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Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos levou milhares a Alijó


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Entre 16 e 18 de junho o Parque da Vila em Alijó recebeu mais uma edição do certame que é uma montra de divulgação dos vinhos e sabores do planalto duriense, a Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos.


No total foram cerca de 50 expositores que deram a provar os seus vinhos e produtos agroalimentares aos milhares de visitantes que passaram pelo espaço.
“Esta foi a maior e melhor edição de sempre, pelo que o balanço é extremamente positivo, quer pela enorme adesão de visitantes de vários pontos do País e no grande número de vinhos em prova e em competição”, sublinhou o Presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Paredes.
O programa do evento incluiu provas comentadas de vinhos, palestras, showcooking dedicado a tapas e petiscos de polvo galego, e muita música, num cartaz que contou com os HMB, Bárbara Bandeira e Luís Represas acompanhado pela Banda Filarmónica de São Mamede de Ribatua.
Sistema anti-granizo apresentado no arranque do certame No âmbito do projeto “Luta Ativa Contra o Granizo”, foi apresentado, no primeiro dia da Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos, um novo sistema anti-granizo para proteger as vinhas do concelho, com uma demonstração no jardim das piscinas municipais, acompanhada pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Este novo método poderá estar instalado em menos de um ano, com um custo que deverá rondar os 1,2 milhões de euros, para os quais a autarquia tenta arranjar financiamento.
De acordo com a apresentação, este é “um sistema inovador anti granizo com o objetivo de proteger as vinhas e olivais da região. O objetivo é testar o método numa área-piloto e depois expandir a metodologia a toda a Região Demarcada do Douro, beneficiando não só a vinha, mas também a produção frutícola que representa uma outra importante atividade económica do território”.
A nova tecnologia, que deverá estar no terreno dentro de um ano, consiste na utilização de um radar de grande amplitude que, conjugado com a instalação de 24 estações meteorológicas fixas, em locais estratégicos e previamente estudados pela equipa técnica, que irá permitir detetar com antecedência a aproximação da massa de ar que será responsável pela queda de granizo. Perante esta ameaça, é emitido de imediato um sinal para as estações meteorológicas, que na presença desta informação, disparam para a atmosfera um balão de hélio, que transporta uma carga de sais minerais capazes de dissolver o gelo, caindo água em vez de granizo.
“Estamos verdadeiramente empenhados em evitar os re- correntes estragos provocados pelo granizo que quase todos os anos afetam os nossos produtores. O projeto vem, assim, responder às constantes queixas dos viticultores e produtores de azeite da região que se vêm a braços com avultados prejuízos sempre que os terrenos são fustigados pela queda de granizo. O cenário é desolador com as vinhas e olivais danificados. Este é o investimento necessário e há muito desejado pelos agricultores”, refere José Paredes, presidente da Câmara Munici- pal de Alijó.
O projeto agora apresentado envolve ainda a autarquia de Sabrosa, assim como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (ProDouro). ○

