Especial Genéricos 2018

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GUIA DA FARMÁCIA

GENÉRICOS

REVISTA DIRIGIDA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

ANO XXV |Nº 306 | MAIO DE 2018

ESPECIAL

Parte integrante do

PONTO DE VENDA

CONJUNTURA

Desde que chegaram ao mercado, em 1999, os genéricos já proporcionaram, aos brasileiros, uma economia de mais de R$ 106 bilhões em gastos com medicamentos

Os genéricos se tornaram peça fundamental para que a população tivesse acesso ao tratamento de doenças crônicas

180416_541 SDZ ANUNCIO DIA DO MEDICAMENTO GENERICO_1ª Capa GUIA DA FARMÁCIA.indd 1

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DITORIAL

• MOTOR DE CRESCIMENTO •

EXPEDIENTE DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos

A

pesar das imprecisões econômicas e políticas e do ritmo de crescimento ainda abaixo do esperado, alguns setores começam a sentir os efeitos de uma leve recuperação nacional, a exemplo da indústria farmacêutica. Está havendo uma melhora nos indicadores relativos ao nível de emprego. Portanto, uma maior cobertura dos planos de saúde, indiretamente, contribui para o crescimento do setor e os empresários mostram que estão dispostos a continuar investindo. De fato, com a retomada gradativa do emprego e da renda, é natural que a população comece a custear mais seus gastos com a saúde, embora com o orçamento ainda reduzido. Essa realidade tem feito com que os genéricos tenham se firmado como motor de crescimento. O mercado farmacêutico total registrou expansão de 5,73% em 2017. Já os genéricos cresceram 11,78%. Isso mostra como eles têm cumprido o papel de ampliar o acesso a medicamentos no País. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), os genéricos fecharam 2017 com crescimento de quase 12% no volume de unidades vendidas, na comparação com 2016 e, com este desempenho, houve crescimento na participação de mercado. Encerraram o ano com 32,46% de parti-

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cipação de mercado em unidades, contra 30,70% verificados em 2016. É o aumento da confiança do consumidor, traduzida em números. Todos os números de desempenho da categoria, bem como expectativas para 2018, pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas, medicamentos de maior demanda pela população da terceira idade e concorrência entre classes medicamentosas fazem parte do Especial Genéricos deste ano. Aproveite a oportunidade de se informar, abasteça seus estoques e preste um atendimento diferenciado, com muita orientação ao consumidor. Boa leitura!

DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri

MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Kathlen Ramos Revisão Maria Elisa Guedes Diagramação Kátia Prenholato Impressão AR Fernandez

> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Genéricos é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200 E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora.

Lígia Favoretto Editora-chefe

O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.


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• ESPECIAL GENÉRICOS •

UMÁRIO

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BALANÇO

RESULTADOS A implantação dos chamados “similares equivalentes” deve elevar a concorrência no País entre os fabricantes, barateando o custo do tratamento farmacológico

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PANORAMA Apesar da crise, o mercado de genéricos cresceu acima da média. Entenda o porquê dos medicamentos serem a melhor alternativa para os consumidores em momentos de recessão

PONTO DE VENDA Os genéricos estão obrigando os medicamentos de referência a reduzir seus preços em, no mínimo, 30%. Entenda como conquistar o seu consumidor sem perder faturamento

18 PESQUISA Tanto a classe médica quanto os rigorosos testes são responsáveis pela confiança que a população tem nos genéricos. Ainda assim, há espaço para os medicamentos ganharem mais relevância

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ATENDIMENTO

ATUALIDADE

CONJUNTURA

As farmácias têm, cada vez mais, clientes que recorrem aos medicamentos genéricos para uso crônico. Cabe ao farmacêutico e ao balconista se preparar para atender esse público

Entenda como as aprovações de novos fármacos por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oferecem maior acesso da população à saúde

Cresce o consumo de medicamentos genéricos para quem sofre com doenças crônicas. Esse resultado se dá, principalmente, devido ao envelhecimento da população

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ALANÇO

• MATURIDADE NA CRISE • Em situações de bolso mais apertado, os brasileiros recorrem, cada vez mais, aos genéricos, que garantem qualidade e preço baixo nos tratamentos

TEXTOS: KATHLEN RAMOS

O

s sinais da retomada do País começam a aparecer. Inflação e taxa de juros, por exemplo, estão, claramente, em ritmo de desaceleração, o que contribui para o crescimento geral da economia. Há, ainda, uma pequena melhora nos índices de emprego, embora ainda de forma lenta. “A economia brasileira passou, recentemente, pela mais severa crise da história, com queda de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) no período 2015 a 2016. Em 2017, o PIB cresceu apenas 1%. Ainda não retomamos o patamar de atividades anterior à crise. O que se vê é que a indústria parou de diminuir, permanecendo estável”, comenta a diretora executiva 8

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da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Maria Cristina Amorim. Já o cenário político ainda é cheio de incertezas. Aliado ao fato de que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não deve participar da disputa presidencial em 2018, ainda esperam-se os desdobramentos de grandes operações anticorrupção, como a Lava Jato, que tem mudado os rumos do País. Mas apesar das imprecisões e ritmo de crescimento ainda abaixo do esperado, alguns setores começam a sentir esses efeitos da leve recuperação nacional, a exemplo da indústria farmacêutica. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


“Percebemos que está havendo uma melhora nos indicadores relativos ao nível de emprego. Portanto, uma maior cobertura dos planos de saúde que, indiretamente, contribui para o crescimento da indústria farmacêutica”, comenta o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. A executiva da Abradilan acrescenta, inclusive, que a situação do segmento dos produtos e serviços de saúde é oposta à geral. “Mesmo durante a recessão, as empresas do setor continuaram crescendo e meu contato com os empresários mostra que estão dispostos a continuar investindo”, diz. De fato, com a retomada gradativa do emprego e renda, é natural que a população comece a custear mais seus gastos com a saúde, embora com o orçamento ainda reduzido. Essa realidade tem feito com que os genéricos tenham se firmado como motor de crescimento do setor. “O mercado farmacêutico total registrou expansão de 5,73% em 2017. Já os genéricos cresceram 11,78%. Isso mostra como eles têm cumprido o papel de ampliar o acesso a medicamentos no País”, constata a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles. Dados da entidade apontam, ainda, que os genéricos fecharam 2017 com crescimento de quase 12% no volume de unidades vendidas, na comparação com 2016 e, com este desempenho, houve crescimento na participação de mercado. “Os genéricos encerraram o ano com 32,46% de participação de mercado em unidades, contra 30,70% verificados em 2016. É o aumento da confiança do consumidor traduzida em números”, comemora Telma. Para 2018, em razão da recuperação ainda lenta da economia, espera-se um crescimento moderado dos genéricos, entretanto, com resultados superiores aos registrados pelo mercado farmacêutico total. Esses números refletem o resultado positivo que esses medicamentos têm trazido para toda a cadeia. “Eles contribuíram e contribuem com o bom desempenho das indústrias farmacêuticas nacionais; com o volume de vendas do varejo e da distribuição; com o aumento moderado dos preços dos demais medicamentos; e com o aumento do acesso da população à saúde”, pontua a executiva da Abradilan. Aliás, a aceitação e procura do consumidor por esses medicamentos são indiscutíveis. “Em pesquisa que fizemos, 37% dos consumidores apontaram que adquiriram medicamentos genéricos, outros 32% compraram os de marcas e 31% compraram uma mescla dos dois tipos”, mostra o presidente da Federação Brasileira das Redes

OS DEZ MAIORES LABORATÓRIOS DE GENÉRICOS DO PAÍS EM VOLUME RANKING

LABORATÓRIO

1

EMS Pharma

2

Neo Química

3

Teuto Brasileiro

4

Medley

5

Eurofarma

6

Germed Pharma

7

Cimed

8

Aché

9

Sandoz do Brasil

10

Prati-Donaduzzi

Fonte: IQVIA. Ranking em Unidades, MAT fev.18 (MAT significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total) (acumulado dos meses de mar.17 a fev.18), no canal varejo, total Brasil

