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Retro em formato XL

A Brixton decidiu sair da sua zona de conforto e ir mais além do que é habitual, estreando-se assim no segmento das “neo-retro” com motor de grande capacidade. Até agora, a gama da marca europeia disponibilizava apenas modelos de pequena e média cilindrada, onde o estilo clássico estava no centro das suas criações. Agora, através da Cromwell 1200, quer ir mais além em todos os aspectos, seja em cilindrada, prestações ou ainda, no preço.

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DESDE 11.000 EUROS

Tudo indica que a Brixton caminha pela estrada certa. O mercado das 125 cc com carta de carro serviu para se posicionar como marca atrevida no design, mas também pelos preços muito acessíveis. E, se até ao momento, o segmento das oitavo de litro era o mais completo da gama – tendo as Crossfire 500 como patamar mais elevado de cilindrada – agora o patamar de topo passa a ser ocupado pela nova Cromwell 1200, que equipa também um motor bicilíndrico mas com cilindrada de 1222 cc, e um design que dá clara continuidade à identidade da marca do Grupo KSR, que se estreou no mercado em 2016. Embora a equipa de desenvolvimento e design se encontre num Continente, a fábrica está instalada noutro, mais distante. Se adicionar- mos ao “shaker” um par de engenheiros e “pilotos” de teste de grande prestígio, o resultado é um modelo em que todos saímos a ganhar. De

OS COMPONENTES SÃO DE QUALIDADE, ASSEGURADOS POR MARCAS DE PRESTÍGIO

acordo, mas de qualquer forma, faltam-nos muitos quilómetros aos seus comandos para podermos comprovar se, efetivamente, se trata de uma moto em que as garantias oferecidas são suficientes para a fazer aspirar ao topo do segmento das moto retro de tamanho XL.

À primeira vista faz-nos lembrar as britânicas de décadas passadas. O motor assume grande destaque, misturando cromados e pretos com um radiador bem dissimulado entre os tubos do quadro de dupla trave; na mesma linha de “camuflagem” está a admissão coberta por uns embelezadores, que simulam a utilização de carburadores em vez de injectores, ou os foles nas bainhas da forquilha telescópica. Nota-se que cada ponto crucial da moto foi cuidado com atenção, dando a entender que todos os aspectos são relevantes para o desenho e para o conjunto. São diversos os apontamentos que nos remetem para os modelos clássicos: além dos já mencionados,

Motor de dois cilindros paralelos, 1222 cc e 83 cv cilindros

PONTUAÇÃO BRIXTON CROMWELL 1200

Desenho

Prestações

Comportamento

Suspensões

Travões

Consumo

Precio

Ralelo S

FICHA TÉCNICA BRIXTON CROMWELL 1200

Motor

Cilindrada

Potência e rpm

Binário e rpm

Limitável a A2

Caixa

Vel. máxima

Quadro

Suspensão

Dianteira

Suspensão traseira

Travão dianteiro

Travão traseiro

Pneu dianteiro

Pneu traseiro

Distância entre eixos

Altura assento

Peso declarado

Depósito

Consumo

PVP

Bicilíndrico paralelo, 8v, refrig. líquida

1.222 cc

83 cv às 6550 rpm

108 Nm às 3100 rpm

Não

6 velocidades 195 km/h

Estrutura em tubos de aço

Forquilha convencional, baínhas de 41 mm, curso de 120 mm

2 amortecedores, curso de 87 mm

2 discos de 310 mm, pinças de 2 pistões Disco de 260 mm, pinça de un pistão

100/90-18

150/70-17 n.d.

800 mm

235 kg

16 litros

4,9 l/100 km

11.000 € (estimado) podemos acrescentar os punhos castanhos, a condizer com o assento, os dois amortecedores, o conjunto de piscas, farol traseiro redondo de tamanho reduzido ou ainda, o já carismático farol dianteiro da Brixton com os quatro pontos cardeais iluminados, incluindo a luz diurna.

