado em prática agora, mas se ainda não o fez, comece imediatamente! O segredo das redes e dos associativismos de sucesso é que eles cumprem com determinação o que foi planejado. O planejamento estratégico é o estabelecimento de metas, dos principais objetivos da empresa e dos planos de ação para alcançá-los. Em geral, são baseados nas boas práticas da empresa. A gestão estratégica é o gerenciamento do planejamento estratégico e dos objetivos definidos para o seu sucesso. Ela ocorre desde a elaboração dos projetos e de mudanças até o acompanhamento do que foi implementado. Ela é responsável pela execução do que foi estabelecido no planejamento estratégico. Para que a gestão estratégica seja colocada em prática, é preciso que o planejamento tenha tido a participação de todas as áreas envolvidas. Esse planejamento envolve a criação de metas e indicadores de desempenho que servirão de auxílio para que a organização cumpra seus objetivos e alcance seus resultados. A gestão estratégica está diretamente relacionada à prática de métricas e de mensuração de resultados. PASSOS PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO ESTRATÉGICA 1º Análise de ambientes: a empresa deve conhecer de forma profunda tanto o seu ambiente interno quanto o mercado em que atua. Neste primeiro passo é importante a utilização de metodologias e ferramentas que auxiliem a análise dos ambientes. Uma delas é a matriz

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SWOT (sigla em inglês para Strengths, Weaknesses, Opportunities and Treats; em português, FOFA: Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), uma metodologia que auxilia na análise e na compreensão do posicionamento da organização frente aos ambientes que a envolvem. São feitas duas análises: das características internas da empresa (forças e fraquezas) e das características externas (ameaças e oportunidades). 2º Planejamento estratégico: é nesta etapa que ocorre a formulação do plano com metas, prazos e objetivos que ajudarão a medir os resultados quando a estratégia for executada. É neste momento que é realizada uma revisão ou criação das políticas institucionais. A missão, a visão e os valores da empresa são importantes e irão guiar a busca de seus objetivos. 3º Implementação: para que a estratégia seja implementada, é preciso que as pessoas entendam o que deve ser feito. É importante que haja um acompanhamento dos indicadores de desempenho nessa etapa. A partir desse acompanhamento é preciso identificar erros e elaborar correções imediatas para que tudo caminhe como o planejado. 4º Reflexão e aprendizado: esse é o momento de entender tudo o que deu certo e o que deu errado na execução do planejamento. Portanto é o momento de aprender com os erros a partir da identificação das causas dos problemas apresentados durante a execução. Com os resultados destas reflexões é possível definir metas e objetivos mais coerentes e realistas para a empresa ou redirecioná-los. Colocar em prática a gestão estratégica é cuidar do que foi planejado e do que está sendo implementado. Medir se os objetivos foram alcançados é obter sucesso total na empresa. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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OPINIÃO

Quem tem medo de 2019? TERÃO MEDO AQUELAS PESSOAS QUE INSISTIREM EM FICAR DISCUTINDO POLÍTICA EM VEZ DE CUIDAR DO SEU NEGÓCIO, DA SUA VIDA, DAS COISAS CONCRETAS E ESSENCIAIS PARA O SEU SUCESSO

LUIZ MARINS Antropólogo, escritor e consultor www.marins.com.br 26

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Todos os prognósticos apontam para 2019 como um ano de mudanças positivas para o Brasil. O índice de confiança dos empresários dos três setores da economia – agronegócio, indústria e comércio e serviços – está em níveis elevados. As empresas começam a tirar seus projetos de investimento das gavetas com grande esperança de poder executá-los a partir de agora. Tenho tido contato semanal com investidores externos que igualmente demonstram grande e positiva expectativa em relação ao Brasil. Assim, terá medo de 2019 o empresário, o colaborador, o brasileiro que continuar a torcer pelo jacaré do filme do Tarzan; aquela pessoa que não consegue e não quer ver que o Brasil mudou, o mercado mudou, o cliente mudou, enfim, que o Brasil mudou e volta seus olhares para o futuro, para grandes parcerias internacionais, para um pensar grande e diferente. Terão medo de 2019 aquelas pessoas que insistem em ver somente a parte vazia do cálice chamado Brasil e não atentarem e se aprofundarem em nossas vantagens estratégicas em relação às regiões e países com os quais competimos. Terão medo de 2019 aqueles empresários e pessoas que não entenderam que os novos tempos são de frugalidade, de simplicidade, de preços mais justos, de ter pessoas excelentes e comprometidas que possam fazer diferenças que os clientes valorizem e, portanto, paguem. Terão medo de 2019 os que insistirem em pensar e agir de forma antiquada em

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relação ao mercado e ficar chorando em vez de melhorar a qualidade, o atendimento, a prestação de serviços e em entregar o que prometem. Esses não sobreviverão aos novos tempos. Terão medo de 2019 aquelas pessoas que pensarem já saber tudo e pararem de estudar, de aprender novas tecnologias, de fazer novos cursos e de se aperfeiçoar todos os dias. PENSE NISSO: • Tenha você votado ou não nos candidatos eleitos em 2018, lembre-se de que serão eles os nossos governantes e que agora não podemos desejar e trabalhar para o fracasso dos eleitos, pois o fracasso deles será o nosso fracasso como povo e nação; • Como cidadãos, temos o direito e o dever de manifestar nossa livre opinião, protestar e participar para que os eleitos cumpram o que prometeram, sejam honestos, combatam a corrupção, sejam leais, competentes e que trabalhem duro para o País; • Mas não podemos nos esquecer de que nenhum governante fará por nós aquilo que só nós poderemos fazer. Assim, não devemos cair na ingenuidade de apenas esperar e aguardar soluções e não fazermos tudo o que estiver ao nosso alcance para sermos os protagonistas de nosso próprio sucesso. Enfim, terão medo de 2019 os mesmos, os reclamões, os sem coragem de mudar, de aceitar o novo, de ser e de fazer diferente. Sucesso no novo ano! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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CONSULTOR JURÍDICO

Anuidades de pessoas jurídicas VALOR ARRECADADO PELOS CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA NÃO PODEM, NEM DEVEM, SER SER COBRADOS DAS FILIAIS, APENAS DA MATRIZ

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GUSTAVO SEMBLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, pós-graduado em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 28

A Constituição Brasileira permitiu, em seu artigo 149, que a União instituísse contribuições “de interesse das categorias profissionais ou econômicas” e o fez em relação aos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) – além de outros – no ano de 2011, por meio da Lei Federal nº 12.514/11, publicada no Diário Oficial da União de 31/10/2011. Embora aborde a questão das anuidades, o fez de forma clara ao afirmar que os “Conselhos cobrarão... anuidades” (art.4º, inciso II) e que seu fato gerador será a “existência de inscrição no conselho” (art.5º). O artigo 6º trata das anuidades cobradas das pessoas físicas nos incisos I e II; no inciso III trata das anuidades cobradas das pessoas jurídicas, onde estabelece um escalonamento, utilizando como parâmetro para a obtenção do valor devido o capital social. Por exemplo: para farmácias que possuem o capital social acima de R$ 50 mil e abaixo de R$ 200 mil, a anuidade será de R$ 1 mil. O problema é que alguns CRFs, inovando no ordenamento jurídico, passaram a interpretar o inciso III do artigo 6º da Lei Federal nº 12.514/11 de forma extensiva, ou seja, interpretando além do que o legislador quis, cobrando anuidades da matriz e das filiais. No entanto a norma é clara: a cobrança se dá por pessoa jurídica, ou seja, por empresa, e não por estabelecimento, razão pela qual estão surgindo decisões da Justiça Federal pelo

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Brasil proibindo os CRFs de cobrarem anuidades de filiais de farmácias, permitindo a cobrança apenas da matriz. Em recente decisão, a Justiça Federal do Rio de Janeiro não apenas proscreveu a cobrança de anuidades das filiais de uma farmácia pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro, como determinou o estorno do que havia sido cobrado e pago pela empresa. O raciocínio tem sido o de que, única e exclusivamente, se no Contrato Social ou no Estatuto Social há a previsão de capitais sociais autônomos, próprios ou destacados para cada filial, é que se poderia cobrar anuidades das filiais; porém, esta exceção – como o nome diz – é rara de ser encontrada em farmácias. O leading case se deu em 23/08/2016, quando a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo por relatora a Ministra Regina Helena Costa, julgou o Agravo Interno no Recurso Especial nº 1.592.012/RS. Naquela ocasião, a discussão abrangia o CRF do Estado do Rio Grande do Sul, que perdeu o recurso e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde passou a tramitar como Recurso Extraordinário nº 1.072.968, mas foi novamente rejeitado. Assim, já se tem precedentes jurisprudenciais para que farmácias que possuem filiais e estão sendo cobradas pelos respectivos CRFs possam judicializar a questão IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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RECURSOS HUMANOS