OS DEZ MAIORES LABORATÓRIOS DE GENÉRICOS DO PAÍS EM VALOR (R$) RANKING

LABORATÓRIO

1

EMS Pharma

2

Medley

3

Eurofarma

4

Neo Química

5

Sandoz do Brasil

6

Germed Pharma

7

Aché

8

Teuto Brasileiro

9

Legrand

10

Nova Química

Fonte: IQVIA. Ranking em Valores (R$, a preço PPP), MAT fev.18 (MAT significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total) (acumulado dos meses de mar.17 a fev.18), no canal varejo, total Brasil

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ALANÇO

OS DEZ MEDICAMENTOS GENÉRICOS MAIS VENDIDOS EM UNIDADES RANKING

PRODUTO

LABORATÓRIO

1

Losartana Potássica

Neo Química

2

Losartana Potássica

Teuto Brasileiro

3

Citrato de Sildenafila

Neo Química

4

Losartana Potássica

EMS Pharma

5

Hidroclorotiazida

Teuto Brasileiro

6

Levotiroxina Sódica

Merck

7

Citrato de Sildenafila

Eurofarma

8

Maleato de Enalapril

Teuto Brasileiro

9

Cloridrato de Metformina

Teuto Brasileiro

10

Dipirona Sódica

Neo Química

Fonte: IQVIA. Ranking em Unidades, MAT fev. 18 (MAT significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total) (acumulado dos meses de mar. 17 a fev.18), no canal varejo, total Brasil

FATURAMENTO DOS MEDICAMENTOS DE MARCA, GENÉRICOS E SIMILARES NO BRASIL VALORES (R$, A PREÇO PPP)

UNIDADES

MARCA

28.587.166.104

1.859.101.197

REFERÊNCIA

21.275.699.882

750.355.775

GENÉRICO

7.680.204.061

1.291.303.037

SIMILAR

303.016.565

69.986.162

Fonte: IQVIA. Auditoria de mercado farmacêutico PMB, base de fev.18. Valores a preço PPP (valores que já consideram o desconto praticado entre distribuição e varejo), e unidades em unidades de caixa, apenas canal varejo, total Brasil. Na análise, é considerado “similar” um produto que não possui uma marca comercial e não é considerado genérico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido a não possuir testes comparativos de bioequivalência e biodisponibilidade. Exemplo: Eucaliptol. É considerado medicamento de marca (similar ou cópia) aquele que não é um genérico porque tem uma marca comercial e não tem comprovação de testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Exemplo: Anador

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Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. De fato, com o orçamento ainda apertado, a população encontra, nos genéricos, uma alternativa segura e confiável para seguir com seus tratamentos. “Os genéricos são a principal fonte de acesso à saúde e a tratamentos médicos para grande parte da população brasileira. Por lei, devem custar, no mínimo, 35% menos que os medicamentos de referência. Hoje, a categoria representa 32% do mercado farmacêutico, sendo o segmento com maior evolução nos últimos anos”, argumenta a diretora de marketing de Neo Química, Jurema Aguiar.

DESEMPENHO COMPROVADO PELA INDÚSTRIA Em 2017, a Prati-Donaduzzi – que tem, nos genéricos, 96% do faturamento e 147 produtos registrados em comercialização – investiu na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para aprimorar o portfólio com foco em medicamentos de prescrição médica. As apostas surtiram resultados positivos. “Os genéricos, de maneira geral, registraram alta de 13,5% no faturamento da empresa”, indica o gerente de marketing da empresa, Lucas Angnes, acrescentando que o trabalho realizado pela área comercial, tanto na linha farma quanto hospitalar, contribuiu para que esses números fossem possíveis.


OS DEZ MEDICAMENTOS GENÉRICOS MAIS VENDIDOS EM VALOR (R$) RANKING

PRODUTO

LABORATÓRIO

1

Citrato de Sildenafila

Eurofarma

2

Amoxicilina+Clavulanato de Potássio

Sandoz do Brasil

3

Pantoprazol

Aché

4

Cetoprofeno

Medley

5

Rosuvastatina Cálcica

Sandoz do Brasil

6

Esomeprazol Magnésio

Medley

7

Levotiroxina Sódica

Merck

8

Orlistate

Neo Química

9

Desogestrel

Sandoz do Brasil

10

Losartana Potássica

Neo Química

Fonte: IQVIA. Ranking em Valores (R$, a preço PPP), MAT fev. 18 (MAT significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total) (acumulado dos meses de mar.17 a fev.18), no canal varejo, total Brasil

“Um exemplo desse crescimento foi o fato de três moléculas de genéricos representarem 26% do faturamento da empresa no ano”, justifica Angnes. Para 2018, a companhia almeja crescer 15% em relação ao ano passado e tem a meta de dobrar o faturamento nos próximos cinco anos. A EMS – empresa que tem 36% do faturamento representado por genéricos e detém 83 moléculas neste mercado – registrou R$ 4,4 bi de faturamento neste segmento em 2017, alta de 12% no comparativo com o ano anterior; e alcançou 203 milhões de unidades comercializadas. A empresa encerrou o período no segmento de genéricos com 17% de market share (em reais e em unidades) e está presente em 90% dos pontos de venda (PDVs) espalhados pelo Brasil. “Esse resultado é reflexo do pioneirismo da EMS na produção e comercialização de medicamentos genéricos no Brasil, desde 2000, e do contínuo investimento em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) (6% do faturamento anual da empresa é destinado ao Centro de P&D), reforçando seu histórico de contribuição para a expansão do acesso a medicamentos no Brasil”, considera o diretor comercial da Unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont. Para 2018, as metas da empresa são de manutenção da liderança no mercado de genéricos, posição que já ocupa

desde 2013, e a promoção de importantes lançamentos na categoria para enriquecer ainda mais o portfólio e viabilizar o acesso da população a novas terapias. “A expectativa da EMS é crescer 20% em faturamento”, arrisca. Já a Sandoz – que possui cerca de 150 apresentações que representam, em média, 80% de participação do mercado de genéricos – nos últimos três anos, conseguiu dobrar as vendas no segmento. E as projeções seguem positivas para 2018. “Esperamos uma alta de cerca de 10% das vendas de genéricos”, revela o diretor de marketing e Inteligência de Mercado da empresa, Guilherme Barsaglini. Na Geolab, indústria que tem registrado crescimento expressivo no mercado farmacêutico, com alta de 27,6% [MAT fev. 18 (MAT significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total)], boa parte desse desempenho também é fruto da boa performance dos genéricos. “De 2017 para 2018, tivemos um crescimento acima dos 57%. E boa parte dos resultados planejados vem de genéricos. Projetamos alta de 30%, mas esperamos superar nossos objetivos”, conta o gerente de marketing da empresa, José Ribeiro Suso Junior. Hoje, 40% do portfólio da companhia é de genéricos e o restante de genéricos de marca. “Nossa linha é composta por cerca de 70 moléculas e 110 apresentações”, resume.

