Edição 309 - Não é fácil, mas é possível

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº309 AGOSTO DE 2018

NÃO É FÁCIL, MAS É POSSÍVEL O cigarro é responsável por diversas doenças cardiovasculares e pulmonares, além de causar malefícios emocionais. A prevalência de fumantes diminuiu, mas a dificuldade de abandonar o vício permanece


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EDITORIAL

Contra o tabagismo

A nicotina é a droga que mais causa dependência. Depois de aspirada, atinge o cérebro em aproximadamente nove segundos, onde se liga a receptores colinérgicos nicotínicos. Essa ligação é responsável pela sensação de prazer, o que provoca o vício. A falta dessa substância acarreta alterações emocionais e reforça a manutenção do uso da nicotina, por esse motivo, cada vez mais os fumantes necessitam de uma quantidade maior de cigarros, o que dificulta o abandono e causa diversos malefícios, tanto físicos quanto emocionais. O cigarro é o agente responsável por mais de 50 doenças associadas em diferentes órgãos, dentre elas as cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e doenças coronarianas, além das respiratórias e de diversos tipos de câncer, o que reduz a expectativa e qualidade de vida dos fumantes.

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ESTAGIÁRIA DE ARTE Sara Helena COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

A reportagem de capa desta edição mostra que o índice de fumantes no Brasil está diminuindo, o que é uma boa notícia, mas abandonar o cigarro continua sendo um desafio enorme e passa por diversas frentes, como apoio familiar e psicológico, além de medicamentos de reposição de nicotina. Outro destaque fica por conta do checkout, área que tem se tornado cada vez mais rentável para farmácias e drogarias, já que diversas categorias de produtos podem ser exploradas, como a de bomboniere, que gera compra por impulso, ou seja, gera lucros não estimados. Saber trabalhar a exposição de forma estratégica e baseada nos conceitos de Gerenciamento por Categorias (GC) é uma solução assertiva. Boa leitura! Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2018

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Bruno Pasti Viana, Edson Tamascia, João de Oliveira, Nelson Mussolini e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

O cigarro é o agente responsável por mais de 50 doenças associadas em diferentes órgãos

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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SUMÁRIO #309 AGOSTO 2018

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PONTO DE VENDA

A área do checkout é a única onde 100% dos consumidores passarão dentro da farmácia. Por isso, é essencial que o espaço seja trabalhado de maneira correta, instigando as compras por impulso

48 > PESQUISA Apesar de comum entre todas as mulheres, a menstruação ainda é um tabu para muitas delas. Uma pesquisa revela os principais medos e vergonhas do público feminino em cinco países, incluindo o Brasil

CAPA

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> ESPECIAL SAÚDE – TABAGISMO

Ainda que todos saibam os malefícios do cigarro, a maior parte dos fumantes precisa de orientação para que possam acabar com o vício. Entender a dependência e quais hábitos são prejudiciais é fundamental para que o farmacêutico ajude o fumante

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SORTIMENTO

Em geral, a população não ingere a quantidade necessária de vitaminas e minerais, por isso, cresce a procura por produtos de nutrição especializada, presentes em grande parte das farmácias

ERRATA Diferentemente do que publicamos na matéria Reflexos do exagero, edição 308, página 70, o nome correto da nutricionista do Hospital São Camilo é Marisa Resende Coutinho. 6

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E MAIS 08 > GUIA ON-LINE 10 > ENTREVISTA 16 > ANTENA LIGADA 24 > ATUALIZANDO

ESPECIAL SAÚDE 58 66 72 88 94

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DEPRESSÃO BIPOLAR ESTRESSE E ANSIEDADE DOR MUSCULAR COLESTEROL GESTAÇÃO

> MIX > CATEGORIA > SEMPRE EM DIA > EVENTO > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE

ARTIGOS 30 > VAREJO Silvia Osso 34 > OPINIÃO Edison Tamascia 36 > DEBATE Nelson Mussolini 38 > ESTRATÉGIA João de Oliveira 64 > ESTUDO ACADÊMICO Bruno Pasti Viana IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL DÚVIDAS FREQUENTES

Cabe ao farmacêutico ajudar o paciente em seus questionamentos sobre o uso correto de medicamentos, como o leitor que pergunta sobre tomar aciclovir na parte da noite.

PLENA EXPANSÃO

Assim como outras redes, a Drogasil busca novos mercados em cidades localizadas fora do Estado de São Paulo. A empresa acaba de chegar ao Pará, com a abertura de uma loja em Belém.

POLÊMICA NO FARMÁCIA POPULAR Não é de hoje que o Programa Farmácia Popular se tornou um vai e vem de polêmicas sobre fechamento de lojas ou o valor de repasse do governo, que ficou menor.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS O brasileiro está ainda mais confiante sobre o uso de genéricos, mas é imprescindível que o farmacêutico entenda as diferenças entre os medicamentos genéricos e os similares para que a orientação seja correta.

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Apesar da crise econômica, o mercado farmacêutico brasileiro ganha destaque pelo mundo. O setor subiu duas posições no ranking mundial, tornando-se o sexto maior globalmente.

IMAGENS: MELINA MENCONI/DIVULGAÇÃO


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ENTREVISTA-DROGAL

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IMAGEM: LEO MUNIZ


Nova aposta PROGRAMAS DE FIDELIDADE, DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, MIX DIFERENCIADO DE PRODUTOS, ESTRATÉGIA DE ABERTURA DE LOJAS ININTERRUPTA E, AGORA, UMA UNIDADE 100% SUSTENTÁVEL - ESSES SÃO ALGUNS DOS GRANDES INVESTIMENTOS CERTEIROS DA REDE DROGAL POR LÍGIA FAVORETTO

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Sempre visionária e preocupada com o meio ambiente, a Rede Drogal inaugurou, em dezembro do ano passado, sua primeira filial sustentável que vai além das sacolas biodegradáveis já oferecidas aos clientes. Com um projeto inovador para propiciar nova experiência de compra aos consumidores, unindo a proposta da melhor utilização de recursos naturais, a unidade da Avenida Presidente Kennedy, 440, em Piracicaba (SP), marca uma etapa especial da empresa. Com estilo arquitetônico diferenciado, a 140ª filial do Estado de São Paulo possui paredes vivas nas áreas externa e interna; janelas para o aproveitamento máximo da iluminação natural; coletor para descarte de medicamentos vencidos, deteriorados e pilhas usadas; lâmpadas de LED; cisterna com capacidade para armazenar 15 mil litros de água da chuva, que serão reaproveitados nos vasos sanitários e na irrigação das plantas; e painéis solares que captam energia solar, reduzindo o uso de energia elétrica.

A 30ª filial de Piracicaba está construída em 310 m2, sendo 200 m2 de área de vendas. Este novo conceito de loja apresenta um mix completo de produtos, incluindo outra novidade da Rede Drogal: um setor ortopédico com cadeiras de rodas, muletas, talas, meias de compressão, entre outros itens. O diretor administrativo da empresa, Marcelo Cançado, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revelou, entre outros assuntos, que o conceito da filial sustentável fortalece o compromisso da rede com a contribuição para um mundo melhor. "Desde a inauguração da primeira unidade, em 1935, pensamos na qualidade de vida das comunidades de forma completa. Queremos pessoas com saúde, plenitude e vivendo em harmonia”, diz. Confira! Guia da Farmácia • Como vocês vislumbraram a oportunidade de ter uma loja sustentável e por que trabalhar nesse viés? Marcelo Cançado • Na verdade, nós já conversávamos internamente sobre essa loja sustentável há alguns 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-DROGAL

anos porque utilizávamos, em todas as outras unidades, lâmpadas de LED, ar-condicionado econômico etc. Como estávamos para construir um novo prédio, até pela localização, pelo tipo de público, valeria a pena investir em uma loja 100% sustentável. Na parte de energia elétrica, temos placas solares, o que faz com que consigamos uma economia muito grande. Toda a água da chuva é armazenada em cisterna e reaproveitada no jardim e nos vasos sanitários. No lado externo, temos dois paredões com plantas naturais. O layout e a parte de comunicação são diferentes do padrão que estávamos acostumados. Trabalhamos cores específicas e frases motivacionais – são textos que remetem à saúde, como "Abrace seu filho". O mobiliário todo usa muita madeira, o que também remete à sustentabilidade. Outro detalhe importante: desde a construção, tudo que pudemos usar de material reciclável e com certificação, nós usamos. É uma loja muito diferente, para os públicos AA, A e B. Não só pelo viés de sustentabilidade, mas de layout diferente, acabamos trazendo um mix diferenciado de produtos, como a linha ortopédica. Guia • Disponibilizar esses itens é uma tendência? Cançado • É uma tendência porque o perfil das farmácias está mudando há algum tempo, e o exemplo disso é a Atenção Farmacêutica. Hoje, nós temos, em várias filiais, o "Momento Saúde", que tem o objetivo de dar continuidade ao tratamento prescrito pelo 12

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médico para que as pessoas não o interrompam pela metade. É um serviço de informação no qual fazemos acompanhamento também de algumas doenças, como diabetes e hipertensão. Essa tendência voltada à saúde está mudando um pouco a realidade das farmácias no Brasil. Nessa loja, fizemos uma sala que poderá ter a aplicação de vacinas também. São serviços que já existiam no passado e que agora resgatam a função do farmacêutico. Com os ortopédicos, sentíamos que o cliente procurava os produtos e não tínhamos a oferecer. Se alguém torce o tornozelo às 20h, onde vai comprar uma botinha? Não tem, porque as lojas cirúrgicas estão fechadas, mas a farmácia está aberta. Acho que é uma oportunidade de ter mais um mix de produtos para oferecer ao cliente. Iniciamos com dúvida, mas o resultado foi muito interessante; em quinze dias, já tínhamos vendido duas cadeiras de rodas. Guia • Você acha que hoje a Atenção Farmacêutica é um dos serviços que mais fidelizam os clientes? Cançado • Eu acho que também. É um conjunto de fatores, mas por mais que o médico passe informação, a pessoa sai do consultório cheia de dúvidas e esse atendimento acaba sendo complementado pelo farmacêutico. Outra coisa que temos visto bastante é que o paciente não conta para o médico sobre o medicamento que usa ou que foi a outro médico e o farmacêutico acaba identificando, por exemplo, o uso de dois medicamentos que não poderiam ser administrados juntos. Guia • E a parte de vacinas, como vai funcionar? Cançado • A ideia é atendermos crianças, adolescentes e adultos. A vigilância sanitária fez algumas exigências e tivemos que readaptar toda a sala. Agora, está tudo pronto para começar a funcionar. É um nicho novo para nós. Acredito que não vá ser aquele "boom", mas acho que para aquelas épocas de epidemia, vai ajudar muito, não só na divulgação e na propagação, mas a trazer também vacinas não constantes no calendário do Ministério da Saúde (MS), assim as pessoas podem complementar.


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ENTREVISTA-DROGAL

Guia • Onde você acha que estão os maiores entraves do varejo farmacêutico? Cançado • O primeiro é o aspecto legal, no qual Brasil ainda é extremamente atrasado e, normalmente, mais se complica do que se ajuda. Apesar de que nos últimos anos, com a questão da Atenção Farmacêutica e da vacina, temos percebido que está mudando, que a farmácia está sendo vista como um estabelecimento de saúde que pode contribuir, e muito. Por outro lado, há o desafio do mix de produtos. Grande parte das lojas tem um espaço físico, muitas vezes, limitado, e não tem condições de implementar um mix muito maior como gostaríamos. Ainda tem bastante oportunidade para trabalhar com sortimento de produtos diferenciados, mas acredito que a prestação de serviço seja um grande atrativo. Guia • Vocês falam que querem ser um modelo perfeito de varejo. Qual seria o modelo perfeito? Cançado • Queremos alcançar o modelo perfeito porque a perfeição não existe. A gente sempre está correndo atrás no sentido de melhorar e nos atualizar. No varejo, cada dia é diferente do outro. A palavra perfeição é forte e ela realmente se traduz em uma mudança diária, em uma melhoria contínua.

"O PERFIL DAS FARMÁCIAS ESTÁ MUDANDO HÁ ALGUM TEMPO, E O EXEMPLO DISSO É A ATENÇÃO FARMACÊUTICA. HOJE, NÓS TEMOS, EM VÁRIAS FILIAIS, O 'MOMENTO SAÚDE', QUE TEM O OBJETIVO DE DAR CONTINUIDADE AO TRATAMENTO PRESCRITO PELO MÉDICO PARA QUE AS PESSOAS NÃO O INTERROMPAM PELA METADE. É UM SERVIÇO DE INFORMAÇÃO NO QUAL FAZEMOS ACOMPANHAMENTO TAMBÉM DE ALGUMAS DOENÇAS, COMO DIABETES E HIPERTENSÃO" Guia • Hoje são 140 lojas no interior de São Paulo. Vocês têm pretensão de expandir para outros estados? Cançado • São 55 cidades no interior paulista. Não temos pretensão de expandir para outros estados, pois ainda tem muita cidade interessante no interior para ser explorada. Guia • Qual a estratégia de abertura de novas lojas? Cançado • Primeiro, tentamos aproveitar a logística que já temos. Fazemos um estudo aprofundado sobre a cidade, população, renda, gasto com saúde e região para tentar não errar. Nossa previsão esse ano é chegar a 150 lojas, em pelo menos mais três novas cidades; duas nós já temos. A ideia é continuar crescendo. Guia • Qual a taxa de crescimento anual da Drogal? Cançado • Este ano, até abril, crescemos quase 13%. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) está crescendo cerca de 7% a 8%, e o mercado em torno de 9%.

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ANTENA LIGADA

NÚMEROS CRESCENTES O BRASIL ESTÁ COMEÇANDO A DEIXAR OS PIORES MESES ECONÔMICOS PARA TRÁS. ESSE É UM DOS IMPULSIONADORES PARA O MOMENTO POSITIVO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, QUE APRESENTA PLENA EXPANSÃO POR LAURA MARTINS

OTIMISMO DA FEBRAFAR

Crises afetam aqueles que não têm planejamento. É dessa maneira que a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) vem tratando o momento atual do mercado farmacêutico. Hoje, a instituição conta com 57 redes que representam mais de 9,5 mil farmácias em todo o País. Os resultados são confirmados nos números que a Febrafar obtém. Em relação à participação de mercado, a Federação cresceu 5,5% em número de lojas e sua participação no faturamento teve alta de 9,2%, representando 10,7% do mercado total. • www.febrafar.com.br

VENDA DE MEDICAMENTOS TEM ALTA DE 7,4%

Nos primeiros cinco meses de 2018, a venda de medicamentos e não medicamentos cresceu 7,4%, fechando em R$ 2,3 bilhões – contra R$ 2,1 bilhões do mesmo período um ano antes, de acordo com a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan). Em unidades, entre janeiro e maio deste ano, foram comercializados 428 mil produtos, uma alta de 3,2% em comparação à temporada passada (total de 414,1 mil). Os dados são da IQVIA. O balanço dos últimos 12 meses também é bastante positivo. Entre maio de 2017 e maio de 2018, as vendas totalizaram R$ 5,4 bilhões, um aumento de 9,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em unidades, foram comercializadas mais de 1 bilhão em 2018 e 970,5 milhões em 2017. • www.abradilan.com.br 16

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


BELLIZ CONSTRÓI NOVO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

A Belliz Company, dona de cinco marcas de Higiene & Beleza (H&B), inaugurou o seu novo Centro de Distribuição (CD), na cidade de Serra (ES). A empresa decidiu construir um novo local devido à necessidade de ter um espaço maior para o armazenamento de mais de 1,7 mil diferentes itens e para atender os pontos de venda (PDVs) em todo o Brasil. Com o novo CD, a capacidade de armazenamento dobrou e conta, atualmente, com 14,7 mil posições de armazenagem. O espaço para recebimento e expedição de produtos também aumentou, de seis para 12 docas, e outros setores, como o controle de qualidade e de devoluções, também tiveram suas capacidades dobradas. • www.bellizcompany.com.br

DROGA RAIA EXPANDE LOJAS EM MINAS GERAIS

CONTENTO E SINDUSFARMA REALIZARÃO SUMMIT INOVAÇÃO EM SAÚDE

No dia 21 de agosto, a Contento Comunicação e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) realizarão o Summit Inovação em Saúde, na capital paulista. Durante um dia inteiro, os participantes poderão conhecer o que está sendo desenvolvido ao redor do mundo e sua aplicabilidade no Brasil a partir da apresentação, análise, compartilhamento e desenvolvimento de ideias e projetos de inovações em saúde, em especial no setor farmacêutico. O evento reunirá investidores, executivos, empreendedores e líderes na área de saúde e inovação no Brasil. Ou seja, é uma grande oportunidade não somente de se atualizar, mas de fazer networking e conhecer possíveis parceiros que poderão auxiliar na evolução desses mercados. Para mais informações e acesso à grade de programação completa, acesse: www.summitsaude.com.br Quando: 21 de agosto de 2018 Horário: 8h30 às 18h Local: Digital House São Paulo (Av. Dr. Cardoso de Melo, 90, vila Olímpia, São Paulo-SP Tel.: (11) 5082-2200 (Luciana Bandeira ou Lígia Favoretto)

A Droga Raia continua seu plano de expansão com inaugurações em Minas Gerais. Localizados em Belo Horizonte, os estabelecimentos seguem o padrão de atendimento, serviços e o mesmo sortimento de produtos de higiene, beleza e medicamentos presentes nas outras 760 filiais da empresa. Além de todos os produtos, os consumidores podem participar do programa de fidelidade Sua Droga Raia, que conta com cupons de ofertas personalizadas, com preços melhores em medicamentos e vantagens diárias em produtos de Higiene & Beleza (H&B). • www.drogaraia.com.br

BENEGRIP LANÇA PROJETO “O BEM CONTAGIA”

Pensando além do alívio dos sintomas, Benegrip criou uma campanha chamada “O Bem Contagia”. O foco é criar um movimento de “contágio do bem” como um compromisso maior com todos ao redor, ajudando projetos sociais escolhidos pela marca. Neste ano, a Benegrip apoiou o Dia das Boas Ações, um dos maiores eventos de mobilização voluntária do mundo, presente em mais de 90 países. No Brasil, foram dois dias de atividades distribuídas por mais de 40 cidades, beneficiando mais de 40 mil pessoas, em quase 300 iniciativas. • www.benegrip.com.br 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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FÓRUM LIDE RECEBEU AUTORIDADES DA ÁREA DE SAÚDE

O 7º Fórum LIDE da Saúde e Bem-Estar contou com a presença de autoridades como o ministro da Saúde, Gilberto Occhi; o diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fernando Mendes Garcia Neto; o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara; o secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Daniel Annenberg; e do presidente do LIDE Saúde, Claudio Lottenberg. Em seu discurso de abertura, Occhi afirmou que a prioridade do governo é incentivar a alimentação saudável. Ele citou duas ações como exemplo: as regras impostas para a publicidade de alimentos com alto teor de sódio e açúcar e a restrição de venda desses produtos em escolas. • www.lideglobal.com

SINDUSFARMA LANÇA PLATAFORMA DE E-LEARNING O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lançaram uma plataforma de ensino a distância para desenvolvimento profissional em pesquisa clínica. O foco da nova plataforma é capacitar centros de pesquisa clínica de todo o Brasil para o cumprimento das boas práticas clínicas e normas relacionadas. O projeto conta com o apoio do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação. • www.sindusfarma.org.br

PAGUE MENOS ENTREGA PRODUTOS EM MINUTOS

A Pague Menos fechou uma parceria com o aplicativo de entregas Rappi. Agora, os clientes podem fazer suas compras por meio do aplicativo e, em minutos, recebem os produtos em casa. Disponível em Fortaleza (CE) e São Paulo (SP), o serviço será oferecido a outras cidades do País, em breve. Além da Rappi, os clientes podem comprar pelo site da Pague Menos ou por telefone e receber os produtos em todo o Brasil. • www.paguemenos.com.br

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ABRADILAN DOA R$ 30 MIL PARA O CEVAM

A Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) aproveitou o seu jantar de comemoração de 20 anos para fazer uma doação de R$ 30 mil ao Centro de Valorização da Mulher (Cevam), organização sem fins lucrativos de Goiânia (GO) que abriga mulheres vítimas de violência e maus-tratos domésticos. Criado há mais de 40 anos, o Cevam desenvolve programas e ações preventivas e de acolhimento às mulheres vítimas de abusos, maus-tratos e violência. Segundo a presidente do Cevam, Maria Cecília Machado do Vale, a entidade atende cerca de 100 mulheres a cada mês. • www.abradilan.com.br

AMAZON ANUNCIA COMPRA DE E-COMMERCE DO VAREJO FARMACÊUTICO

A Amazon informou que comprará o grupo on-line de farmácias PillPack, em um pequeno passo, mas significativo, no segmento de saúde nos Estados Unidos, pesando sobre ações de varejistas e distribuidores de medicamentos. O movimento já era esperado por investidores em companhias de saúde já estabelecidas, que temiam o potencial da maior varejista on-line do mundo de mudar o complexo negócio farmacêutico dos Estados Unidos. O acordo para a aquisição da PillPack colocará a Amazon em concorrência com varejistas e distribuidores como a CVS Health e a Walgreens Boots Alliance. • www.globo.com

CAMPANHA DE SAÚDE ALERTA SOBRE ASMA

Redes de farmácias e drogarias de todo o País promoveram, em junho último, a quarta etapa das Campanhas de Saúde 2018. O foco da iniciativa, desenvolvida pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), está em verificar como está a respiração da população e se os tratamentos estão sendo adequados. Quem visitou os estabelecimentos era convidado a responder a perguntas que detectavam, por meio de uma pontuação, a existência de um quadro de asma. Dependendo da gravidade, o paciente era orientado a procurar um especialista. • www.abrafarma.com.br

