Palavra Operária Um jornal contra a exploração e a opressão capitalista - nº 4 - agosto/2019 - R$ 0,50
Governo Anti-Povo Trabalhador Aposentadoria: por que perdemos?
Bolsonaro já enga lhou sua metralhadora para seguir destruindo nossas condições de vida e de trabalho. Tudo pra facilitar a vida dos patrões, que segundo o capitão, é “muito dura”: MP da Liberdade Econômica: é mais liberdade para os patrões ferrarem com os trabalhadores, uma nova “reforma” trabalhista que altera 36 ar gos da CLT: fim do descanso remunerado aos domingos e feriados; fim da jornada de 6 horas para bancários e jornalistas; fim das CIPAS nas pequenas e médias empresas; entre outras sacanagens. Revisão das Normas Reguladoras de Acidentes de Trabalho (NRs): mudaram a NR12 para diminuir a prevenção de acidentes e doenças do trabalho no uso, manutenção ou montagem de máquinas; Fim da NR1: as novas empresas serão dispensadas de fiscalização das máquinas e instalações para começarem a funcionar. Isto vai aumentar os acidentes de trabalho no Brasil, que já causam uma morte a cada 3 horas e 40 minutos. Priva zação da Petrobras e dos Correios: a BR Distribuidora já foi vendida aos especuladores da Bolsa. Sucateamento da Educação Pública e Gratuita: Bolsonaro cortou as verbas das universidades e escolas públicas para forçar a priva zação. Devastação da Amazônia e dos povos indígenas: querem liberar as terras indígenas e a Floresta Amazônica para a exploração do agronegócio, madeireiras e mineradoras. Ditadura: Ameaça de prisão do jornalista Glenn Greenwald, que vem publicando as maracutaias do exjuiz e ministro Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, que levaram à prisão sem provas de Lula, pra facilitar a eleição de Bolsonaro.
A Câmara de Deputados aprovou a “reforma” da Previdência de Bolsonaro, impondo a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, e 40 anos de contribuição para a aposentadoria com salário integral, entre outros itens que vão nos obrigar a trabalhar até morrer ou a receber aposentadorias e pensões miseráveis. Os patrões estão batendo palmas porque vão lucrar ainda mais encima da nossa pobreza, enquanto o país afunda na crise, com cerca de 30 milhões de desempregados ou vivendo de “bicos” A burguesia patronal conseguiu unir as suas forças para impor esta derrota à classe trabalhadora: Bolsonaro, a maioria dos deputados e polí cos, as redes de TV, rádio e jornais, igrejas e intelectuais a serviço dos ricos enganaram parte da população com a men ra de que a “reforma” vai rar o Brasil da crise. Mas, a maioria da classe trabalhadora está contra a “reforma” e este governo an -povo trabalhador e querem sair à luta em defesa dos direitos, empregos e salários. Por que o governo venceu esta batalha? A responsabilidade maior é das direções do movimento. Dos par dos que falam em nome da classe trabalhadora (PT, PCdoB, PSOL) e das centrais sindicais majoritárias (CUT, Força Sindical, UGT, etc), que usaram o movimento apenas para negociar pequenas mudanças no projejto de «reforma», ao invés de organizar uma verdadeira greve geral e paralisar o país, como fizeram os caminhoneiros no ano passado e como fizemos na greve geral de abril de 2017. Estes par dos e burocratas não querem lutar para derrotar Bolsonaro e os patrões com greves e nas ruas. Só querem desgastar o governo e chamar os trabalhadores a «darem o troco» nas eleições de 2020 e 2022. Mas, a miséria e o desemprego não esperam por eleições.
É preciso construir uma nova direção para nossas lutas Uma nova direção formada na base das fábricas, empresas, escolas e bairros proletários. Com trabalhadores e trabalhadoras que estão sofrendo a exploração e a humilhação na própria carne. Com a vistas de luta que não são vendidos aos patrões e governos, nem têm como meta construir “carreiras polí cas”. Só assim poderemos derrotar Bolsonaro e sua gangue, capachos dos patrões e de Trump.