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ESULTADOS

• GENÉRICOS X SIMILARES • Entenda as vantagens que a concorrência entre essas classes medicamentosas trouxeram aos consumidores e por que há diferenças de preços entre eles

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s mudanças do mercado de medicamentos brasileiro são constantes e cada uma delas traz novas opções de tratamentos de qualidade aos usuários. Uma das mais marcantes foi o advento dos genéricos, em 1999, que trouxe mais acessibilidade a uma grande gama de medicamentos no País. Mas em 1º de janeiro de 2015, outra novidade foi marcante para o setor. Nessa data, foi liberada a intercambialidade de medicamentos similares com produtos de referência. Mas será que a implantação dos chamados “similares equivalentes” ou “similares intercambiáveis” barateou, de fato, o 12

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custo do tratamento farmacológico, tendo em vista a maior concorrência com os genéricos? Para a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles, essa é uma competição saudável na qual os genéricos têm se saído muito bem. “Quando se observa o mercado de medicamentos para doenças crônicas, por exemplo, os genéricos têm um desempenho bastante superior aos similares. Os genéricos cresceram mais que os similares nos medicamentos para controle de colesterol e anti-hipertensivos em 2017, por exemplo”, comenta. Muito desse desempenho pode ser resultado do preço mais baixo dos genéricos em relação aos similares. “Os genéricos IMAGENS: SHUTTERSTOCK


POR QUE HÁ DIFERENÇA DE PREÇO ENTRE OS GENÉRICOS E SIMILARES? A diferença de preço entre genéricos e similares é motivada, principalmente, por aspectos como investimentos diferenciados em embalagem, rótulo ou ações comerciais, segundo explica o gerente de marketing da Prati-Donaduzzi, Lucas Angnes. “Os similares têm custo mais alto para o consumidor, pois, na grande maioria, possuem marcas que têm visitação médica ou exposição em mídias”, constata. Além disso, o controle de preços entre as classes é diferente. Segundo explica o diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias, de acordo com a Lei 9.787/99, o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato do que o de referência. Já o similar equivalente não possui uma lei que regulamenta que ele deve ser mais barato ou não do que o medicamento de referência ou genérico. “O consumidor encontrará diferentes preços. Tudo vai depender da marca que ele utiliza e o local em que ele está comprando os medicamentos”, esclarece.

representam um custo menor para o consumidor, pois têm um desconto médio de 71,1%, enquanto os similares têm 68% em média”, constata o gerente de marketing da Prati-Donaduzzi, Lucas Angnes. De fato, o valor final tem influenciado a escolha dos consumidores. Segundo aponta a pesquisa realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), em 2016, 45% dos consumidores trocaram os produtos que procuravam por genéricos ou similares de menor preço e, neste público, foi constatado que 97% dos entrevistados trocaram de medicamentos porque compraram uma opção de menor preço. “Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum dos brasileiros, que é não ser fiel à marca que

foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que as pessoas estão mais preocupadas com o bolso”, explica o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. Outro ponto que pode estar relacionado a um desempenho melhor dos genéricos frente aos similares é a falta de informação por parte dos usuários e agentes de saúde. “Os consumidores ainda não sabem a diferença entre similares e referência. Podemos considerar que a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 58/14, que dispõe sobre a Intercambialidade dos Medicamentos Similares, é ainda recente, não só para a população brasileira, mas também para os profissionais da saúde, o que pode gerar dúvidas em todos os envolvidos. Sendo assim, acredito que mais ações devem ser realizadas para a conscientização da população, dos farmacistas, farmacêuticos e dos atendentes”, pondera o diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias.

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ONTO DE VENDA

• CONCORRÊNCIA ACIRRADA • A economia que os genéricos trazem à população é indiscutível. Entretanto, para que laboratórios e farmácias mantenham bons resultados com a categoria, esforços passam por pesquisas intensas e políticas de precificação

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esde que chegaram ao mercado, em 1999, os genéricos já proporcionaram, aos brasileiros, uma economia de mais de R$ 106 bilhões em gastos com medicamentos, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). “Esse valor considera apenas o impacto do custo 35% menor previsto em lei para os genéricos frente aos medicamentos de referência. A economia proporcionada, entretanto, é substancialmente maior, uma vez que, 14

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em média, os genéricos custam 60% menos que os medicamentos de referência”, destaca a presidente da entidade, Telma Salles, reforçando que esse valor também não captura a redução de preços que os fabricantes de medicamentos de referência têm de fazer para manter a competitividade desses produtos. “Os genéricos atuam como regulador de preços, favorecendo o consumidor”, constata. Para a indústria, os esforços para conquistar e crescer no mercado de genéricos, sem perder o faturamento, são grandes, tendo em vista que este é um setor bastante competitivo. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


“As empresas trabalham, continuamente, para melhorar a eficiência, investindo em inovação. Algumas apostam também na entrada no segmento de biossimilares. Tudo isso amplia a capacidade de competição e o resultado das indústrias”, analisa Telma. Segundo o gerente de marketing da Prati-Donaduzzi, Lucas Angnes, são múltiplos os caminhos que podem ser escolhidos pela indústria para alcançar esses objetivos. “As empresas podem analisar diferentes estratégias capazes de contribuir para o crescimento no mercado, como o

lançamento de novos produtos, incremento do portfólio com novas moléculas, ações da área comercial, divulgação de informações relacionadas à indústria e aos genéricos, além de relacionamento com clientes e expansão da presença no território nacional”, enumera o especialista. Outra forma de diferenciação das indústrias do setor tem sido a aposta em medicamentos genéricos de alta complexidade. A EMS é uma delas. “Um exemplo é a ciclosporina microemulsão genérica, um imunossupressor utilizado por pacientes no combate à rejeição de órgãos transplantados, produzido exclusivamente pela EMS em toda a América Latina há mais de 17 anos, e um dos principais produtos exportados pelo laboratório”, conta o diretor comercial da Unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont. A empresa também aposta em genéricos de alta complexidade inéditos no Brasil para os próximos anos. “Nesse cenário, podem ser citados os produtos inalatórios, cuja tecnologia é dominada por poucas empresas no mundo e com a qual a EMS já trabalha”, cita. O investimento maciço no acesso à informação também é uma das formas que as indústrias investem tanto para ganhar mercado, quanto para expandir as fronteiras do setor, já que, hoje, apenas 30% do total dos medicamentos comercializados no País é de genéricos. “Investimos no acesso à informação à população e ao profissional da saúde, sejam médicos, farmacêuticos ou balconistas. Dessa forma, posicionamos a empresa como referência no setor, apoiando o crescimento sustentável do segmento, por meio de um contínuo desenvolvimento, elevando a qualidade do atendimento e beneficiando os pacientes”, justifica o diretor de marketing e Inteligência de Mercado da Sandoz, Guilherme Barsaglini. Entre outros caminhos, o gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro Suso Junior, cita dois que considera importante para ter espaço nesse mercado. Um deles é buscar competitividade financeira de forma inteligente e responsável. “Posso dizer que esse é um dos objetivos a ser perseguidos durante os nossos próximos anos. Gerenciar os custos de forma inteligente e responsável é um dos pilares da ideologia da Geolab”, diz, acrescentando que outro pilar importante é o relacionamento. “Cada vez mais vejo que de nada adianta ter tudo o que foi mencionado sem um bom relacionamento e a transparência com fornecedores, clientes e de toda a cadeia”, finaliza Junior.

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ONTO DE VENDA

ESTRATÉGIAS DE PRECIFICAÇÃO DOS GENÉRICOS O LADO DA INDÚSTRIA FORMAS DE PRECIFICAÇÃO Os preços dos genéricos são, no máximo, referência.

35% do produto

ATUALIZAÇÃO DE PREÇOS Os aumentos de preços são dados de acordo com os percentuais estabelecidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para os produtos liberados dessas regras, trabalha-se com a média dos preços das moléculas comercializadas no mercado.

MOTIVOS PARA AS DIFERENÇAS NOS VALORES PRATICADOS Os custos com princípio ativo, desenvolvimento e produção são alguns dos fatores que podem ocasionar diferença de preço entre os genéricos. Outras situações podem estar relacionadas ao tipo de tratamento para qual o medicamento é indicado e a quantidade de concorrentes no mercado. Existem também diferenças de estratégias de rentabilidade e comercialização dos pontos de venda (PDVs), além de tributações que podem ser diferentes entre os estados.

O LADO DO VAREJO FARMACÊUTICO VALORES REPASSADOS PELA INDÚSTRIA O percentual de desconto nos genéricos costuma ser bem maior no preço fábrica. A indústria costuma disponibilizar uma condição comercial de

60% a 70% de desconto para as farmácias.