HILAB ESTÁ PRESENTE EM 18 ESTADOS

Após um ano de existência, o Hilab fecha parceria com farmácias de todo o País. Com foco em ampliar rapidamente o número de pacientes que terão acesso a exames laboratoriais rápidos e de qualidade, a Hi Technologies concentra suas energias e mira expandir o serviço para o maior número de estabelecimentos. O Hilab realiza exames laboratoriais como teste de gravidez, perfil lipídico, HIV, Zika vírus, chikungunya, dengue, hepatite, colesterol total, HDL, hemoglobina glicada, vitamina D, glicemia, entre outros, em apenas alguns minutos, graças à Internet das Coisas e à Inteligência Artificial. O sangue é coletado da ponta do dedo e traz os laudos com validações e análises médicas que obedecem aos padrões de qualidade, confiabilidade e precisão equivalentes às metodologias já disponíveis em laboratórios convencionais, assinados por uma equipe de médicos e biomédicos. • www.hitechnologies.com.br 22

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ATUALIZANDO

MEDICAMENTOS MAIS ACESSÍVEIS PARTE DOS FÁRMACOS QUE AJUDAM OS PACIENTES A SE CURAR DE DOENÇAS GRAVES É EXTREMAMENTE CARA, TORNANDO O TRATAMENTO MUITO COMPLICADO. O LANÇAMENTO DE GENÉRICOS FAZ COM QUE O ACESSO SEJA MAIS DEMOCRÁTICO POR LAURA MARTINS

ANASTROZOL EMS GENÉRICOS

A unidade de medicamentos genéricos da EMS apresenta o genérico do Arimidex® (AstraZeneca). O anastrozol é indicado para o tratamento do câncer de mama inicial e avançado em mulheres na pós-menopausa. O lançamento está disponível na apresentação 1 mg com 30 comprimidos revestidos. MS 1.0235.1216.006-0 • www.ems.com.br

CEFTRIAXONA DISSÓDICA TEUTO

O Laboratório Teuto lança no mercado farmacêutico mais um medicamento genérico. A ceftriaxona dissódica é um antibiótico indicado para tratar uma série de infecções de microrganismos sensíveis, pois possui amplo espectro de ação. O medicamento em pó para solução injetável é lançado em duas concentrações, 500 mg e 1 g, acompanhado de diluente de lidocaína com 2 mL e 3,5 mL, respectivamente, com administração intramuscular. MS 1.0370.0712.001-4 (500 mg + dil. 2 mL) MS 1.0370.0712.003-0 (1 g + dil. 3,5 mL) • www.teuto.com.br

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO


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ATUALIZANDO

TECNOFER® PRÓ

LABORATÓRIOS BALDACCI

Os Laboratórios Baldacci acabam de lançar um produto para reposição e suplementação oral de ferro. O Tecnofer® Pró proporciona absorção ainda maior e mais rápida de ferro, se comparado com outros suplementos de ferro disponíveis no mercado. Além disso, não escurece os dentes nem as fezes e diminui eventuais desconfortos gastrointestinais. Da união de uma molécula diferenciada de ferro (bisglicinato ferroso) com o alginato, originou-se um novo composto, denominado feralgina. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.lbaldacci.com.br

MOTIX® XULTOPHY® NOVO NORDISK

Xultophy® (insulina degludeca + liraglutida) é uma combinação fixa de insulina basal (degludeca) e do agonista do receptor de GLP-1 (liraglutida) em uma caneta preenchida. É indicado para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 não controlado com antidiabéticos orais quando estes, isoladamente ou combinados com uma insulina basal ou com um agonista do receptor de GLP-1, não fornecem o controle glicêmico adequado. O produto é administrado uma vez por dia e pode ser aplicado independentemente das refeições, a qualquer hora, preferencialmente no mesmo horário. MS 1.1766.0033.001-1 • www.novonordisk.com.br

FQM FARMA

A FQM Farma acaba de lançar Motix®, um anti-inflamatório com mecanismo de ação multialvo nas apresentações pomada e injetável. A ação sinérgica de suas 14 substâncias age em vários pontos do processo inflamatório, otimizando a resposta fisiológica. Motix® tem eficácia comprovada com mais de 50 estudos publicados, sendo indicado nos processos inflamatórios agudos e crônicos com baixa incidência de efeitos colaterais e interações medicamentosas. MS 1039001910044 (Solução injetável) MS 1039001910036 (Pomada) • www.fqm.com.br

FIBERMAIS® LIMÃO NESTLÉ

Para reforçar sua posição como marca aliada da saúde e bem-estar da mulher, o FiberMais® Limão apresenta em sua formulação o mix de fibras que auxilia no funcionamento do intestino em uma combinação com o colágeno VERISOL®, específico para a pele e com resultados cientificamente comprovados. Disponível no sabor limão, o produto é fonte de fibras e zero açúcar. A novidade foi desenvolvida para quem quer se sentir bem cuidando do intestino e da pele e chega ao mercado em duas versões: lata com 300 g (50 porções) ou caixa com dez sachês. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.fibermais.com.br

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ATUALIZANDO

CALTRATE® MINI 600 + D + MINERAIS PFIZER CONSUMER HEALTHCARE

Para auxiliar na mudança de hábitos com soluções que contribuem com a manutenção da saúde óssea, a Pfizer Consumer Healthcare lança o suplemento alimentar Caltrate® Mini 600 + D + Minerais. O produto possui tripla ação, ajudando na manutenção da saúde óssea (cálcio), no fortalecimento muscular (vitamina D e magnésio) e também na flexibilidade (o zinco auxilia na produção de colágeno), além de ter sido desenvolvido em um comprimido menor e mais fácil de engolir. Dois comprimidos de Caltrate® Mini 600 + D + Minerais equivalem à quantidade de cálcio existente em 2,5 copos de leite (500 mL) e não contém açúcar. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.pfizer.com.br

NUTREN® BEAUTY NESTLÉ

Para ampliar o portfólio da linha Nutren®, a Nestlé desenvolveu o Nutren® Beauty, um complemento alimentar que possui colágeno VERISOL®, específico para a pele e com resultados comprovados cientificamente, 21 vitaminas e minerais, fonte de proteínas e sem adição de açúcares. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.nutrenbeauty.com.br

INELATTE ACHÉ

Inelatte é um suplemento que oferece tabletes mastigáveis com 50% da dose diária recomendada de cálcio (na versão zero açúcar) e fórmula com minerais do leite e TADS, tecnologia que garante alta e rápida dissolução do cálcio. Indicado para complementar a ingestão do mineral, Inelatte auxilia na prevenção da perda de massa óssea de forma prática e saborosa. O produto está disponível nas apresentações Chocolate (30 e 60 tabletes), Chocolate Zero Açúcar (30 e 60 tabletes), Zero Açúcar Pocket (seis tabletes) e Cappuccino Zero Açúcar (60 tabletes). MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.ache.com.br

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VITAZ

NATULAB

A Natulab complementa seu portfólio de produtos com o lançamento de uma linha de suplementos multivitamínicos, minerais e nutracêuticos, a Vitaz. Sob uma única marca, com o objetivo de facilitar a compreensão e identificação do consumidor, estão diferentes produtos direcionados: A-Z, Cabelo, Mulher, Mamãe e Sênior. Vitaminas e minerais fornecem o que é necessário ao bom funcionamento do organismo, pois proporcionam energia e contribuem para a manutenção da saúde. Uma vez que estes nutrientes não são suficientemente produzidos pelo organismo, precisam ser ingeridos regularmente. MS Produtos isentos de registro conforme a RDC 27/10 • www.natulab.com.br


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VAREJO

É preciso reinventar a farmácia! APESAR DA LEGISLAÇÃO IMPEDIR A VENDA DE PRODUTOS COMPLEMENTARES, É PRECISO USAR UM MODELO ONDE A POPULAÇÃO SINTA-SE MAIS BEM-VINDA E ONDE AS SENSAÇÕES DE PERTENCIMENTO E DE PRAZER SEJAM EFETIVAS

A SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 30

As farmácias precisam reinventar-se para continuar operando eficientemente. Com margens pequenas e com a “guerra” de descontos nos medicamentos, o farmacista precisa buscar lucro em produtos que dêem rentabilidade. Uma das ideias é melhorar a venda dos produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). Os cosméticos, principalmente os que exigem atendimento personalizado, foram deixados à margem por muitos anos pelas farmácias, perdendo seus clientes para a concorrência. Agora, é hora de reavê-los a todo custo! Não há sobrevivência para os médios e pequenos estabelecimentos se eles não se utilizarem de sistemas de gestão informatizados. É preciso conhecer o entorno do seu ponto de venda (PDV), seu público comprador e necessidades para otimizar resulta-

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dos e focar no rumo certo. O estoque passa a ser o “coração da casa”. Estoque e ambientação são os dois pilares importantes neste momento. Minha recomendação para reinventar a farmácia é ampla, mas vou tentar ser breve: 1. Estratégia clara e diferenciada: tendo agilidade em responder às mudanças da concorrência, um posicionamento buscando a diferenciação e foco em escolhas (por exemplo, não ter todo o estoque, e sim um mix de produtos de maior giro e lucro). É preciso dar ao cliente o que ele espera da loja. Lembro que agora há espaço para a Atenção Farmacêutica, com farmácias voltadas para orientação em saúde, nutrição e outros temas. Há muito para crescer e democratizar o acesso à saúde, higiene e beleza fora dos grandes centros, onde a concorrência é predatória. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


2. Eficiência na execução: todos devem saber resolver os problemas corriqueiros com agilidade e alegria no trabalho. É preciso ser eficiente e rápido nos processos e na operação da loja, ou seja, o time de funcionários deve estar a serviço do cliente. O farmacista deve usufruir da oferta que os laboratórios farmacêuticos e de cosméticos fazem das alternativas de qualificação dos funcionários por meio de palestras ou educação continuada. É preciso treinar, estar presente, orientar e acompanhar até que o hábito de atender com paixão se estabeleça. Sei que não é fácil, mas é possível! 3. Foco obsessivo no cliente: avaliar se o cliente o recomendaria para alguém e se é um promotor de sua farmácia. Aqui, é bom unir estratégias com foco no cliente. Ter a presença de funcionários bem treinados prontos para agirem como consultores e orientar os clientes. Se a farmácia quer reconquistar o cliente perdido para as lojas exclusivas de perfumaria, tem de investir muito no atendimento tipo consultoria: como reconhecer particularidades de pele ou cabelo, como fazer uma maquiagem benfeita etc. A diferenciação das pequenas farmácias na periferia e nos pequenos municípios ainda se faz porque nesse local o proprietário é o farmacêutico que age como um agente de saúde da comunidade. O atendimento é tudo: mães levam os filhos para certificar-se a respeito de doenças infantis, de amigdalite, entre outras. Nessas regiões, o consumo de outros produtos que não medicamentos tende a crescer nas classes C e D se os preços forem competitivos e se o atendimento for personalizado, com explicações de uso. 4. Parcerias e alianças: aumentar as alianças para que a parceria se concretize. Deixar claro que é

uma via de mão dupla, ou seja, ter claro que fornecedores parceiros são amigos. O mundo dos negócios é um grande ganha-ganha. A relação deve estar em toda a cadeia de comercialização: se vender “na ponta”, todos ganham. 5. Inovação: exercitar um novo modelo de farmácia promovendo a arrumação dinâmica de produtos de compra por impulso. A loja torna-se um atrativo para os clientes por promover inovações, lançamentos etc. Nada mais é estático! 6. Liderança e alinhamento: o líder (proprietário ou não) tem de estar na “briga”! É preciso ser presente, vibrante e, além de tudo, ter uma conduta consistente com a visão da empresa. Tem de estar acompanhando, participando permanente, e presencialmente, ou por meio de supervisores (no caso das redes), ajudando a motivar a equipe para que ela aja de acordo com as estratégias definidas. 7. Cuidando da marca: criar imagens positivas junto aos clientes com elos de fidelidade e arrumar a loja de forma a refletir essa identidade da marca. Mostrar que tem funcionários que estão na empresa há alguns anos e que são exemplos vivos para os novatos; a marca precisa criar um vínculo emocional com o cliente. Enfim, é preciso ter mais do que uma simples loja. A farmácia tem que ser pulsante, autêntica, promovendo o bem-estar e a interação social, permitindo que os clientes vivam a loja com experiências sensoriais como as olfativas, táteis e outras. No caso de farmácias independentes, é mais fácil ainda implantar esse modelo, pois além de serem únicas ou em poucas unidades, dependem pouco de grandes investimentos e muito da vontade de querer realizar as mudanças. 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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OPINIÃO

Associativismo é caminho para empresários deixarem o vitimismo

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SER ASSOCIATIVISTA OU ESTAR EM UMA ASSOCIAÇÃO NÃO GARANTE O SUCESSO, MAS A CHANCE DE ALCANÇÁ-LO É MUITO MAIOR

EDISON TAMASCIA Presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar)

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O ambiente corporativo no Brasil é alvo constante de reclamações dos empresários brasileiros. Mas observo que muitos desses estão à procura de uma solução mágica de prosperidade, esperando que os governantes diminuam a carga tributária ou proponham uma lei que beneficie seu segmento de atuação, que o dólar desvalorize quando precisar importar alguma matéria-prima ou produto, ou que valorize quando precisar exportar, por exemplo. E isso é um problema muito sério. Divido o mundo empresarial em dois grupos: os empresários que vivem em um constante processo de vitimização, assim, se a empresa não vai bem, a culpa do insucesso é do governo, do mercado, da crise etc. Por outro lado, temos os empresários que são protagonistas de seus negócios, buscando dentro das suas competências soluções para os desafios. Vítimas enxergam tudo como problema; protagonistas enxergam desafios. E isso com certeza faz toda a diferença na vida. Mas como encarar os desafios? Para os empresários, sobretudo das pequenas e médias empresas, a saída é buscar se associar a agrupamentos, que podem ser no modelo de franquia, licenciamento de marca ou de associativismo. Independentemente do formato, sem dúvida nenhuma a junção de várias empresas em torno de um objetivo comum aumenta a possiblidade de êxito. Entre os benefícios está o fato desses empresários passarem a conviver de uma forma mais efetiva e afetiva entre si, uma vez que eram, até então, concorrentes, o que faz com que sejam mais empreende-

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dores. Outro ponto importante é que essas empresas unem forças para compras em conjunto, possuem ações de marketing compartilhadas e administração profissionalizada, entre outros aspectos. Mesmo no associativismo também temos empresários vítimas e empresários protagonistas, e lidar com essa situação é o maior desafio dos dirigentes das associações empresariais. Nos agrupamentos ou redes – como preferir denominar –, a melhoria individual e coletiva dos participantes e suas empresas é visível. Dados do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC) mostram que de 2.264 lojas vinculadas à Febrafar, foi verificado que 31% dessas farmácias apresentaram crescimento acima da média do mercado, 49% ficaram na linha padrão de crescimento e 20% ficaram abaixo da média. Os empresários que cresceram igual ou mais que o mercado apontaram, em sua totalidade, que um dos fatores é o aproveitamento da coletividade, ou seja, souberam usar as ferramentas oferecidas pela rede. No entanto foi observado que os empresários que lideram as empresas que ficaram abaixo do mercado em termos de crescimento não reconhecem que o motivo é a falta de envolvimento da empresa e do próprio empresário nas ações da rede; preferem culpar o mercado e a crise. Eles se fazem de vítima, mas devem ser resgatados. Todos os empresários que utilizam com competência as ferramentas oferecidas aos seus associados possuem uma chance muito maior de alcançar o sucesso. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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DEBATE

É a qualidade, meus caros! SE QUEREMOS TER UM SETOR DE SAÚDE FORTE NO BRASIL, PRECISAMOS ZELAR PELA QUALIDADE DOS PRODUTOS E PELA QUALIDADE DO AMBIENTE ECONÔMICO

NELSON MUSSOLINI Presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e membro da Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 36

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Os brasileiros andam desesperançados. Os problemas do País se avolumam: corrupção, incompetência, crise política, economia em ritmo lento, desemprego, indefinição eleitoral. Não faltam obstáculos. E, no entanto, pode piorar. Até a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), talvez a melhor agência reguladora do País, que construiu uma reputação de excelência e seriedade, contribuindo para o desenvolvimento do setor farmacêutico no Brasil, está se deixando contaminar pela “baixa política”. Um órgão que, de certa forma, andava na contramão de Brasília. Conseguia, na maioria dos casos, manter o interesse público acima de tudo – enfrentou e venceu batalhas memoráveis, visando garantir a qualidade dos produtos farmacêuticos. Agora, a Anvisa parece estar cedendo. E justamente em questões que são fundamentais em qualquer atividade, mas que assumem contornos críticos quando se fala de medicamentos: qualidade e segurança. Recentemente, a Diretoria Colegiada da Anvisa “flexibilizou” o sistema de controle de qualidade de medicamentos existente no País, abrindo mão dos altos padrões de segurança que exigia de todo o setor e em flagrante contradição com sua orientação histórica. Por três votos a dois, decidiu permitir que os importadores de medicamentos transfiram o controle de qualidade de seus produtos para empresas terceirizadas, sem nenhuma supervisão do órgão regulador. O desenvolvimento do polo industrial farmacêutico brasileiro dependeu e se baseou em investimentos vultosos que foram realizados pelas empre-

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sas estabelecidas no País para atender a essas e outras exigências. Nos países em que a terceirização do controle de qualidade é permitida, os órgãos de fiscalização fazem um rígido controle dos medicamentos após sua venda ao consumidor, o chamado “pós-mercado”. Acontece que, no Brasil, essa fiscalização na prática não é realizada pela Anvisa. Em nosso País, somente o controle prévio das empresas pode atestar a qualidade dos produtos postos à disposição dos consumidores. Um dos diretores da Anvisa, que defende a terceirização do controle de qualidade, argumentou que “a Anvisa não é o órgão responsável pela política industrial do País” e acrescentou que “um dia o Brasil terá um ‘pós-mercado’ eficiente”. O diretor cometeu um grande equívoco. A medida recém-aprovada cria uma “antipolítica industrial”, pois é flagrante o nocivo desequilíbrio competitivo que a decisão acarreta às indústrias aqui instaladas, que já investiram bilhões de reais, em favor dos importadores, que não terão de arcar com esses custos para vender seus produtos. Aliás, essa “antipolítica” desestimula o investimento internacional no Brasil. Esperamos que, no futuro, não venhamos a lamentar o fato de importarmos 95% dos medicamentos consumidos no País, com nossas fábricas fechadas. Resumindo: se queremos ter um setor de saúde forte no Brasil, precisamos zelar pela qualidade dos produtos e pela qualidade do ambiente econômico. Não chegaremos lá com medidas que enfraquecem os padrões sanitários e prejudicam as empresas que acreditam e investem no Brasil. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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ESTRATÉGIA

Melhorando as exposições e vendendo mais!

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O QUE NÃO É VISTO PELO CLIENTE, NÃO É LEMBRADO, E SE NÃO É LEMBRADO, DIFICILMENTE SERÁ COMPRADO

JOÃO DE OLIVEIRA Trade marketing no Grupo de Drogarias Americana 38

Vender mais é o sonho de qualquer lojista! Mas como fazer para vender mais sem recursos financeiros? Imagine você em um ponto de venda (PDV), apressado, procurando um produto específico. Você procura, procura, e nada de encontrar o que busca devido à desorganização na forma como os produtos estão dispostos nas prateleiras e ao layout confuso da loja. Quando você encontra, com muita dificuldade, o que buscava, cadê o preço? E agora? Numa escala de zero a cinco, qual foi a sua satisfação neste PDV e como foi a sua experiência de compra? Vender, às vezes, pode ser bem mais fácil do que se imagina; difícil é vender pela segunda vez para o mesmo cliente. Muitos empresários do varejo, na ânsia de vender mais, de oferecer o melhor preço e de acertar o mix, acabam deixando de lado o merchandising como ferramenta essencial de apoio às vendas. O merchandising no PDV nada mais é do que o ato de oferecer o produto da melhor maneira para o cliente; isso quer dizer trabalhá-lo com as melhores “faces”, no local certo, na altura ideal, organizados, alinhados e, principalmente, precificados. O merchandising deve ser visto como uma ferramenta de apoio nas ven-

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das com o objetivo de ambientar, vender e promover marcas e produtos nos PDVs. Ele é responsável pela apresentação destacada dos produtos na loja, criando atmosferas agradáveis e acelerando a rotatividade. Utilizar esta ferramenta de marketing corretamente facilita a decisão de compra do cliente e gera compra por impulso. Algumas das principais funções do merchandising são: aumentar as vendas por impulso, pois o cliente é impactado por criativas exposições; aumentar o giro dos produtos na loja – produtos em destaque e alinhados vendem muito mais; fidelizar os consumidores; facilitar o acesso dos clientes aos produtos; aumentar os lucros; melhorar as vendas; tornar os itens mais acessíveis devido à organização dos produtos nas prateleiras; e transformar o momento de compra do cliente em algo muito mais prazeroso. Analise o seu PDV, coloque-se no lugar de seus clientes; faça esse exercício frequentemente. Lembre-se: prateleiras organizadas, com volume e produtos precificados, vendem muito mais! Não dê trabalho para o shopper. O que não é visto, não é lembrado, e se não é lembrado, dificilmente será comprado! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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PONTO DE VENDA

Cartada final A ÁREA DO CHECKOUT É A ÚLTIMA OPORTUNIDADE DE CONVERSÃO DE VENDA. QUANDO BEM TRABALHADA, É CAPAZ DE ELEVAR O TÍQUETE MÉDIO E ALAVANCAR CATEGORIAS COM BOA RENTABILIDADE POR FLÁVIA CORBÓ

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK


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Por muito anos, o varejo trabalhou com planogramas que consideravam apenas o ponto natural de exposição de cada categoria. Aos poucos, percebeu-se a necessidade de explorar outros pontos de contato com o shopper na loja. A mudança visa atender a um ritmo de vida cada vez mais acelerado, que demanda um comportamento de compra mais objetivo e focado, com baixo tempo de permanência dentro do ponto de venda (PDV). A necessidade de chamar a atenção de um consumidor pouco disposto a gastar tempo dentro de uma loja se faz ainda mais necessária quando se trata de farmácias. Enquanto em uma visita tradicional a um supermercado o cliente se dispõe a circular entre todos os corredores em busca de seus itens de compra, mais de 70% dos clientes da farmácia se direcionam diretamente ao balcão para comprar um medicamento ou vão até a área de perfumaria em busca de itens de higiene pessoal. “Assim que ele cumpre sua ‘missão de compra’, se direciona ao checkout para pagar e ir embora. Ou seja, a chance de o cliente ‘passear’ pela loja para ver se ele se esqueceu de comprar algum item, ou mesmo para observar lançamentos ou novidades, é baixa”, avalia o professor do Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo Retail Lab ESPM, Rogério Lima. Diante desse comportamento, é vital que o PDV trabalhe outros pontos de contato para estimular a compra de itens com maior valor agregado ou maior rentabilidade. Existem várias alternativas que podem ser exploradas, como displays de chão, displays de balcão e ponta de gôndola, mas a mais rentável delas é o checkout. Essa área da loja tem uma importância expressiva, pois, em geral, é a última oportunidade de contato do shopper com algum produto. Quando bem explorado e aproveitado, o checkout tem um alto potencial para aumentar o tíquete médio, alavancar giro e apresentar lançamentos e novidades, pois é passagem “obrigatória” a todos os clientes que vão efetuar uma compra. O tempo de espera na fila do caixa é a oportunidade ideal para converter uma última venda. Uma jornada de compra completa, desde a entrada na loja até a finalização do pagamento das compras, dura em torno de cinco minutos, de acordo com

dados da ESPM. Deste tempo total, um a dois minutos são passados na área do checkout, o que corresponde de 20% a 40% do processo de compra em uma farmácia. As oportunidades de venda são tão boas que, mesmo em lojas que mantêm um espaço reduzido de checkout, as vendas obtidas nessa área chegam a representar 5% do faturamento total e adicionam de 15% a 20% no tíquete médio da loja. Esses percentuais podem ser maiores quando a loja trata o checkout como uma área estratégica da farmácia.

