Edição 312 - Aceita APP?

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº312 NOVEMBRO DE 2018

ESPECIAL DIABETES Por ser uma doença crônica totalmente relacionada a maus hábitos, seu tratamento demanda mudanças na rotina do paciente

PELE A chegada da temporada de verão faz com que cresça a procura por protetores solares e hidratantes

ACEITA APP? Os meios de pagamento não estão somente evoluindo em serviços já existentes, mas criando alternativas mais tecnológicas ao cliente. O volume de transações eletrônicas equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ou seja, ainda há espaço para democratizar esta metodologia


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EDITORIAL

Vai pagar como? Em 2017, o uso de cartão de crédito alcançou a marca de R$ 842,6 bilhões; de cartão de débito, R$ 508 bilhões; e de cartão pré-pago, R$ 6,6 bilhões. No total, as transações somaram R$ 1,36 trilhão, uma alta de 12,6%, de acordo com a pesquisa Panorama dos Meios de Pagamento no Varejo Brasileiro na Visão das Empresas e Consumidores, realizada em maio de 2018 pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Os dados mostram que cada vez mais o brasileiro usa menos dinheiro em espécie e que as transações eletrônicas têm sido o meio de preferência para realizar o pagamento das compras. Dispor de máquinas de cartão em seu estabelecimento não é mais um diferencial, é regra. As tradicionais empresas de pagamento desenvolvem, a cada dia, soluções pensando nas necessidades do varejista. Uma grande mudança vista neste segmento, que apresentamos em nossa matéria de capa desta edição, escrita pela jornalista Laura Martins, é a flexibilidade de escolha de como se deseja pagar pelo serviço das máquinas. Antes, as empresas cobravam uma mensalidade; atualmente, outros planos estão disponíveis. O varejista pode escolher, por exemplo, se prefere comprar a máquina por um preço, pagar um valor fixo mensal ou outras opções. Além disso, os estabelecimentos passam a contar com benefícios exclusivos.

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)

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Os meios de pagamentos não estão somente evoluindo em serviços já existentes, mas criando alternativas mais tecnológicas ao cliente. Outro destaque desta edição fica por conta do Dia Mundial do Diabetes, comemorado em 14 de novembro. A importância da data fez com que preparássemos uma série de reportagens especiais. O diabetes é uma doença crônica, sem cura, que atinge 425 milhões de pessoas ao redor do mundo. Quando não tratado adequadamente, pode resultar em graves complicações. Ainda assim, a população mostra muito mais preocupação com outras enfermidades graves, mas bem menos incidentes, e acaba por negligenciar cuidados básicos que ajudariam a prevenir o surgimento do diabetes. Alimentação balanceada, prática de exercícios e check-up médico periódico já seriam suficientes para reduzir drasticamente o aparecimento de novos casos no Brasil. No entanto o número de acometidos é preocupante e segue aumentando. Esse público requer monitoramento diário, o que faz da farmácia um ponto de referência.

Dispor de máquinas de cartão em seu estabelecimento não é mais um diferencial, é regra. As tradicionais empresas de pagamento desenvolvem, a cada dia, soluções pensando nas necessidades do varejista

Boa leitura! Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

ASSINATURAS Morgana Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Andressa Gulin, Levi Girardi, Silvia Osso e Theresa Bankston

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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SUMÁRIO #312 NOVEMBRO 2018

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CAPA

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GESTÃO

Cheques e dinheiro saem de cena e dão lugar a meios de pagamento eletrônicos. Clientes começam a pagar seus produtos com smartphone ou até com relógios inteligentes

40 > PONTO DE VENDA Os fitoterápicos fazem parte da categoria de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Expor produtos no autosserviço facilita a experiência de compra do shopper

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>

ESPECIAL DIABETES

Em uma sequência de três reportagens, entenda o panorama, o tratamento e o controle e a qualidade de vida daqueles que sofrem com uma das principais doenças crônicas: o diabetes

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>

PELE

Sol, mar, piscina e outros agentes são responsáveis por cuidados específicos nos meses mais quentes do ano. Orientação ajuda o consumidor a cuidar melhor da pele 6

GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

E MAIS 08 > GUIA ON-LINE 10 > ENTREVISTA 14 > ANTENA LIGADA 20 > ATUALIZANDO 24 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE

ESPECIAL SAÚDE 64 > ESTRESSE E ANSIEDADE 70 > INFECÇÃO URINÁRIA

82 > SORTIMENTO 88 > CATEGORIA 94 > SEMPRE EM DIA

ARTIGOS 28 > VAREJO Silvia Osso 30 > CONJUNTURA Andressa Gulin e Levi Girardi 32 > INOVAÇÃO Theresa Bankston IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL FUTURO DA FARMÁCIA

Internet das Coisas (IoT), Aplicativos (apps) e outras tecnologias estão mudando o varejo farmacêutico. Inovações nas redes do canal farma entram em discussão.

AS MAIORES DO MERCADO

DESCARTE CORRETO

Existem dezenas de indústrias farmacêuticas – nacionais ou não – no mercado brasileiro. Confira o ranking da IQVIA das maiores empresas do País.

Uma das principais dúvidas dos consumidores é como e onde um medicamento deve ser descartado. Farmácias devem ajudar na orientação e no recolhimento dos itens.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Uma das principais redes de farmácias do mundo tem, agora, uma unidade no Brasil. A Onofre CVS Pharmacy está de portas abertas na capital paulista, trazendo tecnologia como diferencial.

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GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

Um projeto de lei tenta sancionar a venda de medicamentos em supermercados. O movimento leva à uma reflexão de que lugar de medicamentos é nas farmácias.

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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ENTREVISTA-INCOTERM

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GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

IMAGEM: DIVULGAÇÃO


Saúde ao alcance do paciente COM QUASE CINCO DÉCADAS DE HISTÓRIA, A INCOTERM É A PRINCIPAL FÁBRICA DE TERMÔMETROS DA AMÉRICA LATINA. MAS, COM A MATURIDADE DO MERCADO, PASSOU A PRODUZIR OUTROS PRODUTOS QUE AJUDAM A AUMENTAR O TÍQUETE MÉDIO DAS FARMÁCIAS POR LAURA MARTINS

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O controle da própria saúde é um conceito de importância crescente. Com as inovações e as possibilidades tecnológicas, cada vez mais o consumidor quer ter acesso a dispositivos que o façam não ter que ir ao médico para saber se está tudo bem. Não é uma coincidência que as pessoas busquem itens como termômetros ou medidores de pressão em farmácias e drogarias. Há 45 anos no mercado, a Incoterm está vivendo todas as mudanças de perto, como a substituição dos termômetros de mercúrio pelos digitais e o controle intenso de números por meio de dispositivos móveis. Hoje, a empresa é a maior da América Latina e produz também nebulizadores e umidificadores de ar. Para falar sobre esse universo, o diretor executivo da Incoterm, Andreas Weimer, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. Confira!

Guia da Farmácia • A Incoterm está no mercado há mais de 40 anos. Quais foram as principais mudanças e inovações? Andreas Weimer • Sim, estamos no mercado há 45 anos graças às parcerias sólidas construídas com nossos clientes e fortalecidas nessa caminhada. A Incoterm nasceu em 1973 com o intuito de fabricar e comercializar termômetros. Em poucos anos, se transformou na maior fábrica de termômetros da América Latina, reconhecida pela qualidade dos produtos e por sua competência técnica na área da temperatura. Durante muitos anos, o termômetro de febre era o único produto que a Incoterm vendia nas farmácias. As próprias farmácias eram, na grande maioria, menores pontos de venda (PDVs), principalmente, de medicamentos e poucos produtos agregados. Com o passar do tempo, o tamanho das farmácias aumentou, oferecendo cada vez mais itens que o consumidor 2018 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-INCOTERM

necessita no seu dia a dia. A categoria dos correlatos ganhou grande importância, contribuindo hoje de forma expressiva no faturamento da maioria das lojas. Para a Incoterm isso certamente foi a principal mudança no mercado. Crescemos juntos, oferecendo hoje uma ampla linha de produtos para o canal farma. Falando sobre as inovações, a entrada da era digital teve grande impacto sobre a linha de produtos da Incoterm. A substituição de produtos analógicos de medição por soluções digitais começou nos anos 1980 e permanece até hoje. Na nossa linha para o canal farma temos o termômetro MEDFEBRE. O mais tradicional e mais vendido termômetro de febre no Brasil será, em 2018, substituído pelo MEDFEBRE DIGITAL, que foi lançado pela Incoterm no ano passado e que mantém as principais características da sua versão tradicional (confiável, compacto, econômico e simples para higienizar). Uma revolução que está influenciando os dispositivos para a saúde é a chamada Internet das Coisas (IoT), ou seja, a conexão dos dispositivos em rede e o acesso dos mesmos através da internet. A Incoterm inovou nesta área com o seu novo Aplicativo (app) “Saúde e Bem-Estar”, lançado na Abradilan Farma este ano. O app integra informações sobre pressão arterial, peso e bioimpedância, temperatura, oxigenação e o uso de medicamentos para o consumidor. O grande avanço inovador não é ter um app ou transferir as informações dos dispositivos de saúde para ele. O avanço consiste em oferecer tudo isso de forma totalmente gratuita para o consumidor e sem agregar custo aos dispositivos. Desta forma, a tecnologia fica disponível para toda a população. Guia • Os medidores de pressão, assim como os termômetros, são facilmente encontrados em farmácias. Qual a importância deles para a Incoterm? Weimer • Os termômetros já são commodity e a tendência é trabalharmos mais os medidores de pressão. A importância de cada categoria é estrategicamente trabalhada para melhorar o foco e o desempenho do produto junto aos nossos consumidores. Guia • Como os produtos devem ser trabalhados no PDV para que as vendas aumentem? 12

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Weimer • É interessante que esses itens estejam no autosserviço, checkout ou balcão. Quanto maior o número de peças disponíveis na loja, melhor influência e segurança de compra o consumidor terá com o produto. E para um melhor desempenho da categoria, é importante treinamento físico ou virtual para a força de vendas do balcão. Guia • No caso dos nebulizadores e dos umidificadores de ar, há uma relação direta entre os meses mais frios e a alta das vendas. Quanto representa esse aumento? Como as farmácias podem trabalhar para comercializá-los durante todo o ano? Weimer • Este é o período sazonal de melhor demanda desses itens, podendo crescer em torno de 40% a 60% de vendas na categoria. E para melhor comercialização durante todo o ano, um bom atendimento e uma boa exposição desses produtos é um dos principais fatores para a decisão de compra. É importante que os inaladores e umidificares estejam ao alcance dos consumidores, pois essa ação transmite segurança, confiança e credibilidade da marca. Com isso, certamente o tíquete médio do estabelecimento será positivamente melhorado. Guia • Como os atendentes influenciam a escolha do produto correto e a venda dos itens? Como o atendimento deve ser feito? Weimer • Os atendentes influenciam totalmente a escolha e a venda do produto. Quanto mais preparados e treinados estão, mais segurança e conhecimento sobre o produto são transmitidos ao consumidor. Dessa forma, a abordagem no atendimento será exemplar e consequentemente a venda será garantida. Nem sempre o preço é o mais importante na decisão de compra, mas para essa categoria, a abordagem é o que efetiva uma decisão de compra. Guia • Qual a importância do canal farma para a Incoterm? Weimer • Atualmente, possuímos cinco unidades de negócios, sendo a de Saúde uma delas, e devido ao seu volume de itens comercializados se torna muito importante para a empresa.


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ANTENA LIGADA

O JOGO DA NEGOCIAÇÃO ASSIM COMO EM TODOS OS OUTROS SETORES, AS EMPRESAS FARMACÊUTICAS FREQUENTEMENTE REALIZAM FUSÕES E AQUISIÇÕES, MOVIMENTAÇÕES ESTAS QUE AQUECEM O MERCADO POR LAURA MARTINS

JOHNSON & JOHNSON VENDE LIFESCAN

A Johnson & Johnson comunicou a conclusão da venda de sua empresa LifeScan para a Platinum Equity por aproximadamente US$ 2,1 bilhões. A LifeScan é líder mundial no monitoramento da glicose do sangue e fabricante dos produtos da marca OneTouch®. A companhia gerou rendimentos líquidos de cerca de US$ 1,5 bilhão em 2017. A família de empresas Johnson & Johnson permanecerá atendendo as pessoas afetadas pelo diabetes por meio de soluções, serviços e produtos inovadores das suas unidades de dispositivos médicos, produtos farmacêuticos e para o consumidor. • www.jnjbrasil.com.br 14

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BOEHRINGER INGELHEIM COMPRA VIRA THERAPEUTICS

A Boehringer Ingelheim adquiriu todas as ações da Vira Therapeutics, uma empresa biofarmacêutica especializada no desenvolvimento de terapias oncolíticas virais, que desenvolveu o vírus da estomatite vesicular com glicoproteína modificada (VSV-GP), em investigação isoladamente e em combinação com outras terapias. O valor total da transação de € 210 milhões é baseado no contrato de compra e venda de ações e opções assinado em agosto de 2016. As empresas estão trabalhando no desenvolvimento da próxima geração de terapias virais oncolíticas. O principal estudo, o VSV-GP, demonstrou resultados promissores na fase pré-clínica, especialmente em combinação com outros princípios imunomoduladores que a Boehringer está desenvolvendo. • www.boehringer-ingelheim.com.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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MANUAL PARA EVITAR DESPERDÍCIOS DE MEDICAMENTOS

Suprimentos e Farmacoeconomia foram um dos destaques do Manual de Efetividade e Práticas contra o Desperdício, livro que reuniu iniciativas relacionadas à diminuição do desperdício em hospitais membros da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). O material é lançado em um dos maiores eventos do segmento hospitalar no Brasil, o Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), que debate, este ano, a “Eficiência: como o combate ao desperdício irá transformar o sistema de saúde”. • www.conahp.org.br

SANTHER COMEMORA 80 ANOS

Em 1938, o médico libanês Fadlo Haidar fundou sua fábrica de papéis no bairro da Penha, em São Paulo. Nestes 80 anos, a Santher foi administrada por três gerações da família Haidar, que atuam como representantes no Conselho de Administração atualmente. Hoje, o comando da companhia é exercido por um executivo do mercado. Durante os primeiros 28 anos de existência, a empresa se dedicou à produção de monolúcidos, também chamados de papéis especiais, para atender à demanda da indústria. Mas, em 1966, a Santher decidiu ampliar sua atuação, com o lançamento dos guardanapos Santepel. E, em 1971, entra no mercado de higiênicos, com Personal®. Nos anos 2000, a Santher ampliou o seu portfólio de consumo com o lançamento de Sym®. Focada em Personal Care, a marca traz absorventes e protetores para o público feminino. Em 2009, a empresa lança a linha Personal®, de fraldas descartáveis para bebês. • www.santher.com.br 16

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NOVA ASSOCIADA FEBRAFAR

A Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) vem apresentando um intenso crescimento nos últimos meses. Durante o 2º Encontro Febrafar, por exemplo, foi anunciada a adesão da 58ª rede da federação, a Rede de Drogarias Legítima. Com isso, a Federação aumenta ainda mais sua representatividade. “Estamos muito felizes com a adesão dessa nova rede, pois vem fortalecer ainda mais nosso grupo, que é bastante unido e apresenta ótimos resultados perante o mercado, mas, mais do que isso, esperamos poder auxiliar o crescimento da rede com nossas ferramentas e conteúdo”, avalia o diretor geral da Febrafar, José Abud Neto. • www.febrafar.com.br

FUTURO DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

A Mundipharma realizou, no Congresso Brasileiro Todos Juntos Contra o Câncer, o simpósio “Inteligência Artificial e cuidado individualizado: o futuro já chegou ao tratamento oncológico?”. O evento contou com especialistas no assunto para falar sobre cenários atuais e futuros na oncologia, além do tratamento individualizado do paciente. O simpósio teve a presença do professor global de MBA, escritor, colunista da BandNews FM e membro da WFSF (Paris) e da World Future Society (Chicago), Gil Giardelli; da presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira; da especialista em cuidados paliativos, médica do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e gestora dos Cuidados Paliativos do Hospital Pasteur, Cristiane Pinto; e do médico oncologista e coordenador do Programa de Inovação em Oncologia da BP– a Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Thiago Jorge. • www.mundipharma.com.br