SEGREDOS PARA CONSEGUIR BOAS CONDIÇÕES DE PREÇO As boas condições de preço são concedidas quando há uma relação de fidelidade e confiança entre o varejista e o fabricante ou distribuidor. Por isso, a importância da escolha do fornecedor da farmácia. É preciso ter ótimos parceiros, que permitam trabalhar com margens interessantes. ERROS COMUNS NAS PARCERIAS COM FORNECEDORES Algumas farmácias tendem a trocar de fornecedores constantemente, em busca de algumas ofertas com preço baixo, mas acabam não tendo vantagem alguma nos demais produtos. Isso espanta o cliente que vem em busca de um produto que, a cada mês, se apresenta com um preço e fabricantes diferentes. CUIDADO COM A GUERRA DE PREÇOS Um dos equívocos de precificação ocorre quando lojas de pequeno e médio portes tentam superar os preços fornecidos pelas grandes redes a qualquer custo. O varejista acaba por colocar um preço muito abaixo que o de mercado, sacrificando a rentabilidade geral. Outras vezes, comunica o preço, mas não tem o medicamento disponível, pois falta poder de negociação em volume. PRECIFICAÇÃO ESTRATÉGICA É preciso buscar uma política de preço mais competitiva, em que a percepção do valor do produto seja maior. Quando se trata de medicamentos de uso contínuo, o cliente costuma saber o valor de cabeça. Nesse caso, portanto, é importante que o desconto seja mais agressivo. Por outro lado, quando se trata de um antibiótico de uso muito específico, pode ser dado um desconto menor. Fontes: dados da indústria fornecidos pelo gerente de marketing da Prati-Donaduzzi, Lucas Angnes; e gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro Suso Junior. Dados do varejo farmacêutico cedidos pela consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso 16

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ESQUISA

• PRESCRIÇÃO AUMENTADA • Seja pela classe médica, pelos padrões de qualidade ou pela rigorosidade dos testes, é fato que os genéricos crescem em confiança. Entretanto, ainda há muito potencial para que esses medicamentos ganhem cada vez mais relevância no País

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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s medicamentos genéricos estão conquistando a preferência dos médicos brasileiros, segundo aponta um estudo realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) com base nos dados do Close-Up, que analisa o receituário de medicamentos apresentados nos balcões das farmácias no País. O levantamento mostra que os genéricos constituíram o segmento que mais cresceu nas prescrições médicas nos últimos cinco anos. De um total de 439,6 milhões de receitas auditadas, os genéricos registram avanço de 116,58% desde 2013 até 2016. No mesmo período, a prescrição dos similares cresceu 84,4% e o receituário com medicamentos de referência avançou 48,29%. Em 2013, os genéricos representavam 27,5% das receitas apresentadas nas farmácias brasileiras; número que saltou para 31,8% em 2016. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em julho 2017, os genéricos responderam por 33,38% dos receituários. A presidente da Pró Genéricos, Telma Salles, mostra números ainda mais recentes que comprovam essa tendência. “Entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2018, as prescrições de genéricos avançaram 62,27%. Os genéricos foram os campeões de crescimento em receituário. Hoje 1/3 das receitas emitidas no País têm o genérico como primeira indicação”, sinaliza. Outros dados, fornecidos pela Neo Química, mostram que em torno de 98% dos médicos já recomendam genéricos em classes terapêuticas relevantes, como antibióticos ou analgésicos. Porém, além do médico, o farmacêutico também desempenha um papel importante para indústria e o avanço do setor. “Muitas vezes, é esse profissional que esclarece o consumidor sobre as opções existentes nos mercados de genéricos e similares, e que podem substituir os medicamentos de referência”, comenta a diretora de marketing de Neo Química, Jurema Aguiar. Acompanhe, a seguir, os principais elementos que comprovam a credibilidade dos genéricos no mercado. APROVAÇÃO DA CLASSE MÉDICA: a classe médica tem sido, de fato, grande impulsionadora dos medicamentos genéricos. “Os profissionais de saúde sabem que os genéricos são seguros e confiáveis e têm ampliado a prescrição. Os médicos entenderam que, ao receitar um genérico, estão indicando uma alternativa segura para que os

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ESQUISA

O UNIVERSO DOS GENÉRICOS Os genéricos constituíram o segmento que mais cresceu nas prescrições médicas nos últimos

5 anos. De um total de

439,6 milhões de receitas auditadas, os genéricos registram avanço de

116,58% desde

2013 até 2016. Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos)

pacientes possam seguir com seus tratamentos, mesmo em cenários de maior dificuldade econômica”, conclui Telma. PADRÕES DE QUALIDADE GLOBAIS: a executiva da Pró Genéricos reforça, ainda, que o Brasil tem uma das melhores legislações do mundo na área de genéricos. Portanto, entre os médicos que não prescrevem genéricos, ou entre os consumidores, não há o que temer. “Usamos os mesmos padrões adotados em mercados como Estados Unidos e Europa. Os controles adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são rigorosos. Não há fundamento para desconfianças”, frisa, complementando, inclusive, que os genéricos produzidos no Brasil são exportados, incluindo para os chamados “grandes mercados”, e que muitos dos fabricantes de medicamentos de referência também atuam no mercado de genéricos. 20

E S PECIAL GENERICO S MA I O 2018

EFICÁCIA ATESTADA NO MUNDO: segundo lembra o diretor de marketing e Inteligência de Mercado da Sandoz, Guilherme Barsaglini, a confiança nos genéricos pode ser atestada pela alta aceitação de mercados internacionais de países desenvolvidos. Na Europa, por exemplo, eles respondem por 70% do mercado farmacêutico; nos Estados Unidos, 75%; e, no Canadá, 90%. Já no Brasil, a compra de medicamentos genéricos corresponde a 30%. “Esses dados demonstram a grande oportunidade de crescimento do segmento no País”, pondera. TESTES RIGOROSOS: os medicamentos genéricos passam pelos mesmos testes de controle de qualidade que os de referência, garantindo que o paciente não tem nada a perder, conforme afirma o gerente de marketing da Prati-Donaduzzi, Lucas Angnes. “Quanto mais a população tiver conhecimento sobre essa informação, maior será a adesão aos genéricos”, destaca. O executivo da Sandoz comenta que, de acordo com as exigências regulatórias, a companhia realiza, para produtos genéricos, os testes de equivalência farmacêutica, que comprovam a quantidade correta de princípio ativo no medicamento; de perfil de dissolução, que simula a disponibilização do fármaco no organismo; e o teste de bioequivalência, que atesta a biodisponibilidade comparativa entre dois ou mais medicamentos. “A Sandoz assegura a mais alta qualidade dos medicamentos produzidos pela empresa, que segue o mesmo nível de qualidade dos produtos comercializados na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá”, garante. CRESCENTE USO EM DOENÇAS CRÔNICAS: outra prova da eficácia dos genéricos é que a maior parte das vendas está centrada em medicamentos para tratamentos de doenças crônicas. “Nenhum consumidor continuaria tomando um medicamento que não faz efeito. Esta é a evidência mais importante que devemos observar”, constata Telma.


ESPAÇO PUBLICITÁRIO


C

ONJUNTURA

• GARANTIA DE ACESSO À SAÚDE ENTRE IDOSOS • Quando a terceira idade chega, são muitos os que têm diversas doenças para controlar, tornando os gastos com a saúde extremamente altos e, por vezes, impraticáveis. Nesse cenário, genéricos se tornam importantes aliados

E

specialmente em um momento em que a recessão diminuiu o poder de compra da população brasileira, os genéricos se tornaram peça fundamental para que a população tivesse acesso ao tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto, doenças que não podem ter o tratamento interrompido e que são bastante recorrentes em idosos. “Sem os genéricos, muitos deles não conseguiriam dar continuidade aos tratamentos, o que traria enormes problemas para o sistema de saúde e para os indivíduos”, considera a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles. Nesse ciclo, o mercado farmacêutico brasileiro possui perspectiva de crescimento sustentável ao longo dos próximos anos e tal avanço está relacionado ao acelerado processo de envelhecimento da população brasileira, segundo comenta a diretora de marketing da Neo Química, Jurema Aguiar.