ESCOLHA DO SORTIMENTO No checkout, as compras são, na maioria das vezes, realizadas por impulso. Logo, o sortimento deve ser composto por produtos que não são categorias destino da loja, nem necessidades recorrentes. Alguns exemplos são itens de conveniência como pilhas, colas, cartões telefônicos e isqueiros. Outra possibilidade é trabalhar com produtos relacionados à autoindulgência, que ofereçam ao consumidor um momento em meio à rotina. Neste ponto, encaixa-se perfeitamente a categoria de bomboniere, que envolve balas, chicletes, chocolates, barras de cereal, entre outros itens. Na área de saúde e beleza, blisters de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), protetores labiais, kit cutelaria e lâminas de barbear também têm boa saída. É uma venda incremental às compras regulares deste tipo de ponto de venda (PDV). Por se tratar de produtos de compra por impulso, o shopper não racionaliza a compra, o que contribui para a elevação do tíquete médio e margens do PDV”, garante o presidente da Perfetti Van Melle Brasil (dona das marcas Mentos, Fruittella e Chupa Chups), Henrique Veloso Romero. Isso representa um aumento do volume de vendas, uma vez que 17% das compras dos brasileiros são feitas por impulso, provocadas, principalmente, por questões emocionais, segundo pesquisa da Nielsen. Em 22% dessas decisões de última hora, o shopper já sabia que precisava do produto, mas lembrou do item apenas no PDV, por isso a importância da escolha dos artigos corretos nessa última chance de conversão. “A venda por impulso traz uma boa margem de lucratividade ao varejista e se apresenta como conveniência, ainda mais se a loja está situada em um ponto de fluxo, onde as pessoas passam, entram e 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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PONTO DE VENDA

COMO RENTABILIZAR AO MÁXIMO O CHECKOUT? Visibilidade e informação Em meio a tantas ofertas, é essencial que o checkout esteja bem organizado e com comunicação clara para que o consumidor encontre os produtos facilmente.

Gôndolas e prateleiras Deve-se utilizar mobiliário adequado à área destinada para a fila do caixa. Os chamados ‘berços’ ajudam a dar visibilidade aos diferentes segmentos.

Foco no sortimento Produtos que trazem algum benefício para a beleza e a saúde devem ser maioria no sortimento e receber destaque na exposição, pois se relacionam melhor com o público-alvo da farmácia.

Parceria com a indústria Marcas renomadas contribuem para a fidelização do shopper na hora de decidir onde comprar. Atenção à área de checkout É o último momento de compra, onde o consumidor adquire o produto sem planejamento somente porque lembrou que precisava dele quando o visualizou na prateleira.

Fontes: gerente nacional de trade marketing na Fini Brasil, Fabio Alcalá; e presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa

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PONTO DE VENDA

NO CHECKOUT, AS COMPRAS SÃO, NA MAIORIA DAS VEZES, REALIZADAS POR IMPULSO. LOGO, O SORTIMENTO DEVE SER COMPOSTO POR PRODUTOS QUE NÃO SÃO CATEGORIAS DESTINO DA LOJA, NEM NECESSIDADES RECORRENTES compram aquilo que estão com vontade no momento”, orienta o especialista em varejo da consultoria Inteligência360, Olegário Araújo. As possibilidades de sortimento a ser trabalhado são muitas, mas é importante que o varejista se informe sobre as leis do estado de atuação quanto à venda de itens de conveniência e bomboniere. Há algumas diferenças pontuais nas regras entre uma região e outra. “No geral, as leis estaduais são semelhantes, pois todas elas dizem expressamente o que não pode ser vendido em farmácia e drogaria, ou seja, elas não esgotam os produtos que podem ser vendidos, mas dizem exatamente o que não pode ser comercializado”, explica o advogado do Departamento Jurídico do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma), Renato Tamarozzi. Há entidades de classe e especialistas em varejo que se posicionam contra a venda de itens de beleza e conveniência no ambiente da farmácia, por considerarem se tratar de um estabelecimento de saúde. No entanto o gerente-geral do Close-Up International, Guilherme Alfano, acredita que se as farmácias não ampliarem o sortimento, elas serão engolidas por outros canais concorrentes. “O futuro da farmácia no Brasil é tornar-se um varejo como todos os outros, que vende vários produtos de diferentes finalidades. O medicamento é o principal apelo, mas não significa que não se pode comprar outros itens. E, se o paciente não quiser nada além de medicamento, ele não compra, não é um consumo obrigatório”, afirma. Os não medicamentos já conquistaram o devido espaço dentro das farmácias e hoje representam até 30% do faturamento de uma loja. Quando se trata 44

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especificamente de checkout, o único cuidado necessário com esses itens é com o excesso de ofertas. “As opções são diversas, mas não se deve lotar o checkout de produtos com pouca saída. O lojista precisa perceber o que gira melhor na sua região e manter um estoque controlado, sem exageros visuais. A loja precisa escolher o que quer vender para seus consumidores, sabendo o que eles geralmente procuram”, ressalta a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa. O foco da exposição deve ser nos produtos que despertem interesse, com uma embalagem de design diferenciado, inovadores e que estimulem o desejo de compra. “O checkout é o momento que o shopper já realizou sua missão no PDV, ou seja, já encontrou o que foi procurar na farmácia, e está mais propenso a ceder à autoindulgência, comprando uma guloseima ou um produto saboroso que os consumidores se permitem o prazer de degustar”, reforça Romero. “Por se encaixarem perfeitamente nesse perfil de produto – indulgentes, não planejados –, os itens de bomboniere são ideais para serem posicionados no checkout ou bem próximo a ele.” O gerente executivo Farma da Fini Brasil, Daniel Carvalho, ressalta que o canal farma é completo e, cada vez mais, os consumidores exploram as farmácias e todas as suas áreas, como o checkout. “O que se observa, nos últimos anos, é o aumento do sortimento de conveniência e bomboniere. A Fini Brasil está empenhada para impulsionar a relevância da categoria dentro da conveniência das lojas. A bomboniere precisa ser atrativa ao consumidor e o espaço é o grande desafio”. Segundo informa o executivo, a compra dessa categoria, por exemplo, acontece 100% por impulso, ou seja, a decisão de compra está dentro da farmácia. “A visibilidade é o principal fator de eficiência nas vendas, estar no checkout ou exposta nos materias de PDV é decisivo”.

ESTRUTURA NECESSÁRIA Uma vez definido o mix de produtos do checkout, é hora de cuidar do layout e mobiliário. A boa lucratividade desse espaço só é alcançada se os itens estiverem bem localizados, visíveis e posicionados de maneira prática, próximos aos caixas da loja. Por envolver diferentes categorias, com os mais variados tipos, cores e formatos de embalagem, a área precisa estar


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PONTO DE VENDA

Visibilidade da categoria de bomboniere é o que atrai o consumidor. Na foto, exemplo de exposição na Drogaria Araujo

organizada com o mobiliário específico para facilitar a visualização dos produtos e dar subsídios ao varejista para gerenciar essa categoria com a devida inteligência. O mais indicado é que sejam utilizados balcões com casulos frontais, inclinação correta, divisórias móveis para adequação dos diferentes tamanhos de embalagem e torre superior com acessórios adequados. “Outra apresentação muito eficiente é gerenciar essa categoria em gôndolas próprias de uma ‘fila inteligente’. Crie paredões de conveniência, que formem um corredor único, obrigando todos os clientes a passar por essa categoria bonita e saborosa no caminho até o caixa”, sugere o diretor comercial da Metalfarma, Régis Rodero. Muitos lojistas não dão a devida atenção à escolha do mobiliário, pois não enxergam os diferenciais ou a inteligência aplicada neste produto de ordem “estrutural”. Acreditam que qualquer mobiliário de outra parte da loja cumprirá a mesma função de expor os produtos. De acordo com Rodero, essa visão é extremamente prejudicial aos resultados. Trabalhar com mobiliários adequados e layout inteligente garante um aumento médio de 30% no faturamento de uma loja. 46

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Outro ponto importante é ter um posicionamento estratégico dos produtos nas gôndolas. A Perfetti Van Melle orienta os varejistas a expor os produtos de maior valor agregado nas primeiras prateleiras. Além disso, displays e expositores devem compor a visibilidade em pontos secundários da loja, criando diferentes pontos de interrupção na jornada de compra do consumidor. É também imprescindível que seja feita a correta precificação de todos os itens. “Essa prática demonstra organização, padronização e ajuda o consumidor no momento de realizar sua escolha”, afirma Romero. Com tantas variáveis que devem ser trabalhadas para se obter um checkout rentável, é possível concluir que nenhum ponto isolado faz milagre. São diversos fatores que devem se complementar para que o sucesso aconteça. Por isso, valorizar o layout e os mobiliários estratégicos, a distribuição de acessórios, a linguagem a ser trabalhada e o gerenciamento por categorias são os pilares para que a loja tenha maior assertividade e chegue o mais próximo possível do potencial de seu ponto comercial”, complementa o executivo.


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PESQUISA

Ainda é tabu ESTUDO REVELA QUE A MAIORIA DAS MULHERES SENTE INSEGURANÇA E VERGONHA QUANDO ESTÃO NO PERÍODO MENSTRUAL POR FLÁVIA CORBÓ 48

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A menstruação é um processo biológico natural do corpo feminino. Todos os meses, o útero se prepara para o período de ovulação. A camada interna do órgão fica mais grossa e a taxa de progesterona aumenta, com o intuito de proteger o óvulo a ser fecundado. Quando a gravidez não ocorre, seja por uso de métodos anticoncepcionais ou outras causas, os níveis hormonais caem e o endométrio (parte interna do útero) começa a desfazer a camada protetora. Daí, forma-se o fluxo sanguíneo da menstruação. Após a descamação, inicia-se uma outra formação de hormônios para promover novamente o crescimento do útero. Do ponto de vista da ciência, a menstruação consiste em um processo orgânico e cíclico que deveria ser encarado com naturalidade e familiaridade, devido à frequência com que se manifesta. No entanto, na prática, a situação é bem diferente. Mesmo em tempos de liberdade sexual e empoderamento feminino, a menstruação segue como um forte tabu. A afirmação foi comprovada por uma pesquisa de âmbito global realizada pela Johnson & Johnson em parceria com a KYRA Pesquisa & Consultoria. Após entrevistar 1,5 mil mulheres de 14 a 24 anos de idade, de diferentes países – Brasil, Índia, África do Sul, Filipinas e Argentina –, o estudo registrou dados que mostram que o tabu em torno da menstruação é generalizado e está presente mesmo entre as jovens. No Brasil, 66% das entrevistadas afirmaram que ficam desconfortáveis com o período menstrual, 57% se sentem sujas e 42% revelaram ficar inseguras – apenas 19% mostraram confiança durante a menstruação. Parte desse receio de falar de menstruação está ligado à falta de informação sobre o assunto. Das mais de mil mulheres entrevistadas, 54% relataram que não sabiam absolutamente nada ou tinham poucas informações sobre menstruação no momento da menarca. Essa falta de conhecimento sobre o funcionamento do corpo feminino gera muita vergonha e desconforto. A pesquisa descobriu que sete em cada dez mulheres se preocupam com a maneira como descartam o absorvente usado no lixo porque outras pessoas podem vê-lo e somente 22% não têm medo de levantar durante a aula no período menstrual. Quase a metade confessa esconder o absorvente no 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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PESQUISA

VOCÊ SABIA QUE, NO MUNDO TODO, HÁ VÁRIAS CRENÇAS E MITOS QUE RONDAM O PERÍODO MENSTRUAL?

BRASIL

FILIPINAS

• 43% não andam descalças ou

• 75% não tomam banho ou conhecem alguém que não toma durante o ciclo menstrual.

conhecem alguém que não faz isso durante esse período.

• 31% não lavam o cabelo ou conhecem alguém que evita esta ação durante o ciclo menstrual.

ÁFRICA DO SUL • 32% não encostam em imagens religiosas ou conhecem alguém que age desta forma.

• 49% não tomam sorvete ou bebidas geladas ou conhecem alguém que não toma durante a menstruação. • 24% não fazem bolo ou maionese ou conhecem alguém que não faça durante a menstruação.

• 34% não visitam templos ou conhecem mulheres que evitam fazer isso.

ÍNDIA • 57% não entram na cozinha ou conhecem alguém que evita fazer isso. • 39% são tratadas pela família como intocáveis ou conhecem pessoas que passam pela mesma situação. • 39% não dormem na própria cama ou conhecem pessoas que têm este hábito. • 37% não sentam na mesa com a família ou conhecem alguém que tem o mesmo hábito. • 30% são proibidas de sair de casa ou conhecem alguém que passa pela mesma situação.

Fonte: Johnson & Johnson

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PESQUISA

NÃO BASTASSE MEXER TANTO COM A VIDA COTIDIANA DA MULHER, A MENSTRUAÇÃO VEM, MUITAS VEZES, ACOMPANHADA DE DOR E DESCONFORTO. CERCA DE 85% DA POPULAÇÃO FEMININA QUE MENSTRUA RELATA APRESENTAR PELO MENOS UM OU MAIS SINTOMAS PRÉ-MENSTRUAIS COMO CÓLICA, SENSAÇÃO DE INCHAÇO, SINTOMAS DEPRESSIVOS E IRRITABILIDADE caminho do banheiro (46%) e duas em cada cinco meninas pedem absorventes para outra mulher como se fosse um segredo (42%). A especialista em reprodução humana assistida, ginecologia e obstetrícia, Dra. Adriana de Góes, confirma a falta de informação e o medo de abordar o tema mesmo na relação médico-paciente. “É um assunto pouco divulgado e até no consultório a paciente questiona muito pouco e tem um certo tabu em relação à menstruação”. A falta de informação é preocupante, uma vez que esse marco representa o início de muitas mudanças na vida feminina. “A primeira menstruação significa que os ovários se desenvolveram o suficiente para a mulher começar a ovular. Então se inicia a vida reprodutiva. A partir do momento que ela ovula, pode também engravidar, ainda que precocemente, nessa fase”, lembra.

MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO O desconforto e a insegurança são tão presentes que mais da metade das mulheres mudam seus hábitos durante o período menstrual. O impacto é 54

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observado tanto em ações mais corriqueiras – 74% das brasileiras deixam de entrar na piscina e 66% evitam praticar esportes – como em atitudes básicas: 46% das entrevistadas afirmaram que evitam até sair de casa quando estão menstruadas, somente 26% se sentem produtivas durante o período e uma em cada dez deixa de ir para a escola e/ou trabalhar quando está menstruada. A vida cotidiana da mulher também é afetada por uma série de crenças e mitos que rondam o período menstrual há séculos, mesmo que não tenham qualquer embasamento científico. No Brasil, 43% não andam descalças ou conhecem alguém que não faz isso durante esse período e 31% não lavam o cabelo ou conhecem alguém que evita essa atividade durante o ciclo. O mesmo ocorre em outros países, onde também existem costumes que assombram as mulheres. Na África do Sul, por exemplo, 32% não encostam em imagens religiosas ou conhecem alguém que age desta forma e 34% não visitam templos ou conhecem mulheres que evitam fazer isso. Já na Índia, 57% não entram na cozinha, 39% são tratadas pela família como intocáveis e 37% não sentam à mesa com a família.

DOR E DESCONFORTO Não bastasse mexer tanto com a vida cotidiana da mulher, a menstruação vem, muitas vezes, acompanhada de dor e desconforto. Cerca de 85% da população feminina que menstrua relata apresentar pelo menos um ou mais sintomas pré-menstruais como cólica, sensação de inchaço, sintomas depressivos e irritabilidade. Esse quadro desagradável é fruto das alterações hormonais que acontecem no organismo feminino, sobretudo entre as pacientes que ovulam (aquelas que menstruam regularmente sem uso de contraceptivo). Estima-se que a cólica menstrual atinja de 40% a 70% das mulheres com menos de 30 anos e de 2% a 10% relatam sintomas incapacitantes, segundo a ginecologista do Horas da Vida, Dra. Luiza Riccio. Essa dor característica da menstruação ocorre pela liberação de substâncias chamadas prostaglandinas durante o fluxo menstrual, que causam a contração do útero e a dor. Já a tensão pré-menstrual (TPM) seria um conjunto de


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PESQUISA

COMO AS BRASILEIRAS SE SENTEM EM RELAÇÃO À MENSTRUAÇÃO

SUJAS 57% (GLOBAL 40%) DESCONFORTÁVEIS 66% (GLOBAL 50%)

CAPAZES 19% (GLOBAL 24%)

INSEGURAS 42% (GLOBAL 28%)

Fonte: Johnson & Johnson

manifestações físicas, emocionais e comportamentais nas mulheres em idade reprodutiva durante a chamada fase lútea do ciclo menstrual: após a ovulação e antes da menstruação. “Os sintomas e a intensidade podem variar de mulher para mulher e alteram as atividades diárias da paciente. Acredita-se que eles sejam decorrentes da interação entre os neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC) e os hormônios normalmente produzidos durante o ciclo menstrual”, conta a Dra. Luiza. Muitas vezes, o quadro de desconforto só é amenizado com o uso de medicamentos. Os mais eficazes são os anti-inflamatórios, mas caso a cólica se torne mais intensa, não apresente melhora com medicações simples ou venha associada a sintomas como dor na relação sexual ou fora do período menstrual, a paciente deve procurar o seu ginecologista para uma avaliação. “Para mulheres que têm intolerância absoluta à medicação, a solução é bloquear efetivamente a ovulação por meio do uso de métodos contraceptivos hormonais”, recomenda a Dra. Adriana. 56

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Além de tratamento medicamentoso, a melhora da qualidade de vida durante o período menstrual pode ser obtida por meio de mudanças de hábitos de vida que incluem horas adequadas de sono, redução do estresse, alimentação balanceada, sessões de drenagem linfática e, principalmente, a realização de atividade física regular. “Ao contrário do que pensam muitas mulheres, que julgam ser melhor ficar de repouso, atividades físicas são tidas como grandes aliadas para combater o desconforto. Elas liberam endorfina, o que pode modular os sinais depressivos que aparecem nesse período”, conta a especialista. O controle do impacto dos hormônios no corpo feminino durante a vida fértil da mulher pode trazer ganhos posteriores, quando se iniciar a fase da menopausa. A falta de estrogênio, o principal hormônio feminino, que deixa de ser produzido pelos ovários após a menopausa, leva a mudanças no funcionamento da musculatura da pelve e na genitália feminina, ocasionando o surgimento da incontinência urinária e do ressecamento vaginal.