Recrutamento e seleção: um dos maiores desafios das farmácias no Brasil

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TER ESTRATÉGIAS BEM DEFINIDAS, PROCESSOS E PESSOAS, É FUNDAMENTAL PARA QUE A ENGRENAGEM DE UMA EMPRESA FUNCIONE

PEDRO DIAS Palestrante, consultor de empresas, professor de pós-graduação e master coach. Formação universitária em Farmácia (CRF54-559), mestre em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e master coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC) 30

É notório que uma das tarefas mais difíceis para o varejo farmacêutico é manter a perenidade no mercado. Aumentar as vendas, o tíquete médio, o número de produtos por cupom, reduzir descontos, aumentar suas margens, negociar com fornecedores, treinar equipes, engajá-las com a cultura da empresa, bater metas, satisfazer as necessidades dos clientes, são alguns dos obstáculos que acontecem no dia a dia da operação. Sabemos que, como qualquer outra empresa, as farmácias precisam ter estratégias, processos e pessoas, tudo bem definido para que a engrenagem funcione. Quando me refiro às pessoas, estou querendo dizer que é ter a pessoa certa, com a competência certa, com o comportamento correto e para o cargo correto. Nota-se que algumas farmácias acabam contratando novos colaboradores não pelo desejo, e sim pela necessidade, e você tem a sensação de que o seu problema foi resolvido, mas não foi. Em um primeiro momento, você se sente confortável porque a vaga foi preenchida e agora terá um colaborador para realizar aquelas atribuições que você estava realizando. Mas quando refletimos sobre o impacto dessa má contratação no médio e longo prazos, avalia-

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mos o impacto financeiro que ela causa nas empresas, impedindo o progresso ou sua manutenção nesse mercado de extrema competitividade. Abaixo seguem quatro dicas para ajudá-lo a superar este desafio: • Crie um quadro de competências para todos os cargos da sua empresa: envolva as pessoas estratégicas da empresa para a criação deste quadro; • Defina as competências de acordo com o cargo em discussão: quanto mais alto o cargo, provavelmente maior o número de competências; • Discuta sobre comportamento humano: defina com sua equipe quais são os comportamentos esperados para cada cargo em discussão; • Construa a validação das competências: faça uma reflexão sobre qual ou quais ferramentas podem ser construídas para validação das competências. Se você utilizar as quatro dicas citadas acima, terá condições de melhorar o seu processo de recrutamento e seleção e isso pode contribuir efetivamente para o sucesso da sua farmácia. Desejo que você crie uma equipe capaz de atingir todas as metas propostas pela empresa e que você tenha um ano repleto de grandes realizações, conquistas e excelentes resultados. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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DEBATE

Rumos definidos, mas ainda incertos

NA ÁREA ECONÔMICA, O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO E SUA EQUIPE JÁ DEIXARAM CLARO QUAIS AS PRIORIDADES PARA OS PRÓXIMOS QUATROS ANOS. MAS EM OUTRAS ÁREAS, COMO DA SAÚDE, OS CAMINHOS QUE SERÃO SEGUIDOS AINDA NÃO ESTÃO DEFINIDOS

O

POR FLÁVIA CORBÓ

Oficialmente, Jair Bolsonaro assumiu a presidência no dia 1º de janeiro de 2019, mas nos bastidores políticos os trabalhos começaram logo após os resultados das urnas, ainda em 2018. O presidente eleito já deixou bem claro os rumos que pretende seguir quanto a questões econômicas, defendendo, por exemplo, que a reforma da Previdência fosse aprovada

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ainda na gestão de Michel Temer. Reformas política e tributária parecem ser outras medidas que devem entrar na agenda, pois são tidas como fundamentais pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre outubro e dezembro do ano passado, Bolsonaro declarou a escolha de 20 ministros para o futuro governo, nas pastas de Saúde; Economia; Justiça e Segurança Pública; Ciência e Tecnologia; Agricultura; IMAGENS: SHUTTERSTOCK


Médicos. Diante da fala do presidente, o governo cubano decidiu retirar todos os profissionais do País. Os médicos cubanos representavam quase metade da força de trabalho do Programa – 8,3 mil das 18,2 mil vagas. O MS lançou edital para o preenchimento desses postos de trabalho. Para analisar os rumos que o novo presidente deve tomar, o Guia da Farmácia conversou com especialistas em economia, gestão e saúde. Confira a seguir:

Casa Civil; Segurança Institucional e Defesa; Relações Exteriores; Controladoria-Geral da União; Advocacia-Geral da União; Secretaria-geral da Presidência da República; Educação; Secretaria de Governo; Infraestrutura; Desenvolvimento Regional; Cidadania; Turismo; Minas e Energia; Mulher, Família e Direitos Humanos; Meio Ambiente. Para ocupar o Ministério da Saúde (MS), o escolhido foi o deputado federal e médico ortopedista, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). A indicação do ex-secretário da Saúde de Campo Grande (MS) foi recebida com ressalvas por entidades do setor, uma vez que Mandetta é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico. Além de uma escolha de ministro questionável, Bolsonaro também causou alvoroço no setor da saúde com declarações públicas contra o programa Mais

Paulo Dutra, coordenador do curso de Economia da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP) “O resultado da eleição não foi uma surpresa. Temos Bolsonaro como presidente e Paulo Guedes à frente da pasta de Economia. Nos primeiros discursos do ministro, notei coerência. De forma imediata, ele declarou que deseja reduzir a taxa de juros. Como fazemos isso? No caso de Guedes, que é um economista liberal e monetarista, ele vai adotar as medidas tradicionais e ortodoxas. O diagnóstico feito por ele é o seguinte: a cada ano, o que o País paga de juros da dívida externa equivale a US$ 100 bilhões. Esse mesmo valor corresponde, em termos nominais, ao que os Estados Unidos utilizaram de recursos para reconstruir a Europa no Plano Marshall. Ou seja, pagamos uma reconstrução da Europa por ano em juros. Então, reduzindo o montante do que pagamos de juros, daria para reequilibrarmos o orçamento público.” Guedes também se mostra muito favorável à reforma da Previdência, desejando inclusive que ela tivesse sido aprovada ainda no governo Temer. “Com isso, teríamos realmente uma redução nos gastos públicos. No entanto a medida teria um peso político porque muitas pessoas no setor público perderiam privilégios.” Outra medida que o ministro diz que pretende implantar é a reforma tributária. A ideia seria reformar o sistema atual e criar um modelo mais simples para as empresas e para as pessoas, para que se possa saber quanto realmente se paga de impostos, para onde eles vão e de que maneira são utilizados. Desta forma, ha2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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DEBATE

veria uma gestão de recursos mais transparente. “Mas para que isso seja implementado é preciso, antes, aprovar uma reforma política, porque envolve alteração no pacto federativo. Hoje, quem mais arrecada é a União, depois os estados e, por último, os municípios. Guedes manifesta o desejo de inverter essa ordem.” O problema é que surgiriam alguns desequilíbrios. A cidade de São Paulo, por exemplo, provavelmente teria o maior orçamento do País, maior até mesmo que do estado e da União. “E aí teríamos problemas com cidades pequenas, que hoje só conseguem sobreviver devido ao repasse da União. É preciso pensar nisso. Tem que ser uma medida delicada para não causar transtornos, mas seria uma boa iniciativa.” Se o próprio município cobra os impostos, realizando as obras e respondendo por todas as responsabilidades, fica mais fácil cobrar resultados. Provavelmente, será uma proposta discutida nesse governo, mas que conseguirá entrar em vigor somente no próximo, pois exige cuidado e muito debate. A princípio, com Guedes usando essas medidas para reduzir a taxa de juros, ele mostra que quer mudar o País e fazer com que volte a economia real, de produção. “Ao reduzir a taxa de juros, estamos diminuindo o custo do capital e, assim, criamos possibilidades de receber melhor retorno dos investimentos ou em menor prazo. Isso acaba estimulando toda a atividade econômica brasileira. A princípio, estou otimista. Só não sei o quanto Bolsonaro consegue bancar todas essas propostas.” Alexandre Miserani, professor de Administração da Faculdade Arnaldo A escolha do economista Guedes como o superministro da Economia demonstra uma séria tendência ao neoliberalismo. A escola dele é voltada para a mínima participação do estado na economia e para uma vertente privatizante. Entretanto qualquer posição a ser adotada deve passar pela aprovação do congresso. O novo governo ainda costura alianças junto aos novos ocupantes do Congresso Nacional para que possa ter uma maioria a fim de aprovar as medidas a serem adotadas.