22

E S PECIAL GENERICO S MA I O 2018

“Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatam que o consumo de medicamentos dessa classe demográfica é maior, em comparação com faixas etárias mais jovens, de forma que a penetração de medicamentos no Brasil pode exibir trajetória crescente ao longo das próximas décadas. Diante desse cenário, os medicamentos genéricos e similares devem continuar representando opções importantes e acessíveis à saúde, especialmente para classes menos favorecidas economicamente”, analisa. O gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro Suso Junior, comenta que por mais ativos que os idosos sejam, o desgaste do organismo e as doenças crônicas fazem parte do cotidiano desta população, propiciando o maior consumo de medicamentos e, consequentemente, boa parte do orçamento mensal é destinada à compra deles. “A possibilidade dos idosos em adquirir a medicação a preços mais acessíveis, como no caso dos genéricos, ajuda muito no acesso e na adesão aos tratamentos, contribuindo para uma boa qualidade de vida”, pontua. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


RAIO X DO PÚBLICO IDOSO NO BRASIL CURVA DE ENVELHECIMENTO O segmento populacional que mais aumenta na população brasileira é o de idosos, com taxas de crescimento de mais de

4% ao ano no período de

2012 a 2022. A população com

60 anos ou mais de idade passou de

14,2 milhões,

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE ENTRE IDOSOS2 1. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); 2. Diabetes Mellitus; 3. Pneumonia por microrganismos; 4. Outras causas mal definidas e as não especificadas de mortalidade; 5. Outras doenças pulmonares obstrutivas; 6. Neoplasias malignas dos brônquios e dos pulmões; 7. Acidente Vascular Cerebral (AVC); 8. Insuficiência cardíaca; 9. Hipertensão essencial; 10. Doença isquêmica crônica do coração; 11. Neoplasias malignas do estômago; 12. Outras septicemias (infecção generalizada do corpo que pode surgir como complicação de outra infecção mais simples, como uma pneumonia); 13. Outras doenças cerebrovasculares; 14. Hemorragia intracerebral; 15. Doença cardíaca hipertensiva.

em

2000 para

19,6 milhões, em

2010 devendo atingir

41,5 milhões, em

2030 e

73,5 milhões, em

20601.

DOENÇAS COMUNS NA TERCEIRA IDADE3 Entre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) mais comuns entre idosos, destacam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) que, juntas, são consideradas como os principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações renais, doenças cardíacas e cerebrovasculares. Outras doenças crônicas que acometem os idosos, porém em menor proporção, são: câncer, doenças respiratórias, mentais e inflamatório-reumáticas que somadas à HAS e DM aumentam sobremaneira as consequências danosas no processo saúde-doença da população idosa.

Fontes: 1. Levantamento Estudos e Análises – Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI, desenvolvido em 2015, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); 2. MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Situação da base nacional em 19/9/2017. Óbitos entre 60 e 74 anos em 2016; 3. Artigo Envelhecimento populacional e doenças crônicas: Reflexões sobre os desafios para o Sistema de Saúde Pública. Revista Kairós Gerontologia (PUC-SP), 2015

GUIA DA FARMÁCIA

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A

TUALIDADE

• SÓLIDA EXPANSÃO • Mercado de genéricos se expande e traz cada vez mais opções de tratamento ao consumidor. Conheça as novidades para 2018

O

mesmo princípio ativo dos medicamentos de referência, mas com o preço máximo ao consumidor, no mínimo, 35% menor. Essa característica dos genéricos traz, aos brasileiros, garantia de mais acesso à saúde. “Desde que a Lei dos Genéricos foi implementada em 1999, no Brasil, estes medicamentos ajudam a aliviar gastos da população e dos sistemas de saúde públicos que se tornam cada vez mais sobrecarregados”, destaca o diretor de marketing e Inteligência de Mercado da Sandoz, Guilherme Barsaglini. Para a coordenadora técnica farmacêutica da Pague Menos, Cristiane Feijó, os genéricos trouxeram três grandes ganhos à população. “Os genéricos vieram para disponibilizar menor preço, 24

E S PECIAL GENERICO S MA I O 2018

uma vez que devem ser mais baratos que os medicamentos de referência; para reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de concorrentes; e para contribuir com o aumento do acesso a tratamentos de qualidade, seguros e eficazes”, resume. Entretanto, apesar de todos os benefícios, a liberação de novas patentes de genéricos não é um processo tão rápido no País. Mas há esforços para que mudanças aconteçam para minimizar essa lacuna. Visando reduzir o tempo de resposta aos pedidos de marcas e patentes, uma das medidas adotadas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi a convocação, desde 2016, de novos profissionais examinadores dos pedidos, a fim de proporIMAGENS: SHUTTERSTOCK


cionar mais agilidade na produção técnica de patentes e na análise de processos pendentes. Quando essa nova perspectiva foi apresentada à presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles, no ano passado, a executiva reiterou que a demora na análise de pedidos de patente pelo INPI traz severos impactos negativos para a indústria de medicamentos genéricos no Brasil. “Globalmente, a análise de concessão de uma patente é feita, em média, em cinco anos. No Brasil, pode levar até 12 anos. No caso dos medicamentos, o aumento do prazo de vigência de patentes enquadradas nesse dispositivo legal é fator agravante ao retardo no lançamento de medicamentos genéricos, favorecendo o titular da patente em prejuízo dos fabricantes de genéricos e de toda a sociedade brasileira, que tem o acesso comprometido”, disse Telma, na ocasião. Em abril de 2017, o INPI e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) assinaram portaria conjunta que resolveu o impasse de 16 anos quanto à anuência prévia da Anvisa nos processos de patentes farmacêuticas. O acordo promete, segundo nota no Portal do INPI, agilizar os processos de patentes nessa área, além de evitar extensões de prazos, reduzir a judicialização do tema, facilitar a chegada de novos genéricos ao mercado e garantir segurança jurídica aos investidores. Telma avaliou, na época, que o acordo foi um marco histórico para os medicamentos genéricos no Brasil. “Com a definição clara de papéis e a revisão de ritos e procedimentos, teremos um fluxo mais célere e transparente a seguir, o que irá imprimir maior agilidade na apreciação dos pedidos de patentes, com consequências positivas para a diversificação da oferta e a ampliação do acesso a medicamentos. O acordo certamente trará maior agilidade à fila de, pelo menos, 21 mil processos relacionados a medicamentos que estão acumulados no INPI e na Anvisa desde 2010”, comentou.

O QUE ESPERAR PARA OS PRÓXIMOS ANOS? No ano passado, o mercado brasileiro registrou o lançamento de 14 novos genéricos direcionados ao tratamento de doenças, como leucemia aguda, câncer de próstata metastático e outros tipos de cânceres, além de medicamentos para diabetes, osteoporose e transtorno de déficit de atenção, entre outras patologias. “Juntas, essas drogas movimentam cerca de R$ 527 milhões ao ano”, revela Telma. Um levantamento realizado pela Pró Genéricos, em 2017, detectou que estão previstas a queda de 13 patentes passivas de registro até 2020. “Para que as previsões se concretizem, será necessário que o INPI – órgão que concede e nega pedidos de patentes, consiga concluir essas análises”, observa.

PRINCIPAIS INDÚSTRIAS DE GENÉRICOS NO BRASIL* EMS Brainfarma Neo Química Merck Orygen Prati-Donaduzzi Biosintética Medley Nova Química

Torrent Pharma Libbs Sandoz Geolab Eurofarma Grupo Cimed Fresenius Kabi Pharlab

*Lista produzida com base nas empresas associadas da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), que concentram, aproximadamente, 85% das vendas do segmento de genéricos no País e 25% do mercado total.