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DEPRESSÃO BIPOLAR

Alteração de humor prejudicial O TRANSTORNO BIPOLAR FAZ COM QUE OS PACIENTES OSCILEM ENTRE EPISÓDIOS DE EXTREMA EXCITAÇÃO E OUTROS DE TRISTEZA PROFUNDA. DIAGNÓSTICO ERRÔNEO FAZ COM QUE PATOLOGIA POSSA SE AGRAVAR E ATÉ LEVAR AO SUICÍDIO

P

POR LAURA MARTINS

Parte de uma doença ainda maior, a depressão bipolar é muitas vezes confundida com a depressão unipolar. A patologia faz parte do transtorno bipolar, uma condição mental crônica caracterizada por alterações de humor radicais sem explicação aparente. Essa oscilação de humor pode ser repentina e varia da mania para a depressão. De acordo com o Laboratório EMS, o diagnóstico depende dos sintomas, da intensidade e da frequência com que a doença se manifesta. Nas crises de mania, a pessoa tende a se sentir desinibida, impulsiva e extremamente eufórica, além de apresentar irritabilidade excessiva e um senso ampliado de

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si mesma. Já no quadro depressivo, ela sente-se cansada, sem apetite e tende a perder o interesse por coisas que já foram prazerosas. O professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. José Alberto Del Porto, explica que os episódios maníacos são marcados por períodos distintos de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, e aumento anormal e persistente das atividades do paciente. Já a fase depressiva apresenta sintomas como tristeza profunda, apatia, insônia, fadiga, perda de peso, dificuldade de concentração, baixa autoestima, pensamentos recorrentes de morte e pensamentos suicidas. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO BIPOLAR

O QUE É ESQUIZOFRENIA? Assim como a depressão bipolar, a esquizofrenia é um transtorno mental que merece atenção. A doença acomete entre 0,4% a 0,7% da população em geral, 70% têm entre 18 e 25 anos de idade quando descobrem a patologia e 80% não voltam às suas atividades anteriores. Entre os principais sintomas estão os delírios, as alucinações (principalmente auditivas) e as psicoses. Além disso, o paciente passa a ter desorganização de pensamento e comportamento; prejuízos cognitivos como falta de memória, atenção e perda das funções executivas; embotamento afetivo (dificuldade em expressar emoções ou sentimentos); alogia (falta de conteúdo pessoal em discurso ou conversa); entre outros. O diagnóstico é clínico, sendo que os exames ajudam somente a excluir outras doenças, como um tumor, por exemplo. É preciso que o paciente apresente ao menos cinco dos sintomas, sendo um deles delírios ou alucinações que durem pelo menos seis meses e causem sofrimento e/ou prejuízos. Fonte: psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Ary Gadelha

“Embora não existam sintomas patognomônicos (que possam determinar determinada doença), alguns ajudam na análise clínica feita pelo psiquiatra: idade de início das crises; maior número de episódios, com curtos períodos de recuperação; presença de delírios; e histórico de depressão pós-parto”, comenta. A doença, que acomete cerca de 2% da população (dados da Revista Brasileira de Psiquiatria), tem três variações: tipo I, tipo II e misto. Segundo o EMS, o primeiro se dá pela variação de humor entre depressão e mania profunda, o segundo entre depressão profunda e hipomania (mania leve), e, por fim, o transtorno misto engloba ambos os tipos. O transtorno bipolar II é mais comum em mulheres, enquanto os homens costumam apresentar sintomas bipolares mais pelo abuso de álcool e drogas. Além disso, as mulheres têm três vezes mais chances de apresentar transtorno bipolar de ciclagem rápida. 60

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Nesse caso, o Dr. Del Porto esclarece que o paciente tem quatro ou mais episódios de depressão, hipomania ou mania por ano, sofrendo as alterações de humor mais frequentemente que outros acometidos pela doença. Em geral, os ciclos depressivos são mais comuns do que os de mania, o que leva a erros de diagnóstico da depressão bipolar. Os pacientes e os médicos acreditam que a pessoa sofra de depressão unipolar e que os episódios de mania são momentos de felicidade dentro deste quadro. O diagnóstico correto pode levar até dez anos. Se há erro, normalmente, são prescritos antidepressivos comuns a esses pacientes. Por mais que os medicamentos possam diminuir os sintomas da depressão, eles podem aumentar as chances da pessoa sofrer com o ciclo misto, aumentando as possibilidades de suicídio. “Além da medicação, é importante que as pessoas que convivem com o paciente consigam ler os sinais. Quando ele está hipomaníaco, por exemplo, tende a não perceber, mas quem está em sua volta, sim. É importante saber que as mudanças de hábito podem ser passíveis de atenção médica e que a depressão não é causada por preguiça, falta de caráter, entre outras crenças”, alerta o professor da Unifesp.

PARA O PACIENTE Com foco no difícil diagnóstico e controle da depressão bipolar e da esquizofrenia, a Daiichi-Sankyo Brasil lançou um antipsicótico atípico (cloridrato de lurasidona) aprovado para o tratamento de episódios depressivos associados à perturbação da depressão bipolar e para o tratamento da esquizofrenia em adultos. “O lançamento no Brasil é uma opção terapêutica para pacientes que atualmente enfrentam depressão bipolar I e esquizofrenia. A lurasidona constitui uma nova opção de tratamento que, além de eficaz, é bem tolerado”, explica o diretor médico do laboratório, Dr. Allyson Nakamoto. “O medicamento é uma alternativa para os médicos que tratam as duas doenças crônicas. No caso da depressão bipolar, por exemplo, o fármaco não apresentou alterações clinicamente significativas no peso, impactando diretamente na melhor adesão ao tratamento”, diz.

CONSCIENTIZAÇÃO GERAL Para ajudar não somente os pacientes, mas todos os profissionais de saúde, a Daiichi-Sankyo lançou uma campanha chamada “Depressão bipolar: está na hora


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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO BIPOLAR

DEPRESSÃO NÃO É TUDO A MESMA COISA Existem vários tipos da doença: a depressão bipolar não é a mesma coisa que a depressão que muita gente já ouviu falar. A depressão que a maior parte das pessoas conhece é a chamada depressão unipolar.

Depressão bipolar: refere-se exatamente à fase depressiva do transtorno bipolar. Embora o paciente também tenha alguns episódios eventuais de mania, o portador de depressão bipolar apresenta episódios predominantemente depressivos.

Sintomas: tristeza profunda, apatia, insônia, fadiga, perda de peso, dificuldade de concentração, baixa autoestima, pensamentos recorrentes de morte e pensamentos suicidas.

Costuma surgir entre os 15 e os 25 anos de idade, mas pode se manifestar em qualquer fase da vida.

2,2%

dos brasileiros têm a doença.

Diagnóstico: • Episódios prévios de alterações de humor; • Episódios atuais ou passados de depressão; • Sintomas depressivos antes dos 25 anos de idade; • Histórico familiar de suicídio; • Resposta negativa ao tratamento com antidepressivos.

15%

dos pacientes tiram a própria vida.

Tratamento: • A depressão bipolar não tem cura, mas pode ser tratada; • O tratamento não é o mesmo aplicado a outros tipos de depressão; • Diferentes tipos de depressão têm diferentes abordagens terapêuticas.

Fonte: Daiichi-Sankyo

de falar sobre isso”. O objetivo é alertar sobre a importância da conscientização a respeito da doença, que atinge mais de quatro milhões de brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). A campanha alerta para a importância de se falar sobre a depressão bipolar e, para isso, desenvolveu vários canais de comunicação para explicar tudo detalhadamente. O projeto quer informar o público leigo, influenciadores, profissionais de saúde e demais interessados. Entre as ações, foi desenvolvido um site sobre a patologia (www.vamosfalarsobreisso.com.br), incluin62

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do um vídeo animado que explica, de forma didática, quais são os sintomas e como eles afetam a vida dos pacientes, mudanças de comportamento, as reais dificuldades no diagnóstico e tratamentos disponíveis. A campanha tem, também, uma websérie inspirada em histórias reais relatadas em vídeo por pacientes que, em quatro episódios, contam suas vidas com a depressão bipolar antes e depois do início do tratamento adequado. Além disso, conta com o apoio de influenciadores digitais com foco em saúde mental para divulgar mais sobre depressão bipolar nas redes sociais.


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ESTUDO ACADÊMICO

Transtorno depressivo na adolescência

O

PATOLOGIA APRESENTA-SE COMO UMA DAS QUE MAIS INCIDEM EM ADOLESCENTES, DEVENDO SER DEVIDAMENTE DIAGNOSTICADA E TRATADA

BRUNO PASTI VIANA

Acadêmico do curso de Farmácia, 8º período, do Centro Universitário de Caratinga (MG) – Campus Nanuque. Orientando do Dr. Pedro Henrique Amorim Miranda, doutor em Ciências Biológicas/Bioquímica Metabólica e Fisiológica pela Universidade Federal de Ouro Preto (MG) e professor orientador do curso de Farmácia do Centro Universitário de Caratinga (MG) – Campus Nanuque 64

O transtorno depressivo se caracteriza como uma patologia clínica que acomete indivíduos de qualquer faixa etária, produzindo danos psicológicos e acometendo as múltiplas funções do organismo (Bahls, 2002). Segundo a American Psychiatric Association (APA), por intermédio do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), os sintomas básicos de um episódio depressivo em adolescentes (idade a partir dos doze anos) são: instabilidade, humor deprimido, desmotivação, prejuízo no desempenho escolar, baixa autoestima, ideias ou tentativas de suicídio, entre outros problemas (Kazdin e Marciano, 1998). Para tanto, o tratamento adequado surge como referencial buscado para recuperação da saúde e diminuição da disfunção causada pelos episódios agudos da doença, prevenindo sua recorrência. Posto isso, identificados os fatores precipitantes, o tratamento abarcará o uso de medicamentos, enfoque biopsicossocial, avaliação e terapia, planejamento educacional e treinamento de habilidades escolares (Scivoletto et al, 2003). No âmbito farmacêutico, o tratamento para depressão encontra res-

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paldo em medicamentos específicos para esse fim, com o fito de atingir a remissão (melhora dos sintomas), sendo que, “atualmente, podemos dividi-los de acordo com o mecanismo de ação proposto, aumentando a eficiência sináptica da transmissão monoaminérgica. Medicamentos antidepressivos produzem aumento na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo, bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em autorreceptores pré-sinápticos (Bezchlibnyk-Butler KZ et al, 1999; Moreno et al, 1999).” Ante o exposto, vêm à tona o papel do farmacêutico, que atua principalmente no varejo e que no plano concreto possui visão completa e crítica em relação aos medicamentos utilizados no tratamento dessa patologia. Esse profissional conseguirá avaliar, de forma específica para cada pessoa, a eficácia de um fármaco, e atuar, juntamente ao contexto social, psicológico e médico, para alcançar os melhores resultados possíveis, atingindo os objetivos principais do tratamento: o desenvolvimento correto do adolescente, a garantia da saúde e da qualidade de vida. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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ESTRESSE E ANSIEDADE

À flor da pele SENSAÇÕES RUINS FAZEM PARTE DO COTIDIANO DE MILHÕES DE BRASILEIROS. LIDAR COM ISSO NEM SEMPRE É FÁCIL E A SAÍDA ESTÁ NA PREVENÇÃO

N

POR ADRIANA BRUNO

No dia a dia, seja no trabalho, em casa, em uma roda de amigos, na academia, quem nunca ouviu alguém dizer que está estressado? Ou que se considera ansioso? Raro encontrar quem nunca tenha presenciado uma declaração assim. Nessa montanha russa em constante movimento que é a vida, situações que provocam estresse é o que não faltam. E elas podem ser de todo o tipo: uma discussão doméstica, o trânsito impraticável das grandes cidades, o excesso de trabalho, a falta dele, uma doença na família, o fim de um relacionamento, enfim, motivos para que o organismo

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desencadeie uma série de reações às tais situações de estresse. Sim, ele nada mais é do que uma reação do organismo diante de alguma situação inesperada ou que exija uma adaptação repentina. “Essa reação se manifesta por meio de componentes físicos, hormonais, mentais ou neuroquímicos e psicológicos. Em outras palavras, o estresse é um sinal de alerta que significa tensão, sobrecarga ou desgaste provocado por alguma situação ou problema”, conta o psiquiatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Pedro Daniel Katz. Segundo ele, por ser um sinal de alerta, o estresse é positivo, pois permite a prevenção de problemas mais sérios. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


CALMANTES E ANSIOLÍTICOS FITOTERÁPICOS Para aliviar os sintomas causados por quadros de estresse e ansiedade são prescritos, muitas vezes, calmantes e ansiolíticos. Os ansiolíticos são medicamentos indicados para a ansiedade, objetivando a sua diminuição, e atuam no organismo diretamente nas áreas responsáveis para o controle da ansiedade e do estado de alerta, promovendo sensação de relaxamento. “São também chamados de tranquilizantes e calmantes. Em alguns casos, são recomendados para insônia, devido à sonolência que podem provocar”, explica a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti. Segundo ela, um dos principais grupos é o dos benzodiazepínicos. “O efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos está relacionado com o sistema gabaminérgico do sistema límbico. O ácido-gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor com função inibitória capaz de atenuar as reações serotoninérgicas responsáveis pela ansiedade”, diz. A farmacêutica explica que as drogas ansiolíticas diminuem a ansiedade, moderam a excitação e acalmam o paciente. O mecanismo de ação se baseia na atuação nos sistemas inibitórios de neurotransmissão do ácido-gama-aminobutírico (GABA), além de provável ação direta na indução do sono não REM (movimentos rápidos dos olhos). Ela acrescenta que um dos fitoterápicos mais utilizados é a Passiflora incarnata, que atua na insônia e na hiperexcitabilidade nervosa induzindo ao sono próximo do fisiológico. “Normalmente, medicamentos contendo Passiflora incarnata são indicados para tratar estados de irritabilidade, agitação nervosa, insônia e desordens da ansiedade. Saliente-se que o medicamento contendo Passiflora incarnata não deve ser usado com medicamentos sedativos e depressores do sistema nervoso central (SNC)”, alerta.

“Entretanto, quando há desrespeito ou falta de importância a esse alerta do organismo, o estresse assume um caráter negativo, podendo se tornar crônico – que é o que afeta a maioria das pessoas –, ou agudo, ou seja, mais intenso e normalmente resultante de situações traumáticas”, alerta. É importante frisar que o estresse está diretamente relacionado à qualidade de vida e, consequentemente, à saúde e ao bem-estar do indivíduo. Em outras palavras, quando o organismo reage de forma equilibrada às tensões e pressões externas, permitindo que as pessoas mantenham de forma saudável todos os seus relacionamentos e atividades cotidianas, incluindo as esportivas e de lazer, considera-se que o indivíduo está no nível positivo de estresse. “Porém quando, de alguma forma, ele começa a perder o equilíbrio, entra-se no limite entre saúde e doença”, completa o Dr. Katz.

E A ANSIEDADE? Muitas vezes confundida ou associada ao estresse, a ansiedade é, na verdade, um estado psíquico de inquietação, angústia, apreensão ou medo que pode ser condizente com a situação vivida e, portanto, considerada normal, ou patológica, quando passa a ser uma constante. De acordo com a psicóloga clínica e hospitalar do Depar-

tamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein, Ana Lúcia Martins, as duas coisas não andam, necessariamente, juntas. “O estresse é desencadeado por uma situação específica que pode estar relacionada a prazos, desempenho ou cumprimento de metas, por exemplo, e à possibilidade de recompensa, frustração ou punição. Já a ansiedade está relacionada a uma antecipação de desfechos para situações que podem nem sequer estar presentes no momento e que geram, além de expectativas, algum nível de inquietação ou sofrimento”, explica. Ela ainda reforça que quando se fala de ansiedade ou de estresse, há referência a respostas frente à percepção real ou imaginária a uma ameaça e o organismo está preparado para responder automaticamente com a chamada “reação de luta ou fuga”. “Esta reação é desencadeada pela percepção de ameaça, que pode ser física, psíquica, moral etc., e subsequente liberação de mediadores de resposta fisiológica, sendo as catecolaminas os principais”, diz, e complementa: “e é por esta razão que a pessoa em um pico de estresse ou em uma crise de ansiedade sente palpitação e frio nas extremidades como pés, mãos e nariz. Isso acontece porque o sangue se concentra nos músculos de forma a favorecer com que o organismo tenha for2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

ESTRESSE E ANSIEDADE

ça para fugir ou para lutar e a circulação diminui nas extremidades para minimizar o volume de sangramento caso ocorram ferimentos”.

MILHÕES DE PESSOAS SOFREM COM OS PROBLEMAS Quem sente na pele os sintomas de quadros de estresse e ansiedade precisa saber que não está só. Esses problemas e suas consequências, incluindo alguns quadros depressivos, são as doenças que mais afetam a vida no mundo todo. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 300 milhões de pessoas vivem com quadros de ansiedade e depressão no mundo, e o número de indivíduos cresceu 18% entre 2005 e 2015”, diz o Dr. Katz. Para ele, fatores ligados ao aumento de competitividade, desempenho e obtenção de resultados reforçam o crescimento dessas taxas. “Atualmente, diagnosticamos quadros ansiosos e de estresse grave cada vez mais cedo, incluindo em crianças e adolescentes. Além disso, detectamos hoje a falta do aprendizado adequado para a ‘tolerância a frustrações’, bem como a aceitação sobre limites pessoais, fazendo com que, além das pressões externas, exista uma autocobrança por um superdesempenho, onde não são aceitas as possibilidades de falhar, rever, corrigir, se adaptar às limitações”, revela. Voltando aos sintomas, eles podem ser físicos, psíquicos e comportamentais. No estresse, por exemplo, os primeiros que aparecem são os físicos: frio na barriga, sudorese e palpitação. “Essas sensações levam a interpretações que geram emoções e sentimentos, levando por fim a alterações comportamentais. É necessário considerar que mesmo quando tudo na história do paciente leva a crer que se trata de ansiedade ou de um período de estresse, é necessário descartar doenças orgânicas que podem manifestar-se com sinais e sintomas semelhantes”, explica Ana Lúcia. O estresse e a ansiedade podem ainda afetar o bem-estar geral do indivíduo, aumentar suas apreensões e levar a interpretações errôneas da realidade, afetando os relacionamentos, o desempenho intelectual e também o profissional. Esses quadros podem até desencadear algumas doenças para as quais o indivíduo já tenha predisposição. “Destaco como mais comum a associação com a hipertensão e a descompensação do diabetes. Também é sabido que, por exemplo, a depressão é fator independente para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, apesar de o mecanismo pelo qual isso ocorre não estar completamente elucidado. O fato é que, seja pelos mediadores endógenos ou pelo comportamento adotado nos cuida68

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DICAS PARA AFASTAR O ESTRESSE DO DIA A DIA. ORIENTAÇÃO AO PACIENTE É FUNDAMENTAL Vida pessoal: • Aprender a se desligar assistindo à TV, lendo um livro, ouvindo música, cuidando das plantas, brincando com o animal de estimação; • Valorizar férias e finais de semana, viajando sempre que possível; • Unir-se a pessoas com as quais tenha maior grau de afinidade; • Sair para se divertir e conversar sobre seus problemas com os amigos; • Praticar atividade física prazerosa; • Manter um bom peso, adquirir hábitos alimentares saudáveis, estar sempre dentro dos limites e possibilidades; • Procurar relaxar, fazer massagens, ioga ou meditação, são boas alternativas; • Preservar a liberdade pessoal e os momentos de privacidade; • Pensar nos outros (já foi comprovado que as atividades filantrópicas aumentam a autoestima e diminuem o estresse). Vida profissional: • Canalizar a atenção para coisas importantes: prioridades e administração do tempo; • Procurar não almoçar no ambiente de trabalho e caminhar um pouco; • Evitar ser interrompido durante os afazeres. Cuide de um assunto por vez; • Não adiar problemas desconfortáveis; • Identificar os próprios limites e não ocupar totalmente sua agenda diária; • Estabelecer relações de companheirismo; • Negociar prazos compatíveis para os projetos mais importantes; • Não encarar todas as situações da vida como um desafio; • Em casos de grande pressão, procurar dar uma pausa no trabalho e fazer um pequeno exercício de relaxamento; • Ao sair do escritório, deixar a preocupação para trás; • Não levar trabalho para casa. Fonte: psiquiatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Pedro Daniel Katz


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ESPECIAL SAÚDE

ESTRESSE E ANSIEDADE

dos com a própria saúde, os estados emocionais são participantes dos adoecimentos, podendo configurar-se como fatores de risco ou de proteção”, explica a psicóloga.

O ESTRESSE E O CORTISOL Produzido pelas glândulas adrenais, o cortisol é um hormônio, chamado de glicocorticoide, pois se refere à grande capacidade reguladora dos níveis de glicose. Ele está diretamente relacionado a situações de estresse (seja físico ou mental). Em condições que o corpo entende como estressantes, existe um estímulo para que as adrenais produzam esse cortisol, de modo a regular, principalmente, os níveis de glicose no sangue. “A glicose é a principal fonte de energia do corpo e, nesses casos, é como se ele, de repente, jogasse um hormônio para aumentar a quantidade de glicose no sangue, proporcionando mais energia”, conta o endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Rodrigo Moreira. O médico acrescenta ainda que o cortisol é um hormônio essencial à vida. “Sem a produção dele, teremos baixos níveis de glicose e pressão, por exemplo, e as doenças em que a pessoa não produz o cortisol são quase que incompatíveis com a vida, para se ter ideia da importância desse hormônio”, diz. O problema se dá quando há excesso de cortisol no organismo. Se isso acontecer, o sinal de alerta é imediatamente ligado e é preciso controlar as causas para evitar graves consequências no futuro. “O excesso de cortisol é uma predisposição para o diabetes, além de promover um pouco de retenção de água no organismo, o que leva ao aumento da pressão. Ele também é responsável por depositar gordura no lugar errado, especialmente no abdômen, causando excesso de gordura visceral. O excesso do cortisol também aumenta a chamada reabsorção óssea e predispõe à osteoporose. É um hormônio que, em níveis fisiológicos normais, é importante para o organismo, mas que em situações de excesso causa uma série de alterações metabólicas”, alerta o Dr. Moreira. Ele diz ainda que hoje existe uma relação direta, e que todo paciente com quadros depressivos, ansiosos ou de estresse tem excesso de cortisol. “Ao tratar essas alterações, o próprio controle desse estresse mental diminui as ativações das adrenais e normaliza os níveis de cortisol. Não é preciso fazer uso de medicamento para tratar o excesso de cortisol nesses pacientes, basta tratar as doenças de base”, afirma.

PREVENÇÃO É A PALAVRA DE ORDEM Quando se fala em tratamento, o Dr. Katz é categórico em afirmar que o estresse não é tratado, e sim prevenido. Para ele, quando se fala em tratar o estresse, cuida-se, 70

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na realidade, das doenças já presentes no corpo. “Tudo o que devemos pensar deve ser no sentido de prevenir problemas futuros. Vale buscar equilíbrio entre vida pessoal e profissional. De forma simples, seria dizer sobre como obter máximo desempenho com o mínimo de desgaste. Organize o dia de forma sensata e prática”, diz.