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Outra questão a ser abordada é a reforma da Previdência, pois sem ela, muitas das medidas previstas não conseguem ser viabilizadas. É preciso aguardar as novas decisões para saber exatamente as medidas a serem tomadas conforme decisão da casa legislativa. “Para que o País saia da crise, inicialmente deve ser realizado um ajuste fiscal efetivo, com medidas para retomada dos investimentos por parte dos empresários que ficaram sem rumo até a definição das eleições e não se atreviam a liberar recursos para investimento, pois não sabiam os rumos do País para os próximos quatro anos. Assim, com essa definição, espera-se que voltem a investir e promovam melhorias na questão da empregabilidade. Os números do desemprego, perto de 14 milhões de brasileiros, são alarmantes, e se não fossem as reservas cambiais em alta, muito provavelmente teria se instalado um verdadeiro desastre econômico.” Além disso, o enxugamento da máquina pública, que sangra sobremaneira o dinheiro público, também é uma decisão urgente a ser tomada. Outra questão crucial é a escolha de ministros e decisores do 1º e 2º escalões, que terão forte influência para a retomada da economia. Dependendo das medidas de transição, acontecerá um novo desenho da Previdência mais adequado aos dias atuais, seja por complementação privada, seja com novas alíquotas etc. “O fato é que há hoje uma grande população de idosos, que não está sendo efetivamente substituída pela população jovem no mercado de trabalho, mais a questão do desemprego que afeta essa retomada. Achatamento dos salários, fechamento de postos de trabalho, uma nova configuração do emprego na chamada indústria 4.0, tudo isso impactará a empregabilidade, reforçando a máxima de que a qualificação será imprescindível para a conquista de melhores empregos/salários.”

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) Vê-se que, de forma geral, o tema saúde foi abordado de maneira superficial. Ainda não


é possível ter um posicionamento claro. Em seu plano de governo, Bolsonaro fala de informatização da saúde, que de fato é um gargalo. Precisamos ter um prontuário nacional da saúde. Com isso, o cidadão que frequenta o Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo, mas um dia tiver que ir em Salvador (BA), o médico saberá como tratá-lo. “Essa é uma pauta realmente necessária. Inclusive, já deveríamos ter colocado isso em prática. O Brasil gastou milhões de reais para implementar o cartão do SUS e os prontuários eletrônicos, mas até hoje isso não saiu do papel. Precisamos de uma gestão efetiva neste tema.” Também é preciso olhar as questões dos medicamentos, algo que não consta claramente no plano de governo. “Sabemos muito bem – e o Farmácia Popular está aí para provar – que, na área da saúde, é melhor adotar uma estratégia preventiva do que curativa. Enquanto tivermos no País uma visão de que gasto com saúde é despesa, e não investimento, teremos problemas sérios na gestão do setor. O futuro governante precisa ter muito claro que, em gestão de saúde, deve ser levada em consideração a necessidade de investimento. Se eu invisto em qualidade de vida, nos medicamentos preventivos de doenças crônicas, teremos gastos em saúde muito menores. Não estaremos curando pessoas, estaremos evitando que elas adoeçam.” Não há dúvidas de que o caminho para a solução da saúde do Brasil é ver o setor como investimento, e não como custo, cuidando de maneira assertiva da prevenção. E o prontuário eletrônico seria de ganho imensurável. Por mais que a adoção do sistema exija um alto investimento, será rapidamente recuperado, pois não será necessário refazer exames. “Caso consigamos implementá-lo, iremos reduzir os gastos sensivelmente e poderemos investir em outras áreas da saúde.” No setor farmacêutico, a Assistência Farmacêutica e a tributação sobre os medicamentos também precisam ser avaliadas de forma prioritária. “É um absurdo pagarmos mais de 30% de impostos em cima dos medicamentos. Sei que existem questões de responsabilidade fiscal, mas precisamos entender que o que é gênero de primeira necessidade e faz bem para o brasileiro precisa ter uma desoneração efetiva. Não adianta fazer desoneração para o setor automobilísti-

co e não fazer para o setor da saúde. É preciso olhar esse tema de forma clara e transparente.” Pedro Bernardo, diretor de acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) Todas as pesquisas colocam a saúde entre o primeiro e o terceiro lugares nas questões que mais preocupam e onde a população mais gostaria de melhorias. O foco deve ser em prevenção. É preciso olhar para os programas existentes, como o de vacinação e combate ao tabagismo, que são um sucesso. “Temos bastante coisa boa para nos espelharmos. Os planos de saúde também deveriam trabalhar a prevenção e não ficar só preocupados com o pagamento da conta da doença. Deveriam trabalhar para evitá-la.” Outra questão em que o Brasil precisa avançar muito é no diagnóstico. Isso não significa fazer descontroladamente uma série de exames, como ocorre muito hoje em dia. Existe uma deficiência de fazer diagnósticos mais precisos, para que as doenças sejam detectadas em estágio inicial, em que são mais facilmente tratadas. Quando se trata de câncer, quando se descobre no início, há uma chance muito maior de um resultado melhor para o paciente, que é o mais importante de tudo, mas também um custo muito menor, uma intervenção menor e um uso bem menor dos recursos da saúde. Ou seja, o diagnóstico preciso economiza e entrega melhor qualidade de vida. Em países de referência, a taxa de detecção do câncer em estágios iniciais é muito maior do que aqui. “Tem muita coisa que precisa ser feita e vai muito além do discurso que vemos no mercado a respeito da inflação da saúde. Esse é um discurso de quem não se aprofunda no debate. Os números do orçamento da saúde são um absurdo. Quando vamos ver a execução, eles não usam o dinheiro que tem. Como pode falar que não tem recurso? Medicamentos especializados tinham R$ 7 bilhões disponíveis e o governo usou pouco mais de R$ 5 bilhões. É preciso se informar sobre o setor, discutir com quem entende do assunto, conhece os números e sabe onde está o caminho para o avanço.” 2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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Especial Farmacêutico

Profissão ascendente REGULAMENTAÇÕES QUE AMPLIARAM O ESCOPO DE ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO FIZERAM O PROFISSIONAL GANHAR DESTAQUE NO AMBIENTE MULTIDISCIPLINAR DA SAÚDE P OR FLÁVIA CORBÓ

No dia 20 de janeiro, comemora-se o Dia do Farmacêutico. Para enaltecer esse profissional tão importante para o setor da saúde e também para os pacientes, o Guia da Farmácia preparou uma reportagem especial, que aborda a profissão sobre os mais diferentes ângulos, perspectivas e realidades. Confira.

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


Panorama da profissão no Brasil A PROPOSTA MUNDIAL É DE QUE O FARMACÊUTICO ESTEJA INSERIDO EM UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE, OU SEJA, QUE SE RELACIONE COM O MÉDICO E DEMAIS PROFISSIONAIS DA ÁREA

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A grande meta na atuação do farmacêutico é a qualidade de vida do paciente, portanto, a atuação de cada profissional, em sua área de competência, deve considerar o paciente como foco principal. O farmacêutico deve executar todas as atividades de seu âmbito profissional segundo a legislação do segmento, contribuindo, assim, para as ações em saúde pública e para realizar atividades dirigidas à comunidade na promoção do uso racional de medicamentos. As áreas de atuação mais comuns são farmácias e drogarias, hospitais, unidades de saúde, laboratórios de análises clínicas e indústria farmacêutica, mas ao todo os farmacêuticos podem atuar em 135 áreas regulamentadas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). Essas áreas são agrupadas em dez linhas: alimentos, análises clínico-laboratoriais, educação, farmácia, farmácia hospitalar e clínica, farmácia industrial, gestão, práticas integrativas e complementares, saúde pública e toxicologia. De acordo com a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, a formação desses profissionais é centrada nos fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica, e, de forma integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosméticos e em alimentos, em prol do cuidado à saúde do indivíduo, da família e da comunidade. “Todo o conteúdo é sempre pautado em princípios éticos e científicos com capacitação para o trabalho nos diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde, por meio de ações de prevenção de doenças, de promoção, proteção e recuperação da saúde, assim como em trabalho

de pesquisa e desenvolvimento de serviços e de produtos para a saúde”, complementa. Hoje, o Brasil conta com aproximadamente 218.157 farmacêuticos registrados. Cerca de 75% desses profissionais trabalham em farmácias de qualquer natureza; os demais estão divididos principalmente em laboratórios de análises clínicas (8,8%), gestão pública (5,6%), distribuidora de medicamentos (3,5%) e indústria (3,2%). O restante está espalhado por outras áreas. Com isso, a média nacional de número de habitantes para cada farmacêutico é de 926, mas há variações importantes, considerando a região analisada:

Norte: 1 farmacêutico/1.340 habitantes

Nordeste: 1 farmacêutico/1.836 habitantes

Centro-oeste: 1 farmacêutico/713 habitantes

Sudeste: 1 farmacêutico/775 habitantes

Sul: 1 farmacêutico/667 habitantes 2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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Especial Farmacêutico A partir da expansão do número de faculdades de Farmácia e a acentuada graduação de farmacêuticos nos últimos anos, o CFF acredita que em breve será alcançado o patamar de três farmacêuticos para cada dois mil habitantes. Atualmente, mais de 500 instituições de ensino superior possuem graduação em Farmácia. Juntas, elas oferecem cerca de 49 mil vagas todos os anos. Considerando que mais de 103 mil estudantes costumam prestar vestibular para Farmácia anualmente, há uma média de 2,06 candidatos por vaga. Os dados do último Censo da Educação Superior, realizado em 2016, apontavam a existência de 115.639 estudantes matriculados no curso de Farmácia. O volume é grande, mas nem todos tornam-se, de fato, farmacêuticos. Dos 36.761 estudantes ingressantes em 2016, apenas 14.428 concluíram o curso (39,2%) no tempo estabelecido pela Instituição de Educação Superior (IES). De acordo com dados do CFF, a maioria dos profissionais formados (67,9%) gradua-se em instituições particulares, enquanto 32,1% vêm de instituições públicas. Com relação à região de origem da graduação, 41,3% formaram-se na Região Sudeste, 28,1% na Região Sul e 30,5% nas demais regiões. Cerca de 70% desses formandos inicia a vida profissional atuando em farmácias comunitárias, de acordo com o CFF.

ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO DO VAREJO Em farmácias de qualquer natureza, as principais atribuições dos farmacêuticos são, segundo o CFF: • Dispensação de medicamentos, considerando o acesso e o seu uso seguro e racional; • Dispensação e/ou manipulação de fórmulas magistrais e de medicamentos industrializados; • Dispensação e/ou manipulação de fórmulas de medicamentos homeopáticos; • Dispensação e/ou manipulação de fórmulas de medicamentos fitoterápicos, plantas medicinais, drogas vegetais e intermediários farmacêuticos; • Acolhimento do indivíduo, verificação das necessidades, realização da anamnese farmacêutica e registro das informações referentes ao cuidado em saúde, considerando o contexto de vida e a integralidade do indivíduo; • Avaliação e manejo da farmacoterapia, com base em raciocínio clínico, considerando necessidade, prescrição, efetividade, segurança, comodidade, acesso, adesão e também o custo; • Solicitação, realização e interpretação de exames clínico-laboratoriais e toxicológicos, verificação e avaliação de parâmetros fisiológicos, bioquímicos e farmacocinéti38

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cos para fins de acompanhamento farmacoterapêutico e de provisão de outros serviços farmacêuticos; • Investigação de riscos relacionados à segurança do paciente, visando ao desenvolvimento de ações preventivas e corretivas; • Identificação de situações de alerta para o encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde, atuando de modo que se preserve a saúde e a integridade do paciente; • Elaboração e aplicação de plano de cuidado farmacêutico, pactuado com o paciente e/ou cuidador, e articulado com a equipe interprofissional de saúde, com acompanhamento da sua evolução; • Prescrição de terapias farmacológicas e não farmacológicas e de outras intervenções, relativas ao cuidado em saúde, conforme legislação específica, no âmbito de sua competência profissional; • Rastreamento em saúde, educação em saúde, manejo de problemas de saúde autolimitados, monitorização terapêutica de medicamentos, conciliação de medicamentos, revisão da farmacoterapia, acompanhamento farmacoterapêutico, gestão da clínica, entre outros serviços farmacêuticos; • Esclarecimento ao indivíduo e, quando necessário, ao seu cuidador, sobre a condição de saúde, tratamento, exames clínico-laboratoriais e outros aspectos relativos ao processo de cuidado; • Busca, seleção, organização, interpretação e divulgação de informações sobre medicamentos, que orientem a tomada de decisões baseadas em evidências científicas, em consonância com as políticas de saúde; • Promoção e educação em saúde, envolvendo o indivíduo, a família e a comunidade, identificando as necessidades de aprendizagem e promovendo ações educativas; • Realização e interpretação de exames clínico-laboratoriais e toxicológicos para fins de complementação de diagnóstico e prognóstico; • Prescrição, orientação, aplicação e acompanhamento, visando ao uso adequado de cosméticos e outros produtos para a saúde, conforme legislação específica, no âmbito de sua competência profissional; • Prescrição, aplicação e acompanhamento das práticas integrativas e complementares, de acordo com as políticas públicas de saúde e a legislação vigente. Para os profissionais que, além de farmacêutico responsável, também são gestores e/ou proprietários de farmácias, a relação de atribuições diárias é ainda maior. Para o desenvolvimento de atividades relacionadas à gestão são necessárias competências e habilidades para a execução de tarefas administrativas, visão estratégica,


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Especial Farmacêutico liderança e comunicação com a equipe, elaborando metas de qualidade dos serviços prestados de acordo com as legislações vigentes da área e conforme estabelecido pela Lei 13.021/14 Normalmente, todas essas atividades, comuns a qualquer gestor de loja, são somadas às atividades técnicas de farmacêutico. Portanto esse profissional de “jornada

dupla” cuidará não só da dispensação de medicamentos e da assistência ao paciente, como terá no escopo da profissão o cuidado com o desempenho da equipe, cumprimento de metas de performance da farmácia, controle das contas a pagar e contas a receber, gerenciamento de estoque, desenvolvimento de planejamento estratégico, entre outras funções.

Empoderamento do farmacêutico DESDE QUE A LEI 13.021 FOI APROVADA, EM 2014, UMA DISCUSSÃO TOMOU CONTA DAS PUBLICAÇÕES ACERCA DO UNIVERSO DO VAREJO FARMACÊUTICO DIANTE DA LEGITIMAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

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O número de estabelecimentos que oferecem atendimento diferenciado ao paciente só cresce: já são 1.769 farmácias com salas de serviços farmacêuticos em operação, 4.970 farmacêuticos atendendo, 1.050 farmácias com serviços avançados, como acompanhamento de pacientes crônicos, revisão de medicação, autocuidado, vacinação, controle do tabagismo e perda de peso, e mais de 1,2 milhão de atendimentos clínicos realizados até novembro de 2018, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Ainda assim, há muitas dúvidas em torno do tema. Como, afinal, deve ser a atuação do farmacêutico dentro da Farmácia Clínica? “Deve visar ao atendimento clínico direto dos pacientes, buscando otimizar o tratamento 40

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com medicamentos. Para isso, o farmacêutico presta uma série de serviços, que incluem aconselhamento e acompanhamento do tratamento, realização de exames rápidos e, eventualmente, aplicação de medicamentos e vacinas. Podemos dizer que o farmacêutico atua nos limites da atenção primária à saúde, dentro das suas atribuições permitidas por lei”, resume o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do Programa Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma, Cassyano J. Correr. A atuação clínica do farmacêutico deve estar de acordo com o estabelecido na Resolução do CFF nº 585, de 29 de agosto de 2013. De acordo com o documento, as atividades visam proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definitivos que melhorem a qualidade de vida do paciente. “A humanização em saúde é uma das ações mais promovidas nos dias atuais, considerando que o paciente é único e, como tal, tem características totalmente individualizadas e que deverão ser consideradas para qualquer tipo de intervenção em saúde”, comenta Maria Aparecida, lembrando que a resolução ainda determina que o farmacêutico exerça a atividade com autonomia, baseado em princípios e valores bioéticos e profissionais, por meio de processos de trabalho, com padrões estabelecidos e modelos de gestão da prática.

TENDÊNCIAS DA PROFISSÃO A principal mudança que o farmacêutico experimentou nos últimos anos foi ganhar respaldo legal para fornecer mais serviços aos pacientes, por meio da lei 13.021/14 e outras regulamentações adjacentes. Ele passou a ter autorização para atender o paciente em consultório, fazer anamnese, realizar alguns exames de saúde, prescrever alguns tipos de tratamento, solicitar exames laboratoriais, entre outros procedimentos. É importante frisar que o farmacêutico não faz diagnóstico, nem prescreve medicamentos tarjados. Com isso, o trabalho do profissional passou a ser, de fato, complementar ao dos demais profissionais da saúde. Além disso, o CFF concentrou esforços na regulamentação de novas áreas de atuação do farmacêutico, expandindo seu campo de atuação. “Como exemplos, é possível citar: floralterapia, atribuições clínicas do farmacêutico, perfusão sanguínea, saúde estética e serviços 42

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HOJE, O BRASIL CONTA COM APROXIMADAMENTE 218.157 FARMACÊUTICOS REGISTRADOS. CERCA DE 75% DESSES PROFISSIONAIS TRABALHAM EM FARMÁCIAS DE QUALQUER NATUREZA de vacinação”, declara o órgão por meio da assessoria de imprensa. Com a revolução tecnológica 4.0 que já está batendo à porta, além da crescente expectativa de vida do brasileiro, os profissionais da área da saúde ainda deverão ser uma das categorias mais requisitadas e com as maiores ofertas no mercado de trabalho nos próximos anos. Para dar conta dessas demandas, o farmacêutico deverá se apropriar das inovações tecnológicas. Os laboratórios de análises clínicas e toxicológicas serão cada vez mais automatizados; a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos biológicos exigirão o conhecimento de tecnologia de ponta; entre outras áreas. “Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, houve um avanço significativo na área da saúde considerando as ferramentas disponíveis. É inquestionável a disponibilização de informação técnica-científica por meio de consulta a bancos de dados, por exemplo. Os Aplicativos (apps) desenvolvidos permitem tanto a prescritores quanto a farmacêuticos terem o histórico do indivíduo, quer seja pelos problemas de saúde já existentes, bem como a farmacoterapia utilizada e, dessa maneira, desenvolver uma maior integração das informações relacionadas aos pacientes”, relata Maria Aparecida. As legislações já estão sendo atualizadas para acompanhar os recursos tecnológicos digitais que estão surgindo, como, por exemplo, a publicação de legislação específica sobre telemedicina. O Despacho nº 3.571/2013, D.R. n.º 46, Série II, de 2013-03-06, determina que os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem intensificar a utilização das tecnologias de informação e comunicação de forma a promover e garantir o fornecimento de serviços de telemedicina ou, ainda, a implementação da Plataforma de Dados da Saúde (PDS) e a Prescrição Eletrônica Médica (PEM).


