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Editorial | Dr. António José Henriques

Editorial

A Ilha da Sabedoria

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A actualidade nunca se vislumbrou tão cheia de caminhos sem saída. As dificuldades que a Covid criou à saúde mundial, ultrapassaram a própria ficção e remeteram-nos para um cepticismo crescente acerca de tudo.

O desnorteio das entidades de saúde que entraram em contradição múltiplas vezes, contrariando o que tinham determinado no dia anterior, conjugado com o bombardeio de informações falsas, baralhou e inquietou muitos.

A política não é excepção e a crise em que nos encontramos reitera o estado de mal-estar e a fragilidade como encaramos o futuro. Tudo isto são premissas que nos remetem para um estado em que receamos dia-após-dia o pior para nós e para os nossos.

Quando interrogados a maior parte dos pais desejam que os seus filhos partam e encontrem o seu caminho noutro país mais próspero e com melhores condições de remuneração do que o nosso. Desejar que os filhos se afastem é completamente contra natura e quase um gesto de salve-se quem puder. E esta espiral só pode, a curto prazo, remeter Portugal para uma morte anunciada. Já nem sequer comento a existência dos negacionistas. Vou, para tal, parafrasear o neurocientista António Damásio, no seu último artigo sobre o assunto: “Se você sabe que pode morrer e não toma a vacina, é irracional e estúpido. Não há vacina contra a estupidez.”

Há quem se alimente de fantasmas, sem qualquer rigor ou manifestamente sensatez, quem viva numa espécie de teoria de conspiração onde o limite é a imaginação de cada um.

Urge saber parar e ponderar as opções que toma sem as questionar, o tempo que gasta sem proveito. Decidir não acreditar nas notícias que lê no Facebook ou noutra Rede Social. Procurar a verdade e procurar

o verdadeiramente honesto encontro consigo próprio.

Passar a dar valor ao que tem valor. A aprovação etérea dos Likes e dos emojis dá uma aparente sensação de conforto e companhia,mas será que basta? Será que não é melhor reunir-se com amigos e estar entre familiares, que mesmo que discordem de si e não lhe enviem corações a toda a hora, estão e estarão presentes se alguma coisa correr mal?

A ilha da sabedoria, é a ilha dos bons momentos e bons sabores, do reencontro. É a ilha do conhecimento, da verdade, do amor, da alegria, da luz. É para lá que nos devemos dirigir, na velocidade que é a mais certa para cada um de nós, passo a passo serve. Conscientes de que não há caminho para trás e é urgente olhar com solidariedade o outro e arregaçar mangas para que tenha lugar, para todos, um melhor e

mais justo amanhã n

Dr. António José Henriques Director Editorial redaccao.revistasaudehoje@gmail.com

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