TRATAMENTOS RECOMENDADOS Em relação ao tratamento, antes de qualquer intervenção terapêutica é necessário um diagnóstico adequado, sistêmico, para que sejam oferecidas orientações específicas a cada indivíduo. “É fundamental buscar auxílio profissional adequado ante a percepção de que algo não esteja bem, evitando a automedicação, que pode agravar os quadros não bem diagnosticados. Esse processo permite identificar as mudanças emocionais, químicas e hormonais do indivíduo e estabelecer um tratamento adequado”, recomenda. Ainda segundo o psiquiatra, após avaliação, o especialista poderá escolher o melhor tratamento, indicando, dependendo de cada caso, suporte farmacológico, acompanhamento psicológico, apoio e orientação familiar, ou ainda outras medidas de suporte e sustentação, incluindo-se aqui, por exemplo, diversas formas de atividades físicas e ocupacionais, dependendo do nível de acometimento em cada situação. Já a ansiedade, segundo a psicóloga Ana Lúcia, requer psicoterapia, pois os fatores contribuintes estão relacionados à história de vida e à estrutura de personalidade, e também acompanhamento psiquiátrico, pois medicações para tratamento e eventualmente alívio nas crises podem ser necessárias. “Deve-se ressaltar que é importante diferenciar as medicações utilizadas para alívio de sintomas, como os tranquilizantes que apresentam potencial de tolerância e dependência, das medicações que atuam nos neurotransmissores e que têm como objetivo tratar a questão relacionada ao humor”, comenta. Ela ainda reforça que a “automedicação começa com um autodiagnóstico, o que é absolutamente temerário, já que as questões relativas à saúde mental são complexas e apenas profissionais estão aptos a formular hipóteses diagnósticas e por meio do acompanhamento do paciente refinar sua avaliação e definir o melhor tratamento, que pode exigir o uso combinado de medicações, além de considerar as interações com outros medicamentos de uso esporádico ou contínuo feito pelo paciente”. Para ela, sem estes cuidados, a pessoa pode ter uma piora do quadro de humor, além de outros problemas que podem ser desencadeados. “Sem contar que pode atrasar o diagnóstico de uma outra doença grave que tenha como manifestação sintomas parecidos com os percebidos pelo paciente”, finaliza.


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DOR MUSCULAR

Consequências do excesso e da falta de cuidado EXERCÍCIOS FÍSICOS SEM ORIENTAÇÃO, FEITOS DE MANEIRA EXAGERADA OU ERRADA, OU COM SOBRECARGA, PODEM CAUSAR ESTIRAMENTOS DO MÚSCULO, TENSÕES, RUPTURA DE FIBRAS, ENTRE OUTROS PROBLEMAS QUE GERAM INFLAMAÇÃO E MUITA DOR POR LAURA MARTINS

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


A

Aos poucos, as pessoas estão buscando ser mais saudáveis, alimentando-se bem e praticando atividades físicas. Porém os exercícios podem se tornar um problema se não forem feitos com a supervisão de um profissional que ajude a entender como cada um deve ser realizado, qual a carga usada, entre outros detalhes que parecem não ter importância em um primeiro momento. Isso porque os esportes podem causar lesões e, consequentemente, dores musculares, comuns não somente aos atletas profissisonais, mas em praticantes amadores e até naqueles que decidem somente jogar futebol aos finais de semana, por exemplo. “As principais causas de lesões são a falta de condicionamento físico, a prática esporádica de atividades físicas de forma mais intensa e o excesso de exercício para uma musculatura não preparada. A lesão muscular, também chamada de estiramento ou distensão muscular, é o resultado de uma lesão tanto no músculo como no tendão. Pode ser um simples estiramento, como uma pequena ruptura de fibras musculares, a um rompimento parcial ou completo na junção músculo-tendínea”, explica o ortopedista e subespecialista em cirurgia de coluna minimamente invasiva da Clínica Ortosul, Dr. Rodrigo Souza Lima. Ou seja, a contusão acontece quando o músculo é submetido a uma força súbita de compressão. No estiramento, o músculo sofre uma força excessiva, levando à sobrecarga e à ruptura. As lesões podem acontecer durante qualquer tipo de atividade, basta que o músculo sofra uma pressão ou força maior do que a que está acostumado. Segundo a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, as lesões mais comuns são as decorrentes do excesso de uso, ou seja, do efeito cumulativo do estresse nas estruturas anatômicas, como traumatizar músculos, tendões, cartilagem, ligamentos, bolsas, fáscia e osso em quaisquer combinações, e estão rela cionadas a fatores extrínsecos (como erros de

OPORTUNIDADE AO PONTO DE VENDA Não somente os medicamentos, mas os produtos ortopédicos, são comumentemente buscados por aqueles que sofrem com uma lesão muscular. Quando a farmácia não tem uma loja especializada por perto como concorrente, é interessante trabalhar este tipo de item para aumentar o tíquete médio de compra. Talas, munhequeiras e suportes são alguns dos produtos que podem fazer parte da composição das vendas. Eles entram como itens complementares, ou seja, são vendas adicionais, e não de destino. Os acessórios devem ser expostos próximos aos produtos de primeiros socorros e analgesia no ponto de venda (PDV). Porém é importante salientar que são produtos de baixo giro e que ocupam muito espaço, por isso, o custo-benefício se justifica somente se não houver casas especializadas na região. Fonte: consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso

treinamento, equipamentos, condições do ambiente etc.) e/ou intrínsecos (fraqueza muscular, assimetria de membros, lesões anteriores etc.). Entre as lesões mais comuns, estão aquelas de membros inferiores, principalmente da região posterior da coxa. Há, ainda, as lesões de quadríceps (anterior) e do gastrocnêmio (panturrilha). “As dores lombares, geralmente, ocorrem por sobrecarga mecânica, ao realizar exercícios de levantamento de peso de maneira errada, ficar muito tempo em uma posição viciosa e pelas posturas incorretas no dia a dia. Tudo isso pode contribuir com as dores nas costas. É importante ressaltar que 80% das dores lombares não possuem causa 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

DOR MUSCULAR

MEDICAMENTOS TÓPICOS E LOCAIS

Anti-inflamatório oral: a inflamação é uma resposta do sistema imunológico a uma infecção ou lesão nos tecidos, aumentando o fluxo sanguíneo na região atingida para facilitar o transporte das células do sistema imunológico contra o agente agressor. Os anti-inflamatórios atuam amenizando ou impedindo manifestações do processo inflamatório como calor, rubor e dor. Os mais usados para traumas e contusões são os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

Adesivos térmicos: a disponibilização de adesivos térmicos, particularmente os que fornecem calor, poderá manter aquecido o local por aproximadamente oito horas.

Analgésicos: podem ser classificados como analgésicos não opioides, analgésicos opioides (narcóticos) e analgésicos adjuvantes (que são administrados por outra razão que não dor, mas que podem contribuir para minimizá-la). Os mais usados no caso de lesões musculares são os não opioides como o ácido acetilsalicílico, paracetamol, ibuprofeno e dipirona sódica.

Bolsas para alívio de dores e inchaço: em relação à colocação de gel, há possibilidades como o aerossol “ice”, que deve ser aplicado sobre uma toalha e, em seguida, no local machucado. As bolsas de gelo instantâneo, tipo “icebag”, são descartáveis, de uso imediato e podem ser utilizadas por até 40 minutos. Após ativadas, diminuem a temperatura em até -3ºC.

Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti

ou diagnóstico específico, porém, é necessária uma correta avaliação de um profissional para se descartar doenças mais graves”, alerta o coordenador científico do Núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Sírio-Libanês e ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Tiago Lazzaretti. Para diminuir as chances de sofrer com os estiramentos, as pessoas podem tomar algumas pequenas precauções. De acordo com o médico do esporte e coordenador do Centro de Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho, Dr. Ricardo Nahas, é 76

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preciso ter bom condicionamento físico, mantendo músculos abdominais e paravertebrais fortalecidos, além de se sentar corretamente, mantendo costas e pés apoiados, e deixar os objetos de trabalho à mão; isso auxilia na postura e diminuição das dores. Cada esporte tem inclinação para um tipo de lesão diferente, de acordo com os músculos mais usados durante a sua prática. No caso do futebol, os machucados mais comuns são nos músculos isquiotibiais ou “posteriores da coxa”. Na corrida, são dores nos tendões relacionados aos músculos dos quadríceps (tendinopatia patelar e quadriceptal) e músculo da fáscia lata (trato iliotibial); a caminhada, ge-


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ESPECIAL SAÚDE

DOR MUSCULAR

ralmente, não causa dores musculares se praticada com material esportivo adequado, como tênis. Pode haver alguma dor nas articulações dos joelhos, por exemplo, se a pessoa não estiver com a musculatura dos membros inferiores bem trabalhada. “A natação, normalmente, causa lesões musculares ou tendinopatias nos membros superiores, como é o caso das lesões do ombro ou manguito rotador. O cross fit e a musculação podem causar lesões de acordo com o local ou músculo que está sendo trabalhado em excesso”, adiciona o Dr. Lazzaretti. Os dois últimos, assim como o futebol, costumam apresentar maior incidência de lesão por serem exercícios de explosão, velocidade e força, segundo informa o Dr. Nahas. Já esportes como a natação e a caminhada, por exigirem resistência dos músculos, apresentam menos contusões.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO Para que as lesões diminuam ou não incomodem tanto, é preciso que as pessoas tenham um bom condicionamento físico. Além disso, é indicado fazer alongamentos musculares antes e depois dos exercícios, fortalecimento muscular, manter uma alimentação saudável e praticar as atividades físicas de forma progressiva. Mas caso o atleta já esteja sofrendo com algum problema, certas medidas podem ajudar a curar a lesão. O tratamento inicial deve ser feito com repouso, aplicação de gelo por 20 minutos, proteção do membro com um imobilizador, compressão com esparadrapagem ou faixa, e elevação. Em um segundo momento, pode ser necessário realizar fisioterapia com analgesia, alongamentos, fortalecimento e posterior retorno aos movimentos do esporte. “A dor pode ser aliviada, inicialmente, com o uso de gelo no local acometido, além do repouso e da proteção do referido músculo ou grupo muscular. Não se recomenda, após a suspeita de uma lesão, continuar na partida ou jogo”, salienta o médico do Hospital Sírio-Libanês. Há, também, medicamentos de uso tópico que contêm fármacos como, por exemplo, salicilato de metila, extrato de beladona, cânfora e arnica para o alívio de dores localizadas em articulações e músculos. Pode ser necessária, ainda, a administração 78

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2018

de anti-inflamatórios de uso tópico ou de uso oral, conforme o quadro apresentado. “Além disso, há a possibilidade de utilização de bolsas de gelo que são aplicadas no local, principalmente após a ocorrência dos eventos, por um tempo restrito e que devem ser repetidas três vezes ao dia, nos dois primeiros dias. Isso reduzirá o inchaço e a dor, além de limitar a extensão da lesão”, comenta Maria Aparecida. Já as bolsas de água quente nunca devem ser usadas logo após a lesão ou se o local apresentar sinais de inflamação, pois o calor contribui para a piora do quadro. Elas são indicadas no caso de alguma tensão muscular crônica, isto é, algum músculo tenso, pois o calor alivia a contração muscular excessiva apenas temporariamente.


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TABAGISMO

Livre do fumo

O NÚMERO DE TABAGISTAS ESTÁ DIMINUINDO EM TODO O MUNDO, MAS MANTER A POPULAÇÃO BEM-INFORMADA É ESSENCIAL PARA QUE OS USUÁRIOS TENHAM ACESSO A TRATAMENTOS E HÁBITOS QUE OS AJUDEM A ACABAR COM O VÍCIO E TER UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL POR LAURA MARTINS 80

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


E

Ele é causador do maior número de mortes evitáveis no mundo. Um terço da população mundial adulta, ou seja, aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas, são viciadas nele, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa dele. São perdidos R$ 56,9 bilhões a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade. Do total de mortes que ocorrem no País, 12,6% são atribuíveis a ele, segundo um estudo feito pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Não é difícil imaginar que o causador de todos esses problemas seja o cigarro. Mas existem boas notícias sobre o tabagismo. Dados do estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2017 (Vigitel) apontam que a frequência do consumo de tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras diminuiu 36%, entre 2006 e 2017. Em 2016, o número total de fumantes era de 10,2%. Quando separada por gênero, a frequência de fumantes, em 2017, é maior no sexo masculino (13,2%) do que no feminino (7,5%). Se analisada por faixa etária, a ela é menor entre os adultos com 65 anos de idade ou mais (7,3%). Já as faixas etárias de 18 a 24 anos (8,5%) e de 35 a 44 anos (11,7%) apresentam um pequeno aumento em relação ao ano anterior, quando foram registrados 7,4% e 10%, respectivamente. A frequência do hábito de fumar é maior entre os adultos com menor escolaridade (13,2%) e cai para 7,4% entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo. O inquérito também revelou que entre as capitais com maior prevalência de fumantes estão Curitiba (15,6%), São Paulo (14,2%) e Porto Alegre (12,5%). Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes (4,1%). “A história do tabagismo se confunde com a da cultura humana. No século passado, eram os homens que trabalhavam e assumiam todas as funções fora de casa. Eles tinham mais iniciativas sociais e o tabagismo era uma prerrogativa masculina. Mas isso vem mudando com a evolução da sociedade, ainda que os números não sejam iguais. Com o passar dos anos haverá, provavelmente, igualdade entre os gêneros,

mas isso ainda é um resquício da sociedade”, contextualiza o cardiologista e coordenador médico do Pronto Atendimento do BP Mirante, Dr. Marcelo Sampaio. Porém, o que faz alguém começar a fumar, se todos sabem que faz mal? Para o pneumologista da Unidade Referenciada Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Elie Fiss, a maior parte das pessoas experimenta o tabaco na adolescência, para se exibir para os amigos. A idade média é de 16 anos e a maioria começa a fumar antes dos 19 anos de idade. Então até essa idade ou até os 21 anos, é preciso adotar muitas medidas para evitar que a pessoa comece a fumar e é necessário um investimento maior em auxílio para o tratamento do tabagismo. O cigarro antigamente estava relacionado ao glamour, era visto na televisão como um hábito de pessoas ricas e bonitas. Ainda hoje o jovem quer parecer mais velho, imitar os pais ou outros adultos a sua volta. Por isso, a adolescência ainda é uma fase em que é preciso trabalhar muito para que o jovem não se inicie no tabagismo. “Algumas ações já fizeram um grande serviço, como a proibição de propaganda na televisão, já que elas eram extremamente glamourosas. Outra ação importante foi a proibição do tabagismo em ambientes fechados e públicos”, revela ele. Hoje, o ato de fumar tornou-se uma ação antissocial, já que as pessoas são divididas entre as que fumam ou não, em ambientes públicos. Antigamente, a área do fumante era a melhor dentro dos lugares; depois, isso se inverteu, e agora já não se pode fumar dentro de lugar algum. Segundo a pesquisa Vigitel, se o custo do cigarro aumentasse 50% no País, essa seria uma das medidas mais efetivas para controlar o consumo de tabaco. Em dez anos, a ação poderia evitar 136.482 mortes, 507.451 infartos agudos do miocárdio e eventos cardíacos, 100.365 acidentes vasculares cerebrais (AVCs), 64.383 novos casos de cânceres e 4.076.353 anos de vida perdidos por morte ou incapacidade.

O VÍCIO DO TABACO O corpo é como se fosse uma casa com uma porta. As pessoas que não fumam mantêm essa casa com a porta fechada, e aquelas que fumam, vão abrindo a porta para as substâncias tóxicas. 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

TABAGISMO

“Essas substâncias, principalmente a nicotina, entram nessa casa (células) fazendo conexões com os receptores cerebrais, provocando dependência – primeiro psíquica e depois química. Então, ao parar de fumar, a pessoa se sente mal e tem sintomas de abstinência”, diz o Dr. Sampaio. O grande problema, segundo o Dr. Fiss, é que a nicotina tem uma inalação muito rápida. Em menos de um segundo ela já atinge o cérebro. Lá, chega aos receptores nicotínicos e libera uma sensação de prazer e satisfação e acaba se tornando necessária ao organismo. Para algumas pessoas, a nicotina consegue melhorar a tensão e a memória. Ela também tem um efeito antidepressivo. Porém, conforme o tempo passa, esses efeitos de bem-estar duram cada vez menos e o usuário precisa diminuir o intervalo entre um cigarro e outro. “Quando uma pessoa para de fumar, ela precisa estar muito bem preparada psicologicamente, tem de estar com estabilidade emocional para evitar os sintomas da dependência. Entre os principais efeitos estão a exagerada vontade de buscar o fumo e a ansiedade. A partir daí o usuário tem sintomas físicos como taquicardia, elevação da pressão, suores e desconforto no peito. Tudo isso faz com que ele tente buscar o cigarro novamente. Mas os sintomas não evoluem, a abstinência dura de três a cinco minutos, volta mais tarde, mas tem uma certa estabilidade”, resume o cardiologista do BP Mirante. Ajuda a parar de fumar, também, a dissociação de hábitos. Os usuários acostumam-se a tomar café e fumar, usar bebida alcoólica e fumar, almoçar e fumar logo em seguida, entre outros costumes. Tirar essa parte do vício é importante para que não se tenha desejos de uma maneira psicológica. Existe certo comodismo, também, entre as pessoas que querem parar de fumar. O corpo humano não gosta de situações que são modificadas e trazem mal-estar. Quando a pessoa tenta parar de fumar, o cérebro diz: “não, eu preciso dessa substância, não pare”. Por isso, é um balanço entre a força de vontade e os elementos de estabilidade emocional versus a substância que está nos receptores. “Não existe um uso seguro do cigarro. Ele pode causar cânceres, hipertensão, bronquite crônica, infarto, angina, doenças arteriais, entre outras. As mulheres que fumam têm maior incidência de embolia pulmonar, além de o cigarro causar complicações na gravidez, menopausa precoce, infertilidade, impotên82

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cia sexual, osteoporose e úlcera no aparelho digestivo. O corpo todo fica prejudicado, além de ser óbvio que o pulmão seja o órgão com maior área de exposição”, alerta o pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

ANÁLISE DE DEPENDÊNCIA Para saber se uma pessoa já está viciada, alguns testes podem ser feitos não só pelo médico, mas pelo próprio usuário. Um deles é chamado de Teste de Fagerström, que estima o grau de dependência da nicotina. De acordo com o médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a partir de seis questões é possível entender um pouco melhor o vício. São elas: 1. Quanto tempo após acordar a pessoa fuma o seu primeiro cigarro: a) Dentro de cinco minutos. (3 pontos) b) Entre seis e 30 minutos. (2 pontos) c) Entre 31 e 60 minutos. (1 ponto) d) Após 60 minutos. (0 ponto) 2. A pessoa acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas, bibliotecas, cinemas, ônibus, entre outros? a) Não. (0 ponto) b) Sim. (1 ponto) 3. O primeiro cigarro da manhã é o que mais proporciona satisfação? a) Não. (0 ponto) b) Sim. (1 ponto) 4. A pessoa fuma mais nas primeiras horas da manhã do que no resto do dia? a) Não. (0 ponto) b) Sim. (1 ponto) 5. A pessoa fuma mesmo quando está acamada por alguma doença? a) Não. (0 ponto) b) Sim. (1 ponto) 6. Quantos cigarros são fumados por dia? a) Menos de 11. (0 ponto) b) De 11 a 20. (1 ponto) c) De 21 a 30. (2 pontos) d) Mais de 30. (3 pontos)


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ESPECIAL SAÚDE

TABAGISMO

FARMÁCIAS COMO PILAR DE AJUDA Os farmacêuticos têm um papel bastante importante no processo daqueles que desejam parar de fumar. Para isso, as farmácias e drogarias podem criar campanhas de prevenção e de orientação. O objetivo é mostrar às pessoas que elas podem deixar de fumar. A farmácia oferece avaliação gratuita nos dias de campanha a fim de conhecer o hábito tabágico, o grau de dependência nicotínica, entre outras informações do paciente, e, após essa avaliação, orienta sobre opções de tratamento, diretamente na farmácia ou com auxílio médico. As campanhas são válidas porque todas as pessoas sabem que o cigarro faz mal e que é importante parar de fumar, mas não sabem como fazer. Se o paciente estiver consciente dos benefícios de parar e estiver disposto a tentar, a farmácia o auxilia, desenhando um plano de tratamento e suporte que vai desde o uso de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), como adesivos ou gomas de reposição nicotínica, até estratégias comportamentais para evitar recaídas. Além disso, o fato de o farmacêutico ser acessível é um fator determinante. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que menos de 10% dos fumantes conseguem ajuda profissional para deixar de fumar. O farmacêutico é para esse paciente a referência com quem contar desde a escolha do tratamento até o suporte durante os primeiros meses de cessação, que são os mais difíceis. Normalmente, as farmácias escolhem o mês de maio para fazer as campanhas, por causa do Dia Mundial sem Tabaco, mas é possível realizá-las também em outras épocas, a critério da farmácia. Fonte: coordenador do programa Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Cassyano Correr

Conforme a soma de resultados, a pessoa tem uma estimativa do nível do seu vício: • 0 a 2 – Muito baixo • 3 a 4 – Baixo • 5 – Médio • 6 a 7 – Elevado • 8 a 10 – Muito elevado “A pessoa que fuma um cigarro e em menos de uma hora quer fumar outro, está viciada. Esse desejo constante é a marca do vício. Existem pessoas que fumam uma vez por semana, outras uma vez a cada quinze dias. Normalmente, o vício é marcado pelo ato constante de buscar o cigarro e fumar”, contextualiza o Dr. Sampaio. Para que o usuário abandone o vício, o primeiro passo é que ele tenha informação. As campanhas feitas por hospitais, entidades, Organizações não Governamentais (ONGs) e farmácias ajudam diretamente àqueles que buscam auxílio. Além disso, pode ser necessário um psicólogo e/ou psiquiatra para o apoio psicoemocional. Praticar esportes e adotar hábitos saudáveis e atividades de hobby e lazer também pode ser essencial na vida de quem decide parar de fumar. 84

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2018

AUXÍLIO MEDICAMENTOSO Mas quem não consegue acabar com o vício sozinho conta com algumas opções terapêuticas medicamentosas. “Os medicamentos agem tentando substituir a nicotina por substâncias que são manipuladas quimicamente e podem ser interrompidas. Elas estabilizam a ansiedade e a vontade de fumar. Porém o medicamento mais efetivo tem uma taxa de sucesso de 35% a 40% – a ação bem-sucedida é a vontade própria de cada paciente”, comenta o cardiologista Dr. Sampaio. São dois os exemplos de medicamentos: o adesivo, que faz a reposição da nicotina no corpo, e os chicletes de nicotina, que o paciente vai diminuindo a dosagem conforme diminui o número de chicletes. Existe, ainda, psicoterapia em grupo ou individual. É importante que o fumante tenha a orientação correta antes de fazer uso desses medicamentos, pois eles têm outras ações e efeitos colaterais. É necessário, também, discutir opções, posologia, redução gradual do número de cigarros. As estatísticas revelam que quem interrompe o vício de forma bruta tem mais sucesso, mas é preciso ter equilíbrio. A interrupção gradual ajuda até certo estágio.