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AÇÕES EM CONGRESSO MÉDICO

A FQM esteve no XXII Congresso Mundial da FIGO 2018 com um estande de 36 m² que reuniu várias atrações para interagir com os visitantes. Entre elas, um espelho que tirava fotos do público, sendo impressas com a #50TonsDeRosa, uma alusão à campanha que leva o mesmo nome, lançada pela FQM em parceria com a Fundação Laço Rosa, para ajudar pacientes com câncer de mama a redescobrirem sua sensualidade e voltarem a ter uma vida sexual ativa e saudável. A participação da empresa ressalta a preocupação da FQM com a saúde da mulher e demonstra os avanços que o grupo tem alcançado ao longo dos anos, com tecnologia, pesquisas e qualidade de seus produtos. • www.fqm.com.br

REFORMULAÇÃO TOTAL

Para atender à demanda das famílias da geração millennials, a Johnson’s acaba de anunciar uma reformulação em todo o seu portfólio de produtos infantis, que está no mercado nacional há mais de 80 anos. Para tanto, ouviu 26 mil mães, pais e cuidadores de todo o mundo e, em cocriação com esse público, anunciou uma grande transformação da marca. A modernização da Johnson’s inclui o lançamento do novo posicionamento “Pureza que Inspira”, além da reformulação dos produtos. Todos eles ganharam novas embalagens mais modernas e simples, fórmulas mais puras e suaves e uma nova organização da marca pelas idades e fases de desenvolvimento dos bebês e crianças. Os novos produtos Johnson’s chegarão às gôndolas do Brasil entre janeiro e fevereiro de 2019. Em 2018, os primeiros países a recebê-los são Estados Unidos, Índia, Austrália e Canadá. Em 2019, além do Brasil, também receberão as novidades, Colômbia, Peru, Equador, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, México, América Central, os demais países da América Latina, Arábia Saudita, Europa, Tailândia e Filipinas. • www.jnjbrasil.com.br 18

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TECNOLOGIA MUDA A RELAÇÃO ENTRE SHOPPER E CANAL FARMA

Até 2021, 71% dos shoppers usarão múltiplos canais para as suas compras e cada pessoa usará sete devices conectados, como celulares e relógios. Além disso, registros médicos e de saúde serão o segundo mais importante volume de dados acumulados em todo o mundo. Foram com dados como estes que o presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) abriu o evento promovido pela Biowell, em setembro último, na capital paulista. Em seguida, o head da Farmácias Portuguesas, Pedro Ferreira, contou um pouco sobre a história da ANF – entidade que atua de forma semelhante à Abrafarma em Portugal – e como as farmácias lusitanas fazem uma integração com todo o segmento de saúde. Elas têm uma cooperação com os médicos, por exemplo, onde os farmacêuticos podem trocar dados com eles para estudar casos simples de um paciente, como uma infecção urinária. Assim, um antibiótico pode ser prescrito na própria farmácia, sem que a pessoa precise ir ao hospital. Falando sobre o mercado, o CEO da Biowell América, Francisco Falcão Lamy, frisou a importância da recente regulamentação dos suplementos vitamínicos no Brasil. De acordo com o executivo, o mercado global da categoria atingirá R$ 1 trilhão no mundo e crescerá 9,6% nos próximos anos. O fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino, falou sobre a Transformação Digital do varejo impulsionada pela digitalização. Para que isso aconteça, as empresas precisam pensar em cultura digital, somada com dados, mobilidade e uma visão única de clientes e produtos. “Empresas que não dominam seus clientes e seus produtos em todos os pontos de contato não conseguem fazer uma transformação digital”, frisou ele. Além disso, a transformação não é somente ter um e-commerce ou focar em tecnologia. Para ele, o básico benfeito é premissa para uma iniciativa de transformação digital. Complementando sua palestra e fechando o evento, a diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima, falou sobre a importância de olhar para o shopper de maneira diferente. Primeiro, o varejista tem que entender que todas as pessoas são consumidoras. Ou seja, devem ser pensadas ações que até eles gostariam de ver. O shopper não compra em canais, compra em ambientes de varejo. Esse é o principal motivo para que todos os canais sejam integrados e tenham uma experiência de compra favorável, seja no off-line ou no on-line. • www.fdc.com.br


ANTENA LIGADA

TRATAMENTO HUMANIZADO

Tratar um paciente pelo seu nome e não como um número, ter uma relação de confiança e cuidar também da parte emocional de um acometido pelo câncer são algumas das características do chamado Atendimento Humanizado, quando não só o tratamento medicamentoso é pensado, mas um conjunto de fatores. Pensando nisso, a Libbs Farmacêutica fez um evento sobre o tema, em outubro último, na capital paulista. O tratamento humanizado vai desde uma consulta com tempo suficiente para conversar com o paciente, sanar suas dúvidas e criar uma relação de confiança (um dos principais problemas do atendimento no Sistema Único de Saúde [SUS]), até dar a possibilidade para que o paciente tenha acesso a terapias que o ajudem, como acupuntura para diminuir náuseas e vômitos. E, em uma doença grave como o câncer, o apoio psicológico é tão importante quanto o tratamento medicamentoso. • www.libbs.com.br

FARMÁCIAS APP E POLISHOP JUNTAS

O Farmácias APP e a Polishop se uniram para que os usuários do site e do Aplicativo possam adquirir os produtos da marca nas categorias de saúde e beleza. No total, já estão à disposição dos consumidores mais de 600 ofertas. Segundo o sócio fundador e CTO do marketplace, Robson Michel Parzienello, a adesão da Polishop ao time de parceiros reforça o posicionamento do Farmácias APP de agregar as principais marcas anunciantes em um mesmo ambiente. Parzienello ressalta, ainda, que a chegada da marca deve trazer aumento do tráfego no site e no Aplicativo (app), já que os produtos da Polishop são conhecidos no mercado pela inovação e qualidade, além de possuírem bastante aceitação entre os consumidores. • www.farmaciasapp.com.br

MERCADO DE MIPS E SUA IMPORTÂNCIA

TEUTO GANHA PREMIAÇÃO

O Teuto foi destaque na Valor 1000, publicação especial do jornal Valor Econômico, conquistando o prêmio Fii Innovation Awards 2018 de produto funcional mais inovador. A premiação escolheu o Flobac Pro como o segundo produto funcional mais inovador. Neste ano, o laboratório figurou como a 9ª empresa farmacêutica que mais cresceu em sustentabilidade. No ranking das 50 maiores por região, considerando as companhias do Norte e Centro-Oeste, o laboratório ocupa a 55ª colocação, sendo a única empresa farmacêutica e de cosméticos do Centro-Oeste no ranking. • www.teuto.com.br

Pelo segundo ano consecutivo, a IQVIA realiza o Consumer Health Conference. O evento, que ocorreu em São Paulo, em outubro último, revelou alguns dos principais resultados e projeções para o mercado de consumo no canal farma – incluindo os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), produtos de Higiene & Beleza (H&B), entre outros. O global general manager consumer health da IQVIA, Prasanna Pitale, deu início à programação falando sobre o mercado global de OTC (Over The Counter, sigla em inglês para os MIPs). De acordo com ele, os países em desenvolvimento são os principais impulsionadores do mercado. Em seguida, o vice-presidente RWAS & Technology da IQVIA, Sydney Clark, dividiu todo o mercado de Consumer Health no Brasil para explicar como acontece o crescimento de cada área. Os MIPs, por exemplo, têm pouca capacidade de inovação e novos produtos, ganhando mercado em volume e preço/mix. O associate director Consumer Health, Rodrigo Kurata, mostrou quais são os MIPs mais vendidos no Brasil, por patologia, além de apresentar uma pesquisa que revelou que boa parte das pessoas (44%) vai à farmácia comprar um MIP quando sente algum sintoma não preocupante. O principal motivo para ir direto ao ponto de venda (PDV) e não procurar um médico antes é já conhecer os sintomas e saber como lidar com o problema. • www.iqvia.com

2018 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIZANDO

SAÚDE EM DIA DESDE O INCÔMODO COM AS CÓLICAS MENSTRUAIS ATÉ A FELICIDADE DE UMA GRAVIDEZ, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DESENVOLVE SOLUÇÕES QUE AUXILIAM AS MULHERES A TER MAIS CONFORTO NO SEU DIA A DIA E EM SEUS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES POR LAURA MARTINS

ATROFEM®

HYPERA PHARMA

Chega ao mercado um novo medicamento para tratar as dores do período menstrual: Atrofem®, que atua diretamente nas cólicas menstruais, dores de cabeça, musculares e nas costas. O medicamento é formulado com ibuprofeno e é indicado para o alívio temporário da febre e de dores leves a moderadas. MS 1.7817.0851 • www.hyperapharma.com.br

ZAFOLAT E GESTAZ ABBOTT

Elaborados para momentos diferentes da gravidez, Zafolat e Gestaz trazem, em comum, a presença do metilfolato em sua composição. Forma ativa do ácido fólico, este elemento ajuda a evitar anemia e outras complicações para a gestante, além de auxiliar na formação dos órgãos e do sistema nervoso central (SNC) do feto. O Zafolat foi desenvolvido para o uso desde o planejamento da gravidez até o final do primeiro trimestre. O Gestaz entra em cena na sequência, quando a gestação inicia o segundo trimestre, e é recomendado enquanto a mãe estiver amamentando. MS Produtos isentos de registro, conforme a RDC 27/10 • www.abbottbrasil.com.br 20

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ATUALIZANDO

CALMASYN CIFARMA

Calmasyn (Passiflora incarnata L.), pela ação bastante conhecida do seu composto, é utilizado nos estados de irritabilidade, agitação nervosa, tratamento da insônia e desordens de ansiedade. É apresentado em caixas com 20 comprimidos revestidos de 300 mg e 900 mg e em solução oral de 37,84 mg/mL com 100 mL + copo dosador. MS 1.1560.0201.004-3 (Calmasyn 300 mg) MS 1.1560.0201.010-8 (Calmasyn 900 mg) MS 1.1560.0201.002-7 (Calmasyn solução oral) • www.cifarma.com.br

FENAFLAN® ICE

CLORIDRATO DE METILFENIDATO

Fenaflan® Ice é o mais novo lançamento do Laboratório Teuto. O aerossol dérmico é relaxante e refrescante atua no alívio imediato da dor causada por contusões, cãibras, torcicolos e incômodo muscular no geral. O produto é fácil de aplicar e possui jato seco, o que melhora e facilita a absorção auxiliando na sensação de frescor e no alívio imediato das dores. Fenaflan® Ice é disponibilizado em embalagem aerossol em alumínio contendo 150 mL. Nº de Processo: 25351.559544/2017-11 • www.teuto.com.br

A EMS apresenta ao mercado o primeiro genérico da Ritalina (Novartis). O cloridrato de metilfenidato é indicado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH). O lançamento está disponível nas apresentações: 10 mg x 30 comprimidos e 10 mg x 60 comprimidos. O medicamento é contraindicado em casos de hipersensibilidade ao metilfenidato ou a qualquer excipiente. MS 1.0235.1224 • www.ems.com.br

TEUTO

EMS

VIVACE BLEU VALEANT

Vivace Bleu é um novo composto de luteína e zeaxantina de origem 100% natural, da flor de Tagetes erecta, enriquecido com vitaminas C e E, cobre e zinco. Ele cuida em profundidade da pele, protegendo as células dos radicais livres estimulados pela luz azul, pois tem ação antioxidante. Vivace Bleu se apresenta em caixas contendo 30 pequenas cápsulas gelatinosas de fácil ingestão. Anvisa: 6.7222.0001.001-6 • www.valeant.com.br

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EXISTE ALGUM PROBLEMA EM USAR O TEMODAL® (PARA QUIMIOTERAPIA) ORIGINAL E GENÉRICO NO MESMO CICLO? POR EXEMPLO, PARA UMA DOSE DE 215 MG, SER 200 MG DE GENÉRICO E 15 MG DO ORIGINAL? PERGUNTA ENVIADA POR IURI BERNARD COSTA – LAURO DE FREITAS (BA)

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Segundo informação constante em bula, o medicamento Temodal®, que contém o fármaco temozolomida, é indicado para o tratamento de pacientes com: um tipo de tumor cerebral chamado glioblastoma multiforme, recém-diagnosticado, em tratamento combinado com radioterapia, seguido de tratamento com Temodal® isoladamente (monoterapia); e tumores cerebrais como glioma maligno, glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico, que apresentam recidiva ou progressão após tratamento padrão. O medicamento também é indicado para o tratamento de pacientes com melanoma malignometastático. Ele age contra tumores e sua atividade se inicia logo após as primeiras doses administradas. Para a fundamentação da resposta serão considerados alguns conceitos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a contextualização da pergunta do leitor. Medicamento de referência: é um produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro, conforme a definição do inciso XXII, artigo 3º da Lei nº. 6.360, de 1976 (com redação dada pela Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999).

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Medicamento genérico: é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes a do medicamento de referência, podendo, com este, ser intercambiável. A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência terapêutica que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica, e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresentados à Anvisa. Os medicamentos genéricos podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê “Medicamento Genérico”. Além disso, deve constar na embalagem a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787/99”. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento. Bioequivalência: o estudo de bioequivalência consiste na demonstração de que o medicamento genérico ou similar e seu respectivo medicamento de referência (aquele para o qual foi efetuada pesquisa clínica para comprovar sua eficácia e segurança antes do registro) apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo. Esse estudo assegura que o medicamento genérico ou similar é equivalente terapêutico do medicamento de referência, isto é, apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em relação

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MARIA APARECIDA NICOLETTI

Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

ao seu medicamento de referência. Dessa forma, o estudo de bioequivalência tem por objetivo comparar as biodisponibilidades de dois medicamentos com a finalidade de testar se os mesmos são considerados equivalentes terapêuticos. O estudo de bioequivalência irá avaliar os parâmetros relacionados à absorção do fármaco (parâmetros farmacocinéticos) quando comparados com os parâmetros de um medicamento que comprovou, com estudos clínicos, sua segurança e eficácia. Ou seja, a avaliação da bioequivalência é um método indireto de avaliar a eficácia e a segurança de qualquer medicamento contendo a mesma substância ativa que o medicamento eleito como referência, cuja ação dependa de sua disponibilização para a circulação sistêmica. Dois produtos são considerados bioequivalentes quando suas biodisponibilidades, velocidade e extensão da absorção do fármaco cumprem com os critérios de comparação de parâmetros farmacocinéticos dispostos em normas regulatórias vigentes. Biodisponibilidade: consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípios ativos, e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. A biodisponibilidade diz respeito à quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo do medicamento pela corrente sanguínea. Quando dois me-

dicamentos apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo, sua eficácia clínica é considerada comparável. A avaliação da biodisponibilidade é realizada com base em parâmetros farmacocinéticos calculados a partir dos perfis de concentração plasmática ou outro fluido biológico do fármaco ao longo do tempo. Portanto a intercambialidade entre medicamento de referência e medicamento genérico pode ser realizada. Em uma doença de elevada complexidade como a mencionada é preciso ponderar um aspecto que, como a paciente faz uso do medicamento de referência há seis meses, qualquer alteração que ela possa apresentar no seu estado de saúde ficará difícil atribuir qual seria o fator/razão que estaria diretamente relacionado, considerando que houve um fato novo, ou seja, a alteração do medicamento de referência pelo genérico correspondente. Outro aspecto a ser mencionado é que, no momento, os medicamentos genéricos comercialmente disponíveis são apresentados com os valores rotulados em mg: 20, 100, 140, 250 e 280, e o medicamento de referência (Temodal®) possui as apresentações com os valores rotulados em mg: 5, 20, 100, 140, 250 e 280. Considerando a quantidade sugerida na pergunta (215 mg do fármaco), em relação aos medicamentos genéricos disponíveis não há apresentação de 15 mg e, portanto, seria necessária a administração de três unidades do medicamento de referência de 5 mg (totalizando 15 mg), que é o único que tem esta apresentação, associada à administração de 200 mg.