REALIDADE DO SETOR Número de medicamentos genéricos registrados Desde o ano 2000 até 30/6/2017, 4.886 medicamentos genéricos foram registrados. Destes, 1.016 registros foram cancelados, restando 3.870 medicamentos genéricos com registros válidos. Número de medicamentos genéricos registrados por princípio ativo Entre os 3.870 medicamentos genéricos com registros válidos até 30/6/2017, há 577 diferentes princípios ativos isolados ou em associação. Número de medicamentos genéricos registrados por empresa Cento e vinte empresas são detentoras dos registros dos 3.870 medicamentos genéricos com registro válido até 30/6/2017. Número de medicamentos genéricos inéditos registrados Até 30/6/2017, foram registrados 1.004 medicamentos genéricos inéditos. Deste total, 690 para determinada substância ativa ou associação; 211 para forma farmacêutica; e 103 para concentração. Fonte: Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Conteúdo retificado em 11 de agosto de 2017

GUIA DA FARMÁCIA

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A

TUALIDADE

MEDICAMENTOS GENÉRICOS INÉDITOS REGISTRADOS EM 2017 PRINCÍPIO ATIVO

MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA

FORMA FARMACÊUTICA

DECITABINA

Dacogen

Pó liofilizável injetável

ETODOLACO

Flancox

Comprimido revestido

DAPAGLIFLOZINA

Forxiga

Comprimido revestido

ACETATO DE ATOSIBANA

Tractosile

Solução para diluição para infusão

VILDAGLIPTINA

Galvus

Comprimido

VILDAGLIPTINA + CLORIDRATO DE METFORMINA

Galvus Met

Comprimido revestido

LIMECICLINA

Tetralysal

Cápsula dura

MALEATO DE LEVOMEPROMAZINA

Neozine

Comprimido revestido

CLONIXINATO DE LISINA

Dolamin

Comprimido revestido

HIDROXIUREIA

Hydrea

Cápsula dura

RANELATO DE ESTRÔNCIO

Protos

Pó para suspensão oral

TARTARATO DE METOPROLOL

Seloken

Solução injetável

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualizado em 30 de junho de 2017

A indústria continua a investir maciçamente nesse mercado. A EMS, por exemplo, líder do mercado de genéricos com cerca de 500 apresentações de produtos, aposta, continuamente, em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). “O objetivo da empresa é prosseguir na liderança desse segmento, principalmente lançando, de maneira pioneira, genéricos ainda inéditos – como em 2010, quando disponibilizou o primeiro genérico para disfunção erétil, repetindo depois o feito com a atorvastatina, a olanzapina e outras moléculas”, conta o diretor comercial da Unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont. 26

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Em 2017, a EMS lançou quatro novas moléculas e nove apresentações de genéricos. Destaque para as apresentações de fluoxetina, olanzapina e sertralina, que passaram de 28 comprimidos para 30 comprimidos. Para 2018, a empresa prevê dez lançamentos, sendo que três deles são genéricos inéditos e estes produtos devem atingir uma participação de 2% no faturamento desta unidade de medicamentos da companhia. A Sandoz também continua a investir na ampliação do portfólio de genéricos, bem como na expansão da capacidade produtiva. “Inauguramos, em 2017, a nova linha de produção de medicamentos sólidos na fábrica de Cambé (PR), para ampliar, em 25%,


CONCENTRAÇÃO

DETENTOR DO REGISTRO

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

50 mg

Dr. Reddy’s

Tratamento de pacientes adultos com síndromes mielodisplásicas

300 mg; 400 mg

EMS

Tratamento da osteoartrose e da artrite reumatoide

5 mg; 10 mg

Astrazeneca

Adjuvante à dieta e aos exercícios para melhora do controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2

7,5 mg/mL

Accord

Age retardando o trabalho de parto prematuro iminente em gestantes

50 mg; 100 mg

Sandoz

Adjuvante à dieta e ao exercício para melhorar o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2

50 mg + 500 mg; 50 mg + 800 mg; 50 mg + 1.000 mg

Sandoz

Adjuvante à dieta e ao exercício para melhorar o controle glicêmico em pacientes cuja glicemia não está controlada com cloridrato de metformina ou vildagliptina em monoterapia

150 mg; 300 mg

EMS

Tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis às tetraciclinas

100 mg

Hipolabor

Atua na ansiedade em pacientes psicóticos e na terapia adjuvante para o alívio do delírio, agitação e confusão associados com a dor em pacientes terminais

125 mg

EMS

Indicado para o tratamento da dor, sendo esta o sintoma principal ou secundário

500 mg

EMS

Tratamento de leucemia mielocítica crônica resistente e melanoma

2 mg

EMS

Indicado no tratamento da osteoporose grave

1 mg/mL

EMS

Anti-hipertensivo

a capacidade de produção de genéricos. A nova linha fechou um ciclo de R$ 54 milhões em investimentos na expansão e melhoria da planta industrial. Sem contar que produz 26 dos 240 produtos processados na planta paranaense, que abastece o mercado nacional, além de exportar para países da América Latina e Europa”, conta Barsaglini, acrescentando que, no ano passado, a companhia apresentou 13 novos genéricos. Para 2018, as previsões seguem positivas. “Prevemos uma ampliação do portfólio com cerca de 60 novas apresentações no Brasil. Os novos produtos são para as seguintes classes terapêuticas: Sistema Nervoso Central (SNC), cardiologia, anti-infecciosos, gastro e saúde feminina”, enumera.

Já a Neo Química, que representa a unidade de Similares e Genéricos da Hypera Pharma, contabiliza 120 moléculas e 190 apresentações em genéricos. “Como parte da estratégia de expansão de negócios, a marca possui pipeline robusto, com lançamentos previstos até 2020 para aumentar a presença em classes ainda inexploradas”, revela a diretora de marketing da marca, Jurema Aguiar. Recentemente, a Neo Química trouxe importantes lançamentos na área, como o pantoprazol e cloridrato de nebivolol, além de aumentar a linha de antidiabéticos, com o lançamento da glimepirida. “Para 2018, o grande lançamento será o nitazoxanida, genérico do Anita”, aponta a executiva.

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A

TENDIMENTO

• PROFISSIONAL IMPRESCINDÍVEL • Que os genéricos são uma alternativa eficaz e econômica de tratamento, é um consenso entre especialistas. Entretanto, muitos consumidores ainda têm dúvidas e precisam dos farmacêuticos para aumentar a adesão

O

s genéricos são, definitivamente, uma excelente alternativa para o bolso enxuto dos consumidores e para a própria farmácia. Entretanto, ainda assim, representam apenas 30% dos medicamentos comercializados no Brasil, um grande contraste se comparado ao mercado americano, onde sua representatividade pode ser superior a 80%. “Em 19 anos de história no mercado, a população ainda tem dúvidas sobre o que são medicamentos genéricos, sua qualidade e diferenças com os produtos de prescrição. O balcão da farmácia acaba sendo o local onde os pacientes tiram as dúvidas sobre essas distinções”, afirma o gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro Suso Junior.