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ATRIBUIÇÕES EXCLUSIVAS Diante de todas as mudanças que já estão em curso, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) elencou quais atividades o farmacêutico deverá estar devidamente preparado para exercer, conforme disposto nas diretrizes curriculares do curso de graduação em Farmácia: I - Pesquisar, desenvolver, inovar, produzir, controlar e garantir a qualidade de: a) fármacos, medicamentos e insumos; b) biofármacos, biomedicamentos, imunobiológicos, hemocomponentes, hemoderivados e outros produtos biotecnológicos e biológicos; c) reagentes químicos, bioquímicos e outros produtos para diagnóstico; d) alimentos, preparações parenterais e enterais, suplementos alimentares e dietéticos; e) cosméticos, saneantes e domissanitários; f) outros produtos relacionados à saúde. II - Pesquisar, desenvolver, inovar, fiscalizar, gerenciar e garantir a qualidade de tecnologias de processos e serviços aplicados à área da saúde, envolvendo: a) tecnologias relacionadas a processos, práticas e serviços de saúde; b) sustentabilidade do meio ambiente e minimização de riscos; c) avaliação da infraestrutura necessária à adequação de instalações e equipamentos; d) avaliação e implantação de procedimentos adequados de embalagem e de rotulagem; e) administração da logística de armazenamento e de transporte; f) incorporação de tecnologia da informação, orientação e compartilhamento de conhecimentos com a equipe de trabalho.

A voz do farmacêutico NÃO HÁ NADA MELHOR DO QUE OUVIR QUEM FAZ, QUEM ESTÁ NA LINHA DE FRENTE, ATUANDO JUNTO À POPULAÇÃO, À FRENTE DO BALCÃO DE MEDICAMENTOS. POR ISSO, O GUIA DA FARMÁCIA SELECIONOU QUATRO PROFISSIONAIS QUE VÊM DESEMPENHANDO SUA FUNÇÃO COM MAESTRIA

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Pollyanna Tamascia, farmacêutica e proprietária da Rede Super Popular, que tem 35 lojas espelhadas pelo interior e região metropolitana de São Paulo “Formei-me em Farmácia no ano de 2006, na Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Minha família teve grande influência nesta escolha, porque meu pai e meus tios sempre tiveram farmácia e atuaram neste ramo. Durante a faculdade, trabalhei com eles, mas comecei mesmo a carreira profissional na indústria. Foi minha primeira experiência e lá passei dez anos. Depois deste período, decidi ajudar meu marido, que também é farmacêutico, a tocar a rede de farmácias que tínhamos montado. Hoje, atuo como farmacêutica e empresária. Fico bem pouco no balcão. Atuo mais ‘por trás das câmeras’, organizando a parte regulatória e a garantia de qualidade das lojas para assegurar que os farmacêuticos tenham a parte documental correta e todos os procedimentos revisados. Temos um grande número de profissionais farmacêuticos na empresa e procuro valorizá-los muito. Acredito que o farmacêutico leva para a ponta um pouco do que falta na saúde no nosso País. Temos um papel importante para as pessoas que estão precisando e buscando informação. Sempre que alguém me pergunta se deve ou não fazer faculdade de Farmácia, digo que é uma profissão em que dificilmente haverá desemprego, porque existem muitos campos em que é possível atuar. Mas infelizmente somos pouco valorizados neste sentido. Podíamos contribuir muito mais, pois ajudamos a minimizar falhas no modelo de saúde atual. Nem mesmo as mudanças na legislação, como a Lei 13.021/14, são capazes de mudar essa realidade. É uma questão cultural. No Brasil, não se valoriza o serviço farmacêutico. Ajudaria muito se pudéssemos ser valorizados por isso. Digo valorizados financeiramente mesmo. Fazer esse trabalho sem poder cobrar devidamente, não sei até quando será viável. Em qualquer país, os serviços farmacêuticos são muito valorizados e se paga por isso. Aqui, se você cobrar, você está sendo ingrato.”

José Lúcio Alves, farmacêutico e proprietário de quatro farmácias da rede Entrefarma “Comecei a trabalhar como atendente de farmácia aos 12 anos de idade e atuei nisso durante seis anos, até que passei no vestibular. Fiz o curso de Farmácia, pois já tinha mais do que certo na minha cabeça que era o que eu queria para a minha vida. Formei-me em 1985, na Universidade Federal de Alfenas (Unifal), e fiz mais um ano de especialização em Análises Clínicas. Sou farmacêutico e bioquímico. Sempre gostei do contato com as pessoas, de cuidar de gente. E as pessoas que chegam à farmácia precisam e merecem cuidado. Muitas vezes estão deprimidas, com problemas de saúde, problemas familiares ou em casa. O carinho e a atenção no atendimento valem tanto quanto o medicamento. Isso foi o que me levou a gostar do que faço. Passo praticamente 100% do tempo fora do balcão, acolhendo, conversando e entendendo a necessidade do cliente. Quando identifico que posso ajudá-lo com a indicação de algum medicamento, passo a demanda para um colaborador e parto para atender o próximo cliente. Em nossas lojas, tentamos liderar pelo exemplo. Aquilo que fazemos é o que os nossos colaboradores devem fazer e o que cobramos deles. Meu maior desafio é atuar no ambiente de varejo farma de hoje, que está muito frio e comercial, muito ligado a preços. Estão rifando o preço do medicamento, trabalhando com uma margem muito pequena. É difícil conseguir realizar o trabalho de assistência farmacêutica, de conversa ao pé do ouvido, corpo a corpo, e ainda manter a competitividade com estabelecimentos que visam somente vender medicamentos com preço baixo, com sobrevivência com base no volume de clientes. Nós trabalhamos com volume e qualidade.” 2019 JANEIRO GUIA DA FARMÁCIA

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Cristiane Macêdo Feijó, gerente da área técnica farmacêutica da Pague Menos, de Fortaleza (CE) “Uma das melhores sensações é poder ser protagonista das mudanças do setor e da saúde do cliente. No varejo, criatividade, resiliência e atitude são instigadas diariamente para implementar mudanças que resultam na melhoria da profissão, da empresa, da saúde do cliente, do resultado da venda, da legislação e do mercado. O compromisso em atender às necessidades específicas de nossos clientes nos aproxima de órgãos como as vigilâncias sanitárias, conselhos de classe, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde (MS), entre outros, para que juntos possamos traçar estruturas que mudam a vida de muita gente. Isso é gratificante. A legalização para a prestação de serviço farmacêutico e a criação da Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) para essas atividades foram grandes conquistas para o setor, aumentando a capacitação para melhoria técnica e mudança dos órgãos de classe, que assumiram esse compromisso na formação e apresentação do profissional renovado à sociedade para benefício da saúde pública. Precisamos avançar na legislação dos medicamentos controlados, nos serviços farmacêuticos e nas ofertas de testes rápidos (TLRs). Além disso, o setor tem abertura para se expandir em outros aspectos, como facilitar o acesso às vacinas e o rastreamento de saúde, ampliar a parceria com o Programa de Benefícios em Medicamentos (PBM), com planos de saúde e clínicas, para a remuneração da empresa e dos profissionais. Outro desafio é a desburocratização e agilidade dos documentos necessários para a regularização de uma farmácia, distribuidora ou farmácia clínica, que hoje leva muitos meses e gasta, em demasia, recursos de qualquer empresa. Já no balcão, o desafio do farmacêutico é interagir com o cliente para que ele cuide da saúde, da beleza, da autoestima, e tenha realmente adesão ao tratamento. Fidelizar o cliente para cuidar da saúde e para dar sustentabilidade ao negócio. Vender mais e melhor, com ética e promovendo o uso racional dos medicamentos e produtos para a saúde.” 46

