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Talhada à medida

Cfmoto 650nk

A nova versão da naked asiática 650NK surge em 2023 com diversas alterações e ajustes, renovando assim argumentos, num dos segmentos mais populares entre os jovens utilizadores. A par de uma estética moderna, agressiva e desportiva, temos uma ciclística bem cuidada, motor de prestações comprovadas e dimensões que nos impressionam pela contenção. Mais que uma promessa, é a certeza de uma moto funcional!

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Ficha T Cnica Cfmoto 650nk

4T, refrigerado por líquido

Duas árvores de cames à cabeça, oito válvulas

649 cc

56 cv / 8250 rpm

54.4 Nm / 7000 rpm

Sim

Multidisco em banho de óleo, deslizante

Por corrente

6 velocidades

Estrutura tubular em aço

Forquilha convencional KYB, ajustável

Monoamortecedor KYB, ajustável na pré-carga

Dois discos, 300 mm, pinças de dois êmbolos, ABS

Disco, 240 mm, pinça de êmbolo simples, ABS

120/70-17”

160/60-17”

2114 mm

750 mm

1100 mm

780 mm

1415 mm

17 L

206 kg

Preto e branco

3 anos

CFPT – Veículos e acessórios, S.A.

6.590 €

6.590 EUROS

PONTUAÇÃO

Estética

Prestações

Comportamento

Suspensões

Travões

Consumo

Preço

Equipa motor de dois cilindros em linha com 56 cv e 54 Nm cv Nm

CFMOTO 650NK

Vários pormenores me saltaram à vista no primeiro contacto visual que tive com a naked da CFMOTO. Obviamente que o primeiro “embate” vai para a estética. Neste campo, deparamonos com uma moto que foi talhada à medida dos mais diversos gostos, capaz de “apanhar pelo beicinho” desde os condutores mais jovens até aos mais experientes, sem esquecer o cada vez mais importante, sector feminino. Uma moto que impacta pelas linhas agressivas e desportivas, mas ao mesmo tempo capaz de transmitir uma elegância apreciada pelos menos rebeldes. É pois uma moto “consensual”, para a qual contribuem as luzes todas em LED, ou o painel TFT de 5” a cores, ou ainda detalhes como os forros do assento duplo com o logótipo da CFMOTO gravado no do condutor. Ao nível dos acabamentos é difícil encontrarmos algo passível de crítica, a não ser a ausência de uma tomada USB, cada vez mais obrigatória, ainda para mais quando se trata de uma moto de proveniência asiática! O escape a sair por baixo do motor no lado direito, o braço oscilante com o monoamortecedor colocado também na lateral direita, completam os es- tímulos visuais. Mas há outra coisa que desperta a nossa atenção num primeiro olhar! Arriscam sobre o que será? Pois bem, muitos deverão ter já reparado nas dimensões compactas de todo o conjunto! As distância entre eixos é de apenas 1415 mm, mas no que diz respeito a peso, acaba por nos surpreender pelo número: 206 kg a seco! Mas que fique já bem claro, que não se fazem sentir em nenhuma ocasião.

Humilde Mas Funcional

O que verdadeiramente importa é que o conjunto funcione e, neste caso, esses objectivos acabam por ser cumpridos. Quando subimos para os seus comandos, confirmamos que as dimensões se fazem sentir compactas, com uma grande vantagem que é apoiarmos ambos os pés no chão (780 mm de altura do assento ao solo), capaz de transmitir, só por si, uma dose extra de confiança. No entanto, quando arrancamos, notamos uma geometria à qual não estamos muito habituados, a transportar-nos para uma dimensão mais desportiva, com os pousa-pés subidos e recuados, empurrando-nos o corpo para a frente do depósito de combustível.

O conjunto de travagem é muito potente e mordaz. No entanto, o tacto inicial é algo brusco, mas é uma questão de hábito.

Curioso foi ver que passados poucos quilómetros rapidamente encontramos o nosso “ponto confortável” de condução, passando a desfrutar de grande naturalidade. Guiador bem dimensionado, manetes ajustáveis em distância aos punhos, contribuem para o conforto, assim como o amplo assento. As vibrações fazem-se sentir em todo o conjunto, fruto da arquitetura do motor, um dois cilindros paralelos. Sentem-se mas não perturbam o conforto.