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CUIDADOS

Ameaça à beleza LUZ AZUL É VILÃ DA PELE, AUMENTANDO A PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES E CAUSANDO O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO. LUTEÍNA E ZEAXANTINA AJUDAM A PREVENIR OS DANOS POR LAURA MARTINS

A

A exposição contínua à radiação presente nos LEDs (sigla em inglês para Light Emitting Diode; em português, diodo emissor de luz), nas lâmpadas fluorescentes e na luz solar pode aumentar a produção de radicais livres, responsáveis pelo estresse oxidativo nas células.¹ Nesse aspecto, a luz azul, presente nos LEDS que iluminam smartphones, tablets, computadores e lâmpadas fluorescentes, é o tipo de incidência de luz com a mais alta energia dentro do espectro visível, com maior poder de profundidade se comparada aos nocivos raios UVA e UVB.¹ Pesquisas recentes² comprovam que a contínua exposição a esse tipo de iluminação pode acelerar a produção de radicais livres nas células, causando o seu estresse oxidativo e, como consequência, mudanças fisiológicas nos organismos expostos a ela. LUTEÍNA E ZEAXANTINA Nos dias de hoje, é cada vez mais difícil diminuir o tempo diário de exposição à luz azul, seja pelo crescente uso de dispositivos eletrônicos ou pela exposição a lâmpadas fluorescentes e até mesmo à luz solar. Por isso, para minimizar os danos causados às células pela formação excessiva de radicais livres, é importante fazer o uso de ativos antioxidantes. A luteína e a zeaxantina, quando ingeridas juntas e diariamente, são substâncias que agem como um filtro natural da luz azul, protegendo as células contra os radicais livres que podem causar o estresse oxidativo². VIVACE BLEU Vivace Bleu, da Valeant, é um novo composto de luteína e zeaxantina de origem 100% natural, da flor de Tagetes erecta, enriquecido com vitaminas C e E, cobre e zinco. Ele cuida da pele em profundidade, protegendo as células dos radicais livres estimulados pela luz azul, pois tem ação antioxidante.³ Anvisa: 6.7222.0001.001-6

Referências 1. Jurkiewicz B, Buettner G. EPR detection of free radicals in UV-irradiated skin: mouse versus human. Free Radical Research Institute, University of Iowa, Iowa City, IA, USA. Photochemistry and Photobiology, 64(6), 1996. 2. Palombo P et al. Beneficial long-term effects of combined oral/topical antioxidant treatment with the carotenoids lutein and zeaxanthin on human skin: a double-blind, placebo-controlled study. J. Skin Pharmacol Physiol;20:199–210, 2017. 3. Rótulo do produto.

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VAREJO

Defina um mix de produtos de maneira eficiente ELE EXISTE PARA ATINGIR DIVERSOS SEGMENTOS DE CLIENTES E DOMINAR UMA FATIA CADA VEZ MAIOR DO MERCADO

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SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 28

Estamos próximos do final do ano, por isso achei importante antecipar, neste artigo, um aspecto de gestão que deve fazer parte do seu planejamento para o início de 2019. Ter um bom mix de produtos é essencial para o varejo, visto que fortalece indicadores decisivos para o seu sucesso. Definí-lo de maneira correta não é uma tarefa simples. • O que é o mix de produtos? O mix de produtos é a definição dada para a variedade de itens que uma empresa deve vender. Para definir um mix eficiente devemos considerar fatores como: tipos de mercadorias ou serviços que são oferecidos, ramo de atividade do negócio, perfil do mercado e público alvo, sazonalidade e tamanho e região de atuação da empresa. • Por que é necessário ter um mix de produtos eficiente? O mix é essencial para que o negócio alcance sucesso, principalmente nas vendas, pois ele sendo adequado a chance de conquistar cada vez mais clientes e resultados é muito maior. • Como usar um mix de produtos da maneira certa? Usar um mix de maneira correta é fundamental para a competição no mercado. Para trazer ótimos resultados, é preciso que os produtos sejam selecionados corretamente, pois isso pode aumentar as vendas através das ofertas de produtos que atendam à demanda dos clientes. • Como melhorar o mix de produtos? Olho na extensão: na teoria, quanto maior é o mix, melhor será a venda. Mas, na prática, há exceções: se o mix apresenta muitos produtos que são de baixo giro ou que têm alta margem, mas baixo giro, ele pode

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prejudicar a rentabilidade da empresa. Recomendo definir a quantidade de produtos oferecidos conforme o segmento, as áreas e categorias (medicamentos e HPC); espaço físico; nível de concorrência; e, acima de tudo, o tipo de consumidor. Assim, ele funcionará corretamente. Faça o mix de produtos ter efeito: para reter os consumidores de todo o mercado é preciso que o mix tenha um bom efeito. Para isso acontecer, aplique-o conforme a necessidade do seu cliente. Ele precisa de novas opções do mesmo produto? O preço está alto demais para ele? Versões customizadas ou “marca própria”, com valores diferenciados, podem ser novas soluções. Assim, você evita que o consumidor se mude para seu concorrente. Equívocos: um mix de produtos, quando desnecessariamente grande, significa despesas. Avalie quais são os produtos que estão sem giro há mais de 90 dias; verifique a necessidade de estarem no mix ou de serem liquidados e retirados do cadastro. Analise os que menos vendem e também aqueles nos quais o lucro das vendas é menor do que os custos da sua permanência. Na maioria dos casos, é mais interessante focar nos produtos que estão na Curva ABC de vendas. Avalie os resultados: para se certificar de que o mix está correto, uma das formas mais primárias é listar a rentabilidade e os custos de mantê-lo. Aplicar esses dados em uma tabela é uma excelente maneira de visualizar sua situação mercadológica e definir o que fazer com o seu mix de produtos. Não há segredo, mas é preciso começar de alguma maneira. Comece agora! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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CONJUNTURA

Saúde não é, saúde está sendo

A

“SAÚDE É UM ESTADO DE COMPLETO BEM-ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL, NÃO SOMENTE A AUSÊNCIA DE DOENÇAS.” ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), 1946

ANDRESSA GULIN Health Advisor da Questtonó e expert em inovação e tecnologia pela Singularity University

LEVI GIRARDI CEO e cofundador da Questtonó, consultoria de design e inovação com escritórios em São Paulo, Nova York e Rio de Janeiro 30

Ao pensar em saúde sob a lente do tripé biopsicossocial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimulou políticas públicas voltadas a ações como segurança social e saneamento básico que resultaram em benefícios significativos para a sociedade. De fato, desde 1940, dobramos a expectativa de vida e diminuímos em 90% a taxa de mortalidade infantil no Brasil. Por outro lado, esta visão de saúde vem sendo questionada pela sociedade médica contemporânea. Se para ser saudável, qualquer desequilíbrio passa a ser encarado como doença, o ser humano precisa beirar a perfeição. Construímos assim uma sociedade dividida, onde os conceitos de saúde e doença, médicos e pacientes, prevenção e tratamento são antagônicos, criando uma visão vaga, imensurável e inatingível de saúde. Devemos então abrir espaço para uma nova perspectiva em relação a ela. Parafraseando Paulo Freire, que dizia que “o mundo não é, o mundo está sendo”, podemos pensar que saúde também não é, saúde está sendo. Para o “ser humano real”, todos os fatores da vida se misturam em uma única experiência. Se quisermos enfrentar os novos desafios do nosso tempo, precisamos entender quais são os vetores da mudança e decodificar os novos comportamentos. Por todo lado, nas mais diferentes áreas, assistimos a transformações profundas que mudam a forma como nos movimentamos, nos comunicamos e até mesmo como encontramos um lugar para ficar quando vamos viajar. A revolução digital, com o intenso fluxo de informação

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e geração de dados, faz com que a gente se relacione e crie conexões diferentes com as pessoas, e isso nos oferece uma vastidão de oportunidades e ao mesmo tempo uma necessidade de ordenação desta quantidade enorme de variáveis. E é claro que isso também se reflete na saúde, onde pacientes cada vez mais informados demandam uma nova relação com o sistema como um todo. Uma relação em que as preferências das pessoas são cada vez mais importantes, tanto quanto a experiência clínica e as evidências científicas. Nesta sociedade conectada, são os consumidores que transformam os mercados. Diante deste cenário, o mercado de saúde tem se mostrado ineficiente e financeiramente inviável. A necessidade de se reinventar é urgente. Este é o momento para evoluir, transformar e investir em novos modelos de negócio, criando novas experiências e aumentando a efetividade. Existe então o desafio de decodificar essas preferências, integrando-as a novas experiências com foco no ser humano. E é aqui que entra a expertise e o pensamento de uma outra área que vem ajudando a criar soluções capazes de transformar positivamente o planeta: o design. O design como ferramenta sistêmica de inovação, que integra um processo estratégico para decodificar e compreender comportamentos, desejos e necessidades, e assim promover inovação nos negócios e na sociedade. Novos produtos, serviços, experiências e marcas, criados por times transdisciplinares que integram designers, pesquisadores, engenheiros, artistas, médicos e outras especialidades podem trazer um novo rumo mais do que necessário para um mercado complexo como o da saúde. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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INOVAÇÃO

Os riscos de não usar produtos combinados em tratamentos médicos A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA AGREGA VALOR PARA AS EMPRESAS FARMACÊUTICAS E PARA OS PACIENTES, POIS ANTECIPA E MINIMIZA OS RISCOS DE PERFORMANCE NO INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO

A

THERESA BANKSTON PhD, lidera o Grupo de Serviços Técnicos da BD Medical - Pharmaceutical Systems, responsável por fornecer suporte técnico, soluções e serviços relacionados aos sistemas de administração para terapias injetáveis 32

A complexidade e o rigor dos produtos combinados têm exigido dispositivos de administração cada vez mais inovadores, como, por exemplo, a utilização de um sistema integrado por dispositivos e medicamentos, ao invés de adquirir componentes de diferentes fornecedores. Além de evitar problemas como quebra e incompatibilidade, os produtos integrados podem oferecer soluções para todas as interfaces entre o medicamento, o recipiente e o dispositivo de administração. As terapias biológicas para tratar doenças crônicas têm crescido ao longo dos anos. O fato de muitas dessas terapias serem projetadas para a administração domiciliar por pacientes ou cuidadores através de injeções subcutâneas elevou o nível das tecnologias de administração por injeção contínua. Os pacientes recebem esses medicamentos em dispositivos de injeção já preenchidos, chamados de produtos combinados, que incluem autoinjetores, injetores acopláveis e seringas preenchidas.

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Os fabricantes de medicamentos e seus parceiros têm a opção de adquirir esses componentes separadamente. Entretanto as empresas farmacêuticas que compram componentes assumem riscos adicionais que podem ser reduzidos através da escolha de um sistema integrado. Os riscos contemplados pela não integração dos sistemas de administração incluem o não funcionamento adequado do sistema de administração, como quebra do recipiente primário, desempenho inconsistente e incompatibilidade entre seus principais componentes. As consequências podem variar desde altas taxas de descarte e resíduos durante o processo de preenchimento ou montagem até uma perda onerosa dos medicamentos e atraso da terapia pretendida. Combinadas com a melhoria de processos e serviços, essas soluções diminuem os riscos de problemas relacionados ao desempenho do sistema, reduzem custos e evitam atrasos no lançamento, auxiliando as empresas farmacêuticas a terem êxito. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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GESTÃO

Dinheiro é coisa do passado CHEQUES, CARTÕES DE DÉBITO E CRÉDITO E OUTROS MEIOS COMEÇAM A DAR LUGAR A SMARTPHONES E A OUTRAS MANEIRAS MAIS ÁGEIS E TECNOLÓGICAS DE PAGAR A CONTA – NO CAIXA OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR DO ESTABELECIMENTO

E

POR LAURA MARTINS

Em 2017, o uso de cartão de crédito alcançou a marca de R$ 842,6 bilhões; de cartão de débito, R$ 508 bilhões; e de cartão pré-pago, R$ 6,6 bilhões. No total, as transações somaram R$ 1,36 trilhão, uma alta de 12,6%, de acordo com a pesquisa Panorama dos Meios de Pagamento no Varejo Brasileiro na Visão das Empresas e Consumidores, realizada em maio de 2018 pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Ainda segundo o estudo, o mercado brasileiro convive com dois extremos: população mais rica (compra a crédito) e população desbancarizada (usa

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Do inglês finance and technology (finança e tecnologia), é o termo utilizado para as inovações e o uso de novas tecnologias por empresas do setor financeiro na entrega de seus serviços.

meios alternativos). Esse hiato ajuda as empresas de pagamento a criarem oportunidades de alcançar a população com o uso de novas tecnologias que eliminem o atrito das transações e garantam a segurança delas. Para facilitar esse processo, em 2013, o governo brasileiro criou a Lei 12.965, que regulou as bases do pagamento eletrônico em larga escala, propiciando a entrada das fintechs no mercado e a expansão do uso das tecnologias inovadoras. Além disso, o novo parâmetro faz com que as tradicionais empresas de pagamento desenvolvam, cada vez mais, soluções pensando nas necessidades e no dia a dia IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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GESTÃO

DINHEIRO, CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO SÃO ONIPRESENTES NO VAREJO; PAGAMENTO POR APPS EM EXPANSÃO

Meios de pagamento aceitos por loja física:

Dinheiro

100%

C. à vista

100%

Débito

100%

C. parcelado

91%

Cheque

65%

Boleto

52%

C. loja

35%

Outros

35%

C. benefícios 22% Via Aplicativo (app)

13%

Outros: • Vale/cartão presente • Transferência bancária • Carnê • Crediário

62% pretendem utilizar nos próximos meses, e suas principais barreiras são: Ainda é pouco utilizado

44%

Falta de informações

33%

Difícil implementação

11%

Não possui uma área específica

11%

Fonte: Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC)

do varejista. O CEO do PagSeguro, Ricardo Dutra, cita a tecnologia TEF (Transferência Eletrônica de Fundos) como um exemplo que integra a aceitação de cartão à automação comercial, ideal para estabelecimentos que precisam transacionar grandes volumes em vários pontos de venda (PDVs), como grandes redes de farmácias. A Cielo LIO é outro exemplo de como as empresas de máquinas de cartões estão se esforçando para criar novos produtos. O aparelho não somente realiza os pagamentos de cartão de crédito e débito, mas permite a gestão de todo o estabelecimento, oferecendo mais de 90 Aplicativos (apps) que podem ser instalados no próprio equipamento. O varejista pode, por exemplo, fazer todas as contas no próprio aparelho, além de ter acesso ao catálogo digital, e a todo o estoque da loja e a um relatório completo de vendas. “É um terminal inteligente que permite que a venda seja feita em qualquer ponto da loja e já imprime a 36

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nota fiscal. Pode ser feito também o controle de estoque, ERP (sigla em inglês para Enterprise Resource Planning; em português, Sistema de Gestão Empresarial) e do caixa. Está tudo integrado”, comenta a diretora de marketing e comunicação da Cielo, Duda Bastos. Outra grande mudança vista neste segmento é a flexibilidade de escolha de como se deseja pagar pelo serviço das máquinas. Antes, as empresas cobravam uma mensalidade; atualmente, outros planos estão disponíveis. O varejista pode escolher, por exemplo, se prefere comprar a máquina por um preço, pagar um preço fixo mensal ou outras opções, de acordo com a companhia que oferece o serviço. “Além disso, os estabelecimentos passam a contar com benefícios exclusivos, como o Serviço de Conciliação Integrada, que é acionado quando uma mercadoria é registrada no caixa e o sistema dá baixa no estoque,


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GESTÃO

indicando a data em que o valor da mercadoria cairá na conta da empresa”, exemplifica Dutra.

NOVO CENÁRIO Os meios de pagamentos não estão somente evoluindo em serviços já existentes, mas criando alternativas mais tecnológicas ao cliente. De acordo com o vice-presidente executivo de Produtos, Negócios, Inovação e Marketing da Cielo, Danilo Caffaro, o futuro passa pela simplificação. O volume de transações eletrônicas equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ou seja, ainda há espaço para democratizar o pagamento eletrônico. “O uso de novas tecnologias nos pontos de venda (PDVs) traz inúmeros benefícios para os negócios. A aplicação de soluções modernas para pagamentos e transações contribui para a redução das despesas do comércio e o aumento das vendas. Além disso, lojas que investem em soluções inovadoras podem impactar a experiência do consumidor de maneira positiva, otimizando cada vez mais o serviço oferecido”, complementa o CEO do PagSeguro. De maneira contextualizada, dentro do setor de farmácias e drogarias, 32% dos clientes pagam sua conta com débito, seguido de 26% em dinheiro, 20% crédito à vista, 18% crédito parcelado, 1% cartão de benefícios e 1% cartão da loja. Por outro lado, 33% dos estabelecimentos do canal farma já oferecem pagamento via app – 20% a mais do que o mercado geral, onde 13% dos varejistas ofertam essa opção. “A tecnologia é extremamente importante para a conveniência e facilidade do cliente. Os investimentos em inovação também têm por premissa agilizar e dar mais qualidade no atendimento. O fortalecimento da cultura digital permeia toda essa estratégia em que o consumidor está no centro. São as suas necessidades, bem como seu comportamento, que ditam os passos da empresa”, frisa o gerente executivo do Grupo Dimed, Alexandre Arnold.