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Denise Coccumazzo, gerente farmacêutica da Drogasil, unidade Pamplona, São Paulo (SP) “Sou formada desde 2011 em Farmácia pela Universidade Nove de Julho. Entrei na Drogasil como farmacêutica e após um ano e seis meses já me tornei gerente farmacêutica. Dentro da rede, passei por diversas lojas e trabalhei em unidades com públicos bem diferentes. Hoje, atuo na unidade Pamplona e tive como uma das minhas principais realizações inaugurar a primeira sala de aplicações e vacinas em farmácias da cidade de São Paulo, aqui na unidade que eu gerencio. Nossa empresa foi pioneira neste serviço e classifico essa oportunidade como incrível, pois consegui cuidar ainda mais da saúde e do bem-estar dos nossos clientes. Costumamos dizer que o varejo farmacêutico é a extensão do consultório médico, pois alguns clientes chegam cheios de dúvidas quanto à prescrição do seu tratamento. Acho positiva a confiança que eles depositam em mim, pois acreditam na minha orientação para realizar em segurança o seu tratamento. Minha rotina é extremamente agradável, pois amo o que faço. Chego na Drogasil e verifico se toda equipe está bem e disposta para ajudar nossos clientes. Tento acompanhar cada atendimento e verifico se todas as dúvidas foram sanadas. Acredito que devemos entregar o melhor de nós para cada consumidor. Além destas funções, realizamos treinamentos com a equipe, ajuste de estoque, repasse de informações, aplicação de vacinas e cuidamos de perto da saúde e do bem-estar de todas as pessoas que estão presentes em nosso ambiente. A Lei da Assistência Farmacêutica veio para dar mais credibilidade aos profissionais da área e tenho certeza que vai valorizar a nossa profissão. Mas entendo como fundamental para um farmacêutico manter uma atualização profissional, pois com isso vamos passar cada vez mais credibilidade e segurança aos clientes e mostraremos ao mercado que os farmacêuticos são amplamente capazes. Ainda temos como desafio a prescrição ilegível. Temos muitos medicamentos com nomes parecidos e oriento sempre a minha equipe para conferir a receita. Caso ainda tenham dúvidas, entramos em contato com o médico para que ele explique o receituário.”


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Os problemas que podem surgir com a volta às aulas O REENCONTRO COM OS AMIGOS NO INÍCIO DO ANO LETIVO É MOTIVO DE MUITA FELICIDADE PARA AS CRIANÇAS, MAS TAMBÉM PODE SER A PORTA DE ENTRADA PARA ALGUMAS DOENÇAS. PAIS DEVEM SER BEM ORIENTADOS PARA O PERÍODO

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POR LAURA MARTINS

Se por um lado o fim das férias pode ser triste, também é um momento de celebração para as crianças, já que elas retomarão o contato com seus amigos na escola. Junto com as novidades do novo ano letivo, uma preocupação pode acometer os pais: as doenças que se tornam mais comuns quando as aulas voltam. De problemas respiratórios a piolhos, as intercorrências normalmente acontecem porque a aglomeração de crianças faz com que elas acabem transmitindo doenças entre si. Mas algumas atitudes podem ajudar a prevenir ou diminuir a incidência dos problemas em ambiente escolar. Para que isso aconteça, o primeiro passo é estar bem informado para poder orientar corretamente os responsáveis que vão à farmácia procurar soluções para a saúde de seus pequenos.

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Os problemas respiratórios contagiosos são os mais comuns após o retorno das crianças às aulas. Entre os principais estão: otites, bronquiolite, crise asmática, resfriado comum, gripe, amigdalite, entre outros. 48

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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“As amigdalites ocorrem pela transmissão de uma bactéria. As crianças infectadas acabam transmitindo-a para outras, até porque crianças têm um contato maior, ficam muito mais próximas umas das outras”, explica a pediatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Wylma Hassaka. Já as otites estão relacionadas à incidência das infecções respiratórias, que acontecem com maior frequência porque o retorno das aulas ocorre, normalmente, em fevereiro ou março, e logo depois se inicia o outono, quando há maior incidência de infecções respiratórias altas. Como as gripes e os resfriados causam quadros de rinite ou outras alergias, acaba acontecendo uma produção maior de secreção e, como a criança não sabe assoar o nariz como um adulto, a drenagem dessa secreção pode ser um problema, causando otites ou sinusites. De acordo com a pediatra da Rede São Camilo, de São Paulo, Dra. Vivian Pereira, as doenças respiratórias geralmente iniciam o quadro com um resfriado comum, com tosse, coriza e febre. A febre dura até 72h, na maioria das vezes. “Existem dois momentos para pensar que o resfriado pode ter evoluído para uma infecção bacteriana secundária: se a febre durar mais de 72h após o início dos sintomas de resfriado ou se a criança só apresentar febre dois ou três dias após o início dos sintomas. Neste momento, ela precisa ser avaliada pelo pediatra”, alerta ela. Já a bronquiolite é a primeira crise de chiado em menores de dois anos de idade. Normalmente, inicia-se com tosse, coriza, com ou sem febre, e entre o terceiro e o quinto dias de tosse a criança apresenta dificuldade para respirar e chiado no peito. Por fim, as crises asmáticas são desencadeadas por vírus ou por alérgenos respiratórios, como ácaros e fungos. Na escola, os vilões costumam ser os vírus, pois são transmitidos através das gotículas de saliva de pessoa para pessoa. A criança apresenta tosse e falta de ar e pode ter ou não febre. Para tratar do resfriado comum, os pais podem dar antitérmicos, além de fazer inalação e lavagem nasal com soro fisiológico. “Nos casos de otite média aguda, é necessário o uso de antibiótico, na maioria das vezes. Portanto a criança precisa de avaliação médica. Os pacientes com bronquiolite e crise asmática precisam de avaliação médica também, para introduzir o melhor medicamento para cada fase da doença”, considera a Dra. Vivian. A prevenção pode ser feita por meio da vacinação contra a gripe, além de ser importante que os responsáveis ensinem a criança a assoar o nariz e a fazer a higienização correta. 50

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PRIMEIROS SOCORROS Quem tem ou cuida de crianças deve ter sempre uma caixinha com alguns produtos para ajudá-las no caso de um pequeno ferimento. Não podem faltar: • Gaze; • Esparadrapo Micropore; • Pomada antibiótica; • Curativo pronto adesivo; • Faixa de crepe; • Sabão; • Solução antisséptica; • Algodão. Fontes: pediatra da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dra. Vivian Pereira; e pediatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Wylma Hassaka

PIOLHOS Um dos grandes vilões das crianças são, sem dúvida, os piolhos. Responsáveis por uma coceira quase insuportável na cabeça dos pequenos, sua incidência é muito maior onde há pessoas aglomeradas, por ser um parasita extremamente transmissível. Além disso, apesar de acontecer durante todo o ano, o problema aumenta no verão, pois os parasitas se proliferam melhor em ambiente quente. Segundo a Dra. Vivian, a transmissão ocorre por meio do contato direto entre as cabeças das crianças e através da roupa contaminada. O principal sintoma é a coceira, principalmente atrás das orelhas e na nuca. “Durante as férias, algumas crianças acabam voltando infectadas, passando o parasita de uma para outra. O tratamento é feito com xampu e pente, que deve ser realmente fino, de aço (não de plástico), que faz a remoção mecânica das lêndeas e dos piolhos adultos”, comenta a pediatra da BP. A prevenção do problema acontece de maneira consideravelmente simples. É preciso que as crianças estejam sempre com a higiene do couro cabeludo em dia e aquelas que possuem cabelo comprido ou muito volumoso devem usá-lo preso na escola para diminuir o contato. Os pais podem, também, fazer uso do pente fino frequentemente para sempre saber que a cabeça está “limpa”.


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CONTRA OS PIOLHOS Os pais que estão sofrendo devem ser orientados de duas maneiras para acabar com os piolhos:

USO DE XAMPU Os xampus contra piolhos são formulados com permetrina e são tóxicos para os parasitas, matando os piolhos. Porém eles não conseguem agir contra as lêndeas, só contra os parasitas já “adultos”.

RETIRADA MECÂNICA Com o uso de um pente fino de aço é possível retirar as lêndeas e os piolhos dos cabelos. O uso do pente deve ser feito frequentemente não somente para acabar com o problema, mas para evitá-lo.