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ESPECIAL SAÚDE

TABAGISMO

DADOS ALARMANTES O cigarro mata

O tabagismo está associado a mais de

7 milhões

50 tipos

de pessoas anualmente, o que corresponde a mais da metade dos usuários, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

de doenças. Entre elas estão:

• Diversos tipos de câncer (pulmão, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, entre outros); • Doenças do aparelho respiratório (enfisema, bronquite crônica e asma); • Doenças cardiovasculares. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, os fumantes vivem, em média,

10 anos menos que aqueles que não fumam.

O QUE ACONTECE QUANDO UMA PESSOA PARA DE FUMAR?

20 minutos: a frequência cardíaca e a pressão arterial voltam aos níveis normais.

48 horas: as terminações nervosas começam a se regenerar. O olfato e o paladar melhoram.

2 semanas: a função pulmonar começa a melhorar.

1 ano: o risco de doença coronária cai para a metade.

Ao parar de fumar, a vida financeira da pessoa melhora:

Quem fuma um maço de cigarros por dia gasta em média R$

R$ 8. Por ano, o gasto médio sobe para R$ 2.880.

5 anos: o risco de ter um derrame é o mesmo de uma pessoa que nunca fumou.

10 anos:

o risco de morrer de câncer de pulmão cai para a metade em comparação com quem fuma.

240 por mês, considerando um custo de

Com esse dinheiro, ela poderia: • Comprar uma passagem aérea para os Estados Unidos; • Pagar à vista o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); • Quitar uma parte do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); • Ir mais ao cinema, teatro e shows. Fonte: SulAmérica Saúde

Existem diferentes pontos de vista para que uma pessoa possa considerar-se curada. Se ela não tem nenhuma vontade física de fumar, mesmo na presença de pessoas que fumam, é um bom sinal, por exemplo. “Tem gente que vai considerar um ano sem fumar, outros, cinco anos, e assim por diante. Parti86

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cularmente, eu acho que não pode falar nunca em cura. Deve ser considerado que o indivíduo está sem fumar. Mas, aos poucos, o fumante para de sentir vontade, começa a ter vontade de maneira mais espaçada e essa vontade passa cada vez mais rápido”, resume o Dr. Fiss.


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COLESTEROL

Presente no sangue

APESAR DE O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELA DOENÇA SER O FATOR GENÉTICO, O ESTILO DE VIDA MODERNO TEM CONTRIBUÍDO PARA O AUMENTO DO NÚMERO DE PESSOAS COM COLESTEROL ALTO. MEDICAMENTOS, ALIMENTOS SAUDÁVEIS E EXERCÍCIOS SÃO PILARES DE TRATAMENTO

P

POR LAURA MARTINS

Presente na vida de aproximadamente 30% a 40% dos brasileiros, o colesterol alto é um problema crescente e é responsável por doenças cardiovasculares e cerebrais que podem, inclusive, levar à morte. Nas últimas décadas, essa porcentagem está cada vez maior, principalmente devido ao estilo de vida moderno, que combina hábitos alimentares inadequados com a falta de atividade física. Sem sintomas aparentes, é essencial que a população seja conscientizada sobre a importância dos exames de rotina.

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GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2018

“O colesterol é como um álcool encontrado na parede das células e dissolvido no sangue. Como ele não se dissolve em água para ser transportado, circula ‘embrulhado’ em proteínas, junto com outras moléculas de gordura, as chamadas lipoproteínas”, explica o cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fabio Lario. Conforme a composição dessas lipoproteínas, elas podem provocar o depósito de gordura nas artérias (colesterol ruim ou LDL-Colesterol) ou não (colesterol bom ou HDL- Colesterol). Ou seja, o colesterol ruim deposita gordura nas artérias, enquanto o colesterol bom é um marcador de proteção contra a doença. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

COLESTEROL

A ROTINA IDEAL DO PORTADOR DE COLESTEROL ALTO Algumas ações simples podem ajudar aqueles que sofrem com a doença:

Manter uma alimentação saudável.

Tomar os medicamentos regularmente, quando indicados pelo médico.

Realizar atividade física regular, exceto se houver contraindicação médica.

Consultar o médico anualmente ou conforme recomendação.

Fonte: cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fabio Lario

MEDIDAS IMPORTANTES De modo geral, quando o colesterol ruim está acima de 190 mg/dL, considera-se um valor muito elevado, com maior risco de desenvolver doença coronária. Porém o risco de infarto também é determinado por outros indicadores, então o valor desejável depende de fatores genéticos, comportamentais (por exemplo: tipo de dieta, tabagismo, sedentarismo), da presença de outras doenças como hipertensão e diabetes, além do histórico familiar (quando a pessoa possui parentes de primeiro grau que apresentaram doenças coronárias em idade precoce – antes dos 50 anos de idade). Conforme a pessoa apresente outros fatores, os níveis desejados de colesterol devem ser menores. “No caso de risco maior para diabetes e pressão alta, o ideal é que o nível de colesterol fique abaixo de 100 mg/dL. Cada vez mais, esse nível está sendo diminuído. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) já fala em 50 mg/dL para aqueles com alto nível de risco”, diz o cardiologista e coordenador médico do Pronto Atendimento do BP Mirante, Dr. Marcelo Sampaio. 90

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De acordo com a Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017, desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as novas metas terapêuticas devem ser (para aqueles que usam medicamentos): • 50 mg/dL: pacientes com risco muito alto (aqueles que apresentam doenças coronária, cerebrovascular ou vascular periférica significativas ou possuam obstrução de metade ou mais de suas artérias); • 70 mg/dL: risco alto (possuem alguma placa arterial, aneurisma da aorta abdominal, doença renal crônica, diabetes ou algumas outras características); • 100 mg/dL: risco intermediário (calculado de acordo com algumas características ditas ao médico, que entende algum risco); • 130 mg/dL: risco baixo. Mas nem sempre é fácil controlar o colesterol sem a ajuda de um medicamento. Isso porque 70% dele é produzido pelo corpo e somente 30% vem da alimentação. Além disso, existem alguns fatores de risco para que a pessoa sofra com o colesterol alto.


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ESPECIAL SAÚDE

COLESTEROL

Segundo o Dr. Sampaio, um dos principais riscos é a hereditariedade. Quem é filho de alguém que tem colesterol alto ou já teve infarto tem riscos maiores de ter a doença, principalmente se o problema do pai tiver ocorrido antes dos 55 anos de idade ou o da mãe após os 65 anos. Se os pais têm colesterol alto e já tiveram infarto, a chance de desenvolver o problema é de 50%. Além disso, a doença pode ser adquirida (algumas doenças de outros órgãos também podem provocar elevação do colesterol, como problemas de tireoide ou dos rins) ou provocada pelo estilo de vida prejudicial (alimentação inadequada ou falta de atividade física).

DOENÇA SILENCIOSA Apesar de bastante perigoso, o colesterol alto não traz consigo uma série de sintomas. “Esse é um complicador, pois é necessária a dosagem do nível no sangue para que a pessoa saiba desse fator de risco. Como o colesterol alto não provoca sintomas e raramente mostra sinais, muitas vezes a primeira manifestação da doença já é o infarto do miocárdio ou a morte súbita devido ao infarto”, diz o Dr. Lario. Raramente, alguns sintomas podem acontecer, mas além de incomuns, são difíceis de associar ao colesterol alto. O Dr. Sampaio explica que podem aparecer arcos brancos nos olhos e bolinhas amarelas embaixo da pálpebra ou no rosto. Outras pessoas têm bolinhas nas regiões dos tendões, nos membros inferiores. Elas são chamadas de nódulos de colesterol e são as únicas manifestações físicas de colesterol elevado. O grande perigo é a formação das placas nas artérias. Aqueles que não fazem exames periódicos e desconhecem uma possível situação de risco podem não saber que as placas de gordura estão se formando e, caso elas se rompam, podem causar um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC). Para que isso não aconteça, todas as pessoas – e em especial aquelas que já possuem colesterol alto – devem adotar hábitos saudáveis e dar preferência ao consumo de alimentos frescos, carnes magras, frutas e vegetais, além de evitar alimentos ultraprocessados e industrializados. Segundo o Dr. Sampaio, já é sabido que frituras, carnes vermelhas, enlatados e embutidos são prejudiciais e aumentam o nível de colesterol. “É necessário, também, manter-se ativo: preferir caminhar a usar o carro ou o transporte público, quando possível; procurar subir ou descer escadas e também realizar exercícios físicos regularmente, pois a prática 92

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2018

ADESÃO AO TRATAMENTO As mudanças no estilo de vida de uma pessoa são de difícil implementação e mais difíceis ainda de serem mantidas, por isso é importante a conscientização de todos. Há ainda a questão do custo dos medicamentos. Para diminuir este problema, as sociedades médicas trabalham junto ao governo para a manutenção e aperfeiçoamento dos Programas de Farmácia Popular e disponibilização de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Além disso, há a dificuldade de se combater uma doença que, na grande maioria das vezes, segue imperceptível e cuja primeira manifestação pode causar um prejuízo importante na qualidade de vida e até mesmo a morte. Fonte: cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fabio Lario

de 150 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana consegue mais de 95% do benefício físico ao coração e vasos sanguíneos”, comenta o cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Conforme recomendação da SBC, é importante que a prevenção comece na infância, com a promoção desses hábitos saudáveis e com a primeira dosagem dos níveis de colesterol no sangue, que deve ser realizada entre os nove e os 11 anos de idade, ou mais cedo, para as crianças que apresentam familiares de primeiro grau com a doença. O tratamento para o colesterol deve ser feito com orientação nutricional e com a prática de atividade física. Quando há indicação médica, ele deve incluir, também, medicamentos que, de forma geral, devem ser mantidos por toda a vida, sobretudo quando a pessoa já apresentou algum problema relacionado ao entupimento das artérias. “Como o colesterol é um distúrbio genético e pode não ser regularizado somente com hábitos saudáveis, se o paciente para de tomar o medicamento, ele volta a ter a doença. O fármaco serve como um estabilizador”, finaliza o Dr. Sampaio.


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GESTAÇÃO

Nove meses de mudanças O CRESCIMENTO DA BARRIGA É VISÍVEL A TODOS E, JUNTO COM ELE, MARCAS E INCÔMODOS CAUSADOS PELOS HORMÔNIOS E PELO GANHO DE PESO DURANTE O PERÍODO DA GRAVIDEZ. NESSA FASE, A FUTURA MÃE PASSA POR UMA SÉRIE DE ALTERAÇÕES, FATO QUE EXIGE CUIDADOS ESPECÍFICOS POR LAURA MARTINS

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Gerar um filho é um dos mais belos e esperados momentos na vida de muitas mulheres. Mas além das mudanças hormonais e da barriga crescendo, outras inúmeras alterações acontecem e podem incomodar a gestante. De acordo com o ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Eduardo Vieira da Motta, durante a gravidez, as alterações endócrinas, metabólicas, vasculares e imunológicas interferem no metabolismo da pele, favorecendo o aparecimento de condições estéticas como estrias, manchas no rosto, acne, “vasinhos”, entre outras. “As estrias aparecem em cerca de 50% a 90% das mulheres grávidas, especialmente na segunda metade da gravidez. A maioria se desenvol-

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ve no abdômen, mas elas também podem surgir nas coxas, nos quadris, nas nádegas, nos seios e nos braços. Aparecem como pequenas depressões na cútis − rosadas em quem tem pele clara e esbranquiçadas em quem tem a pele escura”, diz ele. O problema acontece pelo alongamento da derme, proporcionando a separação do colágeno ali presente. Apesar de não provocar dor, causa a sensação de formigamento e prurido. Alguns fatores favorecem o seu desenvolvimento, como a condição genética, o ganho de peso rápido e a condição nutricional. Ainda mais comuns na vida da gestante estão as manchas na pele. Chamadas de melasma, elas se manifestam em diferentes partes do corpo como no abdômen, ao redor das auréolas e do umbigo. A gineIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

GESTAÇÃO

PRINCIPAIS DÚVIDAS DAS GESTANTES

Se o teste de farmácia der positivo, é possível ter certeza de que esteja grávida? Existem situações raras que podem dar resultado falso-positivo no teste, como, por exemplo: morte fetal ocorrida logo após a implantação do embrião no útero; mulheres que tiveram mononucleose recentemente; alguns tumores trofoblásticos que produzem gonadotrofina coriônica humana (hormônio presente na gravidez); mulheres mais velhas, próximas da menopausa, podem ter presença de pequenas quantidades de hCG; mulheres que fazem tratamento para engravidar, que usam medicamentos à base de hCG. Existem testes que dão resultado falso-negativo principalmente quando o exame foi realizado muito precocemente e os níveis de hCG ainda estão abaixo do limite, por isso é indicado que a mulher realize o exame somente após uma semana de atraso menstrual. No caso de mulheres com ciclos irregulares, é aconselhável realizar o exame após 14 dias de atraso.

Não pode usar creme no rosto? Na lista publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em relação aos cosméticos, há restrições a componentes como cânfora, ureia acima de 3% e chumbo, que poderão estar presentes em inúmeros produtos. Também não são indicados cosméticos que contenham ácidos normalmente presentes em produtos clareadores, antiacne e anti-idade. No caso do ácido retinoico, a atenção deverá ser redobrada, pois o indicado é que seja suspenso três meses antes de a mulher engravidar.

Não pode fumar? A indicação é de que as mulheres que estão planejando engravidar abandonem o vício dois ou três meses antes. O cigarro pode desencadear partos prematuros, bebês abaixo do peso, descolamento de placenta com o risco de óbito fetal, além da diminuição do fluxo sanguíneo para o bebê devido à vasoconstrição.

Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti

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Não pode pintar o cabelo? Embora muitos fabricantes de tintura de cabelos informem que sejam produtos seguros para grávidas com a justificativa de que a quantidade absorvida não é suficiente para comprometer o feto, a prática deve ser evitada. Os produtos podem conter componentes que são permeados pelo couro cabeludo. Além disso, o cheiro exalado poderá ser outro fator de risco. São necessários mais estudos para o uso seguro das tinturas durante a gravidez, portanto é aconselhável que elas sejam evitadas. Fatores como quantidade, qualidade, composição, técnica de preparação, tempo de exposição, período da gravidez e frequência de aplicação são determinantes e norteadores para a segurança do feto.

Não pode tomar nada de álcool? Não se conhece qual é o consumo seguro de álcool durante a gravidez, já que não é possível realizar ensaios clínicos para a avaliação das consequências reais dos diversos níveis sobre o feto. Entretanto um fato já é estabelecido e justifica a não ingestão de álcool: o consumo regular afeta o bebê dentro do útero. Quando a gestante bebe, o álcool atinge rapidamente o feto por meio da corrente sanguínea e da placenta.

Se ficar muito tempo sem comer, poderá sentir mais enjôos? O enjoo matinal (mas pode se manifestar em qualquer horário do dia) é muito comum no início da gestação e poderá estar ou não acompanhado de vômitos. Nesse caso, o indicado é que a alimentação seja realizada após as manifestações de enjoo e/ou vômito terem cessado. Há algumas situações em que a náusea e o vômito poderão ser mais frequentes, como no caso de mulheres que são ansiosas, tenham antecedentes de enxaqueca ou apresentem sensibilidade a odores e sabores específicos.

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ESPECIAL SAÚDE

GESTAÇÃO

cologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Lidia Myung, comenta que o problema também pode intensificar manchas marrons na face da paciente. “Isso acontece por uma alteração hormonal em células responsáveis pela produção da melanina. É uma mudança que, depois da gestação, nem sempre volta ao normal. As manchas podem ser amenizadas, mas não há um tratamento que consiga evitá-las 100%”, explica ela. O rosto, inclusive, deve ter uma atenção especial. Durante a gestação, há o aumento de um hormônio, o melanotropina, que estimula a produção de pigmentos em algumas áreas do corpo como o nariz, as bochechas e a testa, principalmente a partir do quarto mês. Essas manchas no rosto são chamadas de cloasma. A cada gravidez, a pigmentação tende a aumentar e, apesar de diminuírem após o parto, a redução não é completa. “Assim como na face, também ocorre a pigmentação das células ao longo da linha que une do final do tórax ao púbis, passando pelo umbigo, formando uma linha escura, chamada de línea nigra. Essa faixa costuma aparecer a partir do terceiro mês”, revela o Dr. Motta. O estímulo hormonal é responsável, ainda, por outras alterações. As glândulas sebáceas e o folículo piloso aumentam a oleosidade da pele, o que pode obstruir os poros e proporcionar a formação de acne e infecções locais. Além disso, elas favorecem que veias superficiais à pele se desenvolvam e fiquem mais evidentes, como pintas vermelhas ou pequenas “estrelas” – os famosos “vasinhos”.

ALÉM DA PELE Se a cútis pode apresentar algumas características não tão agradáveis para a mulher, ela não é a única que sofre com a gestação. A Dra. Lidia explica que a gestante fica embebida de progesterona. Quando ela não está grávida, esse hormônio só ocorre na ovulação, durante duas semanas. E é este hormônio que provoca os mesmos sintomas na mulher durante a tensão pré-menstrual (TPM), causando inchaço. Quando a mulher retém líquidos, acaba acentuando suas celulites. “O inchaço da gravidez decorre do estímulo hormonal para reter líquidos necessários para a evolução da própria gestação. Ele será mais acentuado por condições alimentares como a maior ingestão de alimentos com sódio, como o sal de cozinha; pelo maior ganho de peso; pelo sedentarismo; e por condições anatômicas próprias da grávida. É importante lembrar que o inchaço, apesar de ser comum, também poderá ser decorrente de doenças como pressão alta ou mudança no funcionamento dos rins”, complementa o ginecologista do Hospital Sírio-Libanês. 98

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CARÊNCIA NUTRICIONAL Em geral, todos os nutrientes têm o potencial de ser reduzidos quando a mulher está grávida, por isso é recomendado que a gestante faça suplementação com polivitamínicos para suprir essa maior demanda. Nos três primeiros meses, o principal componente que se perde é o ácido fólico, o que pode causar deficiências neurológicas e na coluna dos bebês. O ideal é que a reposição da substância aconteça três meses antes de a mulher engravidar e nos três primeiros meses da gestação. O ferro deve ser suplementado a partir da metade da gestação, assim como o cálcio e a vitamina D podem ser administrados durante todo o tempo, de acordo com recomendação médica. Fontes: ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Eduardo Vieira da Motta; e ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa, Dra. Lidia Myung

Mas ainda que essas mudanças sejam decorrentes dos próprios estímulos hormonais e mecânicos da gestação e dependam, em certa medida, das condições próprias de cada gestante, alguns hábitos podem ajudar a atenuá-las ou evitá-las. É possível livrar-se do ganho excessivo de peso, manter a pele limpa, usar produtos dermatologicamente testados e adequados à gestação e evitar alimentos nutricionalmente ruins. “Entre os cuidados que as mães devem ter está a prática de atividades físicas leves a moderadas com regularidade (três vezes por semana), principalmente as que não aumentem a pressão abdominal. Atividades na água, como hidroginástica e natação, são benéficas, pois a própria tensão da água ajuda na drenagem do corpo e na circulação das pernas”, frisa a ginecologista da BP. A mulher deve estar atenta a cada mudança de acordo com a fase de sua gestação. Em geral, as varizes, as celulites e o inchaço são mais presentes nos três últimos meses, porque o volume do útero e do bebê aumenta, piorando a circulação das pernas e aumentando a retenção de líquidos. Já o melasma costuma aparecer mais cedo, a partir da quarta semana, e se intensifica durante os últimos meses. O mesmo acontece em relação à oleosidade da pele e à consequente acne.


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Desafios nutricionais 100

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


MESMO SEM ENFERMIDADES PRÉ-EXISTENTES, BOA PARTE DOS BRASILEIROS NÃO SEGUE A ALIMENTAÇÃO RECOMENDADA PELOS MÉDICOS. MAS QUANDO O CORPO SOFRE POR ALGUMAS PATOLOGIAS, QUADRO É AGRAVADO E MUITOS CASOS EXIGEM NUTRIÇÃO ESPECIALIZADA POR KATHLEN RAMOS

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Nunca se falou tanto na importância da alimentação saudável. Apesar de o tema ser cada vez mais disseminado e assimilado pelos brasileiros, sabe-se que a população continua com índices altos de obesidade, com nutrientes abaixo dos recomendados pelos médicos e com crescimento contínuo do número de acometidos por doenças crônicas como diabetes e hipertensão. De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira, desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS), nas últimas décadas foram observadas mudanças importantes no padrão alimentar no País, com maior consumo de alimentos de alto valor calórico e baixo teor nutricional e redução na ingestão de alimentos in natura. Atualmente, 1/3 da população apresenta deficiência de vitaminas e minerais, de acordo com dados da Nestlé. Mas quando se chega à terceira idade, a empresa explica que o quadro se agrava, pois, naturalmente, ocorre uma redução na absorção de alguns nutrientes devido ao processo natural de envelhecimento, que passa a prejudicar a digestão, imunidade, metabolismo, entre outros. Também passam a ser mais comuns a perda de apetite, dificuldade para mastigar e a capacidade de sentir sabores. Juntos, todos esses fatores, aliados a doenças comuns da idade, fazem com que a absorção de nutrientes como vitaminas e minerais fique completamente comprometida nessa fase da vida.