QUAIS AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS? Na China, popularizou-se o uso do celular como leitor de QR Code para efetuar pagamentos e quase não se usa mais o cartão de plástico. Esse modelo de pagamento facilita a vida das pessoas e contribui para a formalização da economia, diminuindo o uso do papel moeda – como é a meta do Banco Central do Brasil (BC). Além disso, de acordo com Dutra, promove a competição, já que as fintechs desenvolvem produtos ino38

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vadores. Também são vistos movimentos em relação ao uso das “máquinas inteligentes”, que possibilitam a integração de aplicativos específicos dos lojistas aos meios de pagamento, podendo gerar mais eficiência e/ou ampliação das vendas nas empresas. Há ainda novidades em web, como as soluções obtidas para omnichannel, que integram o mundo físico ao digital, dando mais opções de compra e acesso aos consumidores. A Panvel é uma das pioneiras no varejo farmacêutico a oferecer, em todas as suas lojas, a possibilidade de pagar sem carteira e cartão nas lojas, somente com o celular, pulseira ou qualquer outro dispositivo que utilize a tecnologia NFC (sigla em inglês para Near Field Communication; em português, comunicação por proximidade). “Também desenvolvemos a nossa própria carteira digital, o Panvel Go. O projeto começou em 2017 e, este ano, já se encontra em 110 lojas de Porto Alegre (RS). Após escolher o produto, o cliente abre o aplicativo e a opção Panvel Go, que fica no menu principal à esquerda. O software OmniPDV, instalado no balcão de atendimento ou em tablets, faz a conexão com o app do cliente, concluindo a compra. A única condição é ter um cadastro com os dados do cartão de crédito no aplicativo ou no site ou fazê-lo na loja”, salienta Arnold. Esta é uma opção parecida com os pagamentos por aproximação no pin pad, como o Apple Pay e o Samsung Pay, também já usado por alguns varejistas brasileiros. É o caso da Drogaria Iguatemi, que oferece aos clientes que usam iPhone ou Apple Watch a possibilidade de pagar sua conta com o dispositivo. O pagamento é feito ao encostar o device na máquina do cartão, autenticando a transação com o Touch ID ou Face ID, da Apple. Apesar de não poder ser feito em qualquer local do PDV, a tecnologia ajuda aqueles que não querem carregar a carteira à farmácia, além de agilizar o processo de pagamento. E se a tecnologia está presente nos meios de pagamentos, ela também é vital para outras áreas da gestão. “Entre as principais tendências estão a maior interação com os clientes por meio do reconhecimento geolocalizado próximo e dentro da loja, ofertas cada vez mais relevantes e personalizadas, inteligência artificial para atendimento de clientes, integração total da jornada do cliente entre físico e digital e uso da Internet das Coisas (IoT) através de equipamentos que auxiliem na aderência aos tratamentos”, finaliza o executivo.


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PONTO DE VENDA

Visibilidade aos fitoterápicos COMO BOA PARTE DELES ESTÁ NO ROL DOS MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO, É FUNDAMENTAL QUE ESTEJAM NO AUTOSSERVIÇO, FACILITANDO A EXPERIÊNCIA DE COMPRA DO SHOPPER

P

POR KATHLEN RAMOS

Para que alcancem boas vendas, é essencial que os fitoterápicos garantam visibilidade no ponto de venda (PDV) junto aos demais Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Aliás, esse é, justamente, o primeiro ponto a se pensar na hora de expor a categoria. “Para obter bons resultados, é importante que esses produtos estejam expostos corretamente nas gôndolas. Considerando que, em sua grande maioria, trata-se de MIPs, devem ficar, obrigatoriamente, no autosserviço”, ensina a gerente de marketing Marcas da Natulab, Sylvia Granziera. Segundo a executiva, o ideal é que os produtos estejam juntos e organizados em uma espécie de “cantinho dos fitoterápicos” ou “cantinho

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natural”. “Há uma grande oportunidade para essa estratégia, pois cada vez mais consumidores optam por um estilo de vida mais saudável”, diz. A gerente de produtos genéricos e similares da Cimed, Nicole Arnais, indica, ainda, que dentro do universo de fitoterápicos, os produtos sejam organizados por categoria (exemplo: calmantes), pois o cliente, em muitos casos, não tem o conhecimento da marca e/ou princípio ativo e faz a busca espontânea pelo produto. “Depois dos sintomas, deve-se organizar por marca e princípio ativo”, acrescenta. Além da exposição, para que o shopper tenha uma boa experiência de compra com os medicamentos fitoterápicos é fundamental que se invista na capacitação dos colaboradores. Embora esse IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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PONTO DE VENDA

POTENCIALIZE AS VENDAS DE FITOTERÁPICOS

Disponha as embalagens de forma visível: é importante que o farmacista tenha cuidado na exposição, garantindo que os produtos estejam expostos corretamente, e não de lado, virados, deitados, com o nome ao contrário, ou em qualquer posição que dificulte a leitura do consumidor.

Invista nas áreas quentes: os pontos mais fortes para exposição são os que se encontram no fim das passagens – as pontas de gôndolas. Nesses locais, os consumidores são forçados a passar para chegar à outra área da loja e podem deter-se em frente dos displays ou exposições por mais tempo.

Mantenha a precificação correta: os produtos devem estar bem precificados, sem que haja mistura entre eles. É fundamental evitar confusão ao olhar do cliente.

Esteja atento à sazonalidade: no inverno, por exemplo, período de sazonalidade de xarope de guaco, indica-se trabalhar a categoria em pontos extras, como displays de balcão e pontas de gôndola. Recomenda-se também explorar os materiais promocionais da indústria.

Use materiais de merchandising : se o farmacista quiser fazer uso de displays e materiais promocionais das marcas, as vendas, certamente, aumentarão, pois eles são responsáveis por gerar oportunidades de compra espontânea.

Aposte no cross-merchandising : como a função do cross-merchandising é aumentar a margem de lucro da loja como um todo, o ideal é que esteja presente em diversos ambientes, em todos os corredores. É importante, entretanto, atentar ao bom senso e à adequação ao perfil da loja. Pode-se, por exemplo, expor um fitoterápico laxante com a lactulose, sendo um com efeito laxativo e o outro para regular o intestino. Já a Passiflora incarnata pode ser comercializada próxima a fraldas infantis (mães tendem a enfrentar momentos de maior ansiedade) ou perto de xampus e condicionadores femininos ou absorventes (mulheres são as consumidoras potenciais da marca).

Garanta um bom atendimento: entenda o cliente (não há como atendê-lo bem sem saber o que ele busca); sinta prazer em servir (quando bem atendido, o consumidor sente-se motivado a, naturalmente, falar bem da farmácia); exponha as informações de maneira clara e direta, certificando-se de que sua explicação foi compreendida; não abandone o cliente (acompanhe o consumidor até que o problema seja resolvido ou a dúvida sanada); e aprimore o conhecimento sobre fitoterápicos.

Fontes: gerente de marketing Marcas da Natulab, Sylvia Granziera; e gerente de produtos genéricos e similares da Cimed, Nicole Arnais

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PONTO DE VENDA

ALERTA: NEM TODO FITO É ISENTO DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Há medicamentos fitoterápicos que são classificados como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e que podem estar nas gôndolas do autosserviço. “Medicamentos fitoterápicos à base de castanha-da-índia, centella asiática, alcachofra, camomila, entre outros, são exemplos de MIPs, embora não sejam isentos da orientação por um profissional da saúde”, sinaliza a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti. Entretanto, apesar de muitos pensarem o contrário, nem todo medicamento fitoterápico é isento de prescrição, portanto não são todos os produtos desta categoria que podem estar no autosserviço, ao alcance do consumidor. “Existem fitoterápicos tarjados, a exemplo daqueles elaborados com as seguintes espécies vegetais: Valeriana officinalis (valeriana) e Piper methysticum (kavakava), utilizadas para insônia, sedação, ansiedade, além de tensão nervosa e agitação; Hypericum perforatum (hipérico), para depressão leve a moderada; Ginkgo biloba (gingko), indicado para distúrbios circulatórios, insuficiência vascular cerebral, vertigens e zumbidos; e a Cimicifuga racemosa (cimicifuga), para os sintomas do climatério”, comenta a farmacêutica com habilitação em indústria, especialista em Gestão Farmacêutica, Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica, doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (área Farmacologia) e professora adjunta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Dra. Camila de Albuquerque Montenegro.

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mercado tenha crescido muito no Brasil por conta de uma visível mudança no estilo de vida da população – que presa por hábitos mais saudáveis e focados no autocuidado – segundo Sylvia ainda há uma grande barreira para o crescimento da categoria que é a falta de informação. “Os medicamentos fitoterápicos não estão completamente desenvolvidos no Brasil. Desta forma, é preciso investir na capacitação dos profissionais no que diz respeito ao atendimento e entendimento das reais necessidades dos clientes”, diz. A especialista da Natulab acredita que a captação de novos clientes está diretamente atrelada ao bom atendimento, tornando imprescindível a presença de profissionais – não obrigatoriamente o farmacêutico – aptos a orientar os consumidores sobre a categoria de fitoterápicos. “Todo o time da farmácia precisa estar preparado”, reforça. Neste sentido, além de ampliar o portfólio de produtos disponibilizados, é essencial que as equipes sejam adequadamente treinadas para esclarecer dúvidas sobre os benefícios dos produtos ou orientar sobre a opção mais indicada para determinado problema. “O PDV pode treinar os balconistas para que realizem a abordagem correta, identificando a oportunidade ideal para a oferta de medicamentos fitoterápicos”, sugere Sylvia. Também é papel dos profissionais da farmácia alertar o consumidor de que não se pode ter o conceito equivocado de que “se é natural, não faz mal”, conforme alerta a médica geriatra e responsável pelo Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma, Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari. “A grande vantagem da maioria dos fitoterápicos é sua boa tolerabilidade, mas não se pode esquecer de que esses medicamentos não são placebos. Eles possuem eficácia comprovada e podem ter efeitos adversos, mesmo que em menor intensidade. Temos de aproveitar o que o nosso País tem de melhor: biodiversidade, legislação sanitária de excelência e produtos registrados com segurança, mas sem esquecer de que o uso de qualquer medicação deve ser consciente e adequado à atividade terapêutica que se espera”, conclui.


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Especial Diabetes

PAN ORAMA

Brasil tem 12,5 milhões de diabéticos PARTE DA POPULAÇÃO NÃO SE ATENTA AOS RISCOS DA DOENÇA E DESCONHECE SER PORTADORA, O QUE FAZ COM QUE ELA CRESÇA A ÍNDICES ALARMANTES P O R F L Á V I A C O R B Ó

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O diabetes é uma doença crônica, sem cura, que atinge 425 milhões de pessoas ao redor do mundo. Quando não tratada adequadamente, pode resultar em graves complicações, como amputações, insuficiência renal e cegueira, e até levar à morte. Ainda assim, a população mostra muito mais preocupação com outras enfermidades graves, mas bem menos incidentes – como a AIDS, a tuberculose e o câncer de mama –, e acaba por negligenciar cuidados básicos que ajudariam a prevenir o seu surgimento. Alimentação balanceada, prática de exercícios e check-up médico periódico já seriam suficientes

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para reduzir drasticamente o aparecimento de novos casos no Brasil. No entanto o número de acometidos é preocupante e segue aumentando. De acordo com dados do Atlas International Diabetes Federation (IDF) 2017, existem 12,5 milhões de portadores de diabetes no Brasil, o que coloca o País como o 4º no mundo com maior quantidade de acometidos. Em uma análise geral, é possível afirmar que cerca de 8% a 9% da população brasileira possui diabetes. O percentual já é expressivo, mas torna-se ainda maior entre a terceira idade. Estima-se que entre 19% e 25% das pessoas com mais de 65 anos convivam com a doença. Nesta faixa etária, o Brasil é o 5º país com maior IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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número de diabéticos. “São dados bastante significativos e, se formos englobar a quantidade de pré-diabéticos, que também são indivíduos já doentes, essa quantidade mais do que duplica”, alerta o coordenador de comunicação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Dr. Fernando Valente. Apesar de ser mais prevalente com o avançar da idade, o diabetes pode afetar indivíduos de qualquer faixa etária, classe social ou raça. Ainda assim, de acordo com o Dr. Valente, é possível traçar um perfil médio do paciente: “Tem mais de 40 anos; peso corporal elevado, principalmente com excesso de depósito de gordura no abdômen; possui histórico familiar de diabetes; tem uma má alimentação; é sedentário e fumante”, descreve.

OBSTÁCULOS E DESAFIOS Todos os anos no Brasil, cerca de 72 mil pessoas morrem por complicações decorrentes do diabetes – 44,9% dessas mortes acontecem em pessoas com menos de 60 anos de idade. O número alto pode ser explicado por diversos fatores, entre eles o desconhecimento em relação à patologia. A SBD estima que quase metade dos brasileiros – 40% – não sabe que é acometida pela doença porque, geralmente, ela se instala de maneira silenciosa. “Para a pessoa apresentar sintomas de diabetes, os níveis de glicose precisam estar em torno de 300 ou mais. No entanto os indivíduos que têm taxas acima de 100 e abaixo de 300 já estão com alterações, mas não sentem nada e pensam que estão bem de saúde”, conta o endocrinologista e diretor do Centro de Diabetes Curitiba, Dr. André Viana. “Podem passar anos com a glicemia alterada sem saber e isso vai lesionando os órgãos e causando as complicações crônicas do diabetes. Ao longo do tempo, a pessoa pode desenvolver cegueira, insuficiência renal, ter um risco aumentado de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC)”, alerta. Ainda que haja tanto desconhecimento em torno da doença, a cada três segundos uma pessoa no mundo descobre que tem diabetes. Mas receber o diagnóstico nem sempre significa adesão ao tratamento. “O diabetes é uma doença crônica. Não é algo que você faz um tratamento e se cura. Isso já é o começo de toda dificuldade. A pessoa tem que manter um tratamento medicamentoso por um período longo, na maioria das vezes, para o resto da vida. Isso já é uma barreira e faz com que as pessoas, ao longo da vida, tenham idas e vindas em relação ao tratamento”, avalia o Dr. Viana. 48

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MITOS E VERDADES SOBRE O DIABETES Diabetes não é uma doença tão séria. Mito: de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, as condições associadas ao diabetes causam mais mortes do que o câncer de mama e a AIDS juntos. Duas em cada três pessoas com diabetes morrem em função de problemas cardiovasculares ou derrame. Se você está acima do peso ou obeso, um dia vai desenvolver diabetes tipo 2. Mito: estar acima do peso é, sim, um fator de risco para o diabetes tipo 2, mas há outros, como a história familiar e a idade. Sobrepeso não é o único fator. É muito fácil saber se você tem diabetes, os sinais são claros. Mito: o diabetes não tem sintomas claros. Algumas pessoas com pré-diabetes, por exemplo, podem apresentar sinais mais aparentes do que uma pessoa com diabetes. As complicações também não são iguais para todas as pessoas. É importante realizar exames de rotina, saber quais são os fatores de risco e buscar o diagnóstico correto. Comer muito açúcar causa diabetes. Depende: a resposta não é tão simples. O diabetes tipo 1 é causado por fatores genéticos, entre outras causas ainda desconhecidas. O diabetes tipo 2 é causado por fatores genéticos e estilo de vida. Estar acima do peso contribui para o risco de desenvolvimento do tipo 2, e uma dieta hipercalórica, não importando a fonte das calorias, favorece o ganho dos “quilos a mais”. Ou seja, é preciso ter cuidado com qualquer alimento muito calórico ou gorduroso, não somente doces. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

Outro fator complicador é que o tratamento, muitas vezes, não é só medicamentoso. Exige mudanças de estilo de vida, como a adoção de uma alimentação balanceada e de uma rotina regular de atividades físicas. “Ajustar o seu dia a dia com o uso de medicamentos,


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deixar de ter uma vida sedentária e mudar hábitos alimentares não é algo que altera somente o estilo de vida do paciente. Muitas vezes, é preciso mudar a rotina de uma família inteira quando há um diagnóstico de diabetes”, ressalta a diretora da ADJ Diabetes Brasil, Dra. Denise Franco. Segundo pesquisa inédita realizada pela Minds4 Health, a pedido da Sanofi, o brasileiro aponta que a principal barreira no tratamento adequado do diabetes é a dieta restritiva (60,8%), atrelada ao preço dos alimentos (21,7%). O custo dos medicamentos vem em terceiro lugar (5,7%). “Hoje, temos disponível na rede pública apenas dois medicamentos orais, sendo que já existem diversas terapias para tratar o diabetes. Infelizmente, esses medicamentos acabam tendo um preço que é difícil para o diabético

TAXAS DE INCIDÊNCIA POR TIPO DE DIABETES

12,5 milhões de pessoas com diagnóstico de diabetes – o que corresponde a cerca de

8% a 9% da população brasileira

5% a 10% do total de acometidos têm diabetes tipo 1 Entre

DIFERENÇAS ENTRE DIABETES TIPO 1 E 2 Diabetes é uma doença crônica caracterizada pela elevação da glicose no sangue e que pode ser dividida em dois tipos: Tipo 1: é uma doença autoimune em que ocorre a destruição das células que produzem a insulina, ou seja, o pâncreas para de produzir o hormônio. Por ser autoimune, pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais frequente na infância ou adolescência. Como o organismo não produz a insulina, os diabéticos tipo 1 precisam injetá-la todos os dias como tratamento. Os sintomas comuns são: sede, emagrecimento importante, vontade frequente de urinar, cansaço e fraqueza. Tipo 2: neste caso, o pâncreas continua produzindo a insulina, mas fica resistente à ela. Como a insulina não age, o pâncreas entende que precisa produzir mais. Ao contrário do diabetes tipo 1, o tipo 2 é mais frequente em adultos após os 40 anos, porém, com o alto consumo de gordura e carboidrato, aliado à falta de atividade física, nota-se o aumento de casos em adultos jovens e crianças. A obesidade está diretamente ligada à resistência à insulina. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

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19% e 25% das pessoas com mais de

65 anos convivem com a doença Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

pagar, tendo em vista que 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm outras comorbidades. Ou seja, precisam fazer uso de diversos medicamentos”, destaca o Dr. Valente. Além do difícil acesso ao tratamento medicamentoso, a doença pode ser agravada pela falta de informação e pela resistência do paciente ao tratamento. De acordo com a pesquisa, 1/3 dos diabéticos não faz exercícios físicos e 13% não vão ao médico regularmente. A principal justificativa para não fazer acompanhamento é acreditar que, por já estar tomando medicamentos orais ou insulina, não precisa mais voltar ao médico (17%). “Tudo vem de conhecimento e educação. Quando você tem informação, em primeiro lugar, você se previne. E mesmo quando não consegue se prevenir, vai ter atitudes mais positivas em relação à doença. Uma pessoa que tem mais conhecimento e educação vai se alimentar melhor, vai se exercitar mais, usar os medicamentos com mais propriedade, entendendo a importância do tratamento”, afirma o Dr. Viana.