Fontes: pediatra da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dra. Vivian Pereira; e pediatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Wylma Hassaka

MACHUCADOS E ARRANHÕES As crianças costumam ser muito ativas, sendo comuns as quedas e os arranhões. Elas podem apresentar desde ralados e escoriações superficiais até cortes, normalmente na região das canelas, joelhos e braços. Para cuidar desses pequenos incômodos, o principal é a higienização. A Dra. Wylma ensina que a recomendação é lavar o machucado com água e sabão e, se indicado, usar uma solução antisséptica. Quando há sangramento no ferimento, o ideal é fazer um curativo com gaze ou usar um curativo pronto. É preciso um cuidado maior e atenção médica em casos onde o sangramento de um corte não estanca ou quando o ferimento não melhora. Além disso, tem de haver um cuidado especial no caso de traumatismo craniano por queda. “Quando essa queda se associa a vômitos ou perda 52

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de consciência, é preciso procurar um médico. O mesmo quando existe um trauma de velocidade, que machuca mais do que quando a pessoa está parada”, alerta a pediatra. Em resumo, de acordo com a Dra. Vivian, os machucados devem ser remediados da seguinte maneira: • Em ferimentos leves: fazer limpeza com água e sabão e ter a vacina antitetânica em dia para evitar complicações. • Em ferimentos mais profundos: pressionar com um pano limpo e procurar um pronto-socorro mais próximo. Em caso de ferimentos com objetos como prego ou faca, estes não devem ser retirados, o que só deve ser feito no hospital. Deve-se seguir essa recomendação para evitar que um vaso sanguíneo se rompa e cause uma hemorragia interna, já que muitas vezes o objeto está evitando um sangramento dentro do corpo.


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Combate aos mosquitos ATÉ MARÇO, A DEMANDA DE REPELENTES É CRESCENTE EM FARMÁCIAS E DROGARIAS. A FIM DE SE PROTEGER DE PICADAS E SUAS RESPECTIVAS DOENÇAS, OS CONSUMIDORES BUSCAM PELO PRODUTO, MAS AINDA TÊM DÚVIDAS SOBRE COMO ESCOLHER A MELHOR OPÇÃO

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POR LAURA MARTINS

O verão é a estação preferida dos mosquitos; a época perfeita para sua proliferação. Além de ser um incômodo para aqueles que têm alergia à sua picada, eles também são agentes transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya. Não é uma coincidência que a venda de repelentes também esteja em alta nesta época do

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ano. Com crescimento a partir de outubro, as pessoas acabam indo às farmácias atrás do item que pode proteger suas famílias. Mas a compra ainda causa muitas dúvidas. De acordo com a SC Johnson, historicamente a demanda por repelentes aumenta nos meses próximos e durante o verão, quando os consumidores buscam se proteger contra os mosquitos. Como o IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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AS PRINCIPAIS DÚVIDAS DO CONSUMIDOR Quanto tempo dura a ação do repelente? Depende do tipo de produto e sua concentração. Existem repelentes que duram somente cinco horas e outros que podem chegar a até 12 horas Como deve ser feita a aplicação e a reaplicação do repelente? Os repelentes pessoais devem ser usados somente em pele exposta e nunca por baixo de roupas. Também é importante conferir o rótulo antes de aplicar o produto em tecidos sintéticos, como viscose, elastano e outros. Além disso, ao usar um repelente, os consumidores devem evitar o contato com os olhos, a boca e as orelhas e nunca passar o produto por cima de cortes, feridas ou irritações na pele. Para usar o repelente no rosto, é preciso colocá-lo nas mãos e, então, aplicar o produto no rosto e pescoço. É também muito importante não deixar que crianças manuseiem os repelentes – os responsáveis devem colocar o produto em suas mãos antes de aplicá-lo nas crianças –, bem como não usar repelente em excesso, pois isso não oferece uma proteção mais duradoura ou melhor. De modo geral, é necessário sempre lembrar que cada repelente tem instruções específicas de aplicação, sendo essencial a leitura dos respectivos rótulos antes da aplicação. Por fim, depois de aplicar o produto, os consumidores devem lavar as mãos com água e sabão.

Repelente protege contra todo tipo de inseto? Os produtos têm ação contra os principais insetos voadores transmissores de doenças, como o Aedes aegypti. Não protegem, por exemplo, contra abelhas, vespas e formigas. O que é DEET e Icaridina? DEET (N,N-dimetil-meta-toluamida) e Icaridina (hidroxietil isobutil-piperidina carboxilato) são duas substâncias usadas nas fórmulas dos repelentes, e ambos os princípios ativos são eficazes na proteção contra os mosquitos. Quando usados com a mesma concentração, eles têm aproximadamente a mesma eficácia, ou seja, um produto com duas horas de proteção com DEET e outro com duas horas de proteção com Icaridina muito provavelmente terão a mesma eficácia por duas horas. Por outro lado, um repelente com maior concentração de um princípio ativo, seja Icaridina ou DEET, surtirá efeito por mais tempo.

Fontes: diretor da Categoria de Repelentes da RB, Loic Lelann; e SC Johnson

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clima quente é mais favorável à incidência de insetos, os repelentes tornam-se uma aquisição prioritária para os consumidores. Além disso, com o aumento do número de casos de doenças transmitidas por mosquitos, houve um crescimento na demanda nos últimos anos e ela é significativa. As vendas durante os períodos mais quentes, que variam entre outubro e março, representam, em média, 65% do total anual. “A prevenção deve ser realizada em todos os períodos do ano. Porém, no verão, por conta da temporada de chuvas e aumento dos focos de mosquitos, os cuidados devem ser redobrados. A combinação de chuva e calor propicia um ambiente para que o Aedes aegypti se prolifere rapidamente, aumentando o índice de arboviroses. O uso de repelentes cria uma camada protetora na pele, reduzindo significativamente a chance de uma picada”, explica o diretor da Categoria de Repelentes da RB, Loic Lelann. A preocupação não somente com as picadas de mosquito, mas com a prevenção de doenças, faz com que seja de extrema importância que as farmácias vendam somente produtos que estejam de acordo com as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para Lelann, esse controle é extremamente importante tanto para quem fabrica, normatizando padrões de qualidade e segurança para o setor, quanto para os consumidores, que têm a garantia de contar com produtos eficientes. Os produtos que atendem à legislação da Anvisa têm em seu rótulo o número do processo do produto regularizado pela Agência. O segundo passo para apresentar os produtos corretos para o consumidor é oferecer repelentes com diversas formulações. Estão disponíveis produtos à base de Icaridina, DEET e IR3535. Além disso, existem várias concentrações. Um repelente com 10% de Icaridina, por exemplo, oferece cinco horas de proteção e pode ser utilizado a partir dos seis meses de idade. Já um produto com concentração de 25% oferece proteção de até 12 horas e pode ser usado a partir de um ano de idade. Por fim, segundo a SC Johnson, os formatos devem ser escolhidos de acordo com a preferência do consumidor. Alguns podem preferir a utilização 58

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GRÁVIDAS E CRIANÇAS Estar protegido contra os mosquitos é importante para as gestantes e para os pequenos, que podem sofrer mais com as doenças ou se incomodar com os insetos. Mas nem todos os repelentes são apropriados para isso. Os repelentes que possuem DEET e Icaridina são recomendados, mas depende da concentração, que deve ser muito pequena para bebês a partir de seis meses de idade e um pouco maior para as crianças acima de dois anos, por exemplo. Fonte: diretor da categoria de repelentes da RB, Loic Lelann

de cremes, outros podem preferir os sprays ou os aerossóis, dependendo da aplicação mais rápida e conveniência de cada um. Acima de tudo, os consumidores devem consultar e seguir as instruções do rótulo.

EXPOSIÇÃO CORRETA A compra do repelente depende também da organização do ponto de venda (PDV). A head of marketing & trade da ISDIN Brasil, Carolina Lapetina, explica que os produtos devem ser trabalhados em suas categorias e devem ter dupla exposição e materiais de PDV durante o verão, já que esta é a época de maior venda da categoria. Os pontos extras devem ser principalmente em pontas de gôndola, checkout e cross-category. Dessa forma, o shopper tem mais chance de levar o produto, que nem sempre é um produto destino nas farmácias e nem sempre está na lista de compras. Além disso, segundo Lelann, a presença dos atendentes é fundamental para aconselhar o consumidor a entender as diferenças entre os produtos e esclarecer possíveis dúvidas.