NUTRIÇÃO DIANTE DAS DOENÇAS Com o processo natural de envelhecimento, o aparecimento de doenças, principalmente as crônicas como hipertensão e diabetes, acomete cerca de 80% da população idosa, segundo informações da Nestlé. Aliás, a empresa reforça que, junto destas doenças, existe a alta ingestão de medicamentos que, somada com as alterações fisiológicas e biológicas, acaba prejudicando a absorção de nutrientes. Para esses e outros casos, o mercado disponibiliza uma série de produtos voltados para nutrição especializada nas mais diversas necessidades. “A suplementação pode ser indicada em diversos momentos, que variam desde o ganho de massa muscular até o tratamento de patologias como doenças autoimunes, neoplasias, períodos pré e pós-cirúrgicos, doenças renais, pessoas com desnutrição, idosos, 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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pessoas com alergias alimentares, intolerância à lactose, entre outras indicações”, enumera a nutricionista voluntária do Instituto Horas da Vida, Marcia Tonon. Além dos idosos, as crianças também merecem atenção especial. O desenvolvimento no período escolar, por exemplo, é intenso, e algumas dificuldades alimentares como a neofobia (dificuldade de aceitar novos alimentos) podem limitar a escolha de determinados pratos. “Os complementos alimentares ricos em vitaminas e minerais contribuem para o crescimento e desenvolvimento saudáveis”, afirma o gerente da marca Sustagen, Alan Kirszenwurcel. Já para os adultos, esses produtos podem ser aliados na promoção da saúde e na manutenção do estado nutricional. “Vitaminas e minerais contribuem para o bom funcionamento do sistema imune e outras funções do organismo”, acrescenta. Acompanhe, a seguir, como o corpo pode ficar nutricionalmente debilitado diante de algumas doenças e quais as principais necessidades em cada caso.

DIABETES A doença, hoje, na maioria dos casos, é resultado de hábitos alimentares incorretos e com excessos, principalmente, de fontes de carboidratos, segundo sinaliza Marcia, do Instituto Horas da Vida. “Para controlar a glicemia de um paciente, temos de elaborar um plano alimentar com baixo índice glicêmico a fim de oferecer a quantidade suficiente de vitaminas e minerais provenientes dos alimentos. Porém devido ao hábito alimentar já formado erroneamente, no qual não há, na maioria das vezes, o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos e castanhas, torna-se comum que haja uma ingestão insuficiente das vitaminas e dos minerais”, justifica.

CÂNCER Dependendo da fase da doença, especialmente quando avançada, ocorre um catabolismo, que é a perda de peso e desnutrição generalizada. “Essa condição implica na perda de mineiras e vitaminas”, sinaliza a endocrinologista do Hospital 9 de julho, Dra. Roberta Frota. Segundo a nutricionista do Horas da Vida, o tratamento agressivo da doença também pode trazer outras perdas ao organismo. “Não só o déficit de vitaminas e minerais, mas também de macronutrientes como carboidratos, lipídeos e proteína”, acrescenta Marcia.

PROBLEMAS INTESTINAIS A alimentação ingerida é absorvida no estômago ou intestino (duodeno, delgado ou grosso), e quando há 102

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COMPOSTOS IMPORTANTES PARA O FUNCIONAMENTO INTESTINAL • Probióticos: são bactérias benéficas que vivem no intestino. Elas ajudam a melhorar a função normal do sistema imunológico intestinal e diminuem o risco de crescimento de bactérias que causam doenças. • Prebióticos: são fibras alimentares que o organismo não consegue digerir, mas que atuam como “alimento” das bactérias probióticas e, desta forma, favorecem o seu crescimento e a função das células do sistema imune intestinal, como, por exemplo, as encontradas no alho, cebola, aveia, cevada etc. • Simbiótico: neste caso, os probióticos e prebióticos estão combinados entre si, como, por exemplo, o frutooligossacarídeo (prebiótico derivado de açúcares vegetais), adicionado a um iogurte (probiótico). Fonte: nutricionista e gerente científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo

patologias intestinais como doença celíaca, retocolite ulcerativa, doença de Crohn, entre outras, muitos nutrientes não são absorvidos adequadamente. “Pode haver uma carência de componentes, tornando esses indivíduos mais propensos à osteoporose por não absorverem o cálcio adequadamente”, sinaliza a endocrinologista do Hospital 9 de Julho.

OSTEOPOROSE Com a doença, se o paciente não tiver uma dieta balanceada e com alimentos ricos em cálcio, deve-se buscar auxílio de suplementos. “Há a necessidade de suplementação de cálcio e também de vitamina D”, pontua Marcia.

HIPO OU HIPERTIREOIDISMO Segundo esclarece a nutricionista, no hipotireoidismo, deve-se trabalhar com a suplementação do iodo, selênio e vitamina D. Já no hipertireoidismo, as necessidades são outras. “Não há a suplementação do iodo, uma vez que esse deve ser evitado. Porém é necessária uma suplementação de vitaminas e minerais, pois é comum ter deficiência dos mesmos no organismo devido ao metabolismo”, sinaliza.


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SUPLEMENTOS PEDEM BOA EXPOSIÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA: a exposição da categoria de suplementos adulto e sênior apresenta melhores resultados de sell out quando esses produtos ficam ao lado da gôndola de vitaminas, colágenos ou diet/light, pois possuem maior similaridade de consumo e convergem em algumas funcionalidades/benefícios, além de facilitar a decisão de compra por parte do shopper.

SEPARAÇÃO POR IDADE: outra boa prática relevante é respeitar a ordem de idade do público-alvo para posicionar os suplementos em gôndola. Nesse sentido, inicia-se a sessão com os itens sêniores para proporcionar maior conforto e acesso ao público com mais de 50 anos de idade, ocupando as prateleiras imediatamente abaixo com os suplementos adulto e especiais, respectivamente, oferendo, assim, uma experiência de compra mais adequada.

ORIENTAÇÃO ESPECIALIZADA: vale recomendar que o consumidor procure o auxílio do médico e/ou do nutricionista antes de usar os suplementos para que esses profissionais possam orientá-lo melhor sobre as necessidades nutricionais e introdução de novos alimentos.

ALÉM DO PONTO NATURAL: é importante explorar pontos extras, corredores de alto tráfego e outras áreas que facilitem o cross-merchandising com outros produtos.

ATENDIMENTO CAPACITADO: além da boa exposição, para garantir uma boa experiência de compras ao shopper, manter uma equipe capacitada para o atendimento é fundamental. De modo geral, as principais dúvidas estão relacionadas ao modo de preparo, programa de descontos e formulação. O farmacêutico deve apresentar as instruções de preparo no rótulo e, em caso de dúvidas, procurar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

ADULTOS X CRIANÇAS: no caso específico dos complementos infantis, eles devem ficar separados dos produtos para adultos, por questões de segmentação de público-alvo.

Fontes: gerente da marca Sustagen, Alan Kirszenwurcel; e Nestlé

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PRODUTOS QUE COMPÕEM A NUTRIÇÃO ESPECIALIZADA Hoje, existem produtos dirigidos de nutrição especializada para atender às diversas necessidades. A categoria é formada por produtos alimentícios que vão desde cápsulas ou pílulas até compostos desenvolvidos para atenderem às necessidades nutricionais (vitaminas, minerais, calorias, proteínas, carboidratos e lipídeos) dos pacientes, conforme explica a nutricionista voluntária do Instituto Horas da Vida, Marcia Tonon. “Os principais tipos de suplementos disponíveis são: bebidas hipercalóricas e hiperproteicas; os prebióticos, probióticos, simbióticos; e os polivitamínicos”, diz. A Abbott, por exemplo, disponibiliza, na linha de nutrição especializada, o Glucerna, que proporciona uma nutrição completa e balanceada, cientificamente desenvolvida para ajudar na redução dos picos de glicose no sangue como parte de um plano de gestão do controle glicêmico. “Os suplementos especializados que auxiliam no controle glicêmico têm um papel muito importante no controle do diabetes, uma vez que 74% das pessoas com a doença não conseguem controlar a glicemia apenas com medicação1”, explica a nutricionista e gerente científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo, acrescentando que outro produto de nutrição especializada da empresa é o Ensure Plus Advance, que contém fórmula especial e exclusiva com nutrientes como o HMB (β-hidroxiβ-metilbutirato). “O composto ajuda a reconstituir a perda muscular e recuperar a força e a energia das pessoas”, exemplifica. 1. Beaton SJ, Nag SS, Gunter MJ, Gleeson JM, Sajjan SS, Alexander DM. Adequacy of glycemic, lipid, and blood pressure management for patients with diabetes in managed care setting [Published correction appears in Diabetes Care. 2004; 27:1855]. DIABETES CARE. 2004;3:694-698. NÃO CONTÉM GLÚTEN. MATÉRIA DESTINADA EXCLUSIVAMENTE AO GUIA DA FÁRMACIA.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE Caracterizada pela incapacidade do organismo de 106

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digerir totalmente o açúcar (lactose) de produtos lácteos, esse é um problema global bastante comum. “Estima-se, no mundo todo, que até 70% da população tenha intolerância à lactose. Segundo pesquisa conduzida pelo Datafolha, 35% da população com idade acima dos 16 anos − cerca de 53 milhões de pessoas −, informam ter desconforto digestivo após o consumo de derivados do leite”, sinaliza o médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pós-doutorado em gastroenterologia pela Universidade de Londres, Dr. Eduardo André. Segundo o especialista, esse público pode apresentar baixos níveis de cálcio, fósforo e vitaminas A, D e B2. “No que se refere à alimentação, antigamente, a essência do tratamento era a restrição de leite e derivados, porém com o avanço da medicina e dos suplementos alimentares já é possível utilizar a enzima lactase para que o paciente continue ingerindo alimentos lácteos e o próprio leite. A utilização desta enzima permite, ainda, alívio de sintomas como diarreia, intestino preso, dificuldade de digestão, gases e dores”, explica o Dr. André.

POLINEUROPATIA AMILOIDÓTICA FAMILIAR (PAF) Também conhecida como doença dos pezinhos, a PAF é uma doença hereditária rara e degenerativa que causa uma aglomeração de proteínas anormais nos tecidos do organismo, afetando a sensibilidade da pele e causando dores fortes nos membros inferiores e superiores. As principais complicações estão relacionadas ao sistema nervoso periférico (responsável pela transmissão dos estímulos recebidos pelo corpo e pelas respostas a estes estímulos) e autônomo (parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão). Alguns dos sintomas da doença são perda de peso sem motivo aparente, dificuldade na digestão e diarreia, que levam à má absorção de nutrientes, segundo informa a Pfizer.

DOENÇA DE ALZHEIMER Geralmente, como afeta idosos, que já têm uma ingestão de alimentos diminuída devido a vários fatores, os acometidos por essa enfermidade tendem a uma carência nutricional e calórica maior. “Recomenda-se a suplementação para que a doença não se agrave. Hoje, já estão disponíveis suplementos alimentares específicos para essas pessoas”, explica Marcia.


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A temporada de primavera-verão está aí AS ESTAÇÕES CHEGAM ANTES PARA O VAREJISTA DO QUE PARA O CONSUMIDOR PARA QUE ELE POSSA PENSAR EM SEU ESTOQUE E EM COMO TRABALHAR A LOJA. O OBJETIVO É DISPOR DOS ITENS NO PRAZO CORRETO POR LAURA MARTINS

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Antes de o sol voltar a brilhar e esquentar o dia a dia dos brasileiros, o varejo já se prepara para arrumar a loja para a chegada da temporada de primavera-verão. E com o canal farma não é diferente, pois assim como outros segmentos, trabalha com produtos mais sazonais, tanto para as estações mais frias quanto para as mais quentes. Nessa época, as pessoas tendem a expor mais o corpo e se preocupam com a beleza e com os cuidados com a pele, com o cabelo e com a boa forma, consumindo itens relacionados a esses fins. Mas não são somente os produtos ligados à beleza que fazem sucesso com os consumidores. Para a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, apesar de os produtos de

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inverno não saírem totalmente da farmácia, eles dão lugar para os itens ligados ao verão. No universo dos medicamentos, existem os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) como antitérmicos, analgésicos, antiácidos, laxantes, aqueles para náuseas, vômitos, diarreias e resfriados, que dispensam a ida ao médico e podem ser levados durante uma viagem, por exemplo. Para os consumidores que têm crianças em casa, alguns itens básicos indispensáveis são: • Termômetro; • Colher medidora para preparar soro caseiro ou soro em pó; • Líquido bactericida ou água oxigenada para limpeza de cortes e machucados; • Embalagens pequenas de compressas de gaze ou rolo de atadura de gaze; IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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CÁLCULO DO ESTOQUE Para que o estoque esteja bem trabalhado, são precisos três pilares:

1. HISTÓRICO DE VENDAS

2. ANÁLISE DE MERCADO

3. NECESSIDADE DO CLIENTE

Com isso, as tomadas de decisão são mais assertivas. Quando se trata de uma nova loja, é natural que não se tenha um histórico de vendas. Nesse caso, o gestor deverá buscar mais informações com seus parceiros para que ele tenha dados relevantes para a compra dos produtos. Fonte: diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias

• Esparadrapo antialérgico ou fita micropore; • Tesoura afiada para cortar gaze ou esparadrapo; • Pinça para retirar ferrões ou farpas; • Soro fisiológico; • Solução nasal à base de cloreto de sódio e sem conservantes; • Protetor solar; • Repelente de insetos; 11 0

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• Seringa, conta-gotas, colher ou copinho com medição para administrar medicamentos. Já no universo de Higiene & Beleza (H&B), os homens buscam kits compostos por barbeadores ou aparelhos para barba e cremes ou loções para o mesmo fim, além de desodorantes, gel para cabelo e protetores solares. “Os produtos femininos mais procurados são sabonetes, colônias, talcos, cremes hidratantes para o corpo e


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mãos, protetores solares, repelentes, xampus, cremes para os cabelos, desodorantes, depilatórios, entre outros”, exemplifica Silvia. A consultora especializada em trade marketing, Alice Amigo, complementa dizendo que esse é um bom momento para potencializar as vendas por meio de algumas ofertas especiais que concedam algum tipo de brinde que tenha sinergia com a ocasião, ou até mesmo descontos em itens de menor giro ou lançamentos. Para ajudar nas vendas, as farmácias podem, por exemplo, criar alguns tipos de nécessaires, de vários tamanhos, com itens disponíveis na loja, como, por exemplo, um kit com sabonete, desodorante e bucha para banho ou um contendo algodão, acetona, base, esmaltes, alicate e lixa para unhas. “A indústria costuma ter uma ótima pesquisa e, geralmente, lança kits que agradam aos clientes e possuem preços mais atraentes do que os montados nas farmácias. Em época de crise, os kits montados pela farmácia devem levar em conta muito mais o preço final do que o número de produtos. Eles devem ser pensados para qual público se destinam”, alerta Silvia.

ESTOQUE: AMIGO OU VILÃO? Para que o período tenha sucesso, é necessário que os produtos estejam disponíveis para o cliente, mas não lotem os estoques a ponto de não ser vendidos. Os produtos que vendem muito na primavera-verão e não tanto no inverno, por exemplo, devem ter sua exposição priorizada, além da realização de promoções e descontos no fim da temporada, para queimar os itens restantes. “É muito importante ajustar os estoques de acordo com a demanda do período para que não haja ruptura e nem excesso de produtos em loja. Itens de maior giro devem ganhar mais espaço nos estoques e os produtos que vendem menos devem ser comprados em menor quantidade, apenas para garantir a reposição e evitar a ruptura”, diz Alice. O diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias, frisa a importância de analisar o histórico de vendas no mesmo período ao longo dos últimos anos. Com a abordagem analítica, o gestor poderá prospectar dados e interpretá-los, para que sua tomada de decisão seja mais assertiva. Com a tecnologia, novas ferramentas de gestão surgiram e podem ser usadas como recurso para realizar as avaliações de estoques. Automatizar esse gerenciamento permite a integração de diferentes setores e a otimização do fluxo de informação. 11 2

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DICAS PARA TRABALHAR A SAZONALIDADE • Entenda as necessidades do seu cliente; • Escute sua equipe de vendas; • Realize ações para despertar o interesse do consumidor; • Busque parcerias de negócios; • Treine sua equipe de vendas; • Analise a concorrência; • Analise o mercado; • Interprete os dados contidos no histórico de vendas. Fonte: diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias

No entanto, segundo Alice, é sempre importante considerar a ação humana no processo e fazer a gestão dos estoques virtuais. Eles podem causar um problema no processo, já que o sistema pode informar que tem determinado produto em estoque quando, na verdade, o mesmo já está zerado. “O varejista deve buscar recursos em seu software de gerenciamento de estoques analisando a compra/venda dos produtos no mesmo período em outros anos e acompanhando a tendência de consumo dos itens; por exemplo, se houve alta, queda ou estabilização do mercado de cada um. Além disso, sugiro que o gestor de compras ouça sua equipe comercial, afinal, é ela que está na linha de frente das vendas diariamente, ouvindo e entendendo as necessidades do cliente”, comenta Dias. Já o estoque da farmácia não deve ser alterado, porque os clientes gostam de comprar em locais onde estão habituados e têm comodidade para efetuar suas compras. Já as pontas de gôndola, os cestos expositores e o checkout devem ser muito explorados com produtos de verão, bem sinalizados e com preços interessantes e ofertas tipo “leve três pague dois” ou outras. “A loja tem que estar com muita cara de primavera e, em seguida, de verão e férias. O cliente tem que passar por ela e achar que o verão está logo ali esperando por ele ou por suas crianças; caprichar na execução do tema férias é fundamental”, finaliza Silvia.


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Sorriso confiante

UM DOS RECEIOS DE QUEM USA PRÓTESE DENTÁRIA É DE QUE ELA FIQUE INSTÁVEL NA CAVIDADE BUCAL, POR ISSO O USO DE FIXADORES ESPECÍFICOS PARA ESSE FIM É FUNDAMENTAL PARA GARANTIR O CONFORTO E A SEGURANÇA DOS USUÁRIOS POR ADRIANA BRUNO

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Se o cabelo é a moldura do rosto, o que dizer dos dentes? Um sorriso perfeito e saudável é o desejo de muitas pessoas. Além disso, a busca pela beleza e por padrões estéticos tem supervalorizado a aparência das pessoas dentro da sociedade e até mesmo em ambientes corporativos. Há ainda que se considerar o fator saúde. “O desejo de ter um sorriso bonito atinge todas as faixas etárias. Apesar dos avanços das políticas públicas de saúde bucal, ainda há um grande número de pessoas com edentulismo (ausência total ou parcial de dentes). Percebe-se que muitas não têm conhecimento das doenças bucais e de como controlá-las e preveni-las, e, com isso, acabam tendo de optar pela prótese dentária quando a doença bucal já está agravada”, comenta a gerente de produtos júnior da União Química Farmacêutica, Flaviana Silva Ferreira.

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No Brasil, 24% da população com mais de 16 anos é usuária de prótese dentária total ou parcial e, desse total, 80% têm mais de 45 anos e 59% são mulheres. Os dados são da IQVIA (dezembro de 2017) e mostram que existe um leque de oportunidades de negócios para as farmácias e drogarias que investirem nas necessidades deste público, principalmente quando o assunto são os fixadores. Um dos grandes receios dos usuários de próteses dentárias é a instabilidade da mesma na boca. Parecer o mais natural possível e sentir segurança ao comer, sorrir e conversar é o desejo dessas pessoas, e os fixadores estão no mercado para esse fim. Segundo afirma o gerente de desenvolvimento de negócios da Euroart Import, Carlos Alberto Dimarzio Filho, quando as pessoas que perderam seus dentes passam a fazer uso de uma prótese móvel, voltam a se IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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sentir “normais”, novamente, como foram em algum momento da vida. “A pessoa se vê melhor consigo mesma e com os outros. Pode sorrir e interagir, recupera a autoestima. Pode comer mais e mais confortavelmente”. O executivo ressalta ainda que, por medo de perder a protése dentária em público, os usuários mudam seu comportamento. “Cortam a comida em pedaços menores;

evitam comer alimentos como sementes, nozes, entre outros; se preocupam quando sorriem ou dão uma gargalhada, automaticamente colocando suas mãos sobre a boca”. De acordo com o cirurgião-dentista da Assistência Consultoria Odontomédica (ACOM), Dr. Jefferson Setti, os fixadores de dentadura foram desenvolvidos para auxiliar e aumentar a estabilidade de próteses removíveis dentais,

CUIDADOS ESSENCIAIS As três formas de fixadores de próteses não devem ser aplicadas nas bordas ou próximas aos dentes, todo excesso de material deve ser removido e após o uso deve-se higienizar a boca e a prótese removendo-se os resíduos de cola ou alimentos. Os fixadores, quando corretamente indicados e utilizados, podem auxiliar na mastigação, dicção e sorriso, melhorando a qualidade de vida dos usuários que, por algum motivo, não possam utilizar próteses fixadas a implantes dentários. A seguir, uma lista com os principais cuidados que os usuários devem ter com o uso de cada um dos formatos de fixadores:

Creme • Lavar e secar a dentadura; • Enxaguar a boca com água ou antissépticos bucais; • Aplicar o creme em pequenas porções em alguns pontos, somente no interior da prótese; • Posicionar na boca e morder por alguns segundos para fixação; • Para remover, fazer bochechos com água morna.

Pó • Lavar a prótese e deixar um pouco de umidade no local; • Enxaguar a boca com água ou antissépticos; • O pó deve ser aplicado em toda a parte interna de maneira uniforme; • Remover o excesso e pressionar na boca por alguns segundos; • Para remover, fazer bochechos com água morna.

Fitas ou películas • Lavar e secar a dentadura; • Enxaguar a boca com água ou antissépticos; • Aplicar três fitas na prótese superior e duas na inferior, sempre na parte interna; • Não sobrepor as fitas; • Posicionar e pressionar as fitas; • Para remover, fazer bochechos com água morna.

Fonte: cirurgião-dentista da Assistência Consultoria Odontomédica (ACOM), Dr. Jefferson Setti

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CATEGORIA

promovendo maior conforto e bem-estar aos usuários. Segundo ele, os diversos materiais oferecidos no mercado funcionam de maneira semelhante, ou seja, agem como uma cola gelatinosa que preenche os espaços vazios que retêm alimentos e ainda evita a entrada de ar entre a prótese e os tecidos, o que diminui a instabilidade e promove uma retenção química e mecânica. “A composição desses fixadores é uma mistura de produtos químicos semelhantes entre as diversas marcas disponíveis, como sódio, cálcio, álcool, vinil, éter e ácidos”, explica o Dr. Setti.