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TRATAMENTO E CONTROLE

Evoluções necessárias O TRATAMENTO ADEQUADO DO DIABETES ENVOLVE DIVERSAS AÇÕES, COMO O MONITORAMENTO DOS ÍNDICES DE GLICEMIA. DISPOSITIVOS CADA VEZ MAIS AVANÇADOS FACILITAM ESTE CONTROLE

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P OR FLÁVIA CORBÓ

Por ser uma doença crônica, sem cura, o diabetes exige alguns cuidados constantes e diários. Alimentação adequada, rotina de atividade física, uso correto das medicações, monitoramento da glicemia e tratamento com equipe multidisciplinar são as principais orientações. Seguir esse controle é o melhor caminho para prevenir ou ao menos retardar o surgimento de complicações características da doença.

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Em alguns casos de diabetes tipo 2, é possível manter a glicemia dentro de níveis normais apenas com a adoção de um estilo de vida saudável. No entanto grande parte dos acometidos precisa associar a alimentação adequada e a prática de exercícios ao tratamento com antidiabéticos orais ou com o agonista do receptor de GLP-1. Cerca de 50% dos pacientes com diabetes tipo 2 ainda têm a necessidade de fazer uso de insulina no longo prazo – por volta de dez anos após o IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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TRATAMENTO E CONTROLE

diagnóstico. “A necessidade de iniciar o uso de insulina se dará caso surja uma falência das célula beta, responsáveis pela produção do hormônio. Neste momento, o pâncreas deixa de dar conta de produzir a insulina, o que costuma acontecer anos após o diagnóstico”, explica a gerente médica do Novo Nordisk, Dra. Marília Fonseca. Já no diabetes tipo 1, o uso de insulina é necessário para todos os pacientes. Isso porque, neste tipo da doença, ocorre uma destruição autoimune das células beta. Ou seja, o tratamento requer necessariamente insulina desde o início do diagnóstico até o resto da vida do paciente.

MAIS DO QUE MEDICAÇÃO Além da adesão ao tratamento medicamentoso e da adoção de um estilo de vida saudável, o portador de diabetes que deseja evitar o surgimento de complicações associadas à doença deve seguir outras medidas de maneira periódica. “Anualmente, deve fazer exame ocular e teste de sensibilidade nos pés, à procura de alguma sequela. Deve cuidar da higiene dos dentes, tendo em vista que as doenças periodontais prejudicam o controle glicêmico. Também precisa fazer consultas cardiológicas periódicas, assim como com uma nutricionista”, orienta o endocrinologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) de Riberão Preto (SP), Dr. Carlos Eduardo Barra Couri. Esses cuidados são necessários porque o avanço do diabetes tem efeito em diversas partes do corpo. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), diabéticos têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma e 60% mais chance de desenvolver catarata. Quem convive com a doença também tem mais chance de ter pele seca, coceira e infecções por fungos e/ou bactérias, uma vez que a hiperglicemia favorece a desidratação – a glicose em excesso rouba água do corpo. O controle inadequado ainda favorece a progressão da neuropatia – alteração no metabolismo que pode causar danos aos nervos periféricos. As complicações podem causar formigamento, dor, fraqueza e perda de sensibilidade nos pés, dificultando a percepção de algum machucado, o que pode progredir para uma infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles. “Os principais fatores de risco da doença arterial periférica (DAP) são a existência do diabetes há mais de dez anos e o mau controle glicêmico, 54

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CONVIVER COM O DIABETES HÁ ALGUNS ANOS ERA UM GRANDE DESAFIO. HOJE, O TRATAMENTO EVOLUIU BASTANTE. HÁ MEDICAMENTOS ORAIS QUE CONSEGUEM CONTROLAR A DOENÇA COM MUITA EFICÁCIA E BAIXÍSSIMOS EFEITOS COLATERAIS, INCLUSIVE AS TERAPIAS INJETÁVEIS

além de fatores psicossociais correlacionados com a depressão, que favorece a instabilidade postural e quedas, a desmotivação e a baixa aderência ao autocuidado da úlcera do pé diabético”, conta a especialista em endocrinologia e metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Vanessa Mateus A especialista em endoScalfi Favoretto. crinologia e metabologia Para evitar a progressão despela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e ta condição, os diabéticos deMetabologia (SBEM), vem optar por calçados conforDra. Vanessa Mateus Scalfi Favoretto, comenta que os táveis, de bico mais largo, sempacientes acometidos pelo pre com meia de algodão para diabetes desconhecem o risco evitar traumas na parte interna de doenças cardiovasculares dos pés. “O paciente deve fazer o autoexame periódico dos pés e, caso não consiga fazê-lo, deve pedir ajuda a algum amigo ou familiar. É fundamental manter os pés limpos e hidratados, livres de micoses, rachaduras etc.”, orienta o Dr. Curi. Outra medida importante é ter sempre em mãos um cartão de identificação informando que a pessoa é portadora de diabetes, com contato de familiares em caso de urgência, além de ter consigo um sachê de açúcar líquido para ser usado na eventualidade de uma hipoglicemia. “Um ponto que muitos se esquecem é o calendário vacinal das pessoas com diabetes. Além das vacinas usuais, elas devem


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TRATAMENTO E CONTROLE

A RELAÇÃO ENTRE DIABETES E PROBLEMAS CARDÍACOS Pacientes com diabetes tipo 2 têm, em média, um risco duas a quatro vezes maior de desenvolver doença arterial coronariana do que indivíduos sem diabetes. A doença também é fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, insuficiência cardíaca (IC) e doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), afetando significativamente a expectativa e a qualidade de vida. A alta prevalência destas complicações faz com que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de óbito entre as pessoas com diabetes, sendo responsáveis por aproximadamente metade dos óbitos por diabetes na maioria dos países. “Estima-se que pacientes com diabetes tipo 2 também têm um aumento de 1,5 a 3,6 vezes o risco de mortalidade geral, estimando-se uma redução da expectativa de vida de quatro a oito anos, em comparação com indivíduos sem diabetes”, alerta a especialista em endocrinologia e metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Vanessa Mateus Scalfi Favoretto. Apesar da forte relação entre as doenças cardiovasculares e o diabetes, muitos pacientes desconhecem esse fato e não se previnem de maneira correta. Para reverter esta situação perigosa, o tratamento do paciente portador de diabetes deve incluir, em primeiro lugar, educação. “É preciso que o paciente conheça os motivos e a importância de um tratamento adequado. Este é o caminho para melhorar a adesão ao tratamento de uma doença tão complexa e desafiadora”, afirma.

ainda receber outras vacinas, como, por exemplo, contra gripe, pneumonia e hepatite”, complementa o especialista.

ALIADOS IMPORTANTES Conviver com o diabetes há alguns anos era um desafio muito maior. Hoje, o tratamento evoluiu bastante. “Temos medicamentos orais que conseguem controlar a doença com muita eficácia e 56

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baixíssimos efeitos colaterais, inclusive entre as terapias injetáveis. Com a combinação de uma insulina com outras moléculas é possível controlar a insulina com apenas uma aplicação. Antigamente, alguns pacientes precisavam usar de três a quatro injeções por dia”, comenta o endocrinologista e diretor do Centro de Diabetes Curitiba, Dr. André Viana. Fazer a medição dos níveis de glicemia também se tornou um processo bem mais simples, graças aos diversos dispositivos existentes hoje no mercado. Os monitores de glicemia ou glicosímetros usam agulhas cada vez mais finas e exigem uma gota de sangue bem menor para a realização do teste glicêmico. “O paciente tem a opção de salvar os resultados da glicemia. Essas informações então podem ser descarregadas em um sistema gratuito de gerenciamento de dados disponível para ser baixado através de um site, que transfere os resultados do glicosímetro para leituras em gráficos. Essas leituras podem ser apresentadas para o médico nas consultas de rotina”, completa o presidente da Roche Diabetes Care Brasil, Paulo Quartim. Já para aqueles que fazem uso de insulina, existem três opções de aplicadores: seringas, canetas e a bomba de insulina. Com o uso das seringas, o paciente precisa aspirar a quantidade de insulina de um frasco. Como alternativa, existem canetas descartáveis (que já são vendidas com insulina dentro e após o término são descartadas) ou canetas de uso contínuo, em que o paciente troca apenas o refil de insulina conforme necessário. “As canetas para aplicação de insulina estão se tornando cada vez mais populares por serem práticas para o manuseio e transporte, além da opção das agulhas mais curtas e finas. Essas vantagens proporcionam maior aceitação e adesão ao tratamento injetável do diabetes, melhorando, consequentemente, o controle da doença”, garante a consultora da Educacional Diabetes Care da BD, Carolina Mauro. Por fim, existe a bomba de infusão de insulina que, acoplada à pele, permite aplicação contínua de insulina em baixas doses no tecido subcutâneo. Essa tecnologia é mais indicada para quem necessita de um acompanhamento preciso dos níveis de glicemia. O Sistema de Infusão Contínua de Insulina (SICI) é uma terapia que elimina a necessidade de aplicações (picadas) consecutivas de insulina ao longo do dia. O sistema libera o hormônio em pequenas quantidades de maneira contínua, de acordo com a necessidade do paciente, através de uma cânula flexível conectada ao corpo.


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TRATAMENTO E CONTROLE

COMO FUNCIONAM AS TIRAS DE GLICEMIA? A fita de teste contém reagentes químicos que, em contato com o sangue, conseguem detectar a quantidade de glicemia.

Para a medição, a fita deve ser inserida no aparelho de glicemia.

Em seguida, o paciente precisa espetar o dedo com a agulha do aparelho.

A fita de teste deve ser colocada em contato com a gota de sangue até preencher o depósito da fita de teste.

Em alguns segundos, as substâncias químicas presentes na fita irão reagir com o sangue e indicar o valor da glicemia. O monitor traduz o resultado desta reação em números para que o paciente o interprete conforme a faixa alvo estabelecida. Fonte: Roche Diabetes Care

“Com esta terapia o paciente pode, por meio de um controle remoto que se comunica com a bomba, medir a sua glicemia, inserir a quantidade de carboidratos que vai ingerir e o próprio controle remoto já calcula e sugere a quantidade de insulina que deve ser administrada após uma refeição, entre outras funções avançadas personalizáveis de acordo com os hábitos e rotinas de cada paciente”, explica Quartim. Além de tecnologias médicas, algumas iniciativas de indústrias e varejo vêm facilitando a convivência com o uso diário de insulina. A Medtronic e a Onofre CVS Pharmacy, por exemplo, iniciaram, no último mês de setembro, uma parceria para a venda exclusiva de insumos das bombas. Os aparelhos continuam sendo vendidos direta e exclusivamente 58

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pela Medtronic. Já os acessórios, como conjunto de infusão (cateter mais reservatório), sensores de glicose, transmissores e aplicador de cateter, serão vendidos por meio do atendimento telefônico da rede de varejo, que assumirá o atendimento aos clientes e a distribuição em todo o Brasil. “Trata-se de um novo modelo de negócios que tem como objetivo alcançar maior adesão ao tratamento, melhorar resultados na gestão de nosso estoque, no rastreamento do pedido e na agilidade e conveniência nas entregas. Assim, com este novo sistema de vendas, pretendemos dobrar o volume dos insumos comercializados por meio desta parceria com um canal de varejo”, ressalta o vice-presidente da Medtronic Brasil, Miguel Velandia.


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QUALIDADE DE VIDA

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


Doce alternativa AÇÚCAR, GORDURA, CARBOIDRATO, SÓDIO E GLÚTEN SÃO ALGUMAS DAS SUBSTÂNCIAS QUE DEVEM SER EVITADAS PELOS PORTADORES DE DIABETES; PARA QUE A MUDANÇA ALIMENTAR SEJA MAIS FÁCIL, EXISTEM DIVERSAS ALTERNATIVAS DE APELO SAUDÁVEL NO MERCADO P O R FLÁ V I A C O R B Ó

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Por ser uma doença crônica totalmente relacionada a maus hábitos alimentares e obesidade, o tratamento do diabetes demanda mudanças na rotina. No entanto adotar um novo estilo de vida não é fácil e é uma das grandes barreiras que impedem os portadores de promover os cuidados necessários com a saúde. De acordo com pesquisa inédita realizada pela Minds4 Health, a pedido da Sanofi, de cada dez pacientes, três disseram que não conseguem seguir o tratamento à risca. A principal barreira está na dieta restritiva (60,8%), pois muitos entrevistados declararam não abrir mão dos prazeres da mesa. Há uma alternância entre regras mais rígidas de segunda a sexta-feira e compensações ou escapadas nos finais de semana. A adoção de hábitos alimentares pode ser um caminho difícil, mas diversos produtos existentes funcionam como boas alternativas. Formulados para atender dietas com necessidades especiais e que exijam restrição de algum nutriente, como açúcar, gordura, carboidrato, sódio e glúten, os produtos diet têm pelo menos um ingrediente presente na composição de um produto convencional excluído 100% da sua composição. Já o alimento light tem pelo menos 25% de diminuição no valor calórico do alimento. Esta redução pode se dar através da redução de açúcar ou gordura. “Já os produtos zero possuem a exclusão total de algum componente e podem ser zero açúcar, zero gordura, zero sódio, entre outros. Quando um alimento é zero por isenção de açúcar, pode ser consumido por portadores de diabetes”, detalha a consultora e nutricionista da Linea Alimentos, Elaine Moreira. O açúcar não é o único vilão da alimentação dos diabéticos, mas deve, sim, ser consumido com moderação, pois é um alimento calórico e sem nenhum valor nutricional, fonte das chamadas “calorias vazias”. “Além disso, sua rápida digestão provoca elevação nos níveis de glicemia e otimiza o depósito de gordura nas células. Os produtos diets substituem esse açúcar por edulcorantes que não causam elevação na glicemia, fazendo com que o portador de diabetes não perca qualidade de vida, podendo consumir seus produtos prediletos sem riscos de hiperglicemia”, garante Elaine.