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SEMPRE EM DIA

Desejos dos consumidores ANTENADAS NAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE MODA E NA SUSTENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE, INDÚSTRIAS COSMÉTICAS INOVAM E APRESENTAM SOLUÇÕES TEMÁTICAS E PRÁTICAS POR LÍGIA FAVORETTO

NOVA OPÇÃO DE EMBALAGEM PARA ACTINE

Com o título de sabonete líquido antiacne mais prescrito do Brasil pelos dermatologistas, o Actine, da Darrow, traz uma novidade: a embalagem econômica de 400 ml com aplicador pump, ideal para uso diário. O novo produto chega como alternativa de custobenefício para complementar as opções já existentes, que são as embalagens de 60 ml (ideal para viagem) 140 ml e 240 ml. A fórmula continua a mesma: contém ácido salicílico, agente anti-inflamatório e queratolítico que proporciona o controle eficaz da oleosidade e desobstrui os poros, alisando a pele; extrato de aloe vera, que hidrata e proporciona maciez, evitando a sensação de repuxamento deixada por produtos antiacne, e lactato de mentila, um derivado do mentol que proporciona sensação de refrescância e limpeza profunda. Com o uso regular do sabonete líquido Actine, os benefícios são logo percebidos, como a redução em 96% na incidência de acnes, 96% menos oleosidade e desobstrução dos poros. • www.pierre-fabre.com

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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BENEFÍCIOS MULTIFUNCIONAIS

Há 30 anos, SUNDOWN® inaugurou a categoria de proteção solar no Brasil e, desde então, é líder de mercado e não para de inovar. Para trazer praticidade para o dia a dia, a marca apresenta o SUNDOWN® TODO DIA + REPELENTE™, uma solução multifuncional e eficaz que combina máxima proteção solar com ação repelente, inclusive contra o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Para uso diário no rosto e no corpo, ele possui textura leve e oil-free, que proporciona uma pele macia e hidratada por até oito horas. O novo produto acaba de vez com a dúvida sobre o que passar primeiro: repelente ou protetor. O principal diferencial é unir o benefício e a eficácia do protetor solar e do repelente em uma única solução. Dermatologicamente testado, SUNDOWN® TODO DIA + REPELENTE™ possui extrato de camomila e é seguro para ser usado até nas peles mais sensíveis. Ele está disponível em embalagens de 120 ml e nas versões FPS 30 e 50. • www.sundown.com.br

ILUMINADORES COMPACTADOS

LINHA ACQUA É A NOVIDADE DA MARCO BONI

Inspirada no brinquedo Aquaplay, popular nos anos 1980, a Marco Boni criou pincéis que trazem elementos diversos com referências na transparência, fluidez e brilho do recipiente cheio de água que era o centro da brincadeira. Cada cabo tem material transparente com desenhos de corações e estrelas holográficos que transportam diretamente aos itens delicados que movimentavam a diversão oitentista. Já as cerdas sintéticas são arredondadas, têm alta resistência e fácil manuseio. Ajudam em cada etapa da make e são direcionadas para aplicações de base, pó, blushes e sombras. • www.marcoboni.com.br

A Dailus está lançando a linha de iluminadores Faces da Lua. A marca uniu duas grandes trends mundiais, a tão almejada pele glow e as influências da Lua, para o desenvolvimento de uma coleção de iluminadores compactados versáteis que podem ser utilizados em todos os tons de pele. Se existe um item “queridinho” dos maquiadores no Brasil e no exterior, definitivamente, é o iluminador. O protagonismo do produto veio depois da onda do contorno, que prometia esconder imperfeições e recriar o formato do rosto. Agora, a aposta é ressaltar as qualidades e dar aquele glow que faz toda a diferença ao ser usado para destacar pontos estratégicos. A linha Faces da Lua apresenta quatro iluminadores compactados com alta concentração de pigmentos perolados, que criam na pele um efeito capaz de refletir o mais intenso brilho acetinado. Com textura sensorial única, sua fórmula é desenvolvida com pós micronizados e emolientes especiais. O toque aveludado do pó compactado permite aplicação fácil e uniforme. A textura macia entrega o acabamento natural e confortável de um produto cremoso, deixando a pele com aspecto impecável. Superaderentes e de longa duração, podem ser utilizados em todos os tons e tipos de pele. • www.dailus.com.br

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COLEÇÃO ÓLEOS PRECIOSOS

A Mutari Cosméticos lança a sua coleção de Óleos Preciosos. Os óleos, que são os queridinhos de clientes e profissionais de todo o País, continuam com a mesma qualidade e força de sempre, porém agora com novas embalagens, mais eficientes, econômicas e sustentáveis. Ao inserir a coleção de Óleos Preciosos da Mutari na rotina normal de cuidados com as madeixas, os fios ficarão sempre hidratados e brilhantes, sem nenhum sinal de frizz ou pontas duplas. Para isso, a Mutari desenvolveu, com a mais alta tecnologia do mercado cosmético, uma seleção de óleos com as mais diferentes funções, tais como: combater o frizz, prevenir pontas duplas, hidratar ou nutrir os fios etc. A coleção conta com o Óleo Relax SOS Q10, para cabelos porosos, relaxados ou alisados; Óleo Capilar Caribbean Palm Tree, para cabelos com alto grau de porosidade, densos e sem resistência; Óleo de Argan, para cabelos muito secos e ressecados; e o Reparador de Pontas Mutari 20 Anos, finalizador para todos os tipos de cabelo. • www.mutari.com.br

PRIMEIRO SUPERCONDICIONADOR COM EFEITO PRIMER

Após se reinventar e apresentar novas fórmulas que entregam acabamento profissional aos fios, TRESemmé acaba de lançar mais uma novidade: os Supercondicionadores TRESemmé. Com as variantes cabelos lisos e ondulados e cabelos cacheados e crespos, os produtos buscam atender às necessidades de hidratação e condicionamento para cada tipo de cabelo. Em apenas um minuto, o Supercondicionador TRESemmé proporciona uma superhidratação, selando a cutícula dos fios e ativando o efeito primer, que prepara os cabelos para criar diversos looks. • www.tresseme.com

KISS NEW YORK LANÇA UNHAS AUTOCOLANTES

As unhas postiças de KISS New York são conhecidas pela praticidade, pelo acabamento perfeito e pela alta qualidade. Para continuar sua missão de oferecer ao consumidor produtos de fácil uso e cheios de estilo, a marca, pioneira em cuidados para as unhas, expande sua linha de Unhas Autocolantes imPRESS by KISS NY com o lançamento da coleção de edição limitada em parceria com a influenciadora Bruna Tavares, renomada na área de beleza. Para o lançamento, foram utilizados elementos que representam seu estilo, como sereísmo e cores metálicas, que estão presentes também na decoração da embalagem. • www.kissnewyork.com.br 64

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

Sobrevivência e expansão das pequenas e médias empresas no Brasil

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P O R M A R I A C R I S T I N A A M OR IM F A R M A C Ê U T I C O S ( A B RA DILA N )

www.abradilan.com.br

DIR ETOR A -EXECUTIVA DA ASSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E PRO D UTO S

O conhecimento sobre gestão organizacional é feito de um tanto de ciência e um tanto de arte. É tanto melhor quanto mais o gestor conseguir combinar esses dois elementos equilibradamente e temperar tudo com a experiência. A experiência vale ouro, mas ao mesmo tempo, pode afastar os empresários do uso de técnicas e ferramentas valiosas. As pequenas e médias empresas (PMEs) são geridas pelos proprietários, a maior parte, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pelos fundadores do negócio. Aproximadamente 40% fecham nos primeiros quatro anos, e 64%, nos primeiros sete. Descontando os fatores do mercado, as principais causas para a morte das empresas são falta de planejamento, de capacitação e de um mix adequado de produtos. Infelizmente, os empresários novatos acreditam que basta a intuição e o entusiasmo para ter sucesso. Os dados mostram que não é assim.

As empresas que ultrapassaram a linha fatídica dos sete anos, mas não estão crescendo, também estão ameaçadas, por vários motivos, tanto externos, dados pela condição da economia brasileira, como internos, dados pela qualidade da gestão. As PMEs têm sempre uma linda história de sucesso, motivo de orgulho de seus fundadores. Não restam dúvidas, esses empresários são admiráveis, triunfaram sobre tantos obstáculos. Dessa experiência exitosa nasce a crença de que basta repetir o de sempre – tino empresarial, habilidades comerciais e muita energia – para continuar indo bem. Ocorre que as condições do mercado mudam cada vez mais rapidamente, não se trata de mera frase feita, mas de constatação. Olhemos a nossa volta. Há algum bem ou serviço que não tenha mudado muito nos últimos dois ou quatro anos? Por que seria tão diferente em nosso negócio? Por que nosso cliente se conforma-

ria com o de sempre? Outra pergunta: o negócio está crescendo ou apenas se mantendo? A regra do mercado é simples: estagnação é o mesmo que entrar na fila do fracasso. Pensar à toa nos riscos gera apenas ansiedade, é inútil. É preciso agir para se adaptar às novas demandas e expandir o negócio. Como? Investindo em qualidade de gestão. Há dezenas de técnicas e ferramentas para ajudar a lidar com as emergências (problemas de curto prazo) e importâncias (riscos e oportunidades de longo prazo). No segmento farmacêutico há um mar de dados disponíveis para melhorar a qualidade da decisão de nível estratégico, de todo preço e tamanho, mas pouco utilizados, pois o empresário das PMEs confia no seu feeling. É urgente superar barreiras culturais que impeçam a adoção de tudo que está aí no campo da gestão, até porque, o concorrente pode sair na frente.

GUIA DA FARMÁCIA

Indústria Farmacêutica

Inovando para o seu bem-estar.

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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