À medida que avançamos na estrada, vamos descobrindo a pouco e pouco o temperamento da 650NK, que tem tanto de dócil como de rebelde, devido ao carácter do motor, como iremos ver mais adiante. Embora tenhamos, até aqui, falado só dos encantos que a nova 650NK tem para nos dar, é preciso não esquecermos que este é um modelo que foi pensado para “tomar de assalto” o segmento das naked de média cilindrada com preço acessível. Daí encontrarmos alguns aspectos que poderiam ser melhorados, como, por exemplo, no capítulo das suspensões, onde contamos com uma forquilha convencional na dianteira sem ajustes e um monoamortecedor traseiro, de colocação na lateral direita apenas com ajuste na pré-carga da mola. O conjunto mostra-se algo rijo, principalmente em ambiente urbano, acabando por funcionar bem em estradas mais reviradas e em toadas mais desportivas. A travagem, recorre a dois discos de 300 mm com pinças J.Juan de dois êmbolos na frente e um de 240 mm atrás, com ABS, apresentam-se muito potentes, embora o tacto do dianteiro seja demasiado brusco, requerendo hábito. O traseiro tem bom tacto e o sistema de ABS não é demasiado intrusivo. A simplicidade do modelo faz com que a eletrónica se cinja ao ABS, prescindido de controlo de tração, por exemplo. Além disso, a CFMOTO refere que tem dois modos de potência, o ECO e o SPORT, mas na realidade não notámos qualquer diferença entre eles, a não ser a forma como a informação nos é apresentada no TFT!

O painel de instrumentos é amplo, um TFT totalmente digital com toda a informação necessária, incluíndo o modo, temperatura exterior, mudança engrenada, relógio, entre muitas outras informações relevantes.

O braço oscilante, a colocação do amortecedor traseiro e o motor assumem papel central no design.

UM MOTOR, DOIS CARÁCTERES

O motor que serve de base ao utilizado pela CFMOTO é o antigo Kawasaki de dois cilindros com 649 cc, embora com alguns ajustes próprios. Debita 55,6 cv às 8250 rpm, com um binário de 56 Nm às 7000 rpm e para esta nova versão passa a vir equipado com embraiagem deslizante. A caixa é de seis velocidades, bem escalonada mas mostrou-se algo rija. Se utilizarmos calçado técnico e próprio para andar de moto, os efeitos são minimizados, mas para quem optar por usar ténis ou outro calçado menos próprio vai notar bastante essa rigidez.

O silenciador curto colocado por baixo está muito bem integrado no conjunto e contribui para a imagem compacta e ágil que é transmitida em toda a 650NK.

O motor apresenta um comportamento enérgico e cheio, com uma boa baixa, até às 3000 rpm e depois volta a ganhar fulgor acima das 5000 rpm. O que quer dizer que está pensado para rolar na cidade a baixa velocidade, mas também permite uma condução mais desportiva. O regime mais penalizado é mesmo a média rotação, precisamente na zona das recuperações. Se quisermos emoções fortes e uma condução mais “despachada” teremos que levar este dois cilindros sempre acima das 5000 rpm. O que ganhamos em alegria, acabamos por ver penalizado em termos de vibrações e até estabilidade, principalmente em velocidades acima das legalmente permitidas por lei. Como já referi a caixa é algo rija e apresenta-se algo curta, isto porque as suas principais aspirações são de moto citadina, onde os regimes baixo/médio são os preferenciais. Já o consumo, esse fixou-se bem perto dos cinco litros de média final do nosso teste, rodando de forma perfeitamente normal, numa utilização mista, ou seja, cidade, auto-estradas e estradas reviradas.

Uma nota final para os pneus, uns Pirelli Angel GT, que oferecem um comportamento muito honesto quer a seco como em molhado, uma real mais valia que nos faz esquecer a ausência do controlo de tração.

Conclus O

A CFMOTO, afirma-se cada vez mais como uma opção válida, com propostas interessantes capazes de abranger grande parte dos segmentos e cilindradas, com esta 650NK a mostrar claramente do que são capazes de fazer: motos com design moderno e cativante, ciclisticas funcionais e equilibradas, desempenho dentro do esperado e dentro dos parâmetros “normais” dentro dos segmentos e com preços muito competitivos. Uma marca que chegou um pouco “à boleia” da KTM mas cuja qualidade tem conseguido fazer com que se “descole” da marca austríaca! Já disponível nos concessionários em duas cores, preto ou branco.

O assento é amplo para o condutor e mais pequeno para o passageiro. No entanto, são suficientemente cómodos para o dia-a-dia.

três cores

BRIXTON CROMWELL 1200

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