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Portanto, é possível aumentar grandemente a participação dos genéricos no Brasil com preparação dos profissionais que dispensam esses produtos. E uma das formas de atingir esses objetivos é por meio da assistência farmacêutica, que já é uma realidade no País, especialmente pelo trabalho desenvolvido pelas grandes redes. “A assistência farmacêutica é uma realidade no Brasil. Hoje, o farmacêutico pode realizar consultas farmacêuticas, solicitar exames laboratoriais, prescrever Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), tudo de acordo com a Resolução 585/13, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que dispõe sobre a Atribuição Clínica do Farmacêutico; e a Resolução 586/13, do CFF, que dispõe sobre a Atribuição de Prescrição FarmaIMAGEM: SHUTTERSTOCK


DÚVIDAS FREQUENTES NO BALCÃO DE ATENDIMENTO O valor mais baixo dos genéricos significa que eles perderam a qualidade?1 Não. O preço do medicamento genérico é menor, pois os fabricantes não necessitam realizar todas as pesquisas necessárias quando se desenvolve um medicamento inovador, visto que suas características são as mesmas do medicamento de referência, com o qual é comparado. Quais as diferenças entre os medicamentos de referência, similares e genéricos?1 Os medicamentos de referência são inovadores e fabricados de forma exclusiva por um determinado tempo; têm marca comercial conhecida. Quando o prazo de exclusividade acaba, a concorrência é aberta. Já os medicamentos similares possuem nomes e marcas diferentes dos originais. Assim, costumam ser mais baratos e têm o mesmo princípio ativo e as mesmas indicações e modos de uso. Por fim, os genéricos não têm nome comercial. Possuem o mesmo princípio ativo do medicamento de referência e são administrados da mesma forma. Na embalagem, possuem a inscrição “medicamento genérico” em uma tarja amarela. O genérico faz o mesmo efeito que o medicamento original (referência)?2 Sim. O genérico possui a mesma eficácia terapêutica que o medicamento de marca, já que foi submetido ao teste de bioequivalência. Fontes: 1. Coordenadora técnica farmacêutica da Pague Menos, Cristiane Feijó; 2. Portal Medicamento Genérico

cêutica”, mostra o diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias, acrescentando que, dessa forma, esses profissionais poderão contribuir para o tratamento das doenças crônicas e também para adesão ao tratamento, realizando um acolhimento adequado, entendendo as necessidades, orientando e acompanhando os pacientes durante toda sua jornada. Aliás, entre doentes crônicos, que precisam de tratamento ao longo de toda a vida, o papel do farmacêutico torna-se ainda mais importante. “Com uma conversa franca e acompanhada de uma revisão de todos os medicamentos que o paciente costuma tomar, o usuário deve ser estimulado a participar como sujeito de seu tratamento e cuidado com a saúde. Iniciar o tratamento é muito mais difícil que dar con-

tinuidade. A otimização da farmacoterapia e parceria com os demais profissionais da saúde por meio do farmacêutico da farmácia, que está sempre mais próximo e presente, proporcionam segurança e melhor entendimento, consequentemente melhor adesão”, opina a coordenadora técnica farmacêutica da Pague Menos, Cristiane Feijó. Para ter respaldo e tirar todas as dúvidas do consumidor sobre os genéricos, segundo Dias, o melhor caminho é ficar por dentro do que diz a Lei 9.787, de 1999, conhecida como a Lei dos Medicamentos Genéricos. Nela, é possível esclarecer dúvidas recorrentes do consumidor sobre o preço baixo dos genéricos, por exemplo. “O farmacêutico deve assegurar a confiança no medicamento, com informações técnicas pertinentes e esclarecimento sobre diferença visual das embalagens, e manter um canal aberto para orientação, se necessário. Também é papel desse profissional identificar e entender os diferentes tipos e as regras que os regem, conforme legislação vigente, bem como o valor investido no tratamento escolhido”, finaliza Cristiane.

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I

NSTITUCIONAL

• EMS INVESTE EM MEDICAMENTOS

Líder do mercado farmacêutico no Brasil há 12 anos consecutivos e do segmento de genéricos desde 2013, laboratório mantém investimentos significativos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para continuar crescendo e ampliando o acesso à saúde

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E S PECIAL GENERICO S MA I O 2018

IMAGEM: DIVULGAÇÃO


DE ALTA COMPLEXIDADE E INOVADORES • www.ems.com.br

A

EMS, líder do setor farmacêutico no Brasil há dozes anos consecutivos, foi pioneira na produção e comercialização de medicamentos genéricos no Brasil, em 2000, e hoje também ocupa a liderança isolada desse segmento no País desde 2013. A empresa tem muito orgulho de seu histórico de contribuição para a expansão do acesso a medicamentos no Brasil. Os investimentos contínuos e significativos em pesquisa, desenvolvimento e inovação estão diretamente ligados ao compromisso da empresa em oferecer à população produtos de excelência, eficazes e seguros, promovendo saúde e bem-estar. Em 2017, a unidade de genéricos da EMS cresceu 12% em faturamento em comparação com 2016, encerrando o ano com aproximadamente 17% de market share em reais e em unidades. A área alcançou, naquele período, R$ 4,4 bi de faturamento e 203 milhões de unidades comercializadas. Para alcançar esses resultados, o laboratório, que possui o maior portfólio de genéricos do País, com cerca de 500 apresentações de produtos, continua investindo em lançamentos, preferencialmente inéditos, para os brasileiros. Com mais de 50 anos de história, a EMS busca a manutenção da liderança no mercado total e em genéricos como parte de seu plano de crescimento, que visa, ainda, ao fortalecimento e à liderança em todas as frentes de atuação da companhia, incluindo a de medicamentos de prescrição, de marca, Over The Counter (OTC) e hospitalar. A empresa mantém os investimentos em inovação incremental, com o lançamento de importantes produtos com tecnologias exclusivas e inéditas. A inovação radical permanece como foco estratégico da EMS, que anunciou em 2013 a criação da empresa Brace Pharma nos Estados Unidos, visando ao desenvolvimento de terapias inovadoras aos pacientes em áreas de oncologia, virologia e imunologia, por exemplo. Como uma das farmacêuticas nacionais acionistas da joint venture Bionovis, a EMS aposta, inclusive, no segmento de medicamentos biotecnológicos, considerados o futuro da indústria farmacêutica. A EMS possui mais de 90 patentes pelo mundo e também é detentora de mais de 400 registros de medicamentos no exterior. Além disso, a empresa exporta produtos para mais de 40 países, reforçando o padrão de qualidade internacional adotado.

A FORÇA DA ÁREA DE GENÉRICOS NA EMS A EMS segue as normas de GMP – Good Manufacturing Practices (Boas Práticas de Fabricação). Ao longo de sua atuação no setor farmacêutico, tem feito do “acesso a medicamen-

tos” um de seus principais compromissos e vem investindo na produção e desenvolvimento de medicamentos de alta complexidade, com excelência na qualidade, como a ciclosporina microemulsão, imunossupressor utilizado por pacientes no combate à rejeição de órgãos transplantados, produzido exclusivamente pela EMS em toda a América Latina há mais de 17 anos, um dos principais produtos exportados pelo laboratório. No segmento de genéricos, a EMS já registrou mais de 200 moléculas e está presente em 96% das classes terapêuticas. Em 2017, a companhia lançou quatro novas moléculas e nove novas apresentações de produtos. Destaque para os lançamentos das apresentações de fluoxetina, olanzapina e sertralina, que passaram de 28 comprimidos para 30 comprimidos, visando atender à necessidade do consumidor, ampliando o acesso, sem aumento do valor do medicamento. Atualmente, a EMS é líder em 83 moléculas no mercado de genéricos. Entre as principais, podem ser citadas: Bisoprolol; Clonixino; Ciclobenzaprina; Moxifloxacino; Pioglitazona; Zolpidem; Desloratadina; Duloxetina; Drospirenona + Etinilestradiol; Atorvastatina e Quetiapina (IQVIA – 2017). Visando à prestação de serviços para os pontos de venda (PDVs) de todo o País, a EMS, por meio de sua unidade de genéricos, também investe em ações que se tornaram referência no setor farmacêutico. O ACADEMS, projeto de consultoria e capacitação profissional em que consultores altamente qualificados realizam pessoalmente treinamentos com profissionais do setor – gestores e funcionários de farmácias – e consultoria a proprietários de drogarias, já capacitou mais de 70 mil participantes. Com o intuito de promover a saúde e tornar cada vez mais acessível o medicamento genérico a todos os lugares do País, a EMS está presente em quase 90% dos PDVs espalhados pelo Brasil.