NAS GÔNDOLAS DAS FARMÁCIAS Os produtos zero açúcar ou light podem ser comercializados como complemento da compra de medicamentos necessários para o controle do diabetes, por isso tê-los como parte do sortimento da farmácia é uma ótima 2018 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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QUALIDADE DE VIDA

TIPOS DE ADOÇANTES Os adoçantes estão divididos em diferentes substâncias, que podem ser de origem artificial ou natural, sendo que as quatro principais e mais vendidas no Brasil são: sucralose, stévia, sacarina e aspartame. Cada uma dessas substâncias tem um dulçor e sabor residual próprios, sendo que a origem e o processo de fabricação de cada uma são diferentes. Sucralose: tem como origem a cana de açúcar e tem alto poder de adoçamento, se aproximando do sabor do açúcar. Stévia: é a substância que mais cresce em vendas. Tem origem natural e é extraída de uma planta. Sacarina: é a substância mais antiga e mais vendida em volume. Aspartame: também é muito tradicional e utilizado em produtos industrializados light/diet. Todos os adoçantes têm baixo índice glicêmico, podendo ser aliados na alimentação dos portadores de diabetes que precisam controlar o consumo do açúcar ou mesmo retirá-lo da dieta. “Como o açúcar é um dos principais componentes da dieta e acaba contribuindo com um alto aporte de calorias, sua substituição pelos adoçantes permite um benefício adicional importante, relacionado à substancial redução calórica para atender aos pacientes que precisam reduzir ou controlar o peso, além de favorecer o convívio social e a flexibilidade do plano alimentar”, indica a diretora de marketing da Categoria de Adoçantes da Hypera Pharma, Adriana Bezerra.

oportunidade para oferecer uma solução completa aos portadores da doença, além de ajudar a alavancar o tíquete médio. “A farmácia é reconhecidamente um canal de produtos de referência e de qualidade, características herdadas de uma época em que os medicamentos eram as únicas fontes de lucro dentro da loja. Com a chegada de outros itens ligados à saúde, bem-estar e cuidados pessoais, observou-se a necessidade de criar novos espaços e soluções de visibilidade que ressaltassem os 62

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benefícios dos produtos e facilitassem a escolha e compra do shopper”, conta o gerente de pesquisa & desenvolvimento da Fini Brasil, Murilo Gallo Brunialti. Os produtos diets interessam inclusive aos shoppers que não são diabéticos, mas que estão em busca de produtos de apelo mais saudável ou que ajudem no processo de emagrecimento. “Durante a experiência de compra na farmácia, eles estão mais propensos a comprar este tipo de produto. Neste caso, posicionar estes itens próximo à fila do checkout ou no próprio checkout é a melhor maneira de atender a uma demanda de 65% dos consumidores que gostariam de consumir mais produtos diets/lights”, aconselha o gerente de trade marketing Farma da Fini Brasil, André Ferreira. Outra possibilidade é expor esses itens em local de grande tráfego como o corredor principal, para estimular ainda mais a compra por impulso. “Uma dica adicional é deixar o espaço com visual mais atrativo e alegre para que o shopper possa aproveitar a experiência de compra e se sentir estimulado a investir seu tempo neste espaço para encontrar os produtos que pode consumir”, destaca o diretor de vendas e trade marketing da Linea Alimentos, Wilton Oliveira. No caso dos adoçantes, mais de 90% da compra da categoria é planejada. Logo, o ideal é que a categoria esteja exposta no ponto natural na seção de produtos saudáveis (light/diet), local onde o shopper está acostumado a encontrar adoçantes. “A exposição da categoria deve ser feita por marca e, dentro do bloco das marcas, por substância, iniciando o fluxo de exposição com as substâncias stévia e sucralose, seguidas de aspartame e sacarina. O ideal é que as marcas referências sejam posicionadas nas prateleiras mais próximas, à altura dos olhos, para facilitar que o shopper encontre os produtos na farmácia”, aconselha a diretora de marketing da Categoria de Adoçantes da Hypera Pharma, Adriana Bezerra. Além de apresentar ao shopper um sortimento mais completo, a presença de produtos diet e light nas gôndolas da farmácia é uma garantia de ganhos nas vendas. “A categoria apresenta rentabilidade média de 30% a 40% de margem bruta, já desconsiderando os impostos sobre vendas e contando que os mesmos sejam bem expostos”, calcula Oliveira. “Para aumentar o giro, pode-se trabalhar com ações pontuais de preço para estimular a experimentação, já que, muitas vezes, o shopper não sabe da existência da versão diet /zero açúcar do produto que já estava habituado a consumir.”


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ESTRESSE E ANSIEDADE

Corrida contra o tempo DEZEMBRO DEIXA AS PESSOAS MAIS AMÁVEIS E CHEIAS DE EXPECTATIVAS, MAS PODE OCASIONAR SINTOMAS FÍSICOS E EMOCIONAIS DE SOBRECARGA, O QUE PODE SER PREJUDICIAL E PREOCUPANTE

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POR LAURA MARTINS

Festas, encontros de amigos e familiares, Natal, Ano Novo, férias escolares, metas profissionais e outros mil detalhes fazem dos últimos meses do ano um momento um tanto quanto conturbado. Se o estilo de vida atual já é cheio de problemas e atividades que preenchem cada minuto do dia, as tarefas do fim do ano fazem com que a maioria das pessoas fique ainda mais estressada e ansiosa. De acordo com a Aspen Pharma, todo ano, especialmente em época de festividade, é co-

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mum as pessoas vivenciarem experiências não tão agradáveis, como shoppings, supermercados, lojas cheias, trânsito caótico, entre outras situações típicas deste período. Como resultado, há um elevado grau de estresse e ansiedade. “O estresse é uma reação normal de defesa do organismo a situações de perigo, potencialmente lesivas. Ele permite que o organismo se prepare para reagir em momentos perigosos. Um exemplo clássico de estresse é a situação que nossos antepassados passavam quando encontravam pela frente um animal selvagem. Tinham que enfrentá-lo ou fugir. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

ESTRESSE E ANSIEDADE

A frequência cardíaca aumenta, melhora a circulação nos músculos, aumenta a pressão arterial e o corpo se prepara para a reação”, explica o gerente médico do Aché, Dr. Mauro Luis de Mello Ferreira. O grande problema é quando o estresse se torna constante, o que ocorre com muita frequência com o modelo de vida atual. De acordo com a psicóloga da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Cristina Borsari, o estresse pode se tornar uma doença. Neste momento, o organismo briga contra os sintomas. É quando a pessoa começa a sentir dificuldade para dormir, apresenta compulsão alimentar ou deixa de comer e tem um aumento na produção de suco gástrico, o que leva à gastrite – essa é a fase de resistência. Por fim, quando o estresse se instala de maneira crônica, a pessoa precisa mudar seu estilo de vida para melhorar o quadro. “Os principais sintomas são: sensação de desgaste constante, alteração do sono, tensão muscular, formigamento no corpo, problema de pele, pressão alta, alteração no apetite e no humor, diminuição da atenção, ansiedade e até depressão”, revela o Dr. Ferreira. O estresse está diretamente ligado à liberação de cortisol, um hormônio produzido pelas glândulas su-

O USO DE SEDATIVOS E ANSIOLÍTICOS DEVE SER FEITO SOMENTE EM CASOS DE INDICAÇÃO MÉDICA. EM PRIMEIRO LUGAR, É PRECISO QUE O PACIENTE ENTENDA O QUE ESTÁ CAUSANDO O ESTRESSE – COMO AS PREOCUPAÇÕES DE FIM DE ANO – E, ASSIM, TENTE VER O FATOR DE MANEIRA MAIS POSITIVA PARA PASSAR PELO PERÍODO DA MELHOR FORMA POSSÍVEL 66

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IRRITABILIDADE X ESTRESSE A irritabilidade é um dos sintomas que podem ser desencadeados pelo estresse. Vários estudiosos no assunto demonstram que a repetição de episódios de estresse ou a manutenção de fatores estressantes poderia desencadear quadros de transtorno de ansiedade, uma das doenças mais comuns nos dias atuais. Os transtornos de ansiedade apresentam como sintomas as sensações de apreensão ou preocupação, de impotência, de medo ou pânico. Essas sensações também podem se associar aos mesmos sintomas físicos do estresse, como o aumento das frequências cardíaca e respiratória, suores, tremores e sensação de fadiga. Fonte: gerente médico do Aché, Dr. Mauro Luis de Mello Ferreira

prarrenais e liberado em momentos de maior agitação. Além disso, ele é produzido em maior quantidade em momentos de estresse, por isso é conhecido como o “hormônio do estresse”. É ele que causa o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca e pode ajudar em outros sintomas físicos causados pelo estresse, como mãos e/ou pés frios, boca seca, aumento da sudorese, tensão muscular, aperto da mandíbula. “O estresse é uma doença psicossomática, ou seja, tanto emocional quanto física, que causa pensamentos mais acelerados e irritabilidade. Muitas pessoas que têm estresse produzem mais suco gástrico, desenvolvendo gastrite, úlcera ou aftas na boca. A pele começa a apresentar manchas, espinhas e pode haver queda de cabelo”, alerta Cristina. Mas o problema pode ser prevenido com algumas mudanças no cotidiano, como respiração, alimentação e boas noites de sono. Praticar regularmente atividades físicas relaxantes ajuda na liberação de hormônios que otimizam o funcionamento do corpo, proporcionando bem-estar e, consequentemente, redução do estresse. “O estresse prolongado fun-


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ESTRESSE E ANSIEDADE

ciona como uma agressão ao organismo. E dormir bem é uma das melhores formas do corpo se recuperar deste tipo de ataque”, frisa a Aspen Pharma.

QUEM SOFRE De acordo com o Dr. Ferreira, todos estão sujeitos a apresentar problemas de estresse no fim do ano. Entretanto algumas pessoas têm mais propensão a sofrer deste mal, especialmente as mais perfeccionistas ou que querem fazer tudo ao mesmo tempo. Além disso, outros fatores externos podem aumentar a possibilidade de estresse, como: mudanças de vida em geral, troca de emprego, promoção, demissão, aposentadoria, mudança de casa, divórcio, doença ou morte de pessoas queridas. O aumento do trânsito neste período também pode ser um fator desencadeante. Alguns estudos mostram ainda que pessoas com cargos de alta gestão apresentam níveis mais altos de estresse por trabalhar com números e metas, além de ter muitas pessoas abaixo de si. Aqueles que trabalham no trânsito ou que têm carga horária muito exagerada também sofrem com a doença. Testes podem ajudar tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes a entender seu nível de estresse, como o criado pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS). A avaliação, que pode ser feita on-line por meio do site www.estresse.com.br, pede que a pessoa responda algumas questões como: quais sintomas psicológicos apresenta, quais sintomas físicos e outros sinais para, em seguida, dizer qual o nível de estresse.

NOVA VIDA Os que sofrem com o estresse cotidianamente precisam mudar seus hábitos para melhorar. Segundo Cristina, o ideal é que a pessoa tenha um momento para ela, para desacelerar a mente. Fazer exercícios de respiração, como yoga ou pilates, ou até uma caminhada de 30 minutos, pode ajudar o paciente. “Todos nós temos estresses no dia a dia. O importante é administrar os fatores estressantes, identificar quais são aqueles que mais nos afetam e, quando for possível, eliminá-los”, diz o gerente médico do Aché. Entre os hábitos que ajudam a superar os fatores estressantes do dia a dia estão: • Dormir adequadamente; • Alimentar-se de forma saudável; 68

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• Fazer atividades físicas; • Buscar momentos de prazer e relaxamento; • Reduzir ou evitar substâncias como café e álcool, que são estimulantes e podem piorar o quadro. “Quando a pessoa está na fase de doença, terá alterações comportamentais que trazem prejuízo. Neste momento, é hora de buscar apoio psicológico para ajudar na mudança de comportamento. Às vezes, é necessário procurar um profissional para poder entender o quanto o problema traz malefícios à saúde”, diz ela. O uso de sedativos e ansiolíticos, afirma a psicóloga, deve ser feito somente em casos de indicação médica. Em primeiro lugar, é preciso que o paciente entenda o que está causando o estresse – como as preocupações de fim de ano – e, assim, tente ver o fator de maneira mais positiva para passar pelo período da melhor forma possível. Por outro lado, dentre as opções terapêuticas existentes no mercado, os fitoterápicos têm se destacado devido à segurança e eficácia. Segundo a Aspen Pharma, dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2013 e 2016, a busca por tratamentos à base de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos mais do que dobrou: o crescimento foi de 161%. Fitomedicamentos à base de Passiflora incarnata L., Crataegus rhipidophylla Gand. e Salix alba L, por exemplo, são opções para induzir o sono próximo ao funcionamento fisiológico do corpo, não interferindo no desempenho das atividades diárias.


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INFECÇÃO URINÁRIA

Quando ir ao banheiro passa a ser um problema APESAR DE NORMALMENTE NÃO PARECER SER TÃO GRAVE, A PROLIFERAÇÃO DE MICRORGANISMOS NO TRATO URINÁRIO PODE SER INCÔMODA E, SE NÃO TRATADA, CAUSAR PROBLEMAS MAIS SÉRIOS COMO UMA INFECÇÃO GENERALIZADA

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POR LAURA MARTINS

Vontade intensa de ir ao banheiro, ardência e dor ao urinar são dois dos principais indicativos de uma doença comum principalmente às mulheres: a infecção urinária. O problema pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, ser recorrente ou não, complicada ou sem perigo, dependendo do organismo de cada um. O incômodo pode ocorrer desde a uretra até os rins, passando pela bexiga e pelos testículos e próstata, no caso dos homens. O urolo-

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gista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Flavio Trigo, comenta que a infecção normalmente começa de baixo para cima, na uretra e na bexiga, mais comumente chamada de cistite. Se acometer os rins (infecção alta), passa a se chamar pielonefrite, um quadro mais grave da patologia. De acordo com o urologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Flávio Arêas, a infecção urinária é uma resposta inflamatória na via urinária que pode ser causada por agentes microbianos (bactérias, vírus, fungos ou outros parasitas). O problema acontece prinIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

INFECÇÃO URINÁRIA

cipalmente devido a um desequilíbrio entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e os fatores de virulência (agressividade) dos agentes microbianos. “As infecções urinárias têm início com a colonização do meato uretral por uropatógenos da flora fecal, seguida de ascensão pela uretra até atingir a bexiga. Elas acontecem quando há ‘invasão’ do trato urinário por microrganismos que ascenderam via uretra (na maior parte das vezes) e o sistema imunológico foi insuficiente para lidar com o agente (pela virulência, tamanho do inóculo, entre outros)”, completa a infectologista do Hospital Santa Catarina, Dra. Glaucia Varkulja. Sintomas como dor e/ou ardor para urinar, peso na bexiga, sensação de urgência e/ou dificuldade para urinar e micções frequentes com pouco volume estão mais associados às cistites. Já quadros mais sistêmicos, com febre, bacteremias, calafrios, dores nas costas, por vezes náuseas e vômitos, podem acompanhar quadros de infecção do trato urinário alto.

ANTIBIÓTICO EM AÇÃO Como a maior parte dos pacientes é acometida por bactérias, o tratamento deve ser feito com antibióticos. Eles agem, basicamente, de cinco maneiras: • Inibindo a duplicação do cromossomo (a célula não se reproduz); • Inibindo a atuação de enzimas que produzem substâncias essenciais ao organismo; • Causando danos à membrana plasmática (lise da célula); • Inibindo a síntese de proteínas; • Inibindo a síntese da parede celular. Fonte: urologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Flávio Arêas

MAIORES INCIDÊNCIAS Segundo o Dr. Trigo, o problema das mulheres é anatômico. Como elas possuem a uretra mais curta, é mais fácil a bactéria entrar na bexiga em comparação com o corpo masculino. Outro impulsionador é o fato de a vagina e o ânus estarem mais próximos, favorecendo essas contaminações. “Crianças do sexo masculino, nos primeiros dois a três meses de vida, apresentam maior suscetibilidade às infecções. Após este período, o sexo feminino é bem mais acometido, principalmente após a puberdade e o início da vida sexual. As mulheres adultas têm pelo menos 50% de chance de ter uma infecção urinária durante a vida”, explica o Dr. Arêas. Com o avançar da idade, aumentam as chances de infecção do trato urinário nos dois grupos: nos homens por doença prostática (impactos no fluxo de urina) e nas mulheres pela menopausa (redução de estrogênio com impacto na flora vaginal inóspita a bactérias hostis). A Dra. Glaucia cita ainda outros grupos que podem ser considerados de risco: pacientes com anormalidades dos rins e do trato urinário; com obstrução urinária, seja por fatores anatômicos, neurológicos ou funcionais; recém-nascidos pré-termos 72

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(pela prematuridade – impacto na resposta imunológica e também por necessidade de procedimentos invasivos que aumentam o risco). Além disso, grávidas sofrem alterações fisiológicas e anatomofuncionais e apresentam, em média, 5% a mais de chance de ter uma infecção urinária. A população geriátrica (maior de 60 anos de idade) também pode ser mais acometida devido a alterações anatômicas e funcionais, incontinência urinária e coexistência de outras doenças.