Assegurar O Desempenho

Como já foi dito, a melhor forma de assegurar um bom rendimento, é recorrer a determinados elementos de marcas reputadas, como por exemplo, da Nissin para a travagem, com ABS Bosch, suspensões KYB, pistões Malhe, pneus Pirelli... tudo material de marcas reputadas! Por falar em componentes de qualidade, há ainda que destacar o painel TFT circular, com muita informação de fácil leitura, com grafismos adaptados aos modos de motor ECO e SPORT, tendo como protagonista o velocímetro, média de consumo, temperatura do líquido de refrigeração, conta-rotações e mudança engrenada. Aqui há margem para melhorar, como por exemplo o facto de não termos visível o nível de combustível quando rodamos no modo SPORT ou o facto de haver apenas um indicador de quilómetros parcial. Oculto está também a tomada USB na “carcassa” dos instrumentos, muito útil para carregar o telemóvel ou caso pretendas instalar um GPS.

Nos extremos do guiador encontramos as manetes ajustáveis, sempre importante para qualquer tipo de utilizador.

Mistura De Sentimentos

Temos que subir para a Cromwell 1200 depois de a contemplar parada. Se gostas de motos de inspiração clássica, esta vai-te surpreender, porque consegue conjugar muito bem o clássico com um toque de modernidade, que está tão na moda nos dias que correm. Basta retirar a moto do descanso e tentar fazer algumas ma-

Recorda As Cl Ssicas Brit Nicas E O Motor Protagonista

nobras à mão para que sintamos o peso. O assento não é demasiado baixo nem excessivamente alto, mas as suas formas obrigam a abrir mais do que a conta as pernas, comprometendo os utilizadores mais baixos, na hora de apoiar ambos os pés no chão. Isso pode complicar um pouco as manobras a baixa velocidade.

Quando a ligamos, somos, novamente, transportados para o passado, graças à sonoridade e tacto muito particulares. As relações de caixa são curtas, o que beneficia a precisão e o “feeling” que recebemos ao rodar em ritmo de passeio; a embraiagem também é agradável, uma mais valia para a utilização urbana. O motor de dois cilindros paralelos sabe como aproveitar a potência nos baixos e médios regimes, com uma resposta imediata às solicitações do punho do acelerador no modo SPORT, sem dúvida o melhor para ser utilizado em qualquer situação, com excepção quando o piso está molhado, onde preferes dar primazia à progressividade.

As suspensões acompanham tudo isto, com um funcionamento suave no trem dianteiro e mais fir-

A opinião do jornalista

Apenas o peso e a altura do assento podem causar algum “constrangimento” a determinados utilizadores. Tudo o resto se mostra agradável e prazeroso.

RIVAIS ores ou os ecem uma o

Scrambler Ducati

1100 TRIBUTE PRO

Identidade retro, motor bicilíndrico e potência próxima à da Cromwell 1200. Apresenta-se como alternativa “distante” no preço.

Triumph Bonneville T120

A rival mais direta, com cilindrada, potência e binário semelhantes; devido à abordagem retro e idiossincrasia, ambas atraem o seu público.

me atrás ess esses do como o diária da as veloc os travõe mos refe que ape manet Na ve moto mu me atrás, ainda que talvez o melhor seja esse bom compromisso entre esses dois ambientes tão distintos como o urbano e o de convergência diária da periferia para a cidade, onde a Brixton te leva a descobrir as velocidades mais elevadas. Aqui, os travões cumprem, como já havíamos referido anteriormente, sempre que apertas de forma determinada a manete direita.

Na verdade, no geral, temos uma moto muito agradável, contida nos consumos a ritmos de passeio e com uma postura de condução que nos faz relembrar de forma fiel as motos de outros tempos... em tamanho XL.

Conclus O

À primeira vista é um modelo que atrai os mais puristas do mundo das motos, com um grande motor como peça central, aspecto minimalista e formas arredondadas desde o farol, passando pelo depósito e assento, para terminar num pára lamas traseiro também estilizado. Em andamento, o comportamento é harmonioso, com um tacto muito agradável, com porte sólido e consistente.

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