EXPECTATIVAS PARA 2018 A meta da EMS é prosseguir na liderança do mercado total de medicamentos e do segmento de genéricos, principalmente lançando, de maneira pioneira, medicamentos ainda inéditos – como em 2010, quando disponibilizou o primeiro genérico para disfunção erétil, repetindo depois o feito com a atorvastatina, a olanzapina e outras moléculas – e, além disso, ocupando fatias importantes de mercado com medicamentos genéricos de alta complexidade, de difícil desenvolvimento e produção. Para 2018, a empresa prevê dez lançamentos, sendo que três deles são genéricos inéditos – esses produtos devem atingir uma participação de 2% no faturamento anual da unidade. A expectativa de crescimento em faturamento da área para o ano é de 20%.

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I

NSTITUCIONAL

• LIDERANÇA GLOBAL Dia 20 de maio, data em que se comemora o Dia Nacional do Medicamento Genérico, a Sandoz tem muito a celebrar. À frente deste setor mundialmente, companhia reforça sua missão de garantir conhecimento e acesso à saúde

A unidade brasileira está sediada em Cambé, no norte do Paraná, com uma planta produtiva que, além de abastecer o mercado local, é também uma plataforma global para a produção de hormônios. Parte dos produtos produzidos são exportados para o Canadá, América Latina e Europa. Possui 298.000 m2 de área total e 33.000 m 2 de área construída.

L

ançados no Brasil em 1999, os genéricos se consagram como a garantia de medicamentos de qualidade a um preço acessível. Portanto, em 20 de maio, data que marca o Dia Nacional do Medicamento Genérico, os brasileiros já podem contabilizar múltiplos ganhos. Afinal, nesses quase 20 anos de história, esses medicamentos representaram uma economia de mais de R$ 106 bilhões1 em gastos com saúde da população, ao oferecer um preço, no mínimo, 35% inferior aos medicamentos de referência e garantir a mesma qualidade e eficácia nos tratamentos. A Sandoz, divisão do Grupo Novartis, também celebra essa data, no posto de líder global em medicamentos genéricos2 e cumprindo, assim, o seu papel no setor ao longo desses anos, que é o de aliar alta qualidade e acessibilidade à saúde da população. A marca, que também ocupa a liderança mundial no segmento de biossiomilares, mantém a meta de descobrir novas maneiras de melhorar e prolongar a vida das pessoas. Mais do que apresentar um portfólio consistente de medicamentos que envolvem diversas áreas da saúde, a Sandoz também tem, como propósito, disseminar sua expertise no setor. Nesse sentido, desenvolve, por todo o País, programas de conhecimento e capacitação, envolvendo pacientes e profissionais da área da saúde, o que garante um ciclo 32

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positivo que culmina no aumento na adesão aos mais diversos tratamentos. Uma prova deste trabalho é o Programa Qualidade Profissional Sandoz, plataforma de treinamento on-line que leva conhecimento para profissionais farmacêuticos e de atendimento em farmácias de todo o País. O programa faz parte da estratégia da companhia de levar educação continuada a profissionais ligados à saúde e torná-los multiplicadores de conhecimento. “No Brasil, há mais de 70 mil farmácias com milhares de profissionais envolvidos no atendimento a pacientes. Proporcionar a capacitação a esses profissionais significa levar acesso a um melhor serviço para os estabelecimentos e melhor informação aos pacientes”, afirma o diretor de marketing e Inteligência de Mercado da Sandoz, Guilherme Barsaglini.

APROVAÇÃO DE QUEM FEZ Cardiologia, Sistema Nervoso Central (SNC), anti-infecciosos, gastro, saúde feminina e masculina. Esses são alguns dos temas abordados no Programa Qualidade Profissional Sandoz, que oferece conteúdos em forma de textos, videoaulas e games – estes últimos aplicados para fixação do conteúdo –, em uma plataforma 100% digital. Em 2017, 3.200 pessoas passaram pelo treinamento. “Desenvolvemos um material adaptado a profissionais de farmácias, com uma linguagem apropriada e um formato IMAGENS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK


NO MERCADO DE GENÉRICOS • www.sandoz.com.br

móvel e interativo, adequado ao modelo de serviço desses profissionais. Dessa forma, possibilitamos uma maior aprendizagem dos conteúdos de maneira mais estimulante”, explica Barsaglini. Ao acessar os conteúdos e games, os participantes somam pontos, reconhecendo aqueles com melhor performance e engajamento. No ano passado, por exemplo, os profissionais com melhor pontuação foram convidados a participar de uma visita à fábrica da Sandoz, em Cambé, no estado do Paraná. Além disso, os profissionais farmacêuticos vencedores ganharam um curso de Farmácia Clínica na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O farmacêutico e proprietário da Farmácia Mais Amigos, localizada em Pancas (ES), Emerson Assis Rodrigues, foi um dos vencedores do programa em 2017 e afirma que essa experiência o ajudou na rotina de trabalho na farmácia. “Criamos vários controles diários de medicamentos, desde armazenamento, datas de validades e anotações de todas as entregas de medicamentos ao cliente. Também criei um ambiente de colaboração e gratificação para minha equipe. Foi uma experiência incrível”, relembra, acrescentando que o programa também o ajudou a prestar um melhor atendimento na farmácia. “Estudamos temas muito importantes, como diabetes e hipertensão arterial – que me auxiliaram a levar informação e orientação a meus clientes que são muitos. Criamos, a

VEM AÍ O PROGRAMA QUALIDADE PROFISSIONAL SANDOZ 2018 Em breve, a Sandoz irá oferecer a edição 2018 do Programa Qualidade Profissional Sandoz. Colaboradores de farmácias poderão participar em duas categorias: profissionais farmacêuticos e profissionais de atendimento. Fique atento à programação, que será divulgada ainda este ano.

VENCEDORES PROGRAMA SANDOZ

Gerente da Farmácia Antonelli, localizada em Jacinto Machado (SC), Jéssica Burin Giusti

Farmacêutico e proprietário da Farmácia Mais Amigos, localizada em Pancas (ES), Emerson Assis Rodrigues

partir daí, cartões de controle, tendo mais contato com estes pacientes”, diz. O empresário, que teve a oportunidade de visitar a fábrica da Sandoz, disse que o que chamou a atenção foram os processos de controle de qualidade da empresa. “Visualizei todas as etapas da produção do medicamento e conheci todos os setores de produção. Achei admirável o uso da tecnologia, o controle de estoque e a manutenção de todos equipamentos”, descreve. A gerente da Farmácia Antonelli, localizada em Jacinto Machado (SC), Jéssica Burin Giusti, também participou do programa no primeiro semestre de 2017. “Foram oferecidas várias videoaulas e conteúdos em forma de texto que me proporcionaram ampliar meu conhecimento. Após cada módulo estudado, havia um questionário a ser respondido, o que facilitou o aprendizado e, com a pontuação obtida, tive a oportunidade de conhecer a fábrica da Sandoz”, conta Jéssica, afirmando que foi uma experiência incrível. “Pudemos acompanhar todo o processo de fabricação dos medicamentos e o padrão internacional de qualidade que a Sandoz nos oferece”, destaca. Para ela, esta experiência agregou conhecimentos que pôde utilizar na rotina de trabalho, desde técnicas em atendimento até conhecimentos específicos de determinadas classes terapêuticas. 1. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). 2. www.sandoz.com.br.

BR1804816735 – ABR18

GUIA DA FARMÁCIA

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S

ERVIÇOS

A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) www.anvisa.gov.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS (PRÓ GENÉRICOS) www.progenericos.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS (ABRADILAN) www.abradilan.com.br

E EMS www.ems.com.br

F FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS REDES ASSOCIATIVISTAS E INDEPENDENTES DE FARMÁCIAS (FEBRAFAR) www.febrafar.com.br G GEOLAB www.geolab.com.br

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E S PECIAL GENERICO S MA I O 2018

I INSTITUTO PEDRO DIAS www.institutopedrodias.com.br

N NEO QUÍMICA www.neoquimica.com.br

P PAGUE MENOS www.paguemenos.com.br PRATI-DONADUZZI www.pratidonaduzzi.com.br

S SANDOZ www.sandoz.com.br SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA) www.sindusfarma.org.br


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