CONTRA A DOR A prevenção é o melhor caminho para que o paciente não sofra. Um dos hábitos mais importantes é o de beber bastante água, para lavar a uretra. O ideal é que a pessoa urine ao menos quatro vezes ao dia com um bom volume (urina clara e límpida). “Para prevenir a infecção, é necessário diminuir a quantidade de bactérias na região: ter uma boa higiene íntima, beber bastante água e o intestino tem que funcionar bem todo dia. Como a bactéria mais comum está presente no intestino de todos, ir ao banheiro com uma boa frequência faz com que ela seja ‘jogada fora’. Tanto a constipação quanto


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ESPECIAL SAÚDE

INFECÇÃO URINÁRIA

PREVENÇÃO NO DIA A DIA Para que a doença não volte, são necessários alguns cuidados que devem ser repassados ao paciente na farmácia: • Ter uma boa higiene íntima. As mulheres devem limpar-se da frente para trás; • Beber bastante água; • Evitar o uso de roupas íntimas à base de tecidos sintéticos; • Alimentar-se bem; • Urinar após a relação sexual. Fontes: urologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Cesar Nardy Zillo; e urologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Flávio Arêas

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o quadro diarreico podem piorar o problema”, comenta o urologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Cesar Nardy Zillo. Segundo ele, não é indicado o uso de absorventes diários, para que a região íntima possa “respirar”. Ter uma boa higiene íntima antes de relações sexuais, ter lubrificação (para não causar microtraumas na uretra) e urinar após a relação também são maneiras de prevenir a doença. Tão importante quanto é o cuidado do sistema imune. O urologista do Hospital 9 de Julho diz que, principalmente durante períodos no qual o corpo ou a mente forem mais exigidos, é essencial ter uma alimentação saudável, dormir bem e, se preciso, usar suplementos vitamínicos como vitamina C e cranberry. “O uso de antibiótico profilático pode ser necessário em algumas situações, assim como a correção das anormalidades detectadas no trato urinário. O paciente deve sempre buscar orientação médica quando houver sintomas”, ressalta a infectologista do Hospital Santa Catarina. A busca por um médico não é à toa. O tratamento da infecção urinária deve ser feito com antibióticos, que só podem ser prescritos por especialistas. Em primeiro lugar, é feito um exame de urina com urocultura e antibiograma. Dessa forma, é possível identificar o agente causador e, então, escolher o melhor medicamento. Nos casos de cistite e naqueles não tão graves, o tratamento é feito com antibióticos durante três dias ou com dose única, explica o Dr. Zillo. Porém, no caso de infecções mais graves, como as que acometem os rins, o tratamento pode durar até 14 dias. “Alguns exames específicos ajudam a investigar a causa da doença, principalmente quando ela é recorrente. É importante que a bacteriúria assintomática (presença de bactérias na urina, porém sem sintomas) não seja tratada, salvo em situações bem específicas, como na gestação, em pacientes que serão submetidos à manipulação do trato urinário e em alguns poucos quadros de imunossupressão”, alerta a Dra. Glaucia. A orientação do tratamento é primordial. Se a infecção urinária não for tratada corretamente, pode tornar-se recorrente ou de repetição, causando transtornos à vida profissional, emocional e sexual do paciente. Além disso, principalmente em infecções do trato alto, a doença pode ganhar mais facilmente a corrente sanguínea, levando à bacteremia e sepse urinária, podendo causar consequências sérias.


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PELE

Sob o sol O VERÃO É A TEMPORADA EM QUE O CORPO ESTÁ MAIS EXPOSTO ÀS RADIAÇÕES SOLARES E SUSCETÍVEL A OUTROS AGENTES, POR ISSO PRECISA DE CUIDADOS ESPECIAIS. PROTETOR SOLAR E HIDRATANTE SÃO ALGUNS DOS PRODUTOS QUE DEVEM ESTAR À DISPOSIÇÃO DOS CONSUMIDORES

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POR LAURA MARTINS

Piscina, praia, esportes ao ar livre, férias e toda a liberdade que os meses mais quentes do ano trazem aos adultos e às crianças devem vir, também, com uma preocupação especial com a pele. Além da exposição solar, o uso intenso de ar-condicionado, a depilação e outras ações são responsáveis por desidratar, queimar e prejudicar a cútis, caso ela não seja cuidada da maneira correta. De acordo com a dermatologista da Mantecorp Skincare, Dra. Mamy Honda, durante a exposição

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ao sol existem diversas radiações que atingem a pele: UVB, UVA, a radiação infravermelha e a luz visível. A radiação UVB é aquela que provoca queimadura e é a grande responsável pelo câncer de pele. A radiação UVA é responsável pelo bronzeamento, pelo fotoenvelhecimento e também pelo câncer de pele. A radiação infravermelha é a responsável pela sensação de calor sentida ao se expor ao sol e existem estudos que a relacionam à maior degradação do colágeno e ao envelhecimento cutâneo. Por fim, a luz visível demonstra uma ação sobre a pigmentação da pele e a produção de IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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PELE

ROTINA DE USO A SER OFERECIDA AOS CONSUMIDORES ROSTO E CORPO

Sabonete em barra ou líquido com propriedades hidratantes e não abrasivas.

Fotoprotetor facial e corporal alinhado ao tipo de pele (mista, oleosa, seca ou normal) e à necessidade de fotoproteção.

Hidratantes fluidos-nutritivos com ação prolongada e absorção rápida para uso diário no corpo e mais específicos para a face. DEPILAÇÃO

Cera quente ou fria: é considerado o método mais antigo. O pelo é Cremes e loções removido por inteiro depilatórios: (pela raiz). Desta forma, funcionam no nível da o espaçamento é maior haste dos pelos (na entre uma depilação e superfície da pele). São outra, devido à demora indolores e fáceis do crescimento de usar. Folhas prontas: dos pelos. Sistema roll-on: retiram o pelo desde é um refil de a raiz. Possuem uma cera descartável. pequena camada uniforme Dependendo do de cera, proporcionando aparelho aquecedor, é aderência e eficácia possível controlar na remoção a temperatura ideal dos pelos. da cera. Fontes: dermatologista e diretora médica da Pierre Fabre, Dra. Ana Coutinho; e gerente de atendimento ao consumidor da DepiRoll no Brasil, Rogeria Pithon

radicais livres, também tendo como consequência o envelhecimento cutâneo. “A radiação solar está presente durante o ano todo. As faixas que chegam à superfície terrestre chegam também à pele. Ao penetrarem, produzem reações que agridem diretamente os núcleos das células, ou indiretamente, através da liberação de radicais livres tóxicos. Estes radicais livres tóxicos produzem diferentes reações biológicas, que variam desde a destruição do colágeno e da elastina presentes 78

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na derme até a produção de pigmentação (manchas), que precipitam o envelhecimento cutâneo. Também produzem mutação celular com cancerização e morte celular em longo prazo”, complementa a dermatologista e diretora médica da Pierre Fabre, Dra. Ana Coutinho. Exatamente por isso, a proteção solar é essencial. Ela deve começar pela escolha do fotoprotetor adequado ao tipo de pele do consumidor (seca, oleosa, mista e normal) alinhado ao fototipo de pele e deve ser resistente à água


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PELE

e ao suor. Cabe ao atendente ajudar na orientação correta do uso do produto. O protetor solar deve ser aplicado nas áreas expostas pelo menos 15 minutos antes da exposição. Além disso, ele deve ser reaplicado em intervalos de duas em duas horas ou após banhos de piscina/mar ou transpiração excessiva e a pele deve sempre estar seca para que o produto fique aderido perfeitamente a ela. Ainda que haja informações, é comum encontrar pessoas que estão sofrendo com as queimaduras. Normalmente, as queimaduras solares são de primeiro e segundo graus, mas existem três diferentes graus, segundo informa a Dra. Ana: • Primeiro grau: envolve apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele; • Segundo grau: envolve a epiderme e a derme, camada mais profunda da pele. Forma vesículas e bolhas; • Terceiro grau: envolve todas as camadas da pele e os tecidos subcutâneos como músculos, nervos, vasos sanguíneos, tendões etc. Entre os principais cuidados no caso de queimaduras estão a suspensão imediata da exposição ao calor e ao sol; esfriar o local; manter o local limpo, de preferência com o uso de sabonete para peles sensíveis e alérgicas; e não aplicar substâncias sobre a lesão, principalmente manteiga, óleos, pasta de dentes etc. “Essas recomendações caseiras para tratar queimaduras não funcionam, podem agravar a lesão e ainda aumentar o risco de infecção no local. Se a queimadura for simples, pequena e superficial, pode não ser necessário atendimento médico. Após o resfriamento e a limpeza da ferida, pode-se aplicar um hidratante tópico e água termal fria. Na maioria dos casos, as queimaduras de primeiro grau regridem após três a seis dias”, frisa a dermatologista da Pierre Fabre.

ALÉM DO SOL Apesar de ser a primeira preocupação que vem à mente, o sol não é o único agente negativo nos meses mais quentes. O uso do ar-condicionado acaba sendo comum em grande parte do dia, desidratando a pele, as mucosas e os cabelos. Os aparelhos agem roubando a umidade do ambiente e, com isso, a lubrificação natural da pele, mucosas e cabelos fica prejudicada. Ocorre perda gradativa da proteção hidrolipídica da cútis, por exposição contínua ao longo do dia, causando ressecamento, descamação, perda do brilho, coceiras e rachaduras. 80

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“O ar-condicionado pode ressecar a pele, facilitando o aparecimento de irritações e coceira. Para evitar que isso ocorra, é preciso deixar a pele bem hidratada e evitar uma exposição excessiva em ambientes condicionados”, diz a Dra. Mamy. Em relação ao banho, o ideal é que ele não seja tão quente e seja feito uso de hidratantes facial, corporal e labial, além da hidratação oral ser de extrema importância para diminuir os efeitos nocivos do verão na pele. “A rotina deve incluir sabonetes ou agentes de limpeza que não agridam a pele, que mantenham o pH normal; hidratantes para manter a pele saudável; fotoprotetor é fundamental, adequado para cada tipo de pele; e o uso dos demais cosméticos depende da idade, tipo de pele e alterações que ela apresenta. Em termos de prevenção de envelhecimento é interessante o uso de antioxidantes tópicos que protejam a pele dos danos causados por fatores externos, como radiação e poluição, que são agentes responsáveis pela produção de radicais livres, acelerando o processo de envelhecimento”, resume a dermatologista da Mantecorp Skincare.

UM CAPÍTULO À PARTE Conforme o comprimento das roupas diminui, cresce a procura por produtos depilatórios. Porém, se a depilação não for feita da maneira correta, a pele das pernas, axilas e virilhas pode ser prejudicada, causando vermelhidão e coceira, entre outros incômodos. De acordo com a gerente de atendimento ao consumidor da DepiRoll no Brasil, Rogeria Pithon, para ter uma pele bonita e saudável são necessários alguns cuidados antes, durante e após a depilação: • Escolher o método de depilação que será utilizado e realizar os testes cutâneos conforme as instruções na embalagem. Antes da depilação, a pele deverá estar seca, limpa, sem resíduos de cremes ou suor; • No caso de aplicação com cera, é necessário manter a pele bem firme e esticada ao efetuar a aplicação, lembrando que não se deve aplicar o produto depilatório sobre as mucosas; • Para aliviar a sensação de ardência e vermelhidão da pele, pode ser aplicado um finalizador. “É importante esfoliar a pele 72 horas antes da depilação, pois esse processo remove as células mortas e ajuda a evitar que os pelos encravem, além de aguardar 48 horas para se expor ao sol e usar protetor solar diariamente. Recomenda-se também evitar banhos quentes e ingerir bastante líquido, além de aplicar hidratantes corporais diariamente, para que a pele não fique ressecada”, explica ela.


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SORTIMENTO

A importância dos dentes APESAR DE ESTAREM NA CASA DE QUASE TODOS OS BRASILEIROS, OS PRODUTOS DE ORAL CARE AINDA TÊM A OPORTUNIDADE DE CRESCER E AUMENTAR O TÍQUETE MÉDIO DO CANAL FARMA. ITENS INOVADORES SÃO A CHAVE PARA ISSO

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POR LAURA MARTINS

O Brasil é o maior mercado de creme dental, escova de dentes e enxaguante bucal da América Latina e 99% dos lares compram cremes dentais no País, de acordo com a Nielsen Retail Index. Por isso o Brasil está entre os três países com maior consumo per capita da América Latina em todos os segmentos de oral care, junto com o Chile e a Colômbia. Está aqui, também, o maior número de dentistas do mundo. Esses são alguns dados que confirmam a importância da higiene bucal para o brasileiro e a

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GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

decorrente corrida por inovações e novos produtos nas prateleiras do canal farma. Porém, enquanto a categoria de oral care possui itens de alto valor agregado, como enxaguatórios bucais e produtos de clareamento, ela representa somente 4,8% do faturamento de cuidados pessoais dentro da farmácia. Para melhorar essa porcentagem, é preciso explorar o potencial do segmento e reforçar o trabalho feito no ponto de venda (PDV). Neste caso, a introdução de itens com maior valor agregado é a estratégia básica para elevar o tíquete médio. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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De acordo com a consultora especializada em trade marketing, Alice Amigo, cremes dentais direcionados ao uso de toda a família ainda são os mais vendidos do mercado, quando considerados todos os canais. No entanto os cremes dentais com um posicionamento de uso mais individual, como os com benefícios específicos para pessoas com condições bucais especiais (sensibilidade, halitose, gengivite, entre outras), vêm ganhando relevância no canal farma. Os consumidores estão buscando produtos com atributos especiais, por isso os cremes dentais começam a ser desenvolvidos de acordo com problemas e demandas específicos e outros itens de oral care tornam-se realidade para o consumidor e uma oportunidade para o varejista. “Mas, para que se faça relevante ao consumidor, as farmácias devem analisar bem as propostas e qualidades dos produtos ofertados. As linhas de produtos mais inovadores, como os flossers (fio dental com haste) e os picks (palito dental flexível com hastes de borracha) ou as escovas infantis que piscam são excelentes exemplos, pois oferecem mais benefícios aos consumidores e alavancam as vendas para os varejistas, além de complementar o 84

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regime tradicional de produtos oral care”, revela o presidente da Sunstar Brasil, empresa que detém a marca GUM, Luiz Augusto Tavares. Para o coordenador de marketing de Higiene Bucal da Condor, Gerson Grohskopf, estes itens devem ser trabalhados de maneira complementar e acessória, para que os shoppers tenham pleno acesso aos itens secundários quando, na verdade, buscam os produtos principais. Isso porque, muitas vezes, os produtos tidos como secundários são tão importantes quanto os principais para a prevenção das doenças orais. Entre os itens que podem ser ofertados no ponto de venda (PDV), além do creme e das escovas dentais, estão: • Fio dental: existem fios de nylon, encerados ou não, com uma grande variedade de sabores. Além disso, existem fios de filamento único (PFFE), que deslizam mais facilmente entre os dentes e não desfiam; • Raspador de língua: acessório específico para a limpeza da língua; • Enxaguatório: deve ser usado após o fio dental e a escovação para combater a placa bacteriana; • Escova unitufo: é indicada para ajudar quem usa aparelhos ortodônticos. Ela limpa as regiões


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SORTIMENTO

embaixo do fio ortodôntico ou na parte de trás de outros acessórios; • Porta-escovas: normalmente de plástico, pode proteger toda a escova de dentes ou somente a parte das cerdas; • Passa fio: acessório parecido com uma agulha de plástico usado para ajudar no uso de fio dental em consumidores que utilizam aparelho ortodôntico. “Produtos como flossers, soft-picks e escova travel são itens inovadores e práticos que garantem maior agilidade e eficiência na manutenção da higiene bucal. Ou seja, esses produtos reúnem tudo o que o consumidor demanda hoje em dia: soluções que são eficazes e, além de tudo, que trazem praticidade para o cotidiano”, ressalva Tavares. Com a correria do dia a dia, o consumidor está demandando por produtos de higiene que sejam práticos de usar e levar na bolsa e que ofereçam a mesma eficácia dos tradicionais, por isso ele deve estar atento a essas vantagens na hora de escolher os itens de oral care também. O diretor jurídico da Curaprox Brasil, Milton Ramalho, concorda, dizendo que a diversidade do mix contribui não somente para a melhor exposição, mas para o incremento da venda dos itens de maior giro. Enxaguantes, escovas e fios dentais são bastante importantes no mix oferecido, principalmente porque a linha é pensada especialmente para apoiar o consumidor no tratamento de sua condição e é uma novidade. Segundo o diretor comercial da GSK Consumer Healthcare no Brasil, Yanir Karp, o varejo farma deve trabalhar com o Gerenciamento por Categorias (GC), de modo que cada categoria de creme dental fique em destaque e com a sinalização necessária para o consumidor entender suas diferenças e especificações.