Eduardo Rosa
Desde 2016, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) acolhe a Cátedra UNESCO em “Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentado e Estilos de Vida Saudáveis”, a primeira das mais de 800 cátedras UNESCO a ter como objeto central os Geoparques Mundiais da UNESCO (UGGps).
Anualmente, esta Cátedra da UTAD tem realizado um curso de formação avançada nos seus domínios, abraçando temáticas atuais e desafiantes no contexto dos territórios UNESCO e das prioridades internacionais. Nas seis edições pretéritas, foi possível contabilizar a participação de mais de 150 palestrantes e de 650 assistentes,
Universidade Internacional de Verão em Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentado e Estilos de Vidas Saudáveis sob a chancela da UTAD
oriundos de 82 países. É neste contexto que, entre 10 e 14 de julho próximo, decorrerá a 7ª edição desta Universidade de Verão com a chancela da UTAD.
A componente presencial desta formação decorrerá no Arouca UGGp, contando com três dias de sessões em formato painel e dois dias de visitas em campo ao território, para observação e discussão in loco do funcionamento das estratégias de gestão territorial focadas no desenvolvimento local, na geoconservação, geoeducação e geoturismo. Já os participantes que optem pela formação à distância, poderão assistir aos três dias de painéis, com discussões subordinadas às diversas temáticas de interesse (gestão terri- torial, mitigação e resiliência aos riscos naturais, desenvolvimento local, populações indígenas, alterações climáticas, igualdade de género, geoconservação, e serviços dos ecossistemas, entre outros).
“Working together for change to happen - reinforcing the partnerships to achieve the SDGs of the 2030 Agenda for Sustainable Development” é o tema central desta edição da Universidade de Verão. É neste contexto que este curso conta com o apoio da Rede Global de Geoparques, da Seção de Ciências da Terra e Redução de Riscos Geológicos da UNESCO e dos escritórios regionais da UNESCO de Cairo, Harare, Montevideo e Nairobi.
Novo acordo comercial
Foram concluídas pelo Conselho da União Europeia, em 27 de junho de 2023, as negociações que vão permitir a entrada em vigor do Acordo de Comércio Livre (ACL) da União Europeia (UE) com a Nova Zelândia. Encaramos por isso o futuro com enorme expectativa, na medida em que este compromisso traduz um esforço muito significativo na intensificação do comércio internacional entre as partes signatárias, procurando também promover uma economia sustentável e aumentar a competitividade.
As previsões apontam para um cres-
Domingos Nascimento cimento até 30% do comércio bilateral graças a este acordo, e que apesar de não eliminar a totalidade dos direitos aduaneiros de mercadorias, acaba com as tarifas sobre as principais exportações da UE, permitindo a abertura do mercado dos serviços na Nova Zelândia e protegendo cerca de 2.000 Indicações Geográficas de produtos agroalimentares, vinhos e bebidas espirituosas, nas quais se incluem “Porto”, “Douro” e “Duriense”.
O Poder Local foi uma conquista verdadeiramente estrutural para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. De forma simples, gostava de contribuir para a reflexão: que “democracias locais” desejamos?
Particularmente nos municípios mais pequenos, em que a democracia se realiza a cada conversa de café, urge analisar as fragilidades e as oportunidades da proximidade. Importa também perceber o papel, na prática, de cada um dos órgãos municipais.
A UE é o terceiro maior parceiro comercial da Nova Zelândia, tendo o comércio bilateral de mercadorias entre os dois parceiros atingido quase 9,1 mil milhões de euros em 2022, prevendo-se, com a entrada em vigor do Acordo, que aumente cerca de 30 %, e as exportações
Com esta formação de alto nível proporcionada pela academia transmontana, pretende-se proporcionar uma experiência enriquecedora e única para os participantes, facultando-lhes a possibilidade de adquirirem um conjunto de conhecimentos de natureza holística acerca do desenvolvimento sustentável de territórios, onde a sua gestão é fundamental para garantir o bem-estar das comunidades locais. Um desafio sempre inovador para o qual se deixa o incentivo à participação (https://catedraunescoutad.wixsite.com/summergeoparks2023) de todos os cidadãos, independentemente da sua formação académica ou profissão. ○ anuais da UE verifiquem um aumento potencial que poderá ir até aos 4,5 mil milhões de euros, em virtude da eliminação dos direitos aduaneiros. Desde o primeiro ano de aplicação do Acordo, as empresas da UE poderão poupar cerca de 140 milhões de euros por ano em direitos.
UE-Nova Zelândia: Uma oportunidade!
Este documento representa por isso uma oportunidade promissora para fortalecer os laços económicos entre as duas regiões do globo, impulsionando o crescimento, estimulando a inovação e promovendo uma maior cooperação global. Espera-se um acesso mais fácil aos mercados de ambas as regiões, uma oportunidade a explorar pelos produtores durienses, que no atual contexto geopolítico que atravessamos, assu- me particular importância.
É um sinal importante para o resto do mundo sobre o valor da integração e a colaboração das duas regiões com benefícios económicos significativos para a União Europeia. Acresce que a guerra na Ucrânia e a pandemia da Covid-19 evidenciaram a necessidade de cadeias de abastecimento resilientes, parcerias estratégicas e comércio aberto.
É importante notar que este Acordo de Comércio é o primeiro a integrar plenamente a nova abordagem da UE em matéria de comércio e desenvolvimento sustentável, prevendo a imposição de sanções, como último recurso, em caso de violações graves dos princípios laborais fundamentais ou do Acordo de Paris. ○
Fragilidades/Oportunidades nas democracias locais!
A proximidade é uma grande oportunidade. Os problemas dos cidadãos podem ser abordados ali, bem no centro da vida municipal. Sem grandes dificuldades, todos os cidadãos, na grande parte dos casos, são recebidos pelo Presidente de Câmara ou pelos Vereadores.
Por isso, excluindo eventuais casos em que a proximidade se transforma em promiscuidade, é uma bênção para a nossa vida em comunidade a facilidade com que se “confronta” o Poder.
Quanto ao papel de cada um dos dois órgãos municipais, tenho pena, a minha opinião é de preocupação por percecionar existir muita fragilidade.
Há a tendência, num número significativo de municípios, de uma marginalização, talvez inconsciente, das Assembleias Municipais.
Não ganhamos nada por exacerbarmos o já demasiado poder concentrado na presidência do órgão executivo municipal e apagarmos do cenário a presidência da Assembleia Municipal.
A pouca visibilidade, nenhuma em alguns casos, do órgão deliberativo e fiscalizador, não augura um caminho adequado para as “democracias locais”.
A falta de condições das Assembleias Municipais para cumprirem as suas funções, vai fragilizando o seu estru- tural papel no equilíbrio de Poderes no ecossistema concelhio.
Neste texto simples, e de mera opinião, não me sendo possível explanar o que penso de forma mais fundamentada, saliento a falta da cultura do relacionamento entre os dois órgãos municipais, que carece de formalismos e rituais que vinquem a separação e partilha do Poder municipal.
A democracia não é uma obra feita. É um “caminho que se faz caminhando”. Refletir sobre este tema não é um sacrilégio. É o privilégio que a democracia nos concede. A de olharmos para o Rei e podermos dizer que vai nu.
O Poder Local é oportunidade!