RÁDIO PEÃO
A coluna Rádio Peão é um espaço aberto para você publicar no cias sobre a exploração, a humilhação e as lutas nos locais de trabalho, estudo e moradia. Mantemos sigilo total. Envie sua no cia para o email do jornal: palavraoperariajornal@gmail.com
Destruição de empregos A crise do capitalismo mundial e a polí ca de destruição da indústria nacional aplicada por Bolsonaro e Guedes estão levando a demissões em massa nas fábricas. Vejam os números: Ford: vai demi r 7 mil operários e operárias, 10% de sua força de trabalho em todo o mundo. Deste total, 3 mil efe vos e 1.500 temporários serão demi dos com o fechamento da fábrica do ABC. Toyota: demissão de 840 pessoas com o fechamento do 3º turno das fábricas de Sorocaba e Porto Feliz. Nissan: anunciou a demissão de 10 mil trabalhadores de suas fábricas pelo mundo, entre elas a do Brasil. Estaleiro Atlân co Sul: fabricante de navios de Pernambuco, em 2014 nha 6 mil trabalhadores, hoje vai demi r os úl mos 150 funcionários, só 30 vão ficar para fazer a manutenção das instalações. Deca: 480 trabalhadores demi dos em São Leopoldo/RS. Lilly e Roche: mul nacionais farmacêu cas anunciaram que vão fechar suas fábricas no Brasil. Dados do IBGE de junho/2019: 13 milhões de desempregados + 4,9 milhões de desalentados (que desis ram de procurar emprego) + 7,2 milhões de subocupados (que trabalham menos de 40h semanais) = falta trabalho para 28,5 milhões de pessoas!
Paralisação relâmpago em Taboão garante recesso Em 1° de julho, o Quadro de Apoio da Educação Municipal de Taboão da Serra recebeu a no cia de que teria de trabalhar durante o recesso escolar de julho. Assistentes de Desenvolvimento Escolar (ADEs), Assistentes de Desenvolvimento Infan l (ADIs), Auxiliares de Classe e Inspetor@s responderam prontamente com a paralisação dos dias 2 de 3 de julho e ocupação da Câmara. Vereadores e vereadoras, pressionados pelo movimento, se reuniram com o Prefeito, que teve de recuar e garan r em lei este direito a todas as categorias da Educação que trabalham diretamente com crianças. Vitória da nossa luta! O GOI apóia incondicionalmente a luta das trabalhadoras e trabalhadores da Educação! 15M em Curi ba
Derrotar nas lutas e nas ruas os ataques de Bolsonaro, dos patrões e de Trump! N ossa
luta precisa con nuar! Os trabalhadores e trabalhadoras devem exigir do PT, PCdoB e da burocracia sindical a convocação de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora e do Povo Oprimido, com representantes eleitos nos locais de trabalho, estudo e moradia, e nos
movimentos de mulheres, negros, indígenas, LGBTQIs e imigrantes. Por um Calendário de Lutas unificado em direção à Greve Geral! Chamamos o PSOL, PSTU, Frente Povo Sem Medo e CSP-Conlutas a lutar por este Encontro de base e por uma nova direção para o movimento.
Por um Governo da Classe Trabalhadora, sem patrões! Que aplique um Programa Socialista em defesa dos Empregos, Salários e Direitos
Anulação das “reformas” Trabalhista e da Previdência! Restauração dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais da CLT e da Cons tuição de 1988. Garan a destes direitos a todos trabalhadores e trabalhadoras.
Plano Nacional de Obras Públicas para construir creches, hospitais, postos de saúde, moradias populares, escolas, estradas e saneamento básico. Contratação, pelo governo, dos desempregados e subempregados para fazer estas obras. Redução da jornada de trabalho para 6 horas, sem redução do salário. Contra os tratados de livre comércio com a União Européia e Estados Unidos! Em defesa da indústria e dos recursos
nacionais. Suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros e agiotas nacionais e estrangeiros! Unidade da luta dos povos para expulsar o FMI e o imperialismo da América La na!
Esta zação com controle operário dos bancos e grandes empresas (indústrias, comércio, serviços e agronegócio). Reforma Agrária nas grandes fazendas. Demarcação e garan a das terras indígenas e quilombolas. Defesa das liberdades democrá cas e da luta das mulheres, negros, indígenas, LGBTQIs e imigrantes. Organizar a autodefesa das organizações e a vistas do povo trabalhador. Direito de sindicalização e de greve aos soldados e praças.
Direção da APP desmobiliza greve no Paraná A greve estadual do funcionalismo do Paraná saiu de assembleias esvaziadas para uma torrente de milhares de grevistas nas ruas. Quando chegamos na terceira semana de greve nhamos quase 100% de paralisação das categorias mobilizadas, além do apoio da população, quando o governador Rato apresentou os miseráveis 0,5% de reajuste. Mas, a direção estadual da APP (sindicato da Educação estadual, junto com o FES (Fórum de En dades dos Servidores) defendeu a suspensão da greve no dia 13 de julho, desmobilizando as categorias em luta e deixando isoladas as universidades estaduais, que se man veram em greve por mais alguns dias. Não é a primeira vez que as direções do funcionalismo paranaense desmontam a mobilização das categorias. Isso ocorre desde a época do governador Beto Richa.