DICAS DE EXPOSIÇÃO Para o presidente da Sunstar Brasil, a organização dos itens depende do fluxo da loja e do público. Após essa análise, o varejista pode avaliar qual a melhor forma de expor os itens para facilitar a vida do cliente e, ao mesmo tempo, otimizar as vendas. É importante sempre proporcionar uma área de melhor visibilidade para o shopper e oferecer fácil acesso aos produtos mais inovadores e com maior 86

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valor agregado, além de reservar um espaço para as “categorias destino”. Dentro de todo o mix de oral care, a categoria de cremes dentais é onde se pode encontrar a maior variedade de itens e marcas. Segundo a Mind Shopper, a primeira quebra na exposição acontece entre as marcas, porém, em cada uma delas, há uma série de diferentes produtos. O destaque deve ser dado entre os itens de uso específico, como os cremes para dentes sensíveis ou de tratamento. Em seguida, a exposição é feita com os itens de maior valor agregado, com os branqueadores e tripla ação, e, por fim, os itens básicos. Em cada um desses blocos, os sabores são destacados. “Enxaguatórios e escovas de dentes sensíveis devem estar, preferencialmente, junto ao creme para sensibilidade dentária, ajudando a criar conhecimento da categoria e alavancar o valor do tíquete médio”, ensina Karp. Já as escovas são separadas, primeiramente, entre os produtos infantis e adultos. Nos adultos, ainda existe um destaque para aqueles itens de uso específico, como escovas para tratamentos, interdentais, para limpeza da língua, entre outros. Enfim, as marcas são blocadas, dando destaque para os últimos lançamentos e produtos de maior valor. Tão importante quanto a organização correta é a orientação do atendente no momento da compra. “O profissional que domina o conhecimento sobre produtos de oral care e se disponibiliza a compreender as necessidades do consumidor é extremamente importante para tirar dúvidas, principalmente, em relação a inovações que trazem benefícios adicionais e sugerir os itens ideais para cada necessidade dos clientes”, frisa Tavares. Além do direcionamento básico sobre onde encontrar um produto, o atendente faz as vezes do consultor, que pode dar a devida atenção ao cliente e personalizar o atendimento, o que acaba sendo também uma ferramenta de fidelização dos frequentadores da loja. O diretor da GSK complementa dizendo que, quanto mais os profissionais forem capazes de recomendar produtos com responsabilidade e conhecimento, mostrando seus benefícios, mais o varejo farmacêutico se beneficia, fomentando um relacionamento duradouro e de confiança com seus clientes.


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CATEGORIA

Conforto necessário O MERCADO DE FRALDAS PARA ADULTOS ESTÁ CRESCENDO NO BRASIL. O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E A INCONTINÊNCIA URINÁRIA SÃO DOIS DOS FATORES QUE IMPULSIONAM AS VENDAS

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POR ADRIANA BRUNO

Parece um retorno no tempo, mas não é bem isso. Se quando um bebê nasce ele precisa de fraldas, quando esse mesmo bebê chegar à melhor idade pode ser que precise delas novamente. Isso porque, com o envelhecimento, alguns problemas de saúde podem surgir e um deles é a incontinência urinária. De acordo com o diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. Renato Bandeira de

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GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

Mello, na população brasileira, os estudos em idosos que vivem na comunidade demonstram que cerca de 10% das mulheres e 5% dos homens apresentam algum grau de incontinência urinária referida. “Em idosos hospitalizados este número fica entre 35% e 40%, podendo chegar até a 50%”, conta. Além disso, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, a proporção de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos deve ultrapassar IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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CATEGORIA

32% da população, algo em torno de 73 milhões de pessoas. Em 2018, de acordo com o IBGE, o número de idosos no País soma 31,6 milhões, o que representa 15,2% da população. Estatísticas que, entre outras coisas, demonstram que há um potencial de mercado enorme para a categoria de fraldas e absorventes de uso adulto. A diretora de marketing da Bigfral, Marina Inserra, conta que o Brasil é o 3º maior mercado de Cuidado Adulto no mundo, crescendo 2% em faturamento no ano móvel, tendo ainda no canal farma um crescimento mais acentuado, de 9%. “Dentro deste mercado, fraldas são o tipo de produto para incontinência com maior participação, 64%”, diz. Ainda segundo Marina, as farmácias e drogarias são o canal destino para a categoria e referência para o mercado de cuidado adulto, representando 86% de todo o faturamento. A Essity, detentora da marca Tena, afirma que a categoria cresceu 4,7% em volume e 5,1% em valor e que outros segmentos, como o de absorventes para escape de urina e roupa íntima descartável, apresentam crescimento de dois dígitos. Para a Tena, as farmácias e drogarias também são o principal canal de vendas dos produtos, com 90% de participação das vendas da empresa.

COMPRA ENVOLVE SEGURANÇA Além de escolher os produtos, sejam eles fraldas, absorventes ou roupas íntimas descartáveis, o consumidor também busca segurança, ou seja, sentir-se confortável e certo da qualidade e da capacidade de absorção do produto. Para Marina, a compra da categoria é definida pelo nível de proteção e ocasião de uso. “Assim, as características mais

DICAS PARA EXPOR COM MAIS EFICIÊNCIA 1ª. A categoria deve ser blocada por marca, uma vez que 62% dos shoppers têm uma marca preferida e não consideram trocar; 2ª. Dentro do bloco de marcas, segmentar a categoria por tipos de produto, da maior proteção para a menor (iniciando com fraldas, seguido por roupa íntima e, por último, absorventes); 3ª. Expor os pacotes regulares sempre antes dos econômicos e sempre dos mesmos produtos. Fonte: diretora de marketing da Bigfral, Marina Inserra

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GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2018

ABSORÇÃO É TÃO IMPORTANTE QUANTO CONFORTO Basicamente, os tipos de fraldas disponíveis no mercado se diferem por opções para diversos níveis de incontinência urinária – leve, moderada, intensa e severa.“Para atender os diferentes níveis é necessário equilíbrio de matéria-prima e gel absorvente, garantindo a capacidade de absorção necessária e evitando vazamentos. Por isso é de extrema importância que o usuário saiba seu nível de incontinência, escolha o produto correto e de qualidade, atendendo à necessidade de segurança e conforto”, comenta Marina Inserra. Para a Tena, o grande diferencial entre as marcas está na velocidade de absorção do produto, ou seja, na capacidade do material utilizado reter o líquido, impedindo que ele entre em contato com a pele. De acordo com a assessoria da marca, os componentes dos produtos geriátricos são as fibras de celulose e o gel, que interferem na absorção e também no controle do odor. Dessa forma, a quantidade desses componentes no produto impacta a sua performance. Há muita tecnologia por trás de um produto geriátrico, como, por exemplo, o corte do item, que impacta o conforto, ou seja, quanto mais anatômico, melhor. Outra característica importante nas fraldas de uso adulto são os elásticos, que ajudam a proporcionar um ajuste perfeito ao corpo. Além disso, a qualidade do tecido impacta tanto a maciez quanto o fato de deixá-lo respirável, o que é fundamental para a saúde da pele. Em relação ao usuário, seja homem ou mulher, as fabricantes afirmam que os produtos atendem a ambos.

relevantes variam para cada tipo de shopper. Por exemplo, as fraldas são sinônimo de segurança máxima para alguns deles, enquanto que a roupa íntima é ideal para quem busca autoestima e os absorventes são a escolha dos shoppers que visam praticidade”, afirma. Além da necessidade, há outros fatores que decidem a compra. Para a marca Tena, o consumidor avalia primeiro


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CATEGORIA

RANKING TOP 10 DAS MARCAS

1. Bigfral (Ontex) 2. Plenitud (Kimberly-Clark) 3. Tena (SCA Brasil) 4. Biofral (SCA Brasil) 5. Confort Master (Mafra Ind. Com.) 6. Adultcare (Incofral) 7. Masterfral (Mardam Produtos Higiênicos) 8. Sensaty Premium (Capricho) 9. Higifral (Eurofral) 10. Amoravel (Incofral)

Fonte: IQVIA – MAT (Moving Annual Total – Movimento Anual Total, em português) maio 2018 (R$ Preço consumidor)

se o produto é de alta ou baixa performance, depois o preço e por último o tamanho das embalagens.

PRODUTOS NÃO DEVEM SER EXPOSTOS AO LADO DE FRALDAS INFANTIS Um erro que o canal não deve cometer é expor as fraldas para adultos ao lado dos produtos infantis. O ideal é que os itens sejam expostos ao lado dos absorventes femininos. “Considerando que incontinência urinária tem o dobro de incidência nas mulheres, é ideal que a categoria esteja próxima a absorventes femininos, gerando a migração dos shoppers que utilizam esses produtos para lidar com a incontinência urinária”, recomenda Marina. De acordo com ela, muitas mulheres iniciam na categoria fazendo uso inadequado de absorventes noturnos e protetores diários para conter 92

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o problema. Segundo a executiva, para acompanhar o crescimento da categoria é importante aumentar o espaço no ponto de venda (PDV), proporcionando facilidade de acesso e navegação na gôndola”. A executiva também alerta para o fato de que a categoria de cuidado adulto ainda é vista como um tabu para grande parte dos shoppers, portanto não se deve expor o produto atrás do balcão e nem fora do seu alcance. O varejo deve trabalhar a exposição para oferecer maior comodidade ao cliente durante todo o processo de compra. Outra recomendação é fazer o cross-merchandising entre as categorias correlatas como toalhas umedecidas, pomadas para prevenção de assadura, pomadas para escaras, protetores de colchão, entre outras, com a finalidade de aumentar o tíquete médio da categoria.


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SEMPRE EM DIA

Fórmula da

juventude CRESCE O PÚBLICO QUE SE PREOCUPA COM A SAÚDE E A APARÊNCIA DA PELE E, CONSEQUENTEMENTE, A BUSCA POR ITENS COM AÇÕES HIDRATANTES E ANTIENVELHECIMENTO. A INDÚSTRIA APOSTA NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS INOVADORES POR LAURA MARTINS

APARÊNCIA MAIS JOVEM

O novo booster antioxidante da Avène, A-OXitive, é o primeiro produto no portfólio da marca com esse propósito e tem precursores de vitaminas C e E em uma fórmula inovadora. O produto é um potente antioxidante para combater os efeitos do estresse urbano e danos cotidianos da pele. Além disso, o GP4G energiza e devolve o tônus à pele, deixando-a com aspecto mais jovem.

FRAGRÂNCIA E LIMPEZA

Entendendo que a fragrância é um dos atributos mais importantes para os consumidores, NIVEA apresenta sabonetes em barra que combinam ativos hidratantes com perfumes intensos. O lançamento da empresa é o sabonete em barra orquídeas, criado para quem gosta de fragrâncias florais e doces. Além de trazer uma deliciosa fragrância, o novo produto oferece espuma cremosa que limpa e cuida da cútis, proporcionando sensação de maciez e hidratação. É indicado para todos os tipos de pele. • www.nivea.com.br

• www.eau-thermale-avene.com.br

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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IMPERFEIÇÕES DISFARÇADAS

Para suprir as necessidades específicas de correção da pele na hora da maquiagem, a Vult desenvolveu uma linha de corretivos faciais em bastão com a finalidade de corrigir as olheiras e imperfeições da pele. Os produtos são desenvolvidos à base de extrato de calêndula, que proporciona ação suavizante. No total, são seis corretivos, sendo quatro em tonalidade de pele e dois coloridos para correção de pontos mais difíceis como olheiras fortes, manchas de sol, cicatrizes e marcas de espinhas. • www.vult.com.br

DEPILAÇÃO COM COCO LÁBIOS MAIS BONITOS

A hidratação labial é importante tanto no inverno quanto no verão. Por isso Ricca está lançando uma linha de Protetores Labiais com Fotoproteção UVA + UVB e FPS 15, em embalagem de ovo, que proporciona uma experiência de uso divertida e prática em três opções de sabores: Framboesa, Cereja e Melancia. A nova linha possui óleo de girassol e vitaminas A + E, que hidratam os lábios, deixando-os macios e saudáveis com resultados surpreendentes.

A DepiRoll está com uma novidade em seu portfólio de produtos depilatórios. A linha Coconut Oil é composta por cremes e folhas prontas para depilação em versões para corpo, buço e sobrancelha. Indicados para depilação caseira, eles têm o característico aroma da fruta e também proporcionam à pele benefícios encontrados no óleo extraído da fruta, tornando a depilação mais fácil e confortável. • www.depiroll.com.br

• www.bellizcompany.com.br

SEM ÓLEO

Com foco nas pessoas que sofrem com a pele oleosa, Acnase lançou o SBR – gel creme seborregulador. O produto é um antiacneico que elimina os resíduos gordurosos, desobstruindo os poros do rosto. Dessa maneira, reduz as impurezas e previne cravos e espinhas. Ele é ideal para quem tem pele oleosa, já que, graças à sua nanotecnologia e aos poderosos agentes de limpeza presentes em sua fórmula, elimina as impurezas e a oleosidade da pele. • www.acnase.com.br

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

Qual o futuro do Programa Aqui Tem Farmácia Popular?

www.abradilan.com.br

P O R M A R I A C R I S T I N A SA N CHES A M OR IM – DIR ETOR A -EXECUTIVA D A ASSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E P R O D U TO S F A R M A C Ê UTICOS ( A BR A DILA N )

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Quando este artigo estiver em suas mãos, caro leitor, o Presidente do Brasil para 2019-2022 já estará eleito. Será muito oportuno que ele e sua equipe no Ministério da Saúde (MS) compreendam a importância do Programa Aqui Tem Farmácia Popular uma vez que, durante as campanhas eleitorais, infelizmente, o tema não foi discutido pelos candidatos. O Programa vem recebendo cortes importantes, o que não deveria ocorrer. A dificuldade no acesso aos medicamentos é ainda um problema no Brasil. A situação é particularmente grave para as famílias mais pobres, que gastam, proporcionalmente à renda, muito mais do que as abastadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018. O Programa Farmácia Popular é uma ação do governo federal no âmbito do Programa de Assistência Farmacêutica do MS, por sua vez, necessário ao cumprimento das diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

Foi implantado em 2004 com o objetivo de “oferecer à população mais uma alternativa de acesso aos medicamentos essenciais”, tendo como base unidades públicas (Ministério da Saúde, 2018). Em 2006, foi expandido a partir da parceria com farmácias privadas para a dispensação dos medicamentos e por meio do copagamento (parte pelo governo, parte pelo cidadão), inaugurando a fase Aqui Tem Farmácia Popular. Em 2011, foi estabelecida a gratuidade para uma parte dos produtos – os medicamentos para o tratamento de hipertensão, diabetes e asma –, somando 32 produtos com a fase Saúde Não Tem Preço. Os indicados para dislipidemia (colesterol), rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepcionais e fraldas geriátricas têm até 90% de desconto. No total, são 42 produtos dispensados pelo Programa. Vale ressaltar que as doenças crônicas não transmissíveis são crescentemente importantes no quadro geral

dos indicadores de morbidade da nossa população. Apesar da importância do acesso ao medicamento para a saúde do brasileiro, desde 2014 não há novas farmácias no Programa. Nos últimos três anos, 15% foram descredenciadas e estima-se que haja redução de 20% na rentabilidade do varejo. Em maio de 2018, 1.739 unidades deixaram o Programa (do total de 31 mil). O governo alega que o orçamento de R$ 3 bilhões (em 2018) deve ser usado com mais eficácia, tanto pela redução de fraudes quanto pela ordem geral, dada pelo Executivo, de redução de gastos para o cumprimento do teto estabelecido pela Emenda Constitucional 95, promulgada em 15/12/2016. Fraudes devem ser corrigidas e o controle sobre o Programa, aprimorado. Porém, como qualquer Programa, não basta avaliar os custos financeiros. Há também que se considerar os ganhos para a população cujo acesso aos medicamentos aumentou.

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Inovando para o seu bem-estar.

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