DIFERENTES FORMATOS O mercado oferece um leque de produtos em diversas apresentações para atender a esse público com necessidades tão específicas. Os fixadores de próteses dentárias podem ser encontrados em cremes, fitas e em pó, e seu uso deve ser orientado pelo cirurgião-dentista. Segundo o diretor de marketing da GSK Consumer Healthcare, Renato Camera, os cremes representam 70% do mercado brasileiro. “Os fixadores fazem parte da categoria de cuidados para prótese, que engloba também soluções para limpeza de dentaduras. No Brasil, esta categoria tem um consumo anual de R$ 155 milhões e um total de 9,1 milhões de unidades vendidas nas mais de 66 mil farmácias do País”, comenta. Entre algumas das diferenças entre eles, além da forma de apresentação, estão a adição de sabores na sua composição e o preparo prévio para a utilização e a remoção. “As diversas formas favorecem para que casa usuário encontre a melhor composição, como facilidade de aplicação e remoção, conforto e tempo de fixação”, comenta o Dr. Setti. Segundo ele, tanto ao escolher quanto ao administrar o produto, tanto as recomendações do profissional como do fabricante devem ser respeitadas para alcançar o melhor resultado possível e com segurança. “Vale dizer que a prótese deve ser higienizada com escova macia e sabão de glicerina sem sabor. Além disso, não deve ser utilizado creme dental”, indica. De uma forma geral, todo usuário de prótese dentária é um consumidor potencial dos fixadores, mas, de acordo com Flaviana, da União Química, alguns pontos devem ser considerados antes da compra ou do uso do produto. “O consumidor precisa verificar a ausência de toxicidade. Algumas marcas são livres de zinco e corante, ingredientes 11 8

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que oferecem riscos de toxicidade e incompatibilidade com a mucosa. Além disso, deve-se observar se o produto não interfere na preservação da integridade da prótese, ou seja, se é não corrosivo, se tem boa aderência e se previne contra a perda e a quebra da prótese. Também é recomendado que tenha boas propriedades organolépticas, ou seja, que ele seja sem sabor para não afetar o sentido do paladar”, diz.

EXPOSIÇÃO NO PONTO DE VENDA As farmácias e drogarias são o canal fundamental e praticamente exclusivo para a venda dos fixadores de próteses, cenário que abre um verdadeiro leque de oportunidades para aumentar a visibilidade e, consequentemente, a venda desses itens. Além de ter um mix variado de marcas e formatos, é preciso investir na exposição do produto, já que, a menos que o cliente saia de casa com a intenção de repor o produto, ninguém compra o que não vê. Camera, da GSK, recomenda que a farmácia posicione a categoria de fixadores de próteses dentárias na seção de higiene bucal, em local visível e de fácil acesso, considerando que os consumidores desta categoria têm uma preferência pelo autoatendimento, já que muitas vezes enfrentam barreiras relacionadas à timidez ou vergonha em relação a sua condição. “Outra recomendação é que os produtos não estejam confinados, e sim dispostos na gôndola da farmácia. Dados históricos demonstram que os produtos expostos em gôndola aumentam em 20%, em média, o volume de suas vendas na farmácia, frente àqueles que precisam ser retirados de trás do balcão ou de locais de difícil acesso”, conta. Também é importante a exposição da marca por segmento: pós, cremes, fitas e limpadores. “Fazer a exposição dos limpadores de prótese ao lado dos fixadores é uma ótima oportunidade para as farmácias incrementarem o tíquete médio da categoria através do aumento da cesta dos consumidores”, comenta. Segundo o executivo, a primeira escolha do shopper é pela marca; depois, ele opta pelo formato, sendo que os cremes são os mais escolhidos, seguidos pelos pós e fitas. Outra orientação importante é posicionar os produtos em pontos extras, próximos a produtos para idosos. “O balcão é outro ponto interessante para a exposição dos produtos, já que é o local de primeira procura do idoso para receber atendimento”, recomenda Flaviana.


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Unhas na passarela ASSIM COMO A MODA, OS ESMALTES FAZEM PARTE DO DIA A DIA DAS MULHERES E COMPÕEM O VISUAL. PARA QUE AS MARCAS ESTEJAM SEMPRE ATUALIZADAS, É PRECISO TER NOVAS COLEÇÕES E TONS NO MERCADO A CADA TEMPORADA POR LAURA MARTINS

PERSONAGEM QUE ENCANTA

A Hello Kitty é querida por mulheres de todas as idades, por isso a Dote traz ao mercado de beleza a Coleção Hello Kitty – esmaltes direcionados exclusivamente ao público adulto feminino. As 12 cores dos esmaltes têm relação com o universo da personagem. São elas: Torta de Maçã (vermelho), Mousse de Limão (verde tiffany), CupCake (rosa claro), Suspiro (azul claro), Sundae (rosa goiaba), Cookie (nude), Geleia de Uva (roxo), Macaron (lilás), Pudim (amarelo), Jujuba (rosa), Marzipan (cinza) e Goiabada (rosa maravilha). • www.esmaltesdote.com.br

MAIS OPÇÕES

A REVLON ampliou sua linha Nail Enamel com quatro novos tons. Com a formulação silk-silicone, que reveste toda a superfície da unha com uma camada de proteína da seda, a coleção oferece acabamento uniforme, livre de bolhas e manchas. Além de ter durabilidade de até sete dias, a linha apresenta fórmula livre de tolueno e formaldeído, assim como outros agentes irritantes. As quatro novas cores são: Dreamer (azul), Iced Mauve (rosa metalizado), Sophisticated (prata) e Ethereal (branco clássico). www.revlon.com.br

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DERME UNIFORME

A pele está propensa a apresentar manchas de diferentes tipos, formas e em variados lugares. Para corrigir alguns desses efeitos, a Skinceuticals traz para o Brasil o Discoloration Defense, um sérum multicorretivo de uso diário e contínuo que atua de maneira efetiva nas principais causas da formação de tonalidade. O produto corrige as diferenças de tonalidade, uniformiza o tom, recupera a luminosidade e melhora a textura da pele. O item possui 3% de ácido transexâmico (diminui a síntese de melanina, previne a pigmentação induzida por processos inflamatórios e reduz a reincidência da hiperpigmentação), 5% de niacinamida (ação uniformizadora da tonalidade da pele e calmante), 1% de ácido kójico (ativo com ação uniformizadora da tonalidade da pele) e 5% de esfoliante enzimático (renova a pele, dispersando a pigmentação mais superficial). • www.skinceuticals.com.br

CONFORTO FEMININO

A Moviment amplia o seu portfólio e traz para o mercado uma linha de absorventes específicos para escapes de urina em três diferentes tamanhos – a Moviment Miss. A linha conta com as versões Regular, Super e Maxi, possui barreiras elásticas contra vazamentos e tecnologia Ultrasec, que mantém a pele seca e absorve até seis vezes mais do que um absorvente menstrual. A linha também foi desenvolvida com o sistema Odor Control, que neutraliza odores. • www.linhamoviment.com.br

MADEIXAS MAIS FORTES

O novo Novex Café Expresso Máscara de Tratamento, da Embelleze, foi desenvolvido especialmente para as mulheres que usam componentes químicos nos cabelos. Ele promove reparação, brilho e vitalidade. Além do café, a fórmula contém também D-Pantenol. Juntos, os dois estimulam o crescimento dos cabelos, reparam os fios danificados e reduzem as pontas duplas. • www.embelleze.com

LIMPEZA EM QUALQUER LUGAR

Com foco em quem precisa de uma solução prática para deixar a pele limpa, Acnase apresenta os Lenços Umedecidos. Eles possuem propriedades que combatem a acne, auxiliam na remoção de impurezas que não ficam visíveis e controlam a oleosidade excessiva. O produto faz parte da linha Emergência de Acnase e pode ser utilizado pelo menos duas vezes ao dia. É uma alternativa para cuidar do rosto mesmo longe de casa, mas não deve ser usado em áreas lesionadas ou na região dos olhos. • www.acnase.com.br

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DENTES REGENERADOS

PINCÉIS LIMPOS

A RK by KISS está lançando um acessório para a limpeza de pincéis. Feito de silicone, o material não estraga as cerdas dos pincéis. O Limpador de Pincel é pequeno e tem design ergonômico, ou seja, não ocupa muito espaço no nécessaire e cabe perfeitamente na mão, enquanto as ondulações em sua superfície garantem a limpeza de forma mais eficiente.

Após 15 anos de pesquisa, a Dentalclean lança o Gel Regenerador Diário, um produto que regride a cárie quando ela está em seu estágio inicial e reduz a sensibilidade logo após seu uso. Além disso, pacientes que sofrem de sensibilidade dentária, seja por motivo pós-sessão de clareamento dental ou outros, relataram que sentiram alívio imediato da dor após o uso do gel. O produto também possui poder “antiodor”. • www.dentalclean.com.br

• www.kissnewyork.com.br

BEBÊS BEM CUIDADOS

COBERTURA PARA O DIA A DIA

Para dar um toque de beleza natural e ao mesmo tempo disfarçar as imperfeições da pele, a Vult desenvolveu a nova coleção de Base Fluida. Sua fórmula é ultrafluida, ou seja, ideal para o dia a dia, pois além de suas microesferas atuarem no disfarce óptico das linhas finas e rugas, proporciona sensação de leveza e toque aveludado. Enriquecida com um complexo de extratos naturais, ajuda ainda a combater o envelhecimento, a hidratar e a proteger a pele. O produto possui embalagem com aplicador em conta-gotas, para evitar desperdícios, e está disponível em oito tonalidades, desde as mais claras até as mais escuras. • www.vult.com.br

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A Mustela desenvolveu novas formulações para a linha Stelatopia®, combinando ativos de origem natural que cuidam da pele extremamente seca e atópica de bebês e crianças. Três itens compõem a linha: Stelatopia® Creme Lavante, Stelatopia® Bálsamo Emoliente e Stelatopia® Creme Emoliente – que oferecem hidratação e alívio aos problemas cutâneos, além de combater o ressecamento excessivo da pele. Com textura leve e nutritiva, os produtos contam com ingredientes naturais como óleo destilado de girassol, que fornece lipídios essenciais para manter a barreira de hidratação da pele; cera de carnaúba, que integra o bálsamo e deixa uma camada protetora sobre a pele; e perséose de abacate, que preserva a riqueza celular, hidratando e protegendo diariamente a barreira cutânea danificada na pele atópica. • www.mustela.com.br


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EVENTO

Abradilan promove conhecimento e celebração NO ANO EM QUE COMPLETA 20 ANOS, A ENTIDADE OFERECEU UM DIA INTEIRO DE PALESTRAS E UM JANTAR PARA SEUS ASSOCIADOS, REUNINDO AS PRINCIPAIS DISTRIBUIDORAS E INDÚSTRIAS DO SETOR

O

POR LAURA MARTINS

O dia 20 de junho último foi marcado por uma agenda lotada de atividades para os associados da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan). Durante todo o dia, eles foram convidados a ir à Assembleia Abradilan, com palestras que abordaram desde os desafios dos distribuidores regionais até o momento político vivido pelo País. Na parte da manhã, o vice-presidente América Latina do Close-Up, Paulo Paiva Junior, apresentou números que revelam que as grandes cidades ainda representam mais da metade do mercado farmacêutico, mas que as pequenas e médias estão

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ganhando espaço. De abril de 2017 até abril de 2018, os municípios com até 50 mil habitantes obtiveram um crescimento de 7,5%; as cidades entre 50 mil a 300 mil habitantes, 7,1%; e aquelas com mais de 300 mil habitantes, 5,9%. Avaliando novos pontos de venda (PDVs), a maior parte é de lojas independentes. As grandes redes continuam a abrir mais lojas em grandes cidades. Já o mix de produtos é bastante parecido em todos os perfis de municípios, sendo que os genéricos avançam com maior intensidade nas pequenas cidades. “As redes continuam avançando sua presença nas pequenas e médias cidades, enquanto os distribuidores regionais perdem espaço”, diz Paiva. Segundo ele, a tendênIMAGENS: SHUTTERSTOCK


cia é explicada pelo mix mais equilibrado no PDV e os distribuidores regionais não estão alinhados. Por outro lado, em unidades, os distribuidores regionais ganham espaço, mostrando que são capazes de trabalhar com um sortimento de produtos mais barato. Ou seja, o grande desafio é ter espaço para ampliar sua área de distribuição e os segmentos de varejo atendidos. Para o executivo do Close-Up, com o melhor desempenho de independentes, com o associativismo e com as pequenas e médias redes, o distribuidor regional poderá alcançar melhores índices de crescimento, mas precisará acessar um mix de produtos mais completo. Entre as grandes redes, o maior desafio é conseguir crescer além da abertura de lojas, sendo a ampliação geográfica ou de serviços e produtos uma boa oportunidade. As pequenas e médias redes precisam contrapor o crescimento das grandes redes e do associativismo. Em seguida, o superintendente de Fomento de Negócios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Claudio Leal, explicou os tipos de financiamento disponíveis não só para o grande empresário, mas também para os pequenos varejistas. Na ocasião, ele apresentou o Canal do Desenvolvedor MPME, um site criado para micros, pequenas e médias empresas, transportadores autônomos de carga e produtores rurais com faturamento anual de até R$ 300 milhões e microempreendedores individuais ou empreendedores pessoa física com faturamento anual de até R$ 360 mil. O Portal explica para quais tipos de investimentos são necessários os recursos e escolhe os agentes que pretendem fazer negócio. A solicitação é enviada aos agentes e o empresário recebe todas as atualizações sobre seu pedido on-line e no próprio site.

Jantar teve presença de associados e parceiros

Executivos da Abradilan se reuniram para homenagem

Para fechar o dia, o cientista político e professor da Universidade de São Paulo (USP), Prof. Dr. André Singer, e o cientista político e professor do Insper, Prof. Dr. Carlos Melo, discutiram sobre a situação política atual do País e quais são os possíveis desdobramentos após a eleição presidencial, em outubro deste ano.

20 ANOS DE ABRADILAN No final do dia, a entidade realizou um jantar no Esporte Clube Sírio, na capital paulista, para cerca de 500 executivos de distribuidoras e da indústria farmacêutica. O tema do evento foi “A arte de unir talentos”. Estiveram presentes os executivos da Associação, além do diretor de relacionamento com parceiros estratégicos da América Latina da IQVIA, Edu Rocha, que mostrou os principais resultados da Abradilan, como o fato de a cobertura da instituição atender 87% das farmácias brasileiras. “Os 20 anos da Abradilan são um momento muito importante para nós associados. É uma ocasião para comemorar toda a história da Associação, todas as conquistas que tivemos com os nossos parceiros, colaboradores e clientes. É um momento de muita celebração e também de pensar em novos projetos e em todo o futuro que temos pela frente”, revela o vice-presidente da Abradilan, Vinícius Andrade. A Abradilan frisou seu momento de maior preocupação com a Responsabilidade Social. Ao invés de entregar brindes aos convidados, doou R$ 30 mil para o Centro de Valorização da Mulher (Cevam), uma instituição sem fins lucrativos que cuida de meninas e mulheres que sofrem agressões físicas e sexuais. No fim da noite, os executivos puderam curtir o show dos “Filhos dos Caras”, com a presença de Luciana Mello, Léo Maia e Wilson Simoninha. 2018 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ESTOU COM QUEDA CAPILAR, UNHAS QUEBRADIÇAS E PELE SECA. O MÉDICO ME RECEITOU 500 MG DE VITAMINA B12 VIA ORAL. EM QUANTO TEMPO ELA FARÁ EFEITO? PERGUNTA ENVIADA POR LUNARA VANESSA DOS SANTOS LIMA – SANTA CRUZ (RN)

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A reposição de vitamina B12 geralmente começará a fazer efeito no principal sintoma da deficiência dessa vitamina, que é a anemia, em dois meses, e no caso dos sintomas neurológicos, em seis meses, sendo que provavelmente os sintomas de queda capilar e unhas fracas que decorrem da anemia apresentarão melhora também nesse prazo de sessenta dias. Agora, é importante avaliar também se há carência de algum outro elemento, já que unhas fracas e queda de cabelos podem envolver outras vitaminas e elementos, como ferro e biotina. A vitamina B12 é uma vitamina do complexo B que participa da síntese do DNA, protegendo-o de quebras que levam ao seu dano e, dessa forma, do risco de desenvolvimento do câncer. Além disso, participa da formação, integridade e maturação das células vermelhas do sangue. Está envolvida ainda na síntese da bainha de mielina dos nervos, participando da transmissão dos impulsos nervosos, e na formação da crea-

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tina, proteína fundamental na manutenção das reservas energéticas dos músculos e na regeneração dos mesmos. A vitamina B12 é armazenada no fígado, rins e outros órgãos do corpo e, por isso, a sua deficiência demora para se estabelecer mesmo que o paciente tenha interrompido a ingestão da vitamina há tempos. Sua produção ocorre no intestino dos animais, pelas bactérias que aí vivem, sendo a única vitamina que não pode ser obtida dos vegetais. Os alimentos mais ricos em vitamina B12 são as carnes como o fígado, os peixes, os ovos, o queijo, o leite e os mexilhões. Os grupos com maior risco para deficiência são os vegetarianos e veganos; pessoas com mais de 60 anos de idade, nas quais é comum uma atrofia da mucosa gástrica; pessoas que usam regularmente inibidores de bomba de prótons ou supressores de ácido gástrico; portadores de doença celíaca, doença de Crohn e retocolite; mulheres com história de infertilidade e aborto; e diabéticos que fazem uso de metformina. Além disso, bebês nascidos de mães vegetarianas podem não obter quantidade adequada de vita-

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DRA. KALIANDRA VANI CAINELLI

Dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

mina B12, assim como pacientes com distúrbios do sistema imunológico, entre os quais o lúpus, também estão sob risco para a deficiência. Os principais sintomas da carência de vitamina B12 estão relacionados ao desenvolvimento da anemia, pois a vitamina é fundamental para a síntese das hemácias, e a problemas neurológicos, uma vez que ela é importante para a confecção da bainha de mielina. Pode-se observar no paciente portador de deficiência de B12 palidez cutânea, diarreia ou constipação, fadiga, falta de energia ou tontura ao fazer esforço, falta de ar, problemas de concentração, perda de apetite, língua inchada com sangramento, queda de cabelo e unhas fracas. Além dos sintomas relacionados acima, decorrentes da anemia estabelecida, temos ainda os sintomas neurológicos como confusão, depressão, perda de equilíbrio, desmaios e formigamento em pés e mãos. Os sintomas da falta de vitamina B12 podem mimetizar uma demência. Em crianças, a carência pode causar dificuldade de crescimento e atraso no desenvolvimento.

A deficiência é diagnosticada por meio da dosagem da mesma através da coleta sanguínea e pela pesquisa da quantidade no soro sanguíneo. Os valores de referência variam de 200 pg/mL a 900 pg/mL, considerados como faixa de normalidade. Alguns estudos apontam que a dosagem abaixo de 490 pg/mL já é deficiente, por isso o ideal é manter as doses de vitamina B12 acima de 500 pg/mL. A carência de vitamina B12 tem quatro fases: começa com a redução nos níveis sanguíneos, depois apresenta baixas concentrações celulares, em seguida aumenta o nível de homocísteina no sangue e, por último, surge a anemia macrocítica. Em casos sintomáticos, a indicação é de 1.000 mcg por via intramuscular em dias alternados, por duas semanas, até a correção da deficiência. Depois, uma vez ao mês, se for cianocobalamina, ou uma vez a cada dois meses, se for hidroxicobalamina. Em casos em que não há problemas com a absorção de vitamina B12, pode-se fazer reposição por via oral.

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

Inovações à vista para as farmácias

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www.abradilan.com.br

P O R M A R I A C R I S T I N A A M OR IM – DIR ETOR A -EXECUTIVA DA A SSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E PRO D UTO S F A R M A C Ê U T I C O S ( A B RA DILA N )

A compreensão de que tratamentos com múltiplas abordagens terapêuticas são melhores do que os tradicionais e do barateamento da tecnologia da informação (TI) acoplada à internet abrem excelentes oportunidades de negócios inovadores às farmácias, é fato. Não por acaso o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que recebemos recentemente em nossa última assembleia, tem linhas de crédito especiais para financiar investimentos que transformem a realidade por meio da inovação. Na segunda semana de julho de 2018, um fato noticiado chamou minha atenção: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um aplicativo como tratamento auxiliar da depressão. O novo produto oferece ao usuário uma autoavaliação do que está sentindo toda semana, durante 90 dias, e propõe soluções baseadas na terapia cognitivo-comportamental. Para ter acesso à ferramenta é preciso incluir o número do registro do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM) e pa-

gar uma taxa de R$ 990,00 pelos três meses de uso. Partilho com os leitores minhas reflexões sobre esse fato. Primeiro, aumenta o reconhecimento da sociedade e, particularmente, das poderosas instâncias governamentais regulamentadoras, da necessidade da abordagem multidisciplinar para o tratamento de doenças. Esse reconhecimento amplia extraordinariamente as possibilidades de atuação de todos os profissionais e empresas voltados para o setor da saúde. Segundo, o quanto a TI, associada à mobilidade dos aparelhos conectados à internet, está se tornando alternativa à mão de obra especializada, como o médico. O trabalho do médico é compreensivelmente caro, enquanto a TI e os celulares, cada vez mais baratos. O preço do aplicativo em tela ainda é alto, mas aposto que muito rapidamente será gratuito. Apostaria também que a exigência do CRM do médico para usar o aplicativo não deve se sustentar eternamente.

Juntemos esses dois pontos: os tratamentos de uma das patologias de maior incidência sobre a população estão se tornando trabalho de equipes multiprofissionais e a TI está substituindo o uso de mão de obra especializada. Há evidentes oportunidades para novos negócios e possibilidades de grande redução no custo com mão de obra. E o que a farmácia tem a ver com isso? Muito. Sabemos que quanto mais valor agregarmos aos nossos serviços, maiores as chances de sucesso. Há clientes de antidepressivos? Por que não oferecer orientação quanto à alimentação, atividades físicas e comportamentos que ajudem a superar o problema? A entrega desse serviço pode estar tanto na contratação de profissionais quanto na utilização de aplicativos. Minha sugestão às farmácias: aproveitem as condições favoráveis dadas pela aceitação dos tratamentos com abordagens múltiplas e o barateamento da TI para ir muito além da venda de produtos.

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Inovando para o seu bem-estar.

Indústria Farmacêutica

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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